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Curso Noções Básicas


Educação à Distância
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Carga horária: 35 horas


Conteúdo programático:

Introdução
Educação e educação a distância
Educação a distância – abordagem sistêmica
Instituições de educação a distância
Modelos de cursos
Tipos de cursos a distância
Formatos de cursos a distância
Tendências em EAD: 5 que vieram para ficar
Customização
Gamification
Social learning
Vídeo
M-learning
A importância da educação a distância na sociedade atual
Referências
INTRODUÇÃO

Educação a Distância tem despertado significativo interesse de vários grupos

e instituições nos últimos anos. Esse interesse é global e independe do grau de

desenvolvimento social e econômico dos países. Mesmo com diferentes

necessidades e expectativas, há indícios de um quase consenso da importância do

aumento dos índices de escolaridade em todos os níveis, com destaque para o

segmento de adultos trabalhadores, um grupo que representa aumento e

diversificação imediata nos índices de produção, competitividade e empregabilidade.

A crescente demanda por formação, conhecimento e atualização ocorre

concomitantemente com a expansão e barateamento das tecnologias de

comunicação e informação, o que coloca a Educação a Distância como uma

alternativa promissora para o atendimento educacional nesse cenário. Existem várias

possibilidades de uso de mídias, estratégias pedagógicas, tipos de cursos e


instituições para ED. A análise de diversas alternativas e possibilidades pode

contribuir para uma definição mais clara não só na adequação de algumas iniciativas,

como também dos limites desta modalidade educacional.

EDUCAÇÃO E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

A educação está necessariamente vinculada ao seu tempo e ambiente, como

Tiffin e Rajasingham (1995, p. 85) mencionam na tabela 1.

Tabela 1: Educação vinculada ao tempo e ambiente

Pré-industrial Industrial Informação

Linguagem Latim e Grego Línguas Nacionais Inglês

Alunos Jovens da elite Jovens em geral Todos

Idade dos alunos 6 a 20 anos 6 a 16 anos Qualquer idade

Pagamento Os pais Impostos Alunos

Instituição Igreja Estado Corporações

Lugar Lugares de Cidades Qualquer lugar

conhecimento

Tempo Combinado Fixo Qualquer tempo

Economia Tradicionalismo Taylorismo Neoliberalismo

Fonte do conteúdo Professor Estado Necessidades do

aluno

Fonte: Traduzido de Tiffin e Rajasingham (1995, p. 85)

Lévy (1993 p.127) corrobora a posição de Tiffin e Rajasingham (1995) quanto

à questão do conhecimento e do aprendizado estar associada ao cenário de valores

e tecnologias de uma sociedade. Para estabelecer com mais precisão a relação do


“conhecimento com o cenário tecnológico dos grupos sociais, usamos o quadro “Os

Três Pólos do Espírito” enfatizando que estes contextos ocorrem simultaneamente

nos dias de hoje, estando presentes com intensidades variáveis em diferentes

contextos.”

Tabela 2: Os Três Pólos do Espírito

PÓLO DA ORALIDADE PÓLO DA ESCRITA PÓLO INFORMÁTICO

PRIMÁRIA - MEDIÁTICO

FIGURAS DO Círculos Linhas Segmentos, pontos

TEMPO

DINÂMICA - Horizonte do eterno - História, - Velocidade

CRONOLÓGICA retorno. na perspectiva de pura, sem horizonte.

- Devir sem uma realização. - - Pluralidade de

referencial nem vestígio. Vestígios, acumulação. devires imediatos ( a

dinâmica fundamental

do pólo

informáticomediatico

permanece

parcialmente

indeterminada).

REFERENCIAL - Inscrição em uma - Retardo, ato de - Tempo real. -

TEMPORAL DA continuidade imemorial. diferir. A imediatez

AÇÃO E SEUS - Imediatez. - Inscrição no estendeu seu campo

EFEITOS tempo, com todos os de ação e de retroação

riscos que isto implica. à medida da rede

informático- mediática.
PRAGMÁTICA Os da A distância entre os Conectados à red

DA parceiros nas e mos hipertextos do autor e do informático-mediática,

COMUNICAÇÃ comunicação leitor pode ser muito os atores da

O encontram-se grande. Disto resulta uma comunicação dividem

mergulhados pressão em direção à cada vez mais um

mesmas universalidade e à mesmo hipertexto. A

circunstâncias objetividade por parte do pressão em direção à

compartilham emissor, assim como a objetividade e à

hipertextos necessidade de uma universalidade diminui,

próxi atividade interpretativa as mensagens são

por parte do receptor. cada vez mais

produzidas de forma a

durarem.

DISTÂNCIA DO A memória encontrase A memória está semi- A memória social ( em

INDIVÍDUO EM encarnada em objetivada no escrito: - permanente

RELAÇÃO A pessoas vivas e em grupos possibilidade de uma transformação)

MEMÓRIA atuantes crítica ligada a uma encontra- se quase

SOCIAL separação parcial do que totalmente

indivíduo e do saber; - objetivada em

exigência de verdade dispositivos

ligada à identificação técnicos:

parcial do indivíduo e do declínio da verdade e

saber. da crítica.

FORMAS - Narrativa -Teoria (explicação, - Modelização

CANÔNICAS - Rito fundação, exposição operacional ou de

DO sistemática). previsão.

SABER - Interpretação. - Simulação.

CRITÉRIOS - Permanência ou Verdade, de acordo com - Eficácia.

DOMINANTES conservação. as modalidades da: - Pertinência

- Significação - crítica, - local.


(com toda a dimensão objetividade, - Mudanças,

emocional deste termo). - universalidade. novidade.

Fonte : Reproduzido da obra de Pierre Lévy (1993, p. 27)

Concordando com Lévy (1993) e Tiffin e Rajasingham (1995), pode‐se inferir

que uma única abordagem em relação ao modo adequado de transmitir/construir

conhecimento não seja pertinente em todas as situações, pois todas as tecnologias e

economias estão presentes simultaneamente, em diferentes graus de

desenvolvimento, no mesmo espaço geográfico.

Qualquer categorização dos estágios da sociedade em relação à Educação

deve levar em conta que a mudança de paradigmas ocorre de forma contínua, apesar

de desigual. A diversidade da qualidade de vida e acesso à tecnologia vai do neolítico

à realidade virtual, sendo que estes ambientes podem conviver ao mesmo tempo a

Tabela 3: Escolas pedagógicas

Poucos quilômetros de distância um do outro (Rodrigues, 1998). Isso se aplica

com especial ênfase ao Brasil, onde a diversidade é enorme, mesmo no espaço

geográfico dos grandes centros urbanos.

Modelo Definição Objetivo Premissas Instrutor/Prof.

Objetivismo Aprendizado é a Transferência do Professor detém todo Controla o

absorção não conhecimento do o conhecimento. material e a

crítica do professor para o Estudantes aprendem velocidade de

conhecimento aluno. melhor estudando de aprendizado.

Memorização do forma intensiva e Provê estímulo.

conhecimento isolada.
Construtivismo Aprendizado é o Formação de Indivíduos aprendem Aprendizado

processo de conceitos abstratos melhor quando centrado nas

construção de para representar a descobrem sozinhos e atividades dos

conhecimento realidade. Dar quando controlam a alunos.

por um indivíduo. significado a velocidade do Instrutor mais

eventos e aprendizado. ajuda do que

informações. direciona.

Colaborativismo Aprendizado Promove Envolvimento é Orientado para a

emerge através habilidades crítico no aprendizado. comunicação.

de entendimento grupais, Alunos tem algum Instrutor atua com

partilhado por comunicação, conhecimento anterior questionador e líde

mais de um participação, sobre o assunto. da discussão

aluno. capacidade de ouvir

. Promove

socialização.

Cognitivo Aprendizado é o Melhora as Limitado pela Estímulo pode

processamento e habilidades atenção seletiva. afetar a atenção.

transferência de cognitivas dos Conhecimento Instrutor necessita

novos estudantes. Melhora anterior afeta nível de retorno do

conhecimentos memorização e apoio necessário. aprendizado dos

para a memória retenção do estudantes.

de longo termo. conhecimento.

Socio- Aprendizado é Delegação. Informações Instrutor é sempre

culturalismo subjetivo Emancipação do distorcidas e considerado

e aprendizado. formatadas em seus representante de

individualista. Orientado para a próprios termos. uma cultura. A

ação, consciência Aprendizado instrução é sempre

social com a visão ocorre melhor no contexto social

mais de mudar do em ambientes e cultural do grupo.

que de aceitar ou familiares ao aluno.

entender a

sociedade.

Fonte: Tradução de Leindner e Jarvenpaa (1995)


Leidner e Jarvenpaa (1995) mencionam várias escolas pedagógicas e suas

características principais. A adoção de uma teoria em particular ou a criação de um

conjunto de atividades que considere várias correntes têm interferência direta na

seleção dos conteúdos, no planejamento de atividades e interação entre alunos com

professores e colegas, na flexibilidade necessária para considerar o contexto do aluno

e no controle do ritmo do aprendizado.

Pode‐se categorizar, para efeito de análise, as teorias em dois grandes grupos,

as que tomam por princípio o aprendizado individual (contextualizado ou não) e as

que consideram a socialização e a interação aluno‐aluno como condição sine qua non

para a construção do conhecimento pelo indivíduo e ainda as soluções híbridas, que

utilizam partes de cada teoria.

A intenção desta distinção é o nível de adequação das teorias pedagógicas às

mídias que são utilizadas em cursos a distância. As mídias disponíveis têm

interferência direta nas possibilidades de interação dos alunos com professores,

tutores e colegas. A maioria das teorias de aprendizado foram formuladas antes do

que Lévy (1993, p. 127) chama de Pólo Informático‐Mediático e não consideram o

grau de acesso às informações e interações possível com as tecnologias de 3a.

geração. Ravet e Layte (1997) acreditam que "nós estamos apenas começando a

explorar o poder da tecnologia de transformar o aprendizado".

Acredita‐se que as teorias da aprendizagem que consideram o uso integrado

das tecnologias de comunicação ainda estão em construção, o que não implica o

descarte dos modelos construídos e validados no cenário presencial, não só porque

os contextos e as premissas nos quais elas foram formuladas ainda existe, como
também pela possibilidade da aplicação de conceitos gerais ou fragmentos nos

novos cenários.

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – ABORDAGEM SISTÊMICA

Uma das características mais marcantes da Educação a Distância é,

obviamente, a separação física entre o professor e os alunos durante a maior parte

do tempo. Para haver comunicação é necessária a utilização do meio de

comunicação, da mídia utilizada no curso ‐ material impresso, áudio, vídeo,

teleconferência, videoconferência,

Internet, softwares, CD‐ROM etc.; que atuam como um “filtro” na comunicação,

diferenciando‐a da presencial. Na aula face a face, mesmo que a participação dos

alunos seja restrita por timidez, ou pelo número de alunos na mesma sala, o professor

dispõe de uma série de sinais que permitem identificar a reação dos alunos.

Uma rápida olhada, por exemplo, revela quem está realmente fazendo

anotações, refletindo sobre um conceito complexo ou se preparando para fazer um

comentário. O estudante que está frustrado, cansado ou desatento também é

facilmente identificado. O professor atento consciente e/ou inconscientemente recebe

e processa estes sinais a ajusta a aula para atender as necessidades dos alunos.

(Willis, 1992)

Em cursos a distância, essa percepção é ou filtrada pela mídia em tempo real

e/ou postergada pela assincronicidade dos contatos por escrito, alterando a

capacidade do professor em adaptar o curso às necessidades/características

inesperadas dos alunos ou não‐detectados no planejamento do curso.


Essa interferência na percepção da reação dos alunos, que altera a

possibilidade de ajustes imediatos, como na alternativa presencial (cabe ressaltar que,

embora exista a possibilidade de adequação no contato face a face, isso nem sempre

ocorre) aumenta a importância de planejamento dos cursos. A dificuldade de ajustes,

principalmente quando o curso é baseado nas mídias de 1a. e 2a. geração, que

apresentam restrições na interatividade aluno‐professor, aluno‐ tutor e aluno‐ aluno

(Holmberg, 1996; McIsaac e Gunawardena, 1996) é uma das causas da ênfase na

necessidade de uma etapa de avaliação de necessidades ou diagnóstico em todos os

modelos que consideram uma visão sistêmica para a EAD.

Willis (1996) ao justificar a necessidade de planejamento instrucional para

cursos a distância, destaca a importância da existência de um processo e de uma

estrutura para planejamento sistemático, desenvolvimento e adaptações baseado nas

necessidades identificadas do aluno e nos requerimentos do conteúdo, uma vez que

alunos e professores nem sempre partilham o mesmo repertório e os contatos

presenciais são esporádicos. O modelo proposto por Willis é composto de 4 etapas

principais: Design, Desenvolvimento, Avaliação e Revisão

Figura 1. Design Instrucional para Cursos a Distância. Adaptado de Willis (1996).


O modelo proposto na Figura 1 considera as etapas necessárias para o ciclo

genérico de um curso, independente do tipo de certificação e sem considerar os

aspectos institucionais e legais de cada contexto, que também exercem influência na

condução do trabalho como um todo.

O modelo proposto por Eastmond (1994, p.90) considera que a avaliação das

necessidades tem o mesmo peso do desenvolvimento e da avaliação e deve

considerar os seguintes estágios:

Figura 2. Organização do curso passo a passo. Adaptado de Eastmond (1994, p. 90)

Os estágios identificados por Eastmond para a elaboração do diagnóstico

incluem uma série de sugestões de estratégias para a obtenção dos dados:

questionários, entrevistas, pesquisa documental, observação participativa, grupos de


discussão, envolvimento da comunidade. Destaca ainda a importância da análise dos

dados e do envolvimento da instituição. Moore e Kearsley (1996) ao proporem uma

visão sistêmica para todo o processo de Educação a Distância, destacam também a

importância do diagnóstico e incluem a própria filosofia da instituição dentre as

variáveis.

Tipo de Curso → Design → Implementação → Interações → Ambiente Aprendizado

- Necessidades - Design - Impresso - Tutores - Trabalho

dos Alunos Instrucional

- Filosofia da - Planejamento - Vídeo/Áudio - - Residência

Instituição do curso Administração

- Especialistas - Produção dos - Televisão/Rádio - Colegas - Sala de Aula

materiais

- Estratégia - Estratégias de - Softwares - Centros de

pedagógica Avaliação Aprendizagem

- Videoconferência

- Redes de

Computadores

Figura 3. Modelo Sistêmico para Educação a Distância. Adaptado de Moore

e Kearsley, 1996, p. 9.

O Modelo de Moore e Kearsely (1996) não refere‐se especificamente ao curso,

logo é mais abrangente e inclui um número maior de variáveis, com destaque para a

estrutura da Instituição que promove o curso já na etapa inicial e na maneira como os

alunos terão acesso ao curso. Os modelos apresentados por Willis (1996), Eastmond

(1994) e Moore e Kearsley (1996) referem‐se aos cursos, sendo que


Moore e Keasley fazem referência à filosofia da instituição no estágio inicial. Pode‐ se

afirmar que a política e os objetivos da instituição vai permear toda a atividade, o que

inclui a estratégia de diagnóstico, o quanto os resultados do diagnóstico vão interferir

no design dos cursos e como os resultados da avaliação final serão utilizados no

planejamento de novos cursos.

Sobre a questão institucional, Bates (1997) coloca a importância da definição

da missão da instituição como essencial para o modo de atuação da organização junto

ao mercado, sendo que as etapas iniciais são: “definição dos nichos de mercado onde

atua/atuará e definição do equilíbrio entre uso de tecnologia e presencial “. A definição

das áreas de atuação da organização é fundamental para o planejamento e

implementação de toda a estrutura física da instituição (Aoki, 1998), dos tipos de

cursos oferecidos, do atendimento aos alunos e das equipes de profissionais

envolvidos.

Ainda segundo Bates (1997, p.10) “ a opção do uso de tecnologias de

comunicação requer mudanças estruturais e organizacionais, para que os recursos

disponibilizados possam ser utilizados em todo o seu potencial. ”

As estruturas organizacionais adequadas são fundamentais para que a EaD

tenha êxito. Como na modalidade presencial são necessários prédios de tijolos e

cimento, na modalidade a distância as estruturas devem ser planejadas para todas as

etapas de planejamento, produção, atendimento aos alunos e avaliação. O

comprometimento da instituição com os programas e o atendimento às necessidades

dos alunos é essencial para a continuidade dos projetos e a credibilidade da própria

metodologia.
A falta de planejamento a longo prazo da instituição é, com certeza, uma das

principais causas de fracasso de iniciativas em EAD no Brasil apontadas por Nunes

(1992):

• “Organização de projetos‐piloto sem a adequada preparação de seu

segmento;

• Falta de critérios de avaliação dos programas e projetos;

• Inexistência de uma memória sistematizada dos programas

desenvolvidos e das avaliações realizadas (quando existentes);

• Descontinuidade dos programas sem qualquer prestação de contas à

sociedade e mesmo aos governos e entidades financiadoras;

• Inexistência de estruturas institucionalizadas para a gerência dos

projetos e a prestação de contas de seus objetivos;

• Organização de projetos‐piloto somente com a finalidade de testar

metodologias;

• Programas pouco vinculados às necessidades reais do país e

organizados sem qualquer vinculação exata com programas de governo;

• Permanência de uma visão administrativa e política que desconhece os

potenciais e as exigências da educação a distância, sem pessoal qualificado. ”

As causas apontadas por Nunes são problemas políticos administrativos das

instituições que conduziam os programas, e não da Educação a Distância per se, daí

a importância de um planejamento estratégico institucional a longo prazo, da

documentação de projetos e avaliações que tenham critérios e metodologias comuns,

aceitos pela academia e que permitam análises comparativas e longitudinais, sob

pena de tornar as falhas recorrentes, causando desperdício de


tempo e dinheiro, não só das equipes envolvidas nos projetos, como também dos

alunos.

INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Belloni (1999) destaca dois tipos de instituições como os mais consolidados

dentre os que oferecem cursos a distância:

a) Instituições Especializadas – Dedicam‐se exclusivamente ao ensino a

Distância. Nesta categoria podemos citar as grandes Universidades europeias, que

seguem o modelo operacional da UK Open University. Características essenciais

desse tipo de instituição são a abrangência – nacional ou internacional, orçamentos

próprios e independentes e emissão de seus próprios diplomas, com o mesmo valor

formal das instituições que operam no modelo presencial.

b) Instituições Integradas – Fazem pare de uma instituição formal

tradicional e atuam também a distância. Os exemplos mais significativos podem ser

encontrados nos EUA, Canadá e Austrália. Efeitos de sinergia benéficos para a

modalidade presencial (uso de tecnologia) e a distância (feedback mais rápido dos

cursos e a estrutura do presencial).

Outro tipo de organização mencionada por Belloni, que também trabalha com

EAD, e é uma tendência que vem despontando nos últimos anos, são os consórcios

que agrupam várias instituições, educacionais ou não, com o intuito de otimizar os

recursos necessários para a produção e administração de cursos e expandir os

mercados de atuação.
Os consórcios, embora sejam uma opção que permite gerar ganho em escala

de produção – pelo maior número de alunos a utilizarem o mesmo material e em

possibilitar o atendimento local aos alunos, esbarram nas questões políticas e

prioridades de cada instituição. Quando os consórcios envolvem vários países, tem‐

se que considerar também os valores políticos, sociais e econômicos (McIsaac e

Gunawardena, 1996; Collis, 1997) evitando‐se materiais que contenham abordagens

preconceituosas.

Um aspecto fundamental no planejamento dos cursos e que depende

essencialmente dos objetivos da instituição, mencionado por Belloni (1999), é a

distinção entre Educação Aberta e Educação a Distância. Os critérios de distinção

entre as duas modalidades são:

Educação Aberta:

a) Critérios de acesso ao sistema educacional e

b) Flexibilidade de tempo, espaço e ritmo.

Educação a Distância:

a) Separação professor‐aluno e

b) Uso de meios técnicos para comunicação

As duas modalidades podem existir de forma independente ou consorciada,

ou seja, instituições podem ter critérios de admissão de alunos e acompanhamento


dos cursos flexíveis o suficiente para se encaixar na modalidade aberta e que atuem

somente com atividades presenciais e instituições que trabalhem com EAD e que

mantenham os mesmos critérios de admissão e ritmo de estudos da instituição

presencial formal a que estão vinculadas.

Hanna (1998) aponta as seguintes possibilidades emergentes de atuação

para instituições Universitárias:

Tabela 4. Modelos Organizacionais Emergentes em Educação Superior

Tipos de Universidades Certificação Currículo

1. Extensão de Instituições A mesma da instituição à qual Estável, pode ser mais flexível

Tradicionais pertence do que o da instituição à qual

está vinculada

2. Particular centrada na Oficial por região*. Programas Foco nas oportunidades do

formação de adultos específicos ou mercado de trabalho. Orientada

disciplinas também são para adultos.

certificadas.

3. Educação a Distância – Oficial por região*. Muitas Currículo mais flexível voltado

base tecnológica ainda sem reconhecimento para competência e

formal. desenvolvimento da força de

trabalho.

4. Corporativas Oficial por região*. Muitas Voltado para as competências

ainda sem reconhecimento e filosofia da empresa.

formal.

5. Alianças A Universidade traz sua Desenvolvimento e

Universidade/Indústria certificação para os programas competência da força de

trabalho

6. Certificação por Oficial por região*. Muitas Gera o certificado com base

competência ainda sem reconhecimento na experiência e competência


formal. dos alunos, sem oferecer

cursos

7. Multinacionais Parcerias com instituições Restrições no currículo. Ênfase

locais em áreas sem especificidades

culturais

Fonte: Adaptado de Hanna, 1998.

* Nos EUA, que o autor toma como base para sua pesquisa e referências, é

comum o reconhecimento da certificação da instituição por Estado ou região, não

existindo um órgão nacional responsável, como o MEC no Brasil.

O quadro mostra diversas alternativas, e uma questão permanece sem solução

definitiva em todas as opções que não envolvam uma Instituição formal ou que adotem

um modelo que busque performances já consolidadas no mercado: a certificação.

Em muitos casos, o reconhecimento formal da certificação não é fator

fundamental para o interesse profissional do aluno. A importância, principalmente no

Brasil, se dá no âmbito da empregabilidade nos setores controlados pelo governo,

direta ou indiretamente. Muitos dos modelos apresentados por Hanna já fazem, ou

farão, uso intensivo de tecnologia (Material Impresso, Fitas de Vídeo e Áudio, CD‐

ROM, Internet, Realidade Virtual), sendo que o uso dos pressupostos EAD deve

aumentar exponencialmente devido ao crescimento da utilização de materiais e

metodologias para uso em situações eminentemente presenciais, esmaecendo a

distinção entre as modalidades presencial e a distância (Bates, 1997; McIsaac e

Gunawardena, 1996 ).
O reconhecimento do investimento (tempo e financeiro) do aluno em obter um

certificado adequado ao tipo de curso realizado é uma demanda da carreira

profissional, independente se o curso for presencial ou a distância, para isso o

estabelecimento de critérios de avaliação padronizadas para que as instituições

possam se adequar para obter o aval da organização responsável pela certificação

(no Brasil o Ministério da Educação e Cultura ‐ MEC) é fundamental. Os critérios

utilizados devem ser os mesmos do presencial (permitindo ajustes, quando

necessário), ou aceitos pelo sistema educacional vigente, sob pena dos novos

modelos se tornarem alternativas de segunda categoria.

A possibilidade de critérios aceitos internacionalmente (guardadas as

características culturais de cada país e de cada instituição) seria de grande valia, essa

iniciativa certamente deveria ser conduzida por organismos internacionais e, além de

criar a possibilidade de reconhecimento da certificação dos alunos, serviria de base

para o planejamento para todas as instituições que pretendem trabalhar com

Educação a Distância, mesmo em âmbito local. Uma iniciativa em andamento é o

LTSC ‐ Learning Technology Standards Comitte (1999), que trabalha na organização

de parâmetros internacionais para programas que utilizem Computer‐ Aided

Instruction (CAI).

Um exemplo da pertinência do estabelecimento de uniformidade de uma

estrutura básica é o trabalho de Strong e Harmon (1997) que, ao analisar 3 cursos a

distância, apontam a necessidade de formar “consumidores” exigentes para cursos a

distância, e propõe um Guia do Consumidor para Programas On line que considera

várias questões sobre diversos aspectos do programa:


Tabela 5. Check list para alunos em EAD.

Instituição 1 A instituição e o programa são tem certificação reconhecida pelos

. órgãos adequados?

2 Quais são os critérios de admissão?

3 Quais os índices de evasão do programa?

4 Quais recursos da instituição estarão disponíveis aos alunos?

5 Que serviços de suporte aos alunos serão oferecidos?

Programa 1 O programa atende suas necessidades e contribui para suas aspirações

e Equipe . profissionais e/ou pessoais?

2 O curso será valorizado pela instituição onde trabalha ou pretende trabalhar?

3 Os créditos serão reconhecidos se houver troca de curso ou escola?

4 Quais as credenciais e qualificação do corpo docente?

5 Quais serão as interações entre alunos e professores (síncrona ou

. assíncrona, chats, conferências, etc.)?

6 Como será a avaliação?

7 Há necessidade de períodos presenciais ou orientação?

8 Os cursos são atualizados adequadamente?

Custos 1 Todos os custos estão discriminados?


.

2 As estimativas da instituição estão baseadas em critérios realistas e

. experiências concretas?

3 Qual a relação custo/benefício em critérios como:

. a) o mercado de aplicação do conhecimento (para o aluno);

b) Qual a utilidade do curso e do conteúdo para a instituição onde o aluno

trabalha; e

c) Qual o tempo necessário para recuperar o investimento em aumento

de salário ou produtividade.

Fonte: Tradução de Strong e Harmon (1997)

O check list acima foi aplicado nos materiais de divulgação de 3 cursos de pós‐

graduação e possibilitou identificar mais claramente os objetivos e tendências de cada

um, que não constavam de forma adequada nos materiais de divulgação e nos sites

das instituições. A expansão do número de instituições que oferecem cursos, gera um

aumento da competitividade ( Farrel, 1999, Bates, 1997, Hanna, 1998) e a qualidade

dos cursos certamente será um diferencial a ser considerado, uma vez que o leque

de opções do aluno não está mais restrito às questões geográficas. Se, por um lado

a competição é saudável enquanto fator de aprimoramento, por outro, é necessário

mais do que formar “consumidores exigentes” para cursos a distância. A possibilidade

da criação de mecanismos de regulamentação que, sem restringir as possibilidades

de adequação às necessidades locais, garantissem aos alunos a qualidade do serviço

educacional que buscam seria de grande valia.

Em qualquer tipo de instituição é possível a oferta de vários tipos de cursos. A

estrutura, a demanda do mercado e a filosofia da organização vão determinar quais


os modelos possíveis de serem utilizados. Se optarmos pela organização pelo tipo

de certificação, podemos considerar:

a) Doutorado;

b) Mestrado;

c) Especialização;

d) Graduação e

e) Extensão.

Cada tipo curso requer uma abordagem diferenciada na formação dos

professores, nas atividades dos alunos e nas estruturas de suporte. Embora a

Educação a Distância possa ser utilizada em todas as alternativas mencionadas, com

variações nos encontros presenciais e no design dos cursos, deve‐se atentar para os

modelos e critérios já consolidados na modalidade presencial, ou deixar claras as

inovações para que os alunos estejam cientes das formas adequadas de proceder em

situações diferenciadas.

MODELOS DE CURSOS

Segundo o Institute for Distance Education da Maryland University ‐ IDE

(1997), os cursos oferecidos por meio de Educação a Distância partilham com os

cursos presenciais os seguintes componentes:

- Apresentação do conteúdo;

- Interação com professores, alunos e

suporte;
- Aplicações práticas e

- Avaliação.

Independente do modelo adotado, o estágio de planejamento de cursos em

Educação a Distância, deve considerar, de acordo com o IDE:

Tabela 6. Questões comuns a todos os Modelos de Cursos

Suporte Logístico a) distribuição de materiais;

b) estrutura de avaliação de aprendizagem que assegure a

identificação e segurança dos testes;

c) ressarcimento aos professores e equipe de suporte de

custos com comunicação ou deslocamento para

atendimento aos alunos.

Suporte aos Alunos a) orientação acadêmica;

b) atendimento individualizado;

c) acesso à bibliotecas, laboratórios e equipamentos de

informática.

Suporte aos a) treinamento da tecnologia e metodologia do curso

Professores

b) reconhecimento financeiro e/ou acadêmico do trabalho

em EAD;

c) assessoria de especialistas na produção de materiais e

acesso às ferramentas apropriadas;

d) seleção e contratação de bons professores.

Avaliação de a) avaliação adequada dos professores;

processo
b) a estrutura de suporte técnico e administrativa deve ser

avaliada pelos alunos e professores. A avaliação deve

fazer distinção entre o desempenho dos professores e os

demais sistemas de suporte;

c) avaliação dos treinamento e suporte dos professores.

Laboratório a) desenvolvimento de kits para uso individual;

b) demonstração de experimentos por videoconferência;

c) gravação e edição dos experimentos, usando gráficos e

colocando questões;

d) utilizar simulações por computador disponíveis no

mercado ou especialmente elaboradas;

e) encontros presenciais intensivos em locais com

equipamento adequado.

Fonte: Adaptação do IDE (1997).

Além da estrutura básica apontada na tabela 6, válida para todos os cursos,

ainda são considerados os seguintes modelos de cursos, pelo IDE:

Tabela 7: Modelos de cursos a distância

a) Classe Distribuída

O uso de tecnologias de comunicação interativas permite expandir

cursos baseados em sala de aula para outras localidades. Os

professores e a instituição controlam o ritmo e o lugar.

b) Aprendizado Independente

Este modelo não requer que o aluno esteja em determinado lugar em

horário previamente estabelecido. Recebe material para estudo

individual e acompanhamento de um responsável indicado pela


instituição.

c) Aprendizado Independente + Aula

Esta alternativa utiliza material impresso e outras mídias para que o

aluno possa estudar no seu próprio ritmo, consorciado com encontros

presenciais ou usando mídias interativas com o professor e colegas.

Fonte: Adaptação do IDE (1997).

As tabelas 6 e 7 apresentam duas abordagens que são interdependentes, a

estrutura da tabela 6 é necessária para todas as alternativas apresentadas na tabela

7, considerando as especificidades do conteúdo e dos requerimentos de cada tipo de

certificação.

Mason (1998) faz outra categorização de modelos de cursos, no qual o recorte

é a possibilidade de interferência do aluno na seleção do conteúdo e nas discussões

Tabela 8. Modelos de cursos segundo a possibilidade de interferência do

aluno

a) Conteúdo + A base é a separação entre a equipe que planeja e produz o curso

Suporte e as equipes que interagem com os alunos (outros professores ou

tutores). Mesmo que os alunos possam direcionar as atividades e

discussões para questões que são de seu interesse pessoal e/ou

profissional.

A estrutura básica do curso, normalmente produzido em larga


escala, deve ser seguida pelo aluno. A possibilidade de

contextualização se dá essencialmente através de interação com os

professores assistentes ou tutores. Em relação ao curso como um

todo, o tempo dos alunos em discussões on-line não representa mais

do que 20% do total de dedicação.

b) Wrap Around Esta categoria consiste em criar uma parte de curso (guias de estudo,

atividades, discussões) que é construída sobre uma base de materiais já

existentes (livros, CD-ROMs, tutoriais). Este modelo tende a incentivar que

os alunos façam mais pesquisas, gerando mais liberdade e

responsabilidade. O papel do professor ou tutor é mais intenso, porque

uma parcela menor do curso é pré-determinada, de modo que ajustes são

feitos a cada vez que o curso é implementado.

Atividades síncronas, trabalhos em grupo e a incorporação de novas

referências é possível neste modelo. O tempo dedicado à discussões, em

relação ao total do curso, gira em torno de 50%.

c) Integrado Este modelo é oposto ao primeiro. A base do curso são atividades

colaborativas, pesquisa intensiva e projetos em pequenos grupos. O

conteúdo é fluido e dinâmico e determinado, em grande parte, pelas

atividades individuais ou do grupo. De certa forma, desaparece a

distinção entre conteúdo e suporte.

Fonte: Tradução de Models of On-line Courses, Mason (1998).

As alternativas de modelos de cursos a distância apresentadas por Mason não

excluem as etapas de Planejamento Básico detalhadas na tabela 6 e devem também

levar em conta os requisitos de cada tipo de certificação, independente das mídias

utilizadas. Quanto mais alternativas de cursos a Instituição oferecer, maior deve ser a

atenção com a estrutura tecnológica básica (que varia de curso para


curso) e com o trabalho das equipes de produção de cursos e atendimento aos

alunos.

A complexidade do cenário que se apresenta para as instituições que trabalham

(ou pretendem trabalhar) com EaD é muito grande. Embora seja tema comum na

literatura a importância da definição dos nichos de mercado onde a organização vai

atuar, isso nem sempre é tarefa fácil, especialmente devido à velocidade das

mudanças e da ausência de critérios de avaliação consolidados, o que no Brasil é

fundamental para a garantia da validade da certificação.

Tipos de cursos a distância

No Brasil temos pelo menos sete tipos de cursos a distância. Conheça cada

um deles:

1. Ensino médio e fundamental – São cursos direcionados a estudantes que

querem terminar o ensino básico. Podem ser oferecidos por instituições públicas e

privadas e são voltados para adultos que não tiveram oportunidade de estudar no

tempo regulamentar. Também existe a opção de supletivo a distância.

2. Cursos de nível técnico – Formam profissionais de nível médio e

geralmente são focados na aquisição de alguma habilidade específica. Têm duração

curta, entre um ano e meio e dois. Alguns são bem conhecidos, como o Técnico em

Segurança do Trabalho, Técnico em Administração e Técnico em Recursos Humanos.

Cuidado para não confundir técnico com tecnólogo. Veja a diferença a seguir.
3. Curso de tecnólogo – Os tecnólogos são cursos de nível superior focados

em uma área específica do conhecimento. Fazem muito sucesso no Brasil porque são

voltados às necessidades do mercado de trabalho, têm alta empregabilidade e um

tempo de formação mais curto. Alguns exemplos: Gestão em Recursos Humanos,

Empreendedorismo, Logística e Gestão Ambiental.

4. Curso de formação de professores – As licenciaturas são as

modalidades mais comuns da educação a distância. A missão aqui é formar

professores do ensino fundamental e médio. Tem opções em todas as áreas do

conhecimento: Letras, Ciências Biológicas, Química, Física, Matemática, História,

Geografia, Educação Física e muito mais. Entre eles, Pedagogia é o que mais se

destaca na preferência dos brasileiros. A graduação ocupa o primeiro lugar na lista de

matriculados entre todos os tipos de cursos EAD. Geralmente as licenciaturas EAD

têm duração de quatro anos.

5. Bacharelado – Os bacharelados também estão se tornando cada vez mais

comuns na educação a distância. Com duração média de quatro anos, formam

profissionais com um perfil mais generalista. No EAD, os mais conhecidos são

Administração, Serviço Social e Ciências Contábeis. Cursos como Enfermagem,

Engenharia de Produção, Engenharia Civil e Elétrica também têm caído no gosto do

brasileiro.

6. Pós-graduação – Os cursos de pós-graduação a distância também

crescem sem parar no Brasil. Existem milhares à disposição dos alunos, mesmo em
áreas que não têm ainda uma opção de graduação a distância, como Odontologia e

Direito. O tempo pode variar conforme o nível de formação (especialização, MBA,

mestrado ou doutorado). As formações variam de faculdade para faculdade.

7. Cursos livres – Aqui o terreno é ilimitado. Os cursos livres a distância

podem ser de qualquer tipo, oferecer qualquer dinâmica em qualquer área. Podem,

inclusive, ser totalmente online. Têm apenas o objetivo de complementar ou trazer

novos conhecimentos aos interessados. Os de idiomas são bastante comuns. Não

oferecem grau de formação, como os demais. Podem também ser oferecidos pelas

empresas para seus funcionários, com conteúdos corporativos sobre produtos e

serviços, código de ética, competências comportamentais e muito mais.

Formatos de cursos a distância

Exceto pelos cursos livres, os cursos a distância no Brasil precisam, por lei,

oferecer um determinado número de atividades presenciais.

O percentual de encontros varia de acordo com o tipo de formação. Cursos que

demandam mais atividades práticas, como Engenharia ou Enfermagem, terão mais

encontros presenciais. Os mais teóricos terão maior parte da sua carga horária feita

a distância.

Conheça os três principais formatos de cursos a distância:

1. A distância – São cursos que têm a maior parte da carga de disciplinas a

distância. Por determinação do Ministério da Educação, 80% das aulas podem ser
feitas pela internet, no ambiente virtual de aprendizagem disponibilizado pela

instituição de ensino. Os outros 20% devem ser cumpridos em encontros presenciais,

que podem ser apresentação de trabalhos, atividades de laboratório ou aplicação de

provas finais. A frequência desses encontros pode ser quinzenal, mensal ou até

mesmo semestral, dependendo do curso e da instituição.

2. Semipresencial – São cursos que têm parte das atividades a distância e

parte presencial. É o tipo ideal para quem gosta tanto de estudar remotamente quanto

presencialmente. Graduações que exigem mais aulas em laboratório adotam esse

modelo. O percentual de cada tipo de atividade vai variar de acordo com a instituição.

3. Presencial com atividades a distância – São cursos que têm maior parte

da carga presencial mas oferecem algumas atividades a distância. É o inverso do

primeiro tipo. Muitas graduações, principalmente as mais técnicas, como Engenharia,

têm oferecido essa possibilidade ao aluno. Nesse caso, o MEC permite que até 20%

das atividades sejam realizadas no modelo EAD.

Tendências em EaD: 5 que vieram para ficar

Não há controvérsia: o impacto da tecnologia na educação tem sido

exponencial, com novas tendências surgindo a cada ano que passa. E na EaD os

avanços estão ocorrendo a passos largos, dada a procura.

No Brasil, até 2023, a graduação on-line será maioria, e, hoje, mais de 5

milhões de alunos cursam EaD, segundo Censo 2015. Ou seja, o segmento está em

expansão, com isso, é fator crucial que as instituições de ensino superior ofereçam

currículos atraentes e alinhados às tendências.


Muito mais relevante que explorá-las é adotar as que já estão sendo usadas.

Abaixo, listamos cinco tendências de EaD que já são realidade. Confira.

1. Customização

Hoje, o conteúdo é personalizado ao perfil de aprendizagem do aluno.

Também é chamada de Adaptive Learning.

Isso quer dizer que o material didático foi desenvolvido levando em

consideração a vivência do aluno, a familiaridade com o tema, entre outros fatores.

Existem muitas plataformas de personalização de conteúdo que

adaptam disciplinas e cursos.

2. Gamification

Além do uso de vídeo como ferramenta interativa, os serious games estão

invadindo a EAD; consistem em promover a aprendizagem a partir de

jogos orientados, de forma divertida, que podem incluir missões, pontos,

rankings, e que geram recompensa aos alunos a cada objetivo alcançado.


Além disso, a interatividade nos games é explorada de forma mais

abrangente, indo ao encontro do que deseja o aluno de hoje: 9 em cada 10 usuários

preferem conteúdo interativo.

3. Social Learning

Nem um pouco novo, o conceito foi explorado pelo psicólogo canadense Albert

Bandura, na década de 70, e leva em conta o aluno, comportamento e ambiente.

O termo é baseado na interação de indivíduos, na troca mútua de

conhecimento, seja formal ou informal, e coloca todas as formas de aprendizagem em

um mesmo modelo.

Hoje, o social learning é explorado por meio de chats, fóruns, redes sociais e

qualquer canal que promova a interação na EaD. Entretanto, ainda é desafio fazer

com que os alunos estudem em grupo quando estão on-line: 8 de cada 10 preferem

estudar sem companhia.


4. Vídeo

Um dos meios mais usados na EaD. Se vídeos geram mais engajamento na

publicidade, na EaD com certeza é uma das melhores opções para adaptar o

conteúdo.

O audiovisual encanta, especialmente os nativos digitais. Um exemplo bem-

sucedido do uso de vídeos é do professor Sal Khan, que possui uma rede de mais de

42 milhões de usuários, com produções em vídeo sobre as mais diversas áreas do

conhecimento.

5. M-Learning

Os smartphones já passaram os computadores no acesso à internet. Com isso,

está cada vez mais fácil acessar o material didático onde e quando quiser, até mesmo

pela ainda precária rede móvel brasileira. O grande desafio agora é adequar as

plataformas para que sejam responsivas.

Uma barreira citada por professores é o receio de que os alunos não

mantenham a devida atenção com uso de computador e celular.

O professor, filósofo e sociólogo Pierre Lévy rebate, dizendo que os alunos

não sofreriam uma “sobrecarga cognitiva”, e que é um “problema falso”.


Segundo o professor, é necessário que os alunos tenham disciplina: “A gente

precisa aprender quando ligar e desligar o aparelho, utilizando-o conscientemente. É

um domínio de si próprio, uma disciplina”, destaca.

Essas são algumas das principais tendências que já estão sendo colocadas em

prática na educação a distância, com objetivo de oferecer o que há de melhor e mais

atrativo para o aluno, que já não possui o mesmo perfil de aprendizado de anos atrás.

A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NA SOCIEDADE ATUAL

A sociedade atual transforma-se a cada dia e a educação precisa acompanhar

essas transformações. A nova ordem econômica global e desenvolvimento

tecnológico redimensionam as formas de pensar e trazem para discussão diferentes

práticas pedagógicas. Para a escola cabe o desafio de além de promover uma

educação de qualidade, qualificar os estudantes para utilizar, com habilidade e

competência, as tecnologias disponíveis. A escola da atualidade e todos os espaços

de aprendizagem não podem ser indiferentes às possibilidades de uso do computador

e da internet no espaço pedagógico.

No contexto das sociedades atuais, a Educação a Distância surge como uma

modalidade de educação que pode possibilitar formas diferentes de ver o mundo, de

ensinar e aprender. Ela traz aspectos positivos ao contexto educacional, como

democratização de oportunidades educacionais e possibilidade de se constituir em

instrumento de emancipação do indivíduo no contexto social. Propicia a produção de

conhecimento individual e coletivo, favorecido pelos ambientes digitais e interativos

de aprendizagem.
A Educação a Distância tem provocado várias discussões no âmbito

acadêmico, o que demonstra o interesse pelo tema. Vários cursos são criados e

difundidos, tanto de graduação, como de pós-graduação, nas diversas áreas do

conhecimento. Políticas públicas educacionais definem posicionamentos sobre o

assunto, buscando estabelecer legislações específicas de incentivo a programas de

Educação a Distância. Essa modalidade de ensino exige dos educadores ensino exige

dos educadores reflexões amplas e de forma integrada, que os levem a repensar os

conceitos de educação e de tecnologia. Para criar propostas pedagógicas que

desenvolvam as potencialidades que essas tecnologias trazem para o processo

coletivo de construção do conhecimento, torna-se necessário avaliar esta modalidade

de ensino, cuja aprendizagem não está atrelada a presença física dos alunos nas

instituições de ensino.

Conforme Luckesi (2011) a educação pode ser compreendida como mediação

de um projeto social. Nela há a possibilidade de agir a partir dos próprios

condicionamentos históricos. Esta linha de pensamento interpreta a educação

dimensionada dentro dos determinantes sociais, com possibilidades de agir

estrategicamente. Portanto, a educação, nesse ponto de vista poderá ser reproduzida

desde que também possibilite formar cidadãos críticos e poderá estar a serviço de um

projeto de libertação da sociedade capitalista, a educação é visualizada assim como

agente da transformação da sociedade.

De uma forma geral, a educação deve estar de acordo com as necessidades e

transformações da sociedade na qual está inserida, pois, a educação reflete as

transformações da base material da sociedade e, por isso, não está acima da

sociedade, mas consiste em uma dimensão concreta da vida material e que se


modela em consonância com as condições de existência dessa mesma sociedade

(BUENO; GOMES, 2011, p. 54).

Evidencia-se que a educação é um processo histórico e transitório que sofre

alterações de acordo com o contexto sócio econômico e as condições objetivas em

que se realiza, sendo necessário se adequar as necessidades de seus alunos. É

primordial a contextualização teórica da problemática do uso das tecnologias

educacionais nos cursos de formação continuada tendo em vista as transformações

sociais, econômicas, políticas e tecnológicas (BUENO; GOMES, 2011)

Na sociedade atual há uma grande necessidade de atualização, muitas são as

mudanças que ocorrem na sociedade constantemente e os profissionais precisam

buscar um meio de estar aprendendo. Por outro lado, as mais variadas atividades da

sociedade atual impossibilitam de um modo geral, as pessoas dedicarem um tempo

específico no seu dia a dia para voltar à sala de aula, sendo que a Educação a

Distância se torna uma ferramenta essencial nesse processo. A Educação a Distância

(EAD) é uma maneira de ensino que permite atingir um número significativo de

pessoas. Ela rompe com a forma tradicional de ensino e aponta para um novo

paradigma. A EAD seria uma forma de ensinar e aprender que proporciona ao aluno

que não possui condições de comparecer diariamente à escola a oportunidade de se

apropriar dos conteúdos que são transmitidos aos estudantes


da educação presencial. Uma forma que possibilita a eliminação de distâncias

geográficas e temporais ao proporcionar ao aluno a organização do seu tempo e local

de estudos (HACK, 2011).

Conforme Preti (2000), a grande parte dos alunos da Educação a Distância

apresenta características particulares, tais como: são adultos inseridos no mercado

de trabalho, residem em locais distantes dos núcleos de ensino, não conseguem

aprovação em cursos regulares, são heterogêneos e com pouco tempo para estudar

no ensino presencial, sendo assim necessitam que um ensino mais flexível e que se

encaixe em suas reais necessidades.

Neder (2000) refere-se ao conceito de EAD com bastante propriedade,

colocando essa modalidade como um meio, uma ferramenta que permite ampliação

do acesso à escola, o atendimento a adulto, possibilitando o uso de novas tecnologias

de comunicação e de informação.

Em seu artigo 80, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (nº

9394/96) define a educação a distância como uma forma de ensino que possibilita a

autoaprendizagem, com a mediação de recursos didáticos sistematicamente

organizados.

Historicamente surge na pós-revolução russa, ou seja, na década de vinte, do

século passado, para suprir deficiências da escola formal que, por ter sido até então

elitista, atingia um número restrito de pessoas (PETRI, 2000).

Segundo Petri (2000), a política de Educação a Distância atingiu todo o Leste

Europeu para garantir a formação dos trabalhadores. Somente na Rússia, 2.500.000

estudantes (mais da metade dos inscritos nas universidades) estudavam a distância

antes da ruptura do bloco socialista.


Segundo Amorim (2012), o início da Educação a Distância (EAD) no mundo foi

na Suécia em 1833 com o primeiro curso de contabilidade transmitido por

correspondência, evidenciando a importância da necessidade da criação de diversos

materiais impressos que seriam distribuídos e divulgados por meio das

correspondências.

Conforme Alves (2011) há várias experiências feitas pela Europa e também nos

Estados Unidos envolvendo a EAD, mas foi a partir do século XIX que ela passa a

existir institucionalmente para o restante dos continentes, sendo importante

considerar em 1922 na União Soviética tem início o primeiro curso por

correspondência, em 1948 é criada na Noruega a primeira legislação oficial para

escolas por correspondências.

Alguns acontecimentos sociais como a Reforma do Estado, a estruturação legal

para as bases de uma educação em sintonia com as grandes questões nacionais

colocava a gestão, na década de 1990, a assumir responsabilidades com as

mudanças diante das políticas públicas favorecedoras do processo de modernização.

Concomitantemente, crescia o debate em torno da gestão democrática e da melhoria

na formação de professores, diante da necessidade de expansão da educação básica

e de profissionais capazes de atuar de forma polivalente e em contextos de

diversidade sob vários aspectos. Coloca-se então, a importância de uma gestão

eficiente e eficaz, voltada para uma formação que possibilite a superação de

problemas do cotidiano escolar. Uma das formas dessa formação ocorrer é através

da Educação a Distância (HACK, 2011).

Pode-se observar que em vários lugares e momentos da história a Educação a

Distância torna-se uma ferramenta indispensável para dar continuidade eficiente no

processo de aprimoramento educacional. Essas experiências acima citadas e


muitas outras foram muito importantes para a consolidação da EAD, pois somente ela

consegue romper com as barreiras geográficas e temporais tendo agora como aliado

as novas tecnologias que auxiliam neste novo processo de ensino aprendizagem.

Para Bernardo (2009), as várias universidades ou mesmo escolas que adotam

a modalidade EAD, têm incorporado ao longo do seu desenvolvimento as novas

tecnologias de informática e de telecomunicação, pois estas conseguem romper as

barreiras geográficas e temporais e iniciam um novo processo de ensino

aprendizagem que insere estas novas tecnologias no cotidiano escolar.

A Educação a Distância será parte natural do futuro da escola e da universidade. Valerá

ainda o uso do correio, mas parece definitivo que o meio eletrônico dominará a cena.

Ensino a Distância é uma proposta para socializar informação, transmitindo-a de

maneira mais hábil possível.

Educação à distância, por sua vez, exige aprender a

aprender, elaboração e consequente avaliação. É uma modalidade de realizar o

processo de construção do conhecimento de forma crítica, criativa e contextualizada,

no momento em que o encontro presencial do educador e do educando não ocorrer,

promovendo-se, então, a comunicação educativa através de múltiplas tecnologias

(HACK, 2011).

Sousa e Ramalho (2012) observam que são inúmeros os desafios da formação

de gestores em serviço e com a utilização de metodologias que incluam a EAD, não

só para os cursistas, mas para toda a equipe técnica, pedagógica, as instituições e os

executores desses projetos, pois vários são os fatores que devem


ser analisados para que os alunos a distância possam ter um atendimento adequado

e um aprendizado eficiente.

De acordo com Sousa e Ramalho (2012) vive-se no meio de transformações

incomensuráveis no seio da sociedade, as quais exigem da escola e dos profissionais

nova forma de organização, produção e assimilação de conhecimento.

Luck (2011) compreende que a gestão educacional deve estar compreendendo

essas transformações sociais para estabelecer direcionamento e mobilização

capazes de sustentar e dinamizar o modo de ser e fazer do sistema de ensino e das

escolas, sem o que todos os demais esforços e gastos são despendidos sem

promover os devidos resultados. Defende também que o processo de gestão

pressupõe a ação ampla e continuada que envolve múltiplas dimensões, tanto

técnicas quanto políticas e que só se efetivam de fato, quando articuladas entre si.

No Brasil na atualidade, segundo Moran (2009), há duas formas modelos de

educação a distância que são aplicadas. No primeiro caso, o professor aparece em

seu aspecto tradicional de atuação, ministrando o conteúdo através das suas

teleaulas. No segundo, o professor relaciona-se diretamente com os alunos, através

dos materiais impressos e ferramentas digitais disponíveis, orientando-os através de

uma tutoria com o objetivo de uma formação realmente significativa.

Independente das relações que envolvam a prática da ensinoaprendizagem na

modalidade EAD, é muito importante que as metodologias devam ser constantemente

avaliadas, pois se bem repensadas e retrabalhadas será possível assim sempre

melhorar a qualidade da educação no país conforme relata Moran (2009) que a

educação a distância não é mais uma modalidade complementar, ela está se

expandindo e afetando profundamente e educação como um todo.


Há uma opção pela cosmovisão transformadora, pela qual a educação é uma

força presente na trama constitutiva da vida social. Em sua concepção, devemos

colocá-la a serviço do ser humano, individual e coletivo, na busca de sua

emancipação, ou seja, na busca da igualdade de condições de vida para todos, por

dentro da própria vida social e não por fora dela. Dentre as linhas pedagógicas,

certamente os pressupostos progressistas são mais interessantes, por estarem

pautados na formação de uma liberdade efetiva, porém a criticidade progressista

esbarra nas estruturas educacionais brasileiras muito arcaicas e ainda hoje com

traços tradicionais. Na prática docente cada vez mais cheia de desafios o importante

é extrair o que cada uma delas apresenta de melhor, dando subsídios para que

possamos criar estilos próprios e coerentes de atuação pedagógica (LUCKESI, 2011).

As mudanças no processo econômico, no mercado de trabalho, na cultura

globalizada requerem transformações nos sistemas educacionais. A sociedade exige

indivíduos com competências múltiplas, capazes de aprender e de adaptar-se a

situações que desenvolvam múltiplas competências, capazes de aprender e de

adaptar-se a situações que desenvolvam capacidades de autogestão, adaptabilidade,

flexibilidade, autonomia e independência.

Na medida em que novas exigências se impõem, a educação procura adequar-

se a esse novo tempo e à sociedade por meio de uma possibilidade plausível na

distância: a Educação a Distância, que minimiza a necessidade de deslocamento

físico, tanto dos participantes, quanto dos formadores.

Os estudos podem ser desenvolvidos nos locais de origem dos cursistas,

gerando economia de recursos. A apropriação tecnológica é outra vantagem, porque

leva o recurso a pessoas que, de outra forma, talvez não tivessem esta
oportunidade, possibilitando também a interação, a um só tempo, de um

grande número de pessoas em uma grande extensão territorial.

A Educação a Distância se apresenta como uma forma viável de

interação eficaz, que proporciona discussões de valor pedagógico e

relevância para os conteúdos abordados, exigindo aptidões de mediação.


REFERÊNCIAS

AMORIM, Maria Fasura de. A importância do ensino à distância na educação


profissional.
ALVES, Lucinéia. Educação à distância: conceitos e história no Brasil e no
mundo. BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação: Lei nº 9.394/96 – 24
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BUENO, J. L. P.; GOMES, Marco A. de O. Uma análise Histórico-crítica da


formação de Professores com tecnologias de informação e comunicação.
Revista Cocar Belém, vol. 5, n. 53, 2011.
HACK, Josias Ricardo. Introdução à educação à distância. Florianópolis:
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LUCK, H. Gestão educacional: uma questão paradigmática. 9 ed- Petrópolis,
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LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da Educação, 2.ed. São Paulo: Ed.
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MORAN, José Manuel. Aperfeiçoando os modelos de EAD existentes na
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no Brasil e a modalidade a distância: pontos para reflexão, IN Revista Exitus
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