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Estágio Básico II - Diário de Campo 5

DATA: 17/05/21
ALUNA: Maria Victória Fernandes Gomes
HORÁRIO: 16:10 às 17:20
LOCAL: Google Meet
PÚBLICO: Alunos do 1° ao 3° ano do E.M do colégio Liceu
INTERVENÇÃO - Entre encontros e desencontros: comunicação na escola
FACILITADORAS – Lorena Paiva, Kátia Estevaes, Maria Aparecida e Victória Fernandes

Foi realizado uma palestra sobre as relações entre os estudantes e a comunicação não
violenta, a proposta era fazer os alunos refletir sobre seus comportamentos em suas relações
sociais na escola e pensar sobre o bullying e as implicações deste em suas vidas.

No primeiro momento foi realizado uma breve palestra sobre a temática, onde foi
apresentado aos alunos a definição de encontro e desencontro, o bullying, os tipos de bullying,
os perfis dos envolvidos no bullying e a importância de princípios éticos, morais, cívicos e
religiosos na formação do ser humano, considerando o papel da escola neste processo.

Nesse momento houve a participação da professora trazendo contribuição sobre o tema,


então a sala foi dividida em duas, parte dos alunos continuaram no mesmo link e a outra parte
foram para outro link. Foi o momento de participação dos alunos, falamos acerca do processo
de repetição da violência usando o exemplo do que aconteceu no Big Brother Brasil e trazendo
a reflexão desse processo na vida dos alunos.

A sala 1 tinha por volta de 34 alunos, no entanto apenas 4 participaram ativamente, e estes
tiveram muita resistência para falar de si sempre procurando oportunidade para falar de
outros ou de causas sociais. Este comportamento pode indicar um mecanismo de defesa, para
não se sentir vulnerável é preferível falar de outros do que de si. Entrar em contato consigo
muitas vezes implica em sustentar a angústia de lidar com as próprias limitações e os próprios
defeitos, vivenciar essa situação em um ambiente virtual, onde não se controla nem mesmo se
sabe o que tem atrás das telas é muita exposição, natural os alunos preferirem não se expor.

Entretanto, foi necessário realizar alguns direcionamentos das falas dos alunos, pois o
objetivo da intervenção era proporcionar autorreflexão visto que conseguimos (com muito
esforço) mudar apenas o nosso próprio comportamentos, e precisamos focar em “problemas”
locais para depois partir para os problemas mais amplos. Este processo causou incômodo nos
alunos, mas o incômodo intrínseco no processo de perceber-se , falas como “é complicado”,
“sou orgulhosa demais, tenho que aprender a ceder” indicam que os objetivos da intervenção
foram alcançados.

Esta intervenção foi realizada a pedido da escola, devido a casos de bullying e durante a
atividade os alunos mencionaram quem estava envolvido neste caso, no caso os estudantes:
Eloi, Evilly e Gracimara e falaram que estavam tentando conviver, não iriam desenvolver amor
do dia para noite, mas estavam tentando. Eu pontuei que não era necessário desenvolver
afeto, porém o respeito era necessário.

Pensamos no processo da comunicação não violenta, em que apresentamos um caso de


conflito para que os alunos trouxessem sugestão de como resolver, as colocações de uma
aluna foram bem maduras, ela trouxe elementos da comunicação não violenta e resolveu o
conflito de forma coerente, outro aluno fez algumas pontuações sobre a resolução do caso e
começou a refletir sobre as diferenças de gênero o que deu inicio a uma fuga da discussão
para debates de questões sociais e eu tive que cortar pontuando que antes de falar de
sistemas (de outros) temos que primeiro pensar em nosso comportamento particular.

Por fim colocamos a música “Entre o ódio e a razão” da banda Tanlan para encerrar a
intervenção e finalizar a reflexão, os alunos relataram alguns pontos da música que chamaram
atenção, uma aluna pontou o trecho “Eis o conflito, a decisão entre ter razão ou ter o melhor
pra quem tá perto”, outro aluno comentou “opiniões e afins” este mesmo havia comentado
anteriormente que as pessoas eram muito egoístas, trazia muito um discurso de polaridades
do tipo o mal é os opressores e o bem os oprimidos, como toda a letra da música confronta
muito essa perspectiva é provável que esse aluno tenha ficado na defensiva.

Por fim concluo que foi um avanço conseguir apresentar conceitos e promover
psicoeducação entre estes alunos, dado os comportamentos anteriores de extrema
participação desorganizada. A divisão das salas foi um ponto positivo, assim como o
reconhecimento do próprio comportamento e a abertura para mencionar que estavam
envolvidos no conflito. Promovemos reflexão sobre si e sobre a importância de se avaliar e
rever comportamentos prejudiciais afim do bem comum e da convivência harmoniosa.

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