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@medlinguagens 1

Você compra uma passagem pela Air France para voar no mo-
derníssimo A350. O percurso é maravilhoso, a viagem não pode-
ria ser mais agradável, na verdade, ela foi até mais rápida que o
esperado e você foi muito bem servido, não há absolutamente
nada do que reclamar.

A não ser no desembarque.

Quando você sai da aeronave, descobre que não está no Paris Le


Bourget Airport, mas sim em um aeroporto no norte da África,
e isso aconteceu porque o comandante daquele voo fez um pe-
queno desvio (apenas três graus) na rota, ainda quando vocês
estavam sobrevoando o estado do Rio de Janeiro.

Edu, onde tu quer chegar com essa história? O meu propósi-


to aqui é fazer uma analogia: quando começamos um percur-
so da maneira errada e, ainda assim, insistimos na trajetória,
chegamos em um local totalmente diferente.
O propósito do MAPA DA APROVAÇÃO é ser o seu
melhor guia de como estudar para prova do Enem.

No final do ano, eu quero ver você olhar para a prova do primei-


ro dia e resolvê-la com calma e serenidade, execultando a ava-
liação muito antes dos demais concorrentes e garantindo mais
tempo para sua redação e prova de humanas.

A partir de agora, vou te apresentar o meu método de estudos.


De forma bem aplicada, certamente 38+ no ENEM é uma se-
gurança.

Vamos lá?!
QUEM É SEU PROFESSOR?

Meu nome é Eduardo Jorge, estudo medicina na turma 94


da UFPI.

A prova de Linguagens do Enem foi em 2017 o motivo pelo


qual não consegui a aprovação no tão sonhado curso de
medicina.

Em 2018, eu decidi que Linguagens não seria mais um pro-


blema. Então, criei um método de estudos que me tirou de
580 pontos e me levou para a casa dos 707 pontos.

Hoje, no quinto período do curso, olho para os meus cole-


gas de sala e percebo que ali não há ninguém extraordiná-
rio, mas sim pessoas que usaram métodos eficientes para
estudar.

E é exatamente isso que quero te passar:

Linguagens será a prova mais tranquila do


Enem 2022 para você.
9 Como fazer uma questão
de Linguagens

19 Como estudar por uma


questão de Linguagens

32 ComoReferência
utilizar a Matriz de
na prática

44 Desvendando o mapa
Neste primeiro módulo, eu quero te mostrar
como resolver as questões do Enem de forma
assertiva.

Preste bem a atenção nesses próximos passos,


pois você vai utiliza-los até o final do ano.

E nos módulos seguintes, eu te explico como


estudar por meio das questões, mas isso é con-
versa para outra hora.
Vamos nos concentrar nas primeiras coisas.

PASSO 1: LEIA O COMANDO DA QUESTÃO

A primeira ação que fazemos ao olhar para uma questão é ler o


texto, pois ele vem primeiro.

Mas eu te pergunto: com qual propósito você tá lendo esse tex-


to?Eu aposto que já aconteceu com você: leu o texto por intei-
ro, e na hora que terminou o enunciado da questão, não sabia
o que havia feito: o cérebro viajou e a imaginação foi longe.

A partir de hoje, ao se deparar com uma questão,


a primeira coisa que você vai fazer é ler o enunciado.
Já leu enunciado?
Agora você vai se fazer a seguinte pergunta:

O que o autor da questão quer de mim?

Dessa forma, você só vai ler o texto depois que você tiver certe-
za e convicção de que entendeu o comando.

PASSO 2: LER O TEXTO EM BUSCA DO COMANDO

Coloque na sua cabeça, de uma vez por todas: os tex-


tos do ENEM não estão ali para serem contemplados,

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não estão ali para emocionar ou te informar de algo que acon-
teceu.

Por isso, você vai ler o texto da forma mais objetiva possível em
busca daquela pergunta que foi feita anteriormente.
Encontrou o que procurava? Siga em frente.

PASSO 3: OLHAR OBJETIVO

Neste momento, você precisa olhar para as alternativas e dizer o


que foi encontrado como resposta daquela pergunta do enun-
ciado.

Aqui eu te peço muito cuidado para não cair nos famosos dis-
tratores.

Você vai ver ao longo do e-book do MAPA DA APROVAÇÃO que


sempre enfatizo a seguinte informação:

Qual alternativa que condiz com o co-


mando e, realmente, está presente no
texto?
Não é momento para você pensar na realidade que te circunda
- isso fica para redação. Aqui você será técnico.

São esses três passos iniciais para você começar a entender a


prova de Linguagens. Agora, nós vamos praticar.

Eu, Eduardo Jorge, vou te acompanhar por algumas questões


para você finalmente entender e aplicar o método.

Gostou do conteúdo?
Então escreve na minha caixinha
#OMAPAESTAON
assim já vou saber que iniciou a leitura do material.

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LIVE 1
Como fazer
uma questão
de Linguagens
27.01.22 às 20h
Questão 1
Falso moralista

Você condena o que a moçada anda fazendo PASSO


e não aceita o teatro de revista
arte moderna pra você não vale nada
#2
Leia o texto em busca
e até vedete você diz não ser ar�sta
das marcas informais.
info
Você se julga um tanto bom e até perfeito Aqui você deve se lem-
Por qualquer coisa deita logo falação brar que os casos mais
Mas eu conheço bem o seu defeito comuns de informalida-
e não vou fazer segredo não de na língua são:
Você é visto toda sexta no Joá 1) Repetição
e não é só no Carnaval que vai pros bailes se acabar 2) Mudança nos fonemas
Fim de semana você deixa a companheira 3) Quebra sintática
e no bar com os amigos bebe bem a noite inteira 4) Léxico menos formal
Segunda-feira chega na repar�ção 5) Excesso de coordena-
pede dispensa para ir ao oculista ção
e vai curar sua ressaca simplesmente 6) Excesso de elipses
Você não passa de um falso moralista.
NELSON SARGENTO. Sonho de um sambista.

1) As letras de samba normalmente se caracterizam por apresentarem marcas


informais do uso da língua. Nessa letra de Nelson Sagento, são exemplos dessas
marcas
PASSO Comece por aqui
Leia o enunciado

#1 Pergunte-se: O que o autor da questão


quer de ti?
Ele quer onde há uma MARCA DE ORALI-
DADE.

a) “falação” e “pros bailes”.


PASSO
b) “você” e “teatro de revista”.
#3
Olhar objetivo
c) “perfeito” e “Carnaval”. Qual a alternativa condiz com
d) ‘bebe bem” e “oculista” o comando e, realmente, está
presente no texto?
e) “curar e “falso moralista”.

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Questão 2
Canção
No desequilíbrio dos mares,
as proas giram sozinhas… PASSO
Numa das naves que afundaram
é que certamente tu vinhas.
#2
Eu te esperei todos os séculos Leia o texto na busca
sem desespero e sem desgosto, Aqui tenha muita atenção. O
e morri de infinitas mortes texto não é o mais fácil. Então,
guardando sempre o mesmo rosto. pense totalmente naquilo que
Quando as ondas te carregaram
leu no comando.
meus olhos, entre águas e areias,
cegaram como os das estátuas,
a tudo quanto existe alheias.
Minhas mãos pararam sobre o ar
e endureceram junto ao vento,
e perderam a cor que �nham
e a lembrança do movimento.
E o sorriso que eu te levava
desprendeu-se e caiu de mim:
e só talvez ele ainda viva
dentro destas águas sem fim.
MEIRELES, C. In: SECCHIN, A. C. (Org.). Obra completa.Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001

2) Na composição do poema, o tom elegíaco e solene manifesta uma concepção de


lirismo fundada na
Comece por aqui: Leia o enunciado
• Pergunta: O que o autor da questão quer
PASSO de ti?

#1 • Ora, ele diz que há um tom elegíaco e


solene e pergunta no que o lirismo se
pauta.
• agora sim faça a leitura do texto

Sei que lirismo é quando eu coloco para fora o que


estou sentido.

A elegia é um dos gêneros líricos.

O caráter da elegia é fúnebre.

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a) contradição entre a vontade da espera pelo ser amado e o desejo de fuga.
b) expressão do desencanto diante da impossibilidade da realização amorosa.
c) associação de imagens díspares indica�vas de esperança no amor futuro.
d) recusa à aceitação da impermanência do sen�mento pela pessoa amada.
e) consciência da inu�lidade do amor em relação à inevitabilidade da morte

PASSO
Olhar objetivo #3
Qual a alternativa condiz com o comando e,
realmente, está presente no texto?

Questão 3

Os linguistas têm notado a expansão do tratamento informal. “Tenho 78 anos e devia ser
tratado por senhor, mas meus alunos mais jovens me tratam por você“, diz o professor
Ataliba Cas�lho, aparentemente sem se incomodar com a informalidade, inconcebível
em seus tempos de estudante. O você, porém, não reinará sozinho. O tu predomina em
Porto Alegre e convive com o você no Rio de Janeiro e em Recife, enquanto você é o
tratamento predominante em São Paulo, Curi�ba, Belo Horizonte e Salvador. O tu já era
mais próximo e menos formal que você nas quase 500 cartas do acervo on-line de uma
ins�tuição universitária, quase todas de poetas, polí�cos e outras personalidades do final
do século XIX e início do XX. Disponível em: h�p://revistapesquisa.fapesp.br. Acesso em: 21 abr.
2015 (adaptado).

PASSO Ler o texto em busca


Aqui você deve se lembrar que os pronomes acompanham
#2 ou substituem os substantivos.
Os pronomes pessoais represetam as pessoas do discurso.
1º pessoa 2º pessoa 3º pessoa
quem fala com quem se fala de quem se fala

3) No texto, constata-se que os usos de pronomes variaram ao longo do tempo e que


atualmente têm empregos diversos pelas regiões do Brasil. Esse processo revela
que
PASSO
Comece por aqui: Leia o enunciado
• Pergunta: O que o autor da questão quer de ti? #1
O fato do pronome variar emplica o que no nosso dia a dia, na nossa reali-
dade?
Agora leia o texto em busca do que o autor quer.

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a) a escolha de “você” ou de “tu” está condicionada à idade da pessoa que usa o
pronome.

b) a possibilidade de se usar tanto “tu” quanto “você” caracteriza a diversidade da


língua.

c) o pronome “tu” tem sido empregado em situações informais por todo o país.

d) a ocorrência simultânea de “tu” e de “você” evidencia a inexistência da dis�nção


entre níveis de formalidade.

e) o emprego de “você” em documentos escritos demonstra que a língua tende a se


manter inalterada.

Olhar objetivo
Qual a alternativa condiz com o comando e, PASSO
realmente, está presente no texto? #3
Questão 4
Os velhos papéis, quando não são consumidos pelo fogo, às vezes acordam de seu sono
para contar no�cias do passado.

É assim que se descobre algo novo de um nome an�go, sobre o qual já se julgava saber
tudo, como Machado de Assis.

Por exemplo, você provavelmente não sabe que o autor carioca, morto em 1908, escreveu
uma letra do hino nacional em 1867 — e não poderia saber mesmo, porque os versos
seguiam inéditos. Até hoje.

Essa letra acaba de ser descoberta, em um jornal an�go de Florianópolis, pelo pesquisador
independente Felipe Rissato.

“Das florestas em que habito/ Solto um canto varonil:/ Em honra e glória de Pedro/ O
gigante do Brasil”, diz o começo do hino, composto de sete estrofes em redondilhas
maiores, ou seja, versos de sete sílabas poé�cas. O trecho também é o refrão da música.

O Pedro mencionado é o imperador Dom Pedro II. O bruxo do Cosme Velho compôs a letra
para o aniversário de 42 anos do monarca, em 2 de dezembro daquele ano — o hino seria
apresentado naquele dia no teatro da cidade de Desterro, an�go nome de Florianópolis.
Disponível em: www.revistaprosaversoarte.com. Acesso em 4 dez. 2018 (adaptado)

PASSO Ler o texto em busca


Note que essa é uma questão de coesão. No enuncia-

#2 do o autor nos diz que uma hora algo é A, mais na fren-


te é chamado de B.

@medlinguagens 13
4) Considerando-se as operações de retomada de informações na estruturação do
texto, há interdependência entre as expressões

Comece por aqui: Leia o enunciado PASSO


• Pergunta: O que o autor da questão quer de ti?
Quando o autor retoma informações. qual dessas tem #1
relação uma com a outra?

a) “Os velho papéis” e “É assim”.

b) “algo novo” e “sobre o qual.”

c) “um nome an�ga” e “Por exemplo.”

d) “O gigante do Brasil” e “O Pedro mencionado.”


PASSO
e) “o imperador Dom Pedro II” e “O bruxo do Cosme Velho”.
Olhar objetivo
#3
Qual a alternativa condiz com o comando e,
realmente, está presente no texto?

Questão 5

PASSO
#2 Ler o texto em busca
Tenha muita atenção! Esse tipo
de questão com texto menores
possuem alternativas que po-
dem te enganar,
Por isso, selecione bem as pa-
lavras do texto.

5) A associação entre o texto verbal e as imagens da garrafa e do cão configura


recurso expressivo que busca

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PASSO Comece por aqui: Leia o enunciado
#1 Qual a intenção do produtor textual ao colocar esse ca-
• Pergunta: O que o autor da questão quer de ti?

chorro, a garrafa PET e as palavras?

a) a es�mular denúncias de maus-tratos contra animais.


b) desvincular o conceito de descarte da ideia de negligência.
c) incen�var campanhas de adoção de animais em situação de rua.
d) sensibilizar o público em relação ao abandono de animais domés�cos.

e) alertar a população sobre as sanções legais acerca de uma prá�ca criminosa.

PASSO Olhar objetivo

#3 Qual a alternativa condiz com o comando


e, realmente, está presente no texto?

Questão 6

Mulher tem coração clinicamente par�do após morte de cachorro

Como explica o The New England Journal of Medicine, a paciente, chamada Joanie Simpson,
�nha sinais de infarto, como dores no peito e pressão alta, e apresentava problemas nas
artérias coronárias. Ao fazerem um ecocardiograma, os médicos encontraram o problema:
cardiomiopa�a de Takotsubo, conhecido como síndrome do coração par�do.

Essa condição médica �picamente acontece com mulheres em fase pós-menstrual e pode
ser precedida por um evento muito estressante ou emo�vo. Nesses casos, o coração
apresenta um movimento disciné�co transitório da parede anterior do ventrículo esquerdo,
com acentuação da ciné�ca da base ventricular, de acordo com um ar�go médico brasileiro
que relata um caso semelhante. Simpson foi encaminhada para casa após dois dias e
passou a tomar medicamentos regulares.

Ao Washington Post, ela contou que estava quase inconsolável após a perda do seu animal
de es�mação, um cão de raça yorkshire terrier. Recuperada após cerca de um ano, ela diz
que não abrirá mão de ter um animal de es�mação porque aprecia a companhia e o amor
que os cachorros dão os humanos. O caso aconteceu em Houston, nos Estados Unidos.
Disponível em: h�ps://exame.abril.com.br. Acesso em: 1 dez. 2017.

Ler o texto em busca

PASSO Você sabe que gênero textual é tudo aquilo que nasce da
necessidade de se comunicar. Para você saber que gê-
#2 nero é esse, você precisa ter tido contato prévio em outra
ocasião.

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6) Pelas caracterís�cas do texto lido, que trata das consequências da perda de um
animal de es�mação, considera-se que ele se enquadra no gênero.

Comece por aqui: Leia o enunciado


Pergunta: O que o autor da questão quer de ti? PASSO
Qual o gênero textual que eu acabei de ler? #1

a) conto, pois exibe a história de vida de Joanie Simpson.

b) depoimento, pois expõe o sofrimento da dona do animal.

c) reportagem, pois discute cien�ficamente a cardiomiopa�a.

d) relato, pois narra um fato estressante vivido pela paciente.

e) no�cia, pois divulga fatos sobre a síndrome do coração par�do.

Olhar objetivo
Qual a alternativa condiz com o comando e, PASSO
realmente, está presente no texto? #3
Questão 7
TEXTO I

Os pais dos burros


Uma das coisas de que mais sinto falta nesta era de computadores é abrir o pesado
dicionário em papel para procurar um termo e, no laborioso processo de localização
pela ordem alfabé�ca, ir descobrindo palavras novas. A busca por digitação é obje�va
demais. Esse misto de pensamento com reminiscência me ocorreu durante a leitura de
Word by Word (palavra a palavra), de Kory Stamper, um delicioso e obsessivamente bem-
escrito livro sobre dicionários. Stamper, que é lexicógrafa profissional e durante vários
anos atuou como editora-associada da Merriam-Webster, uma das principais casas de
publicação de dicionários dos EUA, conta a história da corrente de protestos de religiosos
que ela e seus colegas �veram de enfrentar quando, numa das reedições, modificaram
um dos sen�dos da palavras �casamento� para comportar a união entre pessoas do
mesmo sexo. Entre várias boas histórias, Word by Word dá bem a ideia do trabalho
insano que é produzir um dicionário, descrevendo todas as fases do processo, da coleção
de averbações à fixação da(s) pronúncia(s), passando pela elaboração da definição e pela
e�mologia. Word by Word, além de entreter, nos educa, contribuindo, ainda que apenas
marginalmente, para que nos tornemos consulentes de dicionários um pouco mais
conscientes. Hélio Schwartsman. Folha de São Paulo, 02/06/2019. Adaptado.

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TEXTO II

Pai de muitos
Do ponto de vista da descrição lexicográfi ca, que é a descrição do léxico da língua,
o dicionário fornece um conjunto de informações sobre cada uma das palavras que
registra e sua u�lidade vai muito além daquele �ra-teima sobre a ortografi a e/ou
significado de uma palavra. A o indicar os diferentes domínios de conhecimentos a que
uma determinada palavra está relacionada, ele não apenas amplia o conhecimento
semân�co dessa palavra, mas também desvenda as relações de forma e conteúdo que
ela estabelece com outros vocábulos. Para além das funções grama�cais, há um mundo
de valores sociais e afe�vos relacionados à palavra que o dicionário pode revelar a par�r
da análise de es�lo e linguagem presentes no enunciado. Portanto, quanto mais ampla
for a seleção vocabular feita por um dicionário, maior será a sua eficácia em desvendar a
trajetória de uma palavra na língua. Avram Ascot. Língua portuguesa e literatura, edição 7

PASSO Ler o texto em busca


#2 Você sabe que a temática é a mesma-isso não vai nos in-
teressar. Aqui você vai compreender o que cada um deles
busca.

7) Embora tenham um fio temá�co comum, os dois textos correspondem a


diferentes gêneros discursivos, considerando-se suas funções comunica�vas, já
que têm como obje�vos principais, respec�vamente,

Comece por aqui: Leia o enunciado PASSO


Pergunta: O que o autor da questão quer de ti?
Apesar do tema ser o mesmo nos dois textos, qual a finalida- #1
de de cada um deles?

a)
b)
sensibilizar e ordenar.
entreter e cri�car. PASSO
c)
d)
comentar e resumir.
opinar e informar.
Olhar objetivo #3
Qual a alternativa condiz com o co-
e) informar e emocionar
mando e, realmente, está presente no
texto?

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@medlinguagens 18
LIVE 2
Como estudar
por uma questão
de Linguagens
31.01.22 às 20h
Vamos lá!

Você já sabe o procedimento para resolver as questões na pro-


va de Linguagens do Enem. Agora, a nossa conversa é outra:
como eu estudo por modelo de questões?

Este é o quarto ano que trabalho totalmente focado na área de


Linguagens no Enem e eu já cansei de ver tanta gente pensan-
do que estava tendo mudanças por estudar resolvendo ques-
tões, mas, na realidade, parecia estar regredindo.

A primeira coisa que eu te digo é: não adianta querer extrair


absolutamente tudo que há em um texto.

Algumas pessoas, inclusive, já me perguntaram: “olha, e se eu


mudar o enunciado desta questão, nós podemos identificar
que o autor do poema fez isso, aquilo e aquilo outro?”

PARA COM ISSO, SE INSTALE NA REALIDADE!

Se você acha prudente estudar por meio de um modelo de


questões, saiba que precisa, primeiramente, identificar o que é
padrão na prova. Certamente, esse é o modelo de estudo mais
eficaz, só que você precisa saber utiliza-lo. Caso contrário, será
a pessoa mais dispersa do mundo, fazendo tantas questões
sem extrair os padrões clássicos dali.

Inclusive, podemos até fazer uma outra analogia para esclare-


cer essa situação:

Você conhece uma fruta chamada figo?


Pois olha ela aqui. Cada um desses pontinhos
na fruta é uma semente, e são tantas e bem
pequenas.

@medlinguagens 20
Agora guarda essa imagem e lembre-se de uma nova fruta: a
azeitona.

Há alguma relação entre elas?


Não diretamente.
Mas, há uma visão simbólica entre
as duas que pode ilustrar bem o
ato de canalizar energia e o ato
da dispersão.

O fruto do figo possui inúmeras sementes, mas é uma das ár-


vores mais difíceis de gerar descendentes.
Ao passo que, a azeitona, em um único caroço, com uma única
semente torna-se uma oliveira.

O que tu quer dizer com isso, Edu?

Sejamos mais próximos das Oliveiras. Precisamos colocar


as nossas energias, o nosso entusiasmo no trabalho correto.
Quando alguém chegar até mim com perguntas e dúvidas to-
talmente sem sentido, esta pessoa comporta-se como um figo:
há um potencial enorme e brilhante, MAS é disperso.

No entanto, voltando ao assunto principal: o padrão que en-


contramos na prova do ENEM.
Como eu vou estudar por meio de questões?

Entendendo os dois padrões existentes:


de enunciado - que falaremos no módulo 3
de alternativas- a nossa conversa a partir de agora.

Olha só, quando você está diante das alternativas da prova,


há geralmente duas coisas:

a) arcaísmo, ao representar termos usados em outros períodos.

@medlinguagens 21
• O termo técnico é aquela palavra que traz um signi-
ficado que normalmente estudamos ao longo do ano
nas aulas de Gramática, Literatura, Artes.
• Já o detalhamento é uma explicação baseada no texto
fonte.

Outras questões apresentam alternativas mais diretas, sem o


termo técnico separado.

Exemplo:

a) promover um discurso em defesa da cultura indígena

Então, diante dos cenários possíveis, nós percebemos que o


padrão das alternativas se encontram em duas coisas:

PALAVRAS QUE
SINGULARIZAM AS VERBOS DICENDI
ALTERNATIVAS

São palavras que se repe- São aqueles verbos que se


tem em inúmeras questões referem ao modo como o
e elas praticamente defi- nosso interlocutor se expres-
nem a alternativa sozinha. sa por meio de palavras e
pensamentos.
Como: depoimento, irônica,
ambígua, enaltecedora. Como: Afirmar, declara, ex-
põe, relativiza, promove

Edu, e o que eu faço com essa informação?

Agora, você já sabe o que deve estudar em uma questão. Não


adianta querer decifrar o motivo pelo qual o autor utilizou tal
palavra na segunda linha do texto.

Você precisa decorar, memorizar e aprender esses padrões. É


obrigatório, se é seu desejo fazer uma boa prova, ter esses con-

@medlinguagens 22
ceitos muito bem definidos. Eles quem serão o alicerce para
você não errar questões porque ficou em dúvida entre duas
alternativas.

O que eu estou te propondo?

Quando você estiver estudando por questões, não tenha pre-


guiça de ir ao Google pesquisar o que significa determinada
palavra. Eu te garanto, quando ela aparecer 20 vezes nas listas
ao longo do ano, e você fizer esse processo, no dia da prova ela
estará memorizada.

Eu vou te explicar melhor a esse respeito na nossa prática.


Vamos comungar os aprendizados do módulo passado ao novo
conteúdo.

Gostou do que viu aqui?

Tira uma foto e marque @medlinguagens lá no Instagram.

Isso fortalece imensamente o meu trabalho.

CO NS TÂNCIA
PACIÊNCIA
PERSE VERANÇA

@medlinguagens 23
Mulher tem coração clinicamente par�do após morte de cachorro

Como explica o The New England Journal of Medicine, a paciente, chamada Joanie
Simpson, �nha sinais de infarto, como dores no peito e pressão alta, e apresentava
problemas nas artérias coronárias. Ao fazerem um ecocardiograma, os médicos
encontraram o problema: cardiomiopa�a de Takotsubo, conhecido como síndrome do
coração par�do.

Essa condição médica �picamente acontece com mulheres em fase pós-menstrual


e pode ser precedida por um evento muito estressante ou emo�vo. Nesses casos, o
coração apresenta um movimento disciné�co transitório da parede anterior do ventrículo
esquerdo, com acentuação da ciné�ca da base ventricular, de acordo com um ar�go
médico brasileiro que relata um caso semelhante. Simpson foi encaminhada para casa
após dois dias e passou a tomar medicamentos regulares.

Ao Washington Post, ela contou que estava quase inconsolável após a perda do seu
animal de es�mação, um cão de raça yorkshire terrier. Recuperada após cerca de um ano,
ela diz que não abrirá mão de ter um animal de es�mação porque aprecia a companhia
e o amor que os cachorros dão os humanos. O caso aconteceu em Houston, nos Estados
Unidos.Disponível em: h�ps://exame.abril.com.br. Acesso em: 1 dez. 2017.
1) Pelas caracterís�cas do texto lido, que trata das consequências da perda de um
animal de es�mação, considera-se que ele se enquadra no gênero
a) conto, pois exibe a história de vida de Joanie Simpson.
b) depoimento, pois expõe o sofrimento da dona do animal.
c) reportagem, pois discute cien�ficamente a cardiomiopa�a.
d) relato, pois narra um fato estressante vivido pela paciente.

e) no�cia, pois divulga fatos sobre a síndrome do coração par�do.

ESTRUTURA BÁSICA
Palavras que singularizam Verbos descendi

Isso aqui são gêneros textuais.


a) EXIBE = mostrar/ expor
Edu, como faço para aprender
isso?Tendo contato e memori-
zando os padrões de cada um. b)EXPOE = apresentar

a) CONTO c)DISCUTE = defender um


ponto de vista
b)DEPOIMENTO
d)NARRA = contar
c)REPORTAGEM
d)RELATO
e)DIVULGA = promover ou
e)NOTÍCIA tornar público

@medlinguagens 24
Antes acuado e aba�do pelos longos meses de revolta dos coletes amarelos em cidades
da França, com direito a cenas de guerra civil e vandalismo explícito em Paris, o presidente
Emmanuel Macron ressurgiu, neste final de férias do verão europeu, bronzeado e adulado
após os três dias da cúpula do G7 organizada em Biarritz. Não era este, no entanto, o cenário
mais previsível. O encontro anual dos líderes de Estados Unidos, França, Reino Unido,
Alemanha, Japão, Itália e Canadá �nha tudo para acabar em mais um convescote diplomá�co
de grandes potências em que nada se decide e tudo se complica. Em um abrasivo contexto
mundial, eram esperadas turbulências meteorológicas na orla, fruto das costumeiras
intempéries provocadas pelo presidente americano, Donald Trump, confessadamente
avesso às instâncias mul�laterais. Mas Macron, que havia cuidadosamente preparado seu
plano com muita antecedência, conseguiu domar os ímpetos do líder da Casa Branca e
obteve, pelo menos, dois avanços significa�vos e inesperados: trouxe Washington de volta
à via diplomá�ca com Teerã na crise do acordo nuclear iraniano, interrompendo o ciclo
progressivo de tensões, e abriu caminho para o arrefecimento da guerra comercial entre
os Estados Unidos e a China, fator de constantes abalos mundiais. Fernando Eichenberg.
h�ps://epoca.globo.com, 13/09/2019. Adaptado

Observa que, aqui, é uma oportunidade para você ter


contato com o gênero artigo de opinião e extrair dessa
questão o padrão de produção desse modelo de texto.
2) Como ar�go de opinião, o texto traz termos empregados com carga subje�va e
crí�ca, como é o caso da referência
a) irônica ao comportamento de Emmanuel Macron: “turbulências
meteorológicas na orla”.
b) ambígua à relação estabelecida entre os líderes mundiais: “o cenário mais
previsível”.
c) posi�va ao encontro dos líderes mundiais: “um converscote diplomá�co de
grandes potências”.
d) enaltecedora das a�tudes tomadas por Donald Trump: “constumeiras
intempéries”.
e) deprecia�va ao comportamento de Donald Trump: “confessadamente avesso
instâncias mul�laterais”.

ESTRUTURA BÁSICA
Palavras que singularizam Verbos descendi

a) IRÔNICA que fala algo pensando o


Não há nenhum ver-
oposto.
bo que nos auxilie.
b) AMBÍGUA que permite múltiplos en-
tendimentos.

c) POSITIVA eufórica.

d) ENALTECEDORA exaltar, engrandecer


alguém.

e) DEPRECIATIVA desqualificar ou menos-


prezar

@medlinguagens 25
Nas minhas andanças, fui parar na África e lá conversei com aqueles homens da Unesco,
os bons, não os burocratas. Um deles me disse: “Cada vez que morre um velho africano é
uma biblioteca que se incendeia.”

Fiquei pensando no nosso índio. Pensando na Amazônia. Índio, escritor e árvore — as três
espécies em processo de ex�nção. Condenadas ao aniquilamento, o índio principalmente.
Será que antes de chegarmos à solução final do nosso problema indígena teremos tempo
de captar um pouco da sua arte e de sua vida, nas quais o sagrado e a beleza se confundem
para alimentar nossa cultura e nosso remorso? Lygia Fagundes Telles. A disciplina do amor, 1980.

3) Com a pergunta presente no segundo parágrafo, o narrador pretende


a) desqualificar a cultura indígena no cenário nacional.
b) mostrar a ex�nção da cultura indígena como uma utopia
c) promover um discurso em defesa da cultura indígena.
d) destacar uma causa mais relevante que a indígena.
e) rela�vizar a importância da cultura indígena no país.

ESTRUTURA BÁSICA
Palavras que singularizam Verbos descendi

Não há palavra que singula- a) DESQUALIFICAR = ser disfórico


rize alguma alternativa.
b) MOSTRAR = apresentar

c) PROMOVER = dar impulso ou divulgar

d) DESTACAR = ressaltar

e) RELATIVIZAR = negar o caráter absoluto

4) Os gêneros textuais nascem emparelhados a necessidades e a�vidades da vida


sociocultural. Por isso, caracterizam-se por uma função social específica, um
contexto de uso, um obje�vo comunica�vo e por peculiaridades linguís�cas e
estruturais que lhes conferem determinado formato. Esse classificado procura
convencer o leitor a comprar um imóvel e, para isso, u�liza-se
a) da predominância das formas impera�vas dos verbos e de abundância de
substan�vos.
b) de uma riqueza de adje�vos que modificam os substan�vos, revelando as
qualidades do produto.

@medlinguagens 26
c) de uma enumeração de vocábulos, que visam conferir ao texto um efeito de
certeza.
d) do emprego de numerais, quan�ficando as caracterís�cas e aspectos posi�vos
do produto.
e) da exposição de opiniões de corretores de imóveis no que se refere à qualidade
do produto.

ESTRUTURA BÁSICA
Palavras que singularizam Verbos descendi
a) FORMAS IMPERATIVAS Não há nenhum verbo
que nos auxilie.
b) ADJETIVOS

c) ENUMERAÇÃO

d) NUMERAIS/ POSITIVO

e) OPINÕES

Agora eu era herói


E o meu cavalo só falava inglês.
A noiva do cowboy
Era você, além das outras três.
Eu enfrentava os batalhões,
Os alemães e seus canhões.
Guardava o meu bodoque
E ensaiava o rock para as ma�nês.
CHICO BUARQUE. João e Maria, 1977 (fragmento)

5) Nos terceiro e oitavo versos da letra da canção, constata-se que o emprego das
palavras cowboy e rock expressa a influência de outra realidade cultural na língua
portuguesa. Essas palavras cons�tuem evidências de
a) regionalismo, ao expressar a realidade sociocultural de habitantes de uma
determinada região.
b) neologismo, que se caracteriza pelo aportuguesamento de uma palavra
oriunda de outra língua.
c) jargão profissional, ao evocar a linguagem de uma área específica do
conhecimento humano.
d) arcaísmo, ao representar termos usados em outros períodos da história da
língua.
e) estrangeirismo, que significa a inserção de termos de outras comunidades
linguís�cas no português.

@medlinguagens 27
ESTRUTURA BÁSICA
Palavras que singularizam Verbos descendi
a) REGIONALISMO palavra que delimita Não há nenhum verbo
uma localidade
que nos auxilie.
b) NEOLOGISMO formação de uma nova
palavra

c) JARGÃO uma “gíria” do local de trabalho

d) ARCAÍSMO palavra em desuso


emprego de uma pala-
e) ESTRANGEIRISMO vra estrangeira no nos-
so léxico

TEXTO I TEXTO II
No caso da Literatura Brasileira,
A canção do africano se é verdade que prevalecem
Lá na úmida senzala, as reformas radicais, elas têm
Sentado na estreita sala, acontecido mais no âmbito de
Junto ao braseiro, no chão, movimentos literários do que de
entoa o escravo o seu canto, gerações literárias.
E ao cantar correm-lhe em pranto A poesia de Castro Alves em
Saudades do seu torrão... relação à de Gonçalves Dias não
De um lado, uma negra escrava é a de negação radical, mas de
Os olhos no filho crava, superação, dentro do mesmo
Que tem no colo a embalar... espírito român�co.
E à meia-voz lá responde MELO NETO, J. C. Obra completa. Rio de
Ao canto, e o filhinho esconde, Janeiro: Nova Aguilar, 2003
Talvez p’ra não o escutar!
“Minha terra é lá bem longe,
Das bandas de onde o sol vem;
Esta terra é mais bonita,
Mas à outra eu quero bem.”
ALVES, C. Poesias completas.

6) O fragmento do poema de Castro Alves exemplifica a afirmação de João Cabral de


Melo Neto porque
a) exalta o nacionalismo, embora lhe imprima um fundo ideológico retórico.
b) canta a paisagem local, no entanto, defende ideais do liberalismo.
c) mantém o canto saudosista da terra pátria, mas renova o tema amoroso.
d) explora a subje�vidade do eu lírico, ainda que tema�ze a injus�ça social.
e) inova na abordagem de aspecto social, mas mantém a visão lírica da terra
pátria.

@medlinguagens 28
ESTRUTURA BÁSICA
Palavras que singularizam Verbos descendi
a) FUNDO IDEOLÓGICO a) EXALTA =louvar/tornar grandioso
arte de comunicar

b) LIBERALISMO b) CANTA = declama


doutrina política
c) SAUDOSISTA c) MANTEM = não modifica
valorizar demais o passado
d) SUBJETIVIDADE d) EXPLORA = utilizo
visão pessoal

e) VISÃO LÍRICA e) INOVA = modifica a forma de


sentimental ver o mundo

A rua
Bem sei que, muitas vezes,
O único remédio
É adiar tudo. É adiar a sede, a fome, a viagem,
A dívida, o diver�mento,
O pedido de emprego, ou a própria alegria.
A esperança é também uma forma
De con�nuo adiamento.
Sei que é preciso pres�giar a esperança,
Numa sala de espera.
Mas sei também que espera significa luta e não, apenas,
Esperança sentada.
Não abdicação diante da vida.
A esperança
Nunca é a forma burguesa, sentada e tranquila da espera.
Nunca é figura de mulher
Do quadro an�go.
Sentada, dando milho aos pombos.
RICARDO, C. Disponível em: www.revista.agulha.nom.br. Acesso em: 2 jan. 2012

7) O poema de Cassiano Ricardo insere-se no Modernismo brasileiro. O autor


metaforiza a crença do sujeito lírico numa relação entre o homem e seu
tempo marcada por

a) um olhar de resignação perante as dificuldades materiais e psicológicas


da vida.
b) uma ideia de que a esperança do povo brasileiro está vinculada ao
sofrimento e às privações.

@medlinguagens 29
c) uma posição em que louva a esperança passiva para que ocorram
mudanças sociais.
d) um estado de inércia e de melancolia mo�vado pelo tempo passado
“numa sala de espera”.
e) uma a�tude de perseverança e coragem no contexto de estagnação
histórica e social.
ESTRUTURA BÁSICA
Palavras que singularizam Verbos descendi

a) RESIGINAÇÃO submissão/ aceitação do des- Não há nenhum


tino
verbo que nos au-
b) ESPERANÇA possibilidade de ser realizar xilie.

não fazer nada diante


c) ESPERANÇAPASSIVA
da possibilidade

d) INÉRCIA/ MELANCOLIA estar parado/ triste

e) PERSEVERANÇA/ CORAGEM persistir

@medlinguagens 30
@medlinguagens 31
LIVE 3
Como utilizar a
matriz de
referência
07.02.22 às 20h
Até aqui seguimos conforme o mapa e:
• Você já sabe responder de forma eficiente uma
questão do Enem.
• Você já aprendeu o que é importante ao estudar para
o modelo de questões.

uma parte das


Agora, se eu te disser que tenho
questões do Enem 2022 em mãos, você
me acharia louco, não é?
Pois eu tenho!

Calma! Não é bem assim, não precisa acionar a polícia federal.


Eu estou falando apenas da Matriz de referência do Enem
que - para alegria dos “Linguagers”- é muito parecido com os
enunciados das questões, ou seja, te orienta muito bem.

Eu sempre recomendo aos meus alunos decorarem essa matriz,


não especificamente palavra por palavra, mas a ideia de cada
competência e habilidade. Para fazer esse exercício, eu pensei
mais ou menos assim:
C1 - W e l c o m e t o t h e r e a l l i f e
C2 - L í n g u a e s t r a n g e i r a
C3 - L i n g u a g e m c o r p o r a l
C4- A r t e s
C5- L i t e r a t u r a
C6- Co e s ã o, Co e rê n c i a , Fun çã o e pa trim ônio (CC FP)
C7- A r g u m e n t o s
C8- A G r a m á t i c a n o E N E M
C9- T e c n o l o g i a s d a c o m u n i c a ç ã o .

@medlinguagens 33
Aqui abaixo está ipsis litteris a matriz:
Matriz de Referência de Linguagens, Códigos e suas
Tecnologias

Competência de área 1 - Aplicar as tecnologias da


comunicação e da informação na
escola, no trabalho e em outros contextos relevantes para sua
vida.

H1- Identificar as diferentes linguagens e seus recursos


expressivos como elementos de
caracterização dos sistemas de comunicação.
H2- Recorrer aos conhecimentos sobre as linguagens dos
sistemas de comunicação e
informação para resolver problemas sociais.

H3- Relacionar informações geradas nos sistemas de


comunicação e informação,
considerando a função social desses sistemas.

H4- Reconhecer posições críticas aos usos sociais que são


feitos das linguagens e dos
sistemas de comunicação e informação.

Competência de área 2 - Conhecer e usar língua(s)


estrangeira(s) moderna(s) como instrumento de acesso a
informações e a outras culturas e grupos sociais*.

H5- Associar vocábulos e expressões de um texto em LEM ao


seu tema.

H6- Utilizar os conhecimentos da LEM e de seus mecanismos


como meio de ampliar as
possibilidades de acesso a informações, tecnologias e
culturas.

@medlinguagens 34
H7- Relacionar um texto em LEM, as estruturas linguísticas,
sua função e seu uso social.

H8- Reconhecer a importância da produção cultural em LEM


como representação da
diversidade cultural e linguística.

Competência de área 3 - Compreender e usar a linguagem


corporal como relevante
para a própria vida, integradora social e formadora da
identidade.

H9- Reconhecer as manifestações corporais de movimento


como originárias de
necessidades cotidianas de um grupo social.

H10- Reconhecer a necessidade de transformação de hábitos


corporais em função das
necessidades cinestésicas.

H11- Reconhecer a linguagem corporal como meio de


interação social, considerando os
limites de desempenho e as alternativas de adaptação para
diferentes indivíduos.

Competência de área 4 - Compreender a arte como saber


cultural e estético gerador
de significação e integrador da organização do mundo e da
própria identidade.

H12- Reconhecer diferentes funções da arte, do trabalho da


produção dos artistas em
seus meios culturais.

H13- Analisar as diversas produções artísticas como meio de


explicar diferentes culturas,
padrões de beleza e preconceitos.

@medlinguagens 35
H14- Reconhecer o valor da diversidade artística e das inter-
relações de elementos que se
apresentam nas manifestações de vários grupos sociais e
étnicos.

Competência de área 5 - Analisar, interpretar e aplicar


recursos expressivos das
linguagens, relacionando textos com seus contextos,
mediante a natureza, função,
organização, estrutura das manifestações, de acordo com as
condições de produção e recepção.

H15- Estabelecer relações entre o texto literário e o momento


de sua produção, situando
aspectos do contexto histórico, social e político.

H16- Relacionar informações sobre concepções artísticas e


procedimentos de construção
do texto literário.

H17- Reconhecer a presença de valores sociais e humanos


atualizáveis e permanentes
no patrimônio literário nacional.

Competência de área 6 - Compreender e usar os sistemas


simbólicos das diferentes
linguagens como meios de organização cognitiva da
realidade pela constituição de
significados, expressão, comunicação e informação.

H18- Identificar os elementos que concorrem para a


progressão temática e para a
organização e estruturação de textos de diferentes gêneros e
tipos.

H19- Analisar a função da linguagem predominante nos textos


em situações específicas
de interlocução.

H20- Reconhecer a importância do patrimônio linguístico para


a preservação da memória e da identidade nacional.

@medlinguagens 36
Competência de área 7 - Confrontar opiniões e pontos de
vista sobre as diferentes
linguagens e suas manifestações específicas.

H21- Reconhecer em textos de diferentes gêneros, recursos


verbais e não-verbais
utilizados com a finalidade de criar e mudar comportamentos
e hábitos.

H22- Relacionar, em diferentes textos, opiniões, temas,


assuntos e recursos linguísticos.

H23- Inferir em um texto quais são os objetivos de seu


produtor e quem é seu público
alvo, pela análise dos procedimentos argumentativos
utilizados.

H24- Reconhecer no texto estratégias argumentativas


empregadas para o convencimento
do público, tais como a intimidação, sedução, comoção,
chantagem, entre outras.

Competência de área 8 - Compreender e usar a língua


portuguesa como língua
materna, geradora de significação e integradora da
organização do mundo e da
própria identidade.

H25- Identificar, em textos de diferentes gêneros, as marcas


linguísticas que singularizam
as variedades linguísticas sociais, regionais e de registro.

H26- Relacionar as variedades linguísticas a situações


específicas de uso social.

H27- Reconhecer os usos da norma padrão da língua


portuguesa nas diferentes situações
de comunicação.
@medlinguagens 37
Competência de área 9 - Entender os princípios, a natureza,
a função e o impacto
das tecnologias da comunicação e da informação na sua vida
pessoal e social, no
desenvolvimento do conhecimento, associando-o aos
conhecimentos científicos, às
linguagens que lhes dão suporte, às demais tecnologias, aos
processos de
produção e aos problemas que se propõem solucionar.

H28- Reconhecer a função e o impacto social das diferentes


tecnologias da comunicação
e informação.

H29- Identificar pela análise de suas linguagens, as tecnologias


da comunicação e
informação.

H30- Relacionar as tecnologias de comunicação e informação


ao desenvolvimento das
sociedades e ao conhecimento que elas produzem.

@medlinguagens 38
A ideia
De onde ela vem?! De que matéria bruta
Vem essa luz que sobre as nebulosas
Cai de incógnitas criptas misteriosas
Como as estalac�tes duma gruta?!
Vem da psicogené�ca e alta luta
Do feixe de moléculas nervosas,
Que, em desintegrações maravilhosas,
Delibera, e depois, quer e executa!
Vem do encéfalo absconso que a constringe,
Chega em seguida às cordas da laringe,
Tísica, tênue, mínima, raquí�ca... C5H16
Quebra a força centrípeta que a amarra,
Mas, de repente, e quase morta, esbarra
No molambo da língua paralí�ca.
Augusto dos Anjos. Eu, 1912

1) Augusto dos Anjos criou um es�lo literário próprio, diferente do de seus


contemporâneos, e que, até o presente, ainda é �do como peculiar. Como se nota
no poema apresentado, esse es�lo é inovador no nível
a) esté�co, pois u�liza uma linguagem rebuscada em uma época em que se
inves�a na linguagem informal.
b) temá�co, pois apresenta uma reflexão sobre a natureza humana, algo que só
seria pra�cado no Pós-modernismo.
c) linguís�co, pois insere termos do universo cien�fico na linguagem poé�ca para
construir um pensamento.
d) informa�vo, pois u�liza a poesia como veículo de propagação de ideias
cien�ficas correntes na época.
e) oratório, pois o poema é construído de tal forma que sua declamação em voz
alta lembre um discurso cien�fico.

C6H18

2) Nos textos, há diferentes vozes e maneiras como elas podem se apresentar aos leitores.
Na �ra apresentada, em que atuam as personagens Snoopy e Charlie Brown,

@medlinguagens 39
a) o cachorro lê um texto do qual ele inicialmente discorda e depois muda de
ideia.
b) o menino quer agradar o cão chamando-o de �querido amorzinho�.
c) a ausência do balão na fala do cachorro é marca do discurso indireto.
d) a oportunidade da comida evidencia uma contradição em relação aos escritos
do cão.
e) o balão na fala do menino representa que somente humanos são dotados de
linguagem

Segue o seco
A boiada seca
Na enxurrada seca
A trovoada seca
Na enxada seca
Segue o seco sem sacar que o caminho é seco
Sem sacar que o espinho é seco
Sem sacar que seco é o Ser Sol C5H16
Sem sacar que algum espinho seco secará
E a água que sacar será um �ro seco
E secará o seu des�no seca
[...] Carlinhos Brown; Marisa Monte.
3) Na canção apresentada, há uma constante repe�ção de palavras caracterizada
tanto pela ocorrência de anáfora ( quando no início dos versos) quanto de
epístrofe (quando u�lizada no final dos versos). Ao u�lizar esses recursos
linguís�cos, a canção
a) orienta o leitor sobre a seca ser traiçoeira, sendo incoerente viver nela.
b) demonstra que a secura do local é fruto de maus tratos à terra.
c) trata da seca como fator que impossibilita a vida, mas visto de forma natural.
d) enfa�za a seca como um elemento delimitador da realidade retratada.
e) cria um efeito sonoro que ameniza o cenário de secura representado.

Argumento

Tá legal
Eu aceito o argumento
Mas não me altere o samba tanto assim
Olha que a rapaziada está sen�ndo a falta
De um cavaco, de um pandeiro e de um tamborim

Sem preconceito
Ou mania de passado
Sem querer ficar do lado
De quem não quer navegar
Faça como o velho marinheiro
Que durante o nevoeiro
Leva o barco devagar.
PAULINHO DA VIOLA. Disponível em: www.paulinhodaviola.com.br.

@medlinguagens 40
4) Na letra da canção, percebe-se uma interlocução. A posição do emissor é conciliatória
entre as tradições do samba e os movimentos inovadores desse ritmo. A estratégia
argumenta�va de concessão, nesse cenário, é marcada no trecho
a) “Mas não me altere o samba tanto assim”.
b) “Olha que a rapaziada está sen�ndo a falta”.
C7H21
c) “Sem preconceito / Ou mania de passado”.
d) “Sem querer ficar do lado / De quem não quer navegar”.
e) “Leva o barco devagar”.

Quinze de Novembro
Deodoro todo nos trinques
Bate na porta de Dão Pedro Segundo.
Seu imperadô, dê o fora
que nós queremos tomar conta desta bugiganga.
Mande vir os músicos.
O imperador booejando responde:
Pois não meus filhos não se vexem
me deixem calçar as Chinelas
podem entrar a vontade:
só peço que não me bulam nas obras completas de
[Victor Hugo.
MENDES, M. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.

5) A poesia de Murilo Mendes dialoga com o ideário poé�co dos primeiros modernistas.
No poema, essa a�tude manifesta-se no (a)
a) releitura irônica de um fato histórico
b) visão ufanista de um episódio nacional. C5H17
c) denúncia implícita de a�tudes autoritárias.
d) isenção ideológica do discurso do eu lírico.
e) representação saudosista do regime monárquico.

Para não apanhar mais


falou que sabia fazer bolos:
virou cozinha.
Foi outras coisas para que �nha jeito.
Não falou mais:
Viram que sabia fazer tudo,
até molecas para a Casa-Grande.
Depois falou só,
só diante da ventania
que ainda vem do Sudão;
falou que queria fugir
dos senhores e das judiarias deste mundo
para o sumidouro.

@medlinguagens 41
LIMA, J. Poemas negros. Rio de Janeiro: Record, 2007.

6) O poema de Jorge de Lima sinte�za o percurso de vida de Maria Diamba e sua


reação ao sistema opressivo da escravidão. A resistência dessa figura feminina é
assinalada no texto pela relação que se faz entre:

a) o uso da fala e o desejo de decidir o próprio des�no C5H15


b) a exploração sexual e a geração de novas escravas
c) a prá�ca na cozinha e a intenção de ascender socialmente
d) o prazer de sen�r os ventos e a esperança de voltar a África
e) o medo da morte e a vontade de fugir da violência dos brancos

Dois parlamentos

Nestes cemitérios gerais


não há morte pessoal.
Nenhum morto se viu
com modelo seu, especial.
Vão todos com a morte padrão,
em série fabricada.
Morte que não se escolhe
e aqui é fornecida de graça.
Que acaba sempre por se impor
sobre a que já medrasse.
Vence a que, mais pessoal,
alguém já trouxesse na carne. C5H16
Mas afinal tem suas vantagens
esta morte em série.
Faz defuntos funcionais,
próprios a uma terra sem vermes.
MELO NETO, J. C. Serial e antes. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997 (fragmento).

7) A lida do sertanejo com suas adversidades cons�tui um viés temá�co muito


presente em João Cabral de Melo Neto. No fragmento em destaque, essa
abordagem ressalta o(a)
a) inu�lidade de divisão social e hierárquica após a morte.
b) aspecto desumano dos cemitérios da população carente.
c) nivelamento do anonimato imposto pela miséria na morte.
d) tom de ironia para com a fragilidade dos corpos e da terra.
e) indiferença do sertanejo com a ausência de seus próximos.

@medlinguagens 42
Soneto VI
Brandas ribeiras, quanto estou contente
De ver-vos outra vez, se isto é verdade!
Quanto me alegra ouvir a suavidade, PASSO
Com que Fílis entoa a voz cadente!
#1
Os rebanhos, o gado, o campo, a gente,
Tudo me está causando novidade:
Oh! como é certo que a cruel saudade
Faz tudo, do que foi, mui diferente!

Recebi (eu vos peço) um desgraçado,


PASSO
Que andou até agora por incerto giro,
Correndo sempre atrás do seu cuidado
#2
Este pranto, estes ais com que respiro,
Podendo comover o vosso agrado,
Façam digno de vós o meu suspiro.
PASSO
Cláudio Manoel da Costa
#3
1) Na composição poé�ca árcade, a natureza é tratada:
a) como uma lembrança da pátria da qual foram exilados.
b) como um refúgio da vida atribulada das metrópoles do século XIX.
c) como um prolongamento do estado emocional do poeta.
d) como um local em que se busca a vida simples, pastoril e bucólica.
e) como uma fonte para o retrato crí�co às desigualdades sociais.

Deixo, ó Glaura, a triste lida


Submergida em doce calma;
E a minha alma ao bem se entrega,
Que lhe nega o teu rigor.
Neste bosque alegre e rindo
Sou amante afortunado;
E desejo ser mudado
No mais lindo Beija-flor.
Todo o corpo num instante
Se atenua, exala e perde:
É já de oiro, prata e verde
A brilhante e nova cor.
[...]
E num voo feliz ave
Chego intrépido até onde
Riso e pérolas esconde
O suave e puro Amor.
Toco o néctar precioso,
Que a mortais não se permite;
É o insulto sem limite,

@medlinguagens 43
desaf io
Desvendando
O MAPA
13.02 - 15.02 às 20h
Sabe aquela história que o melhor sempre fica para o
final?
Aqui não poderia ser diferente.

Até aqui você já entendeu:


• Como fazer as questões.
• Como estudar por questões
• Como utilizar a matriz de referência

Agora, chegou a hora de praticar toda essa base que aprende-


mos ao longo das semanas anteriores.

Por qual motivo eu considero este o melhor módulo?

Aqui, nós uniremos a teoria do ensino médio aos três passos


anteriores. Você vai perceber, mais do que nunca, que o ENEM
não se trata de interpretação textual, mas sim de muito esfor-
ço.

Eu farei, junto com você, a resolução das 7 questões deste


módulo. Se programe para assistir às aulas diárias, pois esta
semana será fundamental para você confirmar o que vimos
no MAPA DA APROVAÇÃO.

Te espero. Até já!

@medlinguagens 45
Mas ditoso o meu ardor;
Deixo, ó Glaura, a triste lida
Submergida em doce calma;
E a minha alma ao bem se entrega,
Que lhe nega o teu rigor.
ALVARENGA, Manuel Inácio da Silva. “O Beija-Flor”, Rondó VII[trecho]. In: Glaura: poemas eró�cos. São
Paulo: Companhia das Letras, 1996. p. 53-56

2) Os procedimentos de composição empregados indicam que, no poema, o eu lírico


mostra-se
a) receoso pela profanação da amada.
b) melancólico pela distância da amante.
c) afortunado pela possibilidade do amor.
d) ansioso pela correspondência amorosa.
e) Resignado com a impossibilidade amorosa.

PASSO PASSO
#1 #2
PASSO
#3

3) A linguagem da �rinha revela


a) o uso de expressões linguís�cas e vocabulário próprios de épocas an�gas.
b) o uso de expressões linguís�cas inseridas no registro mais formal da língua.
c) o caráter coloquial expresso pelo uso do tempo verbal no segundo quadrinho.
d) o uso de um vocabulário específico para situações comunica�vas de emergência.
e) a intenção comunica�va dos personagens: a de estabelecer a hierarquia entre
eles.

@medlinguagens 46
PASSO PASSO
#1 #2
PASSO
Vambora
#3
Entre por essa porta agora
e diga que me adora
Você tem meia hora
pra mudar a minha vida
Vem vambora
que o que você demora
é o que o tempo leva
Ainda tem o seu perfume pela casa
ainda tem você na sala
porque meu coração dispara
quando tem o seu cheiro
dentro de um livro
Dentro da noite veloz
CALCANHOTO, A. Vambora. In: Adriana Calcanhoto. Maritmo. CD. Sony Music, 1998.

4) Em textos literários, é recorrente o uso de figuras de linguagem para a expressão


de ideias. Na letra da canção,a autora emprega a figura de linguagem
a) metonímia, em “você tem meia hora”.
b) an�tese, em “Vem vambora”.
c) sinestesia, em “Ainda tem o seu perfume pela casa”.
d) metáfora, em “porque meu coração dispara”.
e) prosopopeia, em “Dentro da noite veloz”.

PASSO
#1
PASSO
#2
PASSO
#3
@medlinguagens 47
LIRA III
Tu não verás, Marília, cem ca�vos
Tirarem o cascalho, e a rica terra,
Ou dos cercos dos rios caudalosos,
Ou da minada serra.
Não verás separar ao hábil negro
Do pesado esmeril a grossa areia,
E já brilharem os granetes de ouro PASSO
No fundo da bateia.
Não verás derrubar os virgens matos; #1
Queimar as capoeiras ainda novas;
Servir de adubo à terra a fér�l cinza;
Lançar os grãos nas covas.
Não verás enrolar negros pacotes
Das secas folhas do cheiroso fumo;
Nem espremer entre as dentadas rodas
PASSO
Da doce cana o sumo.
Verás em cima da espaçosa mesa
#2
Altos volumes de enredados feitos:
Ver-me-ás folhear os grandes livros,
E decidir os pleitos.
Enquanto revolver os meus consultos,
Tu me farás gostosa companhia, PASSO
Lendo os fastos da sábia mestra história,
E os cantos da poesia.
Lerás em alta voz a imagem bela,
#3
E eu, vendo que lhe dás o justo apreço,
Gostoso tornarei a ler de novo
O cansado processo.
(...) Tomás Antônio Gonzaga

5) O poema acima faz parte da obra poé�ca de Tomás Antônio Gonzaga, principal
poeta do Arcadismo brasileiro. Levando em conta os elementos cons�tu�vos da
esté�ca árcade, percebe-se no texto que o poeta:

a) adequa-se ao ideal de aurea mediocritas, ao equiparar-se a profissões que não


exigem o conhecimento acadêmico.
b) assume uma posição de superioridade, valorizando o pastoralismo e menosprezando
explicitamente profissionais não especializados.
c) rompe com a convenção árcade, uma vez que não empresta sua voz a um sujeito
lírico pastor e destaca aspectos biográficos em sua poesia.
d) nega o ideal de vida simples e digna ao destacar seu status, revelando-se ganancioso
e preocupando-se com sua ascensão social.
e) assume o bucolismo �pico da escola árcade, ao destacar elementos da vida no
campo, valorizando-a em detrimento da vida na cidade

@medlinguagens 48
“Hoje alcei voo com o Sol.

Não imaginava poder realizar algum dia o que os monges do século 19 afirmavam
ser a melhor maneira de escrever: acompanhando o nascimento do Sol.”

É assim que Margherite começa a narrar a história de Arthur, um au�sta no século


XIX. Através dessa personagem, a professora Maria Cris�na Kupfer, do Ins�tuto de Psicologia
da USP, sinte�za a sua trajetória de mais de quatro décadas como uma das pioneiras no
Brasil na pesquisa e no tratamento do au�smo infan�l sob a visão psicanalí�ca.

O livro é muito diferente do inovador Educação para o futuro: psicanálise e educação,


também de sua autoria, já na quarta edição e referência para os estudos de educadores e
psicanalistas. Na nova obra, Maria Cris�na deixa a linguagem acadêmica para abrir espaço
para um romance com uma narra�va poé�ca, sensível, mas, ao mesmo tempo, com muita
ciência. “Minha primeira mo�vação foi a de oferecer uma outra visão do au�smo, diferente
da que está dominando atualmente”, explica Maria Cris�na. “Mas depois fui me animando
com a escrita mais livre. Comecei a gostar de ver as ideias surgirem no próprio ato de
escrever.” KIYOMURA, L. Como abrir uma janela para iluminar o mundo do au�sta. Disponível em: www.jornal.usp.
br. Acesso em: 30 set. 2020.

6) A obje�vidade presente no texto é �pica do gênero

a) editorial, por emi�r uma opinião sobre os monges do século XIX.

b) argumenta�vo, por tecer uma crí�ca à linguagem u�lizada no livro.

c) opina�vo, por apresentar um parecer acerca do atual cenário do au�smo.

d) publicitário, por divulgar o Ins�tuto de Psicologia em que a autora trabalha.

e) resenha, por expressar concisamente o ponto de vista a respeito de dois livros.

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PASSO
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Muito do que gastamos (e nos desgastamos) nesse consumismo feroz podia ser
negociado com a gente mesmo: uma hora de alegria em troca daquele sapato. Uma tarde
de amor em troca da prestação do carro do ano; um fim de semana em família em lugar
daquele trabalho extra que está me matando e ainda por cima detesto.
Não sei se sou o�mista demais, ou fora da realidade. Mas, à medida que fui
gostando mais do meu jeans, camiseta e mocassins, me agitando menos, querendo ter
menos, fui ficando mais tranquila e mais diver�da. Sapato e roupa simbolizam bem mais
do que isso que são: representam uma escolha de vida, uma postura interior.
Nunca fui modelo de nada, graças a Deus. Mas amadurecer me obrigou a fazer
muita faxina nos armários da alma e na bolsa também. Resis�r a certas tentações é
burrice; mas fugir de outras pode ser crescimento, e muito mais alegria. LUFT, L. Pensar
é transgredir. Rio de Janeiro: Record, 2011. Nesse texto, há duas ocorrências de dois-
pontos.

7) Na primeira, eles anunciam uma enumeração das negociações que podemos fazer
conosco. Na segunda, eles introduzem uma

a) opinião sobre o uso de jeans, camiseta e mocassins.


b) explicação sobre a simbologia de sapatos e roupas.
c) conclusão acerca da oposição entre o�mismo e realidade.
d) comparação entre ostentação e conforto em termos de vestuário.
e) retomada da ideia de negociação discu�da no primeiro parágrafo.

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