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ANHANGUERA EDUCACIONAL LTDA (FACNET)

CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

Série de Fourier e suas Aplicações


Cálculo IV

Brasília, 2019
Série de Fourier e suas Aplicações
Cálculo IV

DISCIPLINA: Cálculo IV
PROF.: Newton Nóbrega.
Turma: 7º A Noturno.
Aluno: Luiz Felipe

Brasília, 2019
Aplicação da série de Fourier

1 Introdução

Neste capítulo vamos seguir os passos de Fourier, introduzindo o conceito de


Série de Fourier e estudar algumas de suas propriedades imediatas. Tendo em vista
pretendermos realizar aplicações específicas desse conceito na qual mostraremos
algumas aplicações em que a Série de Fourier é aplicável.
As Séries de Fourier desempenham um papel importante na descrição e
entendimento dos fenômenos naturais. De fato, os fenômenos onde ocorrem
dissipação, ondas, oscilações, etc. podem ser estudados utilizando séries de Fourier
que são bastantes úteis para soluções das Equações Diferenciais que modelam
esses problemas da Física-Matemática. Além disso, a Análise Harmônica encontra
aplicações em outros campos da Matemática e também em outras áreas do
conhecimento. Veremos mais adiante que uma série de Fourier possui coeficientes
am′s e bm′s que são encontrados manipulando-se de forma algébrica a série geral de
Fourier. A presente obra tem por objetivo analisar as séries de Fourier e a aplicação
de tal teoria, demonstrando que a mesma pode ser aplicada no estudo de vários
problemas. Em particular, mostraremos como algumas funções podem ser
aproximadas por séries de senos e cossenos.
2 Série de Fourier

2.1 Introdução à Série de Fourier

O conceito de somar uma quantidade infinita de números reais ou complexos adverte


às ideias originais de Arquimedes. Ele provavelmente foi o primeiro a divisar um
método (que chamou de exaustão) segundo o qual é possível atribuir significado
numérico (convergência) a essas somas. Por meio desse método ele obteve uma
aproximação muito precisa do número π, entre outros feitos notáveis.
A ideia de representar funções por meio de séries surgiu na Índia por volta do século
XIV, período no qual foram concebidas as técnicas precursoras para tratar do que
hoje é conhecido como Séries de Potências. Exemplos particulares desse tipo de
série são as Séries de Taylor e de Maclaurin. Estas surgem como limite de séries
polinomiais, e permitem representar uma coleção razoavelmente grande de funções
definidas em um intervalo (chamado intervalo de convergência).
Outros tipos de séries existem e são mais apropriadas para representar funções
periódicas definidas na reta em termos de senos e de cossenos. Em homenagem a
Jean-Baptiste Joseph Fourier (1768-1830), que foi o primeiro a estudar
sistematicamente tais séries, passamos a chamá-las Séries de Fourier. Outros
pesquisadores, como Euler, D'Alembert e Bernoulli já haviam se deparado com esse
conceito, mas não haviam chegado a desenvolvê-lo no mesmo grau de profundidade
e abrangência obtidos por Fourier.
O tratamento moderno das Séries de Fourier expressa essas séries como somas
infinitas de senos e cossenos.

2.2 Funções Periódicas

Uma função ƒ é dita periódica se existe um número real positivo P, chamado período
de ƒ, tal que

( )= ( +P),
para todo x no domínio de ƒ. O gráfico de uma função periódica é obtido pela
repetição de qualquer intervalo de comprimento P.

Figura 1.1: Função periódica


Observações:
• O período P é o comprimento do intervalo em x necessário para a imagem da
função se repetir.
• Segue da equação (1.1) que se ƒ é periódica de período P então para qualquer n
inteiro positivo temos;

( )= ( + P)

ou seja, qualquer múltiplo inteiro positivo de também é um período de . O


menor valor de que satisfaz a equação é chamado período fundamental de e
será denotado por . Qualquer outro período de será um múltiplo inteiro do
período fundamental. A Figura 1.2 ilustra tal conceito.

Figura 1.2: Período e período fundamental

• a frequência de uma função periódica é definida como o inverso de seu


período e nos dá o número de repetições (ciclos) em cada intervalo unitário em
. Se é medido em segundos então a frequência é o número de ciclos
por segundo (Hertz).
1
=

• Um outro tipo de frequência, a qual utilizaremos no estudo das Séries de Fourier, é


a frequência angular, denotada por ω, e definida como
2
=2 =

Exemplo 1.1

A função = ( ) é periódica com período fundamental =2 e


= =1
2
frequência fundamental 0 2

Exemplo 1.2

A função constante = tem como período qualquer número real ≠0 e


não possui período fundamental.

Figura 1.3: Senóides: e cos ( )


As duas proposições a seguir nos dão duas propriedades importantes das funções
periódicas.

Proposição 1.1
Seja uma função periódica de período , então:

I. ( ), ≠ 0, é periódica de período ;
II. ( ), ≠ 0, é periódica de período .

Provas:
I. Suponha que ∗ é o período de ( ), de modo que = +
∗ ).

= ( + Fazendo = = ( + ∗ ).

=
, obtemos Logo

pela hipótese de que é periódica de período , concluímos que
onde ∗ = .
é o período de ( ), de modo que = + =
∗ 1 ∗
II. Suponha que
[ + ] . Fazendo = , obtemos = ( + ). Logo pela hipótese
∗ ∗

= =


de que é periódica de período , concluímos que onde .

Proposição 1.2
Sejam 1 e 2 duas funções periódicas de mesmo período 1 2
constantes reais quaisquer. A função ℎ definida por
; e duas

ℎ = 1 1 + 2 2( ),

também é periódica de período (isto é, a combinação linear de funções periódicas


de mesmo período também é periódica, com mesmo período das funções que foram
combinadas). Aqui a prova é muito simples e pode ser obtida diretamente:

ℎ + = 1 1 + + 2 2 + = 1 1 + 2 2 = ℎ( )

2.3 Série de Fourier

2 2

+ cos  + ( )
0
2 =1

Todas as infinitas parcelas são periódicas de período . No conjunto de valores de


para os quais a série converge, define uma função periódica de período .
Dizemos então que a Série de Fourier para e escrevemos:

2 2

( )~ + ( )+ ( )
0
2 =1
onde os coeficientes 0, e ( ℤ+
∗ ) são chamados Coeficientes de Fourier.
Como a função possui período fundamental , sua frequência fundamental é
=
2
0 . Assim reescrevemos a série na forma mais conveniente

( )~ + ( )+ ( )
0
2 =1
0 0

e frequência fundamental 0 = 2
Raciocinando no sentido inverso, seja uma função periódica de período
fundamental . Surgem duas questões:

I. Como determinar os coeficientes de Fourier 0, para que possamos


representar por uma série da forma?
II. Quais as condições que devemos impor sobre para que tal representação seja
possível?

2.3.1 Determinação do coeficiente de Fourier


Dada uma função f periódica de período T nosso objetivo é determinar os
Coeficientes de Fourier para esta função em particular. Em outras palavras,
determinar os coeficientes de Fourier da representação em Série de Fourier para a
dada função. Para tal fim lançaremos mão das relações de ortogonalidade
anteriormente discutidas.
•Determinação de a0
Integrando ambos os membros da série de Fourier sobre o intervalo [0, T]:

( ) = + ( )+ ( )
0
0 0 2 =1
0 0


= + ( ) + ( )
0
0 2 =1
0
0
0
0


= + ( ) − ( )
0
2 0 0
0
0 0
0
0
=1

= + ( )− (0) − ( )− ( )
0
2 =1 0
0


= + (2 ) − 0 − (2 )−1 =
0 0
2 =1 0 0 2

uma vez que (2 )=0e (2 ) = 1 ∀ ∈ ℤ. Assim o coeficiente a0 é


dado por
2
0 = ( )
0

•Determinação de an
( 0 ) e integrar
sobre o intervalo [0, ]:
Multiplicar ambos os membros da Série de Fourier por

( ) ( 0 )
0

= ( )
0


2 0

+ ( 0 ) ( 0 )
=1
+ ( 0 ) ( 0 )

= ( )
0
0 2 0

+ ( 0 ) ( 0 )
=1

+ ( 0 ) ( 0 )
0

A segunda integral do somatório é nula para ≠ e vale 2


para = . Assim
temos:

( ) ( ) = ( ) +
0
0
0
2 0
0
0 2

= − 0 +
0
2 0
0
2

= 2 − 0 + =
0
2 0 2 2

Sendo (2 )= 0∀ ∈ ℤ. Assim o coeficiente na é dado por


2
= ( ) ( 0 )
0

( )e integramos sobre o
• Determinação de bn
0
intervalo [0, ]. Verifica-se que
Multiplicando ambos os membros da série por

2
= ( ) ( 0 )
0

As equações da determinação de a0, an e bn são chamadas Fórmula de Euler- Fourier


e destinam-se ao cálculo dos Coeficientes de Fourier da série para um dada função

[0, ], mas como


periódica de período . Na dedução desta fórmulas integramos sobre o intervalo

, ( 0 ) ( 0 )

=
2
Onde 0 , são todas periódicas de mesmo período . Assim para o cálculo
dos coeficientes a0, an e bn podem integrar sobre qualquer intervalo de comprimento
.
2.3.2 Exemplos da Série de Fourier

Se : ℝ → ℝ é uma função periódica de período , então pode ser


representada por uma Série de Fourier da forma


( )~ + ( )+ ( )
0
2 =1
0 0

Onde ω0 é a frequência fundamental de (e também da Série de Fourier), dada


=
2
por . Os coeficientes a0, an e bn são dados pelas Fórmulas de Euler Fourier.

= ( ) ,
2 0
0

= ( ) ( )
2 0
0 , n= 1, 2, ...
= ( ) ( )
2 0
0 , n= 1, 2, ...

Determine a representação em Série de Fourier da onda quadrada.

Figura: Onda quadrada, período de 2

= =
2
O período desta onda quadrada é T = 2π e sua frequência fundamental 0
1. Sua forma analítica pode ser dada por:

−1, ≤ <0
( ) = , (2 + )= ( )
1, 0 ≤ <

• Cálculo de a0: usando a equação temos:

2 1 0 1 0 +1
= ( ) = − + = −
0
2 − − 0 − 0
1 1
=− 0+ + − 0 =− 1 + 1 = 0

0 = 1,
2
• Cálculo de an: com
= ( ) ( )
2 −
1 0
= − ( ) + ( )
− 0
1 1
=− ( ) 0 + ( )
− 0
1 1
=− (0) − (− ) + ( ) − (0)
1 1
= 0+ ( ) + ( )−0 = 0

Pois o seno de múltiplos inteiros de é zero.

• Cálculo de bn: com = 1, temos:

2
= ( ) ( )
2 −

1 0
= − ( ) + ( )
− 0

1 1
= ( ) 0 − ( )
− 0

1 1
= (0) − ( ) − ( ) − (0)

1 1 2
= 1− ( ) − ( ) − 1 = 1 − ( )

Sendo o cosseno par, cos ( nπ ) = cos( − nπ ). Substituindo a0 = 0, an = 0 e ω0 = 1 na


equação da forma de Fourier, a representação em Série de Fourier desta onda
quadrada tem a forma:


( )~ ( )
=1

Isto é, a Série só possui termos em senos. Substituindo o valor encontrado para bn

2

podemos escrever:

( )~ 1 − ( ) ( )
=1

0, é
Deste modo podemos reescrever bn como:

= 4
, éí

Isto é, temos apenas termos para valores ímpares de n. Assim, utilizando os valores
de bn dados pela equação que escreve bn a expansão da Série fica

4 4 4 4
( )~ ( ) + (3 ) + (5 ) + (7 )
3 5 7
+ ...

4 1

Ou, reescrevend0 na forma de somatório

( )~ (2 + 1)
2 + 1
=0
2.4 Aplicações da Série de Fourier

As séries de Fourier aplicam-se à resolução de numerosos problemas oriundos da


Física, da Engenharia e da própria Matemática. Referiremos seguidamente algumas
aplicações.

2.4.1 Aplicação à resolução de equações diferenciais

Figura x: Sistema de massa-mola- amortecedor


Consideremos o sistema constituído por uma mola vertical, com extremidade inferior
fixa e um corpo de massa m preso à extremidade superior da mola e ligado a um

( ) em cada instante t (força de excitação), o deslocamento vertical do corpo,


amortecedor conforme a figura acima. Supondo que o sistema é excitado por uma
força
x(t) (isto é, a resposta do sistema medida no eixo vertical x em cada instante t), é
governado pela equação diferencial:

" + ' + = ( ),
Em que c e k são constantes positivas que caracterizam o amortecimento do sistema
e a rigidez da mola, respectivamente. Se f é uma força periódica sinusoidal (isto é, f(t)
= a cos ωt + b sen ωt, em que a e b são constantes e ω é a pulsação da força), a
solução geral da equação diferencial é dada por:

( ) = ℎ( ) + ( )

onde xh(t) é a solução da equação homogénea associada e xp(t) é uma solução


particular da forma:
( ) = + ,
Com A e B constantes reais. Quando t tende para infinito (na prática, ao fim de um
intervalo de tempo suficientemente longo) tem-se que xh(t) → 0 . Consequentemente,
a solução geral x(t) tende para a solução particular xp(t) quando t → ∞, dizendo-se
então que esta última é a resposta do sistema em regime permanente. Pode assim
afirmar-se que, em regime permanente, a resposta do sistema a uma excitação
sinusoidal é uma oscilação harmónica de período igual ao da excitação.
O caso que nos interessa agora é aquele em que f é uma qualquer função periódica
que coincide com a soma da sua série de Fourier. O exemplo seguinte mostra-nos,
para uma destas funções, que a resposta do sistema em regime permanente é a
soma de uma infinidade de oscilações harmónicas de períodos iguais ao período de f
e a submúltiplos deste.

2.4.1.1Exemplo

Para o sistema de massa-mola-amortecedor descrito acima consideremos m = 1 Kg,


c = 0, 02 Ns/m e k = 25 N/m. Então escreve-se na forma:

" + 0,02 ' + 25 = ( )

Supondo que f é a onda triangular de período 2 dada em [ − , ] por

− − − ≤ < 0
( ) = 2
− 0≤ <
2
Pretende-se determinar a resposta do sistema em regime permanente.

Designando por g(t) a função do exemplo com = 2 (e portanto = 1 ),


tem-se

4 (2 + 1)

( ) − , ∀ ∈ ℝ
2 =1
( 2 + 1)²

Notando que ( ) = ( ) − 2
vem

4 1 1
( ) = − + 3 + 5 + ...
3² 5²
Consideremos então a equação diferencial
4
" + 0,02 ' + 25 = − ( = 1,3,5, . . . )
²
Cujo lado direito é o termo geral da série de Fourier. Atendendo a solução desta
equação em regime permanente é da forma

( ) = +

Calculando x’n (t) e x”n (t) e substituindo na equação diferencial, obtém-se


4(25 − 0,08
= − =−
²)
²
Em que D = ( 25 – n² )² + ( 0,02n )². Seja

( ) = 1( ) + 3( ) + 5 ( ) + ... = 2 +1 ( )
=0

A série de Fourier cujos termos são dados pela equação da fórmula em regime

'2 +1 ( ) "2 +1 ( )
permanente. O critério de Weierstrass (teorema 1) conclui-se que esta série bem
∞ ∞
=0 =0
como as séries são uniformemente
'2 +1 ( ) =

=0
convergentes. Consequentemente, pelo teorema 4,
'( ) "2 = "( ) .Então, substituindo em " + 0,02 ' + 25 =

=0 +1
( ), x(t), x’(t) e x”(t) pelas respectivas séries de Fourier obtém-se uma proposição
verdadeira concluindo-se, portanto, que a primeira daquelas séries é solução da
equação anterior em regime permanente.

( ) = 1( ) + 3( ) + 5 ( ) + . . . = ( ) é solução da
De referir finalmente que o procedimento utilizado no exemplo anterior para mostrar

=0 2 +1
que
equação " + 0,02 ' + 25 = ( ). onstitui uma aplicação do importante
princípio da sobreposição que, para este caso, se enuncia como segue: Se x1 e x2
são soluções da equação inicial com f = f1 e f = f2, respectivamente, então x = x1 + x2
é solução da mesma equação com f = f1 + f2.

2.4.2 Aproximação de uma função por um polinómio trigonométrico

Uma função periódica f seccionalmente suave pode ser decomposta na soma de


uma infinidade de harmónicas que constituem a sua série de Fourier. Considerando a
soma parcial de ordem k desta série,

passamos então a dispor de um polinómio trigonométrico de ordem k que aproxima a


função f. Supondo que f é periódica de período 2π, a questão que se põe agora é a
de saber se a equação é a “melhor” aproximação de f por um polinómio
trigonométrico de ordem k, no intervalo [− π, π]. Considerando o conjunto dos
polinómios trigonométricos, Tk, de ordem k, entende-se por “melhor” polinómio que
aproxima f em [− π, π] aquele que minimiza o valor de

quantidade que mede o erro da aproximação de Tk a f no intervalo [− π, π]. E


designa-se habitualmente por erro quadrático total de Tk relativo a f em [− π, π].
Então, o problema anterior consiste em determinar o polinómio trigonométrico Tk para
o qual E tem o menor valor possível. Este polinómio é precisamente a soma parcial
da série de Fourier como se mostra no teorema seguinte:

2.4.2.1 Teorema 13 (Propriedade mínima dos coeficientes de Fourier)


Seja f uma função de periódica de período 2π integrável em [− π, π]. Então, para
qualquer valor de k fixo, o erro quadrático total é mínimo se e só se os coeficientes de
Tk forem os coeficientes de Fourier de f. O valor mínimo do erro é dado por

sendo an e bn os coeficientes de Fourier de f.

Dem. Seja

Então, pela ortogonalidade das funções trigonométricas tem-se


Em que an e bn são os coeficientes de Fourier. Então −
( ) − ( ) ² é

( ) = ( ).
mínimo quando An = an, n = 0, 1,...,n e Bn = bn, n = 1, 2, . . . , n, isto
é, quando

O valor mínimo de E, Emin, obtém-se imediatamente substituindo na expressão acima


An e Bn por an e bn, respectivamente.

Corolário 14 (Desigualdade de Bessel)

Os coeficientes de Fourier de uma função f periódica de período 2π integrável em


[− π, π] verificam a desigualdade de Bessel:

Dem. Como o erro quadrático total é não negativo, segue-se da fórmula que

Passando ao limite esta desigualdade quando k tende para infinito, obtemos a


desigualdade de Bessel. Apresentamos agora sem demonstração um outro resultado
que provém da aplicação da teoria das séries de Fourier à aproximação de funções.

Teorema 15

Seja f uma função periódica de período 2π contínua em ℝ. Então para cada ∈ > 0
existe um polinómio trigonométrico

Os dois teoremas anteriores permitem provar a seguinte igualdade:

Teorema 16 (Identidade de Parseval)

Seja f uma função contínua periódica de período 2π. Então, os coeficientes de


Fourier da função f verificam a igualdade de Parseval:
Dem. Pelo teorema 15 para cada ∈> 0 existe um polinómio trigonométrico Tk de
ordem k tal que |f(x) − Tk(x)| < ∈. Esta desigualdade, o teorema 13 e o corolário 14
implicam que

3 Conclusão

Conclui-se que as séries de Fourier são modelos matemáticos utilizados para


desenvolver estudos relacionados a processos físicos, de tal modo que formam
representações de uma função periódica (muitas vezes, nos casos mais simples,
tidas como tendo período 2π) ou como uma soma de funções periódicas. Segundo
Fourier, qualquer função periódica, por mais complicada que seja, pode ser
representada como a soma de várias funções seno e cosseno com amplitudes, fases
e períodos escolhidos convenientemente. E mais, tais séries de funções podem ser
infinitas, de tal forma que a convergência destas séries dependem apenas da
diferenciabilidade da função f que é contínua por partes. Em resumo, qualquer função
f(x) pode, segundo Fourier, ser escrita na forma da soma de uma série de funções
seno e cosseno da seguinte forma geral: f(x) =
a0+a1sen(x)+a2sen(2x)+a3sen(3x)+...+b1cos(x)+b2cos(2x)+b3cos(3x)+... Os pontinhos
nessa equação indicam que os termos tipo seno e cosseno podem se estender
indefinidamente, se necessário, para melhor representação da função original f(x).
Restava então, achar uma forma de calcular os coefi cientes a0, a1, a2,a3,...,b1, b2,
b3,..., etc., de cada termo da série. Esses coefi cientes, como vemos, são as
amplitudes de cada onda componente do desenvolvimento em série. Pois foi isso que
Fourier conseguiu fazer: achou uma forma simples e elegante de calcular esses
coefi cientes, coisa que escapara de gigantes como Euler e Bernouilli.
4 Bibliografia

http://ltodi.est.ips.pt/matapl/material/sebentasDMAT/series_fourier4.pdf

http://www.matematica.pucminas.br/profs/web_fabiano/calculo4/sf.pdf

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