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CALDEIRÃO DA SANTA CRUZ DO

DESERTO, O MASSACRE QUE O BRASIL


NÃO VIU
BEATO JOSÉ LOURENÇO
CALDEIRÃO DE SANTA CRUZ DO DESERTO

José Lourenço Gomes da Silva, peregrino


paraibano, migrou até Juazeiro do Norte e se
tornou um beato de confiança do Padre Cícero.
O padre lhe cedeu uma terra no sítio Caldeirão,
localizado na serra do Araripe, em Crato. Era
para o beato plantar, criar e para lá levar os
retirantes da seca, famintos, que vinham ao
Juazeiro pedir socorro ao Padre Cícero
CALDEIRÃO DA SANTA CRUZ DO DESERTO
CALDEIRÃO DA SANTA CRUZ DO DESERTO

O crescimento da população do Caldeirão


provocou a chegada de trabalhadores de
diversas especialidades. A comunidade
produzia tudo o que necessitava para a
sobrevivência dos moradores. Apenas o sal, o
querosene e remédios eram comprados pelo
beato, com o dinheiro que arrecadava com a
venda de rapadura e algodão.
CALDEIRÃO DA SANTA CRUZ DO DESERTO

Os camponeses e
romeiros que vivam na
comunidade,
trabalhavam
coletivamente e
dividiam a produção da
comunidade entre si.
CALDEIRÃO DA SANTA CRUZ DO DESERTO

A incrível
capacidade de
trabalho e liderança
do beato era
reconhecida por
todos.
CALDEIRÃO
CALDEIRÃO DA SANTA CRUZ DO DESERTO

Lá era bonito de se ver:


Criação de bois, cabras,
porcos, galinhas.
Construíram:
2 açudes
Casa de farinha
Engenho
olaria
MORADORES DO CALDEIRÃO
CALDEIRÃO DA SANTA CRUZ DO DESERTO

Não circulava dinheiro na comunidade do


Caldeirão. A organização social era mantida por
meio da fé , oração e trabalho. Trabalhava-se
das seis da manhã às seis da noite, sob o ritmo
dos benditos, puxados pelo beato…
CALDEIRÃO DA SANTA CRUZ DO DESERTO

Toda a produção e consumo


eram controlados por Isaías,
espécie de “ministro do
planejamento e da economia”
da comunidade. Os produtos
eram armazenados em celeiros e
redistribuídos de acordo com as
necessidades de cada família.
CALDEIRÃO DA SANTA CRUZ DO DESERTO

Reinava a fartura, fruto do trabalho intenso de


milhares de pessoas em mutirão – a população
do sítio alcançou na fase mais populosa, cerca
de duas mil pessoas. Os celeiros estavam
sempre cheios. Foi uma fantástica organização
do trabalho que satisfazia as necessidades dos
camponeses. Viviam felizes.
CALDEIRÃO DA SANTA CRUZ DO DESERTO
Uma das casas
remanescentes do antigo Era fartura de comida em
Sítio Caldeirão, sendo meio à miséria reinante
preservada na atualidade no sertão da época.
Uma comunidade pobre,
mas bem alimentada
material e
espiritualmente.
CALDEIRÃO DA SANTA CRUZ DO DESERTO

A morte de Padre Cícero


amigo e protetor do
beato anunciava também
a desgraça.
O crescimento da
popularidade do beato, à
prosperidade do sítio,
chamou a atenção dos
políticos e da igreja do
Crato.
CALDEIRÃO DA SANTA CRUZ DO
DESERTO
Jornais iniciaram uma
campanha contra o beato.
“Os fanáticos do Caldeirão”,
publicado no jornal “O
Povo”, afirmava, entre
outras coisas: “Dois
malandros do Ceará, José
Lourenço e Severino
Tavares, exploram no Vale
do Cariri a memória do
Padre Cícero.
CALDEIRÃO DA SANTA CRUZ DO DESERTO
Espalhavam mentiras :

Os proprietários de terra O beato fazia celebrações da


não encontravam mais mão igreja, sem ser padre.
de obra barata dos
camponeses, pois todos Vivia em concubinato com as
queriam trabalhar e morar moradoras do Caldeirão
no caldeirão. possuindo um harém de 16
mulheres.

As elites políticas e religiosas


Que explorava a ignorância e o
atacavam sistematicamente fanatismo dos camponeses,
o beato e a comunidade. usando suas força de trabalho
para enriquecer.
CALDEIRÃO DA SANTA CRUZ DO DESERTO

Padres falam do perigo


dos fanáticos e do
comunismo. Os boatos
chegam aos ouvidos das
autoridades estaduais.
Todos contra a
comunidade camponesa
igualitária do sítio
Caldeirão
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O Governador do
Estado, Menezes
Pimentel decidiu pela
intervenção. O Tenente
José Góis de Campos
Barros comandou a
expedição, no mês de
setembro de 1936.
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Foi um dos maiores massacres da história


brasileira.
Em setembro de 1936, aconteceu a primeira
invasão à comunidade, por forças policiais.
Em 11 de maio de 1937, foram as Forças
Armadas, que bombardearam e destruíram a
comunidade.
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Três aviões, comandados


pelo brigadeiro José
Macedo, conduzindo
bombas, metralhadoras e
grande quantidade de
munições, metralharam e
bombardearam o
Caldeirão…
MASSACRE
CALDEIRÃO
Mais de mil pessoas foram mortas e enterradas
em valas comuns.
O beato José Lourenço fugiu para uma fazenda
em Exu- PE . Morreu 9 anos depois da peste
bubônica.
Foi enterrado em Juazeiro , no cemitério do
socorro

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