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Empreendedorismo

UNIDADE I

Introdução ao
Empreendedorismo

2018
Ficha Técnica:

Empreendedorismo - Introdução ao Empreendedorismo

Autor: Ali Amade

Revisor: Naila Aiúba

Execução gráfica e paginação: Instituto Superior Monitor

1ª Edição: 2011

© Instituto Superior Monitor

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Instituto Superior Monitor

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Caixa Postal 4388 Maputo

Moçambique

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de onde resulte prejuízo para o interesse pela obra. Os transgressores são passíveis de
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Índice
CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO ......................................................3
1.1. ORIGEM E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO EMPREENDEDORISMO ...................................... 3
1.1.1. EMPREENDEDORISMO NA ABORDAGEM ECONÓMICA ........................ 3
1.1.2. EMPREENDEDORISMO NA ABORDAGEM COMPORTAMENTALISTA .. 4
1.1.3. EMPREENDEDORISMO NA ABORDAGEM GERENCIAL ......................... 6
1.2. CONCEITO E TIPOS DE EMPREENDEDORISMO................................................................. 8
1.3. IMPORTÂNCIA, VANTAGENS E DESVANTAGENS DO EMPREENDEDORISMO ............ 13
1.4. EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO............................................................................... 17
CAPÍTULO II – O EMPREENDEDOR .........................................................................................18
2.1 BREVE PERSPECTIVA HISTÓRICA .................................................................................... 18
2.2 CONCEITO E TIPOS DE EMPREENDEDOR ......................................................................... 19
2.3 DISTINÇÃO ENTRE EMPREENDEDOR E ADMINISTRADOR E, EMPREENDEDOR E
EMPRESÁRIO ............................................................................................................................ 23
2.3.1.ADMINISTRADOR VERSUS EMPREENDEDOR ........................................................... 23
2.3.2.EMPRESÁRIO VERSUS EMPREENDEDOR ................................................................... 25
2.4 RAZÕES PARA O EMPREENDEDORISMO E CARACTERISTICAS DO EMPREENDEDOR
DE SUCESSO.............................................................................................................................. 26
2.5 MITOS E REALIDADES SOBRE O EMPREENDEDORISMO ............................................... 31
2.6 TESTE DO PERFIL EMPREENDEDOR ................................................................................. 33
EXERCÍCIOS ................................................................................................................................35
BIBLIOGRAFIA............................................................................................................................36
CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO
O Empreendedorismo é um tema que está muito em voga nos nossos dias e sob a mira de
diversos sectores da sociedade. As empresas, sujeitas a um ambiente de globalização e
inovações tecnológicas, vêem-se na necessidade de aumentar a produtividade e reduzir os
custos. Por essa razão, tem tomado providências destinadas a sua reestruturação e reinvenção,
encontrando no empreendedorismo uma nova forma de agir, desenvolver e identificar novos
conhecimentos e oportunidades.
Os governos, preocupados com o desenvolvimento económico dos seus países, algo
indispensável para o seu alinhamento no mercado internacional, olham para o
empreendedorismo como uma maneira de estimular o crescimento económico através da
geração de novas tecnologias, produtos e serviços, e como forma de reduzir o desemprego.
As universidades por sua vez apostam cada vez mais em cursos e programas de
empreendorismo como forma de preparar melhor os estudantes antes de se lançarem no
mercado por conta própria – uma prática cada vez mais comum.
Em termos académicos, o empreendedorismo é um campo de estudo recente e muitos dos
termos a ele associados não constam da língua portuguesa. São neologismos traduzidos e
empregues de forma livre. Como forma de situar o leitor e facilitar a compreensão, é
necessário iniciar por apresentar a origem dos termos e a evolução histórica desta nova arte.
É que de acordo com Filion (1999:12) “a confusão reina no campo do empreendedorismo
porque não há consenso a respeito do empreendedor e das fronteiras do paradigma”.

1.1. ORIGEM E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO EMPREENDEDORISMO


Empreendedorismo é uma tradução da palavra inglesa entrepreneurship, originada pela
palavra francesa entrepreneur que de acordo com Dornelas (2005) significa aquele que corre
riscos e começa algo novo. Apesar de estar altamente difundido e aparentar ser um terno
novo, o conceito é antigo e assumiu diversas vertentes ao longo dos tempos.

1.1.1. EMPREENDEDORISMO NA ABORDAGEM ECONÓMICA


A teoria económica demonstra que os economistas foram os primeiros a perceberem a
importância do empreededorismo. Estes estavam interessados em compreender o papel
empreendedor e o impacto da sua actuação na economia. Três nomes destacam-se nesta
teoria: Richard Cantillon, Jean Baptiste Say e Joseph Shumpeter.
De acordo com Dornelas (2005), foi Cantillon quem pela primeira vez utilizou o termo
empreendedorismo na teoria económica e o primeiro a oferecer uma clara concepção da
função empreendedora como um todo. Cantillon era um banqueiro que hoje poderia ser
descrito com um capitalista de risco. Seus escritos revelam um homem em busca de
oportunidades de negócios preocupado com a gestão inteligente de negócios e obtenção de
rendimentos optimizados para o capital investido.
Na visão de Cantillon, os empreendedores compravam matéria-prima por preço certo, com o
objectivo de processá-la e revendê-la por um preço ainda não-definido. Os empreendedores
eram, portanto, pessoas que aproveitavam as oportunidades com a perspectiva de obterem
lucros assumindo os riscos inerentes (Fillion, 1999). Outro autor a demonstrar interesse pelos
empreendedores foi o economista francês Jean Baptiste Say. Por volta de 1814, Say utilizo u
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o termo empreendedor para designar o indivíduo que transferia recursos económicos de um


sector de produtividade baixa para outro de produtividade alta e considerava o
desenvolvimento económico como resultado da criação de novos empreendimentos. Para
além do seu enorme contributo para o desenvolvimento da teoria económica, Say enfatizo u
a importância do empreendedor para o bom funcionamento do sistema económico e fez
distinção entre empreendedores e capitalistas e entre os lucros de cada um. Ao fazê-lo,
associou os empreendedores a inovação e via-os como agentes da mudança (Fillion, 1999).
Cantillon e Say consideravam os empreendedores como pessoas que corriam riscos,
basicamente porque investiam seu próprio dinheiro.
Outro nome que se destacou na história do empreendedorismo é o do economista Joseph
Schumpeter que no século XX, consolidou a associação do emprendedorismo a inovação ao
afirmar que a essência do empreendedorismo está na percepção e no aproveitamento das
novas oportunidades no âmbito dos negócios sempre tem a ver com criar uma nova forma de
uso dos recursos nacionais, em que eles sejam deslocados de seu emprego tradicional e
sujeitos a novas combinações (Fillion, 1999).
Gomes (2002) expõe que para Schumpeter, o empreendedor é o responsável pelo processo
de “destruição criativa”, o impulso fundamental que acciona mantendo em marcha o motor
capitalista, criando novos produtos, novos métodos de produção, novos mercados e,
sobrepondo-se aos antigos métodos menos eficientes e mais caros.
Em termos gerais, os economistas relacionaram o empreendedor a inovação e viam-nos como
motores do desenvolvimento económico. Entretanto, uma das críticas que é feita aos
economistas relaciona-se com o facto de não terem sido capazes de responder a perguntas
como: quem é o empreendedor? Como reconhece-lo? Nascem prontos ou é possível tornar-
se um? Quais são as suas características? Por esta razão, o universo do empreendedoris mo
começou a voltar-se para os comportamentalistas, em busca de um conhecimento mais
aprofundado do comportamento do empreendedor (Fillion, 1999).

1.1.2. EMPREENDEDORISMO NA ABORDAGEM COMPORTAMENTALISTA


O objectivo desta abordagem foi de analisar o conhecimento sobre a motivação e o
comportamento do empreendedor. Um dos primeiros autores a demonstrar interesse pelos
empreendedores foi Max Weber, que identificou o sistema de valores como elemento
fundamental para a explicação do comportamento empreendedor. Weber via os
empreendedores como inovadores, pessoas independentes cujo papel de liderança nos
negócios inferia uma fonte de autoridade formal. Entretanto, de acordo com Fillion (1999),
o autor que realmente deu inicio à contribuição das ciências do comportamento para o
empreendedorismo foi David C. McClelland.
Psicólogo da universidade de Harvard, McClelland foi um dos primeiros autores a estudar e
destacar o papel dos homens de negócios na sociedade e suas contribuições para o
desenvolvimento económico. McClelland realizou vários estudos sobre a questão da
motivação e desenvolveu uma teoria sobre a motivação psicológica, baseada na crença de
que o estudo da motivação contribui para o entendimento do empreendedor (Longen, 1997).

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Para McClelland apud Longen (1997), as pessoas são motivadas por três necessidades em
graus diferentes: necessidade de realização, necessidade de poder e necessidade de afiliação.
Para o autor, a necessidade de realização é aquela que o indivíduo tem de por a prova seus
limites, de fazer um bom trabalho. McClelland associou essa necessidade ao
empreendedorismo, considerando que a necessidade de empreender vem de um desejo de
realização pessoal nos negócios, onde o indivíduo tem a chance de assumir riscos variados e
tem sucesso económico devido a sua habilidade e não apenas a sua sorte.
O autor identificou dez principais comportamentos para as pessoas empreendedoras e
agrupou-os em três conjuntos:
I. Conjunto de realização:
1. Busca de oportunidade e iniciativa;
2. Persistência;
3. Comprometimento;
4. Qualidade e eficiência; e
5. Correr riscos calculados.
II. Conjunto de planeamento
6. Estabelecimento de metas objectivas;
7. Busca de informação;
8. Planeamento e monitoramento sistemáticos.
III. Conjunto de poder
9. Persuasão e rede contactos;
10. Independência e autoconfiança.

Entretanto, McClelland não definia empreendedores da maneira como é encontrado na


literatura actual. Para ele, um empreendedor é alguém que exerce controlo sobre uma
produção que não seja só para o seu consumo pessoal. O autor considera que um executivo
em uma grande unidade produtora de aço na ex-União Soviética é um empreendedor (Fillio n,
1999).
Algumas críticas foram feitas ao trabalho de McClelland. Alguns autores acham que a
necessidade de realização é insuficiente para explicar a criação de novos empreendimentos,
enquanto outros acham que ela não é o bastante para explicar o sucesso dos empreendedores.
Por outro lado, McClelland concentrava-se em gestores de grandes organizações e, apesar de
ser fortemente ligado ao campo do empreendedorismo, ele nunca fez uma ligação entre a
necessidade de auto-realização e a decisão de lançar, possuir e até mesmo gerir um negócio.
Adicionalmente, Gasse apud Fillion (1999) considerava que McClelland havia restringido a
sua pesquisa a certas sociedades o que para o autor era relevante porque a necessidade de
realização seria expressa de acordo com os valores predominantes em uma dada sociedade.
Consequentemente, se a necessidade de realização devia ser canalizada para o
empreendedorismo e criação de novos empreendedores, os valores sociais deviam
reconhecer e valorizar o sucesso nos negócios para assim conseguir atrair as pessoas com
alta necessidade de realização. Para o autor, a teoria de McClelland era inadequada uma vez
que não identificava as estruturas sociais que determinavam as escolhas de cada indivíduo.

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Após a apresentação do empreendedorismo na visão dos economistas – que olham para a


inovação e geração de riqueza, e na visão dos comportamentalistas – que se preocuparam
com as características dos empreendedores, apresenta-se agora a visão de algum gestores.

1.1.3. EMPREENDEDORISMO NA ABORDAGEM GERENCIAL


Para Stevenson (2001:7) “a capacidade empreendedora não é um conjunto de características
da personalidade nem uma função económica. É sim, um padrão coeso e mensurável de
comportamento gerencial”. O autor vê a capacidade empreendedora como uma abordagem a
administração que define como a “a exploração de oportunidades independentemente dos
recursos que se tem à mão” e apresenta seis dimensões críticas da prática dos negócios.
Define estas dimensões a partir de um conjunto de comportamentos onde numa extremidade
está o empreendedor, que confia na sua capacidade de capturar uma oportunidade
independentemente dos recursos disponíveis, e na outra o administrador, que da ênfase a
utilização eficaz dos recursos existentes (Tabela 1).
Tabela 1: As seis dimensões da capacidade empreendedora

Dimensão Empreendedor Administrador

Orientação estratégica A orientação Tende a procurar as


empreendedora enfatiza a oportunidades onde estão os
oportunidade seus recursos

Comprometimento com a Está disposto a agir em um Move-se lentamente


oportunidade horizonte de tempo muito
breve e buscar uma
oportunidade rapidamente

Comprometimento com os Comprometimento de Analisa cuidadosamente os


recursos recursos em múltip los recursos depois de tomada a
estágios com um decisão de agir
comprometimento mínimo
em cada estágio

Controle sobre os recursos O empreendedor é Aprende que há recursos


proficiente no uso de que nunca se deve possuir
habilidades, talentos e ideias ou empregar (recursos
dos outros temporários)

Estrutura administrativa A capacidade administra tiva Emprega ferramentas


deve ser essencial para o distintas do empreendedor
empreendedor

Filosofia de recompensas As empresas Frequentemente


empreendedoras tendem a relacionadas a promoção

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basear a remuneração no para níveis hierárquicos de


desempenho maior responsabilidade

Fonte: Adaptado com base em Stevenson (2001)

Stevenson destaca ainda que, quando se desenvolve uma teoria comportamental da


capacidade empreendedora, percebe-se que ela é diferente de uma função económica e vai
além de um conjunto de características pois o administrador empreendedor não deixa que os
seus próprios talentos iniciais limitem as suas opções. Na mesma linha de pensamento,
Drucker (1987) afirma que não se trata de aspectos psicológicos da personalidade
empreendedora, mas das atitudes e comportamentos que o empreendedor deve ter.
O autor apresenta o “espírito empreendedor” como uma prática e uma disciplina e, como tal,
pode ser apreendida e sistematizada. O aspecto da inovação também foi ressaltado:
O empreendedor vê a mudança como norma e como sendo sadia. Geralmente, ele
não provoca a mudança por si mesmo. Mas, e isto define o empreendedor e o
empreendedorismo, o empreendedor sempre está buscando a mudança, reage a ela
e a explora como sendo uma oportunidade (Drucker, 1987:36).
Desde o interesse demonstrado pelos economistas até hoje, o empreendedorismo suscita
atenção e várias contribuições são dadas por diversos autores (Tabela 2):
Tabela 2: Contribuição de alguns autores para o empreendedorismo

Ano Autor Contribuição

1961 McClelland Identifica três necessidades do empreendedor: poder, afiliação e


sucesso (sentir que se é reconhecido), e afirma que: “o
empreendedor manifesta necessidade de sucesso”.

1966 Rotter Identifica o locus de controlo interno e externo: “o empreendedor


manifesta locus de controlo interno”.

1970 Drucker O comportamento do empreendedor reflecte uma espécie de


desejo de uma pessoa colocar sua carreira e sua segurança
financeira na linha de frente e correr riscos em nome de uma ideia,
investindo muito tempo e capital em algo certo.

1973 Kirsner “Empresário é alguém que identifica e explora desequilíbr io s


existentes na economia e está atento ao aparecimento de
oportunidades”.

1982 Casson “O empreendedor toma constantemente decisões criteriosas e


coordena recursos escassos”.

1985 Sexton e Bowman “O empreendedor consegue ter uma grande tolerância a


ambiguidade”.

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1986 Bandura “O empreendedor procura a auto-eficácia: controle da acção


humana através de convicções que cada individua tem, para
prosseguir autonomamente na procura de influenciar a sua
envolvente para produzir os resultados desejados”.

2002 William Baumol “O empreendedor é a máquina de inovação do livre mercado”.

Fonte: Dantas (s.d.)


O empreendedorismo, enquanto os teóricos discutem os seus meandros, vai fazendo o seu
papel, alcançando desde projectos individuais até tarefas maiores, sendo um motor para a
geração de empregos e para o crescimento económico (Dantas, s. d.).

1.2. CONCEITO E TIPOS DE EMPREENDEDORISMO


A literatura apresenta uma vasta colecção de definições de empreendedorismo e
empreendedor. Dependendo dos objectivos do estudo ou da génese do pesquisador - se é
economista, administrador, sociólogo ou psicólogo – cada pesquisador baseado no seu campo
e área de actuação constitui o seu próprio conceito. A tabela a seguir apresenta algumas
definições encontradas na literatura:

Tabela 3: Algumas definições de empreendedorismo

Autor Definição

R. Hirsch (1985) É um processo de criação de algo diferente, com valor pela


dedicação do tempo necessário, assumindo o acompanhame nto
financeiro, psicológico e riscos sociais pelo empreendime nto,
recebendo pelo resultado recompensas monetárias e
gratificação pessoal.

V. Pati (1995) É a habilidade de criar e constituir algo a partir de muito pouco


ou quase nada.

Harvard Business É a identificação de novas oportunidades de negócio,


School independentemente dos recursos que se apresentam disponíve is
ao empreendedor.

Babson College É uma maneira holística de pensar e de agir, sempre com


obsessão por oportunidades, e balanceada por uma liderança.

Robert Menezes (2007) É a arte de fazer acontecer com motivação e criatividade

Dornelas (2005) É o envolvimento de pessoas e processos que, em conjunto,


levam a transformação de ideias em oportunidades. E a perfeita

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implementação destas oportunidades leva a criação de negócios


de sucesso.

Fonte: Elaborado pelo autor com base na bibliografia consultada

Em todas as definições acima, encontramos aspectos comuns ligados a criatividade, inovação


ou capacidade de assumir riscos. Na verdade, o conceito de empreendedorismo é muito
amplo e pode ser visto de diversas perspectivas. De acordo com Wennekeres, Thurik e Buis
(1997), empreendedorismo é um conceito mal definido ou, na melhor das hipóteses, um
conceito multidimensional. Para Mamede (s.d.:4) os autores apresentam uma definição que
engloba os principais aspectos que historicamente estão ligados ao a activid ade
empreendedora a saber: risco, incerteza, inovação, percepção, processo decisório e mudança.
Para eles o empreendedorismo: “compreende a habilidade e o interesse de indivíduos, quer
independentemente ou dentro de organizações, no sentido de:
 Identificar e criar novas oportunidades de negócios (novos produtos, novos meios
de produção, novas estruturas organizacionais, e novas combinações de
produtos/mercados;
 Introduzir tais ideias no mercado, mesmo diante de incertezas, riscos e de outros
obstáculos, através de decisões referentes a localização, forma e utilização de
recursos diversos e instituições;
 Competir com outros por uma parcela de participação no mercado”.
Outro conceito que enquadra as diversas perspectivas do empreendedorismo pode ser
encontrado na definição proposta pela Comissão Europeia (1998:24):
“Um processo dinâmico a partir do qual indivíduos identificam sistematicamente
oportunidades económicas, e respondem, desenvolvendo, produzindo e vendendo
bens e serviços. Este processo requer qualidades, como a autoconfiança, capacidade
para assumir riscos e sentido de envolvimento pessoal”.
Através das definições acima percebe-se que pode haver empreendedorismo sem a criação
de uma nova empresa. Ele se aplica em empresas pequenas e independentes até grandes
corporações.
Para Mamede (s.d.) quando se pretende utilizar empreendedorismo como instrumento de
desenvolvimento, todos eles são importantes. Desde que actuem de maneira ética e em
actividades lícitas, não importa “quem” é o agente empreendedor, mas “como” ou “até que
ponto” suas acções resultam em benefícios sociais.
Tal como as definições de empreendedorismo diferem de abordagem para a abordagem, a
maneira como se classifica também difere. Apresenta-se a seguir as classificações mais
comuns encontradas na literatura. Segundo Falcão (2008) apud Dantas (s.d.) temos:
 Empreendedorismo por necessidade: quando as pessoas não têm liberdade, entendida
como capacidades mínimas de inserção na economia, e passam a viver em condições pré-
capitalistas, praticando actividades de subsistência, o escambo ou a pirataria;
 Empreendedorismo por vocação: é quando há liberdade de acesso as oportunidades do
mercado. Quer dizer, é quando o acesso a oportunidades desenvolve o instinto

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empreendedor das pessoas, ou seja a especialidade em saber identificar possibilidades e


calcular os riscos do negócio;
 Empreendedorismo inercial: quando o ambiente institucional é frágil e as empresas
prosperam com base nas relações interpessoais de seus dirigentes. São, em geral, os
negócios que passam de pai para filho independentemente da capacidade empresarial.
Nesse caso, o ambiente legal cria estruturas tributárias que viabilizam o sucesso do
empreendimento, mesmo quando não existe um espírito empreendedor, mas sim uma boa
alma do negócio que favorece o empreendimento;
 Empreendedorismo pelo conhecimento: esta é forma de empreender do futuro.
Somente o conhecimento une o espírito do empreendedor à alma do negócio.

Outra abordagem classifica o empreendedorismo em três grandes grupos:


A. Emprendedoris mo Start-up
O empreendedorismo start-up corresponde a definição clássica que associa este processo a
criação de novas empresas. Nele, o empreendedor vê uma oportunidade no mercado, uma
necessidade não satisfeita e cria uma empresa para atender e satisfazer tal necessidade
assumindo riscos e enfrentando desafios ligados a competitividade do negócio, a busca de
diferenciais competitivos, de vencer a concorrência, conquistar cliente e alcançar a
lucratividade e a produtividade necessárias a manutenção do empreendimento.
Nos últimos anos, houve uma extensão do conceito de empreendedorismo, aplicado a outras
áreas sem, no entanto, haver perda conceitual. Surgiram assim, dois “novos” tipos de
empreendedorismo.

B. Empreendedorismo Corporativo
As organizações vivem um momento de alta competitividade e de grande turbulência no
mercado. Os desafios causados pela globalização e a crescente velocidade das mudanças e
inovações tecnológicas, obrigam as empresas modernas a identificarem e aproveitarem o
potencial empreendedor dos seus funcionários. Surge assim o empreendedoris mo
corporativo, também conhecido como empreendedorismo interno ou
intraempreendedorismo.
Sharma e Chirsman apud Dess (2003:352) definem empreendedorismo corporativo como “o
processo pelo qual um indivíduo ou grupos de indivíduos, associados a uma organização
existente, criam uma nova organização ou instigam a renovação ou inovação dentro daquela
organização.”
Covin e Miles apud Dess et al (2003) definem quatro tipos de empreendedoris mo
corporativo:
 Renovação estratégica: alteração das estratégias da organização para o alinhamento com
o ambiente externo e, desta forma, aproveitar melhor a exploração de novos produtos e
mercados;
 Redefinição de domínio: ocorre quando a empresa procura criar um novo mercado para
um novo produto;

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 Rejuvenescimento organizacional: a empresa procura inovar com o objectivo de


melhorar processos, rotinas administrativas e politicas operacionais;
 Regeneração sustentada: quando a organização desenvolve novas culturas, processos e
estruturas pretendendo suportar e encorajar inovações de produtos ou processos.
As organizações podem implementar uma ou todas estas modalidades simultaneamente. O
evento que gera o processo empreendedor na organização é determinado pelas oportunidades,
recursos e valores praticados internamente (Dess et al, 2003; Dornelas, 2003).
Em termos conceituais, as etapas do empreendedorismo corporativo não diferem muito do
empreendedorismo de start-up. Na prática, as regras e as condições ambientais são bem
diferentes. Os factores fundamentais no processo corporativo são: a oportunidade, os
recursos que a organização dispõe e que serão alocados para a exploração da oportunidade
identificada; e as pessoas, a equipe que colocara tudo isso em prática ou seja, os
empreendedores corporativos (Batista, s.d.).
O empreendedorismo de start-up e o corporativo apresentam semelhanças e diferenças
(Gonzatto, 2010):
Semelhanças:
 Envolvem o reconhecimento, a avaliação e a exploração de uma oportunidade;
 Requerem um conceito único, com diferencial, que leve a criação de novos produtos,
serviços, processos ou negócios;
 Dependem de um indivíduo empreendedor, o líder, que formará uma equipe que o ajudará
a implementar esse conceito;
 Requerem que o empreendedor esteja apto a balancear visão com habilidades gerenciais,
paixão com pragmatismo e proactividade com paciência;
 O empreendedor encontrará resistências e obstáculos e precisará ser perseverante,
necessitando ainda de habilidade de encontrar soluções inovadoras para os problemas;
 Envolvem riscos que requerem estratégias de gestão desses riscos;
 Requerem do empreendedor estratégias criativas para identificar e buscar recursos;
 Requerem do empreendedor a definição de estratégias de colheita ou seja, como e quando
o negócio retornará os investimentos realizados.
Diferenças:
No empreendedorismo de Start up temos:
 Criação de riqueza;
 Busca de investimento junto a fontes externas;
 Criação de estratégias e culturas organizacionais;
 Não há regras;
 Horizonte de curto prazo;
 Passos rápidos.
No empreendedorismo Corporativo temos:
 Construção de melhor imagem da marca;
 Busca de recursos internos ou realocação dos existentes;

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 Trabalho dentro de uma cultura existente e a oportunidade deve estar coerente com a
estratégia da organização;
 Regras claras;
 Horizonte de médio/longo prazo;
 Burocracia.

C. Empreendedorismo Social
Drucker (1987) afirma que iniciar um novo negócio não é necessário ou suficiente para o
empreendedorismo e que este nem sempre tem fins lucrativos. Por essa razão, nos últimos
tempos assiste-se, nas organizações sem fins lucrativos, ao uso das ferramentas gerenciais
associadas ao empreendedorismo, o que possibilitou ao surgimento de uma nova área nesta
área de conhecimento: “o empreendedorismo social”.
O empreendedorismo social, se refere aos trabalhos realizados pelo empreendedor social,
pessoa que reconhece problemas sociais e tenta utilizar ferramentas empreendedoras para
resolvê-los. De maneira mais ampla, o termo se refere a qualquer iniciativa empreendedora
feita com o objectivo de avançar causas sociais e ambientais. Difere do empreendedorismo
tradicional pois tenta maximizar os retornos sociais ao invés de maximizar o lucro
(Wikipedia).
As características do empreendedorismo social são (Batista, s.d.):
 Cooperatividade;
 A produção esta voltada para as necessidades do povo e da nação;
 Predomínio das relações da solidariedade;
 Foco no desenvolvimento integral dos potenciais materiais e espirituais do ser
humano e da humanidade;
 Promoção de parcerias com organizações sociais, em especial aquelas representativas
dos sectores sociais mais oprimidos e com governos locais;
 Actua na dimensão indivíduo – grupo – coletividade – comunidade – sociedade; e
 Os membros da sociedade são os principais agentes ou sujeitos do desenvolvimento.
De acordo com Batista (s.d.) o empreendedorismo social difere do empreendedoris mo
tradicional em dois aspectos: não produz bens e serviços para vender, mas para solucionar
problemas sociais, e não é direcionado para mercados, mas para segmentos populacionais em
situações de risco de social (exclusão social, pobreza, miséria, risco de vida).
No empreendedorismo social, o foco é nos problemas sociais, e o objectivo a ser alcançado
é a solução a curto, médio e longo prazo destas questões. O objectivo final é retirar as pessoas
da situação de risco social e, na medida do possível, desenvolver-lhes as capacidades e
aptidões naturais, buscando propiciar-lhes plena inclusão social. A comunidade é ao mesmo
tempo, protagonista e beneficiária dessas acções, em especial as comunidades menos
privilegiadas (Batista, s.d.).
No empreendedorismo social, o caminho é da cooperatividade em vez da competitividade,
da eficiência sistêmica em vez de eficiência apenas individual, do ‘um por todos, todos por

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um’ em vez do ‘cada um por si e Deus só por mim’ (Batista, s.d.). Embora os cursos sobre
empreendedorismo estejam voltados para o empreendedorismo de negócios, é importante
que o estudante saiba que não precisa criar uma nova empresa, nem buscar lucro para ser
empreendedor.
A tabela a seguir mostra as principais diferenças entre o empreendedorismo social e o de
negócios (de Start up e o corporativo)

Tabela 4. Diferenças entre empreendedorismo social e o de negócios.

Empreendedorismo de negócios Empreendedorismo social

É individual É colectivo e integrado

Produz bens e serviços para o mercado Produz bens e serviços para a comunidade,
local e global

Tem foco no mercado Tem foco na busca de soluções para os


problemas sociais e necessidades da
comunidade

Sua medida de desempenho é o lucro Sua medida de desempenho são o impacto e


a transformação social

Visa satisfazer as necessidades dos clientes Visa resgatar pessoas da situação de risco
e ampliar as potencialidades do negócio social e a promove-las, e a gerar capital
social, emancipação e inclusão social

Fonte: Odara (s.d.)

1.3. IMPORTÂNCIA, VANTAGENS E DESVANTAGENS DO


EMPREENDEDORISMO
Os teóricos da economia desde os tempos de Adam Smith até os nossos dias, explicaram o
desenvolvimento das nações como resultado de três variáveis: Terra, Trabalho e Capital.
Hoje em dia ficou claro que existem outras duas variáveis e que em certa medida podem ser
consideradas mais importantes que as outras três: a Tecnologia e o Empreendedorismo. A
este respeito, Jeffry Timmons afirma que o empreendedorismo é uma revolução silenc iosa
que será para o século XXI mais do que a Revolução Industrial foi para o século XX. Na
mesma linha de pensamento o professor Pedro Nueno afirma que “não há dúvida de que se
o cinema foi um dia considerado como a sétima arte, no século XXI podemos falar de uma
oitava arte, a arte de criar empresas.
O Green Paper da Comissão Europeia (2003) aponta como razões para considerar o
empreendedorismo importante, o seu contributo para:
 A criação de empregos;

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 O crescimento económico;
 Melhorar a competividade;
 Aproveitar o potencial dos indivíduos;
 Explorar os interesses da sociedade (protecção do ambiente, produção de serviços de
saúde, de serviços de educação e de segurança social).
Henrekson (2002) e Coulter (2003) afirmam que o empreendedorismo é importante por três
razões principais: criação de emprego, a inovação e a criação de riqueza. Reynolds, Storey e
Westhead (1994) acrescentam uma quarta: a constituição da própria empresa representa uma
importante escolha de carreira que afecta a vida de milhões de pessoas no mundo inteiro.
Analisando os trabalhos publicados, é possível sintetizar quatro razoes principais para
justificar a importância do empreendedorismo:
a) A criação de emprego, incluindo o auto-emprego: Reynolds, Storey e Westhead (1994)
estimam que, tanto na Suécia como nos EUA, cerca de metade dos empregos criados ao
longo dum período de seis anos se deveram as pequenas e médias empresas criadas no
mesmo período. Também nos EUA, as pequenas empresas recém-criadas são
responsáveis pela criação de ¾ dos novos empregos (Henderson, 2002). Timmons e
Bygrave (1986) afirmam que as pequenas empresas de base tecnológica são fonte duma
criação de emprego superior ao seu peso na economia. Arend (1999) referindo-se a dados
estatísticos dos EUA, atesta que na década de 80 as pequenas empresas criaram cerca de
20 milhões de empregos enquanto as grandes contribuíram para o desemprego com fortes
downsizing;
b) A importância das jovens empresas para a inovação: Reynolds (1994) atesta a
importância das novas empresas para a inovação da economia não apenas pela quantidade
de patentes registadas a favor destas mas também pelos desafios que colocam às empresas
já instaladas. De acordo com Drucker (1998), para as empresas jovens, a inovação é o
motor de desenvolvimento e a procura sistemática da inovação faz parte central do
próprio conceito de empreendedorismo;
c) A contribuição da criação de empresas para a criação de riqueza e para o
desenvolvimento da economia e da sociedade: Reynolds, Storey e Westhead (1994)
defendem que a criação de empresas acompanha quase sempre o crescimento económico,
enquanto Carter, Gartner e Shaver (2003) afirmam que a criação de novos negócios
independentes explica entre um quarto e um terço da variação no crescimento económico
em muitos países industrializados. A mesma visão tem Henderson (2002) ao afirmar que
ao nível das nações, aquelas que têm mais actividade empreendedora, têm também um
crescimento do PIB mais elevado e que o empreendedorismo explica um terço da
diferença de crescimento entre países. Audretsch (2003) conclui que o
empreendedorismo é a fonte do crescimento económico nas economias modernas pois é
ele que permite aproveitar os avanços no conhecimento;
d) A opção de carreira para uma parte significativa da força de trabalho: Henderson
(2002) refere que os norte-americanos que trabalham por conta própria ganham um terço
mais do que os assalariados e que os empreendedores que criaram uma empresa ganham
ainda muito mais. De acordo com Reynolds et al (2001) dos 2,4 mil milhões de habitantes
em idade activa (18-64) nos 40 países analisados, quase 300 milhões de pessoas estavam

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envolvidas no processo de criação duma nova empresa, ou seja, 190 milhões de novas
empresas a serem criadas naquele ano. Isto representa uma estimativa de 300 milhões de
empreendedores, naqueles 40 países em 2003.
As vantagens do empreendedorismo podem ser divididas em vantagens para a sociedade em
geral e vantagens para o empreendedor.
Vantagens para a sociedade em geral (Dantas, s.d.):
 Geração de renda e aumento do crescimento económico;
 Competição saudável, que estimula a criação de produtos de maior qualidade;
 Mais bens e serviços disponíveis;
 Desenvolvimento de novos mercados;
 Promoção do uso de tecnologia moderna em pequena escala;
 Fabricação para estimular o aumento de produtividade;
 Encorajamento de mais pesquisas e estudos e desenvolvimento de máquinas e
equipamentos modernos para consumo domestico;
 Desenvolvimento de qualidades e atitudes empreendedoras entre potenciais
empreendedores, que podem contribuir para mudanças significativas em áreas distantes;
 Liberdade em relação à dependência de empregos oferecidos por outros;
 Redução da economia informal;
 Emigração de talentos pode ser impedida por um melhor clima de empreedoris mo
doméstico.
Vantagens para o empreendedor:
 Satisfação pessoal por ser seu próprio patrão;
 Oportunidade de ganhar riqueza ou aumentar o seu rendimento;
 Prestigio para o empreendedor e sua família;
 Oportunidade de usar suas energias para introduzir novas ideias;
 Oportunidade de ajudar os menos afortunados através da criação de empregos ou de
projectos de desenvolvimento da comunidade; e
 Liberdade e flexibilidade nos horários de trabalho.
Entretanto, no universo do empreendedorismo nem tudo são vantagens e benefícios.
Zimmerer e Scarborough (1998) apresentam alguns inconvenientes com os quais o
empreendedor pode se deparar:
 Rendimento incerto: ser dono de um negócio não garante ao empreendedor que vá obter
rendimentos volumosos para viver. Alguns negócios rendem tão pouco que muitas vezes
servem somente para manter o negócio aberto por algum tempo. Ao contrário do
rendimento mensal de um empregado de outrem, que é na maioria das vezes fixo, no
negócio próprio este pode variar (e muito) tanto positiva como negativamente;
 Risco de perder o investimento inteiro: de acordo com Zimmerer e Scarborough
(1998), a taxa de mortalidade de pequenas e médias empresas é relativamente alta. Os
autores afirmam que 24% dos novos negócios vão a falência nos primeiro s dois anos,
51% morrem em quatro anos e em seis anos, 63% dos novos negócios terão fechado as
portas. Estudos mostram que quando uma empresa cria um emprego nos seus primeiros

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anos, a probabilidade de esta ir a falência após seis anos situa-se em 35%. O


empreendedor deve estar ciente destas possibilidades e precaver-se;
 Muitas horas e muito trabalho: com a criação de uma empresa, o empreendedor perde
muitas horas de trabalho. Grande parte dos donos de novos negócios trabalham mais que
60 horas por semana, e um quarto mais que 70 horas (Idem, 1998);
 Baixa qualidade de vida até o negócio se estabelecer: as longas horas de trabalho e
excesso de trabalho acabam tendo reflexo na vida pessoal do empreendedor. Os papéis
de pai, marido, esposas, filhos, pais, irmãos são postos de lado o que não é bom do ponto
de vista social;
 Altos níveis de stress: criar e gerir uma empresa pode ser muito gratificante tanto em
termos profissionais como monetários entretanto, o stress é algo que acompanha esta
gratificação. A opção de criar uma empresa abandonando um eventual emprego, trás
consigo a perda de um salário fixo e certo no final do mês o que acrescido ao facto de
terem investido tudo ou quase tudo no negócio pode provocar muitas noites de insónia.
É que o empreendedor saber que se as coisas não derem certo e houver falência, a ruína
será total. Esta situação faz com que ele trabalhe sob imenso stress e ansiedade;
 Responsabilidade completa: geralmente os empreendedores estão no topo da hierarquia
da empresa e quando não se tem conhecimento suficiente e não existe alguém a quem
perguntar, a pressão sobre rapidamente. O sucesso e o fracasso do negócio são resultado
directo das acções e decisões do empreendedor e saber isso pode ter um efeito devastador
nas pessoas.
De acordo com Dantas (s.d), os livros e artigos sobre o empreendedorismo costumam
apresentá-lo como a solução para todos os males sendo raro encontrar documentos que
discutam também as suas desvantagens. Para o autor, é preciso olhar para as vantagens
apontadas nos livros com um olhar crítico pois a forma como são apresentadas leva a um
forte viés de percepção. No seu artigo, o autor chama atenção a algumas vantagens que são
apresentadas como verdades absolutas mas que não realidade não são:
 O empreendedorismo gera enorme ganho financeiro pessoal: ganhos finance iros
pessoais só serão obtidos se o empreendedor for uma pessoa preparada e ciente de suas
reais capacidades e limitações. O que se vê no mercado são empreendedores que têm uma
grande capacidade de erguer empresas, mas que são muito limitados ao geri-las. O
resultado são empresas que abrem e crescem rapidamente, mas que morrem também
muito rápido porque não são bem geridas;
 Capacidade de gerar auto-emprego, oferecendo mais trabalho e flexibilidade para
a força do trabalho: o auto-emprego nem sempre garante mais satisfação no trabalho e
flexibilidade para a força de trabalho. São notórios os casos de micro e pequenas
empresas que apresentam grande rotatividade de pessoal por insatisfação. As pessoas que
nela trabalham o fazem por falta de uma oportunidade melhor que quando aparece elas
não pensam duas vezes em mudar de empresa;
 O empreendedorismo gera empregabilidade para outros, em geral em trabalhos
melhores: o facto de o empreendedorismo gerar empregabilidade é inquestionável mas
afirmar-se que gere empregos melhores é uma falácia. Na maioria das vezes, o que se
assiste é a geração de sub-empregos, com alta rotatividade;

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 Desenvolvimento de mais indústrias, especialmente em áreas rurais ou regiões em


desvantagem causada por mudanças económicas: esta vantagem só se sustenta em
situações de certa estabilidade. Se houver uma radical mudança económica e as empresas
não adequarem rapidamente, o que não costuma acontecer nas empresas empreendedoras,
por causa do deficiente planeamento, estas não se mantêm e tendem ao fracasso.
De acordo com Dantas (s.d.) há casos de sucessos, e esses são mostrados constantemente em
programas de televisão, revistas e em estudos de caso apresentados em congressos e
seminários sobre empreendedorismo. No entanto, há inúmeros casos de fracassos que
povoam a realidade das pequenas e microempresas que ninguém mostra. Para o autor, os
fracassos não são culpa do empreendedor, mas das entidades e consultores que os orientam,
que vendem uma imagem irreal do empreendedorismo.
As faculdades e universidades que estimulam o empreendedorismo tendem a não estimular
o conhecimento teórico aprofundado. Os cursos passam a ideia do empreendedorismo de
forma superficial, como se para ser empreendedor não se necessitasse conhecer
profundamente as teorias de gestão. Os empreendedores não querem aprender filoso fia,
metodologia científica, estatística, matemática, psicologia ou mesmo as teorias relacionadas
com a gestão como planeamento estratégico, marketing ou recursos humanos. Alguém
colocou nas suas cabeças que o que vale é a prática e só a prática. O resultado disso é um
mercado formado por pessoas iludidas, e que apresentam um percepção pouco condizente
com a realidade da vida empresarial. É preciso aprender a voar com os pés no chão (Dantas,
s.d.).

1.4. EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO


O empreendedorismo e a inovação andam de mãos dadas, são como irmãos gémeos, parecem
iguais, mas na verdade são diferentes. Drucker (2008) considera que nem todos os negócios
novos são empreendedores sendo que os negócios empreendedores são aqueles que tem como
principal fundamento inovar algum produto ou serviço. O autor distingue negócio novo do
negócio empreendedor pelo seguinte exemplo:
Tabela 5: Distinção entre negócio novo e negócio empreendedor

Caso A Caso B

O casal que abre mais uma A McDonald’s também não inventou nada, pois o
confeitaria ou restaurante de seu produto final já vinha sendo produzido por
comida mexicana no subúrbio restaurantes americanos a anos. Entretanto, ao
americano criam um negócio novo. padronizar o seu produto, desenhar processos e
Eles não são empreendedores pois equipamentos, treinar o seu pessoal na análise de
tudo o que fazem já foi feito muitas trabalho a ser feito e estabelecer padrões de
vezes antes, eles não criaram uma qualidade, ela criou um novo mercado. A isto
nova satisfação para o consumidor, chama-se empreendedorismo.
nem uma nova demanda para este.

Fonte: Drucker (2008)

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“A inovação é o instrumento específico dos empreendedores, o meio pelo qual eles exploram
a mudança como uma oportunidade para um negócio ou um serviço diferente” (Drucker,
2008:25).

CAPÍTULO II – O EMPREENDEDOR
As profundas transformações que o século XX assistiu, fazem com que a cada dia que passa
mais e mais pessoas se convençam de que o capital humano é um dos principais factores do
desenvolvimento. Invenções como o aparelho televisor, o computador e a Internet chamaram
a atenção das sociedades para certos indivíduos – os empreendedores.
Homens que por causa do seu desejo, sonho e visão ousaram olhar para as coisas de maneira
diferente e se mobilizaram para adquirir os conhecimentos necessários, capazes de permitir
a materialização do desejo, realização do sonho e viabilização da visão. Com a sua visão, os
empreendedores criam novas relações de trabalho, novos empregos, quebram antigos
paradigmas e geram riqueza para a sociedade. É sobre eles que trata este capítulo.

2.1 BREVE PERSPECTIVA HISTÓRICA


A palavra empreendedor (entrepeneur) surgiu na França por volta dos séculos XVII e XVIII,
com o objectivo de designar aquelas pessoas ousadas que estimulavam o progresso
económico, mediante novas e melhores maneiras de agir.

Primeiro uso do termo


O primeiro uso do termo é creditado a Marco Polo que tentou estabelecer uma rota comercial
para o oriente. Como empreendedor, assinou um contrato com um homem que possuía
dinheiro (hoje conhecido como capitalista) para vender as mercadorias deste. Enquanto o
capitalista assumia o risco de forma passiva, o empreendedor assumia papel activo, correndo
todos os riscos físicos e emocionais.
Idade média
Na idade média, o termo empreendedor foi utilizado para definir aquele que geria grandes
projectos de produção. Esse individuo não assumia riscos, apenas geria projectos com
recursos disponibilizados pelo governo.
Século XVII
Nesta época, começa a haver uma ligação entre assumir riscos e empreendedorismo. Aqui, o
empreendedor assinava um contrato com o governo para prestar algum serviço ou fornecer
algum produto. Como nestes contratos os preços eram pré-fixados, qualquer lucro ou prejuízo
que viesse a ocorrer era da inteira responsabilidade do empreendedor. Neste período, Richard
Cantillon diferenciou o empreendedor (que assumia os riscos) do capitalista (que fornecia o
capital necessário).
Século XVIII
Neste período o capitalista e o empreendedor foram finalmente diferenciados devido
principalmente ao início da industrialização que ocorria no mundo. As pesquisas de Thomas

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Edison (electricidade e química) só foram possíveis com o financiamento de investidores que


suportavam as experiências.
Século XIX e XX
Neste período, os empreendedores foram confundidos com os gestores ou administrado res
(algo que acontece até hoje e que mais a frente será tratado), sendo analisados como aqueles
que planeiam, organizam, dirigem e controlam as acções desenvolvidas na organização, a
serviço do capitalista.

2.2 CONCEITO E TIPOS DE EMPREENDEDOR


O termo “empreendedor” tem várias definições e é um conceito que não reúne consenso. De
acordo com a sua área de actuação, cada autor tem a sua definição e por isso a literatura é
rica no que toca a este aspecto. A tabela a seguir mostra algumas definições de
empreendedorismo encontradas nos livros:

Autor Definição

Hélio Nascimento Empreendedor é aquele que é capaz de formar outro profissio na l


melhor que ele.

Marcelo Benvenuto Empreendedor é aquele que detecta uma oportunidade e cria um


negócio para capitalizar sobre ela, assumindo riscos calculados.

Jeffry Timmons Empreendedor é alguém capaz de identificar, agarrar e aproveitar


oportunidades, buscando e gerindo recursos para transformar a
oportunidade em negócio de sucesso.

Louis Jacques Empreendedor é uma pessoa que imagina, desenvolve e realiza


Fillion visões.

Robert Menezes Ser empreendedor é criar ambientes mentais criativos,


transformando sonhos em riqueza.

Idalberto O empreendedor é a pessoa que inicia e/ou opera um negócio para


Chiavenato realizar uma ideia ou projecto pessoal, assumindo os riscos e
responsabilidade e inovando continuamente.

José Dornelas O empreendedor é aquele que faz as coisas acontecerem, se antecipa


aos factos e tem uma visão futura da organização.

Fonte: Elaborado pelo autor com base na bibliografia consultada

Para além das definições, várias outras são encontradas nos livros e artigos sobre o
empreendedorismo. Entretanto, de acordo com Dornelas (2005) uma das mais antigas e que
talvez melhor reflicta o espírito empreendedor é a Joseph Schumpeter (1949):

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“O empreendedor é aquele que destrói a ordem económica existente pela introdução de


novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela exploração
de novos recursos materiais”.
Independentemente da abordagem do autor e da definição que apresenta, todos os autores são
unânimes em afirmar que o empreendedor é alguém diferente; uma pessoa que busca
oportunidades, emprega os recursos disponíveis, assume riscos calculados e inova. Em suma,
é alguém que consegue descobrir desejos reais e as necessidades (reais e/ou potenciais) num
determinado mercado, e procura transformá- los em oportunidades de negócio.
Existem várias abordagens sobre os tipos de empreendedores. Russel M. Knight citado por
Lirio (2008) afirma que nem todo empreendedor busca um novo objectivo em sua vida,
existem pessoas que entram em negócios para escapar de algum factor ambiental. Tais
factores encorajam ou impulsionam as pessoas a iniciar novos negócios e rotulou tais
empreendedores de refugiados. Segundo este autor, existem os seguintes tipos de refugiados :
 Refugiado estrangeiro;
 Refugiado corporativo;
 Refugiado dos pais;
 Refugiada feminista;
 Refugiado social;
 Refugiado educacional.

Norman R. Smith citado por Lirio (2008) acredita que o estilo de fazer negócios dos
empreendedores segue um continuun e apresenta os seguintes tipos de empreendedores:
 Empreendedor artesão: a pessoa que é detentora de uma técnica e que, fazendo uso
dessa técnica, cria o seu próprio negócio/ofício independente;
 Empreendedor tecnológico: a pessoa promotora do desenvolvimento ou da
comercialização de um novo processo ou de um novo produto, que materializa a sua
inovação num novo negócio, com o objectivo de gerar lucros;
 Empreendedor oportunista: a pessoa que centra a sua atenção na dinamização de
actividade económica, criando, comprando ou contribuindo para o crescimento de
empresas, em resposta a oportunidades de negócio identificadas;
 Empreendedor “estilo de vida”: a pessoa detentora de um espírito independente, que
inicia uma actividade empresarial para satisfazer as suas ambições de independência e o
seu estilo de vida.Algumas empresas de recursos humanos definiram 5 tipos de
empreendedores:
 Empreendedores-Gerentes: pessoas que se divertem em dirigir a operação dos
negócios e em fazer a coisa toda funcionar da melhor maneira possível;
 Empreendedores-Heróis: pessoas que colocam os interesses dos clientes em primeiro
lugar e se divertem resolvendo os problemas mais difíceis;
 Empreendedores-Vendedores: pessoas que se divertem fechando vendas, se
relacionando com novas pessoas e fechando acordos;

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 Empreendedores-Artistas: pessoas que tem paixão por criar produtos ao invés de dirigir
os negócios;
 Empreendedores-Independentes: pessoas que se divertem ao assumir riscos nos
negócios;

Dornelas (2005) apresenta os seguintes tipos de empreendedores:


 Empreendedor Nato: geralmente são os mais conhecidos e aclamados. Suas histórias
são brilhantes e, muitas vezes, começam do nada e criam grandes impérios. Começam a
trabalhar muito jovens e adquirem habilidade de negociação e de vendas. São visionár ios,
optimistas, estão à frente do seu tempo e comprometem-se 100% para realizar seus
sonhos. Suas referências e exemplos a seguir são os valores familiares e religiosos, e eles
mesmos acabam por se tornar uma grande referência. Se você perguntar a um
empreendedor nato quem ele admira será comum lembrar-se da figura paterno-materna
ou algum familiar mais próximo;
 Empreendedor que aprende (inesperado): este tipo de empreendedor tem sido muito
comum. É normalmente uma pessoa que, quando menos esperava, se deparou com uma
oportunidade de negócio e tomou a decisão de mudar o que fazia na vida para se dedicar
ao negócio próprio.
É uma pessoa que nunca pensou em ser empreendedor, que antes de se tornar um via a
alternativa de carreira em grandes empresas como a única possível. O momento de
disparo ou de tomada de decisão ocorre quando alguém o convida para fazer parte de uma
sociedade ou ainda quando ele próprio percebe que pode criar um negócio próprio.
Geralmente demora um pouco para tomar a decisão de mudar de carreira, a não ser que
esteja em situação de perder o emprego ou já tenha sido demitido. Antes de se tornar
empreendedor, acreditava que não gostava de assumir riscos. Tem de aprender a lidar
com as novas situações e se envolver em todas as actividades de um negócio próprio.
 Empreendedor Serial (Cria Novos Negócios): é aquele apaixonado não apenas pelas
empresas que cria, mas principalmente pelo acto de empreender. É uma pessoa que não
se contenta em criar um negócio e ficar à frente dele até que se torne uma grande
corporação. Como geralmente é uma pessoa dinâmica, prefere os desafios e a adrenalina
envolvidos na criação de algo novo a assumir uma postura de executivo que lidera
grandes equipes. Normalmente está atento a tudo o que ocorre ao seu redor e adora
conversar com as pessoas, participar de eventos, associações, fazer networking.
Geralmente tem uma habilidade incrível de montar equipes, motivar o time, captar
recursos para o início do negócio e colocar a empresa em funcionamento. Sua habilidade
maior é acreditar nas oportunidades e não descansar enquanto não as vir implementadas.
Ao concluir um desafio, precisa de outros para se manter motivado. Às vezes se envolve
em vários negócios ao mesmo tempo e não é incomum ter várias histórias de fracasso.
Mas estas servem de estímulo para a superação do próximo desafio.
 Empreendedor Corporativo: o empreendedor corporativo tem ficado mais em
evidência nos últimos anos, devido à necessidade das grandes organizações de se renovar,
inovar e criar novos negócios. São geralmente executivos muito competentes, com

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capacidade gerencial e conhecimento de ferramentas administrativas. Trabalham de olho


nos resultados para crescer no mundo corporativo. Assumem riscos e tem o desafio de
lidar com a falta de autonomia, já que nunca terão o caminho 100% livre para agir. São
hábeis comunicadores e vendedores de suas idéias. Desenvolvem seu networking dentro
e fora da organização. Convencem as pessoas a fazerem parte de seu time, mas sabem
reconhecer o empenho da equipe. Sabem se autopromover e são ambiciosos. Não se
contentam em ganhar o que ganham e adoram planos com metas ousadas e recompensas
variáveis. Se saírem da corporação para criar o próprio negócio pode ter problemas no
inicio, já que estão acostumados com as regalias e o acesso a recursos do mundo
corporativo.
 Empreendedor Social: o empreendedor social tem como missão de vida construir um
mundo melhor para as pessoas. Envolve-se em causas humanitárias com
comprometimento singular. Tem um desejo imenso de mudar o mundo criando
oportunidades para aqueles que não têm acesso a elas. Suas características são similares
às dos demais empreendedores, mas a diferença é que se realizam vendo seus projetos
trazerem resultados para os outros e não para si próprios. De todo os tipos de
empreendedores é o único que não busca desenvolver um patrimônio financeiro, ou seja,
não tem como um de seus objectivos ganhar dinheiro. Prefere compartilhar seus recursos
e contribuir para o desenvolvimento das pessoas.
 Empreendedor por Necessidade: o empreendedor por necessidade cria o próprio
negócio porque não tem alternativa. Geralmente não tem acesso ao mercado de trabalho
ou foi demitido. Não resta outra opção a não ser trabalhar por conta própria. Geralmente
se envolve em negócio informal, desenvolvendo tarefas simples, prestando serviços e
conseguindo como resultado pouco retorno financeiro. É um grande problema social para
os países em desenvolvimento, pois apesar de ter iniciativa, trabalhar arduamente e
buscar de todas as formas a sua sobrevivência e a dos seus familiares, não contribui para
o desenvolvimento econômico. Na verdade, os empreendedores por necessidade são
vítimas do modelo capitalista actual, pois não tem acesso a recursos, à educação e às
mínimas condições para empreender de maneira estruturada. Suas iniciativas
empreendedoras são simples, pouco inovadoras, geralmente não contribuem com
impostos e outras taxas.
 Empreendedor Herdeiro (Sucessão Familiar): o empreendedor herdeiro recebe logo
cedo à missão de levar à frente o legado de sua família. Empresas familiares fazem parte
da estrutura empresarial de todos os paises, e muitos impérios foram construídos nos
últimos anos por famílias empreendedoras, que mostraram habilidade de passar o bastão
a cada nova geração. O desafio do empreendedor herdeiro é multiplicar o patrimônio
recebido. Isso tem sido cada vez mais difícil. O empreendedor herdeiro aprende a arte de
empreender com exemplos da família, e geralmente segue seus passos. Muitos começam
bem cedo a entender como o negócio funciona e a assumir responsabilidade na
organização, e acabam por assumir cargos de direção ainda jovens. Alguns têm senso de
independência e desejo de inovar, de mudar as regras do jogo. Outros são conservadores
e preferem não mexer no que tem dado certo. Esses extremos, na verdade, mostram que
existem variações no perfil do empreendedor herdeiro. Mais recentemente, os próprios
herdeiros e suas famílias, preocupados com a futura de sues negócios, têm optado por

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buscar mais apoio externo, através de cursos de especialização, MBA, programas


especiais voltados para empresas familiares.
 Empreendedor Normal (Planeado): Toda teoria sobre empreendedorismo de sucesso
sempre apresenta o planeamento como uma das mais importantes actividades
desenvolvidas pelos empreendedores. E isso tem sido comprovado nos últimos anos, já
que o planeamento aumenta a probabilidade de um negócio ser bem sucedido e, em
conseqüência, levar mais empreendedores a usarem essa técnica para garantir melhores
resultados. O empreendedor que “faz a lição de casa”, que busca minimizar riscos, que
se preocupa com os próximos passos do negócio, que tem uma visão de futuro clara e que
trabalha em função de metas é o empreendedor aqui definido como o “normal” ou
planejado. Então o empreendedor normal seria o mais completo do ponto de vista da
definição de empreendedor e o que a teria como referência a ser seguida, mas que na
prática ainda não representa uma quantidade considerável de empreendedores. No
entanto, ao se analisar apenas empreendedores bem sucedidos, o planeamento aparece
como uma actividade bem comum nesse universo específico, apesar de muitos dos bem-
sucedidos também não se encaixarem nessa categoria.
Existem muitos caminhos na carreira empreendedora. No entanto, o futuro empreendedor
deve saber que a opção por tal carreira não é sempre um caminho fácil devendo estar sempre
preocupado em estar atento com o que se passa a sua volta e procurando sempre, melhorar.

2.3 DISTINÇÃO ENTRE EMPREENDEDOR E ADMINISTRADOR E,


EMPREENDEDOR E EMPRESÁRIO
O administrador, o empreendedor e o empresário são três figuras importantes no mundo dos
negócios. Cada um deles tem o seu perfil, as suas actividades e funções e apesar disso tem
sido comum fazer-se confusão quanto a sua distinção.

2.3.1.ADMINISTRADOR VERSUS EMPREENDEDOR


Conforme foi dito no historial do empreendedor, estes foram frequentemente confund idos
com os administradores tendo sido analisados do ponto de vista económico, como aqueles
que organizam a empresa, pagam empregados, planeiam, dirigem e controlam acções e
controlam a organização, mas sempre ao serviço do capitalista. De acordo com Dornelas
(2005:30) “o administrador tem sido objecto de estudo há muito mais tempo que o
empreendedor e, mesmo assim, ainda persistem dúvidas sobre o que realmente o
administrador faz.”
Para Dornelas (2005) administrar é uma arte e empreender é transformar ideias em
oportunidades. Estas definições são bastante simples para qualificar os dois profissionais ou
dois talentos importantíssimos no processo das organizações e dos negócios.
De acordo com Inácio (2008) o principal objectivo do administrador ao desenvolver o seu
trabalho é a eficiência organizacional. Sua grande contribuição é a visão abrangente da
organização e a definição de seis funções básicas:
 Função técnica: conhecida hoje como área de produção, relaciona-se com aspectos de
produção de bens e serviços;

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 Função comercial: denominada actualmente como Marketing, relaciona-se com a


compra, venda e permuta dos bens produzidos e consumidos pela empresa;
 Função financeira: relaciona-se com a busca e gestão dos recursos financeiros utilizados
pela empresa;
 Função segurança: que nos dias de hoje esta inserida na área de recursos humanos, tinha
por actividade assegurar os bens das empresas e as pessoas envolvidas com a empresa
(acidentes de trabalho);
 Função contábil: hoje essa função não constitui propriamente uma área dentro da
empresa, mas uma actividade. Como hoje, na época a função também consistia em
registrar as contas efectuadas, elaborar balanço e estatísticas;
 Função administrativa: também hoje constitui uma actividade atribuída a todas as áreas
da empresa, tem o carácter de coordenação das demais áreas.
A função do administrador de acordo com Inácio (2008) é distribuída com outras funções
essenciais, proporcionalmente entre a cabeça e os membros do corpo social da empresa. Para
melhor entendimento do que comporia essa função, ela foi dividida no que hoje
denominamos processo administrativo: planear, organizar, dirigir e controlar. Enfim, a
administração e o administrador são mais operacionais.
Os empreendedores são aqueles que assumem riscos, começam algo novo, criam empregos
e prosperidades, são os propulsores da economia. As características dos empreendedores são
bem distintas: são visionários, tomadores de decisões, fazem a diferença, identificam e
exploram oportunidades, são dinâmicos, fazem a diferença, são determinados, dedicados,
optimistas, constroem seu próprio destino, são lideres, organizados, planeadores, tem
conhecimento do que fazem, são bem relacionados e assumem riscos calculados (Dornelas,
2005).
Para Chiavenato (2005), enquanto o administrador se interessa com a realidade existente na
organização e procura actuar eficaz e eficientemente sobre ela, o empreendedor procura
materializar novas oportunidades quer sejam elas a criação de um novo negócio ou uma acção
inovadora em uma empresa já existente.
O administrador e o empreendedor actuam de forma estratégica, alinhando suas acções com
o negócio. O planeamento, a implementação e a mensuração de resultados são actividades
inerentes aos dois perfis. Entretanto, existem algumas diferenças a saber (Dornelas;2005):
1) Quanto à orientação estratégica: o empreendedor tem percepção de oportunidade, já o
administrador guia-se pelos critérios de desempenho;
2) Quanto à análise de oportunidades: o empreendedor toma decisões rápidas, já o
administrador vê mais a redução de riscos;
3) Quanto à alocação dos recursos financeiros e mão-de-obra: o empreendedor prioriza a
eficiência enquanto o administrador vai pelo planeamento formal;
4) Quanto ao controle de recursos: o empreendedor é flexível, o administrador valoriza o
poder, o status e a recompensa;
5) Quanto à estrutura gerencial: o empreendedor é informal, o administrador é formal e
segue a cultura organizacional.

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O administrador planeia, identifica estratégias, estabelece objectivos e metas, impleme nta


essas estratégias, controla, mensura os resultados e aproveita a avaliação para retroalime ntar
o processo de planeamento. O empreendedor, cria um negócio, inova, alavanca, gera valor.
Enquanto administrador está ali para buscar resultados com base em um orçamento e
estrutura bem definidos, assumindo riscos de baixos a moderados, o empreendedor assume
riscos a todos os níveis. O administrador procura atingir objectivos definidos pelo conselho
de administração e o empreendedor procura atingir objectivos próprios (Dornelas, 1999).
Para Drucker (1992) o administrador pode ser um empreendedor e para isso deve criar algo
novo. Entretanto, o empreendedor para ter sucesso, deve ser um bom administrador para
poder tomar as decisões adequadas. Quanto menor for o conhecimento deste em
administração, maiores são as possibilidades de fracasso do seu empreendimento. Para
Fillion (1991), não basta ter o mérito de iniciar um empreendimento empresarial, de lançar -
se no mercado em busca de novas oportunidades de negócio, é preciso que haja um processo
contínuo que vai desde a fundação da empresa até a sua administração, no sentido de
aprimorar a ideia inicial e manter a lucratividade, garantindo o sucesso.
Dissociar a administração de empresas do empreendedorismo, seria o mesmo que dizer que
a mão do violinista que dedilha as cordas e a mão que comanda o arco são mutuame nte
exclusivos ou adversários. O empreendedor deve saber administrar e o administrador deve
ser dotado de espírito empreendedor (Drucker, 1992).

2.3.2.EMPRESÁRIO VERSUS EMPREENDEDOR


As palavras empresário e empreendedor são usadas como sinónimos no dia-a-dia das pessoas.
Entretanto, o que muitos não sabem é que existe uma diferença conceitual e prática entre os
dois termos. Nem todo empreendedor é empresário e nem todo empresário é empreendedor.
O empreendedor costuma ter boas ideias, não somente quando cria uma empresa, mas durante
toda a existência dela. Uma companhia, precisa estar sempre em renovação e o empreendedor
é a pessoa com iniciativa para tal. Ele tem a capacidade para definir objectivos com clareza
e traçar planos para atingi- los em prazo pré-estabelecido. Entretanto, ele pode não ter
habilidades técnicas para administra- la. Neste caso o empreendedor é um inovador e não um
empresário. Os empreendedores são dotados de características inovadoras sem que tenham
necessariamente uma relação sistemática existente no perfil dos empresários (Fafetine,
2009).
Dornelas (2005) afirma que os empreendedores são mais visionários que os empresários.
Assim, quando a organização cresce, os empreendedores geralmente têm dificuldades de
tomar as decisões do dia-a-dia dos negócios, pois se preocupam com aspectos estratégicos
com os quais se sentem mais a vontade (Fafetine, 2009).
O empresário é muito cauteloso. Ele consegue a empresa e limita-se a administra- la do jeito
como esta montada. As suas actuações são conservadoras, sem representar nenhum tipo de
risco para a empresa. Para colocar um projecto em prática, ele não demanda grandes esforços
pois não acredita em mudanças bruscas.
De acordo com Aquino (1991), o empresário e o empreendedor são duas figuras que se
complementam.

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“O empreendedor é um homem de muita iniciativa, personalidade agressiva, Eterno


farejador de oportunidades, fazedor de negócios e muito trabalhador (…). O
empresário (…) conduz profissionalmente a administração dos negócios e dota suas
empresas de uma estrutura organizacional como meio de perpetuar o seu negócio”
(Aquino, 1991:21).
Resumindo, o empreendedor é aquele que vê oportunidades que outros ainda não viram e
colocam em prática as suas visões em momentos estratégicos enquanto que o empresário é
aquele que pode ser empreendedor – um líder criativo – mas que pode não sê-lo e adminis trar
uma empresa que já exista (Fafetine, 2009).
O ideal para sobreviver no mundo dos negócios é ser um empresário empreendedor, o qual
reúne as características e qualidades embutidas nos dois termos.

2.4 RAZÕES PARA O EMPREENDEDORISMO E CARACTERISTICAS DO


EMPREENDEDOR DE SUCESSO
Há algumas décadas atrás era loucura um jovem recém-formado aventurar-se na criação de
um negócio próprio. Os empregos oferecidos pelas grandes empresas, a estabilidade que se
conseguia nos empregos no sector público, com bons salários, status e possibilidade de
crescimento dentro da organização, eram muito convidativos. Entretanto, a partir da década
de 70 cada vez mais pessoas que se lança no mercado por conta própria. O número de
pequenas empresas e trabalhadores autónomos aumenta a cada ano. Mas o que leva as
pessoas a abrirem as suas empresas?
Num estudo realizado na Austrália por Mazzarol et al (1998), foram identificados 6 (seis)
factores de motivação para a criação de uma empresa:
 Investimento: necessidade de emprego, desejo de investir poupanças, desejo de receber
lucros pelo mérito e necessidade de criar riqueza;
 Criatividade: desejo de aproveitar talentos, de ter um emprego interessante, desejo de
criar alguma coisa / realização de um sonho;
 Autonomia: desejo de trabalhar num local que se escolheu, desejo de ter um horário à
sua escolha e desejo de ser o seu próprio patrão;
 Status: seguir o exemplo de outra pessoa, desejo de reconhecimento social e desejo de
seguir a tradição de familiar;
 Oportunidade de mercado: desejo de aproveitar uma oportunidade de mercado e a
antecipação de factores económicos positivos;
 Dinheiro: manter o rendimento e ganhar mais dinheiro.

Schumpeter (1985) num dos seus estudos pioneiros citou três factores principais:
 O desejo de fundar um reino privado onde teria distinção social, poder e independência;
 O desejo de conquistar, provando-se superior aos outros e elevando seu próprio nome;
 A alegria de criar e fazer as coisas.
Scheimber apud Lima (1988) realizou uma pesquisa que lhe permitiu identificar seis factores
motivacionais do empreendedorismo:

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 Busca de reconhecimento social;


 Desejo de enriquecimento;
 Desejo de contribuir com a comunidade;
 Busca de um desenvolvimento pessoal e/ou profissional;
 Busca de independência; e
 Insatisfação no trabalho anterior.
Degen (1989) por sua vez indica cinco factores motivacionais:
 Vontade de ganhar muito dinheiro, mais do que seria possível na condição de empregado;
 Desejo de sair da rotina e levar suas ideias adiante;
 Vontade de ser seu próprio patrão e não ter de dar satisfações a ninguém sobre seus actos;
 Necessidade de provar a si mesmo e aos outros que é capaz de realizar um
empreendimento; e
 Desejo de desenvolver algo que traga benefícios não só para si mas para a sociedade.
Independentemente das razões que levam alguém a iniciar um empreendimento novo, o
empreendedor tem recebido atenção de numerosos pesquisadores interessados no estudo das
suas características. De acordo com Dolabela (1999:49) “se ainda não podemos predizer o
sucesso de uma pessoa, é possível, no entanto, apresentar-lhe as características mais
comummente encontradas nos empreendedores de sucesso, para que se possa de desenvolvê-
las e incorporá-las no seu próprio vivencial”. O autor, baseado numa pesquisa feita em 1994
por Timmons e Hornaday, apresenta um resumo das principais características dos
empreendedores de sucesso:
 O empreendedor tem um “modelo”, uma pessoa que o influencia;
 Tem iniciativa, autonomia, autoconfiança, optimismo, necessidade de realização;
 Trabalha sozinho;
 Tem perseverança e tenacidade;
 O fracasso é considerado um resultado como outro qualquer. O empreendedor aprende
com os resultados negativos e, com os próprios erros;
 Tem grande energia. É um trabalhador incansável e é capaz de se dedicar intensame nte
ao trabalho e sabe concentrar os seus esforços para alcançar resultados;
 Sabe fixar metas e alcançá-las. Luta contra padrões impostos. Diferencia-se. Tem a
capacidade de ocupar um espaço não ocupado por outros no mercado e, de descobrir
nichos;
 Tem forte intuição. Como no desporto, o que importa não é o que se sabe, mas o que se
faz;
 Tem sempre alto comprometimento. Crê no que faz;
 Cria situações para obter feedback sobre o seu comportamento e sabe utilizar tais
informações para o seu aprimoramento;
 Sabe buscar e utilizar e controlar recursos;
 É um sonhador realista. Embora racional, usa também a parte direita do cérebro;
 É líder. Cria um sistema próprio de relações com empregados. É comparado a um líder
de banda, que dá liberdade a todos os músicos, extraindo deles o que têm de melhor, mas

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conseguindo transformar o conjunto em algo harmónico, seguindo uma partitura, um


tema, um objectivo;
 É orientado para resultados, para o futuro, para o longo prazo;
 Aceita o dinheiro como uma das medidas do seu desempenho;
 Tece rede de relações moderadas, mas utilizadas intensamente como suporte para
alcançar os seus objectivos;
 Conhece muito bem o ramo onde actua;
 Cultiva a imaginação e aprende a definir visões;
 Define o que deve aprender para realizar as suas visões. É pró-activo diante daquilo que
deve saber; primeiro define o que quer, aonde quer chegar, depois procura o
conhecimento que lhe permitira atingir o objectivo. Preocupa-se em aprender e aprender,
porque sabe que no seu dia-a-dia será submetido a situações que exigem a constante
apreensão de conhecimentos que não estão nos livros. O empreendedor é um fixador de
metas;
 Cria um método próprio de aprendizagem. Aprende a partir do que faz. Emoção e afecto
são determinantes para explicar o seu interesse. Aprende indefinidamente;
 Tem alto grau de “internalidade”, o que significa a capacidade de influenciar pessoas com
as quais lida e a crença de que pode mudar algo no mundo;
 O empreendedor não é um aventureiro; assume riscos moderados. Gosta do risco, mas
faz de tudo para minimiza- lo. É inovador e criativo;
 Tem alta tolerância a ambiguidade e a incerteza e é hábil em definir a partir do indefinido;
 Mantém um alto nível de consciência do ambiente em que vive, usando-a para detectar
oportunidades de negócios.
Dornelas (2005) afirma que o empreendedor de sucesso possui, além dos atributos do
administrador e alguns atributos pessoais, características extras que somados a características
sociológicas e ambientais, permitem o nascimento de uma nova empresa. De uma ideia, surge
uma inovação, e desta, uma empresa. O autor apresenta uma data de características que
podem ser encontradas nos empreendedores de sucesso:
 São visionários: eles têm a visão de como será o futuro para seu negócio, e o mais
importante, eles têm a habilidade de implementar seus sonhos;
 Sabem tomar decisões: eles não se sentem inseguros, sabem tomar as decisões correctas
na hora certa, principalmente nos momentos de adversidade, sendo isso um factor-chave
para o seu sucesso. E mais: além de tomar decisões, implementar suas acções
rapidamente;
 São indivíduos que fazem a diferença: os empreendedores transformam algo de difíc il
definição, uma ideia bastante abstracta, em algo concreto, que funciona, transforma ndo
o que é possível em realidade. Sabem agregar valor aos serviços e produtos que colocam
no mercado;
 Sabem explorar ao máximo as oportunidades: para a maioria das pessoas, as boas ideias
são daqueles que as vêem primeiro, por sorte ou acaso. Para os empreendedores, as boas
ideias são geradas daquilo que todos conseguem ver, mas não identificaram algo prático
para transformá- las em oportunidades, por meio de dados e informação. O empreendedor

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é um exímio identificador de oportunidades, sendo um indivíduo curioso e atento a


informações, pois sabe que suas chances melhoram quando seu conhecimento aumenta;
 São determinados e dinâmicos: eles implementam suas acções com total
comprometimento. Atropelam as adversidades, ultrapassando os obstáculos, com uma
vontade impar de “fazer acontecer”. Mantêm-se sempre dinâmicos e cultivam um certo
inconformismo diante da rotina;
 São dedicados: eles dedicam 24 horas por dia, 7 dias por semana, ao seu negócio.
Comprometem o relacionamento com amigos, com família, e até mesmo com a própria
saúde. São trabalhadores exemplares, encontrando energia para continuar, mesmo
quando encontram problemas pela frente. São incansáveis e loucos pelo trabalho;
 São optimistas e apaixonados pelo que fazem: eles adoram o trabalho que realizam. E
esse amor ao que fazem é o principal combustível que os mantém cada vez mais anima dos
e autodeterminados, tornando-os melhores vendedores de seus produtos e serviços, pois
sabem, como ninguém como faze-lo. O optimismo faz com que sempre vejam o sucesso
em vez de imaginar o fracasso;
 São independentes e constroem o próprio destino: eles querem estar a frente das
mudanças e ser donos do próprio destino. Querem ser independentes, em vez de
empregados; querem criar algo novo e determinar os próprios passos, abrir os próprios
caminhos, ser o próprio patrão e gerar empregos;
 Ficam ricos: ficar rico não é o principal objectivo dos empreendedores. Eles acreditam
que o dinheiro é consequência do sucesso dos negócios;
 São líderes e formadores de equipes: os empreendedores têm um senso de liderança
incomum. São respeitados e adorados por seus empregados pois sabem valoriza- los,
estimula- los e recompensa-los, formando uma equipa em torno de si. Sabem que para
obter êxito e sucesso, dependem de uma equipe de profissionais competentes. Sabem
ainda recrutar as melhores cabeças para assessora-los nos campos onde não detêm o
melhor conhecimento;
 São bem relacionados (networking): os empreendedores sabem construir uma rede de
contactos que os auxiliam no ambiente externo da empresa, junto a clientes, fornecedores
e entidades de classe;
 São organizados: os empreendedores sabem obter e alocar recursos materiais, humanos,
financeiros e tecnológicos, de forma racional, procurando o melhor desempenho para o
negócio;
 Planeiam, planeiam, planeiam: os empreendedores de sucesso planejam cada passo do
seu negócio, desde o primeiro rascunho do plano de negócios até a apresentação do plano
a investidores, definição das estratégias de marketing do negócio etc., sempre tendo como
base a forte visão de negócio que possuem;
 Possuem conhecimento: são sedentos pelo saber e aprendem continuamente, pois sabem
que quanto maior o domínio sobre um ramo de negócio, maior é a sua chance de êxito.
Esse conhecimento pode vir da experiência prática, de informações obtidas em
publicações especializadas, em cursos, ou mesmo de conselhos de pessoas que montaram
empreendimentos semelhantes;
 Assumem riscos calculados: talvez esta seja a característica mais conhecida dos
empreendedores. Mas o verdadeiro empreendedor é aquele que assume riscos calculados

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e sabe gerir o risco, avaliando as reais chances de sucesso. Assumir riscos tem relação
com desafios e, para o empreendedor quanto maior o desafio, mais estimulante será a
jornada empreendedora;
 Criam valor para a sociedade: os empreendedores utilizam seu capital para criar valor
para a sociedade, com a geração de empregos, dinamizando a economia e inovando,
sempre usando sua criatividade em busca de soluções para melhorar a vida das pessoas.
Os comportamentalistas focaram seu estudo na análise das características comportamenta is
do empreendedor pois acredita-se que as mesmas podem ser ensinadas, aprendidas e
incorporadas no dia-a-dia das pessoas. Entretanto, alguns autores sustentam que essas
características, apesar de importantes, não são determinantes já que podem ser alteradas ou
ultrapassadas através da experiência e da educação/formação, ou até com a interacção com
outras pessoas. Drucker (1985) afirma que existem muitos casos de pessoas que não
apresentam essas características e, apesar disso, criaram suas empresas e muitas delas com
sucesso.
O importante é descobrir quais competências um indivíduo deve possuir para ser bem
sucedido num processo de criação de uma empresa. Para tal foram identificados três grupos
de competências.
Tabela 6: Competências de empreendedores bem sucedidos

PROACTIVIDADE

1- Iniciativa Faz as coisas antes de pedirem ou ser forçado pelas


circunstâncias

2- Assertividade Confronta problemas com outros directamente. Diz


aos outros o que devem fazer.

ORIENTAÇÃO PARA REALIZAÇÃO

3- Percebe e age nas oportunidades Aproveita oportunidades raras para iniciar um novo
negócio, obter financiamento e recursos

4- Orientação para a eficiência Procura maneiras de fazer as coisas mais rápido ou


a custo menor

5- Preocupação com qualidade do Manifesta um rápido desejo de produzir ou vender


trabalho um produto ou serviço de qualidade superior

6- Planeamento sistemático Quebra uma tarefa maior em sub-tarefas, ou sub-


objectivos, antecipa obstáculos, avalia alternativas

7- Monitoramento Desenvolve ou usa procedimentos para assegurar


que o trabalho seja realizado ou que o trabalho atinja
padrões de qualidade

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COMPROMISSO COM OS OUTROS

8- Compromisso com o contrato de Faz um sacrifício pessoal ou esforços


trabalho extraordinários para completar um trabalho, junta-
se aos seus trabalhadores ou trabalha em seus
lugares para completar o serviço

9- Reconhecimento da importânc ia Age para construir empatia ou relações amistosas


das relações de negócios com clientes, vê as relações interpessoais como um
recurso fundamental do negócio, prefere boa
vontade em longo prazo ao invés de ganhos de curto
prazo

Fonte: Greatti e Senhorini (2000)


As ideias e o comportamento não fazem de uma pessoa um empreendedor. Essas ideias têm
de ser postas em pratica, transformadas em negócios e é nessa fase, na hora de
empreendimento que muita gente recua.
Não é a sorte, a hereditariedade, um curso superior ou até mesmo o destino que determina o
sucesso de uma pessoa. O sucesso surge primeiro na mente e o trabalho é o meio para atingir
a meta idealizada. Ser capaz de pensar no futuro, apesar das dificuldades do dia-a-dia é uma
atitude que deve ser desenvolvida por todos os profissionais, principalmente para aqueles que
desejam ser empreendedores de sucesso.

2.5 MITOS E REALIDADES SOBRE O EMPREENDEDORISMO


No processo de estudo sobre o empreendedorismo, lê-se e ouve-se muita coisa. Algumas
delas são verdadeiras, outras nem tanto. Esclarece-se em seguida alguns mitos sobre o
empreendedorismo.

Mitos Realidades

Embora os empreendedores nasçam com certas


características biológicas distintivas como: a
inteligência, a vontade de criar e a energia para
Empreendedores nascem feitos. trabalhar, a sua capacidade criativa, a capacidade de
identificar e aproveitar uma oportunidade surge com
a experiência, que conduz a um reconhecimento de
padrões. Assim, a sua formação depende da
acumulação de habilidades relevantes, know-how,
experiência e contactos.
Qualquer pessoa pode iniciar um Pode. No entanto, a capacidade de sobrevivência no
negócio. mercado é que faz a diferença. Empreendedores que
entendem a diferença entre ideia e oportunidade e

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que tenham horizontes mais amplos, têm maiores


possibilidades de obter sucesso.
Os empreendedores de sucesso assumem
Empreendedores são jogadores. calculadamente os riscos, tentando minimizá- los.
Frequentemente atraem outras pessoas para
partilharem os riscos.
O empreendedor individual geralmente ganha a
Empreendedores querem o negócio vida. No entanto, é difícil ter um negócio de alto
só para si próprios. potencial actuando isolado. Os melhores
empreendedores geralmente sabem construir uma
equipa, uma organização, uma empresa.
Empreendedores são os seus O empreendedor responde perante todos: sócios,
próprios chefes e completamente investidores, clientes, fornecedores, empregados,
independentes. família e comunidade. No entanto, é ele que define
os padrões de exigência.

Empreendedores trabalham mais Não é regra geral, já que alguns trabalham mais,
que executivos de grandes outros não.
companhias.
Sem dúvida, mas não há evidências de que o
Empreendedores são submetidos a
empreendedor sofra mais de stress do que outros
grande stress. profissionais com muita responsabilidade. A
maioria dos empreendedores encara a sua actividade
como gratificante e satisfatória.
Os empreendedores talentosos e experientes (que
sabem identificar e agarrar oportunidades e atrair os
Começar um negócio é arriscado e recursos financeiros) frequentemente alcançam o
muitas vezes conduz a falência. sucesso. Além disso, a empresa entra em falência,
mas o empreendedor não. A falência é, muitas
vezes, uma fase do processo de aprendizagem do
empreendedor.
Se outros aspectos e competências existirem, o
O dinheiro é o mais importante dinheiro também aparecerá. Isto não significa que
ingrediente para começar o se o empreendedor tiver dinheiro vai ter sucesso. O
negócio. dinheiro é um dos ingredientes menos importantes.
É, para o empreendedor, o que a caneta e o papel são
para o escritor.
Empreendedores devem ser jovens Essas características podem ajudar, mas a idade não
e cheios de energia. é impeditiva. A idade média de empreendedores de
sucesso é de 35 anos, mas há diversos exemplos de
empreendedores de 60 ou mais anos de idade. O

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mais importante é possuir o conhecime nto


relevante, experiência e contactos que facilitem a
identificação e o aproveitamento de oportunidades
de negócio.
Empreendedores de sucesso procuram criar
empresas que lhes possibilitem obter dividendos a
Empreendedores são motivados longo prazo. Não procuram a satisfação imediata de
pela procura de dinheiro. grandes salários e muito menos de aspectos ligados
à aparência. Procuram a realização pessoal, o
controlo dos seus próprios destinos e realização dos
seus sonhos. O dinheiro é visto como uma
ferramenta.
Empreendedores procuram poder e O poder é mais um subproduto do que uma força
controlo sobre terceiros. motivadora. O empreendedor procura
responsabilidade, realização e resultados.

Se o empreendedor é talentoso, o Raramente um negócio tem solidez em menos de


sucesso vai acontecer num ou dois três a cinco anos. Máxima entre os capitalistas: “o
anos. limão amadurece em dois anos e meio, mas as
pérolas levam sete ou oito”.
Qualquer empreendedor com uma Nos Estados Unidos, somente um a três de cada cem
boa ideia pode atrair investime ntos empreendedores com boas ideias consegue atrair
de capital. capitais de risco.
Se um empreendedor tem capital O oposto é frequentemente verdade, isto é, muito
inicial suficiente, não pode perder a dinheiro no princípio cria alguma euforia e a
oportunidade. “síndrome de criança estragada”.
Os empreendedores mais bem sucedidos são líderes
Empreendedores são “lobos que constroem grandes equipas e óptimos
solitários”. relacionamentos com colaboradores, directores,
investidores, clientes, fornecedores e outros.
Fonte: Retirado do site www.iapmei.pt

2.6 TESTE DO PERFIL EMPREENDEDOR 1


Um balanço sucinto de sua personalidade, das suas motivações profundas e das suas
competências de gestão ajudá-lo-á a determinar o seu perfil de empreendedor e a encontrar
soluções para reduzir os seus pontos fracos.

1Este teste foi retirado do site www.sebrae.com.br. Para outros testes e com resultados online consulte:
www.planodenegocios.com.br e www.josedornelas.com.br

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O sucesso do empreendedor depende da sua capacidade para conviver com os riscos e da


capacidade de os ultrapassar. O empreendedor não é mal sucedido quando encontra
dificuldades, mas quando não sabe ultrapassá-las.
À partida não existem bons e maus empreendedores. Há atitudes e comportamentos, mais ou
menos pertinentes, segundo o contexto. O objectivo deste teste é o de fazer reflectir sobre si
próprio. Não se pretende determinar se nasceu ou não empreendedor, mas antes de lhe
permitir identificar os traços do seu carácter que será necessário trabalhar e aqueles sobre os
quais se deve apoiar.
Atenção – A visão que tem de si próprio não é necessariamente certa! Por isso, proponha às
pessoas do seu círculo, nas quais tenha confiança, que façam o teste em seu lugar. A
comparação da sua percepção com a daqueles que lhe estão próximos, permitir- lhe-á obter
uma visão menos subjectiva dos seus pontos fortes e dos pontos a melhorar.

Teste de perfil de empreendedor


(Nota: a cada resposta é dada uma pontuação, 0 ou 1 ponto – indicadas as respostas com 1
ponto)
1. Adapta-se rapidamente a uma nova 11. É um líder ou um seguidor?
situação? Sim (1) / Não Líder (1) / Seguidor
2. Escuta os outros e está aberto a 12. Procura as responsabilidades?
mudanças? Sim (1) / Não Sim (1) / Não
3. É organizado ou antes trapalhão? 13. É capaz de agir sozinho e de ir até ao
fim?
Organizado (1) / Mais trapalhão
Sim (1) / Não
4. Faz bem e rapidamente o seu trabalho? 14. A sua capacidade de trabalho é grande?
Sim (1) / Não Sim (1) / Não
5. É uma pessoa séria ou desenvolta? 15. Tem um bom ou mau estado de saúde?
Séria (1) / Desenvolta Bom (1) / Mau
6. Compreende rapidamente ou lentamente? 16. É (muito) ansioso?
Rapidamente (1) / Lentamente Sim / Não (1)
7. É criativo? 17. Considera-se persistente ou desencoraja
rapidamente?
Sim (1) / Não
Persistente (1) / Rapidamente desencoraja
8. Mantém sempre os pés sobre a terra? 18. Suporta as dificuldades imprevistas e as
criticas?
Sim (1) / Não
Sim (1) / Não
9. É frio ou caloroso? 19. Tem confiança em si mesmo?

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Frio / Caloroso (1) Sim (1) / Não


10. É tímido ou extrovertido? 20. Mantém sempre, em qualquer
circunstância o sentido do humor?
Tímido / Extrovertido (1)
Sim (1) / Não

Feedback:
Se o total de pontos for maior ou igual a 17: Bravo! A priori, a sua personalidade tem tudo a
ver com a de um futuro criador de empresas. Contudo, desconfie das facilidades: as melhores
qualidades precisam ser trabalhadas no quotidiano!
Feedback:
Se o total de pontos for maior ou a 12 e menor ou igual a 16: Ainda que haja alguns aspectos
a melhorar, está no bom caminho para ter sucesso no seu projecto de criação de empresas.
Feedback:
Se o total de pontos for menor ou igual a 11: Não existe um bom perfil de empreendedor,
mas antes um conjunto, com os pontos fortes do seu carácter e os pontos fracos como a maior
ou menor resistência ao stress, que será necessário enfrentar em qualquer circunstância: os
prazos a respeitar, as ofertas ao melhor preço, as decisões tomadas sem que se saiba, o
autoritarismo, as manipulações, as alterações das regras do jogo, etc.
Coragem! O sucesso do seu projecto está nas suas mãos. Ainda tem aspectos a melhorar.

EXERCÍCIOS
1. Defina empreendedor e utilizando suas palavras refira-se a importância do espírito
empreendedor (se tiver dúvidas consulte o ponto 2.2).
2. Com base nos tipos de empreendedores apresentados por Dornelas (2005), diferencie o
empreendedor por necessidade do empreendedor oportunista (se tiver dúvidas consulte
o ponto 2.2)
3. Diferencie, com suas palavras e de maneira sucinta, o empreendedor do administrador
(se tiver duvidas consulte o ponto 2.3)
4. Se alguém não tiver as características dos empreendedores nunca poderá criar uma
empresa e ter sucesso. Dê a sua opinião. (se tiver duvidas consulte o ponto 2.4)
5. O Manuel conseguiu poupar cerca de 500.000,00 Mts e pretende iniciar um negócio na
área de informática. Por ser a sua área de especialização, ele julga que está destinado a
ter sucesso. Concorda com a sua posição? Justifique. (Se tiver dúvidas consulte o ponto
2.5)

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http://www.superempreendedores.com/empreendedorismo/os-10-mitos-sobre-
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http://www.saiadolugar.com.br/2009/03/04/os-10-mitos-sobre-empreendedorismo/

Outros sítios na internet:


www.sebrae.com.br/
www.josedornelas.com.br/
www.rhoempreendedor.com.br/
www.empreendedorismo.com.br/
www.superempreendedores.com/
www.sitedoempreendedor.com.br
www.empreendedoronline.net.br/
www.blogdosempreendedores.com.br/

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