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CAPÍTULO V

FRAGMENTAÇÃO DE SÓLIDOS
CAPÍTULO V
Fragmentação de Sólidos - Conceituação

A fragmentação (cominuição) tem por


finalidade reduzir o tamanho das
partículas de um certo material sólido.
Esta redução do sólido pode objetivar:
o aumento da sua área superficial;
a melhor separação de seus constituintes;
a mistura mais íntima com outros sólidos;
a mudança das suas propriedades.
CAPÍTULO V
Fragmentação - Conceituação

AJUSTE DE AUMENTO DE MISTURA DE


GRANULOMETRIA ÁREA SUPERFICIAL SÓLIDOS
CAPÍTULO V
Fragmentação - Conceituação

QUARTZO

FELDSPATO

GRANITO
AREIA
SEPARAÇÃO DOS
CONSTITUINTES
CAPÍTULO V
Fragmentação - Mecanismos
Clivagem
é a habilidade dos cristais de se partir ao longo de direções
cristalográficas preferenciais. Geralmente, os planos de clivagem
são paralelos a faces reais ou possíveis do cristal.
Fratura
é uma superfície de quebra de cristal que não segue qualquer
direção cristalográfica preferencial.

Partição
é uma superfície de fratura relativamente plana que, muitas vezes,
confunde-se com a clivagem. Contudo, os planos de partição são
irregularmente espaçados e estão relacionadas com deformidades
na estrutura cristalina ou por geminações.
CAPÍTULO V
Fragmentação - Mecanismos
CAPÍTULO V
Fragmentação – Fatores Intervenientes
Modo de Aplicação da Carga
Compressão
Impacto
Atrito (abrasão)
Corte (dilaceramento)

Distribuição Granulométrica
Matérias-primas (alimentação)
Produtos
CAPÍTULO V
Fragmentação – Aplicação da carga
Compressão
resulta da aplicação de força com o sentido
dirigido para o interior do corpo sólido,
resultando numa redução de volume ou de uma
de suas dimensões, podendo fragmentá-la.

Impacto
produzem-se forças impulsivas muito intensas
a partir da colisão com as partículas. Em geral,
a energia cinética e potencial gravitacional se
transformam parcialmente em energia térmica
e em energia potencial elástica interna,
fragmentando e deformando os corpos.
CAPÍTULO V
Fragmentação – Aplicação da carga
Atrito (abrasão)
resulta da força que atua entre dois corpos em
contato e em movimento relativo ou iminente.
Esta força é paralela às superfícies contatadas
e contrária ao sentido do movimento. É
causada pela rugosidade.

Corte ou dilaceramento
resulta da aplicação de uma força cisalhante
num sólido, resultando no corte e, na
consequente, fragmentação do material.
CAPÍTULO V
Fragmentação – Aplicação da carga
CAPÍTULO V
Fragmentação – Granulometria
A distribuição granulométrica na alimentação e no produto
são importantes propriedades no projeto e operação de
fragmentadores e podem ser usadas na classificação e
aplicação destes equipamentos.

GRANULOMETRIA
FRAGMENTADOR ALIMENTAÇÃO PRODUTO*
BRITADORES PRIMÁRIOS 100 a 1500 mm 5 a 50 mm
BRITADORES SECUNDÁRIOS 5 a 50 mm 1 a 5 mm
MOINHOS FINOS 2 a 5 mm 0,075 mm
MOINHOS COLOIDAIS 0,180 mm 0,00001 mm
CAPÍTULO V
Fragmentação – Granulometria

Relação de Fragmentação (a):


É a razão entre o diâmetro médio da alimentação (D1) e o
diâmetro médio do produto (D2) da cominuição.

𝑫𝟏
𝛂=
𝑫𝟐

De modo geral, quanto mais elevado for a relação de


fragmentação, mais difícil será a operação de fragmentação.
CAPÍTULO V
Fragmentação – Equipamentos
Britadores Primários ou Grosseiros
Mandíbulas
Giratório
Impacto

Britadores Secundários (Trituradores)


Martelos Cônicos
Pinos Disco
Barras ou gaiola Mó ou moenda
Rolos ou cilindros Rotatório
CAPÍTULO V
Fragmentação – Equipamentos
Moinhos Finos
Pulverizadores Barras
Rebôlo Tubular
Rolos ou cilindros Cônico (Hardinge)
Bolas Energia fluida

Moinhos Coloidais
Cônico
Disco
CAPÍTULO V
Fragmentação – Equipamentos

Kelly e Spottiswood (1982) apud Richter (2009)


CAPÍTULO V
Britador de Mandíbulas

É um equipamento adequado para o britamento


primário ou secundário de rochas e de minérios,
especialmente sólidos muito duros e abrasivos.

Neste tipo de britador, duas


“mandíbulas”, uma fixa e outra
móvel, estão dispostas no interior
da carcaça, formando a câmara de
britagem ou cavidade do britador.
CAPÍTULO V
Britador de Mandíbulas

Este britador reduz o tamanho por compressão


quando os sólidos são pressionados contra
ambas as mandíbulas (grau de redução de ~ 5:1).
A especificação de britadores de mandíbulas é
dada pelas dimensões da abertura da
alimentação (e.g., 8050 ou 80 cm x 50 cm).
A velocidade de operação é relativamente baixa
(100 a 400 rpm) e a britagem é intermitente.
CAPÍTULO V
Britador de Mandíbulas

As mandíbulas são revestidas com


placas de desgaste corrugadas, as
quais podem ser substituídas com
facilidade.

O material das mandíbulas e das placas de


desgaste é, em geral, aço manganês austenítico.

O material da carcaça é de aço, ferro fundido etc.


CAPÍTULO V
Britador de Mandíbulas

Fonte: Metso Minerals® do Brasil


PLACAS DE DESGASTE.
CAPÍTULO V
Britador de Mandíbulas

Os perfis longitudinais das placas de desgaste


devem ser projetados de modo a maximizar a
produtividade do britador, bem como proporcionar
uma maior vida útil das placas.

Os perfis transversais dos pares de placas


usadas devem ser semelhantes, de modo a evitar
esforços danosos ao britador, como também para
se obter melhor qualidade do produto.
CAPÍTULO V
Britador de Mandíbulas

ALGUNS PERFIS TRANSVERSAIS DE PLACAS DE DESGASTE


CAPÍTULO V
Britador de Mandíbulas – Classificação
Tipo Blake
a mandíbula móvel é articulada no topo da carcaça do
fragmentador, de modo que a amplitude máxima é obtida na parte
inferior das mandíbulas de esmagamento.
Os britadores tipo Blake podem ainda ser subdivididos segundo seu
mecanismo de acionamento da mandíbula móvel em britador Blake
de: um eixo (Samson) ou de dois eixos.

Tipo Dodge
a mandíbula móvel é articulada na base da carcaça do
fragmentador, de modo que a amplitude máxima é obtida na parte
superior das mandíbulas de esmagamento.
CAPÍTULO V
Britador de Mandíbulas - Blake

O britador Blake apresenta uma grande


capacidade de trabalho (produção).

Possui mecânica simples, facilitando a operação


(não ocorre entupimento), além de proporcionar
um baixo custo energético e de manutenção.

Resulta em produtos com granulometria pouco


uniforme.
CAPÍTULO V
Britador de Mandíbulas – Blake

Nos britadores Blake de 1 eixo, a mandíbula


móvel tem movimento elíptico.

Nos britadores Blake de 2 eixos, o movimento da


mandíbula móvel é pendular, e seu custo de
capital é cerca de 50% maior que o de 1 eixo.

Os Blake de 2 eixos são mais indicados para


materiais mais abrasivos e de difícil cominuição.
CAPÍTULO V
Britador de Mandíbulas – Blake

BRITADORES BLAKE
CAPÍTULO V
Britador de Mandíbulas – Blake

Eixo Único Eixo Duplo

BRITADORES BLAKE
CAPÍTULO V
Britador de Mandíbulas – Blake

BLAKE 1 EIXO (SAMSON) BLAKE 2 EIXOS


CAPÍTULO V
Britador de Mandíbulas – Blake

BLAKE 1 EIXO (SAMSON) BLAKE 2 EIXOS


CAPÍTULO V
Britador de Mandíbulas – Dodge

O britador Dodge apresenta baixa capacidade


de produção, comparativamente ao Blake.

É aplicado para operação intermitente, pois


entope com certa facilidade.

É possível trabalhar com maior relação de


fragmentação.
Os produtos têm granulometria mais uniforme.
CAPÍTULO V
Britador de Mandíbulas – Dodge

BRITADOR DODGE
CAPÍTULO V
Britador de Mandíbulas – Cálculos

Capacidade do Britador (C):


A fórmula de Taggart é uma relação empírica para a estimativa
da capacidade de britadores de mandíbulas a partir das
dimensões da boca de alimentação e na abertura de descarga:

em que C é a capacidade, em t/h, L é o comprimento da boca


de alimentação paralela ao plano da mandíbula fixa, em cm, e S
é o afastamento máximo da abertura de descarga, em cm.
CAPÍTULO V
Britador de Mandíbulas
CAPÍTULO V
Britador Giratório

É um britador primário utilizado


quando existe uma grande
quantidade de material a ser
fragmentado, pois a ação de
britamento e a descarga são
contínuas.
Opera por compressão, a partir do movimento de
rotação de um eixo e de uma cabeça cônica de
britamento (grau de redução de ~ 8:1).
CAPÍTULO V
Britador Giratório

A carcaça é constituída por um corpo


cônico de carga, seguido por outro
de descarga. A base menor da
carcaça coincide com a base maior
da cabeça de britagem. É o ponto
onde se realiza a fragmentação.

O movimento vertical do eixo de moagem controla


o afastamento máximo e mínimo entre a cabeça de
britagem e a carcaça.
CAPÍTULO V
Britador Giratório
CAPÍTULO V
Britador Giratório
CAPÍTULO V
Britador Giratório – Cálculos

Capacidade do Britador (C):


A fórmula de Taggart também é aplicada na estimativa da
capacidade de britadores giratórios a partir das dimensões da
carcaça do britador e da abertura de descarga:

em que C é a capacidade, em t/h, L é o perímetro da


circunferência cujo diâmetro é a média dos diâmetros da base
dos dois cones que compõem a carcaça do britador, em cm, e S
é a abertura máxima de descarga, em cm.
CAPÍTULO V
Britador Giratório

A especificação de britadores giratórios, é dada


em função da largura do anel de entrada e do
diâmetro inferior do cone (e.g., 42” x 65”).
As velocidades típicas da cabeça de britamento é
de 125 a 425 rpm.
A velocidade do pinhão pode chegar até 600 rpm.
As capacidades podem chegar até 10.000 t/h.
CAPÍTULO V
Britador Giratório

As especificações de um britador giratório da marca Metso


modelo Superior 60-110E é apresentado na tabela a seguir:
CAPÍTULO V
Britador de Cones (Cônico)

É um britador secundário que


possui o mesmo princípio de
operação do britador giratório.
Porém, diferente do giratório,
no cônico o manto e o cone
possuem longas superfícies
paralelas, para garantir um maior tempo de
retenção das partículas nessa região.
CAPÍTULO V
Britador de Cones

A capacidade deste tipo de britador vai, em geral,


de 20 a 600 t/h, podendo chegar até 2400 t/h.
O tamanho da alimentação nominal se encontra
aproximadamente entre 0,2 e 0,5 m.
O grau de redução varia de 3:1 a 7:1.
O movimento vertical do cone controla a
abertura de saída, utilizando-se dispositivos
hidráulicos para esse ajuste.
CAPÍTULO V
Britador de Cones

Fonte: Metamec (2015) Fonte: Metso (2015)


CAPÍTULO V
Britador de Impacto

É um britador primário e secundário usado para


fragmentar materiais não abrasivos.
Opera por impacto (grau de redução
de 6:1 a 40:1).
O movimento de barras ou martelos
conectados a um rotor projeta o
Fonte: Metso, 2005).
sólido sobre placas fixas de impacto
na carcaça, onde ocorre a fragmentação.
CAPÍTULO V
Britador de Impacto

A velocidade de rotor é relativamente elevada


(500 a 3000 rpm) e a britagem contínua.
Apresenta elevada capacidade: 200 a 2500 t/h.
A descarga é livre e a câmara é grande, de
modo a permitir a movimentação das partículas e
a passagem de blocos de grandes dimensões.
A principal desvantagem e o elevado custo de
manutenção pelo grande desgaste das peças.
CAPÍTULO V
Britador de Impacto com eixo horizontal

Fonte: Minyu (2015) Fonte: Minyu (2015)


CAPÍTULO V
Britador de Impacto com eixo vertical

Fonte: Zhengzhou Keheng (2015) Fonte: Henan Hongke (2015)


CAPÍTULO V
Britador de Impacto
Especificações técnicas dos britadores de impacto de eixo horizontal
da marca Great Wall Company são apresentadas na tabela a seguir:
CAPÍTULO V
Britador de Martelos

Britador primário e secundário


usado na cominuição de sólidos
frágeis não abrasivos, bem como
de sólidos fibrosos.
Opera principalmente por impacto, e também por
corte e atrito (grau de redução de 20:1 a 100:1).
Nesse britador um rotor gira em alta velocidade
(500 a 1800 rpm), juntamente com martelos que
basculam em torno do seu eixo de fixação.
CAPÍTULO V
Britador de Martelos

O material sólido é alimentado na parte superior e


após fragmentação é forçado a passar por uma
grelha ou tela inferior que vai bitolar a
granulometria da descarga.

Os produtos de tamanho grande (não cominuídos)


retornam à área de britagem pela ação dos
marteletes para serem retriturados até a
granulometria desejada.
CAPÍTULO V
Britador de Martelos

Podem atingir capacidades superiores a 2000 t/h.


Foram desenvolvidos para a fragmentação de
material grosseiro, de dureza média a alta, para
as indústrias de cimento, gesso e calcário.
Aplicável para britagem seca (um eixo) e úmida
(dois eixos). Neste caso, a geometria da câmara
de britagem, a bigorna e a grelha necessitam de
adaptações para se evitar obstrução/entupimento.
CAPÍTULO V
Britador de Martelos de Único Eixo
CAPÍTULO V
Britador de Martelos de Dois Eixos

Fonte: MGA Machinery (2015) Fonte: Ximang (2015)


CAPÍTULO V
Britador de Martelos
Especificações técnicas dos britadores de martelo da marca Henan
Hongji Mine Machinery são apresentadas na tabela a seguir:
Tamanho de Tamanho Motor
Capacidade Peso
Tipo NO. Modelo alimentação da saída
(t/h) Modelo kW (t)
(mm) (mm)

1 PCφ400×300 ≤200 ≤25 8-15 Y160M-4 11 0.8


2 PCφ500×350 ≤210 ≤25 12-20 Y180M-4 18.5 1.2
3 PCφ600×400 ≤250 ≤30 15-30 Y180L-4 22 1.5
Britador de
4 PCAφ800×600 ≤300 ≤30 25-50 Y250M-4 55 2
martelo
5 PCφ800×600 ≤200 ≤25 20-50 Y280M-6 55 2.6
6 PCφ1000×800 ≤300 ≤35 30-65 Y315S-6 75 4
7 PCφ1000×1000 ≤300 ≤35 45-80 Y315M-6 90 6
CAPÍTULO V
Britador de Pinos
Fonte: Gomide (1983).

É uma variante do britador de


martelos e, assim, é usado na
fragmentação de materiais
frágeis não abrasivos.
O produto é fino e uniforme. A operação pode
ser realizada de forma contínua, com descarga
centrífuga do produto, ou em batelada.
A granulometria do produto depende da distância
entre os discos e da velocidade do disco móvel.
CAPÍTULO V
Britador de Pinos

Fonte: Astecma (2015). Fonte: Netzsch (2015).


CAPÍTULO V
Britador de Barras ou Gaiola

Opera por impacto, com funcionamento parecido


ao do britador de martelos e de pinos. É usado na
cominuição de materiais sem muita resistência
mecânica e que podem ser úmidos ou pegajosos.

Fonte: Gomide (1983).


CAPÍTULO V
Britador de Barras ou Gaiola

Fonte: Stedman (2015). Fonte: Global Sources (2015).


CAPÍTULO V
Britadores de Rolos

São britadores primários ou secundários, de


construção simples e robusta.
Se bem operado, é ótimo na produção de sólidos
grosseiros, produzindo pouco material fino, com
capacidades de até 2500 m³/h.
Os três tipos mais importantes são:
Britadores de dois rolos lisos;
Britadores de um único rolo dentado;
Britadores de rolos conjugados.
CAPÍTULO V
Britador de Dois Rolos Lisos

É um britador de rolos constituído por dois rolos


horizontais lisos ou estriados que giram à mesma
velocidade em sentidos contrários.
Opera principalmente por compressão e atrito
(grau de redução de 4:1 a 8:1).
Os rolos têm diâmetro de 0,1 a 2,0 m e largura de
3 a 80 cm.
As rotações típicas variam de 45 a 220 rpm.
CAPÍTULO V
Britador de Dois Rolos Lisos

Fonte: Figueira et al. (2004). Fonte: Metso (2015).


CAPÍTULO V
Britador de Dois Rolos Lisos – Cálculos

Diâmetro dos Rolos (d):


O diâmetro dos rolos necessário para aprisionar as
partículas alimentadas no britador pode ser obtido por:

𝑫𝟏 𝐜𝐨𝐬 𝐭𝐚𝐧−𝟏 𝝁 − 𝑫𝟐
𝒅=
𝟏 − 𝒄𝒐𝒔 𝒕𝒂𝒏−𝟏 𝝁

em que 𝑫𝟏 é o diâmetro máximo de alimentação, 𝑫𝟐 é o


diâmetro do produto (separação entre os rolos), e 𝝁 é
coeficiente de atrito entre o material e os rolos.
CAPÍTULO V
Britador de Dois Rolos Lisos – Cálculos

Largura dos Rolos (L):


A largura dos rolos que permite a obtenção de uma certa
capacidade de fragmentação pode ser determinada por:
𝑪
𝑳=
𝟓𝟔, 𝟓 ∙ 𝒅 ∙ 𝑵 ∙ 𝑫𝟐 ∙ 𝝆𝒂

em que 𝑪 é a capacidade desejada (t/h); 𝒅 e 𝑵 são o diâmetro


(m) e a velocidade de rotação (rpm) dos rolos, respectivamente;
𝑫𝟐 e 𝝆𝒂 são o diâmetro (m) e a densidade aparente (t/m³) do
produto, respectivamente.
CAPÍTULO V
Britador de Dois Rolos Lisos – Cálculos

Energia consumida (P):


A potência consumida na operação de britadores de rolos
lisos pode ser determinada a partir da lei de Bond,
apresentada posteriormente, ou a partir de diagramas
como o apresentado na figura a seguir.
CAPÍTULO V
Britador de Dois Rolos Lisos – Cálculos

Energia consumida (P):


CAPÍTULO V
Britador de Rolo Dentado Único

É um britador de rolos no qual um rolo dentado se


movimenta no interior de uma carcaça.
Operam por impacto, atrito e, principalmente, por
compressão (grau de redução de 2:1 a 6:1).
Tem emprego limitado devido ao grande desgaste
dos dentes por abrasão.
Possui alta tolerância à umidade da alimentação.
CAPÍTULO V
Britador de Rolo Dentado Único

Fonte: Figueira et al. (2004). Fonte: Direct Industry (2015).


CAPÍTULO V
Britador de Rolos Conjugados

É um britador de rolos constituído por rolos


estriados em zig-zag ou com ressaltos em dente
de serra.
Opera principalmente por compressão e corte
(grau de redução de 4:1 a 8:1).
Os rolos podem girar com velocidades diferentes.
CAPÍTULO V
Britador de Rolos Conjugados

Fonte: Amy Zhang (2015). Fonte: Zhengzhou Huahong (2015).


CAPÍTULO V
Britadores de Discos

São britadores secundários, nos quais usam-se


compressão e atrito para a fragmentação e força
centrífuga para afastar os fragmentos da zona de
britamento.
O tipo mais comum consta de 2 discos montados
em dois eixos horizontais: um externo e oco, e
outro, interno, que gira no interior de um mancal
excêntrico. Os discos giram em sentidos opostos
(1200 a 7000 rpm).
CAPÍTULO V
Britadores de Discos

Fonte: Gomide (1983).


CAPÍTULO V
Britadores de Discos

Noutro tipo, só o eixo externo gira (350 a 700 rpm),


sendo o outro fixo. Há modelos em que os eixos
não são concêntricos, mas colocados um de cada
lado do britador.
Se aplica para moagem de materiais duros.
O consumo de energia varia entre 10 e 100 HP/h
por tonelada de produto.
CAPÍTULO V
Moenda

É um britador secundário, também chamado mó


ou galga, constituindo-se de um ou dois rolos
pesados (granito, concreto ou ferro fundido), que
rolam no interior de uma panela reforçada.
O material sólido é britado por compressão sob
os rolos, deslocando-se para a borda da panela.
Um raspador retorna continuamente o material
das paredes para a zona de britamento.
CAPÍTULO V
Moenda

Fonte: Gomide (1983).


CAPÍTULO V
Moenda

Certos modelos têm o fundo perfurado, permitindo


uma operação contínua.
A operação pode ser realizada a seco ou a úmido.
Podem trabalhar com capacidades entre 1 e 50 t/h.
O consumo de energia varia entre 1 e 5 HP/t.
Também podem ser usados como misturadores
de sólidos.
CAPÍTULO V
Resumo: Características dos britadores

Fonte: Carvalho (2012).


CAPÍTULO V
Seleção de Britadores
Os principais parâmetros de seleção e configuração de
britadores incluem:

Requerimentos de produção
Características do sólido
Localização
Condições climáticas
Custos de instalação e manutenção
Segurança e meio ambiente
Outros.
CAPÍTULO V
Moinhos Finos
Ver Gomide (v .1), pág. 74 a 88.

Moinhos Coloidais
Ver Gomide (v .1), pág. 88.

Operações de Moagem
Ver Gomide (v. 1), pag. 89 a 90.

Consumo de Energia
Ver Gomide (v. 1), pag. 90 a 104.
CAPÍTULO V
Operações de Moagem
A fragmentação de sólidos pode ser conduzida a seco ou a
úmido. Mas, a maioria é realizada a úmido, haja vista que:
economiza-se cerca de 25% de energia;
o controle do pó se dá de forma mais adequada;
a classificação do produto final é mais simples.
Algumas moagens a úmido visam suspender o sólido num
líquido, inclusive com ajuda de dispersantes, para impedir a
aglomeração das partículas.
Nas demais operações, em que a umidade no material é
indesejável, opera-se a seco.
CAPÍTULO V
Operações de Moagem
Os fragmentadores, como já mencionado, podem operar de
forma descontínua (em batelada) ou de forma contínua.
Na operação contínua ainda se pode operar:
em circuito aberto (que não há reciclo de grossos);
em circuito fechado (há o reciclo da fração de grossos).
No circuito fechado, o custo inicial é mais elevado, mas o
consumo de energia por unidade de massa de produto é
menor. Neste tipo de operação também se evita a produção
exagerada de finos (possível poluição) e a perda de material
processado.
CAPÍTULO V
Operações de Moagem
CAPÍTULO V
Operações de Moagem
CAPÍTULO V
Operações de Moagem
Ademais, em moagens finas, o aquecimento da carga do
fragmentador, decorrente da dissipação de energia, deve
ser considerada para evitar graves problemas operacionais.
Nestes casos, é comum remover o calor com
encamisamento ou serpentinas de água ou com circulação
de ar no fragmentador.
Contrariamente, algumas moagens podem ser conduzidas
em correntes de gases quentes, visando secar o sólido
moído, aproveitando a dissipação interna de calor.
CAPÍTULO V
Consumo de energia
A fragmentação é provavelmente a mais ineficiente de todas
as operações unitárias.
Uma grande quantidade de energia é consumida em
operações de fragmentação. Mas, menos do que 1% é
usada para a criação de nova superfície.
A energia restante (~99%) é usada na operação do
fragmentador, produzindo também calor e ruído.
O consumo de energia na fragmentação aumenta com o
aumento da relação de fragmentação.
CAPÍTULO V
Consumo de energia
CAPÍTULO V
Consumo de energia
As leis de consumo de energia de fragmentadores são, em
geral, empíricas ou semiempíricas, dada a dificuldade de
calcular com precisão as tensões atuando nas partículas.
A maioria das leis propostas segue uma forma que pode ser
deduzida a partir da equação diferencial expressa abaixo:

𝒅𝑫
𝒅𝑾 = −𝒌 𝒏
𝑫

em que W é o trabalho realizado por unidade de massa do sólido, D é o tamanho da


partícula, k e n são parâmetros da equação.
CAPÍTULO V
Consumo de energia
As principais leis de consumo de fragmentadores derivam
dessa equação, como se mostra a seguir:
diâmetro médio da alimentação.

𝑫𝟏
Lei de Kick (1885), n = 1: 𝑾 = 𝒌 𝐋𝐧
𝑫𝟐
diâmetro médio do fragmentado.

𝟏 𝟏
Lei de Bond (1952), n = 1,5: 𝑾 = 𝟐𝒌 −
𝑫𝟐 𝑫𝟏
𝟏 𝟏
Lei de Rittinger (1867), n = 2: 𝑾 = 𝒌 −
𝑫𝟐 𝑫𝟏
CAPÍTULO V
Consumo de energia (lei de Kick)
A lei de Kick pode ser reescrita da seguinte forma:
𝑾 = 𝒌 𝑪 𝑳𝒏 𝛂
em que 𝑾 é a potência consumida pelo fragmentador, C é a capacidade (vazão mássica)
de produção, e α é a relação de fragmentação.

Segundo essa lei, a energia consumida independe dos


tamanhos iniciais e finais, mas depende da relação de
fragmentação.
A constante k depende do tipo de britador e do material,
devendo ser determinada experimentalmente para o
sistema de fragmentação industrial considerado.
CAPÍTULO V
Consumo de energia (lei de Kick)
Como a constante k depende do sistema particular, esta lei
só se aplica para estimar mudanças de consumo de
energia decorrentes de alterações na operação (α e C).
Tem se verificado que a lei de Kick se aplica bem nas
primeiras fases da cominuição (britagem), particularmente a
primária, quando a área superficial produzida ainda é
negligenciável.
A média volumétrica dos diâmetros fornecem, em geral,
as melhores estimativas para o consumo de energia no uso
desta lei.
CAPÍTULO V
Consumo de energia (lei de Rittinger)
A constante k desta lei também depende do sistema e,
assim, se aplica bem para estimar mudanças de consumo
de energia decorrentes de alterações na operação existente.
A média superficial dos diâmetros fornecem as melhores
estimativas para o consumo de energia com esta lei.
De modo geral, a lei de Rittinger é de maior aplicabilidade
que a lei anterior, mas é mais adequada para a moagem de
finos, quando a superfície externa (variação) é a variável
mais importante.
CAPÍTULO V
Consumo de energia (lei de Rittinger)
Esta lei foi confirmada pelo U.S. Bureau of Mines1 e valores
do Número de Rittinger (superfície externa obtida por
unidade de energia consumida) de alguns minérios foram
obtidos. Estes números são mostrados na tabela a seguir.
Número de Rittinger Densidade
Minério (Mineral)
cm2 kgf–1 cm–1 Relativa
Quartzo (SiO2) 17,56 2,65
Pirita (FeS2) 22,57 3,48
Blenda (ZnS) 56,20 3,68
Calcita (CaCO3) 75,90 2,71
Galena (PbS) 93,80 5,39
1O U.S. Bureau of Mines é uma agência governamental americana responsável pela condução de pesquisas científicas e
disseminação de informações sobre extração, processamento, uso e conservação de recursos minerais.
CAPÍTULO V
Consumo de energia (lei de Bond)
A lei de Bond pode ser reescrita da seguinte forma:

𝟏 𝟏
𝑾 = 𝟎, 𝟏 ∙ 𝑪 ∙ 𝒘𝒊 ∙ −
𝑫𝟐 𝑫𝟏

em que 𝒘𝒊 é o índice de trabalho de Bond, expresso em kWh/t e definido como o trabalho


por unidade de massa requerido para reduzir pelo menos 80% da massa sólida de um
tamanho teórico infinito para um tamanho inferior a 100 μm. Os tamanhos médios 𝑫𝟏 e 𝑫𝟐 ,
em cm, são definidos como a abertura da peneira através da qual passam 80% das
partículas da alimentação e do produto fragmentado, respectivamente. A capacidade de
produção, C, deve ser expressa em t/h e a potência consumida, 𝑾, será obtida em kW.
CAPÍTULO V
Consumo de energia (lei de Bond)
Índices de trabalho são, em geral, reportados para
moagens a úmido. Valores desse índice para alguns
sólidos são apresentados na tabela a seguir.

Número de Densidade Índice de Trabalho


Material
Ensaios Relativa (kWh/t)
Basalto 10 2,89 20,41
Dolomita 18 2,82 11,31
Galena 7 5,39 10,19
Hematita 79 3,76 12,68
Pirita 4 3,48 8,90
Sílica 7 2,71 13,53
Xisto 13 2,58 16,40
CAPÍTULO V
Consumo de energia (lei de Bond)
Na literatura especializada podem ser encontrados outros
valores de índices para um número maior de materiais.
É obvio que o índice de trabalho depende da natureza do
sólido, como também das condições na qual é determinado.
Por exemplo, os índices de trabalho obtidos a úmido devem
ser multiplicados por 1,34 nas moagens à seco.
A lei de Bond, quando comparada às outras duas leis, é a
que conduz a estimativas mais realistas de fragmentadores
comerciais e que permite prever o consumo de unidades
ainda não instaladas.
CAPÍTULO V
Consumo de energia

Fonte: Conti et al. (2001).


CAPÍTULO V
Consumo de energia
QUESTÃO III.8 (GOMIDE Vol. 1):
5,0 t/h de clínquer de 2” devem ser moídas até que 80% do
material moído passe por uma peneira de 20 mesh Tyler. Faça
uma avaliação da potência necessária para acionar o moínho.
C = 5,0 t/h
𝟏 𝟏 wi = 13,49 kWh/t
𝑾 = 𝟎, 𝟏 ∙ 𝑪 ∙ 𝒘𝒊 ∙ − D1 = 2” = 5,08 cm
𝑫𝟐 𝑫𝟏
D2 = 0,833 mm = 0,0833 cm

𝟏 𝟏
𝑾 = 𝟎, 𝟏 ∙ 𝟓, 𝟎 ∙ 𝟏𝟑, 𝟒𝟗 ∙ − ⇒
𝟎, 𝟎𝟖𝟑𝟑 𝟓, 𝟎𝟖

𝑾 = 𝟔, 𝟕𝟒𝟓 ∙ 𝟑𝟒, 𝟔𝟒𝟖 − 𝟒, 𝟒𝟑𝟕 ⇒ 𝑾 = 𝟐𝟎, 𝟑𝟖 𝐤𝐖


CAPÍTULO V
Consumo de energia
QUESTÃO III.13 (GOMIDE Vol. 1):
Avalie com base na lei de Rittinger, a energia necessária para
britar 6 t/h de blenda, desde um tamanho inicial de 2 cm até
tamanho de 3 mm. As partículas de blenda têm forma cúbica.
𝜆 6,0
NR = 56,20 cm2 kgf–1 cm–1 = 5.730 cm2 kW-1 s-1 𝑨𝟏 = 𝜌𝐷 = 3,68∙10−6×2 = 815.217,4 cm2/t
1
λ = 6,0 (forma cúbica)
𝜆 6,0
ρ = 3680 kg/m3 = 3,68 x 10-6 t/cm3 𝑨𝟐 = 𝜌𝐷 = 3,68∙10−6×0,3 = 5.434.782,6 cm2/t
2
C = 6,0 t/h = 1,667x10-3 t/s
D1 = 2 cm
D2 = 3 mm = 0,3 cm

𝑨𝟐 − 𝑨𝟏 𝟓. 𝟒𝟑𝟒. 𝟕𝟖𝟐, 𝟔 − 𝟖𝟏𝟓. 𝟐𝟏𝟕, 𝟒


𝑾=𝑪∙ = 𝟏, 𝟔𝟔𝟕 × 𝟏𝟎−𝟑 ∙ ⇒ 𝑾 = 𝟏, 𝟑𝟒𝟒 𝐤𝐖
𝑵𝑹 𝟓, 𝟕𝟑
CAPÍTULO V
Referências bibliográficas
GOMIDE,R. Operações unitárias. Volume 1. [operações com sistemas sólidos
granulares]. São Paulo, 1983.
McCABE, W. L.; SMITH, J. C.; HARRIOTT, P. Unit Operations of Chemical
Engineering. 5th ed. New York: McGraw-Hill, 1993.
GREEN, D.; PERRY, R. (ed.) Perry's Chemical Engineers' Handbook, 8thed.
New York: McGraw Hill Professional, 2008.

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