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ii
Antonio Ostrensky, Gabriel Cezar de Carvalho Olivete,
Rafaela Cristina Passos da Silva, Nathieli Cozer
Curitiba
Instituto GIA
2020
iii
Antonio Ostrensky: Oceanólogo, doutor em Zoologia, coordenador do
GIA (Grupo Integrado de Aquicultura e Estudos Ambientais), Universidade
Federal do Paraná).
iv
PREFÁCIO
Este livro é fruto da curiosidade dos próprios autores sobre as normas para
produção de peixes orgânicos no Brasil. Ao buscarmos informações sobre o
tema, durante uma disciplina ofertada ao curso de graduação em Zootecnia,
na Universidade Federal do Paraná, constatamos que as informações eram
escassas, esparsas, desorganizadas e, não raro, pouco claras e orientativas.
É preciso deixar bem claro que este não é um "manual de produção de peixes
orgânicos", ou um livro sobre técnicas de cultivo, mas sim um documento que
procura esclarecer ao leitor o que é necessário fazer e respeitar para que um
determinado empreendimento de piscicultura possa vir a ser certificado e
habilitado para comercializar peixes orgânicos.
v
SUMÁRIO
PREFÁCIO .................................................................................................................... v
DEFINIÇÕES ............................................................................................................... xv
PARTE 1 ........................................................................................................................ 2
DECIFRANDO A PRODUÇÃO ORGÂNICA .................................................................. 3
Fatos e curiosidades sobre alimentos orgânicos .................................................... 5
Conceitos gerais ..................................................................................................... 5
O que são "alimentos orgânicos"? ....................................................................... 5
O que um produto precisa para ser comercializado como “orgânico"? ..... 5
De onde vem o termo "orgânico"?...................................................................... 5
Existe um padrão internacional único de produção orgânica? .................... 6
Quais são as finalidades da produção orgânica? ........................................... 6
É possível diferenciar visualmente um produto orgânico de um
convencional? ........................................................................................................ 7
Produtos orgânicos são mesmo melhores que os produtos convencionais? 7
Consumir alimentos orgânicos é melhor para a saúde humana? ................. 8
A produção de alimentos orgânicos é mesmo melhor para o planeta? ..... 9
Posso confiar que todo produto vendido como orgânico é de fato
orgânico? .............................................................................................................. 10
Por que os produtos orgânicos são mais caros que os produtos
convencionais?..................................................................................................... 11
Os consumidores estão realmente dispostos a pagar mais por produtos
orgânicos? ............................................................................................................. 12
Produzir produtos orgânicos é mais fácil que produzir produtos
convencionais?..................................................................................................... 12
Se os sistemas orgânicos foram planejados para serem aplicados em terra,
como é possível aplicá-los à produção de peixes? ....................................... 12
Peixes Orgânicos .................................................................................................. 13
Por que produzir peixe orgânico? ...................................................................... 13
Há muitos produtores cultivando peixes orgânicos no mundo?................... 13
Quais são os peixes orgânicos mais produzidos em todo o mundo? .......... 14
O peixe selvagem, capturado através da pesca, é orgânico? ................... 14
PRINCÍPIOS QUE FUNDAMENTAM A PRODUÇÃO ORGÂNICA................................ 16
Quais sistemas de produção são reconhecidos como orgânicos? ............. 16
Quais são as bases da produção agropecuária orgânica? ......................... 16
Saúde? ................................................................................................................... 16
vi
Ecologia? ............................................................................................................... 17
Justiça? .................................................................................................................. 17
Precaução?........................................................................................................... 18
Quais são os maiores desafios para se produzir produtos orgânicos? ......... 18
De que forma os princípios orgânicos impactam especificamente a
piscicultura? .......................................................................................................... 19
PARTE 2 ...................................................................................................................... 22
O SISTEMA DE CERTIFICAÇÃO ORGÂNICA NO BRASIL ........................................... 23
O processo de certificação .................................................................................... 25
O que é a certificação orgânica? .................................................................... 25
Eu preciso provar que meu peixe é mesmo orgânico? ................................. 25
Todos os selos e certificações são valorizados da mesma maneira pelo
mercado? .............................................................................................................. 25
Quais são as principais responsabilidades de um produtor de peixes
orgânicos? ............................................................................................................. 26
Por que a certificação é tão importante na produção orgânica? ............. 26
O que são normas técnicas?.............................................................................. 26
Quem são os atores que compõe a rede de produção orgânica brasileira?
................................................................................................................................. 26
Quem são os setores (segmentos) sujeitos à regulamentação técnica na
cadeia de orgânicos? ......................................................................................... 27
Quem pode certificar um produto como orgânico? .................................... 27
O processo de certificação pode ser feito em grupo ou precisa ser feito
individualmente? .................................................................................................. 27
Quem pode solicitar a certificação em grupo? ............................................. 27
Os critérios utilizados na certificação individual e em grupo são diferentes
entre si? .................................................................................................................. 27
Quais são as possibilidades para certificação da propriedade?................. 28
Quais são as semelhanças e diferenças entre os diferentes meios de
certificação? ......................................................................................................... 29
Qual é o prazo de validade de um Certificado de Conformidade
Orgânica?.............................................................................................................. 29
Certificação por auditoria ................................................................................... 31
Como funciona a certificação por auditoria? ................................................ 31
O que as certificadoras podem exigir de seus clientes?................................ 31
Como deve ser feita a fiscalização das propriedades orgânicas? ............. 32
Qual deve ser a frequência de inspeções nas unidades de produção? ... 32
Como funciona e quais são os objetivos da realização de auditorias?...... 33
vii
O que acontece se, durante a auditoria é identificada alguma
possibilidade de contaminação na unidade de produção ou indício de
utilização de substâncias não permitidas pela regulamentação? .............. 33
A certificadora pode cobrar pela área ou pela produção total a ser
certificada? ........................................................................................................... 33
As certificadoras podem estabelecer suas próprias normas de certificação
orgânica? .............................................................................................................. 34
As certificadoras podem orientar seus clientes sobre as normas de
certificação? ......................................................................................................... 34
As certificadoras podem fornecer assistência técnica aos seus clientes? . 34
O que pode acontecer para quem burlar o sistema de produção e
garantia de produtos orgânicos? ...................................................................... 34
Como funciona o processo de regularização de uma certificadora? ....... 34
Eu poderia criar minha própria certificadora e meus próprios selos de
certificação? ......................................................................................................... 35
Sistema Participativo de Garantia ....................................................................... 37
Qual é o fundamento do Sistema Participativo de Garantia? ..................... 37
O que significa Controle Social? ........................................................................ 37
O que significa Responsabilidade solidária?.................................................... 37
Como é feita a certificação através de Sistemas Participativos de Garantia
(SPG)? ..................................................................................................................... 37
Qual é a diferença entre a certificação por auditoria e a certificação por
sistema participativo de garantia?.................................................................... 38
O que são e quais são os objetivos das visitas de verificação da
conformidade? ..................................................................................................... 38
Como são realizadas as Visitas de Verificação da Conformidade? ........... 39
O que acontece quando o OPAC identifica problemas no
empreendimento Orgânico? ............................................................................. 39
A OPAC também pode exigir que sejam realizadas análises de laboratório
para comprovar a conformidade dos produtos? .......................................... 39
O empreendedor pode contestar as decisões do OPAC? ........................... 40
Controle Social na Venda direta ......................................................................... 42
O que é venda Direta?........................................................................................ 42
O que é uma organização de Controle Social? ............................................. 42
Quais são as obrigações de uma Organização de Controle Social? ......... 42
A OCS precisa estar registrada? ........................................................................ 42
Quem são os órgãos fiscalizadores? ................................................................. 43
Quais são as funções do órgão fiscalizador?................................................... 43
viii
Como é feita a certificação através de Controle Social na Venda Direta?
................................................................................................................................. 43
O produtor tem direito ao certificado de orgânico nessa modalidade
(controle social na venda direta)? .................................................................... 43
PARTE 3 ...................................................................................................................... 46
BASES PARA A PRODUÇÃO DE PEIXES ORGÂNICOS .............................................. 47
Fundamentos gerais da produção de peixes orgânicos ..................................... 49
Já existem normas para a produção de peixes orgânicos? ......................... 49
Basta eu começar a cultivar peixes de forma orgânica para meus peixes
serem considerados orgânicos? ........................................................................ 49
Quais são as normas gerais em termos de sistemas de cultivo e localização
dos empreendimentos?....................................................................................... 49
Quais são as normas gerais em termos de espécies, reprodutores, técnicas
de produção de alevinos? ................................................................................. 50
Quais são as normas gerais em termos da alimentação e nutrição de
peixes? ................................................................................................................... 50
Quais são as normas gerais em termos de sanidade e bem-estar dos
peixes? ................................................................................................................... 51
Quais são as normas gerais de despesca, transporte e abate de peixes? 52
Quais são as normas gerais de processamento e rotulagem de peixes
orgânicos? ............................................................................................................. 52
PARTE 4 ...................................................................................................................... 54
NORMAS BRASILEIRAS PARA A PRODUÇÃO DE PEIXES ORGÂNICOS .................... 55
Requisitos legais a serem aplicados ao longo da cadeia de produção,
transporte, processamento, rotulagem, armazenamento e comercialização de
peixes orgânicos ...................................................................................................... 57
Leis e instrumentos normativos ............................................................................ 57
Quais são os principais instrumentos legais que disciplinam a produção de
peixes orgânicos no Brasil?.................................................................................. 57
O que a legislação brasileira exige em relação ao ambiente em uma
propriedade certificada para a produção de peixes orgânicos? .............. 57
O que a legislação brasileira exige em relação aos animais em uma
propriedade certificada para a produção de peixes orgânicos? .............. 58
O que a legislação brasileira exige em relação à sociedade ou à equipe
de trabalho em uma propriedade certificada para a produção de peixes
orgânicos? ............................................................................................................. 59
O que a legislação brasileira exige em relação à sanidade dos peixes em
uma propriedade certificada para a produção orgânica?......................... 59
O que a legislação brasileira exige em relação à cadeia de transporte,
armazenamento e comercialização de peixes orgânicos? ......................... 60
ix
O que é proibido em uma piscicultura orgânica?.......................................... 60
Antes de começar uma piscicultura orgânica ..................................................... 63
Que documentos o produtor/empreendedor aquícola precisa elaborar e
aprovar para obter a certificação orgânica?................................................. 63
O que é um Plano de Manejo Orgânico?........................................................ 63
Mesmo os pequenos produtores familiares precisam elaborar um Plano de
Manejo para certificar seus empreendimentos? ............................................ 63
Que tipo de informações deverá conter o Plano de Manejo Orgânico? .. 63
Há algum modelo que possa auxiliar o produtor na elaboração do seu
plano de Manejo? ................................................................................................ 64
O Planejo de Manejo precisa ser aprovado por alguma instituição? ......... 65
Cada vez que eu alterar qualquer procedimento técnico ou operacional
na minha propriedade precisarei fazer e aprovar um novo Plano de
Manejo? ................................................................................................................. 65
O que é uma Análise de Risco? ......................................................................... 66
Que tipos de riscos podem afetar um empreendimento orgânico?........... 66
Como se faz uma análise de risco? ................................................................... 67
Preciso contratar um profissional para fazer a análise de risco da minha
propriedade orgânica? ....................................................................................... 67
A fase de conversão de uma propriedade convencional em orgânica ........... 69
Posso produzir peixes orgânicos em uma propriedade onde antes se
produzia peixes em sistemas convencionais? ................................................. 69
O que significa a "conversão" de uma propriedade?.................................... 69
Todo e qualquer empreendimento precisará passar por um período de
conversão? ............................................................................................................ 69
Qual é o objetivo da "conversão"?.................................................................... 69
Quando começa oficialmente o período de conversão?............................ 70
Qual deve ser a duração do período de conversão? ................................... 70
Posso continuar produzindo enquanto minha propriedade encontra-se em
processo de conversão? ..................................................................................... 70
Cultivando peixes orgânicos .................................................................................. 74
Reprodução .......................................................................................................... 74
Posso usar peixes exóticos em uma piscicultura orgânica? .......................... 74
De onde obter reprodutores para realizar a produção de alevinos
orgânicos? ............................................................................................................. 74
Reprodutores que não estejam sob manejo orgânico podem ser
comercializados como orgânicos? ................................................................... 74
Pode haver mistura entre alevinos orgânicos e não orgânicos nos sistemas
de cultivos?............................................................................................................ 74
x
O que é proibido na reprodução de peixes orgânicos? ............................... 74
Quais cuidados devem ser tomados na fase de reprodução de peixes
orgânicos? ............................................................................................................. 75
Instalações de Cultivo .......................................................................................... 75
Quais são os cuidados gerais que precisam ser respeitados em relação às
instalações de cultivo? ........................................................................................ 75
Quais os cuidados devo ter em relação aos viveiros de cultivo? ................ 75
Quais os cuidados devo ter em relação ás instalações relacionadas aos
resíduos gerados durante os cultivos? .............................................................. 75
Manejo ................................................................................................................... 76
Quais são as exigências legais para a aquisição de peixes orgânicos?..... 76
Existem densidades máximas pré-estabelecidas para povoamento das
estruturas de cultivo? ........................................................................................... 76
É necessário monitorar a qualidade da água durante os cultivos? ............ 76
Preciso registrar o que acontece na propriedade? ....................................... 76
Posso usar fertilizantes para aumentar a produção de alimentos naturais no
viveiro? ................................................................................................................... 77
Quais produtos podem ser utilizados como sanitizantes em uma piscicultura
orgânica? .............................................................................................................. 80
Como esses produtos deverão ser utilizados? ................................................. 81
Quais são as exigências legais para a regularização e uso de insumos
destinos à piscicultura orgânica? ...................................................................... 81
Nutrição e alimentação ....................................................................................... 88
Qual deve ser a origem dos alimentos em uma piscicultura orgânica?..... 88
O que é permitido na alimentação de peixes orgânicos? ........................... 88
O que não é permitido na alimentação de peixes orgânicos? ................... 88
O que é permitido apenas ocasionalmente e sob restrições severas na
alimentação de peixes orgânicos? ................................................................... 88
Há exceções a essas regras? ............................................................................. 88
Como alimentar peixes mantidos em tanques de recirculação de água
semifechados? ...................................................................................................... 89
Sanidade ............................................................................................................... 94
Há restrições quanto ao uso de produtos e substâncias destinadas ao
manejo sanitário e ao controle de doenças em peixes orgânicos? ........... 94
O que fazer no caso de doenças ou ferimentos em que o uso das
substâncias permitidas não esteja surtindo efeito e o animal esteja em
sofrimento ou risco de morte? ............................................................................ 94
Como proceder em relação ao uso de vacinas? .......................................... 95
xi
Quais substâncias podem ser empregadas na prevenção e tratamento de
enfermidades dos organismos orgânicos? ....................................................... 95
Bem-Estar ............................................................................................................... 96
Qual é a importância do bem-estar animal na piscicultura orgânica? ...... 96
Quais são os princípios que precisam ser respeitados para se garantir o
bem-estar dos peixes cultivados? ...................................................................... 96
É possível, de fato, atingir todos esses requerimentos em relação ao bem-
estar dos peixes? .................................................................................................. 96
Em que casos e condições é permitido o uso de anestésicos na piscicultura
orgânica? .............................................................................................................. 97
A lei permite a remoção de predadores e competidores das instalações
de cultivo? ............................................................................................................. 97
Transporte, pré-abate e abate de peixes ORGÂNICOS.................................... 97
O que é preciso ser respeitado em relação ao transporte, pré-abate e o
abate de peixes? ................................................................................................. 97
Processamento ..................................................................................................... 98
O processamento de peixes orgânicos possui suas regras próprias? .......... 98
É obrigatório o uso de boas práticas de manuseio e processamento de
produtos orgânicos? ............................................................................................ 98
Há necessidade de se registrar as atividades realizadas durante o
processamento dos peixes orgânicos?............................................................. 98
É possível processar produtos orgânicos e não orgânicos juntos? ............... 98
O que fazer para evitar a contaminação por produtos não orgânicos
durante o processamento? ................................................................................ 98
Quais produtos poderão ser utilizados na higienização de equipamentos e
das instalações utilizadas para o processamento de produtos orgânicos?98
É possível utilizar ingredientes não orgânicos em produtos orgânicos
processados? ........................................................................................................ 99
É permitida a utilização do mesmo ingrediente de origem orgânica e não
orgânica em um determinado produto processado? ................................... 99
É permitido o uso de organismos geneticamente modificados no
processamento de peixes orgânicos? .............................................................. 99
O uso de água potável e sal é permitido no preparo de alimentos
orgânicos processados?...................................................................................... 99
É possível defumar alimentos orgânicos? ....................................................... 100
No processamento de produto orgânico será permitido o uso dos aditivos
e coadjuvantes?................................................................................................. 100
Quanto de aditivos alimentares e de coadjuvantes de tecnologia podem
ser utilizados no processamento de peixes orgânicos? ............................... 101
xii
Podem ser utilizados métodos de higienização de ingredientes e produtos
durante o processamento de produtos orgânicos? ..................................... 101
Armazenamento e transporte............................................................................ 102
Como deverão ser acondicionados os produtos durante o
armazenamento e o transporte? ..................................................................... 102
Como se deve promover o controle de pragas em estruturas e áreas físicas
de processamento, armazenamento e transporte de produtos orgânicos?
............................................................................................................................... 102
O que é proibido em relação ao tema? ........................................................ 103
Rótulos.................................................................................................................. 103
Quem normatiza os rótulos de produtos alimentícios no Brasil? ................. 103
Quais informações são obrigatórias em qualquer rótulo de alimentos,
sejam eles orgânicos ou não orgânicos? ....................................................... 103
Quais são as informações obrigatórias na rotulagem nutricional? ............ 104
Que informações precisarão conter os rótulos dos produtos orgânicos
comercializados diretamente aos consumidores? ....................................... 104
Que informações precisam constar na rotulagem de produtos
comercializados no mercado interno? ........................................................... 104
Quais são as regras para identificar produtos que contenham ingredientes,
incluindo aditivos, que não sejam orgânicos? .............................................. 105
Mercado e Comercialização ............................................................................ 105
Como se indica que o produto que está sendo comercializado é
orgânico? ............................................................................................................ 105
Os produtos e os pontos de comercialização podem conter ou utilizar
marcas ou outras formas de identificação referentes à organização
responsável pelo controle social da qualidade orgânica? ........................ 106
Produtos orgânicos e não orgânicos poderão ser vendidos juntos? ......... 106
Como identificar produtos orgânicos comercializados a granel? ............. 106
Os produtos orgânicos não certificados, comercializados diretamente
entre agricultores familiares e consumidores finais poderão utilizar o selo do
Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica? .................. 106
Quais são as regras para a venda direta de produtos orgânicos aos
consumidores? .................................................................................................... 106
Que regras deverão ser respeitadas quando da venda entre agricultores
familiares e consumidores finais? ..................................................................... 107
Quais regras devem ser respeitadas por restaurantes, hotéis e lanchonetes
que oferecem produtos orgânicos aos seus clientes? ................................. 107
Quais regras afetam a importação de produtos orgânicos? ..................... 108
PARTE 5 .................................................................................................................... 110
DESAFIOS PARA A PRODUÇÃO DE PEIXES ORGÂNICOS ...................................... 111
xiii
Principais desafios para a viabilização da piscicultura orgânica ..................... 113
Quais são os principais desafios zootécnicos na produção de peixes
orgânicos? ........................................................................................................... 113
Quais são os principais desafios em relação ao manejo de peixes
orgânicos? ........................................................................................................... 113
Quais são os principais desafios em relação à sanidade de peixes
orgânicos? ........................................................................................................... 114
Existem outros desafios que precisam ser enfrentados ou pelo menos
conhecidos pelos piscicultores orgânicos? .................................................... 115
Bibliografia citada .................................................................................................. 117
xiv
DEFINIÇÕES
Abate Humanitário: procedimentos avaliação de uma entidade
técnicos e científicos que visam a candidata ao credenciamento
minimização do sofrimento dos como organismo de avaliação da
organismos aquáticos submetidos conformidade com a
ao abate. regulamentação oficial.
xv
Certificado de Conformidade a regulamentação oficial de
Orgânica: documento emitido por produção orgânica e com os
organismo de avaliação da critérios em vigor.
conformidade orgânica,
Cultivo Integrado: qualquer forma
credenciado no Ministério da
de associação entre os cultivos
Agricultura, Pecuária e
aquáticos e a criação de animais ou
Abastecimento (MAPA) para operar
cultivos de plantas terrestres, de
no Sistema Brasileiro de Avaliação
maneira a promover o melhor
da Conformidade Orgânica,
aproveitamento de resíduos e
certificando que produtos ou
produtos secundários da pecuária e
estabelecimentos produtores ou
agricultura no sistema de produção
comerciais atendem o disposto no
aquícola.
regulamento da produção
orgânica, estando autorizados a Declaração de Transação
usar o selo do Sistema Brasileiro de Comercial: documento emitido
Avaliação de Conformidade pelos Organismos de Avaliação da
Orgânica (SisOrg). Conformidade Orgânica ou pelas
unidades de produção, com base
Controle Social: processo de
nos procedimentos definidos pelos
geração de credibilidade
Organismos de Avaliação da
organizado a partir da interação de
Conformidade Orgânica (OACs),
pessoas ou organizações,
com informações qualitativas e
sustentado na participação,
quantitativas sobre produtos
comprometimento, transparência e
comercializados, com o intuito de
confiança dos envolvidos no
permitir o controle e a
processo de geração de
rastreabilidade dos mesmos.
credibilidade.
Escopo: objeto da avaliação da
Conversão: tempo decorrido entre o
conformidade orgânica, tais como
início do manejo orgânico, de
produção primária animal,
extrativismo, culturas vegetais ou
produção primária vegetal,
produção animal e seu
extrativismo, processamento de
reconhecimento como sistema de
produtos de origem animal,
produção orgânica. Esse período é
processamento de produtos de
necessário para que a unidade
origem vegetal, entre outros
produtiva se adapte a odos os
definidos pela regulamentação
requisitos da produção orgânica.
oficial de produção orgânica em
vigor.
xvi
Formas jovens: nome genérico Organismo de terceira parte: termo
comumente utilizado para designar usado para indicar que a
os estágios iniciais da vida dos certificadora não está vinculada
organismos aquáticos, no caso de diretamente ao produtor (primeira
peixes, ovos, larvas, pós-larvas, parte) nem ao consumidor
alevinos. (segunda parte) do produto
certificado.
Grupo: é um conjunto de pessoas
organizadas de maneira formal ou Organismo de Avaliação da
informal que realiza ações coletivas Conformidade Orgânica (OAC):
de monitoramento mútuo e instituição credenciada para
avaliação da conformidade das avaliar, verificar e atestar que
unidades de produção dos produtos ou estabelecimentos
fornecedores; um grupo pode incluir produtores ou comerciais atendem
diferentes atores sociais que detêm o disposto no regulamento da
o poder e a responsabilidade produção orgânica. É responsável
compartilhados pelas decisões ainda por lançar e manter
relacionadas à conformidade dos atualizados os dados ligados a todas
produtos com os regulamentos da as unidades de produção que
produção orgânica. estejam sob o seu controle no
Cadastro Nacional de Produtores
Inspeção: visita de representantes
Orgânicos e no Cadastro Nacional
dos organismos de avaliação da
de Atividades Produtivas.
conformidade orgânica, para
verificar se o sistema de produção Organismo Participativo de
está sendo operado de acordo com Avaliação da Conformidade
as normas vigentes de produção (OPAC): é uma organização que
orgânica, podendo ser parte de um assume a responsabilidade formal
processo de auditoria. pelo conjunto de atividades
desenvolvidas num Sistema
Integridade Orgânica: condição de
Participativo de Garantia da
um produto em que estão
Qualidade Orgânica (SPG),
preservadas todas as características
constituindo na sua estrutura
inerentes a um produto orgânico.
organizacional uma Comissão de
Inmetro: Instituto Nacional de Avaliação e um Conselho de
Metrologia, Qualidade e Tecnologia Recursos, ambos compostos por
é uma autarquia federal, vinculada representantes dos membros de
ao Ministério da Economia, que atua cada SPG.
como Secretaria Executiva do
Organização de Controle Social:
Conselho Nacional de Metrologia,
grupo, associação, cooperativa ou
Normalização e Qualidade Industrial
consórcio a que está vinculado o
(Conmetro), colegiado
agricultor familiar em venda direta,
interministerial, que é o órgão
previamente cadastrado no
normativo do Sistema Nacional de
Ministério da Agricultura, Pecuária e
Metrologia, Normalização e
Abastecimento, com processo
Qualidade Industrial (Sinmetro).
xvii
organizado de geração de Qualidade Orgânica: qualidade
credibilidade a partir da interação que traz, vinculada a ela, os
de pessoas ou organizações, princípios da produção orgânica
sustentado na participação, relacionados a questões sanitárias,
comprometimento, transparência e ambientais e sociais.
confiança, reconhecido pela
Rede de Produção Orgânica:
sociedade.
envolve agentes que atuam nos
Poder Compartilhado: processo diferentes níveis do processo da
horizontal de avaliação da produção, processamento,
conformidade orgânica, no qual a transporte, armazenagem,
tomada de decisão está comercialização e/ou consumo de
compartilhada entre todos os produtos orgânicos.
integrantes de um sistema
Relações de Trabalho em condições
participativo de garantia, que
especiais: onde há especificidades
possuem o mesmo nível de
na participação da criança em
responsabilidade e de poder na
tarefas que a família executa no
determinação da qualidade
campo, que objetivam incluí-la e
orgânica de um produto.
prepará-la para um futuro trabalho
Policultivo: cultivo de duas ou mais e que, dessa forma, são respeitadas
espécies de organismos aquáticos, pela produção orgânica por
compatíveis entre si, em uma constituir um dos alicerces das
mesma instalação ou estrutura de comunidades locais tradicionais.
cultivo visando o aumento da
Selo do Sistema Brasileiro de
produtividade por meio do melhor
Avaliação da Conformidade
aproveitamento dos diversos tipos
Orgânica: marca visualmente
de insumos e alimentos disponíveis.
perceptível que identifica e
Produção paralela: produção distingue produtos controlados no
obtida quando, na mesma unidade Sistema Brasileiro de Avaliação da
de produção ou estabelecimento, Conformidade Orgânica, bem
haja coleta, cultivo, criação ou como garante a conformidade dos
processamento de produtos mesmos com os regulamentos
orgânico e não orgânico. técnicos da produção orgânica.
xviii
administração pública federal e adubação, controle de pragas e
pelos Organismos de Avaliação da doenças dos vegetais ou controle
Conformidade – OAC (estes, de endo e ectoparasitos.
formados e autorizados após
Unidade de Produção Controlada:
Certificação por Auditoria e
unidade de produção em que é
Sistemas Participativos de Garantia,
feita a avaliação da conformidade
credenciados pelo Ministério).
orgânica por um Organismo de
Mediante convênios, os estados e o
Avaliação da Conformidade
Distrito Federal podem também
Orgânica credenciado pelo MAPA.
fazer parte do SisOrg.
Unidade de Produção Orgânica:
Sistema de Certificação: conjunto
empreendimento destinado à
de regras e procedimentos
produção, manuseio ou
adotados por uma entidade
processamento de produtos
certificadora, que, por meio de
orgânicos.
auditoria, avalia a conformidade de
um produto, processo ou serviço, Venda Direta: relação comercial
objetivando a sua certificação. direta entre o produtor e o
consumidor final, sem intermediários
Sistema de Controle Interno (SCI):
ou preposto, desde que seja o
Sistema que permite a certificação
produtor ou membro da sua família
por grupos de produtores, desde
inserido no processo de produção e
que sejam formados por pequenos
que faça parte da sua própria
produtores, agricultores familiares,
estrutura organizacional.
projetos de assentamento e outros
grupos formados por ribeirinhos, Visita de Controle Interno: processo
quilombolas, indígenas e extrativistas pelo qual os membros de uma
que possuam uma organização e estrutura organizacional, ou
estrutura suficientes para assegurar técnicos por eles contratados,
o controle dos procedimentos realizam a verificação do
regulamentados. cumprimento dos regulamentos
técnicos e demais procedimentos
Sistemas Participativos de Garantia
estabelecidos pelo sistema de
da Qualidade Orgânica: conjunto
controle interno.
de atividades desenvolvidas em
determinada estrutura organizativa, Visita de Pares: quando pessoas que
visando assegurar a garantia de que integram o mesmo Sistema
um produto, processo ou serviço Participativo de Garantia avaliam,
atende a regulamentos ou normas por meio de visitas, o cumprimento
específicas e que foi submetido a de critérios e práticas de produção.
uma avaliação da conformidade
de forma participativa.
xix
APRESENTAÇÃO DO LIVRO
Boa leitura!
1
PARTE 1
2
DECIFRANDO A PRODUÇÃO
ORGÂNICA
3
Apresentação da Parte 1
4
FATOS E CURIOSIDADES SOBRE ALIMENTOS
ORGÂNICOS
CONCEITOS GERAIS
5
base para a produção agrícola ou pecuária. O solo garante as culturas
agrícolas e os animais cultivados (produtos primários), que podem ser
comercializados in natura ou ainda ser processados, antes de chegarem ao
consumidor final.
6
• Usar boas práticas de manuseio e processamento com o propósito de
manter a integridade orgânica e as qualidades vitais do produto em
todas as etapas que vão da produção até chegar ao consumidor; e
• Utilizar práticas de manejo produtivo que preservem as condições de
bem-estar dos animais.
Por outro lado, os produtos orgânicos têm um inegável apelo ambiental, social
e de bem-estar humano e animal, e isso tem feito toda a diferença para uma
parcela cada vez maior de consumidores.
7
Consumir alimentos orgânicos é melhor para a saúde humana?
8
• Frango e suínos produzidos de forma convencional têm 33% mais
chances de conter bactérias resistentes a três ou mais antibióticos do que
aves ou suínos orgânicos 14;
• Embora os alimentos orgânicos contenham menos resíduos de pesticidas,
a maioria dos produtos convencionais também apresenta níveis de
resíduos abaixo do limite considerado inseguro 14;
• Um estudo mostrou que 10 pesticidas foram encontrados no espinafre
convencional e 9 no aipo. Já no pimentão foram identificados 39
pesticidas 5;
• Uma maçã cultivada convencionalmente pode ser pulverizada até 16
vezes com mais de 30 produtos químicos diferentes 5;
• John Krebs, ex-presidente da Food Standards Agency, da Grã-Bretanha,
afirmou certa vez -talvez com algum exagero - que "uma única xícara de
café contém agentes cancerígenos naturais iguais a pelo menos um ano
de resíduos cancerígenos sintéticos presentes na dieta" 6;
• Estudos realizados ao mesmo tempo na Holanda, Dinamarca e Áustria,
revelaram que a bactéria Campylobacter estava presente em 100% dos
lotes de frangos orgânicos, mas em apenas 1/3 dos lotes convencionais.
Esses estudos também descobriram que os alimentos convencionais e
orgânicos apresentavam taxas iguais de contaminação por Salmonella
e que 72% das galinhas orgânicas estavam infectadas com parasitos 14;
• Alimentos orgânicos tendem a ter níveis mais altos de patógenos que os
cultivados convencionalmente porque o esterco é usado para fertilizá-
los. Por exemplo, a bactéria E. coli foi encontrada em 10% dos produtos
de fazendas orgânicas, contra apenas 2% das fazendas convencionais 1.
Depende. Mais uma vez, vamos dar alguns exemplos para que cada um possa
criar suas próprias convicções:
9
neutralizar quaisquer efeitos ambientais positivos da agricultura orgânica
20;
Posso confiar que todo produto vendido como orgânico é de fato orgânico?
10
culturas pode fazer com que alguns alimentos orgânicos contenham traços de
OGM.
Além disso, como não há fiscalização efetiva por parte do Poder Público, não
raro, o consumidor "aceita" ser enganado pela ideia de que basta um produto
ser oriundo da agricultura familiar para que ele seja considerado orgânico.
Outras vezes, produtos alimentícios são vendidos com o rótulo de "orgânico"
propositalmente para ludibriar o consumidor, fazendo-o pagar mais caro por um
produto convencional. Ou seja, este ainda é um regime de produção que
precisa evoluir para explorar todo o seu potencial. Essa é mais uma razão para
que os sistemas de certificação sejam cada vez mais eficientes.
O produto orgânico é um bem que tem na confiança seu principal valor. Não
apresenta diferenças aparentes relativamente ao produto convencional, seja
forma, cor ou sabor. O que leva um consumidor a preferi-lo é a informação
sobre suas vantagens nutricionais, a ausência de agrotóxicos e a confiança de
que foi produzido conforme os preceitos que preservam estes fatores.
Quando os consumidores optam por pagar mais pelos produtos orgânicos, eles
estão pagando um prêmio pelos efeitos positivos à saúde e pela redução de
impactos ambientais e sociais. Por isso, eles esperam obter, em troca, um
produto de origem orgânica garantida. Assim como os produtores orgânicos,
que arcam com custos de produção mais elevados, os consumidores desejam
estar protegidos contra os falsos produtos orgânicos.
Nos Estados Unidos, quem vende um produto orgânico fraudado pode pagar
até US$ 11.000,00 por cada consumidor enganado. No Brasil, além das punições
serem mais brandas, ainda há pouca fiscalização.
Por que os produtos orgânicos são mais caros que os produtos convencionais?
11
também o ponto de partida para o uso de práticas não sustentáveis de
produção.
Não. Embora possa parecer que a produção orgânica seja mais simples e não
precise envolver pesquisas e desenvolvimento, o que ocorre é justamente o
oposto. Produzir orgânicos é uma atividade produtiva sujeita a todas as leis de
mercado e à concorrência direta com produtos convencionais. Isso exige
pesquisas, novas técnicas e tecnologias e investimentos para se produzir cada
vez melhor e a custos mais competitivos.
12
Muitas vezes, os sistemas de produção aquícola acabam aumentando a
pressão sobre os sistemas aquáticos naturais, esgotando as fontes de alimento
das populações selvagens ou poluindo as áreas circundantes com efluentes
contaminados.
PEIXES ORGÂNICOS
Certamente, cada produtor terá suas próprias razões pessoais para isso. Poderá
fazê-lo pela possibilidade de lucros, já que há cada vez mais pessoas
(consumidores) preocupados com a qualidade daquilo que consomem, tanto
em termos de sabor quanto em expectativa por uma menor ou, se possível,
inexistente presença de resíduos tóxicos em seus alimentos. Poderá fazê-lo
porque pretende atender um público cada vez mais preocupado com o
ambiente e/ou com o bem-estar animal. Ou ainda, poderá fazê-lo
simplesmente por acreditar na importância dos princípios da produção
orgânica para si e sua família.
13
Quais são os peixes orgânicos mais produzidos em todo o mundo?
Pela ordem: carpas e trutas (em água doce) e salmão (em águas marinhas).
14
15
PRINCÍPIOS QUE FUNDAMENTAM A PRODUÇÃO
ORGÂNICA
Saúde?
Este princípio indica que a saúde dos indivíduos e das comunidades não pode
ser separada da saúde dos ecossistemas. Solos saudáveis produzem culturas
saudáveis, que promovem a saúde de animais e pessoas...
16
O papel da produção orgânica, seja na agropecuária, no processamento, na
distribuição ou no consumo, é o de sustentar e melhorar a saúde dos
ecossistemas e dos organismos, desde os microrganismos do solo até os seres
humanos. Em particular, a agropecuária orgânica visa produzir alimentos
nutritivos e de alta qualidade que contribuem para a saúde e o bem-estar
preventivos. Em vista disso, deve-se evitar o uso de fertilizantes, pesticidas,
medicamentos para animais e aditivos alimentares que possam ter efeitos
adversos à saúde.
Ecologia?
Este princípio enraíza a agricultura orgânica nos sistemas ecológicos vivos. Ele
afirma que a produção deve ser baseada em processos ecológicos e de
reciclagem. Nutrição e bem-estar são alcançados através da manutenção das
condições ecológicas do ambiente de produção. Por exemplo, no caso de
culturas agrícolas, o foco tem que ser o solo vivo; para a produção de animais,
o ecossistema agrícola; para peixes, o ambiente aquático.
Justiça?
17
e com todas as partes - agricultores, trabalhadores, processadores,
distribuidores, comerciantes e consumidores. A agricultura orgânica deve
proporcionar a todos os envolvidos uma boa qualidade de vida e contribuir
para a soberania alimentar e para a redução da pobreza. O objetivo é produzir
um suprimento suficiente de alimentos e outros produtos de boa qualidade.
Precaução?
18
produção; o fechamento completo dos ciclos de nutrientes nos próprios
sistemas de produção, reduzindo a dependência de fontes externas; o não uso
de embalagem; a redução de resíduos; a não utilização de métodos de
processamento que reduzem o valor nutritivo do produto final; a garantia de
preços justos para os produtores e os trabalhadores rurais, são alguns exemplos
disso. Mas, seguramente, o maior deles é competir no mercado com produtos
convencionais.
19
Princípio Implicações Consequências
O uso de energia na Alguns sistemas de produção de peixes, como
produção orgânica deve ser os de recirculação e de bioflocos estão
reduzido ao máximo. baseados no uso intensivo de energia.
Os sistemas de cultivo devem
garantir a saúde e Em sistemas de recirculação ou mesmo em
o bem-estar dos animais, tanques-rede de alta densidade é
Justiça
respeitando inclusive os praticamente impossível que os animais
comportamentos naturais da desenvolvam seu comportamento natural.
espécie.
O uso de medicamentos ou
hormônios pode causar Tilápias revertidas hormonalmente não podem
Precaução
prejuízos ao ambiente ou às ser usadas na piscicultura orgânica.
pessoas.
20
21
PARTE 2
22
O SISTEMA DE CERTIFICAÇÃO
ORGÂNICA NO BRASIL
23
Apresentação da Parte 2
24
O PROCESSO DE CERTIFICAÇÃO
Sim. Se você quiser comercializar seu peixe como orgânico, precisa provar que
ele foi produzido de acordo com as normas brasileiras de produtos orgânicos
chanceladas pelo Ministério da Agricultura.
25
Quais são as principais responsabilidades de um produtor de peixes orgânicos?
26
Quem são os setores (segmentos) sujeitos à regulamentação técnica na cadeia
de orgânicos?
A certificação orgânica pode ser feita por agências locais, internacionais ou por
parcerias entre elas. Pode também ser realizada por grupos de pequenos
produtores, desde que existam mecanismos internos de controle, que sigam os
padrões da produção orgânica.
27
O SCI também deve garantir que sejam realizadas visitas de controle interno a
todas as unidades que compõem o grupo, verificando o cumprimento dos
requisitos para a produção orgânica. Estas visitas devem ocorrer pelo menos
uma vez ao ano, a depender do tipo de produção, variedade e complexidade
de atividades, práticas e culturas.
Grupo
Organismo da Avaliação Associação Organização de Controle
Credenciamento
e Auditoria da Conformidade Cooperativa Social (OCS)
Orgânica (OAC)
Fiscalização
Credenciamento como...
Ministério da Agricultura Cadastro
Pecuária e Contratação
da Organismo Participativo Certificação
Abastecimento Certificação Certificadora Certificação
de Avaliação da por Auditoria
por Auditoria por Auditoria
Conformidade (OPAC)
Órgão Fiscalizador
Avaliação da
Documen-
tação Fiscalização
Ministério da Agricultura,
Pecuária e
Abastecimento
Auditoria na
propriedade
Declaração de
Cadastro de
Relatório de Agricultor Familiar
Correções Não inspeção
aprovado em Venda Direta
Certificado de
Aprovado Conformidade
Orgânica
Venda direta
Certificação Certificação
por Auditoria por Auditoria
Consumidores Consumidores
FIGURA 1. Fluxograma representativo dos três caminhos possíveis para a certificação orgânica.
28
Quais são as semelhanças e diferenças entre os diferentes meios de
certificação?
Um ano, contado a partir da data de sua emissão. Ou seja, ele precisa ser
renovado anualmente. Para renovação da validade do Certificado de
Conformidade Orgânica, é necessário um novo processo de avaliação da
conformidade, que deve ser iniciado antes do término do processo em curso.
29
30
CERTIFICAÇÃO POR AUDITORIA
As OAC, podem ser empresas públicas ou privadas, com ou sem fins lucrativos.
Elas têm como responsabilidade realizar inspeções e auditoria, além de lançar
e manter atualizados os dados ligados a todas as unidades de produção que
estejam sob o seu controle no Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos e no
Cadastro Nacional de Atividades Produtivas.
31
• Certificados atuais ou outra prova por escrito da situação da
Certificação;
• Cópias dos relatórios de inspeção e auditoria e de qualquer outra
documentação relacionada à Certificação da produção, com exceção
dos documentos confidenciais, fornecidas, no mínimo, anualmente.
32
fiscalização mais frequente. As Certificadoras devem também realizar visitas
sem aviso prévio em pelo menos 5% das unidades certificadas durante o ano.
As auditorias são realizadas por equipes qualificadas têm por objetivo avaliar
em que estágio de adequação se encontra a produção orgânica da(s)
unidade(s) (no caso de uma auditoria inicial) e se o processo produtivo está
respeitando as normas técnicas estabelecidas (no caso de empreendimentos
já em produção orgânica).
A certificadora pode cobrar pela área ou pela produção total a ser certificada?
33
As certificadoras podem estabelecer suas próprias normas de certificação
orgânica?
34
CPOrg-UF junto à Superintendência Federal de Agricultura da unidade da
Federação em que estiver sediada.
Sim. Isso é efetivamente possível, embora o processo seja longo e caro, qualquer
pessoa poderia, a princípio, criar uma certificadora, definir as normas de
certificação e também seus próprios selos. O maior desafio, neste caso, seria
fazer com que os potenciais clientes e os consumidores dos produtos a serem
certificados valorizem e acreditem na força dos selos e dos processos de
certificação que estrarão por trás dos mesmos. A certificação depende da
sociedade entender, acreditar e valorizar os processos e selos associados, sem
isso, eles não têm nenhum valor.
35
36
SISTEMA PARTICIPATIVO DE GARANTIA
Tudo tem início com criação da Organização de Controle Social (OCS). Essa
organização pode ser conformada por um grupo, associação, cooperativa ou
consórcio, com ou 'sem personalidade jurídica, de agricultores familiares. Eles
são separados em dos grupos: 1) Membros do Sistema e 2) Organismo
Participativo de Avaliação da Conformidade (OPAC).
37
A OPAC é organizada como Pessoa Jurídica e realiza o papel da certificadora
no processo por auditoria. É ela quem verifica e atesta que os produtos
atendem às exigências previstas por lei. Está baseado em um processo de
fiscalizações realizadas entre os próprios produtores de uma determinada
região.
38
Como são realizadas as Visitas de Verificação da Conformidade?
Elas podem ser feitas por amostragem, sendo que o número de visitas não deve
ser menor que a raiz quadrada do número de fornecedores no grupo.
O OPAC tem que ter um prazo estabelecido para que todas as unidades de
produção de cada grupo sejam visitadas. Também é recomendável que o
OPAC faça visitas-surpresa de verificação.
A OPAC também pode exigir que sejam realizadas análises de laboratório para
comprovar a conformidade dos produtos?
39
O empreendedor pode contestar as decisões do OPAC?
40
41
CONTROLE SOCIAL NA VENDA DIRETA
Uma OCS deve ter controle próprio, estar ativa e garantir que os produtores a
ela ligados permitam a visita dos consumidores às suas unidades de produção,
assim como o livre acesso do órgão fiscalizador. Além disso, ela também tem a
obrigação de manter atualizadas as listas dos principais produtos e quantidades
estimadas por unidade de produção familiar.
42
consumidores e bons produtores sejam respeitados e a boa imagem que os
produtos orgânicos conquistaram seja mantida.
Embora isso seja realmente estranho e não pareça fazer muito sentido, ele não
tem direito ao certificado orgânico, embora seja considerado um produtor
orgânico.
43
comercializando e à Organização de Controle Social a que ele está ligado.
Além disso, eles não podem utilizar o Selo do Sistema Brasileiro de Avaliação da
Conformidade Orgânica, mas podem incluir na rotulagem a seguinte
expressão: “Produto orgânico para venda direta por agricultores familiares
organizados não sujeito à certificação de acordo com a Lei n° 10.831, de 23 de
dezembro de 2003”
44
45
PARTE 3
46
BASES PARA A PRODUÇÃO DE
PEIXES ORGÂNICOS
47
Apresentação da Parte 3
48
FUNDAMENTOS GERAIS DA PRODUÇÃO DE PEIXES
ORGÂNICOS
Basta eu começar a cultivar peixes de forma orgânica para meus peixes serem
considerados orgânicos?
Não. É preciso também um tempo para que a própria propriedade rural possa
ser convertida às práticas orgânicas. Normalmente, esse tempo de conversão
varia entre 3 a 12 meses.
49
• Sistemas de recirculação só são permitidos se integrados ao ambiente
natural. Nesse caso, não se permite que a maior parte do ciclo de
produção se dê em ambientes internos (por exemplo, galpões).
• Deve-se evitar a contaminação do sistema de produção aquícola por
fontes externas de poluição;
• É necessário que haja um isolamento adequado em relação a sistemas
de produção não orgânicos e a separação entre produtos orgânicos e
convencionais ao longo de toda a cadeia de produção e distribuição;
• O cultivo de espécies exóticas é permitido, mas deve-se impedir o
escape de peixes e a consequente introdução dessas espécies nos
ambientes adjacentes, de modo a não haver nenhum impacto à
biodiversidade local;
• Deve ser feito o controle da liberação de efluentes e nutrientes para os
ambientes adjacentes, minimizando-se os impactos negativos
provocados por eles;
• Deve-se promover o bem-estar dos peixes cultivados;
• Deve-se proteger os ecossistemas de áreas úmidas vulneráveis (por
exemplo, é proibido o desmatamento de manguezais ou florestas para a
instalação de empreendimentos de piscicultura orgânica);
• O uso de aportes externos de aeração artificial só é permitido desde que
os peixes não dependam dessa fonte na maior parte do tempo.
50
espécies encontraria na natureza. Devem ser utilizadas, prioritariamente
e na seguinte ordem: i) farinhas e óleos de peixe proveniente de aparas
de peixes orgânicos cultivados; ii) farinhas e óleos de peixe derivados de
aparas de peixe, crustáceos ou moluscos capturados para consumo
humano através de pescarias devidamente certificadas como
sustentáveis de acordo com sistemas reconhecidos de certificação; iii)
farinhas e óleos de peixe e ingredientes obtidos de peixes, crustáceos ou
moluscos inteiros, que não foram capturados para consumo humano,
mas cuja pescaria foi certificada como sustentáveis por sistemas
reconhecidos de certificação; ou (iv) matérias-primas orgânicas de
origem vegetal. A determinação do que qualifica uma pescaria como
sustentável pode ser definida por normas e padrões governamentais
nacionais ou internacionais ou ainda através de sistemas privados de
certificação, dependendo do tipo de piscicultura em questão;
• Deve-se restringir o uso de farinha e óleo de peixe na dieta de peixes
cultivados;
• Deve-se restringir o uso de suplementos e aditivos alimentares para peixes
àqueles estritamente estabelecidos pela instituição certificadora;
• Há a possibilidade de usar fontes alternativas de proteínas, como
microalgas ou insetos produzidos sob métodos orgânicos, na
alimentação de peixes.
51
que a duração de um ciclo de produção for inferior a um ano, deve-se
aplicar o limite de um tratamento alopático;
• Tratamentos veterinários necessários só podem ser aplicados se
respeitarem os limites de frequência para rotulagem do produto como
orgânico;
• É proibido o uso profilático de medicamentos veterinários, assim como
hormônios sintéticos e promotores de crescimento;
• O uso de antibióticos leva à perda automática da certificação dos
animais tratados.
52
53
PARTE 4
54
NORMAS BRASILEIRAS PARA A
PRODUÇÃO DE PEIXES
ORGÂNICOS
55
Apresentação da parte 4
56
REQUISITOS LEGAIS A SEREM APLICADOS AO LONGO
DA CADEIA DE PRODUÇÃO, TRANSPORTE,
PROCESSAMENTO, ROTULAGEM, ARMAZENAMENTO E
COMERCIALIZAÇÃO DE PEIXES ORGÂNICOS
57
• A redução ao mínimo de todas as formas de contaminação desses
elementos que possam resultar das práticas agrícolas;
• A regeneração de áreas degradadas;
• A preservação da diversidade biológica dos ecossistemas naturais e a
recomposição ou incremento da diversidade biológica dos ecossistemas
modificados em que se insere o sistema de produção, com especial
atenção às espécies ameaçadas de extinção;
• A promoção e manutenção do equilíbrio do sistema de produção como
estratégia de promover e manter a sanidade dos organismos aquáticos;
• A interação da produção aquícola;
• A manutenção e recuperação de variedades locais, tradicionais,
ameaçadas pela erosão genética;
• A reciclagem de resíduos de origem orgânica, reduzindo ao mínimo o
emprego de recursos não renováveis;
• Destinar os resíduos da produção de acordo com a legislação ambiental
aplicável;
• O produtor deverá comunicar ao OAC ou à OCS qualquer caso com
risco potencial de contaminação ambiental não previsto originalmente
no Plano de Manejo, para definição das medidas mitigadoras;
58
aprovada pelo Organismo de Avaliação da Conformidade Orgânica -
OAC ou pela Organização de Controle Social - OCS;
• O uso de boas práticas de manuseio e processamento, com o propósito
de manter a integridade orgânica e as qualidades vitais do produto em
todas as etapas.
59
• A manutenção da higiene em todo o processo produtivo, compatível
com a legislação sanitária vigente e com o emprego de produtos
permitidos para uso na produção orgânica;
• A utilização de instalações higiênicas, funcionais e adequadas a cada
organismo aquático e local de produção;
• A manipulação de produtos agrícolas com base no uso de métodos de
elaboração cuidadosos, com o propósito de manter a integridade
orgânica e as qualidades vitais do produto em todas as etapas;
• A oferta de produtos saudáveis, isentos de contaminantes, oriundos do
emprego intencional de produtos e processos que possam gerá-los e que
ponham em risco o meio ambiente e a saúde do produtor, do
trabalhador ou do consumidor.
60
3) Aquisição, manutenção em depósito ou utilização, em
empreendimentos exclusivamente orgânicos, de matérias-primas,
materiais de multiplicação animal ou vegetal, animais, insumos, alimentos
para animais, medicamentos ou qualquer substância em desacordo
com as exigências legais 1;
61
62
ANTES DE COMEÇAR UMA PISCICULTURA ORGÂNICA
63
• A conservação do solo e da água;
• Um plano para a promoção da saúde dos organismos cultivados;
• A nutrição, incluindo plano um anual de alimentação;
• A reprodução e a obtenção de material de multiplicação;
• A evolução do plantel;
• Instalações e práticas de manejo dos organismos aquáticos de
subsistência, ornamentais e outros, de seus produtos, subprodutos ou
dejetos sem fins de comercialização como orgânicos, sendo obrigatório
o controle e autorização pela OCS ou OAC dos insumos usados nesses
animais;
• Os procedimentos para pós-produção, a embalagem, armazenamento,
processamento, transporte e comercialização;
• Procedimentos que contemplem a aplicação das boas práticas de
produção;
• As inter-relações ambientais, econômicas e sociais;
• A ocupação da unidade de produção, considerando os aspectos
ambientais;
• Ações que visem evitar contaminações internas e externas, tais como -
medidas de proteção em relação às fontes de contaminantes para
áreas limítrofes com unidades de produção convencionais;
• O controle da qualidade da água, dentro da unidade de produção, por
meio de análises para verificação da contaminação química e
microbiológica, que deverá ocorrer a critério do OAC ou da OCS em que
se insere o aquicultor familiar em venda direta;
• O manejo dos animais de serviço, subsistência, companhia, ornamentais
e outros, de seus produtos, subprodutos ou dejetos sem fins de
comercialização como orgânicos, e insumos usados na manutenção
desses animais;
• A periodicidade do controle da qualidade da água, para uso na
unidade de produção, por meio de tratamentos e análises para
verificação da contaminação química e microbiológica;
• Medidas para prevenção e mitigação de riscos em relação às fontes de
contaminantes, principalmente de Organismos Geneticamente
Modificados - OGM e derivados, e das áreas de produção não orgânicas
para as orgânicas.
64
Figura 2. Capa do caderno do Plano de Manejo Orgânico disponibilizado pelo Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Sim, pelas OAC, OPAC ou OCS. Para isso, as organizações certificadoras devem
avaliar potenciais riscos de comprometimento do sistema orgânico de
produção, levando em conta os impactos que os insumos e as práticas de
manejo podem trazer à saúde humana e animal, ao sistema e ao ambiente em
que se insere a unidade produtiva.
65
complementares. Não é preciso fazer um novo Plano, mas tais alterações
precisam, sim, estar devidamente registradas.
66
• Riscos financeiros: associados a variações nas taxas de juros, taxas de
câmbio, falta de liquidez e outras perdas financeiras; falta de capital de
giro para o produtor durante o processo de conversão de culturas;
endividamento elevado inviabilizando a produção; falta de alternativas
de seguros para perdas agrícolas;
• Riscos comerciais: Aumento de preços de insumos por excesso de
demanda; variações de preços dos produtos inviabilizando o
povoamento ou cultivo.
Há inúmeras possibilidades e métodos para isso. Por exemplo, ela pode ser feita
utilizando várias ferramentas de forma combinada, como através de
questionários e planilhas de dados, vistorias nas unidades que fornecem o
insumo para a unidade produtiva, levantamentos bibliográficos, análises
laboratoriais, documentos assinados por fornecedores, ficha técnica de
produto, conversas entre produtores e outros instrumentos a serem
estabelecidos pelo OAC, OPAC ou OCS.
67
68
A FASE DE CONVERSÃO DE UMA
PROPRIEDADE CONVENCIONAL EM
ORGÂNICA
Para que a produção animal seja considerada orgânica, deverá ser respeitado
primeiramente o período de conversão da unidade de produção, instituindo-se,
desde o início, o manejo orgânico dos animais, sem que seus produtos e
subprodutos sejam considerados orgânicos.
69
• Garantir a implantação de um sistema de manejo orgânico por meio da
manutenção ou construção ecológica da vida e da fertilidade dá água;
do estabelecimento do equilíbrio do agroecossistema; e da preservação
da diversidade biológica dos ecossistemas naturais e modificados.
70
1) Em primeiro lugar, é preciso que o produtor saiba que só poderá
comercializar seus produtos como orgânicos quando o processo de
certificação (e, por consequência, a conversão estiver concluída);
71
10) O produtor deverá comunicar à instituição certificadora, antes da
despesca, colheita ou da obtenção do produto aquícola, orgânicos e
não orgânicos:
• a data prevista da obtenção desses produtos;
• os procedimentos de separação; e
• a produção estimada;
72
73
CULTIVANDO PEIXES ORGÂNICOS
REPRODUÇÃO
Posso usar peixes exóticos em uma piscicultura orgânica?
Não. Porém, seus alevinos e juvenis podem ser orgânicas se os mesmos forem
cultivados sob esse sistema.
Pode haver mistura entre alevinos orgânicos e não orgânicos nos sistemas de
cultivos?
74
Quais cuidados devem ser tomados na fase de reprodução de peixes
orgânicos?
INSTALAÇÕES DE CULTIVO
75
MANEJO
Na grande maioria das vezes, não. Nesses casos, os OAC ou OCS deverão
estipular densidades máximas a serem praticadas em função das
características de cada espécie (tamanho, peso, hábitos), observando o bem-
estar e o comportamento natural da espécie e a ainda a disponibilidade de
alimento.
76
Posso usar fertilizantes para aumentar a produção de alimentos naturais no
viveiro?
77
Condições adicionais para as
Substâncias e substâncias e produtos obtidos
Condições Gerais
Produtos de sistemas de produção não
orgânicos.
componentes de ambiente; regulamentação da agricultura
origem animal Permitidos desde que orgânica;
bioestabilizados; Permitido somente com a
O uso em partes comestíveis autorização do OAC ou da OCS.
das plantas está
condicionado à
autorização
pelo OAC ou pela OCS.
Permitidos desde que
bioestabilizados;
Produtos derivados O uso em partes comestíveis
Restrição para contaminação
da aquicultura e das plantas está
química e biológica.
pesca condicionado à
autorização pelo OAC ou
pela OCS.
Permitidos desde que seu
uso e manejo não causem Permitidos desde que os limites
danos à saúde e ao meio máximos de contaminantes não
ambiente; ultrapassem os estabelecidos na
Permitidos desde que legislação;
Resíduos de bioestabilizados; Permitido somente com a
biodigestores e de O uso em partes comestíveis autorização do OAC ou da OCS;
lagoas de das plantas está O produtor deverá adotar
decantação e condicionado à estratégias que visem à
fermentação autorização pelo OAC ou eliminação deste tipo de insumo
pela OCS; num prazo máximo de cinco
Este item não se aplica a anos a partir da publicação
resíduos de biodigestores e desta Instrução Normativa
lagos que recebam Interministerial.
excrementos humanos.
Desde que não sejam
geneticamente modificados ou
Inoculantes,
originários de organismos
microrganismos e -
geneticamente modificados;
enzimas
Desde que não causem danos à
saúde e ao ambiente.
Desde que os teores de metais
Pós de rocha - pesados não ultrapassem os
níveis máximos regulamentados.
Desde que proveniente de
Argilas -
extração legal.
Fosfatos de Rocha,
Hiperfosfatos e - -
Termofosfatos
Desde que obtidos por
procedimentos físicos, não
enriquecidos por processo
Sulfato de potássio e
químico e não tratados
sulfato duplo de -
quimicamente para o aumento
potássio e magnésio
da solubilidade;
Permitido somente com
autorização do OAC ou da OCS
78
Condições adicionais para as
Substâncias e substâncias e produtos obtidos
Condições Gerais
Produtos de sistemas de produção não
orgânicos.
em que estiveram inseridos os
agricultores familiares em venda
direta.
Micronutrientes - -
Carbonatos, óxidos e
hidróxidos de cálcio
- -
e magnésio
(Calcários e cal)
Desde que proveniente de
Turfa -
extração legal.
Preparados
- -
biodinâmicos
Desde que autorizado pelo OAC
Enxofre elementar -
ou pela OCS.
Proibido o uso de radiação;
Permitido desde que sem
Substrato para Permitidos desde que obtido
enriquecimento com fertilizantes
plantas sem causar dano ambiental.
não permitidos nesta Instrução
Normativa Interministerial.
Definição da quantidade a
ser utilizada em função do Proibido o uso de vinhaça
Produtos,
manejo e da fertilidade do amônica;
subprodutos e
solo tendo como referência Permitidos desde que não
resíduos industriais de
os parâmetros técnicos de tratados com produtos não
origem animal e
recomendações regionais permitidos nesta Instrução
vegetal
de forma a evitar possíveis Normativa Interministerial.
impactos ambientais.
Permitidas desde que
Escórias industriais de
- autorizadas pelo OAC ou pela
reação básica
OCS.
79
Tabela 4. Relação de valores de referência utilizados como limites máximos de contaminantes
admitidos em compostos orgânicos, resíduos de biodigestor, resíduos de lagoa de decantação e
fermentação, e excrementos oriundos de sistema de criação com o uso intenso de alimentos e
produtos obtidos de sistemas não orgânicos.
LIMITE
ELEMENTO (mg kg-1
de matéria seca)
Arsênio 20
Cádmio 0,7
Cobre 70
Níquel 25
Chumbo 45
Zinco 200
Mercúrio 0,4
Cromo (VI) 0,0
Cromo (total) 70
Coliformes Termotolerantes
(número mais provável por grama de matéria 1.000
seca - NMP/g de MS)
Ovos viáveis de helmintos
(número por quatro gramas de sólidos totais - n° 1
em 4g ST)
Ausência em 10 g de matéria
Salmonella sp.
seca
Substância Uso
Ácido Fosfórico Sem especificação de uso.
Na ausência de animais da aquicultura.
Utilizado como herbicida natural, em grandes
Ácido húmico concentrações; em baixas concentrações
funciona como um coadjuvante no processo
de fertilização.
Ácido Nítrico Sem especificação de uso.
Na ausência de animais da aquicultura. Atua
Ácido peroxiacéticos contra um amplo espectro de bactérias e
microrganismos.
Na ausência/presença de animais da
Ácidos peracéticos e peroctanóicos aquicultura. Elimina fungos, vírus e bactérias
em forma vegetativa e/ou esporulada.
Na ausência de animais da aquicultura.
Álcool etílico
Utilizado para desinfecção de utensílios.
Cal Cal e cal virgem.
80
Substância Uso
Na ausência/presença de animais da
Calcário (carbonato de cálcio)
aquicultura. Utilizado para corrigir o pH.
Na presença de animais da aquicultura.
Utilizado como tratamentos profiláticos e
Cloreto de Sódio
para controle de parasitos, fungos e
bactérias.
Extratos Vegetais Sem especificação de uso.
Na ausência de animais da aquicultura.
Utilizado como desinfetante para o
Hipoclorito de cálcio
tratamento da água e higienização de
estruturas.
Na ausência de animais da aquicultura.
Hipoclorito de sódio Utilizado somente para desinfetar
utensílios/apetrechos de pesca.
Iodo Sem especificação de uso.
Na ausência de animais da aquicultura.
Iodóforos
Antisséptico e desinfetante de materiais.
Microrganismos (Biorremediadores) Sem especificação de uso.
Oxidantes Minerais Sem especificação de uso.
Na ausência de animais da aquicultura.
Agente oxidante e antimicrobiano de amplo
Ozônio
espectro, sendo usado principalmente para
o tratamento da água.
Na presença de animais da aquicultura.
Utilizado no controle de bactérias externas,
Permanganato de potássio
alguns protozoários e crustáceos parasitos e
fungos.
Peróxido de Hidrogênio Sem especificação de uso.
Sabões e Detergentes Neutros e
Sem especificação de uso.
Biodegradáveis
Sais Minerais Solúveis Sem especificação de uso.
Soda Cáustica Sem especificação de uso.
Na ausência/presença de animais da
Sulfato tribásico de cobre aquicultura. Utilizado como fungicida ou
fungistático.
81
• O registro diferenciado de produtos fitossanitários com uso aprovado
para a agricultura orgânica somente será concedido àqueles
formulados com as substâncias e práticas elencadas na Tabela 6 e na
Tabela 7;
• Insumos produzidos em conformidade, porém não oriundos de
sistemas orgânicos de produção poderão receber atestação de
aprovação para uso na produção orgânica pelos OAC, respeitada a
legislação específica vigente.
82
Tabela 6. Relação de substâncias e práticas para manejo, controle de pragas e doenças e tratamentos pós-colheita nos sistemas orgânicos de produção.
83
Substâncias e Descrição, requisitos de composição e Substâncias e Descrição, requisitos de composição e
práticas condições de uso práticas condições de uso
Algas marinhas, Bicarbonato de Necessidade de autorização pela OAC ou
Desde que proveniente de extração legal.
farinhas e extratos potássio pela OCS.
Desde que sem tratamento químico.
de algas Uso proibido em pós-colheita
Uso proibido em pós-colheita Óleo mineral Necessidade de autorização pela OAC ou
Cobre nas formas Uso como fungicida. Necessidade de pela OCS.
de hidróxido, autorização pela OAC ou pela OCS, de Uso proibido em pós-colheita
Fosfato de ferro
oxicloreto, sulfato, forma a minimizar o acúmulo de cobre no Uso como moluscicida.
óxido e octanoato. solo. Quantidade máxima a ser aplicada: 6 Termoterapia Sem restrição.
kg de cobre/ha/ano. Dióxido de Cloro Sem restrição.
84
Tabela 7. Substâncias ativas e práticas permitidas para o manejo, controle de pragas e doenças na piscicultura orgânica.
85
DESCRIÇÃO, REQUISITOS DE COMPOSIÇÃO DESCRIÇÃO, REQUISITOS DE COMPOSIÇÃO
SUBSTÂNCIA SUBSTÂNCIA
E CONDIÇÕES DE USO E CONDIÇÕES DE USO
Dióxido de silício Desde que livre de sílica cristalina. Gipsita -
Necessidade de autorização pelo OAC ou pela Glicerina -
Enxofre
OCS. Glicose -
Desde que isentos de componentes não Goma arábica -
Espiga de milho
autorizados. Goma guar -
Desde que naturalmente originadas de Goma xantana -
microrganismos não OGM e não irradiados; Grão de arroz
Espinosinas
Necessidade de autorização pelo OAC ou pela Grão de milheto
OCS. Inteiros, quebrados ou moídos desde que
Grão de milho
Estearato de magnésio - esterilizados e isentos de componentes não
Grão de soja
Etileno - autorizados.
Grão de sorgo
Poderão ser utilizados livremente em partes Grão de trigo
comestíveis os extratos e preparados de Hidróxido de potássio -
plantas utilizadas na alimentação humana, a Hidróxido de sódio -
menos que existam estudos e pesquisas que Hietelose -
comprovem que os mesmos causam danos à Hiprolose -
saúde ou ao meio ambiente. O uso do extrato
Hipromelose -
de fumo, piretro, rotenona e Azadiractina
Somente autorizado para uso como liberador
Extratos de plantas e naturais, para uso em qualquer parte da Látex de borracha
de feromônio.
outros preparados planta, deverá ser autorizado pelo OAC ou
Lecitina -
fitoterápicos pela OCS sendo proibido o uso de nicotina
Lecitina de soja -
pura. Extratos de plantas e outros preparados
fitoterápicos de plantas não utilizadas na Levedura de cerveja -
alimentação humana poderão ser aplicados Maltodextrina -
nas partes comestíveis desde que existam Desde que isentos de componentes não
Melaço
estudos e pesquisas que comprovem que não autorizados.
causam danos à saúde humana ou ao meio Microcápsulas de
ambiente, aprovados pelo OAC ou OCS. políme ros naturais Somente autorizado para uso como liberador
Farinha de arroz (gelatina ou goma de feromônio.
Farinha de milho Desde que isentos de componentes não arábica)
Farinha de soja autorizados. Monoestearato de
-
Farinha de trigo glicerila
Uso proibido em pós-despesca. Uso como Oleato de potássio -
Fosfato de ferro Óleo de mamona -
moluscicida.
Gelatina - Óleo de mamona
-
hidrogenado
86
DESCRIÇÃO, REQUISITOS DE COMPOSIÇÃO DESCRIÇÃO, REQUISITOS DE COMPOSIÇÃO
SUBSTÂNCIA SUBSTÂNCIA
E CONDIÇÕES DE USO E CONDIÇÕES DE USO
Desde que isentos de componentes não Sílica gel -
Óleo de soja
autorizados. Sílica gel precipitada Desde que livre de sílica cristalina.
Óleo de soja Desde que isentos de componentes não Respeitados os limites máximos de metais
Silicatos de cálcio e
degomado autorizados. pesados constantes no Anexo VI desta
magnésio
Óleo de soja Instrução Normativa.
-
hidrogenado Solventes (álcool e Uso proibido em pós-colheita. Necessidade de
Uso proibido em pós-despesca. Necessidade amoníaco) autorização pelo OAC ou pela OCS.
Óleo mineral
de autorização pelo OAC ou pela OCS. Solução em concentração máxima de 1%.
Óleo mineral branco - Sulfato de Alumínio Necessidade de autorização pelo OAC ou pela
Óleos essenciais - OCS.
Desde que autorizado pelo OAC ou pela OCS; Termoterapia -
Óleos vegetais e
desde que isentos de componentes não Necessidade de autorização pelo OAC ou pela
derivados Terras diatomáceas
autorizados neste documento. OCS.
Óxido de cálcio -
Óxido de ferro (III) -
Óxido de magnésio -
Óxido de zinco -
Permanganato de Necessidade de autorização pelo OAC ou pela
potássio OCS. Uso proibido em pós-despesca
Peróxido de hidrogênio -
Respeitados os limites máximos de metais
Pó de Rocha
pesados constantes na Tabela 4
Polietileno -
Polpa cítrica -
Preparados
homeopáticos e -
biodinâmicos
Produtos da
alimentação humana Desde que isentos de componentes não
de origem animal e autorizados.
vegetal
Sabão e detergente
neutros e -
biodegradáveis
Sílica amorfa coloidal Desde que livre de sílica cristalina.
87
NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO
Qual deve ser a origem dos alimentos em uma piscicultura
orgânica?
88
Outras substâncias, somente poderão ser utilizadas na alimentação animal se
constantes da relação estabelecida na Tabela 9 e estarem previstas no Plano
de Manejo Orgânico do empreendimento
Nesse caso, será permitido o uso de ração como único componente da dieta:
89
Tabela 8. Relação de substâncias permitidas para alimentação de organismos aquáticos em sistemas orgânicos de produção.
90
SUBSTÂNCIAS CONDIÇÕES DE USO SUBSTÂNCIAS CONDIÇÕES DE USO
cobalto mono-hidratado Óxido mono ou tetra-hidratado
cúprico Carbonato de zinco
Carbonato básico de cobre mono- Óxido de zinco
hidratado Sulfato de cobre penta- Sulfato de zinco mono ou hepta-
hidratado Carbonato manganoso hidratado Molibdato de amônio
Óxido manganoso e óxido Molibdato de sódio Selenato de sódio
mangânico Sulfato manganoso Selenito de sódio
91
Tabela 9. Relação complementar de substâncias permitidas para a alimentação animal em sistemas orgânicos de produção desde que previstas no Plano de
Manejo Orgânico do empreendimento
92
SUBSTÂNCIAS CONDIÇÕES DE USO SUBSTÂNCIAS CONDIÇÕES DE USO
Carbonato básico de cobalto Carbonato de zinco -
mono-hidratado
Óxido de zinco -
Óxido cúprico -
Sulfato de zinco mono ou hepta-
Carbonato básico de cobre -
- hidratado
mono-hidratado
Molibdato de amônio -
Sulfato de cobre penta-hidratado -
Molibdato de sódio -
Carbonato manganoso -
Selenato de sódio -
Óxido manganoso e óxido
- Selenito de sódio -
mangânico
Sulfato manganoso mono ou
-
tetra-hidratado
93
SANIDADE
• Data de aplicação;
• Período de tratamento;
• Identificação do lote; e
• Produto utilizado.
Cada lote poderá ser tratado apenas uma vez por ciclo de produção com
medicamentos não permitidos para uso na produção orgânica.
94
assim como a notificação de surtos de doenças devem seguir as normas dos
programas sanitários instituídos pelo órgão competente.
Para reprodutores, o uso dos produtos não permitidos é de, no máximo, três
tratamentos ao longo de toda a vida do animal, sendo, entretanto, proibida a
venda desses organismos aquáticos como orgânicos ou para consumo
alimentar humano ou animal.
Substância
Enzimas
Vitaminas
Aminoácidos naturais
Própolis
Microrganismos
Preparados homeopáticos
Fitoterápicos
Extratos vegetais
Minerais
Veículos (proibido os sintéticos)
Sabões e detergentes neutros e biodegradáveis
95
BEM-ESTAR
Quais são os princípios que precisam ser respeitados para se garantir o bem-
estar dos peixes cultivados?
Por exemplo, as instalações devem ser projetadas e todo manejo deve ser
realizado de forma a minimizar o estresse causado aos organismos aquáticos
em cultivo, sendo que qualquer alteração persistente de comportamento
detectada deverá ser objeto de avaliação e possível redefinição pelo OAC e
OCS de procedimentos de manejo e densidades dos organismos sob cultivo.
96
em níveis atendam às suas necessidades de conforto, pois isso garantirá a
produção de peixes em plenas condições fisiológicas, saudáveis, bem como a
redução de perdas.
97
PROCESSAMENTO
O processamento de peixes orgânicos possui suas regras
próprias?
O que fazer para evitar a contaminação por produtos não orgânicos durante o
processamento?
98
Tabela 11. Produtos permitidos para higienização de instalações e equipamentos empregados no
processamento de produto orgânico.
PRODUTOS* PRODUTOS*
Água Hidróxido de Sódio (Soda Cáustica)
Vapor Peróxido de hidrogênio
Hipoclorito de sódio em solução Carbonato de sódio
aquosa Extratos vegetais ou essências naturais
Hidróxido de cálcio (Cal hidratada) de plantas
Óxido de cálcio (Cal virgem) Microrganismos (Biorremediadores)
Ácido cítrico Sabões (potassa, soda)
Ácido acético Detergentes Biodegradáveis
Ácido lático Sais Minerais Solúveis
Ácido Peracético Oxidantes Minerais
Álcool etílico Iodóforo e soluções à base de iodo
Permanganato de potássio
* Os produtos de que trata este anexo deverão ser utilizados de acordo com as boas práticas de
manuseio e processamento descritos nos registros da unidade de produção orgânica.
99
É possível defumar alimentos orgânicos?
CONDIÇÕES CONDIÇÕES
INS NOME INS NOME
DE USO DE USO
400 Ácido algínico - Cera de abelha
Ácido ascórbico 901 (branca e -
300 -
(L-) amarela)
330 Ácido cítrico - 331 Citrato trissódico,
-
Ácido láctico (L-, iii citrato de sódio
270 -
D- y DL-) 509 Cloreto de cálcio -
406 Ágar - Cloreto de
511 -
401 Alginato de sódio - magnésio
Somente os Cloreto de
Aromatizantes 508 -
naturais potássio
503 Carbonato de Somente os
-
i amônio Corantes naturais (não
170 Carbonato de sintéticos)
-
i cálcio Dióxido de
290 -
Carbonato de carbono
504 magnésio, Dióxido de silício,
- 551 -
i carbonato básico sílica
de magnésio Somente os
501 Carbonato de Edulcorantes naturais (não
-
i potássio sintéticos)
500 Carbonato de 428 Gelatina -
-
i sódio Goma arábica,
414 -
Carragena (inclui goma acácia
a furcelarana e 412 Goma guar -
407 seus sais de sódio - Goma garrofina,
e potássio), goma caroba,
410 -
musgo irlandês goma alfarroba,
goma jataí
100
CONDIÇÕES CONDIÇÕES
INS NOME INS NOME
DE USO DE USO
415 Goma xantana - 322 Lecitinas -
Hidróxido de Pectina, pectina
526 - 440 -
cálcio amidada
Hidróxido de 516 Sulfato de cálcio -
524 -
sódio
NOME
Ácido tartárico
Albumina de ovo
Álcool etílico
Bentonita
Caolin
Cera de carnaúba
Culturas de microrganismos
Ictiocola, cola de peixe
Nitrogênio
Oxigênio
Perlita
Terra diatomácea
Sim. Os produtos listados na Tabela 14 podem ser utilizados para esse fim.
Tabela 14. Produtos de limpeza e desinfecção permitidos para uso em contato om os alimentos
orgânicos.
LIMITAÇÕES LIMITAÇÕES
PRODUTO PRODUTO
DE USO DE USO
Ácido Acético - Óxido de Cálcio (cal
-
Álcool Etílico (etanol) - virgem)
Álcool Isopropílico Oxicloreto de
- Cloretos de cálcio
(isopropanol) cálcio e
(oxicloreto de cálcio,
Hidróxido de Cálcio cloreto de
- cloreto de cálcio e
(cal hidratada) cálcio são
hidróxido de cálcio).
Hipoclorito de Cálcio - permitidos
101
LIMITAÇÕES LIMITAÇÕES
PRODUTO PRODUTO
DE USO DE USO
desde que Essências Naturais de
-
não haja Plantas
substitutos. Ácido Oxálico -
Permitido Ozônio -
desde que Ácido Peracético -
Dióxido de Cloro
não haja Extratos Vegetais -
substitutos. Sabão Potássico -
Ácido Cítrico - Carbonato de Sódio -
Dicloro -S- Hidróxido de Sódio
- Sem restrição.
Triazinatriona de Sódio (soda cáustica)
Ácido Fórmico - Como
Peróxido de Hipoclorito de Sódio alvejante
Hidrogênio (água - líquido.
oxigenada) Sabão Sódico -
Ácido Lático -
ARMAZENAMENTO E TRANSPORTE
102
3) Uso de substâncias autorizadas pela regulamentação da produção
orgânica.
RÓTULOS
Quem normatiza os rótulos de produtos alimentícios no Brasil?
103
• Lactose: A partir de 2019, os produtos devem ter informações sobre
lactose. Eles devem se encaixar em uma das três categorias:
“Zero lactose”, “sem lactose” ou “não contém lactose”:
quantidades menores que 100 mg por 100 g de produto (0,1% de
concentração);
“Baixo teor de lactose” ou “baixo em lactose”: entre 100 mg e 1 g
por 100 g de produto (0,1% a 1% de concentração);
“Contém lactose”: acima de 1 g por 100 g de produto (1% de
concentração).
• Valor energético;
• Carboidratos;
• Proteínas;
• Gorduras totais;
• Gorduras saturadas;
• Gorduras trans;
• Fibra alimentar;
• Sódio.
104
Os produtos orgânicos e os produtos com ingredientes orgânicos, que atendam
o estabelecido no inciso II, do art. 120, da IN19/09 MAPA, serão identificados
pelo selo do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica. O selo,
deverá estar na parte frontal do produto e logo abaixo dele deverá haver a
identificação do sistema de avaliação da conformidade orgânica utilizado.
MERCADO E COMERCIALIZAÇÃO
Como se indica que o produto que está sendo comercializado
é orgânico?
105
A informação da qualidade orgânica pode se dar por meio da Declaração de
Transação Comercial, da rotulagem dos produtos, por material de publicidade
e propaganda e por dizeres expostos nos locais de comercialização.
106
1) No momento da venda direta de produtos orgânicos aos consumidores,
os agricultores familiares deverão manter disponível a Declaração de
Cadastro de Produtor Vinculado à OCS emitida pelo órgão fiscalizador.
Quais regras devem ser respeitadas por restaurantes, hotéis e lanchonetes que
oferecem produtos orgânicos aos seus clientes?
107
Quais regras afetam a importação de produtos orgânicos?
108
109
PARTE 5
110
DESAFIOS PARA A PRODUÇÃO DE
PEIXES ORGÂNICOS
111
Apresentação da parte 5
112
PRINCIPAIS DESAFIOS PARA A VIABILIZAÇÃO
DA PISCICULTURA ORGÂNICA
113
ser mais longos, o que pode comprometer a viabilidade econômica do
negócio. A minimização desses problemas passa por:
114
• Tratamentos à base de plantas incorporados aos alimentos;
• Formulação de dieta orgânicas desenvolvidas para melhorar a sanidade
dos peixes;
• Avançar na compreensão dos efeitos dos nutrientes presentes na dieta
no sistema imunológico dos peixes;
• Pesquisas sobre novas terapias e imunoestimulantes (dosagens, vias de
administração e duração dos tratamentos).
115
116
BIBLIOGRAFIA CITADA
4 AAP. Is it Important to Feed Kids Organic Food? , 2012. Disponível em: <
https://www.aap.org/en-us/about-the-aap/aap-press-room/news-
features-and-safety-tips/Documents/Organic_Food_2012.pdf >. Acesso
em: 13/10/2019.
7 DA ROSA COUTO, R. et al. Health risk assessment and soil and plant heavy
metal and bromine contents in field plots after ten years of organic and
mineral fertilization. Ecotoxicology and environmental safety, v. 153, p.
142-150, 2018. ISSN 0147-6513.
117
10 DE SOUZA, E. L. et al. Resíduos contaminates no solo e suas
consequeências. Revista Gestão & Sustentabilidade Ambiental, v. 7, n. 2,
p. 484-509, 2018. ISSN 2238-8753.
11 BOYLES, S. Organic Food for Kids: Worth the Price? WebMD, 2012
Disponível em: < https://www.webmd.com/parenting/news/20121023/organic-
food-kids#1 >. Acesso em: 1/10/2019.
20 HASHEM, S. et al. Motives for buying local, organic food through English
box schemes. British Food Journal, v. 120, n. 7, p. 1600-1614, 2018. ISSN
0007-070X.
118
21 MENTE, E. et al. Nutrition in organic aquaculture: an inquiry and a
discourse. Aquaculture Nutrition, v. 17, n. 4, p. e798-e817, 2011. ISSN 1353-
5773.
119
120