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CENTRO UNIVERSITÁRIO AUGUSTO MOTTA

EDUCAÇÃO, ENVELHECIMENTO E FORMAÇÃO


HUMANA

COMPONENTES:

CAMILA MIRANDA DOS SANTOS

CAROLINA MARQUES CARDOSO

LEIDINAURA ALVES DOS SANTOS VINHAIS

VITÓRIA DE SOUSA XIMENES

PROFESSORA: ROSE CRISTINA

RIO DE JANEIRO

03/10/2022
 INTRODUÇÃO:
Considerar o direito e dever de intervir no mundo tem sido um desafio para a
população envelhecida, visto que, os idosos são vítimas de uma visão preconceituosa
da sociedade.

O acesso à educação é um fator de crescimento, de conhecimento, de interação, de


novas descobertas e vivências, elementos essenciais à prevenção e manutenção de
uma vida mais produtiva e saudável.

Vale lembrar que a educação ou o aprender para o idoso tem outro sentindo e
objetivo. Procura-se a escola não mais para obtenção de diploma e sim para
estabelecer canais de comunicação com a sociedade. A educação é um caminho de
reintegração social, dado que a perda de funções deixa o idoso com um mínimo de
alternativa de atuação social. É importante ressaltar também que a volta à escola é
baseada pelo interesse na qualidade formativa da educação.

A educação da pessoa idosa deve:

1. Considerar o despertar nela a capacidade de confiança em si mesma, de sua


autonomia e o de destruir os estereótipos negativos que poderão estar unfluindo na
sua vida. Poderá melhorar sua saúde física e mental, o que contribuirá para que ela se
afirme cada vez mais no seu comportamento social;

2. Minimizar o isolamento, a solidão em que vivem muitos idosos, estimulando as


relações com pessoas de sua geração e, também, com as de outras gerações;

3. Proporcionar conhecimentos práticos, além de conhecimentos teóricos relativos ao


processo de envelhecimento; ainda, atividades físicas, socioculturais e artísticas que
possam interessar aos idosos;

4. Proporcionar a tomada de consciência das pessoas idosas da riqueza de sua vida


pessoal e profissional e da importância da comunicação de sua experiência a outras
gerações;

 DESENVOLVIMENTO:
Construção de memórias:

Foram feitas duas entrevistas com idosos que aceitaram compartilhar suas visões,
pensamentos e experiências.

A primeira entrevista, feita com a idosa Josinete, de 71 anos, aborda sua dificuldade
de estudo por sua infância com muitas dificuldades financeiras. Nunca teve
oportunidade para estudos e começou a trabalhar aos 7 anos de idade.

A segunda entrevista, feita com o idoso Antônio, de 77 anos, revelou que seus estudos
foram só até o quarto ano, pois em Portugal as crianças tinham dificuldade em concluir
o ensino fundamental.
1ͣ entrevista:

Nome completo: Josinete Pereira Ribeiro

Data de nascimento: 18/01/1951 (71 anos)

Onde nasceu? João Pessoa - Paraíba

O que levou a vir para o Rio de Janeiro?

R: “Eu vim trazer um sobrinho e acabei ficando por aqui mesmo.”

Como foi sua infância?

R:“Não tive estudo, minha infância foi péssima.

Não pude estudar, porque fui criada sem pai e não tinha condições. Só quem tinha
direito a uma escola pública era a elite.

Fui obrigada a trabalhar como doméstica, na roça, desde criança para comer e
sobreviver.

Casei com meu primeiro namorado e único. Conheci-o em um ônibus, foram muitas
dificuldades. Tivemos 3 filhos (1 mulher e dois homens).

Minhas brincadeiras eram improvisadas. Eu tinha uma relação muito forte com a
minha avó e ela instigava minha imaginação.

Eu ia para casa dela, brincava com sapos e ratinhos pequenos e fingia que eram meus
filhos.

Eu brincava muito de roda a roda com outras crianças na rua. A gente pegava uma na
mão da outra e ficávamos girando e cantando.

Em casa, quando estava sozinha, brincava com bonecas de barro. Pegava o barro,
fazia as pernas, o corpo, o rosto e o cabelo eu usava sabugo de milho para enfeitar.
Brincava como se fossem minhas filhas.

Quase não brincava porque comecei a trabalhar com 7 anos de idade. Eu não tinha
brinquedo, era muito pobre.

Mas a minha brincadeira preferida era a “comidinha de mentira”.

“Eu usava folhas e pedras e cozinhava até elas ficarem no “ponto” (em tom de
risada).”

2 ͣ entrevista

Nome completo: Antônio Vinhais


Data de nascimento: 03/10/1945

Onde nasceu: Chaves- Portugal

O que levou a vir para o Rio de Janeiro?

R: “Eu nunca pensei em vir para o Rio de Janeiro, sendo que tive parentes meus que
serviram o exército em Portugal e foram chamados pra Angola na guerra, e pra fugir
do alistamento e não ir pra guerra ele veio pra cá, o meu cunhado já estava aqui,
mandou uma carta de chamada e eu vim, porque só poderia vir com a carta de
chamado. Eu queria voltar, porém aqui comecei a trabalhar na padaria do meu
cunhado e conheci minha esposa, gostei do Brasil e fiquei aqui.”

Como foi sua infância?

R: “Lá em Portugal foi boa, eu estudei até o quarto ano, lá era a maioria até o quarto
ano.

Só fui alfabetizado, praticamente.

Os estudos de antigamente eram muito diferentes do que vejo hoje. Eu não me sentia
entusiasmado em estudar porque a professora só falava e eu só escutava. Não tinha
liberdade de expressão.

E a escola não cumpria o objetivo de alfabetização.

“As brincadeiras eram boas, jogava bola na rua e a noite roubava frutas nas fazendas
aos derredores.”

 CONCLUSÃO:
Em 2019, o número de idosos no Brasil chegou a 32,9 milhões segundo os dados do
IBGE e mostra que as tendências de envelhecimento vêm se mantendo e o número de
pessoas acima de 60 anos ultrapassou as crianças superiores de até 9 anos.

Não restam dúvidas de que o envelhecimento populacional deve estar no topo das
prioridades dos gestores de saúde no Brasil.

Priorizar a abordagem preventiva e investir em programas de promoção da saúde


direcionados ao público de terceira idade é hoje uma necessidade, muito mais que
uma tendência.

Isso envolve desde promover a atividade física entre os idosos até buscar soluções
para reduzir o índice de hospitalização entre esse público.

O comportamento e estilo de vida da população idosa brasileira e seu poder de


consumo traz novo tipo de consumo ao mercado com diferentes valores,
comportamentos e necessidades específicas e que isso ainda não é aproveitado, visto
que a maior parte dos produtos vendidos para idosos está relacionada à saúde,
enquanto ainda há muitos outros a serem explorados, como cosméticos, turismo, lazer
e educação, por exemplo.

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