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Roteiro de Atividades: Civilidade e cenas cotidianas

Autoria: Andrea Barreto, Leandra Souza e Vítor Florenzano.

Palavras-chave:
Civilidade, relações interpessoais, cotidiano, linguagem oral e escrita.

Objetivos:
Oportunizar uma discussão sobre civilidade com base na análise de cenas da vida cotidiana.

Material:
Cópias dos estudos de caso (em Instruções para as atividades)

Suporte teórico:
MANZINI-COVRE, Maria de Lurdes. O que é cidadania. Coleção Primeiros Passos. São Paulo: Editora
Brasiliense, 1995.
VALLS, Álvaro L. M. O que é ética. Coleção Primeiros Passos. São Paulo: Editora Brasiliense, 1987.

Instruções para as atividades:


 Aula 1
Divida a turma em grupos de 2 ou 4 alunos. Distribua para cada grupo cópias dos casos (você pode dar
a cada grupo um só caso, ou mais de um).
Os alunos devem ler os casos que receberam e escolher um dos personagens de cada história.
Após a leitura, o grupo deve listar as razões que levaram o seu personagem àquele comportamento.

Tarefa de casa: Cada grupo deve preparar um texto, em forma de carta, a ser encaminhado ao(s)
outro(s) personagem(s) da história, explicando os motivos que levaram seu personagem a agir de
determinada forma, defendendo suas atitudes, mostrando seus pontos de vista, justificando e/ou
pedindo desculpas por suas atitudes.

 Aula 2

Abertura (10 minutos):


Escreva no quadro o nome de cada personagem e, abaixo de cada nome, os argumentos que os alunos
escreveram para a atitude dos personagens escolhidos por eles.

Atividade (40 minutos):


Convide a turma para um debate, a fim encontrar formas civilizada de resolver a situação das
personagens dos casos em questão.

Sugestões:
Fique atento à forma como os alunos apresentam seus pontos de vista, incentivando a civilidade no
momento de defender suas ideias.

Estimule os alunos mais retraídos a participar e a expressar suas opiniões, porém sem impor de forma
incisiva essa participação.

Mantenha-se neutro durante o debate, para não influenciar os alunos, mas, a cada colocação, procure
introduzir questões que levem à reflexão de todos.

Considerando, por exemplo, o caso do vizinho com som alto, se um aluno argumenta que Rodrigo tem
o direito de escutar música na altura que quiser, uma vez que não está no horário do silêncio noturno,
você pode questionar: “Mas será que o fato de eu incomodar o meu vizinho já não é motivo para eu

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questionar minha atitude? E se fosse o contrário e Marcelo desenvolvesse uma atividade que me
incomodasse dentro da minha casa? Será que eu gostaria?” Ou então, se um aluno argumenta que
Marcelo está com a razão, pois tem o direito de não gostar de ouvir a música do vizinho, você pode
questionar: “Mas Rodrigo, então, não tem o direito de ouvir música em sua casa em horário permitido
para isso?” E assim por diante.

Fique também atento para o fato de que possíveis situações de conflito normalmente só se resolvem
com ambas as partes cedendo um pouco em seus direitos. Portanto, não deve ser imposta à turma
uma solução do que é o certo ou o errado para cada situação. Caso este tipo de solução seja dado pela
turma e seja coerente, não há problemas. Entretanto, uma vez que a turma esteja com dificuldades
de chegar a uma solução, proponha uma espécie de acordo entre as personagens.

Estudos de caso

Caso 1: SUPERMERCADO

Janaína foi a um supermercado que vende produtos a preços mais baixos que os praticados no
mercado. Como iria comprar apenas alguns mantimentos mais urgentes que estavam faltando em sua casa,
rapidamente terminou suas compras e dirigiu-se ao local de pagamento.
Chegando à bateria de caixas, antes de escolher a fila iria entrar, olhou para todas e verificou qual
delas, aparentemente, andaria mais rápido. Neste momento, avistou um caixa em que os integrantes da
fila eram uma senhora com uma pequena cesta de compras, outra senhora com um carrinho cheio pela
metade, e um rapaz com um carrinho contendo 10 engradados de bebida da mesma marca. Sendo assim,
em comparação com as outras filas existentes no supermercado, essa parecia ser a mais rápida até chegar
a sua vez e, portanto, Janaína entrou no fim dela.
Passados aproximadamente 20 minutos após a entrada de Janaína na fila e quando o carrinho do
rapaz com as bebidas começaria a ser passado, ele faz um sinal chamando alguém e imediatamente
aparecem dois carrinhos superlotados de compras e passam à frente de Janaína.
Janaína, indignada com a situação, pede que a dona dos três carrinhos, Ivete, vá com os dois
carrinhos que acabaram de chegar para o final da fila.
Ivete começa a argumentar com Janaína, em tom de voz alto, que não há lei impedindo que se
guarde lugar em filas de supermercado e que isso é uma prática comum, que todos fazem e ninguém
reclama.
Janaína também altera bastante o tom de sua voz, coloca sua cesta de compras na esteira do
caixa e responde que essa não é uma questão de lei, mas uma questão de educação e civilidade.
Ivete, por sua vez, tira a cesta de compras da esteira do caixa e diz que quem está tentando furar
a fila e é mal educada e incivilizada é Janaína.
O bate-boca, com troca de ofensas entre as duas, toma proporções cada vez maiores e clientes e
funcionários do supermercado ficam assistindo à cena sem nada fazerem.

E agora? Escolha uma das personagens e diga quem tem razão. Qual seria uma solução civilizada para esta
situação? Quem está com a razão?

Caso 2: VIZINHO COM SOM ALTO

Marcelo e Rodrigo moram na mesma rua e suas casas ficam uma ao lado da outra. Marcelo mudou-
se há pouco tempo e, por ser estudante, passa as tardes em casa. Já Rodrigo mora no local há mais tempo
e, devido a uma mudança de turno em seu emprego, encontra-se em casa todos os dias a partir das 12 h.

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É sabido por toda a rua que Rodrigo tem o hobby de ouvir músicas, mas, como sempre chegava
tarde do trabalho, tinha o costume de escutá-las no headphone. Com a mudança de turno de seu trabalho,
Rodrigo, então, resolveu que praticaria seu hobby no aparelho de som de sua casa durante o dia inteiro,
uma vez que música era algo que lhe relaxava e distraía.
No primeiro dia em que Rodrigo ouviu suas músicas o dia todo, Marcelo se sentiu incomodado,
porém, pensando que seria apenas por aquele dia, nada fez. No segundo dia de música, Marcelo também
se incomodou, mas nada fez. No terceiro dia, Marcelo resolveu, então, bater na porta de Rodrigo e pedir
para que ele abaixasse o som.
Rodrigo respondeu a Marcelo que não abaixaria, pois estava em sua casa e a lei do silêncio apenas
vigorava a partir das 22 h.

E agora? Escolha um dos personagens e diga quem tem razão? Como resolver de forma civilizada a
situação entre Marcelo e Rodrigo?

Caso 3: CABINE DE LOJA DE ROUPA

Mariana, jovem estudante, foi a uma loja de roupas de classe média muito conhecida em um
shopping da zona sul do Rio de Janeiro. Após selecionar algumas peças de roupa de seu agrado, dirigiu-se
à seção de provadores para experimentá-las.
A seção de provadores femininos da loja em questão é composta por um largo corredor e, em cada
uma de suas extremidades, há uma série de cabines consecutivas, além de haver duas funcionárias
responsáveis pelo controle da quantidade de entrada e saída de mercadorias trazidas pelas clientes.
Ao chegar à referida seção, Mariana pegou sua placa, mas percebeu que todas as cabines estavam
ocupadas; portanto, ficou parada na entrada do corredor esperando a sua vez de entrar.
Então, Mariana reparou que clientes que chegavam posteriormente a ela ignoravam sua existência
e avançavam corredor adentro, entrando nas cabines que iam sendo liberadas. Tudo aconteceu tão rápido
que Mariana nem teve tempo de reivindicar o fato de ter chegado primeiro ao provador. Reparou,
também, que as funcionárias, por sua vez, não se mostravam dispostas a organizar a dinâmica do local.
Então, ela resolveu argumentar com uma funcionária:
– “Querida, você pode vir aqui um minuto?!”, disse Mariana em voz alta para não ter que sair da
fila.
A funcionária, então, veio em sua direção.
– “Acontece que eu cheguei aqui primeiro, e as pessoas parecem não respeitar a ordem da fila.
Duas pessoas já passaram à minha frente.”
A funcionária logo respondeu:
– “Desculpe, senhora, não tinha visto.”
Depois virou-se de costas, retornando à sua atividade.
Mariana ficou indignada, mas optou por não se estressar com a funcionária. Minutos depois,
chegou mais uma cliente, que já ia passando à sua frente mais uma vez. Dessa vez, Mariana resolveu
reclamar diretamente com a cliente, alertando-a que ela deveria se dirigir ao final da fila. Iniciou-se um
bate boca.

Escolha uma personagem (Mariana, a funcionária ou a cliente que ia passar à frente de Mariana) e diga
quem tem razão. Como resolver o problema de forma civilizada?

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