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NOÇÕES BÁSICAS DE

CARTOGRAFIA, SENSORIAMENTO
REMOTO E GEOPROCESSAMENTO

SOFTWARES GRATUITOS DE
GEOPROCESSAMENTO
APRESEN TAÇÃO

OS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

A partir desta unidade você será capaz de:

• Aplicar e demonstrar, por meio dos aplicativos gratuitos, Quantum GIS (QGIS)
e o SAGA GIS (System for Automated Geoscientific Analyses), as principais
funcionalidades e conceitos aprendidos nas etapas anteriores.

Organização Reitor da Pró-Reitora do EAD Edição Gráfica


UNIASSELVI e Revisão
Kátia Spinelli
Prof.ª Francieli Stano
Manoel Ricardo
Prof. Hermínio Kloch Torres UNIASSELVI
Dourado Correia
.05
APLICAÇÕES
PRÁTICAS EM
AMBIENTE SIG
1 INTRODUÇÃO
Nesta etapa, o Sistema de Informação Geográfica Quantum GIS (QGIS)
será utilizado para demonstrar alguns dos principais conceitos aprendidos
anteriormente, por meio dos seguintes tópicos: a) visualizar e inserir as
principais estruturas de dados; b) visualizar as coordenadas geográficas e
planas; c) visualizar e definir a escala cartográfica; d) visualizar e definir o
sistema de projeção cartográfica; e) representar os dados temáticos e f)
demonstrar as ferramentas para processamento e análise de imagens.

2 APRESENTAÇÃO DO APLICATIVO QGIS


O Quantum GIS é um programa de Sistema de Informação Geográfica
com código aberto e interface bastante amigável. O QGIS, como também
é chamado, é um projeto oficial da Open Source Geospatial Foundation
(OSGeo) e pode ser utilizado em diversos sistemas operacionais: Linux, Unix,
Mac OSX, Android e Windows.

Além de ser gratuito (<https://www.qgis.org/pt_BR/site/forusers/download.


html>), ou seja, não é necessário pagar para utilizá-lo, ele pode ser utilizado
tanto para dados de estrutura vetorial quanto matricial e apresenta diversas
funcionalidades, similar aos aplicativos comerciais existentes.

Para os usuários avançados, ele fornece um número crescente de


recursos por meio dos “plugins”, que podem ser desenvolvidos por qualquer
usuário em código C ++ ou Python.

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3 A INTERFACE DO QGIS
O QGIS se caracteriza por ser um programa amigável e isso fica aparente
em sua interface (Figura 1), que, inclusive, pode ser customizada de acordo
com as necessidades do usuário. O QGIS suporta uma variedade de fontes
de dados que podem ser editados, criados, ou apenas visualizados.

A camada de dados é o local que indica os dados geográficos ou “layers”


que serão exibidos no campo de visualização. No caso da Figura 1, observa-se
a camada BR, que representa os estados brasileiros, visualizados no campo de
visualização. A barra de ferramenta e o menu habilitam diversas ferramentas
e funcionalidades para manipulação dos dados geográficos.

FIGURA 1 – INTERFACE DO APLICATIVO QGIS

FONTE: O autor

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3.1 INSERÇÃO E VISUALIZAÇÃO DAS PRINCIPAIS ESTRUTURAS
DE DADOS (RASTER, VETORIAL E TABELA DE ATRIBUTOS)

3.1.1 Adição e visualização de dados vetoriais e sua respectiva


tabela de atributo
O QGIS possibilita trabalhar com diversos tipos de dados vetoriais, entre
os quais podemos destacar: *.shp (ESRI-ArcGIS), *.dgn (Microstation), *.kml
(Google Earth) *.dxf (AutoCAD). Para visualizar tais arquivos, clique na Barra de
Menus na aba Camadas/Adicionar Camada /Vetorial (Figuras 2 e 3). O arquivo
vetorial utilizado neste trabalho foi obtido no seguinte sítio: <https://mapas.
ibge.gov.br/bases-e-referenciais/bases-cartograficas/malhas-digitais.html>.

FIGURA 2 – ADICIONANDO DADOS VETORIAIS NO QGIS POR MEIO DO MENU PRINCIPAL

FONTE: O autor

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FIGURA 3 – SELECIONANDO O ARQUIVO E O TIPO DE DADO, NESTE CASO, O ESTADOS BRASILEIROS (BR) NO
FORMATO *.SHP

FONTE: O autor

3.2 ADIÇÃO E VISUALIZÇÃO DE DADOS MATRICIAIS (RASTER)


O QGIS permite trabalhar com diversos formatos de imagem, entre os
mais comuns estão: JPEG, JPEG2000, TIFF, GeoTIFF. O último formato é um
padrão de metade dos de domínio público, que permite embutir informações
sobre os sistemas geodésicos de referência (projeção, elipsoides, data).

As imagens de satélites obtidas por sensores remotos, conforme


apresentado na 3° etapa, também podem ser adicionadas no QGIS (Figuras
4, 5 e 6).

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FIGURA 4 – ADICIONANDO DADOS MATRICIAIS (RASTER) NO QGIS POR MEIO DO MENU PRINCIPAL

FONTE: O autor

FIGURA 5 – SELECIONANDO E ABRINDO O ARQUIVO MATRICIAL NO FORMATO *.JP2 (JPEG2000)

FONTE: O autor

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FIGURA 6 – IMAGEM ÁREA DA PREFEITURA DE BLUMENAU. BASE TOPOGRÁFICA DIGITAL DO
AEROLEVANTAMENTO DO ESTADO DE SANTA CATARINA, DENOMINADO DE SDS NESTE TRABALHO, NA
ESCALA DE 1:5.000, CONSTITUÍDA DE ORTOFOTOMOSAICO NA REGIÃO DO VISÍVEL (RGB) E INFRAVERMELHO
(IR) (SDS, 2011)

FONTE: O autor

4 NAVEGAÇÃO NO MAPA E VISUALIZAÇÃO DOS ATRIBUTOS


Após a abertura do arquivo vetorial, podemos manipular a camada
e navegar (aproximar, afastar, toque de zoom, pan, panorâmica do mapa,
aproximar à seleção) por meio da barra de ferramenta Navegar no Mapa
(Figura 7, polígono vermelho). A barra de ferramenta Atributos serve para
o usuário identificar as feições e os seus respectivos atributos, bem como
realizar medições lineares e quadráticas (Figura 7, polígono roxo).

Para visualizar os atributos e registros da camada com maior detalhe, o


usuário pode abrir a tabela de atributos da sua respectiva camada. Para tanto,
ao clicar com o botão direito do mouse sobre a camada desejada e selecionar
a opção abrir tabela de atributos, assim será possível visualizar os atributos
e os registros da camada.

Esta tabela se refere aos arquivos com a extensão *.dbf que fazem parte
dos arquivos no formato shapefile (*.shp). Nela podem ficar armazenadas as
mais diversas informações a respeito das feições, por exemplo: área, perímetro,
população, nome do estado etc.

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Também é possível selecionar feições por meio da tabela de atributos, de
forma simples, clicando na linha do elemento desejado. A linha selecionada
corresponde à feição do mapa, conforme exemplo da figura a seguir.

FIGURA 7 – AS BARRAS DE FERRAMENTA NAVEGAR (POLÍGONO VERMELHO) E ATRIBUTOS (POLÍGONO ROXO)

FONTE: O autor

FIGURA 8 – SELEÇÃO DO ESTADO DE SANTA CATARINA POR MEIO DA TABELA DE ATRIBUTOS

FONTE: O autor

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5 DEFINIÇÃO E VISUALIZAÇÃO DO SISTEMA GEODÉSICO DE
REFERÊNCIA
O sistema geodésico de referência abordado na 1° etapa (sistema de
coordenadas, projeção cartográfica, elipsoides de referências, data) pode
ser definido no menu opções e na aba SRC. Ressalta-se que o QGIS permite
a visualização de dados em diferentes sistemas de coordenadas sem que
você tenha que transformá-los primeiro, bastando para isso ativar Habilitar
reprojeção “on the fly” como padrão (Figura 9).

FIGURA 9 – DEFININDO O SISTEMA GEODÉSICO DE REFERÊNCIA. OBSERVAR A SEQUÊNCIA DOS COMANDOS

FONTE: O autor

Para visualizar o sistema geodésico de referência, o usuário pode,


também, clicar no botão inferior direito user, conforme Figura 10.

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FIGURA 10 – VISUALIZANDO O SISTEMA GEODÉSICO DE REFERÊNCIA

FONTE: O autor

6 VISUALIZAÇÃO DAS COORDENADAS GEOGRÁFICAS E


PLANAS, BEM COMO DEFINIR A ESCALA CARTOGRÁFICA
Para inserir coordenadas geográficas ou planas adquiridas de um GPS,
por exemplo, o usuário deve digitar seus valores no canto inferior esquerdo
(Figura 11, polígono roxo). A coordenada plana N=691787,2 E=7021678,5 se
refere à parte central do prédio da Prefeitura de Blumenau (Figura 5.11, ponto
azul). Podemos, também, definir e visualizar a escala cartográfica do mapa,
conforme abordado na 1° etapa, o usuário deve digitar seus valores no canto
inferior direito (Figura 11, polígono roxo).

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FIGURA 11 – COORDENADAS PLANAS N=691787,2 E=7021678,5 DO PRÉDIO DA PREFEITURA DE BLUMENAU,
VISUALIZADA NA ESCALA DE 1:1500. IMAGEM AÉREA DA PREFEITURA DE BLUMENAU. BASE TOPOGRÁFICA
DIGITAL DO AEROLEVANTAMENTO DO ESTADO DE SANTA CATARINA, DENOMINADO DE SDS NESTE
TRABALHO

FONTE: O autor

7 REPRESENTAÇÃO DOS DADOS TEMÁTICOS DE NATUREZA


QUALITATIVA, ORDENADA E QUANTITATIVA
Os arquivos, assim que carregados no Quantum GIS, apresentam uma cor
única (Figura 12), que nem sempre facilita a visualização e a compreensão do
tema referente àquele mapa, entretanto, é possível modificar a apresentação do
mapa, tornando-a mais interessante e realçando as características desejadas.

A diversidade de visualizações ou classificações temáticas que um


determinado arquivo poderá ser apresentado dependerá essencialmente dos
atributos existentes na sua tabela de atributos. Conforme apresentado na
2ª etapa, as classificações temáticas podem ser realizadas por três métodos
fundamentais de representação: qualitativa, ordenada, quantitativa.

Para visualizar os três métodos fundamentais de representação, o


usuário deve clicar com o botão direito do mouse sobre a camada desejada
e selecionar a opção propriedades e, em seguida, a aba estilo, conforme a
Figura 12.

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FIGURA 12 – OS TRÊS MÉTODOS FUNDAMENTAIS DE REPRESENTAÇÃO: QUALITATIVA (CATEGORIZADO),
ORDENADAS (GRADUADO), QUANTITATIVAS (GRADUADO)

FONTE: O autor

O aspecto qualitativo (#) responde à questão "o quê?", caracterizando


relações de diversidade entre os conteúdos dos lugares ou conjuntos espaciais.
Como exemplo, as regiões brasileiras foram categorizadas qualitativamente
no aplicativo, conforme Figura 13.

FIGURA 13 – EXEMPLO DE REPRESENTAÇÃO QUALITATIVA (SELETIVA)

FONTE: O autor

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8 DEMONSTRAÇÃO DAS FERRAMENTAS PARA PROCESSAMENTO
E ANÁLISE DE IMAGENS DIGITAIS (PDI)
O QGIS e o SAGA GIS (Aplicativo gratuito voltado para o processamento
e análise de imagens <http://www.saga-gis.org>) (System for Automated
Geoscientific Analyses) dispõe de diversas técnicas de processamento e
análise de imagens: histograma de uma imagem, correção geométrica, registro
de imagens, aumento de contraste e emprego da cor, operações aritméticas,
dentre outras.

Para adicionar funções de processamento e análise de imagens no


QGIS, o usuário deve instalar o aplicativo SAGA (Figura 14). Em virtude da
complexidade das operações, não serão apresentadas tais operações neste
material.

FIGURA 14 – FUNÇÕES DE PROCESSAMENTO E ANÁLISE DE IMAGENS NO QGIS DISPONÍVEL APÓS A


INSTALAÇÃO DO SAGA GIS

FONTE: O autor

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