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COMPONENTES:
RIO DE JANEIRO
03/10/2022
INTRODUÇÃO:
Considerar o direito e dever de intervir no mundo tem sido um desafio para a
população envelhecida, visto que, os idosos são vítimas de uma visão preconceituosa
da sociedade.
Vale lembrar que a educação ou o aprender para o idoso tem outro sentindo e
objetivo. Procura-se a escola não mais para obtenção de diploma e sim para
estabelecer canais de comunicação com a sociedade. A educação é um caminho de
reintegração social, dado que a perda de funções deixa o idoso com um mínimo de
alternativa de atuação social. É importante ressaltar também que a volta à escola é
baseada pelo interesse na qualidade formativa da educação.
DESENVOLVIMENTO:
Construção de memórias:
Foram feitas duas entrevistas com idosos que aceitaram compartilhar suas visões,
pensamentos e experiências.
A primeira entrevista, feita com a idosa Josinete, de 71 anos, aborda sua dificuldade
de estudo por sua infância com muitas dificuldades financeiras. Nunca teve
oportunidade para estudos e começou a trabalhar aos 7 anos de idade.
A segunda entrevista, feita com o idoso Antônio, de 77 anos, revelou que seus estudos
foram só até o quarto ano, pois em Portugal as crianças tinham dificuldade em concluir
o ensino fundamental.
1ͣ entrevista:
Não pude estudar, porque fui criada sem pai e não tinha condições. Só quem tinha
direito a uma escola pública era a elite.
Fui obrigada a trabalhar como doméstica, na roça, desde criança para comer e
sobreviver.
Casei com meu primeiro namorado e único. Conheci-o em um ônibus, foram muitas
dificuldades. Tivemos 3 filhos (1 mulher e dois homens).
Minhas brincadeiras eram improvisadas. Eu tinha uma relação muito forte com a
minha avó e ela instigava minha imaginação.
Eu ia para casa dela, brincava com sapos e ratinhos pequenos e fingia que eram meus
filhos.
Eu brincava muito de roda a roda com outras crianças na rua. A gente pegava uma na
mão da outra e ficávamos girando e cantando.
Em casa, quando estava sozinha, brincava com bonecas de barro. Pegava o barro,
fazia as pernas, o corpo, o rosto e o cabelo eu usava sabugo de milho para enfeitar.
Brincava como se fossem minhas filhas.
Quase não brincava porque comecei a trabalhar com 7 anos de idade. Eu não tinha
brinquedo, era muito pobre.
“Eu usava folhas e pedras e cozinhava até elas ficarem no “ponto” (em tom de
risada).”
2 ͣ entrevista
R: “Eu nunca pensei em vir para o Rio de Janeiro, sendo que tive parentes meus que
serviram o exército em Portugal e foram chamados pra Angola na guerra, e pra fugir
do alistamento e não ir pra guerra ele veio pra cá, o meu cunhado já estava aqui,
mandou uma carta de chamada e eu vim, porque só poderia vir com a carta de
chamado. Eu queria voltar, porém aqui comecei a trabalhar na padaria do meu
cunhado e conheci minha esposa, gostei do Brasil e fiquei aqui.”
R: “Lá em Portugal foi boa, eu estudei até o quarto ano, lá era a maioria até o quarto
ano.
Os estudos de antigamente eram muito diferentes do que vejo hoje. Eu não me sentia
entusiasmado em estudar porque a professora só falava e eu só escutava. Não tinha
liberdade de expressão.
“As brincadeiras eram boas, jogava bola na rua e a noite roubava frutas nas fazendas
aos derredores.”
CONCLUSÃO:
Em 2019, o número de idosos no Brasil chegou a 32,9 milhões segundo os dados do
IBGE e mostra que as tendências de envelhecimento vêm se mantendo e o número de
pessoas acima de 60 anos ultrapassou as crianças superiores de até 9 anos.
Não restam dúvidas de que o envelhecimento populacional deve estar no topo das
prioridades dos gestores de saúde no Brasil.
Isso envolve desde promover a atividade física entre os idosos até buscar soluções
para reduzir o índice de hospitalização entre esse público.