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COMPANHIA HIDRO ELÉTRICA DO SÃO FRANCISCO

CHESF

SE TAUÁ
230/69 kV

DIMENSIONAMENTO DA MALHA DE TERRA

MEMÓRIA DE CÁLCULO

Desenhos de Referência:

Locação dos Pontos para Medição da Resistividade do Solo 18.028/63;


Malha de Terra – setores 230/69/13,8 kV - Planta 18.028/105.

0 Emissão Inicial 03/08/06 Benilton Almeida 03/08/06 Fabio Fraga 03/08/06 Edjalma Rocha
DATA ASSINATURA DATA ASSINATURA DATA ASSINATURA
REV DESCRIÇÃO
ELABORADA VISTO APROVADO

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ÍNDICE

1 OBJETIVO............................................................................................................................ 3

2 FINALIDADES DO SISTEMA DE ATERRAMENTO ........................................................... 3

3 ROTEIRO DE DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE ATERRAMENTO ....................... 3

4 CALCULO DO MODELO DO SOLO DA SE ....................................................................... 6

5 CÁLCULO DAS CORRENTES DE MALHA DURANTE A OCORRÊNCIA DE UM


CURTO-CIRCUITO MONOFÁSICO ............................................................................................. 8

6 SEÇÃO MÍNIMA REQUERIDA PARA O CONDUTOR DA REDE.................................... 10

7 CALCULO DAS TENSÕES DE TOQUE E DE PASSO ADMISSÍVEIS ............................ 11

8 RETICULADO DA MALHA:............................................................................................... 12

9 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ............................................................................ 15

10 REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 16

ANEXO A - NÍVEIS DE CURTO-CIRCUITO .......................................................................... 17

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1 OBJETIVO

O presente relatório tem por objetivo apresentar os critérios básicos


adotados no projeto, memória de cálculo e configuração do sistema de
aterramento da Subestação de Tauá 230/69 kV na cidade de Tauá, no estado
do Ceará.

2 FINALIDADES DO SISTEMA DE ATERRAMENTO

Basicamente, o sistema de aterramento em pauta deverá atender a três


finalidades principais, a saber:

1. Garantir uma baixa resistência de aterramento, no sentido de limitar as


sobretensões no sistema de transmissão, bem como a elevação do
potencial da terra da subestação em relação a pontos distantes. Esse
requisito deverá assegurar o adequado funcionamento do sistema de
proteção, evitar a solicitação dos diversos equipamentos devido a
sobretensões, e diminuir os potenciais de toque, passo nas instalações;

2. Garantir a segurança das pessoas em relação a quaisquer tensões


perigosas (toque, passo e transferência) que possam aparecer nas
instalações e em seus arredores, tanto devido a defeitos nas linhas de
transmissão quanto a falhas na isolação dos equipamentos;

3. Garantir o fluxo de corrente para a terra durante a ocorrência de descargas


atmosféricas. Essa exigência é atingida através da utilização de pára-raios
e cabos de guarda, conectados de forma adequada ao sistema metálico em
contato com a terra.

3 ROTEIRO DE DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE ATERRAMENTO

Para dimensionamento do sistema de aterramento da subestação de


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Tauá será seguido o seguinte roteiro:

3.1 LEVANTAMENTO DOS DADOS NECESSÁRIOS

a) Correntes de curto-circuito:

Os dados de curto-circuito apresentados pela DEAT estão listados a


seguir e apresentam o horizonte 2015, o Anexo A apresenta a distribuição das
correntes de seqüência zero durante a falta.

X-------------X---------X---------X-------X----------X----------X------X-----X
IDENTIFICACAO Z1 Z0 TRIFASICO MONOFASICO
NUMERO MOD(pu) MOD(pu) X0/X1 MOD(MVA) MOD(MVA) KV ATERR
NOME ANG(gr) ANG(gr) R0/X1 ANG(gr) ANG(gr)
X-------------X---------X---------X-------X----------X----------X------X-----X

7995 0.1389 0.0934 0.68 719.85 809.03 0.00 ATR


TAUA 230 79.82 85.93 0.05 -79.82 -81.36

7996 0.2679 0.4201 1.57 373.33 314.19 44.44 ATR


TAUA 69 84.74 90.00 0.00 -84.74 -87.05

7997 5.2668 5.0000 0.95 18.99 19.31 7.91 ATR


TAU13.8 02T1 89.73 90.00 0.00 -89.73 -89.82

b) Medições de resistividade do solo: As medições foram realizadas pela


DETC de acordo com o desenho 18.028/63 - Locação dos Pontos p/
Medição da Resistividade do Solo - Planta Baixa e estão apresentadas na
tabela abaixo (resistências em ohm):
Pontos Distâncias de Medição
1m 2m 4m 8m 16 m 32 m 64 m
P1x 1.84 0.99 0.72 0.53 0.47 0.42 -
P1y 1.78 1.02 0.62 0.47 0.42 0.42 -
P2y 2.89 1.8 1.07 0.6 0.53 0.49 0.36
P3x 1.37 1.01 0.52 0.31 0.19 0.38 N
P4x 1.47 1.22 0.92 0.61 0.5 0.47 0.46
P4y 6.18 3.17 2.11 1.29 0.9 0.65 -
P5x 2.06 1.3 0.99 0.5 0.4 0.42 0.38
P6y 3.42 1.73 1 0.7 0.55 0.53 -

c) Configuração das Linhas de Transmissão de 230 kV: Fornecida silhueta


típica das torres das linhas MLG/TAD e PIC/TAD, condutor do cabo guarda

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(DOTERREL), vão médio (400 m), resistência de pé de torre média (20


ohms), pela DEPL;

3.2 DETERMINAÇÃO DO MODELO DO SOLO

Determinamos o modelo do solo utilizado a estratificação do solo em duas


camadas conforme definido na referência [1]. O modelo esta apresentado no
item 4.
3.3 CÁLCULO DA CORRENTE RESPONSÁVEL PELA ELEVAÇÃO DE

POTENCIAL NO SOLO DURANTE FALTAS.

Determinamos a fração da corrente que será responsável pela elevação


dos potências na superfície do solo, utilizando a modelagem apresentada nas
referências [10] e [11], conforme mostrado no item 5.

3.4 DIMENSIONAMENTO DA SEÇÃO MÍNIMA REQUERIDA PARA O

CONDUTOR DA MALHA

O dimensionamento foi realizado conforme o item 6 levando em conta os


critérios apresentados nas referências [1], [2] e [10].

3.5 DETERMINAÇÃO DAS TENSÕES DE PASSO E DE TOQUE ADMISSÍVEIS

De acordo com a referência [1] as tensões de passo e de toque serão


calculadas levando em conta a modelagem apresentada no item 4.4
(resistividade aparente) e levando em conta que a área da malha é recoberta
com uma camada de brita com altura média de 10 cm. O calculo é apresentado
no item 7.

3.6 DETERMINAÇÃO DA CONFIGURAÇÃO DO SISTEMA DE ATERRAMENTO

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(REDE DE DISPERÇÃO)

Com as resistividades da primeira e da segunda camada e com a corrente


responsável pela elevação dos potenciais, a configuração do sistema de
aterramento é determinada através de simulação computacional, utilizando a
modelagem apresentada nas referências [12] e [13], calculando as tensões de
passo e de toque que surgem no solo e comparando-as com os limites
calculados no item 7, conforme mostrado no item 8.
4 CALCULO DO MODELO DO SOLO DA SE

Utilizando os valores de resistência medidos no terreno terraplenado da


SE Tauá, calculamos os valores correspondentes da resistividade do solo.
Foram desprezados os valores calculados que representam um desvio superior
a 50% da média dos valores de resistividade do solo, calculados em cada
profundidade sendo, então recalculado as resistividades, conforme NBR 7117.

Em seguida, procedemos ao ajuste da curva padrão correspondente a


estratificação do solo em duas camadas [referência 1], utilizando o método dos
mínimos quadrados, aplicados a funções não lineares, e minimizando a
seguinte expressão:
2

q
Kn Kn
ρ (ai )medido − ρ1 1 + 4

min imizar n =1

2 2
i =1
h h
1 + 2n 4 + 2n
ai ai

sujeito a: -1 < K < 1


ρ1 > 0
h>0
onde:

ρ (a i ) medido = Resistividades médias por espaçamento calculadas;


ρ1 = Resistividade estimada da primeira camada;
ai = Espaçamentos de medição;
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h = Profundidade da primeira camada.


ρ 2 − ρ1
K=
ρ 2 + ρ1
ρ 2 = Resistividade estimada da segunda camada.
O ajuste realizado esta apresentado na Figura 1. Os valores
determinados através da modelagem realizada são apresentados a seguir:

Resistividade da primeira camada = 18,1635 Ω x m


Resistividade da segunda camada = 529,823 Ω x m
Profundidade da primeira camada = 7,26 m

Figura 1 - Curva das Resistividades Medidas e Ajustadas

A grade, formada pelos cabos de cobre sob o solo, deverá compreender


uma área em torno de 9941,67 m2. Desse modo, a resistência de aterramento
será determinada segundo a seguinte seqüência de cálculos:

1. Determinação do raio(r) do círculo de área equivalente à área total da malha


de terra.

S1 = πr2 ........................ Círculo de área equivalente


S2 = 9941,67 m2

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S1 = S2
πr2 = 9941,67 → então: r = 56,256 m

2. Determinação da resistividade aparente (ρa) do solo de 2 camadas:

De acordo com a referência [9] temos:

ρ a = ρ1 × M 0
M 0 = 2 × M (α ) − M (2α )

(− k ) n
M (α ) = 1 + 2 × 1/ 2
2
n =1
2n
1+
α

Onde:
ρ1 = Resistividade estimada da primeira camada;
ρ 2 = Resistividade estimada da primeira camada;
ρ − ρ2
k= 1 ;
ρ 2 + ρ1
r
α= ; (h = profundidade da camada superficial).
h
Sendo assim:

ρa = 146,43 Ω x m

3. Determinação da primeira estimativa da resistência de aterramento da SE


Tauá:
` Foi simulada no programa computacional CalcMalha 3.0, a malha
sugerida no item 8, assumindo uma corrente de 1000 A e obtivemos uma
resistência efetiva de 0,5756 ohms para a malha de terra.

5 CÁLCULO DAS CORRENTES DE MALHA DURANTE A OCORRÊNCIA DE

8
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UM CURTO-CIRCUITO MONOFÁSICO

5.1 METODOLOGIA EMPREGADA

A metodologia empregada consiste em determinar qual a parcela de


corrente que efetivamente circulará pelo sistema de aterramento quando da
ocorrência de um curto-circuito, utilizando a modelagem apresentada nas
referências [14] e [15]. A modelagem empregada para determinação da
impedância equivalente dos cabos pára-raios de uma linha de transmissão
consistirá em utilizar a técnica de circuitos "Ladder", onde o circuito "Ladder"
formado pelas impedâncias próprias dos cabos pára-raios e as resistências de
pé-de-torre, pode ser substituído por uma única impediência equivalente ZeqLT.

5.2 DETERMINAÇÃO DA CORRENTE DE MALHA PARA A SE TAUÁ

A partir dos dados fornecidos e apresentados no item 3.1 e utilizando um


Programa Imalha foram simulados os casos de curto-circuito monofásicos nas
barras de 230 e 69 kV da SE Tauá. Os resultados obtidos serão apresentados
a seguir. As correntes já foram calculadas considerando a resistência de
0,5756 Ω para a malha conforme mostrado no item 8. As simulações foram
realizadas considerando o sistema no horizonte 2015:

• Curto no 230 kV
----------------------------------------------------------------------------------------
Imalha - Calculo da Corrente de Malha
----------------------------------------------------------------------------------------
Caso: SE Taua - Curto 230 kV - Torre AF2s
Resisitencia da Malha : 1.0000 ohms
----------------------------------------------------------------------------------------
Corrente de Curto: 2.03084|_-81.3601 kA
Corrente de Malha: 1.16129|_-72.2424 kA
Corrente Assimetrica de Malha: 1.18138 kA - F. Assim. = 1.01730
Corrente de Neutro: 0.48623|_-85.3999 kA
Corrente Autoneutralizada dos Para-raios: 0.12699|_-64.7282 kA
Corrente de Torre: 0.33416|_-64.7942 kA
Corrente Total de Retorno: 0.42638|_-78.0760 kA
Corrente de Malha/Corrente de Curto : 57.183 %
----------------------------------------------------------------------------------------

• Curto no 69 kV
----------------------------------------------------------------------------------------
Imalha - Calculo da Corrente de Malha
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----------------------------------------------------------------------------------------
Caso: SE Taua - Curto 69kV - Torre V21s
Resisitencia da Malha : 0.5756 ohms
----------------------------------------------------------------------------------------
Corrente de Curto: 2.62895|_-87.0502 kA
Corrente de Malha: 1.55698|_-81.2930 kA
Corrente Assimetrica de Malha: 1.63530 kA - F. Assim. = 1.05030
Corrente de Neutro: 0.87602|_-87.1000 kA
Corrente Autoneutralizada dos Para-raios: 0.00000
Corrente de Torre: 0.25631|_-55.6206 kA
Corrente Total de Retorno: 0.25631|_-55.6206 kA
Corrente de Malha/Corrente de Curto : 59.224 %
----------------------------------------------------------------------------------------

Sendo assim a corrente de malha será a corrente assimétrica de curto


no 69 kV.
6 SEÇÃO MÍNIMA REQUERIDA PARA O CONDUTOR DA REDE

Considerando-se a malha executada em cabo de cobre nu e de acordo


com a referência [1], tem-se que:

Tc × αr × ρr × 10 4
S=I× TCAP (1)
Tm − Ta
ln 1 +
k 0 + Ta

onde:
S = Seção mínima do condutor (mm2)
I = Corrente de curto-circuito fase-terra, valor simétrico (kA)
Tm = Temperatura máxima admissível; Tm = 850 oC [4]
Ta = Temperatura ambiente; Ta = 400C
Tr = Temperatura de referência para as constantes do material; Tc =
200C
αr = Coeficiente térmico de resistividade à temperatura de referência αr
= 0,00381
ρr = Resistividade do condutor da malha à temperatura de referência; ρr
= 1,7774 Ω x m
K0 = 1/α0 ou (1/αr)-Tr ; k0 = 242 ( a 00C)
α0 = Coeficiente térmico de reisitividade a 00C
tc = Tempo de circulação de corrente (s) = 1 s (de acordo com as
referências [1] e [2])
TCAP = Fator de capacidade térmica; TCAP= 4,184 x SH x SW, TCAP =
3,422 J / cm3 / 0C
SH = Calor específico (cal / g / 0C)
SW = Massa específica (g / cm3)

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Considerando a corrente de malha limite para a subestação de Tauá


igual a 40 kA e o tempo de atuação da proteção igual a 0,5 s temos:
Para conexões exotérmicas (Tm = 850oC)

S = 3,8232 × I × tc = 3,8232 x 40 x 0,6 x 0,5 = 64,8821mm2

Seção mínima recomendada: 95 mm2 (esta seção foi recomendada para


atender o padrão da CHESF).

Para conexões aparafusadas (Tm = 250oC)


S = 5,9629 × I × tc = 5,9629 x 40 x 0,6 x 0,5 = 101,1931mm2

Seção mínima recomendada: 120 mm2 (esta seção foi recomendada


para atender o padrão da CHESF).
Sendo assim, um cabo de cobre nu de seção 95 mm2 deverá ser
adotado na malha de terra enterrada (rede de dispersão), Nas subidas para os
equipamentos serão utilizados cabos de cobre de seção 120 mm2, ligados a
pontos distintos da malha, de acordo com as exigências da CHESF.

7 CALCULO DAS TENSÕES DE TOQUE E DE PASSO ADMISSÍVEIS

Através das equações da referência [1], podemos calcular os potenciais


de toque e passo máximos admissíveis, conforme a seqüência de cálculos
apresentada a seguir:

Etoque =
(1000 + 1,5.Cs. ρs )x0,157
tc

Epasso =
(1000 + 6.Cs. ρs )x0,157
tc

onde:
Etoque = Tensão de toque máxima admissível (V);

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Epasso = Tensão de passo máxima admissível (V);


Cs = Fator de redução da resistividade da camada superficial;
ρs = Resistividade da camada de brita (3000 Ω x m);
tc = Tempo de eliminação de faltas (0,5);

Utilizando o modelo de solo determinado no item anterior determinamos


as tensões máximas admissíveis. A metodologia empregada está baseada nos
procedimentos constantes na referência [1], [6] e [8]. Os valores calculados,
para uma pessoa com 70 kg, estão apresentados a seguir:

Tensão de passo máxima: 3032,21 V;


Tensão de toque máxima: 924,57 V;

8 RETICULADO DA MALHA:

8.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

Foram calculadas as correntes dispersadas para terra pelos cabos da


rede sob o solo da subestação, bem como os potenciais de toque e passo. A
modelagem utilizada apresenta uma rede de cabos, com as seguintes
características:
Bitola dos cabos 95 mm2
Diâmetro aproximado de cada cabo 1,26 cm
Profundidade em relação à superfície do solo 0,50 m
Resistividade da camada superficial 18,1635 Ω x m
Resistividade da camada inferior 529,823 Ω x m
Espessura da camada superficial 7,26 m
Resistividade aparente 146,43 Ω x m

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8.2 DETERMINAÇÃO DO RETICULADO DA MALHA

Através da metodologia apresentada nas referências [1], [2] e [11]


escolhemos uma grade de condutores conforme Figura 2. A configuração
apresentada foi simulada no programa computacional CalcMalha 3.0, o qual
determina as seguintes características do sistema de aterramento:
Cálculo da resistência de aterramento e da elevação de potencial da
malha de aterramento (grade de condutores), à freqüência industrial.
Cálculo de diferenças de potenciais de passo e toque em um único
ponto ou ao longo de perfis de solo estabelecidos.

Após a primeira simulação foi calculada a resistência de aterramento da


malha encontrando um valor de 0,5756 Ω. Com este valor definido calculamos
as correntes conforme item 5.2.

Figura 2 - Reticulado do Sistema de Aterramento

8.3 RESULTADOS OBTIDOS NA SIMULAÇÃO

A partir das simulações realizadas conforme descrito no item 0


calculamos as tensões de passo e de toque que surgem no solo com a
circulação da corrente de malha (calculada no item 5) pelo sistema de
aterramento. As tensões de passo e de toque foram calculadas conforme mapa
das tensões de passo e de toque na malha da subestação mostrados nas
figuras abaixo. Verificamos que o sistema de aterramento proposto esta com

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valores bem inferiores aos limites calculados no item 7.

Figura 3 – Mapa Tensão de Toque

Figura 4 – Mapa Tensão de Passo

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9 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

De acordo com os resultados apresentados no item 8 a malha proposta


na Figura 2 foi confirmada como um sistema de aterramento capaz de garantir
os requisitos indicados no item 2. O desenho 18.028/105 apresenta o projeto
executivo do sistema de aterramento. As seguintes recomendações deverão
ser seguidas:

Os cabos da malha devem ser enterrados a uma profundidade de 0,5 m do


solo sem brita, com seção nominal 95 mm2;
Os equipamentos e colunas metálicas de barramento serão aterrados com
cabos de cobre com seção nominal 120 mm2, em 2 pontos distintos da
malha de terra nos cabos mais próximos do equipamento;
A malha de terra cobrirá toda a área do pátio, até 01 (um) metro além da
cerca que limita a área energizada desse pátio.
Toda área da subestação deverá ser recoberta com brita formando uma
camada de no mínimo 10 cm de espessura;
As hastes de aterramento, deverão ser cravadas a uma distância mínima de
3,00 m entre si e instaladas o mais próximo possível dos equipamentos,
obedecendo a uma distância mínima de 1,00 m;
Deve-se aplicar haste de aterramento nos pórticos de chegada de LT onde
se tem conectado os cabos pára-raios, neutro de transformadores de
potência e pára-raios;
Os cantos da malha de terra deverão ter seus vértices arredondados com
raio mínimo de 2,00 m;
Deve-se aplicar haste de aterramento nos cantos da malha, em todos
encontros de dois cabos formando 90 graus, da periferia da malha e a cada
30 metros ao longo da periferia da malha;

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10 REFERÊNCIAS

[1] IEEE Std 80-2000-IEEE Guide for Safety in AC Substation Grounding;


[2] J.Endrenyi – Fault Current Analysis for Station Grounding Design –
Ontario Hydro Research Quaterly, Second Quarter, 1967;
[3] Electrical Transmission and Distribution Reference Book – By Station
Engineers of the Westinghouse Electric Corporation, East Pittsburgh,
Pennsylvania, 1964;
[4] Aluminum Electrical Conductor Handbook – The Aluminum Association
First Edition, Set/1971;
[5] Sistemas de Aterramento – Leon, José Aurélio Moreno – 4ª edição –
1982;
[6] Transmission Line Reference Book – By Large Transformer Division of
General Electric Corporation, Pittsfield, massachusetts, 1982;
[7] Aterramento Elétrico - Geraldo Kindermann - 1995
[8] Técnicas de Aterramentos Elétricos - Leite, Carlos M.; Filho, Mário L. P. -
1995;
[9] Earth Conduction Effects in Transmission Systems - Erling D. Sunde -
Dover Publications, INC., New York
[10] Senger, Eduardo C. - XIV SNPTEE - Metodologia para cálculo da
distribuição de corrente em sistemas de aterramento multiconectado
[11] SOBRAL, SERGIO T. - XIV SNPTEE - Trajetos preferenciais da corrente
de retorno - conseqüências práticas e redução do custo das instalações.

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Anexo A - NÍVEIS DE CURTO-CIRCUITO

RELATORIO DE NIVEIS DE CURTO-CIRCUITO

X-----------------X----------------------------X----------------------------X
IDENTIFICACAO T R I F A S I C O M O N O F A S I C O
NUM. NOME MOD(MVA) ANG(gr) X/R MOD(MVA) ANG(gr) X/R
X----X------------X----------X---------X-------X----------X---------X-------X

7995 TAUA 230 719.85 -79.82 5.57 809.03 -81.36 6.58


7996 TAUA 69 373.33 -84.74 10.87 314.19 -87.05 19.42
7997 TAU13.8 02T1 18.99 -89.73 214.54 19.31 -89.82 316.37

RELATORIO DE DADOS DE CURTO-CIRCUITO

X-------------X---------X---------X-------X----------X----------X------X-----X
IDENTIFICACAO Z1 Z0 TRIFASICO MONOFASICO
NUMERO MOD(pu) MOD(pu) X0/X1 MOD(MVA) MOD(MVA) KV ATERR
NOME ANG(gr) ANG(gr) R0/X1 ANG(gr) ANG(gr)
X-------------X---------X---------X-------X----------X----------X------X-----X

7995 0.1389 0.0934 0.68 719.85 809.03 0.00 ATR


TAUA 230 79.82 85.93 0.05 -79.82 -81.36

7996 0.2679 0.4201 1.57 373.33 314.19 44.44 ATR


TAUA 69 84.74 90.00 0.00 -84.74 -87.05

7997 5.2668 5.0000 0.95 18.99 19.31 7.91 ATR


TAU13.8 02T1 89.73 90.00 0.00 -89.73 -89.82

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