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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

CURSO DE AGRONOMIA

Henrique Gonsalves de Araújo

Pós de Rocha e Remineralizadores, Uso na Agricultura: Uma


Revisão Bibliográfica

Planaltina/DF

1
Novembro de 2021

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Pós de Rocha e Remineralizadores, Uso na Agricultura: Uma


Revisão Bibliográfica

Henrique Gonsalves de Araújo

Orientador: Remidijo Tomazini Neto

Trabalho apresentado, como parte das


exigências para a conclusão do CURSO DE
AGRONOMIA.

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Planaltina/DF
Novembro de 2021
UPIS – Faculdades Integradas
Departamento de Agronomia
Rodovia BR 020, km 18
DF 335, km 4,8
Planaltina (DF) Brasil
Endereço para correspondência:
SEP/Sul Eq. 712/912 Conjunto A
CEP: 70390-125 Brasília (DF) Brasil
Fone/Fax: (61) 3488-9909
www.upis.br
agronomia@upis.br

Orientador:
Prof. MSc. Remidijo Tomazini Neto

Supervisor:
Prof. Dr. Marcelo da Silva Marinho

Membros da Banca:
Prof. MSc. Remidijo Tomazini Neto
Prof.
Prof.

Data da Defesa:

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AGRADECIMENTOS

Agradeço à Deus, pois sem ele eu não teria tido forças para enfrentar essa
longa jornada, pois foram muitos obstáculos enfrentados, mas graças a Ele eu
cheguei até aqui.
Agradeço imensamente aos meus pais e avós, pois além de me
proporcionarem a oportunidade de estudar, me incentivaram diariamente, me
apoiando desde a escolha do curso, sempre me dando forças nos momentos
difíceis, para que eu não fraquejasse e desistisse.
Agradeço aos meus amigos Sofia e Pedro, pois não mediram esforços para
me ajudar, me incentivaram e acompanharam o meu crescimento no decorrer do
curso.
Em especial a Janine Tavares Camargo e Fernando que foram mais que
professores, me acolheram, me conduziram, para que eu conseguisse finalizar o
curso, profissionais excepcionais, que com certeza fizeram a diferença na minha
jornada, sempre me dando os melhores conselhos, que com certeza fizeram a
diferença para o meu crescimento pessoal e profissional.
Aos professores e a Faculdade UPIS, por todo aprendizado nestes quatro
anos de curso, ensinamentos estes que vou levar para vida.
E por fim, ao meu orientador Remidijo Tomazini Neto, por toda paciência que
teve comigo, sempre me direcionando e orientando, para que eu conseguisse
concretizar esse trabalho.

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RESUMO

O objetivo com o presente trabalho foi descrever as diferenças entre pós de


rocha e remineralizadores e seu uso na agricultura. O Brasil é um país agrícola e
extremamente dependente da compra de fertilizantes do mercado internacional e
estes fertilizantes têm alcançado preços que comprometem o equilíbrio do setor. A
rochagem aparece como um instrumento de mudança. É uma tecnologia que visa a
redução de insumos químicos e tende a ser aceita pelos produtores em virtude dos
seus custos. Utilizou-se o método de revisão bibliográfica, sendo critérios de
inclusão: publicações entre 1965 a 2021, publicação em língua portuguesa;
postados na íntegra; diretamente relacionado ao objeto do estudo. Dessa forma,
foram selecionados 17 artigos, que abordaram as diferenças entre pós de rocha e
remineralizadores e seu uso na agricultura, apresentando os benefícios físicos e
químicos para o solo. Assim, conclui-se que os pós de rocha são uma alternativa
viável para a utilização na agricultura em função dos benefícios que proporcionam
ao solo e, consequentemente, a uma agricultura duradoura e sustentável.

Palavras chaves: Fertilizantes; Mica-Xisto; Sustentabilidade

Discente de graduação do Dept. Agronomia/UPIS, e-mail:


Eng. Agro. Prof. Titular I, UPIS – Faculdades Integradas, e-mail: remidijo@agronomo.eng.br

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO....................................................................................................... 7
1.1. JUSTIFICATIVA ................................................................................................
2. OBJETIVO............................................................................................................. 9
3. RERÊNCIAL TEÓRICO........................................................................................ 9
3.1. Solos.................................................................................................................. 9
3.2. Fertilizantes e sua importância.......................................................................... 9
3.3. Rochagem, Pós de rocha e remineralizadores.................................................. 10
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ......................................................................... 13
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................. 16
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................... 17

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1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA

O agronegócio é uma das atividades mais importantes para a economia


brasileira. Os solos brasileiros utilizados pela agricultura são pobres em nutrientes e
por isso demandam, mais o uso intensivo de fertilizantes (CASTRO et al., 2020).
A agricultura, em conjunto com outros elementos tais como água, energia,
saúde e biodiversidade, tem uma função de grande relevância na conquista do
desenvolvimento sustentado. A indústria de fertilizantes, por sua vez, tem
desempenhado, por mais de 150 anos, um papel fundamental no desenvolvimento
da agricultura e no atendimento das necessidades nutricionais de uma população
continuamente crescente. De fato, basta mencionar que, em geral, os fertilizantes
são responsáveis por cerca de um terço da produção agrícola, sendo que em alguns
países os fertilizantes chegam a ser responsáveis por até cinqüenta por cento das
respectivas produções nacionais (PUGGINA, 2003).
Os remineralizadores de solo, ou pós de rocha, como são conhecidos, são
insumos estratégicos que contribuem para a disponibilização de nutrientes ao solo
(ROCHA; 2021). 
O pó de rocha pode ser considerado uma excelente alternativa, visto que, o
Brasil detém excelente geodiversidade, podendo surgir diferentes tipos de
rochas com características distintas em diferentes regiões do país, além de ser
atribuída vantagem sobre o aspecto social e ambiental, pois se aproveita os rejeitos
de pedreiras e mineradoras gerando assim fertilizantes minerais com ampla
variedade de nutrientes entre os quais o fósforo, o potássio, o cálcio e o magnésio,
além de uma série de micronutrientes, ocasionando um rejuvenescimento para
os solos de baixa fertilidade (BRITO et al.,2019).
Remineralizador, significa o material de origem mineral que tenha sofrido
apenas redução e classificação de tamanho por processos mecânicos e que altere
os índices de fertilidade do solo, por meio da adição de macro e micronutrientes para
as plantas, bem como promova a melhoria das propriedades físicas ou físico-
químicas ou da atividade biológica do solo (PILLON, 2017).

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A tecnologia da rochagem é um mecanismo de remineralização de solos
para uma agricultura tropical sustentável. Substituindo o uso de fertilizantes
químicos utilizados na monocultura de escala, com ganhos ambientais e
econômicos, esta tecnologia que vem sendo desenvolvida no Brasil e no continente
africano permite restaurar a soberania alimentar e econômica de países agrícolas
fortemente dependentes da importação de insumos químicos. (THEODORO et al.,
2012).
A rochagem é uma tecnologia que busca reduzir o uso desenfreado dos
insumos químicos, vista como um processo auxiliador no rejuvenescimento ou
remineralização do solo, devido alterar positivamente os parâmetros da fertilidade,
mas não afetando o equilíbrio ambiental, portanto, existe uma junção de dois
problemas causados ao ambiente (mineralização: com excesso de rejeitos e a
agricultura: utilização de produtos sintéticos). Dentre as inúmeras vantagens para a
aplicação de pó de rocha, pode-se destacar que, a utilização deste fertilizante
mineral facilita o desempenho e dinâmica dos fungos micorrízicos, promovendo uma
melhor absorção de nutrientes pela planta (BRITO et al., 2019).
Alguns produtos do tipo pós de rocha se encontram em processo de
regulamentação junto ao Mapa, cumprindo uma série de requisitos para garantir seu
uso dentro de normas de segurança e de produção com cuidados ambientais
(BERGMANN., et al 2011).
Diante disso, o objetivo de investigar do presente estudo é mostrar as
diferenças entre pós de rocha e remineralizadores e seu uso na agricultura.

2. OBJETIVOS
Descrever as diferenças entre pós de rocha e remineralizadores e seu uso
na agricultura.

3. REFERENCIAL TEÓRICO
3.1. SOLOS
O solo é muito mais do que aquela camada de 0 a 20 cm, frequentemente
utilizada para análise de fertilidade. No manejo correto da sua fertilidade, é
fundamental considerá-lo como um corpo tridimensional e que suas características
variam nessas três dimensões (CORREIA et al., 2004).

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Solos são formados a partir do processo de intemperismo das rochas e dos
resíduos orgânicos que se encontram na superfície da crosta terrestre. Este
processo de decomposição mineral e orgânica envolve uma série de reações
bioquímicas, químicas e físicas que destroem rochas e materiais orgânicos,
associado à perda de elementos químicos e a formação de novos materiais
inorgânicos e orgânicos em um equilíbrio metaestável. Isto significa que nas
condições naturais o processo de intemperismo nunca cessa e é continuo em todas
as regiões da terra 365 dias por ano (COSTA, 2020).
O clima (chuva, temperatura, vento e luz) e os organismos vivos, atuando ao
longo do tempo sobre materiais minerais (rochas, sedimentos) e orgânicos (restos
vegetais e animais), promovem sua transformação, originando diferentes solos sob
variadas condições de relevo (CORREIA et al., 2004).
Esses fatores e processos de formação, conferem ao solo características e
propriedades químicas e físicas próprias, de extrema importância no fornecimento
de água e minerais para o desenvolvimento das plantas (ZIMBACK, 2003).
Os solos brasileiros são tipicamente intemperizados, com baixos pH e teores
de nutrientes, os quais são suplementados com fertilizantes para alcançar o ótimo
desenvolvimento das culturas (ASSAD et al., 2006).

3.2. FERTILIZANTES E SUA IMPORTÂNCIA


O Brasil, em função de suas dimensões continentais, apresenta um potencial
de produção agrícola muito elevado, ganhando cada vez mais representatividade no
PIB nacional cujo elo básico da cadeia produtiva de fertilizantes são as mineradoras,
que são responsáveis pela extração do mineral e do beneficiamento do mesmo, ou
seja, pelas mineradoras são obtidas as matérias-primas básicas e intermediárias
para a produção de fertilizantes (DAMINATO; BENITIZ, 2015).
O estudo da fertilidade do solo, dos fertilizantes, da adubação e da nutrição
mineral de plantas tem sido abordado por vários autores brasileiros e internacionais
de forma extensiva e completa. O uso desordenado de fertilizantes pode também
trazer problemas ambientais, como contaminação do solo e da água dos lençóis
freáticos, mananciais, nascentes, córregos e rios. Assim, o conhecimento do solo, da
capacidade de este fornecer nutrientes e água para as plantas e a demanda

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nutricional das mesmas são quesitos indispensáveis para o uso adequado dos
recursos naturais (BATISTA et al., 2020).
Visando reduzir o custo de produção e os impactos negativos na balança
comercial brasileira, no que se refere ao uso de adubos químicos, algumas
tentativas têm sido feitas para utilizar rochas in natura diretamente no solo (ASSAD.,
et al 2006).
A forma de fertilização mais usual na agricultura moderna é por meio de
fontes industrializadas de nutrientes que são basicamente fertilizantes solúveis como
o NPK (mistura de diferentes concentrações de nitrogênio, fósforo e potássio), além
de outros micronutrientes específicos para cada tipo de solo e cultura. Esta
adubação tem como principal vantagem a rápida disponibilização de nutrientes para
as plantas e possibilitou a produção agrícola em solos tropicais profundos e muito
pobres em nutrientes, especialmente a partir da década de 1970 (TOSCANI;
CAMPOS, 2017).

3.3. ROCHAGEM, PÓS DE ROCHA E REMINERALIZADORES


A tecnologia da rochagem é um mecanismo de remineralização de solos para
uma agricultura tropical sustentável. Substituindo o uso de fertilizantes químicos
utilizados na monocultura de escala, com ganhos ambientais e econômicos, esta
tecnologia que vem sendo desenvolvida no Brasil e no continente africano permite
restaurar a soberania alimentar e econômica de países agrícolas fortemente
dependentes da importação de insumos químicos. A importação brasileira de
fertilizantes químicos aumentou cerca de seis vezes, de 630 milhões em 2003 para 3
bilhões e 370 milhões de dólares em 2007. Dados do MAPA (Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento) mostram que os preços do cloreto de
potássio passaram de US$ 199 para US$ 945/toneladas, tornando-o proibitivo para
os pequenos agricultores (THEODORO et al., 2012).
O remineralizador é indicado para todos os tipos de cultura e solos, pode ser
aplicado, inclusive, em grandes quantidades, pois não há perdas por lixiviação. Os
nutrientes e minerais permanecem no solo mesmo com a sua granulometria fina,
pois são disponibilizados apenas através do biointemperismo, regulado pelas
próprias plantas e pelos microrganismos do solo. Elas consomem os nutrientes

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segundo suas próprias necessidades, evitando desperdícios e sem a contaminação
dos rios e do lençol freático (JÚNIOR; 2021).
As práticas de agricultura modernas, como as que envolvem produção
extensiva e a monocultura, promovem uma acentuada queda de fertilidade dos solos
e geram a demanda de reposição de nutrientes através de adubos químicos
(BERGMANN et al., 2011).
Remineralizadores são definidos como qualquer material de origem mineral
que tenha sofrido apenas redução e classificação de tamanho por processos
mecânicos e que altere a fertilidade do solo por meio da adição de macro e
micronutrientes para as plantas, bem como promova a melhoria das propriedades
físicas ou físico-químicas ou a atividade biológica do solo (COSTA, 2020).
Dentre as vantagens do uso de pó de rocha destacam-se a característica de
disponibilidade em abundância e o baixo custo, além da possibilidade de efeito
residual prolongado e redução de perdas por lixiviação e, ainda, a fertilização do
solo com macro e micronutrientes não disponíveis em fertilizantes químicos solúveis
(ROCHA, 2021).
As rochas, ao sofrerem a ação do intemperismo, liberam de forma gradual
nutrientes e geram argilas capazes de elevar a CTC, agindo no enriquecimento do
solo, principalmente solos tropicais, cujo a ação da lixiviação constante reduz a
fertilidade e deixa a CTC baixa, além da rochagem possuir um maior efeito residual.
O pó de rocha se apresenta como um resíduo oriundos do processo de britagem,
exploração mineral em pedreiras e corte de rochas, uma vez encontrado utilidade
neste subproduto, pode gerar ao setor de mineração lucros e vantagens,
principalmente pelo fato que este, é escoado sem aproveitamento. A utilização de
agro minerais torna-se mais vantajosa mediante a inúmeros fatores, dentre eles, a
rotineira oscilação de preço dos fertilizantes (BRITO et al., 2019).
O uso de pós de rochas na agricultura é uma alternativa complementar às
adubações com fertilizantes sintéticos e minerais de alta solubilidade, inclusive, para
repor alguns nutrientes e micronutrientes para as plantas. Além disso, um
remineralizador deve conter elementos químicos (macro ou micronutrientes de
plantas) que alteram os índices de fertilidade do solo, possibilitando o melhor
desenvolvimento das culturas, bem como melhorias nas propriedades físicas,
químicas ou biológicas o solo (ROCHA, 2021).

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Cada rocha possui uma composição química, em que alguns nutrientes estão
presentes, mas muitas vezes a relação da concentração destes nutrientes presentes
na rocha não é mesma relação que a cultura precisa. Além disso, a velocidade de
disponibilização dos nutrientes dos pós de rocha para as plantas é algo muito
variável, que dependerá da ação de microrganismos e das plantas, que por sua vez
dependem das condições de temperatura, disponibilidade de água, aeração, matéria
orgânica do solo, pH, entre outros fatores. As pesquisas demonstram que os
principais nutrientes que são disponibilizados pela aplicação de pós de rocha são:
potássio, cálcio, magnésio, fósforo e micronutrientes catiônicos (como ferro, cobre,
manganês e zinco), além do silício, que é um elemento útil (GODOY; 2018).
Dentre algumas vantagens da utilização de pó de rocha quando comparadas
aos fertilizantes solúveis, destaca-se por ser um subproduto que é considerado
ecologicamente correto, proporcionar maior velocidade de crescimento e sanidade
das plantas, apresentar um custo reduzido, melhorar a fertilidade do solo, além de
ser, possivelmente, um incremento para a produtividade (BRITO et al.,2019).
Adicionalmente, é importante destacar que existem alguns condicionantes
para o uso de rochas moídas: (i) o material deve conter quantidades e garantias
mínimas de macronutrientes (a presença de micronutrientes também é desejável e
importante); (ii) o material não deve possuir contaminantes e; (iii) o material deve
estar disponível na própria região, caso contrário, o custo do transporte inviabiliza
sua aplicação (GONÇALVES et al., 2020).
Quando se pensa na imensa geodiversidade brasileira, pode-se supor que
vários tipos de rochas se prestam ao uso como remineralizadores/rejuvenescedores
de solos, dentre estes materiais geológicos, destacam-se as rochas ígneas
(basaltos, kamafugitos, carbonatitos, fonolitos e alguns tipos de granitos);
metamórficas (serpentinitos, xistos, filitos) e sedimentares (margas, fosfatos e os
sedimentos retidos em reservatórios e de várzeas). Essas rochas são normalmente
compostas por minerais tais como olivinas, piroxênios, anfibólios, feldspatos, micas
e apatitas que são quimicamente formados por compostos de potássio, fósforo,
cálcio, magnésio e uma ampla gama de microelementos. As rochas vulcânicas são
as que têm apresentado os melhores resultados, uma vez que são compostas por
minerais formados a partir de magmas mais segregados quimicamente e com baixo
conteúdo de sílica (THEODORO; LEONARDOS, 2011).

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Um remineralizador tem a função de melhorar a qualidade do solo, aumenta a
produtividade das culturas, reduz a necessidade de uso de fertilizantes e defensivos
químicos e proporciona o aumento da qualidade nutricional dos alimentos, aumenta
a resistência das plantas ao estresse hídrico, quando aplicadas de maneira
planejada, possibilitando aos agricultores revitalizar solos intemperizados com a
força da natureza. O remineralizador é indicado para todos os tipos de cultura e
solos, pode ser aplicado, inclusive, em grandes quantidades, pois não há perdas por
lixiviação (JÚNIOR; 2021).
O uso de rochas moídas, é mais viável quando comparadas aos fertilizantes
químicos, tendo como característica suprir as necessidades dos produtores
orgânicos por elementos não poluentes ao meio ambiente e ao homem, atendendo,
portanto, as pessoas que tendem a buscarem alimentos mais saudáveis e
produzidos com menor impacto sobre o meio ambiente (BRITO et al., 2019).
Os resultados que possam indicar a eficiência agronômica devido ao uso de
rochagem depende em sua maioria da origem da rocha utilizada, de sua
mineralogia e composição química, assim como os fatores associados a
características do solo, do tempo de incubação do composto mineral, das espécies
cultivadas, fatores que podem ser prejudicados devido à maioria das pesquisas
estarem voltadas ao reaproveitamento de rejeitos de minasse pedreiras, no
intuito de redução de poluição ambiental (BRITO et al., 2019).
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Interferir nas taxas de intemperismo acaba acelerando a liberação dos
nutrientes contidos na rochagem, para isso, a diminuição das partículas de pó de
rocha através do processo de moagem facilita a disponibilização dos nutrientes, com
a redução das partículas, há um aumento na superfície de ação dos agentes físicos,
químicos e biológicos, aumentando o intemperismo e a solubilidade mineral. Esse
tipo de adubação é viável economicamente e ecologicamente, visto, não existir
nenhuma aplicação de origem química no solo, pois, de forma geral, corresponde
apenas a moagem das rochas para assim gerar o produto a ser aplicado e a
eficiência deste depender apenas do tipo de rocha utilizado e o tamanho da partícula
a ser incorporado ao solo. Uma outra vantagem na utilização de rochagem é o
fornecimento de silício, que apesar de não ser considerado um dos elementos
pertencente ao grupo de essenciais para o crescimento e desenvolvimento da

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planta, ele é tido como benéfico, uma vez que estudos apontam que quando a planta
está bem nutrida de sílica, a mesma apresenta um maior potencial a resistência ao
ataque de pragas e doenças (BRITO et al., 2019).
Segundo Toscani e Campos (2017) notou-se que o uso de insumos oriundos
da rochagem, de maneira geral, aumentam a V, o pH, e o fósforo (P) disponível e
ainda diminuem drasticamente a saturação por alumínio.
Do ponto de vista da geoquímica de fertilidade do solo, o pó de basalto pode
disponibilizar de forma rápida os macronutrientes necessários para as plantas, isto é
evidenciado pelos aumentos nos teores de P e K, no período de 30 dias, e de Ca,
Mg, SB e V%, aos 90 dias (SANTOS; 2020).
Os resultados obtidos nas unidades experimentais implantadas na Bahia
(região de Irecê), onde se tem utilizado rochas anfiboliticas, revelam que os índices
de fertilidade do solo (e, portanto, do pH) foram positivamente alterados, passando
de ácidos a alcalinos. Além, as principais culturas testadas (milho, feijão e
mandioca) tiveram sua produtividade incrementada em média de 20% para o milho e
feijão e 30% para mandioca, considerando a média da região (THEODORO et al;
2012).
Um estudo analisou os macronutrientes Na+, Ca+, Mg2+, K+ e fósforo (P)
disponíveis, notou-se que apenas o Mg e K não apresentaram teores
significativamente mais elevados com a aplicação dos insumos remineralizadores. O
Ca foi o elemento que aumentou de forma mais acentuada, variando de 1
cmolc/dm3 a 2,6 cmolc/dm3. Quanto à análise da área foliar, percebe-se que o uso
da calagem é importante para o maior desenvolvimento das plantas, indicando que a
rochagem por si só, não produziria resultados muito satisfatórios, devido a sua
elevada tonelagem e a seu moderado desenvolvimento foliar (TOSCANI; CAMPOS,
2017).
Os resultados obtidos têm sido extremamente positivos. Após um ano e meio
de testes com cinco tipos de culturas (milho, feijão, quiabo, alho e cenoura), em
cinco tipos de rochas (basaltosfresco e intemperizado, micaxisto, rocha metamórfica
hidrotermalizada e kamafugito) com ou sem mistura de adubação orgânica, os
resultados indicam que o uso de diferentes tipos de pós de rochas pode suprir a
necessidade nutricional das culturas testadas (THEODORO et al; 2013).

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Os efeitos positivos do remineralizador como corretivo de acidez e fonte de
cálcio e magnésio são observados pela comparação com os atributos originais do
solo. O aumento da dose, resultou em efeito significativo sobre o aumento do pH do
solo, da disponibilidade de Ca (5,0 a 6,7 cmol dm -3) e Mg (0,4 a 1,1 cmol c dm -3) e
da capacidade de troca catiônica (> 7,7 cmol c dm -3). Além do remineralizador
estudado apresentar composição multinutrientes, verificou-se relação positiva entre
a produção de matéria seca, a absorção de K pelas plantas e a quantidade aplicada
do remineralizador (SOUZA et al; 2017).

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com o presente estudo observou-se que os objetivos foram alcançados, uma
vez que foram abordadas as diferenças entre pós de rocha e remineralizadores e
seu uso na agricultura, ressaltando sua importância.
A agricultura tem uma função de grande relevância na conquista do
desenvolvimento sustentado, um papel fundamental no desenvolvimento da
agricultura e no atendimento das necessidades nutricionais de uma população.
O desenvolvimento da agricultura brasileira vem crescendo diariamente em
nosso país seja em aumento de áreas para cultivo ou então aumento de produção
nas áreas já existentes, com isso o aumento do consumo de fertilizantes vem
crescendo também, mas seu alto valor no mercado atual, as vezes inviabiliza sua
compra, alta que se dá, pois o Brasil é um país que depende muito da importação de
matéria para a fabricação dos fertilizantes.
Os remineralizadores ou pós de rocha vem como uma alternativa muito viável
para a agricultura sendo mais barato que os adubos convencionais, trazendo assim
uma redução de custo na lavoura, o presente estudo ressaltou os benefícios
químicos como nutrientes disponíveis para as plantas e os benefícios que são
trazidos diretamente para o solo como aumento de ctc do solo.
A sua utilização em plantios orgânicos é muito promissora, pois se trata de
um produto natural que não sofre nenhum processo a mais na indústria, sendo então
essa opção viável para os orgânicos.

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6. REFERÊNCIAS BIBLIÓGRÁFICAS
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fertilização de solos. Revista Gestão & Sustentabilidade Ambiental, v. 9, p. 918-
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