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Biblioteca Digital Curt Nimuendajú - Coleção Nicolai

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Biblioteca Digital Curt Nimuendajú - Coleção Nicolai
www.etnolinguistica.org

O ESTUDO ETNOGRAFICO DO ÍNDIO NO BRASIL *


por

HERBERT BALDUS

Foram os Tupi do litoral os primeiros índios do Brasil conhe-


cidos pelos europeus. Dêles trata, em 1500, a deliciosa carta de
• Pero Vaz de- Caminha e êles constituem o assunto principal das
t
notícias etnográficas dadas por Hans Staden, Joseph de Anchieta,
André Thevet, Jean de Lery, Gabriel Soares de Souza, Fernão
Cardim, Claude d'Abbeville e Yves d'Evreux, isto é, pelos quinhen-
tistas e seiscentistas mais importantes para o estudo do nosso indí-
gena. O significado dêsse material foi revelado, modernamente,
sob vários aspectos, nas obras de Alfred Métraux e Florestan Fer-
nandes.
Mas, já no século XVI, escrevera-se também sôbre outros indí-
genas e outras regiões dêste país. Staden menciona, entre os nom, s
de cinco tribos, inimigas dos Tupinambá, os de índios que habitavam
f
mais para o interior, assinalando-os no seu mapa. Thevet trata dos
' Waitaka, tribo não-tupi. No mesmo ano de 1541, em que Orellana
atravessa o norte do Brasil de oeste a este, Cabeza de Vaca cruza
o sul em sentido oposto. A primeira destas duas expedições espa-
- nholas foi historiada na "Relação" do dominicano Carvajal, a segunda
r no livro intitulado "Comentários". Ambas essas obras contêm refe-
rências aos habitantes das zonas percorridas. Na mesma época,
espanhóis, vindos do Paraguai, visitaram tribos mato-grossenses,
como nos conta Schmidl, soldado bávaro que, em 1553, chegou,
por terra, de Assunção a São Vicente. A primeira parte do "Tratado
descriptivo do Brasil em 1587" de Gabriel Soares de Souza é um
"Roteiro geral da costa brasílica", com referência às diferentes
tribos do litoral, desde os ''Tapuias" do Amazonas até aos "Tapuias"
do rio da Prata. Surpreendentemente grande é a quantidade de
nomes tribais citados por Cardim no seu capítulo "Da diversidade
de nações e línguas".
Menciono tudo isso .apenas para lembrar a rapidez com que,
desde os primórdios da era colonial, aumentaram número e varie-

• Comunicação feita na I Reunião Brasileira de Antropologia, Rio de Janeiro,


novembro de 1953. ·

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248 REVISTA DO MUSEU PAULISTA, N. S., VOL. IX

dade das tribos brasileiras conhecidas pelo oranco, tanto no litoral


como em partes longínquas do interior. Sabemos que, com o
aumento do número de tribos d.escobertas, cresceu funestamente o
número das tribos extintas. Ainda não temos um atlas histórico-
-geográfico que mostre, nas diversas épocas da penetração do -Brasil,
as tribos vivas e as tribos mortas. Nimuendajú já contribuiu muito
para isso em mapas do "Handbook of South American Indians". A
quantidade de tribos referidas des~e o século XVI até hoje é grande
demais para que elas possam. ser especificadas no presente trabalho.
E a impossibilidade de tratar, aqui, de tôdas as publicações a seu
respeito se evidencia pelo fato de a minha "Bibliografia Crítica da
Etnologia Brasileira", a ser publicada, brevemente, pela Comissão
do IV Centenário da Cidade de São Paulo, consistir em 1785 itens
sôbre índios (1). É por isso que, dando agora um balancete do que
foi feito para o conhecimento do índio do Brasil, um balancete do
que se está fazendo nesse estudo e do que deve ser feito para tal
fim, limitar-me-ei a umas poucas tribos em cada uma das diversas
partes do país, tri~s essas que me parecem merecer átenção espe-
cial, seja pelos problemas e conveniências de pesquisa que apre-
sentam, seja pelos trabalhos que, a seu respeito, estão em preparo,
~m elaboração ou já impressos. Das obras impressas, mencionarei,
somente,- algumas das mais importantes, citadas no "Handbook of
South American Indians" e as mais valiosas, saídas depois da publi-
pação dêste man~al, tentando, assim, oferecer resumo de um
complemento brasileiro às suas bibliografias. Material complemen-
tar mais extenso e as pormenorizadas indicações bibliográficas se
encontrarão na minha "Bibliografia Crítica da Etnologia Brasileira".

* * *
Começando pelo sul temos, primeiro, os Kaingang. Existem
numerosos artiguetes e alguns artigos sôbre êles, mas nenhum
trabalho que apresente, de forma completa, determinado aspecto
cultural ou, que estude, por exemplo, os diferentes graus de àcul.:
turação e mestiçagem nas hordas do Rio Grande do Sul, Santa
Catarina, Paraná e São Paulo. Entre os problemas especiais, em
certas hordas, convém ser considerada a incorporação de brancos e
brancas às metades exógamas. Estou preparando u.m a monografia
sôbre ·êsses índios, mas preciso ainda pesquisar muito, antes de
poder completá-la~

(1) Esta obra foi publl~ada e~ 1954, com 859 páginas, in a. 0-:
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~ sabido que Jules Henry tratou de "Kaingang" os chamados


"Botocudos de Santa Catarina", conhecidos também pelos nomes de
Aweikoma e Xokleng. Parece, porém, que as diferenças entre a
sua cultura e a dos Kaingang propriamente ditos superam as seme-
lhanças. ~ desejável, em todo caso, reexaminar, por novas pesqui-
sas de campo, os dados publicados a seu respeito.
Sôbre a religião dos Apapokuva-Guarani temos o famoso tra-
balho de Nimuendajú. Da aculturação dos Kaiuá tratou, em 1952,
James D. Watson. Egon Schaden está elaborando um amplo estudo
sôbre diversos grupos guarani.
Darcy Ribeiro salvou o que podia ser obtido, ainda, dos rema-
nescentes dos Ofaié, publicando-o, em 1951, na Revista do Museu
Paulista. O volume correspondente a 1954 dêste mesmo órgão da
Etnologia Brasileira conterá uma compilação de dados sôbre os
Oti, tribo extinta de São Paulo, que não foi considerada na parte
etnográfica do "Handbook of South American Indians" (2 ).
Sôbre os Tereno apareceram, em 1949, os trabalhos de Oberg
e Altenfelder Silva que, porém, não esgotam o assunto.
Excelentes são os trabalhos de Darcy Ribeiro sôbre os Kadiuéu.
Esperamos que o autor possa reunir todo o seu material numa
grande monografia que apresente a cultura tribal na sua totalidade.
Uma das melhores monografias sôbre uma tribo brasileira é a
de Colbacchini e Albisetti sôbre os Bororo orientais. Lamentável
é, apenas, que os dois missionários, tendo passado tôda a vida em
contacto com êsses habitantes do planalto mato-grossense, não se
l
tenham lembrado de inserir a biografia de alguns de seus catequi-
zados e a especificação das fases da mudança da cultura por êles
presenciadas.
Os trabalhos de Max Schmidt sôbre os Guat6 tratam, principal-

mente, de cultura material. Parece, porém, duvidoso que os poucos
sobreviventes possam, ainda, fornecer informações satisfatórias
acêrca dos outros aspectos culturais.
Ao mesmo autor devemos monografias sôbre duas outras tribos
da bacia do Paraguai: os Paiaguá e os Umutina. Acêrca dêstes
últimos há, ainda, precioso material inédito colhido por Harald
Schultz em prolongado convívio.
, Dos Nambikuara deram-nos Roquette-Pinto e Lévi-Strauss notí-
cias tão interessantes que qualquer etnólogo fica com vontade de
conhecer mais de perto os índios da Serra do Norte, descobertos,
em 1907, pelo então Coronel Rondon.
Passando de lá para a bacia do Guaporé e Madeira, penetra-
mos numa região que, desde a expedição de Snethlage em 1934,
se tomou, cada vez mais, o alvo de viajantes ansiosos para encontrar
(2) Herbert Baldus : Os Otl. Revista do Museu Paulista, N. S ., VIII: 79-92.
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índios ainda não ou o menos possível atingidos pela nossa civili-


zação. Quem, nos últimos anos, trouxe os melhores resultados de
lá, foi Franz Caspar que, em 1948, passou longamente com os
Tupari, tendo já publicado uma parte do material colhido (3 ,. Em
,1950, o aluno da Escola de Sociologia e Política de ·São Paulo, Dom
Mauro Wirth O .. S. B., foi em procura dos Pakahas-Novas e não
voltou mais. Em setembro do corrente ano (1953), Harald Schultz se
dirigiu para o alto Gi-Paraná.
~ste explorador, aliás, visitou, em 1950 e 1951, várias tribos
da bacia do Purus, reunindo informações que sairão no volume
correspondente a 1955 da Revista do Museu Paulista (4 ). Uma das
suas principais observações nessa região foi verificar que o fato
de os úrdios de um certo lugar serem ignorados pela ciência não
significa que sejam desconhecidos, também, pelos sertanejos. Os
indígenas duma parte do Brasil etnogràficamente tão pouco explo-
rada como o alto Purus perderam muito da antiga cultura devido
ao contacto com os seringueiros. Esta circunstância vem a ser, por
outro lado, mais uma razão para apreciar o livro de Capistrano de
Abreu sôbre os Kaxinauá. · ;
Em 1952 apareceu a monografia de Curt Niníuendajú sôbre os
Tukuna, tribo do Solimões, onde o maior conhecedor dos índios do
Brasil faleceu em 1945.
Sua morte lembra a de outro gra.n de vulto da Etnologia Brasi-
leira, que, igualmente, deixou a vida em serviço de campo: Theodor
Koch-Grünberg. Devemos a êle obras monumentais sôbre os índios
tanto da bacia do alto rio Negro, como da do rio Branco. A zona
compreendida entre êsses dois rios e a Venezuela guarda, ainda,
muitos segredos para nós, apesar de existir abundante literatura
sôbre certas tribos do rio Branco que, em parte, vivem na Guiana
Inglêsa: os Makuxi e Vapidiana (Wapixana). Acêrca dêstes últimos
convém mencionar os trabalhos mitológicos do padre Nlauro· Wirth
e, baseando-se em informações dadas por êste missionário, o estudo.
de Lucila Herrmann sôbre organização social.
Sem dúvida, também a parte oriental da Guiana Brasileira está
cheia de surprêsas para o etnólogo, apesar das pesquisas de Speiser
entre os Aparai, de Nimuendajú enh·e os Palikur e de Eurico Fer-
nandes em ambas estas tribos.
Os Tupi do Maranhão foram afo1tunados, a respeito de seus
etnógrafos. Em 1949 apareceu o excelente livro de Wagley e Gal-
vão sôbre os Tenetehara, e, nos últimos anos, Darcy Ribeiro passou
várias vêzes, longamente, com os Urubus, de modo que podemos
esperar uma obra-prima sôbre êles.

(3) Em 1953, Caspar publicou, ainda: Some Sex Beliefs and Practices of the
Tupari Indiana. Revista do Museu Paulista, N. S., VII: 203-244.
(4) · v. pp. 181-201 do presente volume. . .
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No mesmo sentido estiveram com sorte também várias tribos


jê, isto é, os Apinagé, Cherente e Timbira orientais, pois tiveram
em Nimuendajú .o seu descritor. Uma destas tribos timbira, aliás,
os Krahó, foi visitada, em 1947, por Harald Schultz que publicou
boa coleção de suas lendas.
Entre numeros::is tribos dó nordeste, b·abalhou, em 1951 e 1952,
William D. Hohenthal, Jr. Seu estudo sôbre os Xukuru de Per-
nambuco. aparecerá no volume correspondente a 1954 da· Revista
do Mu·seu Paulista (5 ). . · .: ·
Tratando do Brasil Oriental convém mencionar, ainda, o tra-
balho .d e Nimuendajú sôbre os Botocu,dos, que saiu em 1946.
Passa~do de lá n_ ovamente para o oeste, vamos dar uma
olhadela à b~ciá . do Araguaia. _ Descrevi a situação de suas tribos,
como a vi em 1947, num relatório ao Serviço de Proteção aos .. tndios,
impresso no ano· segu.in~e; Convem acrescentar que, desde e11tão,
Wagley e eu publicamos ainda alguma cois~ sôbre os Tapirapé,
~ontinuà'nd9, poré!ll, . ~édi~ a maior p~te de nos~o ma~erial; o
mesmo acontece, infelizmente, com o que ~illiam Lipkind colheu,
em· 1938 e 1939, entre os Karajá; com respeito aos Akué-Xavante,
po~e-s~. dizei~ que sua pacificação~ emp:feendida pelo Serviço de
Proteção ~os índios, progrediu ao ponto de possibilitar pesquisas
etnográ.fic~s nesta tribo. . '• .. .
. Acêrca de tribos. da bacia do Xingu saíram, em 1952, na I_levista
do· Museu Pauli~ta, um. relat~rio .~scrito. em 1940 por Nimt1endajú
e um ·artigo · de Horace Éanner sôbre · os Çórotire, bem como uma
breve notícia ~ôbre os ultimos Juruna, de autoria de E;duardo
Galyão .. A êste .yiajante e ao seu companheiro Pedro E. de Lima
~evemos . também preciosos dados acêrca das tribos da região ~os
for.madores daquele rio. Aliás, desde as . expedições de Karl von
~e1:1 Steinen : até hoje, num~rosos estudiosqs, com interêsses etnoló-
gicos ~stiveram na parte superior da bacia xinguana, principalmente
ne.stes úl~o~ anos em que à instalação .q.e campos de aviaç~o faci-
litou extrema~e.nte o acesso. Com exceção de q~, ·porém, não
ficaram o tempo necessário com uma tribo para .poder reunir mate-
rial satisfatório. para uma monografia sôbre tôda sua cultura. ~ste
foi Buell. Quain, que mo~reu,, deixando inéditos seus manuscritos.
.Num balancete como o presente, não podemos omitir o ·g rande.
relató~io que, sob~ o .título "S. P. 1. 1953", acaba de aparecer._ Nêle
encontramos, além de informações e fotografias de valor etnográ..
f~co, tµna honesta . exposição sôbre ~ ·atual orientação e as ~ais
recentes atividad~s, ·e muitas outras indicações úteis aos ·pesquisa-

(5) Notes on the Shucunx . I~dl~ of s~rra de Ararobá, Pernambu~o. Brazll~


Revista do Museu Paulista, N. S., VIII': 93-166.
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dores como, por exemplo, a localização geográfica dos numerosos


Postos Indígenas distribuídos por todo o país, a longa lista de tribos
por êles acessíveis e, ainda, dados sôbre as tribos hostis.

'
• • •
Quero, agora, acrescentar algumas palavras sôbre o estudo
etnográfico do índio brasileiro, no que diz respeito aos diversos
componentes da cultura.
Possuímos já alguns bons trabalhos ergológicos, por exemplo,
os de Max Schmidt sôbre trançados. ~1as, as coleções dos museus
estão, na maior parte, ainda não devidamente investigadas. Basta
lembrar os seus acervos de flechas nunca descritos, cujo estudo
comparativo poderá levar a importantes esclarecimentos sôbre con-
tactos culturais, migrações e outros problemas. Considerando-se a
cultura material em geral, convém fnsar que os pe~quisadores de
campo forneceram relativamente poucos dados sóbre matéria-prima
e sua transformação em objetos.
Referindo-nos aos problemas económicos podemos citar Max
Schmidt outra vez como pioneiro. Mas, ao lado dêle, figu_ram
dignamente Wagley e Galvão quando, no seu livro sôbre os Tene-
tehara, tratam, como primeiros, das questões da área e do rendimento
das terras amanhadas. Em geral,..~. porém, pouca atenção foi pres-
tada, até hoje, aQs assuntos económicos dos índios do Brasil.
Mas, interês~e cada vez maior está sendo despertado pelos
aspectos sociais. A respeito disso, temos de citar, novamente, as
magníficas monografias de Nimuendajú sóbre os Jê. Nomenclatura
de parentesco parece ser, agora, assunto tão em voga que até leva
certos viajantes a perder todos os escrúpulos publicando quadros
completos dêsses têrmos depois de rapidíssima visita a uma tribo
cuja língua ignoram. Qualquer pesquisador experimentado sabe
que pouca coisa é mais difícil de obter com segurança do que a
terminologia de parentesco.
Depois dos ensaios sôbre o direito dos índios do Brasil, publi-
cados por Max Schmidt em 1899 e 1907, os nossos conhecimentos
nessa especialidade não ª1:1ffientaram muito. Dos problemas da
guerra, tratam intensamente as recentes obras de Florestan Fer-
nandes.
Sóbre religião e mitologia, apareceu, nos últimos anos, um 'bom
número de trabalhos, por exemplo, de Wagley, Darcy Ribeiro,
Schaden, Schultz e Métraux. Falta-nos, porém, um manual aper-
feiçoando a sinopse publicada por Ehrenreich em 1905.
REVISTA DO MUSEU PAULISTA, N. S., VOL. IX 253

O mesmo pode-se dizer, ainda, acêrca do trabalho de Martius


sôbre a "natureza, doenças, medicina e remédios dos índios brasi-
leiros", aparecido em 1844.
Um dos assuntos mais cônsidéradôs, atualmente, é o da acul-
turação. Poucos, porém, se mostraram, até agora, interessados em
problemas da personalidade. Menção especial merece, aqui, o
trabalho de Florestan Fernandes sôbre a marginalidade do Bororo
· Tiago Marques Aipobureu. Testes psico-diagn6sticos de Rorschach
e Mira y López foram aplicados por mim aos Kaingang do lvaí,
~1~. .

• • •
Resumindo, podemos dizer: o estudo etnográfico do índio do
Brasil começou em 1500 com a carta de Caminha e está, ainda
hoje, nos começos. Mas, os melhores representantes da Etnologia
Brasileira estão compreendendo que chegou o momento de produzir
multum, non multa.

f
..

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