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Apostila

1ºANO
Professora
Rejanea Alves
Língua
Portuguesa

2020

1
Funções da Linguagem
As funções da linguagem são formas de utilização da linguagem segundo a intenção do falante.

Elas são classificadas em seis tipos: função referencial, função emotiva, função poética, função fática, função
conativa e função metalinguística.

Cada uma desempenha um papel relacionado com os elementos presentes na comunicação: emissor, receptor,
mensagem, código, canal e contexto. Assim, elas determinam o objetivo dos atos comunicativos.

Embora haja uma função que predomine, vários tipos de linguagem podem estar presentes num mesmo texto.

Função Referencial ou Denotativa


Também chamada de função informativa, a função referencial tem como objetivo principal informar,
referenciar algo.

Voltada para o contexto da comunicação, esse tipo de texto é escrito na terceira pessoa (singular ou plural)
enfatizando seu caráter impessoal.

Como exemplos de linguagem referencial podemos citar os materiais didáticos, textos jornalísticos e
científicos. Todos eles, por meio de uma linguagem denotativa, informam a respeito de algo, sem envolver
aspectos subjetivos ou emotivos à linguagem.

Exemplo de uma notícia

Na passada terça-feira, dia 22 de setembro de 2015, o real teve a maior desvalorização da sua história. Nesse
dia foi preciso desembolsar R$ 4,0538 para comprar um dólar. Recorde-se que o Real foi lançado há mais de 20
anos, mais precisamente em julho de 1994.

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Função Emotiva ou Expressiva
Também chamada de função expressiva, na função emotiva o emissor tem como objetivo principal
transmitir suas emoções, sentimentos e subjetividades por meio da própria opinião.

Esse tipo de texto, escrito em primeira pessoa, está voltado para o emissor, uma vez que possui um caráter
pessoal.

Como exemplos podemos destacar: os textos poéticos, as cartas, os diários. Todos eles são marcados pelo uso
de sinais de pontuação, por exemplo, reticências, ponto de exclamação, etc.

Exemplo de e-mail da mãe para os filhos

Meus amores, tenho tantas saudades de vocês … Mas não se preocupem, em breve a mamãe chega e vamos
aproveitar o tempo perdido bem juntinhos. Sim, consegui adiantar a viagem em uma semana!!! Isso quer dizer
que tenho muito trabalho hoje e amanhã.... Quando chegar, quero encontrar essa casa em ordem, combinado?!?

Função Poética
A função poética é característica das obras literárias que possui como marca a utilização do sentido conotativo
das palavras.

Nessa função, o emissor preocupa-se de que maneira a mensagem será transmitida por meio da escolha
das palavras, das expressões, das figuras de linguagem. Por isso, aqui o principal elemento comunicativo é a
mensagem.

Note que esse tipo de função não pertence somente aos textos literários. Também encontramos a função poética
na publicidade ou nas expressões cotidianas em que há o uso frequente de metáforas (provérbios, anedotas,
trocadilhos, músicas).

Exemplo de uma história sobre a avó

Apesar de não ter frequentado a escola, dizia que a avó era um poço de sabedoria. Falava de tudo e sobre tudo e
tinha sempre um provérbio debaixo da manga.

Função Fática
A função fática tem como objetivo estabelecer ou interromper a comunicação de modo que o mais
importante é a relação entre o emissor e o receptor da mensagem. Aqui, o foco reside no canal de comunicação.

Esse tipo de função é muito utilizada nos diálogos, por exemplo, nas expressões de cumprimento, saudações,
discursos ao telefone, etc.

Exemplo de uma conversa telefônica

— Consultório do Dr. João, bom dia!

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— Bom dia! Precisava marcar uma consulta para o próximo mês, se possível.
— Hum, o Dr. tem vagas apenas para a segunda semana. Entre os dias 7 e 11, qual a sua preferência?
— Dia 8 está ótimo.

Função Conativa ou Apelativa


Também chamada de apelativa, a função conativa é caracterizada por uma linguagem persuasiva que tem o
intuito de convencer o leitor. Por isso, o grande foco é no receptor da mensagem.

Essa função é muito utilizada nas propagandas, publicidades e discursos políticos, a fim de influenciar o
receptor por meio da mensagem transmitida.

Esse tipo de texto costuma se apresentar na segunda ou na terceira pessoa com a presença de verbos no
imperativo e o uso do vocativo.

Exemplos

 Vote em mim!
 Entre. Não vai se arrepender!
 É só até amanhã. Não perca!

Função Metalinguística
A função metalinguística é caracterizada pelo uso da metalinguagem, ou seja, a linguagem que refere-se à ela
mesma. Dessa forma, o emissor explica um código utilizando o próprio código.

Um texto que descreva sobre a linguagem textual ou um documentário cinematográfico que fala sobre a
linguagem do cinema são alguns exemplos.

Nessa categoria, os textos metalinguísticos que merecem destaque são as gramáticas e os dicionários.

Exemplo

Escrever é uma forma de expressão gráfica. Isto define o que é escrita, bem como exemplifica a função
metalinguística.

Funções da Linguagem e Comunicação


Abaixo, você encontra um diagrama com as funções da linguagem e sua relação com os elementos da
comunicação:

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Funções da linguagem: Exercícios
1. Identifique a frase em que a função da linguagem predominante é a função referencial.

a) Siga o meu exemplo. Você se sentirá melhor!


b) Estou muito animada com o meu novo emprego.
c) Existem três acentos gráficos na língua portuguesa.
d) Sim... Sei… Estou ouvindo, claro.

2. Qual a função da linguagem presente na frase: “Ligue agora! Não perca esta oportunidade!”

a) Função expressiva
b) Função apelativa
c) Função metalinguística
d) Função fática

3. Com qual elemento da comunicação está relacionada a função metalinguística da linguagem?

a) Código
b) Canal
c) Mensagem
d) Receptor

4. Indique quais as funções da linguagem presentes nas seguintes frases.

a) Alô? Alô?
b) 1995 foi um ano muito difícil para mim.
c) Que ódio! Que raiva!
d) Claro! Não é mesmo?

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5. Assinale as opções nas quais é usada, habitualmente, a função apelativa ou conativa da linguagem?

a) Discursos políticos
b) Horóscopos
c) Propagandas
d) Dicionários

6. Selecione as opções que indicam os elementos da comunicação.

a) Receptor
b) Contexto
c) Trasmissão
d) Código
e) Emissor
f) Intenção
g) Mensagem
h) Canal

7. Em qual função da linguagem a ênfase é dada ao contexto comunicativo, tendo como principal
objetivo informar o receptor da mensagem sobre um assunto específico?

a) Função apelativa ou conativa


b) Função metalinguística
c) Função fática
d) Função referencial ou denotativa

8. Assinale as duas opções que indicam caraterísticas da função emotiva ou expressiva.

a) É pessoal, sendo utilizada a 1.ª pessoa do discurso.


b) Predomina o uso de verbos no imperativo.
c) Há a presença de interjeições que enfatizam o discurso.
d) Transmite uma informação de forma clara, objetiva e direta.

9. Em qual função da linguagem a ênfase é dada ao código comunicativo, tendo como principal objetivo o
uso de um código que possibilite explicar o próprio código.

a) Função fática
b) Função metalinguística
c) Função referencial ou denotativa
d) Função apelativa ou conativa

10. Qual das seguintes opções não se refere a uma característica da função poética?

a) Privilegia a melodia e sonoridade das palavras.


b) Utiliza uma linguagem elaborada e cuidada.
c) Utiliza uma linguagem denotativa.
d) Procura criar uma comunicação bela e inovadora.

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ATIVIDADE SOBRE ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO

11. O pai conversa com a filha ao telefone e diz que vai chegar atrasado para o jantar.

Nesta situação, podemos dizer que o canal é:

a) o pai
b) a filha
c) fios de telefone
d) o código
e) a fala

12. Assinale a alternativa incorreta:

a) Só existe comunicação quando a pessoa que recebe a mensagem entende o seu significado.
b) Para entender o significado de uma mensagem, não é preciso conhecer o código.
c) As mensagens podem ser elaboradas com vários códigos, formados de palavras, desenhos, números
etc.
d) Para entender bem um código, é necessário conhecer suas regras.
e) Conhecendo os elementos e regras de um código, podemos combiná-los de várias maneiras, criando
novas mensagens.

13. Uma pessoa é convidada a dar uma palestra em Espanhol. A pessoa não aceita o convite, pois não sabia falar com
fluência a língua Espanhola. Se esta pessoa tivesse aceitado fazer esta palestra seria um fracasso porque:

a) não dominava os signos


b) não dominava o código
c) não conhecia o referente
d) não conhecia o receptor
e) não conhecia a mensagem

14. Um guarda de trânsito percebe que o motorista de um carro está em alta velocidade. Faz um gesto
pedindo para ele parar. Neste trecho o gesto que o guarda faz para o motorista parar, podemos dizer que
é:

a) o código que ele utiliza


b) o canal que ele utiliza
c) quem recebe a mensagem
d) quem envia a mensagem
e) o assunto da mensagem

15. A mãe de Felipe sacode-o levemente e o chama: “FELIPE, ESTÁ NA HORA DE ACORDAR”.
O que está destacado é:

a) o emissor
b) o código
c) o canal
d) a mensagem
e) o referente

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16. Podemos afirmar que Referente é:

a) quem recebe a mensagem


b) o assunto da mensagem
c) o que transmite a mensagem
d) quem envia a mensagem
e) o código usado para estabelecer comunicação

17. Observe a imagem ao lado e assinale a única alternativa que contenha apenas as afirmativas
verdadeiras:

I- Este texto apresenta diversos desvios à língua culta, portanto não transmite sua mensagem.
II- O canal em que essa mensagem foi produzida não atrapalha o entendimento da mesma.
III- A mensagem é religiosa, destinada a receptores cristãos.

Estão corretas apenas:

a) I
b) II
c) III
d) I e III
e) II e III

18. De acordo com a imagem abaixo assinale V ou F nos parênteses e depois assinale a letra correta:

( ) A situação do texto é um pedido de ajuda que não foi compreendido.

( ) O emissor não entende a mensagem do receptor.

( ) O código usado nesta comunicação é a língua portuguesa.

( ) A palavra “hora” causou a confusão no diálogo.

( ) Os sinais feitos com o dedo pelo homem que está atrás do carro não transmitem sentido nesta imagem.

( ) Os sinais feitos com o dedo pelo homem que está atrás do carro são exemplos de linguagem não-verbal.

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A sequência correta é:

a) VFVVFV
b) VFVVFF
c) FFVVFV
d) VFFVFV

19. Observe os elementos da comunicação:

I) Emissor: Revista Veja


II) Receptor: os leitores da publicação.
III) Canal: língua portuguesa
IV) Código: mídia impressa
V) Contexto ou referente: principal - bullying nas escolas
VI) Mensagem: Abaixo a tirania dos valentões (principal).

Está(ao) INCORRETOS:

a) I, III
b) III, IV
c) IV, VI
d) V e VI

20. Comunicação só poderá existir quando duas ou mais pessoas estiverem interagindo em torno
de uma mensagem, seja ela escrita ou oral por canais, como rádio, telefone, carta, etc. Para que
haja comunicação, é necessária a interação de vários elementos.
Sobre os elementos da comunicação, assinale a alternativa que corresponde ao veículo que permite
a transmissão da mensagem.

a) Emissor.
b) Receptor.
c) Ruído.
d) Canal.
e) Mensagem.

Texto para as questões 21 e 22.


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A parte da senzala que era habitada pelas negras
solteiras, logo que o sol iluminou as grades das
janelas que davam para o vale, tornou-se
movimentada. Mulheres de chimangos quase
brancos, os braços muito pretos de fora, falavam
em voz baixa e gesticulavam nervosamente.
Algumas delas mais velhas diziam palavras
africanas na excitação em que estavam e não se
compreendiam porque eram de diversas nações e
haviam sido escolhidas já de propósito assim,
para que não formassem grupos à parte, com a
linguagem secreta de uma só algaravia.
(Cornélio Pena, A Menina Morta)

21. Sobre o texto, leia os itens seguintes.

I. As escravas dispunham de um código comum de palavras africanas.


II. Fora intencional o agrupamento de escravas provenientes de nações diversas.
III. A falta de uma língua comum dificultava as relações que mantinham com a administração.

Está correto o que se afirma em

a) I e II, somente.
b) I e III, somente.
c) II, somente.
d) II e III, somente.
e) todos os itens.

22. A afirmação contida no item II pode ser confirmada no trecho: “eram de diversas nações e haviam
sido escolhidas já de propósito assim”. O que se afirma no item I é contraditório em relação ao que se
afirma em II, e o item III está incorreto porque não se menciona no texto a dificuldade no
relacionamento entre as escravas e a administração. No texto, algaravia

I. É o mesmo que um código não verbal no caso de povos iletrados.


II. Designa uma língua estranha aos membros de outro grupo.
III. É a mistura de palavras africanas com palavras da língua portuguesa.

Está correto o que se afirma em


a) I e II, somente.
b) I e III, somente.
c) II, somente.
d) II e III, somente.
e) todos os itens.

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23.

O humor da imagem acima está em

a) subverter a lógica convencional ao unir objetos de universos culturais diferentes.


b) transformar a expressão idiomática (utilizada por homens) “tirar água do joelho”, que significa urinar, no seu
equivalente fotográfico, tomada a expressão em seu sentido literal.
c) instaurar uma divergência entre sentido figurado e representação iconográfica.
d) apresentar uma desproporção entre o universo civilizado e o selvagem.
e) utilizar o eufemismo, ou seja, a suavização de expressões chocantes ou grosseiras.

24. Observe a tirinha abaixo e assinale a letra que contenha as afirmativas verdadeiras:

I- A comunicação é iniciada pela personagem feminina através do código da língua portuguesa falada.
II- Pode-se inferir que o personagem masculino, no segundo quadrinho, ignora a interação iniciada pela
companheira, portanto não há comunicação entre eles.
III- A intenção desta tirinha é fazer uma intertextualidade com a atual situação política do nosso Brasil.

Está (ão) correta (s):

a) I apenas
b) II apenas
c) III apenas
d) I e III
e) II e III

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25. Ainda sobre o texto acima, a função da linguagem predominante é a:

a) Metalinguística, pois a personagem feminina usa a língua portuguesa para explicar a má fase do seu
relacionamento.
b) Fática, visto que ela tenta estabelecer um diálogo com o parceiro.
c) Expressiva, uma vez que a personagem feminina expõe o que está sentindo pela má fase do seu
relacionamento.
d) Conativa, pois a personagem feminina tenta convencer o parceiro a discutir a relação.
e) Referencial, porque a personagem feminina avisa ao seu parceiro a real situação da relação deles.

26. Da imagem abaixo se pode compreender que:

a) O anúncio tem por objetivo conscientizar/persuadir o leitor a aderir a um projeto de proteger a natureza.
b) O anuncio foi criado para explorar o sentido único da expressão “filho da mãe”.
c) O objetivo principal deste texto é passar uma informação.
d) A expressão “filho da mãe” causa estranheza ao leitor e foi usada no sentido pejorativo.
e) O canal para veicular está mensagem é a revista Época e a função da linguagem predominante é a
referencial.

27. Leio o texto abaixo e assinale a única alternativa correta:

LEGISLATIVO APROVA MEDIDA PROVISÓRIA


QUE CONGELA SALÁRIO DOS SERVIDORES DA
PARAÍBA EM 2016

A Medida Provisória 242, editada pelo


governador Ricardo Coutinho (PSB) e que dispõe
sobre a suspensão dos reajustes salariais dos
servidores do Estado, acabou sendo aprovada
durante sessão realizada nesta terça-feira (15-03-
2016), em meio a discursos acalorados entre as
bancadas de situação e oposição.
A matéria foi aprovada por 19 votos favoráveis
contra 10 votos contrários.
Votaram a favor os deputados Adriano Galdino
(PSB), Anísio Maia (PT), Arthur Cunha Lima Filho (PT
do B), Branco Mendes (PEN), Buba Germano (PSB),
Caio Roberto (PR), Doda de Tião, Edmilson Soares
(PEN), Hermano Santos, Estela Bezerra (PSB),
Galego Souza, Genival Matias (PT do B), Gervasinho
(PSB), Hervázio Bezerra (PSB), Inácio Falcão (PT do
B), Nabor Wanderley (PMDB), Olenka Maranhão
(PMDB), Tião Gomes (PSL) e Zé Paulo.
Os votos contrários foram dos deputados
Arnaldo Monteiro (PSC), Bruno Cunha Lima (PSDB),

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Camila Toscano (PSDB), Dinaldinho (PSDB), Frei
Anastácio (PT), José Aldemir (PEN), Jutay Menezes
(PRB), Raniery Paulino (PMDB), Renato Gadelha
(PSC) e Tovar Correa Lima (PSDB).
Assinada pelo governador Ricardo Coutinho
(PSB), a matéria suspendeu os reajustes das
remunerações e subsídios dos servidores ativos civis
e militares da administração direta e indireta,
inclusive dos proventos dos servidores inativos e
pensionistas.

(http://opipoco.com.br/)

a) O texto acima é uma notícia em que o código usado para transmiti-la foi o site http://opipoco.com.br/.
b) Segundo o texto, os servidores do estado da Paraíba terão seus salários reajustados em data já marcada pelo
governo.
c) A função da linguagem predominante no texto é a referencial, visto que o texto traz uma informação para o
leitor.
d) Segundo o texto, a MP foi aprovada de forma unânime, isto é, sem resistência nenhuma.
e) A função da linguagem predominante no texto é a metalinguística, visto que o texto explica para o leitor os
motivos da aprovação da MP 242.

28. Leia um diálogo típico das redes sociais e assinale a única alternativa correta:

k@ty@: - Kd vc? To c sds de vc!

Artur: - To em kza, hj tah fmz aki.

k@ty@: - Pq vc naum resp m msg?

Artur: - Rlx, to d boa. Jah t lg.

a) Essa passagem não se concretiza como texto, pois, as regras gramaticais de ortografia, acentuação, utilização
da letra maiúscula etc, são totalmente deixadas de lado pelo autor do scrap.
b) Em um ponto de vista gramatical a passagem não corresponde a um texto porque ela não expressa
claramente a informação que o autor (dele) quis passar.
c) Não corresponde a um texto por não apresentar coesão e coerência, além disso o texto não pode ser
compreendido por causa das falhas gramaticais.
d)Trata-se de um texto verbal coerente, que se manifesta através abreviações e símbolos, os quais, na escrita,
provocam estranheza, mas, lidos no seu lugar de origem, cumprem sua função comunicativa.
e) Trata-se de um texto verbal que evidencia a linguagem digital, e é considerado errado, pois o local em que
foi empregada essa linguagem, o Whatsapp, não é suporte para esses desvios ao português padrão.

29. Leia o texto abaixo e assinale a única alternativa CORRETA:

Ao sair do boteco, todo embriagado, consegue


chegar em casa com muito custo. Abre a porta e vai
correndo para o banheiro. Assustado, corre para o
quarto e acorda a mulher:
- Ô muié....Essa casa tá mal assombrada! Eu abri a
porta do banheiro e a luz acendeu sozinha. Depois,
fechei a porta e a luz apagou sozinha.... A mulher,
pê da vida, grita:
- Filho da mãe!!! Você mijou na geladeira de novo!!!!

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a) O humor do texto está na fala da mulher.
b) O canal neste texto é a porta da geladeira.
c) O código deste texto é a língua portuguesa ( no nível coloquial).
d) A função da linguagem predominante é a referencial, tendo em vista o diálogo dos dois.
e) O emissor da mensagem é a mulher do bêbado.

30. Analise a imagem abaixo e assinale a única letra correta:

a) A imagem acima representa como os seis elementos da comunicação trabalham na hora de um diálogo.
Vemos que neste exemplo o código são gestos.
b) A imagem acima representa como os seis elementos da comunicação trabalham na hora de um diálogo.
Vemos que neste exemplo o canal são gestos.
c) A imagem acima representa como os seis elementos da comunicação trabalham na hora de um diálogo.
Vemos que neste exemplo o emissor foi demitido.
d) A imagem acima representa como os seis elementos da comunicação trabalham na hora de um diálogo.
Vemos que neste exemplo não houve comunicação, porque o receptor não captou a mensagem correta.
e) A imagem acima representa como os seis elementos da comunicação trabalham na hora de um diálogo.
Vemos que neste exemplo não houve comunicação, porque o emissor não captou a mensagem correta.

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Fonemas
Fonemas são os sons que produzimos para que possamos expressar nossas ideias e emoções e são considerados
como sendo as menores unidades sonoras que formam as palavras de uma língua. A Fonologia é parte da
Gramática destinada ao estudo sobre a organização e a classificação dos Fonemas. Grande parte dos falantes de
uma língua produz sons que se articulam e formam as palavras, as quais são essenciais para a comunicação
verbal humana e são divididas em unidades menores: as letras e as sílabas. Dessa forma, podemos dizer que as
letras são a representação gráfica do Fonema.

Vejamos os exemplos das palavras abaixo:

a) Caderno

Letras: c, a, d, e, r, n, o.
Fonemas: / c /, / a /, / d /, / e /, / r /, / n /, / o /.
Na palavra 'caderno', o número de letras (7) representa o número de fonemas (7).
b) Holofote
Letras: h, o, l, o, f, o, t, e.
Fonemas: / o /, / l /, / o /, / f /, / o /, / t /, / e /.
Na palavra 'holofote', o número de letras (8) não corresponde ao número de fonemas (7), já que a letra 'h' não representa nenhum
som/fonema.
c) Nexo
Letras: n, e, x, o.
Fonemas: / n /, / e /, / k /, / s /, / o /.

Na palavra 'nexo', o número de letras (4) não corresponde ao número de fonemas (5). Isso acontece porque,
nessa palavra, a letra 'x' carrega consigo dois sons distintos: 'ks'.

Agora, vamos compreender como são classificados os fonemas?

Para falar sobre a classificação dos Fonemas, é importante conhecermos anteriormente os diferentes tipos de
sons/fonemas que são produzidos pela corrente de ar que passa dos pulmões para nossa boca e/ou nariz e que
faz vibrar ou não as nossas pregas vocais:

1. Fonemas Orais: Quando a corrente de ar é liberada apenas pela boca.

2. Fonemas Nasais: Quando a corrente de ar é liberada parcialmente pela boca e pelas narinas.

3. Fonemas Sonoros: São aqueles que promovem a vibração das pregas vocais.

4. Fonemas Surdos: São aqueles que não promovem a vibração das pregas vocais.

Agora que você já sabe que as correntes de ar que passam pelas pregas vocais influenciam no surgimento de
diferentes tipos de sons, vejamos, mais detalhadamente, a classificação dos fonemas.

VOGAIS

Na Língua Portuguesa, temos cinco vogais, as quais são consideradas a base das sílabas que compõem as
palavras. São elas: A, E, I, O, U.

As vogais são classificadas de acordo com a sua intensidade, timbre e articulação. Vejamos cada uma delas:

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1. Intensidade: Tônicas, semitônicas e átonas.
2. Timbre: Abertas ou fechadas.

3. Articulação:

a) Pelo modo de pronúncia: oral (passagem pela boca) ou nasal (passagem pela boca e pelo nariz);

b) Pelo ponto (posicionamento da língua na boca ao pronunciar a vogal): posterior, central ou anterior.

SEMIVOGAIS

As semivogais são os fonemas / i / e / u / quando aparecem com outras vogais em uma mesma sílaba. Na
Língua Portuguesa, a semivogal / i / pode ser representada pelas letras 'i' e 'e', e a Semivogal 'u' pode ser
representada pelas letras 'u' e 'o' Em alguns estados brasileiros, a letra 'l' pode ter o som da semivogal 'u',
como na palavra 'milharal', que pode ser pronunciada como [milharaw].

CONSOANTES

Na Língua Portuguesa, temos 19 consoantes: B, C, D, F, G, J, K, L, M, N, P, Q, R, S, T, V, W, X, Z. Lembre-


se de que a letra 'H' não é considerada consoante porque não possui som ou ruído e, dessa forma, é considerada
como sendo uma letra diacrítica.

Exercícios sobre Fonemas


Questão 1

Marque a alternativa que esclarece quais são os aspectos da Língua Portuguesa analisados na Fonologia:

a) A Fonologia trata do estudo das palavras formadas apenas por vogais.


b) A Fonologia estuda as vogais e as consoantes das línguas latinas.
c) A Fonologia é a parte da Gramática destinada ao estudo da organização e classificação dos Fonemas.
d) Na Fonologia, estudamos apenas os fonemas (sons) e as letras das línguas. É a Fonética que trata do estudo
das sílabas e acentuação das palavras.

Questão 2

Marque a alternativa cuja palavra seja formada por 8 letras e 7 fonemas:

a) Sucedida
b) Caminhando
c) Grandes
d) Espelhos
e) Ressoou

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Questão 3

Marque a alternativa correta a respeito dos fonemas:

a) Na palavra 'exercícios', há 10 letras e 11 fonemas, já que, para pronunciá-la, necessitamos de formar o


fonema /xz/: /e/ /x/ /z/ /e/ /r/ /c/ /i/ /c/ /i/ /o/.
b) Na palavra 'holofote', o número de letras corresponde ao número de fonemas.
c) As consoantes produzem som se estiverem obrigatoriamente ao lado de uma vogal.
d) Fonemas são os sons produzidos pela corrente de ar que passa pelos pulmões para nossa boca e/ou nariz e
que faz vibrar ou não as pregas vocais.

Questão 4

Com relação aos estudos dos Fonemas, há apenas uma alternativa incorreta. Identifique:

a) As semivogais são os fonemas /i/ e /u/ quando aparecem com outras vogais em uma mesma sílaba.
b) Na palavra 'nexo', há 4 letras e 5 fonemas.
c) Fonemas orais são aqueles cuja corrente de ar é liberada apenas pela boca.
d) Com o Novo Acordo Ortográfico, a língua portuguesa possui 18 consoantes e uma semiconsoante, a letra H.
e) As letras são as representações gráficas dos fonemas.

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Fonética e Fonologia

A Gramática registra e descreve todos os aspectos das línguas. Como sabemos, esses aspectos são diversos e
seu estudo é organizados em partes: Fonética e Fonologia, Morfologia e Sintaxe (morfossintaxe), Semântica
e Estilística.

Neste texto vamos refletir a respeito da primeira parte dos estudos da Gramática Descritiva, a Fonética e
Fonologia, que tratam dos aspectos fônicos, físicos e fisiológicos da nossa língua.

 Fonética

A Fonética é o estudo dos aspectos acústicos e fisiológicos dos sons efetivos (reais) dos atos de fala no que
se refere à produção, articulação e variedades. Em outras palavras, a Fonética preocupa-se com os sons da
fala em sua realização concreta. Quando um falante pronuncia a palavra 'dia', à Fonética interessa de que
forma a consoante /d/ é pronunciada: /d/ /i/ /a/ ou /dj/ /i/ /a/.

 Fonologia

A Fonologia é o estudo dos Fonemas (os sons) de uma língua. Para a Fonologia, o fonema é uma unidade
acústica que não é dotada de significado. Isso significa que os fonemas são os diferentes sons que
produzimos para exprimir nossas ideias, sentimentos e emoções a partir da junção de unidades distintas. Essas
unidades, juntas, formam as sílabas e as palavras.

A palavra 'Fonema' tem origem grega (fono = som + emas = unidades distintas) e representa as menores
unidades sonoras que formam as palavras. As palavras são a unidade básica da interação verbal e são
criadas pela junção de unidades menores: as sílabas e os sons, na fala, ou as sílabas e letras, na escrita.

Os fonemas são classificados em vogais, semivogais e consoantes. Essa classificação existe em virtude dos
diferentes tipos de sons produzidos pela corrente de ar que sai dos nossos pulmões e é liberada, com ou sem
obstáculos, pela boca e/ou pelo nariz.

Fonética – Exercícios
01. Os vocabulários passarinho e querida possuem:

a) 6 e 8 fonemas respectivamente;
b)10 e 7 fonemas respectivamente;
c) 9 e 6 fonemas respectivamente;
d) 8 e 6 fonemas respectivamente;
e) 7 e 6 fonemas respectivamente.

02. Quantos fonemas existem na palavra paralelepípedo:

a) 7
b) 12
c) 11
d) 14
e) 15

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03. Qual a palavra que teríamos, se trocássemos a consoante grifada de pata pela sua homorgânica, teremos:

a) bata
b) lata
c) mata
d) cata
e) nata

04. Trocando-se a consoante linguodental da palavra nata pela sua homorgânica, teremos:

a) lata
b) tata
c) nada
d) pata
e) data

05. Assinale a alternativa em que a palavra contenha ditongo oral crescente:

a) equestre
b) guerreiro
c) quando
d) poucos
e) ninguém

06. Os vocábulos pequenino e drama apresentam, respectivamente:

a) 4 e 2 fonemas
b) 9 e 5 fonemas
c) 8 e 5 fonemas
d) 7 e 7 fonemas
e) 8 e 4 fonemas

07. (OSEC) Em que conjunto de signos só há consoantes sonoras?

a) rosa,deve,navegador;
b) barcos, grande, colado;
c) luta, após,triste;
d) ringue, tão, pinga;
e) que, ser, tão.

08. O “I” não é semivogal em:

a) Papai
b) Azuis
c) Médio
d) Rainha
e) Herói

19
09. Assinale a alternativa que apresenta apenas hiatos:

a) muito, faísca, balaústre.


b) guerreiro, gratuito, intuito.
c) fluido, fortuito, Piauí.
d) tua, lua, nua.
e) n.d.a.

10. Em qual dos itens abaixo todas as palavras apresentam ditongo crescente:

a) Lei, Foice, Roubo


b) Muito, Alemão, Viu
c) Linguiça, História, Área
d) Herói, Jeito, Quilo
e) Equestre, Tênue, Ribeirão

20
Morfossintaxe – Ênfase em Regência e Crase: TERMOS LIGADOS AO VERBO –
MORFOLOGIA - Estudo das classes das palavras SINTAXE - Estudo das funções das palavras no contexto
1. Substantivo 1. Sujeito (base “substantiva”)
CONTEÚDO- nomeia os seres, ações, qualidades, sensações, Sujeito Determinado: Simples, Composto, Elíptico, Oracional.
sentimentos etc. Sujeito Indeterminado
FORMA - flexões: gênero, número e grau. Oração sem Sujeito
SINTAXE – aparece como núcleo dos termos.
2. Artigo 2. Predicado
CONTEÚDO – define ou indefine o substantivo. Predicado Verbal – verbo de ação.
FORMA - flexões: gênero, número. Predicado Nominal – verbo de ligação + predicativo do sujeito.
SINTAXE – adjunto adnominal. Predicado Verbo-Nominal – verbo de ação + predicativo.
3. Adjetivo 3. Complementos Verbais (base “substantiva”)
CONTEÚDO- expressa qualidade, característica, modo de ser etc. Objeto Direto – sem preposição obrigatória.
FORMA - flexões: gênero, número e grau. Objeto Direto Preposicionado – com preposição não obrigatória.
SINTAXE – se acompanha um nome, funciona como adjunto Objeto Direto Pleonástico – repetido na oração.
adnominal ou predicativo; Objeto Direto Cognato ou Interno – mesmo radical do verbo.
se substitui o nome: tem valor de substantivo, será núcleo Objeto Indireto – com preposição obrigatória.
de alguns termos ( adjetivo substantivado). Objeto Indireto Pleonástico – repetido na oração.
4. Numeral 4.Agente da Passiva (base “substantiva”)
CONTEÚDO –expressa a quantidade exata de seres de uma espécie ou Termo presente na Voz Passiva: designa o ser que realiza a ação verbal da qual o
a posição exata que eles ocupam em uma sequência. sujeito é o paciente.
FORMA - flexões: gênero, número. - Lembre-se de que Voz Passiva só existe com VTD ou VTDI.
SINTAXE – se acompanha o nome, funciona como adjunto adnominal;
se substitui o nome: tem valor de substantivo, será núcleo de Agente da Passiva é termo preposicionado marcado pela presença das
alguns termos ( numeral substantivado). preposições “por”, “pelo(a)(s)”, “de”, “a”.
5.Pronome 5.Predicativo( base “adjetiva”)
CONTEÚDO –praticamente vazio de significado, mas remete a quem Predicativo do Sujeito
fala, a quem ouve ou a um assunto que se desenvolve. Predicativo do Objeto
FORMA - gênero, número e pessoa.
SINTAXE – se acompanha o nome: tem valor adjetivo e funciona como Caracteriza o nome FORA do termo ao qual se refere.
adjunto adnominal; Aparece sob a forma de
se substitui o nome: tem valor de substantivo, será núcleo  Adjetivo ou palavra adjetivada;
de alguns termos( pronome substantivo).  Locução adjetiva.
6.Verbo 6.Complemento Nominal (base “locução adjetiva”)
CONTEÚDO –expressa ação, estado, mudança de estado, fenômeno. Termo “argumental”, completa o sentido de um
FORMA - flexões: número, pessoa, tempo, modo, voz e aspecto. -substantivo abstrato;
SINTAXE – verbo funciona como núcleo do predicado, exceto o verbo - adjetivo;
de ligação, que tem função conectiva; - advérbio.
se substitui o nome: tem valor de substantivo, será núcleo
de alguns termos (verbo substantivo). Substantivo abstrato Locução Adjetiva Paciente
VERBO DE AÇÃO VERBO DE LIGAÇÃO Escalada da montanha
Verbo Intransitivo – sem OD e OI Adjetivo Locução Adjetiva
VTD – com OD contrário à concorrência
VTI – com OI Advérbio Locução Adjetiva
VTDI – com OD + OI contrariamente à concorrência
7.Advérbio 7.Adjunto Adverbial (base “adverbial)
CONTEÚDO – expressa uma circunstância (lugar, tempo, modo, Expressam circunstância de lugar, tempo, modo, finalidade, causa,
intensidade, afirmação, negação, dúvida ,causa, ordem, companhia, instrumento, companhia, assunto ou matéria tratada etc.
instrumento, companhia etc.) Aparece sob a forma de
FORMA – é palavra invariável, não sofre flexões.  Advérbio ou palavra adverbializada;
SINTAXE – modifica um verbo, adjetivo, outro advérbio ou ainda toda  Locução adverbial;
uma afirmativa expressa em uma frase (será oração subordinada  Oração adverbial.
adverbial).
8.Preposição 6.Adjunto Adnominal (base “adjetiva”)
CONTEÚDO –pode estabelecer relações de sentido( tipo, lugar, Determinante nominal DENTRO do termo ao qual se refere.
material, posse etc) entre as palavras ou atender a uma necessidade Aparece sob a forma de
determinada por alguns verbos e nomes( substantivos, adjetivos,  Artigo;
advérbios)  Numeral;
FORMA - é palavra invariável, não sofre flexões.  Pronome;
SINTAXE – relaciona palavras, complementando-as ou explicitando-as.  Adjetivo;
É um conectivo, palavra de ligação, sem função sintática.  Locução Adjetiva ( ligada a substantivo concreto ou a substantivo
abstrato, neste último funciona como Agente do nome).
9.Conjunção 9.Aposto ( base “substantiva”)
CONTEÚDO –é capaz de estabelecer relações lógicas entre as orações Aposto Explicativo
ou termos de igual valor sintático. Aposto Enumerativo
FORMA - é palavra invariável, não sofre flexões. Aposto Restritivo, Especificativo
SINTAXE – relaciona palavras de igual valor sintático ou orações . É Aposto Distributivo
um conectivo, sem função sintática. Aposto Resumitivo
10. Interjeição 10. Vocativo (base “substantiva”)
CONTEÚDO –expressa um sentimento, uma emoção súbita, um Chamamento: cuidado para não confundir com sujeito.
chamamento. De imenso valor conotativo. Manuel, tens razão.
FORMA – é palavra invariável, não sofre flexões. Vocativo: Manuel
SINTAXE – não se relaciona com os demais elementos. tu: sujeito oculto, desinencial, elítico, subentendido

21
Termo Regente Termo Regido

ADJUNTO ADVERBIAL ( de lugar, de modo, de tempo,de intensidade, de negação, de


afirmação, de dúvida, de finalidade, de causa, de companhia, de instrumento, de assunto...)

No Brasil, muitas crianças morrem de fome.


Adjunto adverbial de lugar VI adjunto adverbial de causa

Conversamos sobre cinema.


VI adjunto adverbial de assunto

Matou a mulher com a navalha


VTD OD adjunto adverbial de instrumento

Viajou com a sogra.


VI adjunto adverbial de companhia

OBJETO DIRETO ( sem preposição obrigatória)


Ele quer uma xícara de chá.
VTD OD
VERBO
A greve implicou demissões.
VTD OD

A mãe agradou o filho.


VTD OD

Entreguei o livro ao rapaz.


VTDI OD OI

OBJETO INDIRETO ( com preposição obrigatória)

Precisamos de Deus.
VTI OI

Confiamos n‟Ele.
VTI OI

A mãe agradou ao filho


VTI OI

Entreguei o livro ao rapaz.


VTDI OD OI

AGENTE DA PASSIVA ( com preposição obrigatória: “por”, “pelo(a)(s)”, “de”, “a”)

Este quadro foi pintado por Renoir.


VTD agente da passiva

Ela é estimada de todos.


VTD agente da passiva

O motor é movido a gás.


VTD agente da passiva

A conta foi paga por Pedro.


VTDI agente da passiva

22
NÍVEL 1
PREPOSIÇÃO: Classe invariável que liga um termo dependente a um termo principal, estabelecendo uma
relação de subordinação entre ambos.

Muito estudada em Crase, Regência Verbal e Regência Nominal.

Termo principal Regência Termo dependente Resultado


Termo subordinante preposição Termo subordinado
Termo antecedente Termo conseqüente
Termo regente Termo regido

Recorremos a (o) Jerônimo. a(o) Jerônimo


Visamos a a promoção. à promoção.
Aspiramos a a promoção. à promoção.
Aspiramos X o ar do campo. o ar do campo.

Quando o termo regente é um verbo, há um caso de Regência Verbal.


Ex.: Recorremos a Jerônimo.

Quando o termo regente é um nome, há um caso de Regência Nominal.


Ex.: A luta contra o mal.

Se o termo regente exige a preposição a e se há no termo regido o artigo definido a, então


ocorre o fenômeno linguístico de crase, com o uso obrigatório do acento grave.
Ex.: Visamos à promoção. Aspiramos à promoção.

CLASSIFICAÇÃO DA PREPOSIÇÃO
Preposições essenciais a, ante, até, após, com, contra, de , desde, em, entre, para, per, perante, por,
sem , sob, sobre, trás.

Preposições acidentais conforme (de acordo com), consoante, segundo, durante, mediante, visto
( devido a, por causa de), como ...

Locuções prepositivas São expressões com a função das preposições.


Em geral são formadas de advérbio ( ou locução adverbial) + preposição:
Abaixo de, acima de, a fim de, além de, atrás de, através de, até a, a favor de,
sob pena de, à medida de, à moda de

ANÁLISE SINTÁTICA DA PREPOSIÇÃO


A preposição é vazia de análise sintática.

DESAFIO
1. (FGV –FNDE-2007-N. Médio) ―A primeira é tecnológica: a internet começou, há vários anos, a erodir a receita da
indústria cultural.‖
No trecho acima, é correto afirmar que estão presentes:
(A) três artigos definidos e duas preposições.
(B) três artigos definidos e três preposições.
(C) cinco artigos definidos e uma preposição.
(D) três artigos definidos e uma preposição.
(E) quatro artigos definidos e duas preposições.

―A primeira é tecnológica: a internet começou, há vários anos, a erodir a receita da indústria cultural.‖

23
NÍVEL 2
ADVÉRBIO: Classe invariável usada para indicar as circunstâncias em que ocorre a ação verbal.

ANÁLISE SINTÁTICA DO ADVÉRBIO


Sempre funcionará o advérbio e a locução adverbial como adjunto adverbial.

CLASSIFICAÇÃO DOS ADVÉRBIOS


Tempo Lugar Modo
hoje; logo; primeiro; ontem; tarde; aqui; antes; dentro; ali; adiante; fora; bem; mal; melhor; pior; assim; aliás;
outrora; amanhã; cedo; dantes; acolá; atrás; além; lá; detrás; aquém; cá; depressa; devagar; como; debalde;
depois; ainda; antigamente; antes; acima; onde; perto; aí; abaixo; aonde; sobremodo; sobremaneira; quase;
doravante; nunca; então; ora; defronte longe; debaixo; principalmente etc.
jamais; agora; sempre; já; enfim etc. algures (em algum lugar);
alhures(em outro lugar); Obs.: muitos advérbios de modo formam-se
nenhures(em nenhum lugar) juntando mente à forma feminina do adjetivo
etc
Quantidade Afirmação Negação

muito; pouco; mais; menos; sim; certamente; realmente; decerto; não; nem; nunca; jamais tampouco etc.
demasiado; quanto; quão; tanto; tão; efetivamente etc.
assaz; que (equivale a quão); tudo;
nada; todo; bastante; quase etc.
Dúvida Exclusão (*) Inclusão (*)
acaso; porventura; possivelmente; apenas; exclusivamente; salvo; ainda; até; mesmo; inclusivamente; também
provavelmente; quiçá; talvez etc. senão;somente; simplesmente; só; etc.
unicamente etc.
Ordem Designação (*) Interrogação

depois; primeiramente; ultimamente Eis onde? como? quando? porque?

(*) Podem ser classificados como palavras denotativas

REVISÃO: PALAVRAS DENOTATIVAS


NÃO POSSUEM CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS DE NENHUMA DAS DEZ CLASSES.
1. INCLUSÃO (*) Até, inclusive, mesmo, também...
―Eu também vou.‖, ―Aqui falta tudo, até água.‖

2. EXCLUSÃO (*) Apenas, salvo, senão, só, somente, menos, exceto, sequer...
―Da família só elas duas morreram‖; ―Ninguém, senão Deus, faria.‖

3. DESIGNAÇÃO (*) Eis... ―Eis o pedido que te fiz.‖

4. REALCE Cá, lá, é que, só, ainda...


― Eu lá lembro?‖

5. RETIFICAÇÃO Aliás, ou antes, ou melhor, isto é...

6. SITUAÇÃO Afinal, agora, então, mas, já...


―Desculpe-me, mas sente-se mal?‖

7. EXPLICAÇÃO Isto é, a saber, por exemplo... ―Por exemplo, ele não veio.‖

8. AFETIVIDADE Felizmente, infelizmente, ainda bem ―Ainda bem que ele não veio.‖

24
MAIS UM POUCO DE ADJUNTO ADVERBIAL

ADJUNTO ADVERBIAL Indica uma CIRCUNSTÂNCIA. - ADJUNTO ADVERBIAL


 de Modo
Expresso por advérbio, O adjunto adverbial é o termo Maria sai apressadamente.
por locução adverbial ou que modifica o sentido  de Lugar
oração subordinada adverbial. de um verbo, Deixamos o carro naquela praça.
de um adjetivo ou  de Intensidade
Estava muito pálida.
1) Advérbio: de um advérbio.
 de Tempo
Nós discutimos ontem.
O balão caiu longe.
 de Afirmação
Eles se respeitam muito. Certamente ele voltará.
2) Locução Adverbial: verbo  de Negação
Não quero você aqui.
O balão caiu no mar.  de Dúvida
Seu projeto é muito interessante. Irei provavelmente às dez horas.
3) Oração Subordinada Adverbial: adjetivo  de Meio
Só viajavam de trem.
Se o balão pegar fogo, avisem.  de Instrumento
O time jogou muito mal. Cortou-se com a navalha.
advérbio  de Companhia
Passeava com os irmãos.
 de Assunto
Falavam de futebol.
 de Causa
Ela tremia de medo.
 de Consequência
Acabara o dinheiro, de sorte que voltou.
 de Condição
Se estudares, passarás.
 de Concessão (oposição, contraste)
Saiu, embora estivesse cansado.
 de Comparação
Ele é como o pai foi.
 de Conformidade
Fez tudo, conforme exigiram.
 de Finalidade
Vivia para comer.
 de Proporção
Passa à medida que estuda.

NÍVEL 3
A VÍRGULA NO ADJUNTO ADVERBIAL

ADJUNTO ADVERBIAL – vírgula Facultativa, desde que não haja mudança na interpretabilidade.

Adjunto Adverbial, ...................................................................................................................

................................................................... , Adjunto Adverbial, .............................................

2. (CESPE – TST – 2008 –Técnico) ―Os trabalhadores cada vez mais precisam assumir novos papéis para
atender às exigências das empresas.
( ) Por constituir uma expressão adverbial deslocada para depois do sujeito, seria correto que a expressão ―cada
vez mais‖ estivesse, no texto, escrita entre vírgulas.

Os trabalhadores cada vez mais precisam assumir novos papeis para atender às exigências das empresas.

25
3. (STF/Analista Judiciário – Revisão de Texto/ CESPE 2008/Questão 105)
Ficou só o nome, cansou-se e inventou um bom-bom de gergelim de excelência ainda sem nome. Ia dar dinheiro.
Esperava para hoje o telefonema de um sujeito e fiz o que pretendia, ser cordial com ele: olha aqui, Átila, eu não
vou fazer o que me pediu, porque me sinto usada, desrespeitada e não negocio, não pechincho, não
converso mais sobre o assunto.
( ) O sintagma ―para hoje‖ poderia ser, no texto, isolado por vírgulas, mantendo-se a correção gramatical e a coesão
textual.

Esperava para hoje o telefonema de um sujeito

4.(CESPE – TST – 2008 –Técnico) ―O cenário econômico otimista levou os empresários brasileiros a aumentarem a
formalização do mercado de trabalho nos últimos cinco anos.‖
( ) Preservam-se a coerência e a correção do texto ao se deslocar o trecho ―nos últimos cinco anos‖ para depois de
―brasileiros‖ , desde que esse trecho seja seguido de vírgula.

―O cenário econômico otimista levou os empresários brasileiros a aumentarem a formalização do mercado de trabalho nos últimos cinco anos.‖

―O cenário econômico otimista levou os empresários brasileiros nos últimos cinco anos, a aumentarem a formalização do mercado de trabalho.‖

COMENTÁRIOS

26
NÍVEL 4
OBJETO DIRETO X OBJETO INDIRETO X ADJUNTO ADVERBIAL

OBJETO DIRETO OBJETO INDIRETO ADJUNTO ADVERBIAL

Termo ligado a VERBO Termo ligado a VERBO Termo ligado a


transitivo – VTD ou VTDI transitivo – VTI ou VTDI - qualquer VERBO ( de ação e de ligação)
- ADJETIVO ou
- ADVÉRBIO

Agrado minhas filhas o dia inteiro. O filme agradou a minhas filhas.


VTD OD VTI OI Moro em Londrina.
VI adjunto adverbial de lugar

Aconselho-o a tomar o ônibus cedo. Agradeceu o presente ao namorado. Situa-se na rua Cassiano.
VTDI OD OI VTDI OD OI VI adjunto adverbial de lugar

Aconselho-lhe tomar o ônibus cedo. Paguei a conta ao Banco. Porventura chegaram a casa muito cedo.
VTDI OI OD VTDI OD OI adj adv. dúvida VI adjuntos adverbiais de
lugar, intensidade e tempo

Obs.: Os pronomes oblíquos átonos Perdôo-os ao amigo.


pela regra exercem o papel de objeto. VTDI OD OI Por ventura ele é muito feliz.
adj adv. modo VL adj adv. de intensidade
o, os, a, as OD
lhe, lhes OI

Aparece, sempre, com Pode aparecer com preposição obrigatória.


( C ) Amai a Deus. preposição obrigatória.

(C ) Eles adoravam a Júpiter. (E ) Obedeci o regulamento.


(C ) Chegaram à casa da sogra.
(C ) Obedeci ao regulamento

( E ) Sobressaiu as matérias. ( C ) O funcionário procedeu honestamente.


( C ) Sobressaiu nas matérias.

CUIDADO: CUIDADO:

( C ) Ele renunciou o encargo. ( C ) Ele renunciou ao encargo.


VTD OD VTI OI

( C) Atendeu o Ministro. ( C) Atendeu ao Ministro.


VTD OD VTI OI

Núcleo: substantivo ou palavra Núcleo: substantivo ou palavra Núcleo: advérbio ou locução adverbial.
substantivada. substantivada.
Completa o sentido do verbo Completa o sentido do verbo Completa o sentido do verbo, adjetivo ou
advérbio.
Exprime CIRCUNSTÂNCIAS

27
NÍVEL 5
PREDICAÇÃO VERBAL
É o estudo do comportamento do verbo na oração. É a partir da predicação verbal que analisamos se ocorre ação
ou fato, se existe qualidade ou estado ou modo de ser de sujeito.
Quanto à predicação verbal, os verbos podem ser:
VERBOS TRANSITIVOS VERBOS INTRANSITIVOS VERBOS DE LIGAÇÃO
São verbos transitivos os que São verbos intransitivos os que não Serve como elemento de ligação
necessitam de complementação verbal, necessitam de complementação verbal, entre o sujeito e seu atributo - o
pois não possuem sentido completo. pois já possuem sentido completo. predicativo do sujeito.
Os verbos transitivos podem ser: Rei Hussein morre aos 63.
a) VTD – Verbo Transitivo Direto Quando VI
exige um complemento sem preposição A aluna é estudiosa
obrigatória - objeto direto (OD): Sujeito VL Predicativo do Sujeito
2ª parcela do IPVA vence hoje.
O sorveteiro derrubou o carrinho. VI
VTD OD Os verbos de ligação não indicam
Um verbo pode ter sua transitividade ação, não são verbos de
Pediu perdão. original modificada pelo contexto no significação, apenas apresentam
VTD OD qual ele aparece. estado, qualidade ou condição do
sujeito.
b) VTI - Verbo Transitivo Indireto Quando
exige um complemento com preposição
Pediu perdão. LISTA DOS PRINCIPAIS:
obrigatória - objeto indireto(OI): VTD OD
Continuar
Pediu. Ele continua infeliz.
Luís gosta de Matemática. VI
VTI OI Andar
Ele anda infeliz ultimamente.
Pediu ao rapaz.
VTi OI
Ficar
Ele ficou infeliz.
c) VTDI -Transitivo Diretos e Indireto Quando
exigem dois complementos, um sem Ele gosta de Matemática.
preposição e outro com preposição VTI OI Estar
obrigatória – OD + OI. Ele está infeliz.
Ele gosta.
VI Ser
(C) Ensinei-o a falar português. Ele é infeliz.
VTDI OD OI

Parece
(C) Ensinei-lhe o idioma inglês. Ele parece infeliz.
VTDI OI OD

Ele vive. Permanecer


(C) Comunico meu sucesso a todos. VI Ele permaneceu infeliz.
VTDI OD OI
Ele vive uma vida sem graça. Tornar-se
(C) Comunico-lhe meu sucesso. VTD OD cognato ou interno Ele tornou-se infeliz.
VTDI OI OD Ele se tornou infeliz.

(C)Pediu ao rapaz perdão. Ele sonhou.


VTDI OI OD
VI Ele vive gripado.
(E)Pediu-o perdão.
OD OD Ele sonhou um sonho lindo. Ele virou delegado.
VTD OD cognato
(C)Pediu-lhe perdão. O menino saiu vencedor.
VTDI OI OD

Ela acabou ferida.

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NÍVEL 6
OBJETO DIRETO
OBJETO DIRETO PLEONÁSTICO
OBJETO DIRETO COGNATO ou INTERNO
OBJETO DIRETO PREPOSICIONADO

OBJETO DIRETO - é o complemento de verbo transitivo direto e um dos complementos do verbo transitivo direto e
indireto; normalmente está ligado ao verbo sem preposição.
Ele quer uma xícara de chá. (Transitivo direto) Entreguei o presente a João. (Transitivo direto e indireto)

O objeto direto pode ser: pleonástico, cognato ou preposicionado.

OBJETO DIRETO PLEONÁSTICO


Por motivos puramente estilísticos, como, por exemplo, para chamar a atenção sobre o próprio objeto direto, pode
esse termo aparecer repetido na oração.
Não é exigência verbal, é apenas uma forma enfática que pode ser retirada da oração sem qualquer ônus para o
entendimento.
A esse pleonasmo é dado o nome de objeto direto pleonástico, justamente por ser a repetição do objeto direto
normal. Nesse caso, uma das formas é sempre um pronome átono.

Estas belas flores, comprei-as ontem. Os livros, leio-os saboreando como fruta madura.

OBJETO DIRETO COGNATO (ou INTERNO)


Pode o verbo intransitivo ser usado transitivamente (sempre transitivo direto, jamais indireto). A mudança de
predicação só é possível se usarmos como objeto direto complemento representado por substantivo do mesmo
radical do verbo (termo cognato) ou substantivo que pertença ao mesmo grupo de ideias do verbo e é comum que
tal complemento venha acompanhado de expressão qualificadora.

"E rir meu riso..." As crianças dormiam um sono tranquilo.

OBJETO DIRETO PREPOSICIONADO


Não é raro encontrar o objeto direto precedido de preposição. Nesses casos, a preposição não é exigência do
verbo, mas necessidade estrutural do próprio termo núcleo do objeto direto.
Há casos em que o emprego do objeto direto preposicionado é facultativo e outros em que é obrigatório.
Casos em que é facultativo: Casos em que é obrigatório:
a) com pronomes de tratamento: a) com o nome Deus com o nome Deus:
Estimo a Vossa Senhoria. Louvamos a Deus.
b)quando o objeto direto precede o verbo:
Aos meninos não convidou. b) quando houver ambigüidade de sentido quando
c) quando o objeto direto é nome próprio de pessoa: houver ambiguidade de sentido:
Censuraram a Paulo. "A mãe ao próprio filho não conheça." (Camões)
d) quando o objeto direto é composto, sendo o primeiro
núcleo um pronome átono: c) quando os pronomes pessoais mim, ti, si, nós, vós,
Respeita-me e a meus amigos. ele(s), ela(s) exercem função de objeto direto:
e)quando há ideia de comparação: Ele chamou a ti.
Olhou-te como a um inimigo.
f)quando há ideia de partitivo:
Beba do leite.
g) quando se quer enfatizar o objeto direto:
Ele sacou da arma.
h) com pronomes indefinidos:
Elogiamos a todos.
i) com o pronome QUEM se ele não possuir antecedente:
A quem encontraremos na festa?
j)com numerais:
Sempre trataste aos dois com o mesmo carinho.

29
DESAFIOS

Foram analisados vinte modelos teóricos sobre os efeitos do aquecimento global e concluiu-se que, até 2030, a
temperatura média, na maioria dessas regiões, terá aumentado 1 ºC, enquanto as chuvas sazonais, em alguns
locais, como no sul da África e no Brasil, poderão diminuir.

5.( ) A expressão ―as chuvas sazonais‖ (R.14) complementa o sentido da forma verbal ―diminuir‖ (R.15). (Pref.Munic.
Vila Velha/Cargo 22, 23, 24, 25, 26, 27/CESPE 2008/Questão 11)

As chuvas sazonais, em alguns locais, como no sul da África e no Brasil, poderão diminuir.

Para isto existem as escolas: não para ensinar as respostas, mas para ensinar as perguntas. As respostas nos
permitem andar sobre a terra firme, mas somente as perguntas nos permitem entrar pelo mar desconhecido.
6. ( ) As expressões ―as escolas‖ e ―as respostas‖ exercem a mesma função sintática. (Pref. Munic. Vila
Velha/Cargo 22, 23, 24, 25, 26, 27/CESPE 2008/Questão 32)

...existem as escolas ... ... ensinar as respostas...

Se era inteligente, não sabia. Ser ou não inteligente dependia da instabilidade dos outros. Às vezes, o que ele dizia
despertava de repente nos adultos um olhar satisfeito e astuto.
7.( ) Nas linhas 3 e 4, a expressão ―um olhar satisfeito e astuto‖ complementa o sentido da forma verbal
―despertava‖. (Pref. Munic. Vila Velha/Cargo 22, 23, 24, 25, 26, 27/CESPE 2008/Questão 36)

... o que ele dizia despertava de repente nos adultos um olhar satisfeito e astuto.

8.(CESPE) ―TV por Assina e Atura ou TV Acabo com você, diriam honestamente, em suas propagandas: ―assine
este canal e assista, com várias interrupções, a seus programas preferidos, pois os chatíssimos comerciais não
existem só na TV aberta, como você imagina. Filmes novos? Primeiro temos de pagar aquele que já mostramos
vinte vezes.‖
( ) Em ― temos de pagar aquele que já mostramos vinte vezes‖. O emprego do acento indicativo de crase em
―aquele‖ é facultativo, visto que o verbo pagar rege complemento com ou sem preposição ―a‖.

Filmes novos? Primeiro temos de pagar aquele que já mostramos vinte vezes.

PARADA OBRIGATÓRIA – REGÊNCIA DO VERBO PAGAR


PAGAR – PESSOA – VTI – a
– PESSOA – VTD – X

30
☺CUIDADO: A PREDICAÇÃO VERBAL PODE VARIAR EM CADA CONTEXTO.
Amamos. Amamos muito. Amamos muito gramática.

O homem é livre, por isso escolhe (a liberdade é eleição), e jamais está pronto, porque lhe é imposto o dever de
optar, de definir-se, de escolher, escolhendo a cada momento, e cada escolha é um instante de sua construção,
mas não é livre para não escolher nem para escolher as condições em que essa escolha ocorre, porque o homem
não é livre para deixar de ser livre.

9. ( ) O vocábulo ―condições‖ (l.6) é núcleo do complemento do verbo ―escolher‖ em suas duas ocorrênciasna
linha 5. (STF/Analista Judiciário – Revisão de Texto/ CESPE 2008/Questão 118)

...mas não é livre para não escolher nem para escolher as condições...

10. (ANÁLISE MORFOSSINTÁTICA) O termo grifado, no trecho abaixo, tem a função sintática de:
O sociólogo José Pastore, especialista em relações do trabalho, cita o crescimento econômico sustentado, uma
educação de boa qualidade e a modernização da legislação trabalhista como três fatores fundamentais para
reverter o quadro de desemprego. "Se tivermos essas três coisas, podemos ter perspectivas de dias melhores pela
frente. Mas é preciso fazer os três", diz.

(A) objeto direto


(B) aposto
(C) sujeito
(D) vocativo
(E) adjunto adnominal

11. (ANÁLISE MORFOSSINTÁTICA) Assinale a alternativa INCORRETA quanto à sintaxe do termo grifado no
período:

(A) O presidente da Bolsa de Tóquio, Takuo Tsurushima, pediu demissão nesta terça-feira. (objeto direto)

(B) O erro provocou o caos no mercado de Tóquio. (adjunto adverbial)

(C) A saída de Tsurushima já era esperada. (núcleo do sujeito)

(D) O operador se equivocou em uma operação vinculada à entrada na Bolsa de uma pequena empresa. (núcleo
do sujeito)

(E) Ao invés de vender uma ação da J-Com por 610 mil ienes, ele colocou 610 mil ações da J-Com a um iene a
unidade. (núcleo do objeto direto)

31
NÍVEL 7
OBJETO INDIRETO
OBJETO INDIRETO PLEONÁSTICO

OBJETO INDIRETO - é o complemento de verbo transitivo indireto ou um dos complementos do verbo transitivo
direto e indireto; representa o ser ou coisa a que se destina a ação, ou em cujo proveito ou prejuízo a ação se
realiza.

Quando não representado por pronome átono, virá obrigatoriamente regido de preposição exigida pelo verbo.

Confie neles. Entregue este bilhete ao rapaz.

O objeto indireto pode ser pleonástico.

OBJETO INDIRETO PLEONÁSTICO

Por uma questão de estilo ou quando se quiser realçar o objeto indireto, costuma-se repetir esse termo. Nesse
caso, uma das formas é necessariamente um pronome pessoal átono. Ao termo que repete o objeto indireto dá-se
o nome de objeto indireto pleonástico.

A ele, dei-lhe todo o meu amor. Ofereci-lhes, a José e João, nossa ajuda.

CUIDADO
COLOCAÇÃO DO PRONOME OBLÍQUO ÁTONO – PARTE I

o, os, a, as Substituem OBJETO DIRETO

lhe, lhes Substituem OBJETO INDIRETO

Obs. 1: alguns verbos apesar de VTI não aceitam lhe, lhes


Assistir ( no sentido de ver) – VTI – ―a‖
Visar ( no sentido de desejar) – VTI – ―a‖
Aspirar ( no sentido de desejar) – VTI – ―a‖

Obs. 2: lhe – lhes significa ―a ela(s) – a ele(s)‖

me, te,se, nos, vos, se Substituem OBJETO DIRETO ou OBJETO INDIRETO

12. (ESAF) ―Sob o direito, o administrador público não age contra a lei. Sob a moral, deve satisfazer o preceito da
impessoalidade, não distinguindo amigos ou inimigos, partidários ou contrários, no tratamento que lhes
dispense ou na atenção às suas reivindicações...‖
( ) Mantém-se a correção gramatical e a coerência textual se a função sintática exercida pelo pronome oblíquo átono
―lhe‖ for exercida por ― a eles‖.

13. (CESGRANRIO Petrobrás – Nível Médio/ 2008) A substituição do complemento verbal pelo pronome pessoal
correspondente, segundo o padrão culto e formal da língua, está INCORRETA em
(A) ―...que representariam diferentes categorias:‖ (l. 3) que as representariam.

(B) ―A cidade inteira veio assistir à competição...‖ (l. 10) A cidade inteira veio lhe assistir.

(C) ―choravam a perda de seus heróis.‖ (l. 15) choravam-na.

(D) ―eles não têm experiência...‖ (l. 24) Eles não a têm.

(E) ―...e não ouvi as lindas palavras...‖ (l. 44) e não as ouvi.

32
14. (CETRO) Em todas as alternativas, a expressão destacada pode ser substituída pelo pronome lhe, exceto em:

(A) Diremos a Jorge que seu pedido foi atendido.

(B) A agressão foi destinada a Wagner, mas ele não percebeu.

(C) Janaína recomendou a Daniel que chegasse cedo.


(D) Paulo prometeu a Maria que jamais a trairia.
(E) Marisa viu de longe a Silvana.

OBJETO DIRETO PREPOSICIONADO

( ) Amo a Deus.

OBJETO DIRETO PREPOSICIONADO para evitar ambiguidade (anfibologia)

Marisa viu de longe a Silvana. A Marisa viu de longe Silvana.

15.(CESGRANRIO) “Ele observou-a e achou aquele gesto grosseiro, feio, masculinizado.‖As


palavras destacadas possuem a função de:
a) predicativos do objeto
b) predicativos do sujeito
c) adjuntos adnominais
d) adjuntos adverbiais
e) objetos diretos

Ele observou-a e achou aquele gesto grosseiro, feio, masculinizado.

33
16. (CETRO) ( ) no trecho ―sempre me negará a última migalha. Ainda assim, volta e meia lhe pergunto‖, os
pronomes destacados não exercem a mesma função sintática.

sempre me negará a última migalha

Ainda assim, volta e meia lhe pergunto

CUIDADO

TERMINAÇÃO PRONOME OBLÍQUO ÁTONO RESULTADO


O, OS, A, AS
R - Fazer o Fazê-lo
S - Fazemos o Fazemo-lo
Z - Fiz o Fi-lo
Nasalizado - Fazem o Fazem-no

17. (FCC/TRF/2007) Está INCORRETA a substituição do segmento grifado pelo pronome correspondente na frase:
(A) fazem arrecadação de ingressos -na.

(B) não têm plano de manejo

(C) focar a atenção nos parques nacionais -la.

(D) precisa diversificar sua oferta de atrativos ambientais -lhes.

(E) O Brasil tem vantagem competitiva -na.

18. (NCE/ANTT/2008) Assinale a alternativa em que houve erro ao se substituir a expressão sublinhada pelo
pronome oblíquo átono.
a) Varreu 95% das formas de vida. ―as‖

b) O estudo lista cinco razões. ―O estudo as lista.‖

c) A perda da biodiversidade terá conseqüências. ―as terá‖

d) Mantém o equilíbrio ambiental. ― Mantém-no‖

e) O mundo sofreu uma redução ― sofreu-la‖

34
19. (CETRO) Assinale a alternativa em que NÃO HÁ ERRO quanto ao emprego dos pronomes.

(A) Tu deves saber que nada houve entre eu e teu irmão.

(B) Apesar de conhecer o regulamento, aquele rapaz não o obedece.

(C) Dar-te-ei todas as orientações necessárias para a execução da tarefa.

(D) Não lhe conhecia, por isso não lhe cumprimentei.

(E) Os funcionários estão descontentes porque a empresa não os pagou conforme combinado.

CUIDADO:

( E ) entre eu e tu. ( C ) entre mim e ti.

Sempre sei, realmente. Só o que eu quis, todo o tempo, o que eu pelejei para achar, era uma só coisa — a inteira —
cujo significado e vislumbrado dela eu vejo que sempre tive. A que era: que existe uma receita, a norma dum
caminho certo, estreito, de cada uma pessoa viver — e essa pauta cada um tem — mas a gente mesmo, no comum,
não sabe encontrar; como é que, sozinho, por si, alguém ia poder encontrar e saber?

20. ( ) Caso o verbo ―encontrar‖ viesse seguido de complemento, o emprego da forma pronominal -la atenderia às
regras de coesão e coerência textuais. (STF/Analista Judiciário – Revisão de Texto/ CESPE 2008/Questão 84)

a gente mesmo, no comum, não sabe encontrar; como é que, sozinho, por si, alguém ia poder encontrar e saber?

O homem é livre, por isso escolhe (a liberdade é eleição), e jamais está pronto, porque lhe é imposto o dever de
optar, de definir-se, de escolher, escolhendo a cada momento, e cada escolha é um instante de sua construção,
mas não é livre para não escolher nem para escolher as condições em que essa escolha ocorre, porque o homem
não é livre para deixar de ser livre.

21. ( ) O vocábulo ―condições‖ é núcleo do complemento do verbo ―escolher‖ em suas duas ocorrências.
(STF/Analista Judiciário – Revisão de Texto/ CESPE 2008/Questão 118)

não é livre para não escolher nem para escolher as condições

35
NÍVEL 8
AGENTE DA PASSIVA

AGENTE DA PASSIVA

É o termo que, na voz passiva analítica (com auxiliar), designa o ser que realiza a ação verbal da qual o sujeito é o
paciente. O agente da passiva vem sempre precedido de preposição:

O agente da passiva pode vir na oração ser expresso por

Substantivo

 Exemplo: O vidro foi quebrado pelo garoto. [agente da passiva = pelo garoto]

Pronome substantivo

 Exemplo: A bola foi arremessada por ela. [agente da passiva = por ela]

Numeral substantivo

 Exemplo: O trabalho foi feito pelos dois. [agente da passiva = pelos dois]

Oração subordinada substantiva


O agente da passiva pode ainda ser expresso por uma oração subordinada substantiva
A Oração Subordinada Substantiva Agente da Passiva não é citada pela NGB.

 Exemplo: A menina foi socorrida por quem passava por perto.

VOZ PASSIVA ANALÍTICA

Este quadro foi pintado por Renoir.

Ela é estimada de todos.

O motor é movido a gás.

Observações:

1. Nem sempre o agente da passiva está expresso:


A janela foi consertada ontem.

36
22. Assinale a alternativa que classifica corretamente o termo destacado da seguinte oração:
O goleiro foi expulso pelo juiz.
a) adjunto adverbial
b) adjunto adnominal
c) agente da passiva
d) objeto indireto
e) sujeito

23. Leia.

Na oração ―Ele está no trono.‖ O termo destacado é:


a) aposto
b) sujeito
c) adjunto adnominal
d) adjunto adverbial
e) predicativo do sujeito

24. Na frase: Alguns animais estão ameaçados de extinção. O termo destacado é:

a) adjunto adverbial
b) agente da passiva
c) adjunto adnominal
d) objeto direto
e) sujeito paciente

25. Esse texto foi lido por mim. Assinale a alternativa que classifica corretamente o termo destacado.

a) objeto indireto
b) agente da passiva
c) objeto direto
d) adjunto adnominal
e) adjunto adverbial

26. A rainha era aclamada pela multidão.

a) objeto direto
b) objeto indireto
c) complemento nominal
d) sujeito
e) agente da passiva

37
REGÊNCIA E CRASE
NÍVEL 9– CRASE OBRIGATÓRIA DEPENDENTE DE REGÊNCIA
 Preposição “a” + “ a(s)” – artigo definido feminino

Termo Regente Regência Termo Regido Resultado


Aspirar X o ar do campo. o ar do campo - OD
Aspirar a o ar do campo. ao ar do campo - OI
Aspiramos a a vaga ali. à vaga - OI
Aspiramos a a aposentadoria à aposentadoria – OI

 Preposição “ a” + “ aquele(s), aquela(s), aquilo” – pronomes demonstrativos

Termo Regente Regência Termo Regido Resultado


Aspirar X aquele ar do campo. aquele ar do campo - OD
Aspirar a aquele ar do campo. àquele ar do campo -OI
Aspiramos a aquela vaga ali. àquela vaga ali - OI
Aspiramos a aquela aposentadoria. àquela aposentadoria - OI
Aspiramos X aquilo. aquilo. - OD
Aspiramos a aquilo. àquilo. - OI

 Preposição “a” + “ a(s)” pronome demonstrativo


(o pronome demonstrativo “a (s)” aparecerá na omissão de substantivo feminino)

( E ) Minha conta é vinculada a de meu marido.

( C ) Minha conta é vinculada à de meu marido.

Termo Regente Regência Termo Regido Resultado


vinculada a de meu marido

( E ) Fiz referência à cirurgia de meu pai e não referência a de João.

( C ) Fiz referência à cirurgia de meu pai e não referência à de João.

Termo Regente Regência Termo Regido Resultado


referência a de João

 Preposição “a” + “a qual, as quais” pronomes relativos


LEMBRETE:
 Pronome Relativo aparece sempre no Período Composto por Subordinação
 Nas Orações Subordinadas Adjetivas
 Principais Pronomes Relativos: a qual, as quais, o qual, os quais, cujo, que, onde...
 MUITO IMPORTANTE: Se a Oração Subordinada Adjetiva tem verbo(RV) ou nome (RN) que exige
preposição, então a preposição será OBRIGATÓRIA antes do pronome relativo.

( E ) Aquele é o filme que gostei.


( C ) Aquele é o filme de que gostei. .
( E ) Aquele é o filme o qual gostei.
( C ) Aquele é o filme do qual gostei.
( E ) Aquela é a novela que assistíamos todos os dias.

38
DESAFIOS
CRASE OBRIGATÓRIA - PREPOSIÇÃO “A” + ARTIGO DEFINIDO FEMININO

PARADA OBRIGATÓRIA – REGÊNCIA DO VERBO “CHEGAR”


Verbo Intransitivo – ―a‖, ―de‖, ―para‖

( E ) Chegou na cidade.
( C ) Chegou à cidade.

( C ) Chegou à cidade, de avião, à uma hora da tarde.

27.(CESPE/INSS/2008) ( ) O sentido do período seria mantido, mas a correção gramatical seria prejudicada, caso
se substituísse ―atingi a síntese perfeita‖ por cheguei à síntese perfeita.

Atingi a síntese perfeita. Cheguei à síntese perfeita.

28. (CESPE/TST/Nível Médio/2008) ―Os trabalhadores cada vez mais precisam assumir novos papéis para atender
às exigências das empresas.‖
( ) Preservam-se a coerência textual e a correção do texto, ao se substituir a expressão verbal ― para atender‖ pela equivalente
nominal em atendimento, desde que seja retirado o acento grave indicativo crase em ―às exigências‖.

...atender às exigências das empresas. ... em atendimento às exigências das empresas.

CRASE OBRIGATÓRIA - PREPOSIÇÃO “A” + AQUELE(S), AQUELA(S), AQUILO – PRONOMES


DEMONSTRATIVOS

29. (CESPE/TST/Nível. Superior/2008) ― ... e aí eu acho que poderá corresponder àquilo que sempre foi dito: o
trabalho dignifica o ser humano.‖
( ) O sinal indicativo de crase em ―àquilo‖ é resultado da presença da preposição a, regendo o complemento do
verbo corresponder e do pronome demonstrativo aquilo.

acho que poderá corresponder àquilo

39
CRASE OBRIGATÓRIA - PREPOSIÇÃO “A” + A(S) – PRONOME DEMONSTRATIVO

DESAFIO

30. (ESAF) Julgue quanto à correção gramatical

( ) Mesmo assim, olhando-se para os vizinhos de continente, percebe-se que nossa performance é inferior a que
foi atribuída a Argentina (8,6%) e a alguns outros países com participação menor no conjunto dos bens produzidos
pela América Latina.

APROFUNDAMENTO

... nossa performance é inferior a que foi atribuída a Argentina...

Obs.: Para saber se o nome de lugar vem acompanhado de artigo

Quem vai a
E volta da
Crase no a - à

Quem vai a
E volta de
Crase para quê? - a

31. (CESPE – TR E – MA – 2006) Quanto ao emprego do sinal indicativo de crase, julgue o item:

( ) Características semelhantes às da legislação em vigor

Características semelhantes às da legislação em vigor

40
NÍVEL 10 – CRASE PROIBIDA
1. antes de palavra masculina – note que o artigo com nome próprio é facultativo

( E ) Fiz alusão à João.


( C ) Fiz alusão a João.

2. antes de verbo

( E ) Fiz alusão à ficar em casa.


( C ) Fiz alusão a ficar em casa.

3. antes de artigo indefinido

( E ) Fiz alusão à uma mulher dali.


( C ) Fiz alusão a uma mulher dali.

4. antes de pronome pessoal (eu, tu, ele, ela...) e pronome indefinido ( certa, cada, toda, qualquer ...)

( E ) Fiz alusão à ela.


( C ) Fiz alusão a ela.

( E) Fiz alusão à certa pessoa dali.


( C ) Fiz alusão a certa pessoa dali.

5. antes de palavra no plural sem artigo

( E ) Fiz alusão à mulheres dali.


( C ) Fiz alusão a mulheres dali.

( C ) Fiz alusão a pessoas elegantes.

6. antes de pronomes de tratamento ( exceção: senhora, senhorita, dona e madame – CRASE


FACULTATIVA, pois o artigo é facultativo)

( C ) Fiz alusão a Vossa Excelência.


( C ) Fiz alusão a Vossa Senhoria.

( C ) Fiz alusão a senhora. CUIDADO: ( E ) Fiz alusão à uma senhora dali.


( C ) Fiz alusão à senhora. CUIDADO: ( E ) Fiz alusão aquela senhora dali.

7. antes de pronomes demonstrativos ( exceção: aquele(s), aquela(s), aquilo, a(s) – OBRIGATÓRIA)

( C ) Fiz alusão a esta regra. CUIDADO: ( E ) Fiz alusão aquela regra.


( C ) Fiz alusão a isso. CUIDADO: ( C ) Fiz alusão àquilo.

8. antes de pronomes relativos (exceção: a qual, as quais – OBRIGATÓRIA)

( E ) Este é o filme à cujo diretor nos referimos. CUIDADO: ( C) Esta é a novela à qual me referi.
( C ) Este é o filme a cujo diretor nos referimos. CUIDADO: ( E ) Esta é a novela a qual assistimos.

9. entre palavras repetidas formando expressão

( C ) Eles ficaram frente a frente.


CUIDADO: ( C ) Eles ficaram frente à frente parlamentar de inquérito.

10. antes das palavras casa, terra e distância , não determinadas


Obs.: se determinadas, essas palavras virão com acento grave obrigatório
( C ) Chegaram a terra, foram a casa, mas ficaram a distância.
( C ) Chegaram a terra natal, foram a casa da sogra, mas ficaram a distância de 10 metros de lá.

41
32. (CESPE – TR E – MA – 2006) Quanto ao emprego do sinal indicativo de crase, julgue os fragmentos
apresentados nos seguintes itens.

I Opinião favorável ou contrária à coligações partidárias

II Direito a candidatar-se à qualquer cargo eletivo

III Disposições aplicadas à sítio mantido por empresas públicas.

IV Tema à que se refere a legislação em vigor.

V Submissão às regras da lei eleitoral

VI Restrições impostas às rádios e às emissoras de televisão

VII Características semelhantes às da legislação em vigor

Julgue quanto à correção gramatical

33. ( ) A extinção da CACEX ocorreu simultaneamente à uma ampla redefinição do quadro em que é formulada e
implementada a política brasileira de comércio exterior

A extinção da CACEX ocorreu simultaneamente à uma ampla redefinição do quadro

34. ( ) O Brasil tem condições de provar os benefícios do etanol, mas terá de cercar-se de garantias. Zoneamento
ecológico proibindo a cana na Amazônia é uma delas. É suficiente não dar licença de instalação a usinas na
Amazônia já que, dessa forma, não haverá plantio de cana, pois, para a exploração ser viável, a matéria-prima tem
de estar próxima à usina. (PMT/Agente de Tributos Municipais/CESPE 2008/Questão 19)

licença de instalação a usinas... de estar próxima à usina.

35. RF/Agente de Polícia/CESPE 2008/Questão 8)( ) Vasculhando o texto de Homero famoso, os astrônomos
encontraram referências a lua nova, condição básica para um eclipse total, as estrelas usadas por Odisseu para
orientar-lhe no retorno à casa e à aparição de Vênus logo após a chegada em Ítaca.

referências a lua nova ... ,as estrelas usadas por .... e à aparição de Vênus ...

....no retorno à casa...

após a chegada em Ítaca.

Obs. 1: o, os, a, as – pronomes oblíquos átonos fazem, pela regra, papel de Objeto Direto – OD
Lhe, lhes - pronomes oblíquos átonos fazem, pela regra, papel de Objeto Indireto – OI

orientar-lhe

42
36. (FCC/TRF/Técnico Judiciário/2008) O respeito ...... uma série de regras foi fundamental ........ organização dos
grupos sociais, permitindo, dessa forma, ...... evolução da humanidade. As lacunas da frase acima estarão
corretamente preenchidas, respectivamente, por:
(A) a - à – a (B) a - à – à (C) à - a – a (D) a - a – à (E) à - à – a

respeito .......... a uma série de regra fundamental ...... organização permitindo (...) ....... evolução

NÍVEL 11
ALGUNS DOS PRINCIPAIS CASOS DE REGÊNCIA VERBAL

AGRADAR
No sentido de “acarinhar, fazer carinho” No sentido de “ser agradável.”
VTD – X VTI - a

( C ) A mãe agradou os filhos. ( E ) O filme agradou o diretor

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

37. ( ) É importante agradar sempre o público.


38. ( ) O sítio agradou o fazendeiro.
39. ( ) Não é bom desagradar as crianças.
40. ( ) Este chapéu não agradará o rapaz.

ASPIRAR
No sentido de “sorver, inalar,respirar” No sentido de “ almejar.”
VTD – X VTI - a

( C ) Tenho aspirado um ar muito poluído. ( C ) Sempre aspirei a um futuro melhor.

REVISÃO

O verbo “aspirar” no sentido de desejar é VTI – a, no entanto não aceita os pronomes lhe,
lhes.

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
41. ( ) Aspirava o cargo público.
42. ( ) Aspirava ao cargo público.
43. ( ) Os rapazes aspiravam o sucesso.
44. ( ) Aspirava o ar da montanha.
45. ( ) Ele aspirava à libertação.
46. ( ) Aspiramos à uma terra pacífica.
47. ( ) Aspiramos à aquela terra pacífica.
48. ( ) Aspiramos-lhe.
49. ( ) Aspiramos a ela.

43
VISAR
apontar, pôr visto Desejar
VTD - X VTI – ―a‖
Ela visou o cheque. Ela visou ao cheque.

REVISÃO

O verbo “assistir” no sentido de ver é VTI – a, no entanto não aceita os pronomes lhe,
lhes.

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO

50. ( ) O funcionário visou o cheque.


51. ( ) Visou o alvo e atirou.
52. ( ) Deveria visar àlguma mudança?
53. ( ) Visava àquela mudança.
54. ( ) Não visava à lucros.
55. ( ) Não visava à ela.
56. ( ) Não visava a ela.
57. ( ) Ele visava-lhe.

ASSISTIR
Morar,residir ver, presenciar ser de competência de dar assistência
VI – em VTI – a VTI – a VTI – a ou VTD –X
Ele assiste no Vaticano. Assisto às novelas. Isto não assiste a você. Ele assistiu às vítimas.

Ele assistiu as vítimas.

58. ( ) Assisti àlgumas touradas pela TV.


59. ( ) Assisti às pessoas brigando pela TV.
60. ( ) Assistiu sempre aquelas cenas pela TV.

COMENTÁRIO SOBRE REGÊNCIA E PRONOME RELATIVO

Se a Oração Subordinada Adjetiva tem verbo (Regência Verbal) ou nome (Regência Nominal) que exige
preposição, então a preposição será OBRIGATÓRIA antes do pronome relativo.

61. ( ) Trata-se de um filme que eu assistia sempre aos fins de semana.

62. ( ) Nós não deveríamos assistir este filme.

63. ( ) Assiste à elas todo o direito de expressão.


64. ( ) O papa assiste no vaticano.
65. ( ) Assistiu a criatura que morria, enviando-lhe medicamentos.
66. ( ) Assistiu à criatura que morria, enviando-lhe medicamentos.

44
ESQUECER/ LEMBRAR
não pronominal pronominal ( com a parte integrante do verbo – PIV)
VTD – X VTI – de
Eu esqueci o endereço Eu me esqueci do endereço
OD PIV OI

Tu esqueceste o endereço Tu te esqueceste do endereço


OD PIV OI

Ele esqueceu o endereço Ele se esqueceu do endereço


OD PIV OI

Nós esquecemos o endereço. Nós nos esquecemos do endereço.


OD PIV OI

Vós esquecestes o endereço. Vós vos esquecestes do endereço.


OD PIV OI

Eles esqueceram o endereço Eles se esqueceram do endereço


OD PIV OI

67. ( E ) Eu lembro deste caso.

68. ( E ) Lembro-me este caso.

69. ( E ) Lembro-me àquela história.

70. ( E ) Lembro-me aquela história.

71. ( E ) Nós esquecemos da prova.

IMPLICAR

Embaraçar Envolver, causar


VTD I– X (em) VTD – X
A narrativa dela implicou você no acidente. A greve implicou agitação.

DESAFIOS
72. (Cesgranrio/BNDES/Analista/2008) Assinale a opção cuja regência do verbo apresentado é a mesma do
verbo destacado na passagem ―Ser aceito implica mecanismos mais sutis e de maior alcance...‖ (l. 28-29).

(A) Lembrar-se.
(B) Obedecer.
(C) Visar (no sentido de almejar).
(D) Respeitar.
(E) Chegar.

73. (CESPE/ CLDF/ N. Superior) A liberdade implica o compromisso de fortalecer o poder político contra a
insegurança de abalos institucionais.‖

( ) Em ―implica o compromisso‖, a substituição de ―o‖ por ― com‖ mantém a correção gramatical e a informaçãooriginal do
período

45
74. (CESPE) ―Ela comanda algumas das mais importantes funções do corpo humano.‖

( ) Em destaque há o objeto indireto da forma verbal comanda.

75. (FUNRIO – Ministério da Justiça) Cada época tem sua regência, de acordo com o sentimento do povo, o qual
varia conforme as condições novas da vida. Não podemos seguir hoje exatamente a mesma regência que seguiam
os clássicos; em muitos casos teremos mudado. Por este motivo, falharam completamente todos aqueles que, sem
senso linguístico, estudaram o problema somente à luz dos hábitos clássicos de regência. (Antenor Nascentes, O
Problema da Regência, 1967).
Apesar de estar em fase de incorporação à língua padrão contemporânea, uma das regências abaixo ainda é
apontada como ERRO segundo as normas da língua padrão. Assinale-a.

a) Faltou-me apenas assinar os documentos de liberação para que as malas fossem despachadas.

b) Em vez de obedecer de maneira servil aos regulamentos da confraria, ele optou por demitir-se.

Cuidado – SEMÂNTICA ( em anexo a este material, veja uma relação de palavras e expressões
problemáticas).

 ESTUDE SEMÂNTICA NA PÁGINA

Ao invés de: ao contrário de.


Ao invés de demitir dez funcionários, a empresa contratou mais vinte.

(Inaceitável o cruzamento *ao em vez de.)

Em vez de: em lugar de.


Em vez de demitir dez funcionários, a empresa demitiu vinte.

c) Comunicamos-lhe que a situação do tráfego aéreo estará totalmente sob controle amanhã mesmo.

Tráfego: trânsito de veículos, percurso, transporte.

Tráfico: negócio ilícito, comércio, negociação.

d) As medidas do governo implicarão em aumento de impostos para a classe média.

e) Para que você vá ao show com minha família, será preciso vestir-se com bastante discrição.

Descrição: ato de descrever, representação, definição.


Discrição: discernimento, reserva, prudência, recato.

46
APROFUNDAMENTO: PARALELISMO SINTÁTICO – correspondência ou simetria entre duas ideias,
estruturas verbais ou segmentos textuais.

Regência do verbo “PREFERIR”


ter preferência sem escolha ter preferência com escolha.
(cuidado com o paralelismo sintático)
VTD – X VTDI – a
Preferimos maçã. ( ) Preferimos maçã a banana.

( ) Preferimos a maçã à banana.

( ) Preferimos Português a Matemática.

( ) Preferimos o Português à Matemática.

(CESPE – TJDFT – 2003) Quanto ao emprego do sinal indicativo de crase, julgue os fragmentos

76. direito a trabalho e a remuneração

77. direito à unir-se em sindicatos

78. direito a descanso e à lazer

79. direito à uma segurança social

80. direito à proteção à família

81. assistência para a mãe e às crianças

82. direito à boa saúde e à educação de qualidade

DESAFIO!!!
83. (CESPE – Ministério da Integração – Analista – 2009) “Aos olhos do colonialismo, a dignidade da existência
do bárbaro do novo mundo foi reconhecida, apenas, na sua capacidade de incorporar-se às luzes da moral cristã,
da mentalidade capitalista e do racionalismo progressivo do mundo industrial, em sua voracidade insaciável por
recursos naturais, cada vez mais distantes.‖

( ) Mantêm-se o respeito às regras gramaticais e a coerência na argumentação ao se substituir ―em sua‖ tanto por
na sua como por com sua.

...foi reconhecida, apenas, na sua capacidade ( ...) , em sua voracidade insaciável...

47
DICA : REGÊNCIA E ORAÇÃO SUBORDINADA ADJETIVA

Se a Oração Subordinada Adjetiva tem verbo (Regência Verbal) ou nome (Regência Nominal) que exige
preposição, então a preposição será OBRIGATÓRIA antes do pronome relativo.

84. (FGV -2007) Assinale a alternativa em que, alterando-se o trecho construção de um diálogo (...) que as novas
tecnologias permitem (L.89-92), não se obedeceu às regras gramaticais de regência verbal. Ignore as alterações de
sentido em relação ao texto original.

construção de um diálogo (...) que as novas tecnologias permitem

(A) construção de um diálogo (...) a que as novas tecnologias aludem

(B) construção de um diálogo (...) que as novas tecnologias carecem

(C) construção de um diálogo (...) a que as novas tecnologias procedem

(D) construção de um diálogo (...) a que as novas tecnologias se referem

(E) construção de um diálogo (...) que as novas tecnologias atingem

APROFUNDAMENTO - REGÊNCIA DOS VERBOS

Aludir – VTI – a
Carecer – VTI – de
Proceder (no sentido de dar início) - VTI – a
Referir-se - VTI – a
Atingir - VTD - X

DICA: ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA E REGÊNCIA

- A preposição nas Orações Substantivas pode vir IMPLÍCITA mesmo se o verbo (RV) ou o nome(RN) da
Oração Principal exigir preposição.

85. (CESPE) ( ) ―Gostaria que esse meu depoimento servisse de incentivo às pessoas.‖ O texto pode ser reescrito
sem prejuízo sintático e sem prejuízo semântico por ― Gostaria de que esse meu depoimento servisse de incentivo
às pessoas.‖

―Gostaria que esse meu depoimento servisse de incentivo às pessoas.‖

―Gostaria de que esse meu depoimento servisse de incentivo às pessoas.‖

48
NÍVEL 12 : CRASE OBRIGATÓRIA – INDEPENDENTE DE REGÊNCIA – LOCUÇÕES FEMININAS

 Locuções adverbiais – à + palavra feminina


à deriva, às avessas, à espera, à toa, às dez horas, à uma hora da tarde...

CUIDADO: “...a uma hora qualquer do dia...”

 Locuções prepositivas – à + palavra feminina + de


à espera de, à moda de, à maneira de ...

CUIDADO:Em ―à moda de, à maneira de‖ é comum parte da expressão vir omitida, subentendida, mesmo assim deve
prevalecer obrigatoriamente o acento grave indicativo de crase.

Cabelo à Caetano Veloso. Era um penteado à francesa.

 Locuções conjuntivas - à + palavra feminina + que


à medida que, à proporção que, a despeito de ...

86.(CESPE – DFTRANS – 2007) ―A diferença é que, em São Paulo, os veículos andam, em média, a 24
quilômetros por hora.‖
( )Uma ou outra maneira de escrever a expressão destacada seria à velocidade de 24 quilômetros por hora.

“...andam a 24 quilômetros por hora.‖ “...andam

à velocidade de 24 quilômetros por hora.‖

Julgue os itens de acordo com correção gramatical:


87. ( ) À despeito do aumento da taxa SELIC no mês passado, o juro real continua em queda e deve, atingir o
menor nível em quase cinco anos, desde novembro de 2003. Levantamento feito pelo Estado, com base nas
projeções de mercado para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mostra que o juro real deve cair para
6,50% ao ano neste mês, levando-se em conta o atual nível da SELIC. (TCU/Analista de Controle Externo- Todos
os cargos/CESPE 2008/Questão 30)

88. ( ) À partir de meados da década passada, o objetivo de aumentar exportações ganhou destaque entre as
prioridades de governo, e as negociações comerciais adquiriram peso crescente na agenda da política de comércio
exterior, tornando-se gradativamente uma questão significativa no debate político doméstico no país.
(MDCI/Analista de Comércio Exterior/Português/CESPE 2008/Questão 8)

49
NÍVEL 13: CRASE FACULTATIVA
- ANTES DE PRONOME POSSESSIVO FEMININO SINGULAR

( ) Ela fez referência a sua mãe.


( ) Ela fez referência à sua mãe.

CUIDADO
( ) Ela fez referência à sua mãe e a seu pai.
( ) Ela fez referência a sua mãe e a seu pai.
( ) Ela fez referência à sua mãe e ao seu pai.

CUIDADO
( ) Ela fez referência à cirurgia de sua mãe e não a minha..

( ) Ela fez referência à cirurgia de sua mãe e não à minha.

( ) Ela fez referência a minha conta e não à sua.

- ANTES DOS PRONOME DE TRATAMENTO: SENHORA, SENHORITA , DONA E MADAME

( ) Fiz alusão a senhora. CUIDADO: ( ) Fiz alusão à uma senhora dali.


( ) Fiz alusão à senhora. CUIDADO: ( ) Fiz alusão aquela senhora dali.

CUIDADO
( ) Fiz alusão a Vossa Excelência.
( ) Fiz alusão a Vossa Senhoria.

- ANTES DE NOME PRÓPRIO FEMININO

( ) Ela fez alusão à Bianca


( ) Ela fez alusão a Bianca.

- DEPOIS DA PREPOSIÇÃO “ATÉ”

( ) Iremos até à praia.


( ) Iremos até a praia.

89. (FUNRIO – Ministério da Justiça)


Às vezes faz bem chorar
E nas velhas cordas procurar
Notas e acordes esquecidos
Os dedos calejados deslizar
Recordar, saudoso, um samba antigo.

A letra de Ivor Lancellotti emprega adequadamente o acento de crase. Também está correto esse uso em
a) Deixei o carro no lava à jato e fui à sua confeitaria escolher uns doces.

b) Quando saímos à cavalo estamos à procura de paz e sossego.

c) Daqui à uma hora irei até à piscina para examinar a água e o cloro.

d) Retiraram-se às pressas para não responderem às perguntas da mídia.

e) Encaminhamos ontem à Vossa Senhoria os convites para a recepção à família.

50
DESAFIOS

Julgue os itens de acordo com a correção gramatical

90. ( CESPE – TST – 2008)

( ) Viviam de uma economia adequada a manutenção de seus exércitos ( a pecuária e o saque) , mas que levou
seus dirigentes sedentários à um beco sem saída histórico.

economia adequada a manutenção

Viviam de uma economia adequada a manutenção de seus exércitos ( a pecuária e o saque) , mas...

levou seus dirigentes sedentários à um beco sem saída histórico.

91. ( CESPE – MRE – 2008)

( ) Conquistou a China, estendendo depois seu império até a Pérsia, a Turquia, a Rússia e a Ucrânia.

Depois da preposição até – crase facultativa!!!

COMENTÁRIOS

51
APROFUNDAMENTO: ADVÉRBIO X ADJETIVO
Adjetivo Advérbio
Muito, muita, muitos, muitas Muito, muitíssimo
Rápido, rápida, rápidos, rápidas Rápido, rapidamente
Pouco, pouca, poucos, poucas Pouco, pouquíssimo
Bom Bem

Muitos advérbios derivam de adjetivos pelo acrésci mo do sufixo -mente à forma feminina do adjetivo, se houver.

Em outros casos, não temos diferença morfológica notável entre adjetivo e advérbio, exceto as flexões de gênero e
número no adjetivo. Por exemplo:
Adjetivos: Muitas soluções, muitos problemas, mu ito tempo, muita intriga.
Advérbios: Muito bacanas, muito complexos, muit o suja, muito limpo, viajou muito, muito bem.

As semelhanças entre adjetivos e advérbios são acentuadas no aspecto semântico. Já no aspecto morfossintático,
observam-se diferenças como se vê na tabela a seguir:
Característica Adjetivo Advérbio
Flexão em gênero Sim Não
Flexão em número Sim Não
Flexão em grau Sim Em alguns casos
Classes que determina Substantivos Verbos
Adjetivos
Advérbios

A modelo desfilou linda.

A modelo desfilou lindamente.

Note que na primeira frase, o adjetivo linda modifica modelo.

Na segunda frase, lindamente modifica o verbo: a modelo desfilou.

Próximo a, próximo de
Locução Adverbial Locução Adjetiva
Não varia se for adjunto adverbial Varia se for adjetivo. Será adjetivo em duas situações:
- quando estiver modificando o verbo. - quando houver verbo de ligação e próximo, portanto,
for predicativo.
Não conseguiu chegar próximo à área adversária. Aurora estava próxima da rua onde nasceu.

A nave aterrissou próximo à minha casa. Os moradores permaneceram próximos ao rádio.

- quando próximo estiver modificando um nome como


for adjunto adnominal.
As ruas próximas ao mercado estavam inundadas.

O USO DOS ADJETIVOS PRÓXIMO E SEGUINTE


PRÓXIMO SEGUINTE
Use o adjetivo próximo e suas flexões apenas para Use o adjetivo seguinte para designar o que (se)
designar aquilo que seja seguinte ao momento atual, o segue; o que vem ou ocorre depois; o subsequente.
futuro do presente. Nesse caso o ponto de referência não é o presente.

As próximas vezes serão iguais. As vezes seguintes foram iguais.

O assassino só será mostrado no próximo capítulo.

52
PARADA OBRIGATÓRIA: GRAU COMPARATIVO DOS ADVÉRBIOS

Muitos advérbios variam em grau (não em gênero, não em número, sim em grau).

Quanto ao grau, apesar de pertencer à categoria das palavras invariáveis, o advérbio pode apresentar
variações de grau comparativo ou superlativo.

COMPARATIVO:

igualdade - tão + advérbio + quanto ou tão + advérbio + como:

Ele tão devagar quanto o pai.

Ele fala tão baixo como o pai.

superioridade - mais + advérbio + (do) que:

Ele é mais devagar (do) que o pai.

inferioridade - menos + advérbio + (do) que:

Ele é menos devagar (do) que o pai.

GRAU DOS ADVÉRBIOS


(NORMAL E COMPARATIVO)
Comparativo
Normal
Superioridade Igualdade Inferioridade
devagar mais devagar (do) que tão devagar como menos devagar (do) que
tão rapidamente
rapidamente mais rapidamente (do) que menos rapidamente (do) que
como
bem melhor (mais (*) bem) tão bem menos bem
mal pior (mais (*) mal) tão mal menos mal
muito mais - -
pouco menos - -

(*) As formas mais bem e mais mal são usadas diante de particípios adjetivados.

Ele está mais bem informado do que eu.


BEM MAL
Grau positivo ou normal: bem; Grau positivo ou normal: mal;

Grau comparativo de superioridade: melhor ou mais grau comparativo de superioridade: pior ou mais mal
bem; (não se seja tentado a pensar que é o grau superlativo
de inferioridade, simplesmente por ser antônimo do
Grau superlativo absoluto: muito bem. anterior – bem);

Superlativo absoluto: muito mal.

53
ATENÇÃO: Melhor e pior podem corresponder a mais bem / mal (adv.) ou a mais bom / mau (adjetivo).

PARADA OBRIGATÓRIA: GRAU SUPERLATIVO DOS ADVÉRBIOS

Superlativo Sintético
sintético - advérbio + sufixo -issimamente, -íssimo ou -inho.

Ele agiu educadissimamente.

Ele é muitíssimo educado.

Acordo cedinho.

Havendo dois ou mais advérbios terminados em -mente, numa mesma frase, somente se coloca o sufixo no
último deles.

Ela agiu rápido, porém acertadamente.

A repetição de um mesmo advérbio também assume valor superlativo.

Ele saiu cedo, cedo.

Otimamente e pessimamente são superlativos absolutos sintéticos de bem e mal, respectivamente;

Superlativo Analítico

analítico - O advérbio flexiona-se no grau superlativo absoluto analítico por meio de um advérbio de intensidade
como muito, pouco, demais, assaz, tão, tanto....

Ele agiu muito educadamente.

Tese muito bem desenvolvida.

- Bem e mal admitem grau comparativo de superioridade sintético: melhor e pior.

Nós entendemos melhor Gramática.

Ele se saiu pior em produção textual.

54
Melhor ou mais bem? Pior ou mais mal?

Normalmente é melhor ou pior: ―este casaco fica-te bem, mas aquele fica-te melhor―; ou seja, ―este fica-te pior
do que aquele―.

Quando, porém, estes dois advérbios – bem, mal – se usam afetando (os advérbios afetam outras palavras e até
por isso mesmo é que se chamam ―advérbios‖) um particípio verbal, assumem normativamente (ou seja,
obrigatoriamente) a forma „mais bem‘ e ‗mais mal‘.

Note-se: antes de qualquer particípio verbal (passado), quer se trate da forma regular ou irregular do particípio

―Hoje a lição foi mais bem preparada―;

―a de ontem fora mais mal preparada―.

―Este desenho está mais bem acabado do que aquele‖;

―aquele, é claro, está mais mal acabado, mais mal feito―.

( E ) Este peixe está melhor cozido do que aquele?

( C ) Este peixe está mais bem cozido do que aquele‖. (

E ) Este conselho foi melhor aceite do que aquele?

( C ) Este conselho foi mais bem aceite do que aquele‖.

( E ) Aquelas pessoas são melhor instruídas do que as outras.

( C ) Aquelas pessoas são mais bem instruídas do que as outras.

Não esqueçam: antes de particípio, sempre, mas sempre: mais bem, mais mal.

PARADA OBRIGATÓRIA - ADJETIVO: GRAU COMPARATIVO

Construção gramaticalmente correta Construção gramaticalmente


incorreta
Conheço muito pouco matemática.
Sei muito menos do que ele.
Ele fala bem mal.
Comparação de qualidade válida pois se aplica a Comparação de qualidade inválida pois se
um mesmo elemento. aplica a mais de um elemento.
Ele é mais bom que paciente. Ele é mais bom que sua irmã.
Ela é mais boa que inteligente. Ela é mais boa que sua prima.
Mais de um elemento- comparativo sintético:
Ela é menor que o irmão. Ela é mais pequena que o irmão.
Ela é maior que o irmão. Ela é mais grande que o irmão.
Ela é pior que o irmão. Ela é mais ruim que o irmão.
Ela é melhor que o irmão. Ela é mais boa que o irmão.

55
PALAVRAS OXÍTONAS, PAROXÍTONAS E PROPAROXÍTONAS

Quanto à posição da sílaba tônica, as palavras de duas ou mais sílabas


classificam-se em:

OXÍTONAS: Quando a sílaba tônica é a última sílaba da palavra.


Ex.: visitar aqui alguém

PAROXÍTONAS: Quando a sílaba tônica é a penúltima sílaba da palavra.


Ex.: alta chocolate tipos

PROPAROXÍTONAS: Quando a sílaba tônica é a antepenúltima sílaba da palavra.


E.: máquina câmara pública

EXERCÍCIOS DE TONICIDADE

1 – Classifique as seguintes palavras em: oxítona, paroxítona ou proparoxítona:


- Perguntei: _____________
-Sábado: _____________
- Calmaria: _____________
- Infância: _____________
- coração: _____________
- Comprar: _____________
- Futebol: _____________
- Médico: _____________
- Pastel: _____________
- Semente: _____________
- Público: _____________
- Mágico: _____________

2 – Separe as sílabas destas palavras e faça um retângulo em cada sílaba tônica.


- Balaústre: _____________
- Colorir: _____________
- Pássaro: _____________
- Embaixo: _____________
- Prefeitura: _____________
- Cérebro: _____________
56
- Caldeirão: _____________

SÍLABA ÁTONA E SÍLABA TÔNICA

A sílaba átona é a pronunciada com menos intensidade.


A sílaba tônica é a pronunciada com mais intensidade.
Ao ler cada uma das palavras acima, você deve ter pronunciado uma sílaba com mais
força do que as outras. Isso ocorre em todas as palavras que têm mais de uma sílaba.
De acordo com a maior ou menor intensidade com que são pronunciadas, as sílabas
classificam-se em tônicas e átonas.
Ex.: Você aquário ópera.

3) Identifique em cada uma delas a sílaba que foi pronunciada de maneira mais
forte.
- Você - Aquário - Ópera

4) Em cada uma dessas palavras, a sílaba que foi pronunciada de maneira mais forte
é a última, a penúltima ou a antepenúltima?
- Você: _____________
- Aquário: _____________
- Ópera: _____________

UM: ARTIGO OU NUMERAL?

Quando um é artigo, podemos colocar na frase a palavra qualquer após o


substantivo que ele acompanha.
Ex.: Folheei um catálogo de remédios enquanto esperava o dentista. –
um catálogo qualquer.

Quando um é numeral, podemos colocar na frase, antes dele, as


palavras somente ou apenas, sem modificar o sentido.

Ex.: Comprei um livro de aventuras. – somente um livro de aventuras.


Podemos também substituir um por dois, para ver se a palavra um expressa ou não
a ideia de quantidade.

Ex.: Comprei um livro / dois livros de aventura.

5) “Uma semente de milho! Se eu plantar, posso ter uma espiga”.


Uma é artigo ou numeral?
_____________

6) “Uma espiga! Se eu plantar, posso ter várias espigas”.


Qual é a função de uma, na frase?

_____________
57
Exercícios sobre Funções da Linguagem
As funções da linguagem são classificadas em seis tipos: função referencial, função emotiva, função poética,
função fática, função conativa e função metalinguística.

Relacionadas com os usos da linguagem, cada uma possui uma função de acordo com os elementos da
comunicação.

Lembre-se que esse tema está muito presente nos vestibulares, Enem e concursos. Por isso, teste já seus
conhecimentos sobre as funções da linguagem com exercícios de vestibular e confira o gabarito das questões.

1. (UEMG-2006) Assinale a alternativa em que o(s) termo(s) em negrito do fragmento citado NÃO contém
(êm) traço(s) da função emotiva da linguagem.

a) Os poemas (infelizmente!) não estão nos rótulos de embalagens nem junto aos frascos de remédio.
b) A leitura ganha contornos de “cobaia de laboratório” quando sai de sua significação e cai no ambiente
artificial e na situação inventada.
c) Outras leituras significativas são o rótulo de um produto que se vai comprar, os preços do bem de consumo,
o tíquete do cinema, as placas do ponto de ônibus (...)
d) Ler e escrever são condutas da vida em sociedade. Não são ratinhos mortos (...) prontinhos para ser
desmontados e montados, picadinhos (...)

2. (UFV-2005) Leia as passagens abaixo, extraídas de São Bernardo, de Graciliano Ramos:

I. Resolvi estabelecer-me aqui na minha terra, município de Viçosa, Alagoas, e logo planeei adquirir a
propriedade S. Bernardo, onde trabalhei, no eito, com salário de cinco tostões.
II. Uma semana depois, à tardinha, eu, que ali estava aboletado desde meio-dia, tomava café e conversava,
bastante satisfeito.
III. João Nogueira queria o romance em língua de Camões, com períodos formados de trás para diante.
IV. Já viram como perdemos tempo em padecimentos inúteis? Não era melhor que fôssemos como os bois?
Bois com inteligência. Haverá estupidez maior que atormentar-se um vivente por gosto? Será? Não será? Para
que isso? Procurar dissabores! Será? Não será?
V. Foi assim que sempre se fez. [respondeu Azevedo Gondim] A literatura é a literatura, seu Paulo. A gente
discute, briga, trata de negócios naturalmente, mas arranjar palavras com tinta é outra coisa. Se eu fosse
escrever como falo, ninguém me lia.

Assinale a alternativa em que ambas as passagens demonstram o exercício de metalinguagem em São


Bernardo:

a) III e V.
b) I e II.
c) I e IV.
d) III e IV.
e) II e V.

58
3. (PUC/SP-2001)

A Questão é Começar

Coçar e comer é só começar. Conversar e escrever também. Na fala, antes de iniciar, mesmo numa livre
conversação, é necessário quebrar o gelo. Em nossa civilização apressada, o “bom dia”, o “boa tarde, como
vai?” já não funcionam para engatar conversa. Qualquer assunto servindo, fala-se do tempo ou de futebol. No
escrever também poderia ser assim, e deveria haver para a escrita algo como conversa vadia, com que se divaga
até encontrar assunto para um discurso encadeado. Mas, à diferença da conversa falada, nos ensinaram a
escrever e na lamentável forma mecânica que supunha texto prévio, mensagem já elaborada. Escrevia-se o que
antes se pensara. Agora entendo o contrário: escrever para pensar, uma outra forma de conversar.

Assim fomos “alfabetizados”, em obediência a certos rituais. Fomos induzidos a, desde o início, escrever
bonito e certo. Era preciso ter um começo, um desenvolvimento e um fim predeterminados. Isso estragava,
porque bitolava, o começo e todo o resto. Tentaremos agora (quem? eu e você, leitor) conversando entender
como necessitamos nos reeducar para fazer do escrever um ato inaugural; não apenas transcrição do que
tínhamos em mente, do que já foi pensado ou dito, mas inauguração do próprio pensar. “Pare aí”, me diz você.
“O escrevente escreve antes, o leitor lê depois.” “Não!”, lhe respondo, “Não consigo escrever sem pensar em
você por perto, espiando o que escrevo. Não me deixe falando sozinho.”

Pois é; escrever é isso aí: iniciar uma conversa com interlocutores invisíveis, imprevisíveis, virtuais apenas,
sequer imaginados de carne e ossos, mas sempre ativamente presentes. Depois é espichar conversas e novos
interlocutores surgem, entram na roda, puxam assuntos. Termina-se sabe Deus onde.

(MARQUES, M.O. Escrever é Preciso, Ijuí, Ed. UNIJUÍ, 1997, p. 13).

Observe a seguinte afirmação feita pelo autor: “Em nossa civilização apressada, o “bom dia”, o “boa tarde”
já não funcionam para engatar conversa. Qualquer assunto servindo, fala-se do tempo ou de futebol.” Ela faz
referência à função da linguagem cuja meta é “quebrar o gelo”. Indique a alternativa que explicita essa função.

a) Função emotiva
b) Função referencial
c) Função fática
d) Função conativa
e) Função poética

4. (Enem-2007)

O canto do guerreiro

Aqui na floresta
Dos ventos batida, Façanhas de bravos
Não geram escravos,
Que estimem a vida
Sem guerra e lidar.
— Ouvi-me, Guerreiros,
— Ouvi meu cantar.
Valente na guerra,
Quem há, como eu sou?
Quem vibra o tacape

59
Com mais valentia?
Quem golpes daria
Fatais, como eu dou?
— Guerreiros, ouvi-me;
— Quem há, como eu sou?

(Gonçalves Dias.)

Macunaíma (Epílogo)

Acabou-se a história e morreu a vitória.

Não havia mais ninguém lá. Dera tangolomângolo na tribo Tapanhumas e os filhos dela se acabaram de um em
um. Não havia mais ninguém lá. Aqueles lugares, aqueles campos, furos puxadouros arrastadouros meios-
barrancos, aqueles matos misteriosos, tudo era solidão do deserto... Um silêncio imenso dormia à beira do rio
Uraricoera. Nenhum conhecido sobre a terra não sabia nem falar da tribo nem contar aqueles casos tão
pançudos. Quem podia saber do Herói?

(Mário de Andrade.)

Considerando-se a linguagem desses dois textos, verifica-se que

a) a função da linguagem centrada no receptor está ausente tanto no primeiro quanto no segundo texto.
b) a linguagem utilizada no primeiro texto é coloquial, enquanto, no segundo, predomina a linguagem formal.
c) há, em cada um dos textos, a utilização de pelo menos uma palavra de origem indígena.
d) a função da linguagem, no primeiro texto, centra-se na forma de organização da linguagem e, no segundo, no
relato de informações reais.
e) a função da linguagem centrada na primeira pessoa, predominante no segundo texto, está ausente no
primeiro.

5. (Enem-2012)

Desabafo

Desculpem-me, mas não dá pra fazer uma cronicazinha divertida hoje. Simplesmente não dá. Não tem como
disfarçar: esta é uma típica manhã de segunda-feira. A começar pela luz acesa da sala que esqueci ontem à
noite. Seis recados para serem respondidos na secretária eletrônica. Recados chatos. Contas para pagar que
venceram ontem. Estou nervoso. Estou zangado.

CARNEIRO, J. E. Veja, 11 set. 2002 (fragmento).

Nos textos em geral, é comum a manifestação simultânea de várias funções da linguagem, com o predomínio,
entretanto, de uma sobre as outras. No fragmento da crônica Desabafo, a função da linguagem predominante é
a emotiva ou expressiva, pois

a) o discurso do enunciador tem como foco o próprio código.


b) a atitude do enunciador se sobrepõe àquilo que está sendo dito.
c) o interlocutor é o foco do enunciador na construção da mensagem.
d) o referente é o elemento que se sobressai em detrimento dos demais.
e) o enunciador tem como objetivo principal a manutenção da comunicação.

60
6. (Ibmec-2006)

Me devolva o Neruda (que você nem leu)

Quando o Chico Buarque escreveu o verso acima, ainda não tinha o “que você nem leu”. A palavra Neruda -
prêmio Nobel, chileno, de esquerda - era proibida no Brasil. Na sala da Censura Federal o nosso poeta negociou
a proibição. E a música foi liberada quando ele acrescentou o “que você nem leu”, pois ficava parecendo que
ninguém dava bola para o Neruda no Brasil. Como eram burros os censores da ditadura militar! E coloca burro
nisso!!! Mas a frase me veio à cabeça agora, porque eu gosto demais dela. Imagine a cena. No meio de uma
separação, um dos cônjuges (me desculpe a palavra) me solta esta: me devolva o Neruda que você nem leu!
Pense nisso.

Pois eu pensei exatamente nisso quando comecei a escrever esta crônica, que não tem nada a ver com o Chico,
nem com o Neruda e, muito menos, com os militares.

É que eu estou aqui para dizer um tchau. Um tchau breve porque, se me aceitarem - você e o diretor da revista -
, eu volto daqui a dois anos. Vou até ali escrever uma novela na Globo (o patrão vai continuar o mesmo) e
depois eu volto.

Esperando que você já tenha lido o Neruda.

Mas aí você vai dizer assim: pó, escrever duas crônicas por mês, fora a novela, o cara não consegue? O que é
uma crônica? Uma página e meia. Portanto, três páginas por mês e o cara me vem com esse papo de Neruda?

Preguiçoso, no mínimo.

Quando faço umas palestras por aí, sempre me perguntam o que é necessário para se tornar um escritor. E eu
sempre respondo: talento e sorte. Entre os 10 e 20 anos, recebia na minha casa O Cruzeiro, Manchete e o jornal
Última Hora. E lá dentro eu lia (me invejem): Paulo Mendes Campos, Rubem Braga, Fernando Sabino, Millôr
Fernandes, Nelson Rodrigues, Stanislaw Ponte Preta, Carlos Heitor Cony. E pensava, adolescentemente:
quando eu crescer, vou ser cronista.

Bem ou mal, consegui meu espaço. E agora, ao pedir de volta o livro chileno, fico pensando em como eu me
sentiria se, um dia, um desses aí acima escrevesse que iria dar um tempo. Eu matava o cara! Isso não se faz
com o leitor (desculpe, minha amiga, não estou me colocando no mesmo nível deles, não!)

E deixo aqui uns versinhos do Neruda para as minhas leitoras de 30 e 40 anos (e para todas):

Escuchas otras voces en mi voz dolorida


Llanto de viejas bocas, sangre de viejas súplicas,
Amame, compañera. No me abandones. Sigueme,
Sigueme, compañera, en esa ola de angústia.
Pero se van tiñendo con tu amor mis palabras
Todo lo ocupas tú, todo lo ocupas
Voy haciendo de todas un collar infinito
Para tus blancas manos, suaves como las uvas.

Desculpe o mau jeito: tchau!

(Prata, Mario. Revista Época. São Paulo. Editora Globo, Nº - 324, 02 de agosto de 2004, p. 99)

61
Relacione os fragmentos abaixo às funções da linguagem predominantes e assinale a alternativa correta.

I - “Imagine a cena”.
II - “Sou um homem de sorte”.
III - “O que é uma crônica? Uma página e meia. Portanto, três páginas por mês e o cara me vem com esse papo
de Neruda?”.

a) Emotiva, poética e metalingüística, respectivamente.


b) Fática, emotiva e metalingüística, respectivamente.
c) Metalingüística, fática e apelativa, respectivamente.
d) Apelativa, emotiva e metalingüística, respectivamente.
e) Poética, fática e apelativa, respectivamente.

7. (Fuvest-2004)

Observe, ao lado, esta gravura de Escher: Na linguagem verbal, exemplos de aproveitamento de recursos
equivalentes aos da gravura de Escher encontram-se, com frequência,

a) nos jornais, quando o repórter registra uma ocorrência que lhe parece extremamente intrigante.
b) nos textos publicitários, quando se comparam dois produtos que têm a mesma utilidade.

62
c) na prosa científica, quando o autor descreve com isenção e distanciamento a experiência de que trata.
d) na literatura, quando o escritor se vale das palavras para expor procedimentos construtivos do discurso.
e) nos manuais de instrução, quando se organiza com clareza uma determinada sequência de operações.

8. (Unifesp-2002)

Texto I:

Perante a Morte empalidece e treme,


Treme perante a Morte, empalidece.
Coroa-te de lágrimas, esquece
O Mal cruel que nos abismos geme.

(Cruz e Souza, Perante a morte.)

Texto II:

Tu choraste em presença da morte?


Na presença de estranhos choraste?
Não descende o cobarde do forte;
Pois choraste, meu filho não és!

(Gonçalves Dias, I Juca Pirama.)

Texto III:

Corrente, que do peito destilada,


Sois por dous belos olhos despedida;
E por carmim correndo dividida,
Deixais o ser, levais a cor mudada.

(Gregório de Matos, Aos mesmos sentimentos.)

Texto IV:

Chora, irmão pequeno, chora,


Porque chegou o momento da dor.
A própria dor é uma felicidade...

(Mário de Andrade, Rito do irmão pequeno.)

Texto V:

Meu Deus! Meu Deus! Mas que bandeira


é esta,
Que impudente na gávea tripudia?!...
Silêncio! ... Musa! Chora, chora tanto
Que o pavilhão se lave no teu pranto...

(Castro Alves, O navio negreiro.)

63
Dois dos cinco textos transcritos expressam sentimentos de incontida revolta diante de situações inaceitáveis.
Esse transbordamento sentimental se faz por meio de frases e recursos linguísticos que dão ênfase à função
emotiva e à função conativa da linguagem. Esses dois textos são:

a) I e IV.
b) II e III.
c) II e V.
d) III e V.
e) IV e V.

9. (Enem-2014)

O telefone tocou.
— Alô? Quem fala?
— Como? Com quem deseja falar?
— Quero falar com o sr. Samuel Cardoso.
— É ele mesmo. Quem fala, por obséquio?
— Não se lembra mais da minha voz, seu Samuel?
Faça um esforço.
— Lamento muito, minha senhora, mas não me lembro. Pode dizer-me de quem se trata?

(ANDRADE, C. D. Contos de aprendiz. Rio de Janeiro: José Olympio, 1958.)

Pela insistência em manter o contato entre o emissor e o receptor, predomina no texto a função

a) metalinguística.
b) fática.
c) referencial.
d) emotiva.
e) conativa.

10. (Insper-2012)

Para fazer um poema dadaísta


Pegue num jornal.
Pegue numa tesoura.
Escolha no jornal um artigo com o comprimento que pretende dar ao seu poema.
Recorte o artigo.
Em seguida, recorte cuidadosamente as palavras que compõem o artigo e coloque-as num saco.
Agite suavemente.
Depois, retire os recortes uns a seguir aos outros.
Transcreva-os escrupulosamente pela ordem que eles saíram do saco.
O poema parecer-se-á consigo.
E você será um escritor infinitamente original, de uma encantadora sensibilidade, ainda que incompreendido
pelas pessoas vulgares.

(Tristan Tzara)

A metalinguagem, presente no poema de Tristan Tzara, também é encontrada de modo mais evidente em:

64
a) Receita de Herói
Tome-se um homem feito de nada
Como nós em tamanho natural
Embeba-se-lhe a carne
Lentamente
De uma certeza aguda, irracional
Intensa como o ódio ou como a fome.
Depois perto do fim
Agite-se um pendão
E toque-se um clarim
Serve-se morto.

FERREIRA, Reinaldo. Receita de Herói. In: GERALDI, João Wanderley. Portos de passagem. São Paulo: Martins Fontes, 1991, p.185.

b)

c)

65
d)

e)

11. (UFS)

Disparidades raciais

Fator decisivo para a superação do sistema colonial, o fim do trabalho escravo foi seguido pela criação do mito
da democracia racial no Brasil. Nutriu-se, desde então, a falsa ideia de que haveria no país um convívio cordial

66
entre as diversas etnias.
Aos poucos, porém, pôde-se ver que a coexistência pouco hostil entre brancos e negros, por exemplo,
mascarava a manutenção de uma descomunal desigualdade socioeconômica entre os dois grupos e não advinha
de uma suposta divisão igualitária de oportunidades.

O cruzamento de alguns dados do último censo do IBGE relativos ao Rio de Janeiro permite dimensionar
algumas dessas inequívocas diferenças. Em 91, o analfabetismo no Estado era 2,5 vezes maior entre negros do
que entre brancos, e quase 60% da população negra com mais de 10 anos não havia conseguido ultrapassar a 4ª.
série do 1º. grau, contra 39% dos brancos. Os números relativos ao ensino superior confirmam a cruel
seletividade imposta pelo fator socioeconômico: até aquele ano, 12% dos brancos haviam concluído o 3º. Grau,
contra só 2,5% dos negros.

É inegável que a discrepância racial vem diminuindo ao longo do século: o analfabetismo no Rio de Janeiro era
muito maior entre negros com mais de 70 anos do que entre os de menos de 40 anos. Essa queda, porém, ainda
não se traduziu numa proporcional equalização de oportunidades.

Considerando que o Rio de Janeiro é uma das unidades mais desenvolvidas do país e com acentuada tradição
urbana, parece inevitável extrapolar para outras regiões a inquietação resultante desses dados.

(Folha de São Paulo, 9. de jun. de 1996. Adaptado).

Considerando as funções que a linguagem pode desempenhar, reconhecemos que, no texto acima, predomina a
função:

a) apelativa: alguém pretende convencer o interlocutor acerca da superioridade de um produto.


b) expressiva: o autor tenciona apenas transparecer seus sentimentos e emoções pessoais.
c) fática: o propósito comunicativo em jogo é o de entrar em contato com o parceiro da interação.
d) estética: o autor tem a pretensão de despertar no leitor o prazer e a emoção da arte pela palavra.
e) referencial: o autor discorre acerca de um tema e expõe sobre ele considerações pertinentes.

12. (Enem-2014)

Há o hipotrélico. O termo é novo, de impensada origem e ainda sem definição que lhe apanhe em todas as
pétalas o significado. Sabe-se, só, que vem do bom português. Para a prática, tome-se hipotrélico querendo
dizer: antipodático, sengraçante imprizido; ou talvez, vicedito: indivíduo pedante, importuno agudo, falta de
respeito para com a opinião alheia. Sob mais que, tratando-se de palavra inventada, e, como adiante se verá,
embirrando o hipotrélico em não tolerar neologismos, começa ele por se negar nominalmente a própria
existência.

(ROSA, G. Tutameia: terceiras estórias. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001) (fragmento).

Nesse trecho de uma obra de Guimarães Rosa, depreende-se a predominância de uma das funções da

a) metalinguística, pois o trecho tem como propósito essencial usar a língua portuguesa para explicar a própria
língua, por isso a utilização de vários sinônimos e definições.
b) referencial, pois o trecho tem como principal objetivo discorrer sobre um fato que não diz respeito ao
escritor ou ao leitor, por isso o predomínio da terceira pessoa.
c) fática, pois o trecho apresenta clara tentativa de estabelecimento de conexão com o leitor, por isso o emprego
dos termos “sabe-se lá” e “tome-se hipotrélico”.
d) poética, pois o trecho trata da criação de palavras novas, necessária para textos em prosa, por isso o emprego
de “hipotrélico”.

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e) expressiva, pois o trecho tem como meta mostrar a subjetividade do autor, por isso o uso do advérbio de
dúvida “talvez”.

13. (Enem-2013)

Lusofonia

rapariga: s.f., fem. de rapaz: mulher nova; moça; menina; (Brasil), meretriz.

Escrevo um poema sobre a rapariga que está sentada


no café, em frente da chávena de café, enquanto
alisa os cabelos com a mão. Mas não posso escrever este
poema sobre essa rapariga porque, no brasil, a palavra
rapariga não quer dizer o que ela diz em Portugal. Então,
terei de escrever a mulher nova do café, a jovem do café,
a menina do café, para que a reputação da pobre rapariga
que alisa os cabelos com a mão, num café de lisboa, não
fique estragada para sempre quando este poema atravessar o
atlântico para desembarcar no rio de janeiro. E isto tudo
sem pensar em áfrica, porque aí lá terei
de escrever sobre a moça do café, para
evitar o tom demasiado continental da rapariga, que é
uma palavra que já me está a pôr com dores
de cabeça até porque, no fundo, a única coisa que eu queria
era escrever um poema sobre a rapariga do
café. A solução, então, é mudar de café, e limitar-me a
escrever um poema sobre aquele café onde nenhuma
rapariga se pode sentar à mesa porque só servem café ao balcão.

JÚDICE, N. Matéria do Poema. Lisboa: D. Quixote, 2008.

O texto traz em relevo as funções metalinguística e poética. Seu caráter metalinguístico justifica-se pela

a) discussão da dificuldade de se fazer arte inovadora no mundo contemporâneo.


b) defesa do movimento artístico da pós-modernidade, típico do século XX.
c) abordagem de temas do cotidiano, em que a arte se volta para assuntos rotineiros.
d) tematização do fazer artístico, pela discussão do ato de construção da própria obra.
e) valorização do efeito de estranhamento causado no público, o que faz a obra ser reconhecida.

Figuras semânticas
1. Metáfora

“Deixe a meta do poeta, não discuta / Deixe a sua meta fora da disputa / Meta dentro e fora, lata absoluta /
Deixe-a simplesmente metáfora” (Metáfora — Gilberto Gil)

A metáfora é, provavelmente, a figura de linguagem que mais utilizamos no nosso dia a dia. Ela se baseia em
uma comparação implícita, sem o elemento comparativo (“como” ou “tal qual”, por exemplo), em que uma
característica de determinada coisa é atribuída ao elemento metaforizado.

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Consiste em usar a palavra referente a essa coisa no lugar da característica propriamente dita, depreendendo
uma relação de semelhança que, por termos uma linguagem flexível e complexa, conseguimos entender.

Por exemplo, se dizemos que “Maria Rita é uma flor”, nosso cérebro já tem mecanismos para compreender que
o que queremos dizer é que ela é delicada, perfumada, bonita etc., e não que ela seja literalmente uma flor.

Para textos na web, é interessante utilizar algumas metáforas para validar seus argumentos e enriquecer
linguisticamente o seu texto.

Se você está escrevendo sobre novas tecnologias, por que não contar com metáforas referentes a objetivos
tecnológicos? Dessa forma, seu leitor ficará mais preso ao tema proposto e sua produção lhe parecerá mais
atraente e bem escrita.

Mas tenha cuidado, pois há mais de uma possibilidade de interpretação da metáfora, já que a identificação entre
os dois elementos em comum pode ficar por conta do leitor. Portanto, procure esclarecer ao máximo o que você
quer dizer quando usar esse recurso.

2. Símile ou Comparação

“Te ver e não te querer (…) / É como mergulhar no rio / E não se molhar / É como não morrer de frio / No
gelo polar” (Te Ver — Samuel Rosa, Lelo Zaneti e Chico Amaral)

A símile é, assim como a metáfora, uma figura de comparação — mas, dessa vez, explícita. Como assim?

A metáfora é mais subjetiva, pois sugere implicitamente uma ligação entre dois seres ou entidades diferentes a
partir de uma característica em comum, enquanto a símile apenas aponta que existe uma semelhança específica
e objetiva entre os dois elementos comparados.

Retomando o exemplo que trouxemos quando explicamos a metáfora, uma símile seria “Maria Rita é bela
como uma flor” ou “Maria Rita é cheirosa, assim como uma flor” — dessa forma, ressaltamos o determinado
atributo que queremos comparar e trazemos um elemento comparativo (“como”, “que nem”, “assim como”, “tal
qual”).

Quando se escreve para a web, fazer comparações explícitas pode ajudar você a ressaltar um argumento ou
contrastar opções com mais propriedade e clareza.

Como a símile é mais objetiva que a metáfora, ela é uma opção mais segura para ser utilizada em textos com
uma linguagem mais séria. Além disso, a relação de similaridade (daí o nome “símile”!) entre os vocábulos
pode ser uma carta na manga na hora de convencer o leitor do seu ponto de vista.

3. Analogia

A analogia também é uma espécie de comparação, mas, nesse caso, feita por meio de uma correspondência
entre duas entidades distintas. O termo também é utilizado no Direito e na Biologia.

Na escrita, a analogia pode ocorrer quando o autor quer estabelecer uma aproximação equivalente entre
elementos por meio do sentido figurado e dos conectivos de comparação.

Por exemplo, em um trecho do romance “A Redoma de Vidro”, a autora Sylvia Plath faz uma analogia entre a
abundância de opções que temos para escolher o que faremos da vida e uma árvore cheia de figos:

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“Da ponta de cada galho, como um enorme figo púrpura, um futuro maravilhoso acenava e cintilava. Um
desses figos era um lar feliz com marido e filhos, outro era uma poeta famosa, outro, uma professora brilhante,
outro era Ê Gê, a fantástica editora, outro era feito de viagens à Europa, África e América do Sul, outro era
Constantin e Sócrates e Átila e um monte de amantes com nomes estranhos e profissões excêntricas, outro era
uma campeã olímpica de remo, e acima desses figos havia muitos outros que eu não conseguia enxergar. Me vi
sentada embaixo da árvore, morrendo de fome, simplesmente porque não conseguia decidir com qual figo eu
ficaria. Eu queria todos eles, mas escolher um significava perder todo o resto, e enquanto eu ficava ali
sentada, incapaz de tomar uma decisão, os figos começaram a encolher e ficar pretos e, um por um,
desabaram no chão aos meus pés.”

Para a web, usar analogias pode ser eficiente quando você quer simplificar o assunto abordado. Caso ele seja
muito complexo, é só fazer uma analogia com algo mais simples que o leitor entenderá mais facilmente e seu
texto se enriquecerá.

4. Metonímia

“E no Nordeste tudo em paz / Só mesmo morto eu descanso / Mas o sangue anda solto / (…) / Terceiro mundo,
se for / Piada no exterior / Mas o Brasil vai ficar rico” (Que País é Esse? — Renato Russo)

A metonímia é mais uma figura de linguagem que tem a ver com semelhanças. Ela ocorre quando um único
nome é citado para representar um todo referente a ele. Por exemplo, é comum dizermos frases como “Adoro
ler Clarice Lispector” ou, ainda mais comum, “bebi um copo de leite”.

No primeiro caso, o que eu adoro ler são os livros escritos pela autora Clarice Lispector, e não a pessoa dela em
si. No segundo caso, ocorre o mesmo: o que eu bebi foi o conteúdo (leite) que estava dentro do copo, e não o
objeto copo propriamente dito.

Ao escrever para a web, a metonímia é muito útil e, muitas vezes, usada sem nem percebermos.

Acontece quando substituímos uma marca por um tipo específico de produto — por exemplo, Durex
substituindo fita adesiva, Toddy substituindo achocolatado em pó e Maizena substituindo amido de milho. Ela
traz maior fluidez à escrita, além de levar o leitor a se identificar com o texto.

5. Perífrase

“Cidade maravilhosa / Cheia de encantos mil / Cidade maravilhosa / Coração do meu Brasil” (Cidade
Maravilhosa — André Filho)

A perífrase acontece quando um nome ou termo é substituído por alguma característica marcante sua ou por
algum fato que o tenha tornado célebre.

Por exemplo, quando falamos no “rei da selva”, estamos falando do leão. Da mesma forma, podemos nos
referir à capital francesa como “Cidade Luz” e ao Rio São Francisco como “Velho Chico”. Já no caso de
pessoas, essa substituição tem o nome de antonomásia (para saber mais, veja o item 13).

Essa figura de linguagem difere da metáfora, uma vez que a expressão usada para substituição refere-se
unicamente ao termo original, de modo que ele é facilmente identificado.

Na web, a perífrase pode ser utilizada para evitar a repetição de um nome, dando maior riqueza ao texto.
Atenção apenas para não usar codinomes que não sejam populares, pois isso pode dificultar o entendimento do

70
leitor.
6. Sinestesia

“Palavras não são más / palavras não são quentes / palavras são iguais / sendo diferentes” (Palavras —
Sérgio Britto e Marcelo Fromer)

É uma figura de linguagem bastante utilizada na arte, principalmente em músicas e poesias, uma vez que ela
trabalha com a mistura de dois ou mais sentidos humanos (olfato, paladar, audição, visão e tato).

Na frase “Um silêncio amargo invadiu a sala”, há um tipo de gosto (paladar) servindo de adjetivo para o
silêncio (audição), por exemplo.

Na web, é possível utilizar essa figura quando a pauta permitir: moda, culinária e fotografia, por exemplo, são
categorias em que, dependendo do foco desejado, a metonímia cai muito bem, intensificando as sensações que
o texto eventualmente pode querer passar ao leitor.

7. Hipérbole

“Por você eu largo tudo / Vou mendigar, roubar, matar / Até nas coisas mais banais / Pra mim é tudo ou
nunca mais” (Exagerado — Cazuza)

Ao contrário do eufemismo, a hipérbole serve para exaltar uma ideia, com o objetivo de causar maior impacto e
entusiasmo. Ela é muito usada em nosso cotidiano, como na expressão “Estou morta de fome”, em que a
intenção é enfatizar propositalmente o quanto estamos precisando comer.

Para a web, esse recurso é maravilhoso, pois, se a intenção é convencer o leitor do que estamos dizendo, nada
melhor que chamar a atenção dele para o que queremos, apenas usando termos exagerados.

8. Catacrese

“Me ame devagarinho / Sem fazer nenhum esforço / Tô doido por seu carinho / Pra sentir aquele gosto / Que
você tem na maçã do rosto / Que você tem na maçã do seu rosto” (Maçã do Rosto — Djavan)

A catacrese é o nome que utilizamos para algo que não tem um nome próprio. Em outras palavras, pegamos um
termo que já existe e o “emprestamos” para alguma outra coisa. Assim, o substantivo representa dois
significados diferentes, que não têm associação.

Maçã do rosto, pé da mesa e asa da xícara são alguns dos exemplos de catacrese muito utilizados no dia a dia.

9. Eufemismo

“Dar à luz a uma criança / é iluminar os seus dias / dividir suas tristezas / somar suas alegrias / é ser o
próprio calor / naquelas noites mais frias” (Dar à Luz — Bráulio Bessa)

O recurso do eufemismo é utilizado quando se deseja dar um tom mais leve para uma expressão — ou seja, é
diretamente oposto à hipérbole. O significado permanece, mas a frase se torna menos direta, pesada, negativa
ou depreciativa. “Fulano descansou em paz” é um ótimo exemplo de eufemismo muito utilizado.

10. Pleonasmo

“Vamos fugir / Pra outro lugar, baby!” (Vamos Fugir — Skank)

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O pleonasmo ocorre quando se repete uma palavra ou expressão na mesma frase com o mesmo significado. Do
ponto de vista da gramática, ele é considerado um vício de linguagem (deixando a frase redundante).
Entretanto, na literatura, costuma ser usado para dar ênfase.

11. Anáfora

“É preciso amor / Pra poder pulsar / É preciso paz pra poder sorrir / É preciso a chuva para florir” (Tocando
em Frente — Almir Sater)

É um recurso utilizado para dar mais ênfase à mensagem, por meio da repetição de palavras. Ela acontece de
forma sucessiva no começo das frases, versos ou períodos.

12. Ambiguidade ou Anfibologia

“Um primo contou ao outro que sua mãe estava doente.”

Ambiguidade é uma figura de linguagem muito utilizada no meio artístico, de forma poética e literária. Porém,
em textos técnicos e redações ela é considerada um vício (e deve ser evitada). Ela ocorre quando uma frase fica
com duplo sentido, confundindo a interpretação.

13. Antonomásia

“A ‘Dama de Ferro’ despertou admiração e ódio.” (Época Negócios)

Trata-se de um tipo de metonímia. Nesse caso, ocorre a substituição de um nome de pessoa por um conjunto de
palavras que a caracteriza. Quando a substituição é de um nome comum ou lugar, o recurso utilizado é a
perífrase.

Por exemplo, quando falamos “rei do futebol”, no Brasil, nos referimos ao jogador Pelé. Essa figura de
linguagem difere da metáfora, uma vez que a expressão usada para substituição refere-se unicamente ao termo
original, de modo que ele é facilmente identificado.

A antonomásia também pode ser utilizada para eliminar repetições e tornar o texto mais rico — e, assim como
a perífrase, deve trazer termos que sejam conhecidos pelo público, de modo a não prejudicar a compreensão.

14. Alegoria

“A vida é uma ópera, é uma grande ópera. O tenor e o barítono lutam pelo soprano, em presença do baixo e
dos comprimários, quando não são o soprano e o contralto que lutam pelo tenor, em presença do mesmo baixo
e dos mesmos comprimários. Há coros numerosos, muitos bailados, e a orquestra é excelente…” (Dom
Casmurro — Machado de Assis)

É usada de forma retórica, a fim de ampliar o significado de uma palavra (ou oração). Ela ajuda a transmitir um
(ou mais) sentidos do texto, além do literal.

15. Simbologia

“A pomba branca simboliza a paz.”

O conceito é bem simples: trata-se do uso de simbologias para indicar alguma coisa.

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Figuras sintáticas (ou de construção)

De modo geral, esses recursos são utilizados em textos da web para dar maior fluidez ao texto, ao mesmo
tempo que realçam a informação passada, deixando a escrita levemente mais rebuscada, mas sem perder a
informalidade necessária nessas situações.

16. Elipse

“A tarde talvez fosse azul, / não houvesse tantos desejos” (Poema de Sete Faces — Carlos Drummond de
Andrade)

A elipse consiste na omissão de um termo sem que a frase tenha seu sentido alterado. Por exemplo, na frase
“(eu) Quero (receber) mais respeito”, os termos em parênteses podem ser omitidos sem que o sentido da frase
seja alterado.

17. Zeugma

“O meu pai era paulista / Meu avô, pernambucano / O meu bisavô, mineiro / Meu tataravô, baiano”
(Paratodos — Chico Buarque)

O zeugma é basicamente o mesmo que a elipse, com a diferença de que ele é específico para omitir nomes
ou verbos citados anteriormente — por exemplo, quando dizemos “Eu prefiro literatura, ele, linguística”, e
deixamos de repetir o verbo “preferir”.

18. Silepse

“Nem tudo tinham os antigos, nem tudo temos, os modernos.” (Machado de Assis)

A silepse é quando há concordância com uma ideia, e não com uma palavra — ou seja, ela é feita com um
elemento implícito. Pode ocorrer nos seguintes âmbitos: de gênero, de número e de pessoa.

No exemplo “O casal se atrasou, estavam se arrumando”, temos uma silepse de número. A princípio, a frase
parece estar errada — já que o verbo “estar” deveria vir no singular, para concordar com “casal” —, mas não se
preocupe, essa construção é permitida.

19. Hipérbato ou Inversão

“Ouviram do Ipiranga as margens plácidas / De um povo heroico o brado retumbante” (Hino Nacional —
Joaquim Osório Duque Estrada)

O hipérbato é um recurso de inversão da ordem direta da frase (sujeito-verbo-objeto-complementos). Um


exemplo de inversão está na frase “Dorme tranquila a menina” — a ordem natural seria “A menina dorme
tranquila”.

Quando a inversão é muito violenta, recebe o nome de sínquise e, quando é especificamente da posição do
adjetivo, se chama hipálage.

20. Polissíndeto

“E o olhar estaria ansioso esperando / E a cabeça ao sabor da mágoa balançada / E o coração fugindo e o

73
coração voltando / E os minutos passando e os minutos passando…” (Olhar para Trás — Vinícius de Moraes)
Essa figura de linguagem é a repetição de conectivos ligando termos da oração ou períodos. Normalmente, as
conjunções coordenativas são repetidas, entre elas, o “e” é a mais comum.

Nem sempre esse recurso pode ser utilizado na redação para web, considerando que a repetição desnecessária
pode deixar o texto cansativo.

21. Assíndeto

“Tem que ser selado, registrado, carimbado / Avaliado, rotulado se quiser voar! / Se quiser voar / Pra Lua: a
taxa é alta / Pro Sol: identidade / Mas já pro seu foguete viajar pelo universo / É preciso meu carimbo dando o
sim / Sim, sim, sim” (Carimbador Maluco — Raul Seixas)

Ocorre quando um conectivo é excluído da frase (como o “e”), a fim de trazer uma sequência de informações.
Geralmente, é substituído por uma vírgula. É o contrário do que ocorre com o polissíndeto.

22. Anacoluto

“Umas carabinas que guardava atrás do guarda-roupa, a gente brincava com elas, de tão imprestáveis.” (José
Lins do Rego)

Trata-se de uma alteração na estrutura da frase, a qual é interrompida por algum elemento inserido de forma
“solta”. Alguns estudiosos defendem que o anacoluto é um erro gramatical.

Figuras de pensamento
23. Antítese

“Não existiria som se não / Houvesse o silêncio / Não haveria luz se não / Fosse a escuridão / A vida é mesmo
assim / Dia e noite, não e sim” (Certas Coisas — Lulu Santos)

O uso de palavras com sentidos opostos é outro possível recurso para fortalecer o discurso e deixar um ponto
de vista ainda mais claro. A antítese é, justamente, o contraste que ocorre quando os termos estão bem
próximos e acentuam a expressividade do período.

Curiosamente, a antítese é marco da escrita barroca, tida como a arte do contraste, mas ainda tem espaço na
escrita atual, principalmente no contexto digital. O contraste, além de enfatizar o sentido das palavras, esclarece
que a divergência entre elas é o que garante, de certa forma, o argumento colocado.

24. Paradoxo

“Se você quiser me prender, vai ter que saber me soltar” (Tiranizar — Caetano Veloso)

O termo, formado pelo prefixo “para”, que indica “contrário a”, e o sufixo “doxa”, que quer dizer “opinião”, é
consagrado pelos filósofos e seus sentidos vão além do uso na escrita.

Apesar de ser parecido com a antítese, o paradoxo é uma figura de linguagem usada para transmitir sentidos
opostos em uma mesma construção sintática. As duas ideias devem estar na mesma frase para expressar essa
contradição lógica e, geralmente, estão lado a lado.

No exemplo acima, o paradoxo é produzido pela oposição lógica das palavras “prender” e “soltar”. Outros bons
exemplos são: “O riso é uma coisa séria”, “O melhor improviso é aquele que é mais bem preparado” e “(O
amor) é ferida que dói e não se sente”, de Luís de Camões.
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25. Gradação ou Clímax

“Mais dez, mais cem, mais mil e mais um bilião, uns cingidos de luz, outros ensanguentados.” (Ocidentais —
Machado de Assis)

Ao pensarmos na apresentação de ideias, a gradação é uma figura de linguagem que propõe a organização das
palavras de acordo com a progressão — ascendente ou descendente — dos conceitos. O clímax é obtido com a
gradação ascendente, enquanto o anticlímax é a organização de forma contrária.

26. Personificação ou Prosopopeia

“As casas espiam os homens / Que correm atrás das mulheres” (Poema de Sete Faces — Carlos Drummond de
Andrade)

Personificar é atribuir características humanas e qualidades a objetos inanimados e irracionais. Também parece
pouco usual, mas acontece mais do que imaginamos. É comum conceder sentimentos, ações, sensações e gestos
físicos e de fala a objetos.

No trecho do poema, a prosopopeia é percebida no ato de dar ação à casa, que teria a qualidade de espiar os
homens.

27. Ironia

“Moça linda bem tratada, / três séculos de família, / burra como uma porta: um amor!” (Moça Linda Bem
Tratada — Mário de Andrade)

Na ironia, o interlocutor diz uma coisa, mas o significado é outro. Ela é muito conhecida e utilizada no dia a
dia, mas ainda pode gerar certa confusão — principalmente na língua escrita. É utilizada para se expressar de
forma sarcástica ou bem-humorada, além de servir como disfarce ou dissimulação.

28. Apóstrofe

“Oh! Deus, perdoe este pobre coitado / Que de joelhos rezou um bocado / Pedindo pra chuva cair sem parar”
(Súplica Cearense — Luiz Gonzaga)

Trata-se da figura utilizada para invocação ou chamamento. Também é usada para indicar surpresa, indignação
ou outro sentimento. Um exemplo muito comum é a expressão “minha Nossa Senhora!”, usada quando alguém
se espanta com algo.

29. Alusão

“Eles estavam apaixonados como Romeu e Julieta.”

A alusão é um recurso utilizado para fazer referência ou citação, relacionando uma ideia a outra — o que pode
ocorrer de forma explícita ou não. Ao fazer referência a um acontecimento, pessoas, personagens ou outros
trabalhos, a alusão ajuda no entendimento da ideia que se deseja passar.

No caso do exemplo acima, o objetivo é explicar tamanha paixão que uma pessoa sente pela outra.

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30. Quiasmo

“Cheguei. Chegaste / Tu vinhas fatigada e triste / e triste e fatigado eu vinha.” (No Meio do Caminho — Olavo
Bilac)

O quiasmo ocorre quando existe um cruzamento de palavras (ou expressões), fazendo com que elas se repitam.
Geralmente é usado para enfatizar algum feito. Um bom exemplo de como ele é usado no dia a dia: “Ele quase
não sai. Vai de casa para o trabalho, do trabalho para casa.”.

Figuras sonoras
31. Cacofonia

“Alma minha gentil, que te partiste / Tão cedo desta vida descontente, / Repousa lá no Céu eternamente, / E
viva eu cá na terra sempre triste” (Luís de Camões)

Na cacofonia, a junção de duas palavras (as últimas sílabas de uma + as sílabas iniciais da outra) pode tornar o
som diferente e criar um novo significado — ela é percebida ao falar, com o som fazendo parecer algo diferente
do que realmente foi dito.

Nos versos acima, a cacofonia acontece logo no início: “alma minha“. Veja alguns exemplos de cacofonia que
podemos produzir até mesmo sem perceber no dia a a dia:

 “eu beijei a boca dela“ (cadela);


 “a prova valia 5 pontos, um por cada acerto” (porcada);
 “ela tinha uma saia longa” (latinha);
 “vou te dar uma mão nessa tarefa” (mamão).

32. Onomatopeia

“Passa, tempo, tic-tac / Tic-tac, passa, hora / Chega logo, tic-tac / Tic-tac, e vai-te embora” (O Relógio —
Vinícius de Moraes)

A onomatopeia é um recurso utilizado com o objetivo de reproduzir um barulho, som ou ruído. É muito usada
em histórias. No trecho do poema acima, a onomatopeia “tic-tac” se refere ao barulho que o relógio faz.

33. Aliteração

“Lá vem o pato / Pata aqui, pata acolá / Lá vem o pato / Para ver o que é que há” (O Pato — Vinícius de
Moraes)

Aliteração é quando se faz a repetição do som de uma consoante na mesma frase. É usada para dar ênfase ao
texto e para criar trava-línguas. Ela tem a sonoridade como base, o que ajuda a ditar o ritmo.

Exemplos bem conhecidos de aliteração:

 “o rato roeu a roupa do rei de Roma”;


 “quem com ferro fere, com ferro será ferido”.

76
34. Assonância

A assonância é parecida com a aliteração, mas ocorre quando existe a repetição da vogal tônica ou de sílabas
com as mesmas consoantes e vogais distintas. Como no exemplo a seguir, em que há repetição das mesmas
consoantes com vogais diferentes:

“É a moda / da menina muda / da menina trombuda / que muda de modos / e dá medo” (Moda da Menina
Trombuda — Cecília Meireles)

Apesar de não estarem restritos à oralidade, os recursos sonoros em textos escritos podem complicar um pouco
mais a compreensão do texto, por isso, não são tão aproveitados.

35. Paronomásia

“Enquanto é tão cedo / Tão cedo / Enquanto for… um berço meu / Enquanto for… um terço meu / Serás vida…
bem-vinda / Serás viva… bem viva / Em mim” (Realejo — O Teatro Mágico)

Consiste no uso de palavras iguais ou com sons semelhantes, mas que têm sentidos diferentes. Um exemplo de
como ela é utilizada no cotidiano é o velho provérbio “quem casa, quer casa”, no qual a mesma palavra diz
respeito ao casamento e à moradia.

Exercícios de Figuras de linguagem


1. (UFPB)

I. "À custa de muitos trabalhos, de muitas fadigas, e sobretudo de muita paciência..."


II. "... se se queria que estivesse sério, desatava a rir..."
III. "... parece que uma mola oculta o impelia..."
IV. "... e isto (...) dava em resultado a mais refinada má-criação que se pode imaginar."

Quanto às figuras de linguagem, há neles, respectivamente,

a) gradação, antítese, comparação e hipérbole


b) hipérbole, paradoxo, metáfora e gradação
c) hipérbole, antítese, comparação e paradoxo
d) gradação, antítese, metáfora e hipérbole
e) gradação, paradoxo, comparação e hipérbole

2. (UFF)

TEXTO

Não há morte. O encontro de duas expansões, ou a expansão de duas formas, pode determinar a supressão de
duas formas, pode determinar a supressão de uma delas; mas, rigorosamente, não há morte, há vida, porque a
supressão de uma é a condição da sobrevivência da outra, e a destruição não atinge o princípio universal e
comum. Daí o caráter conservador e benéfico da guerra.

Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos,
que assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas, se

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as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de
inanição

A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os
despojos. Daí a alegria da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos das
ações bélicas.

Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só
comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza
uma ação que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.

(ASSIS, Machado fr. Quincas Borba. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira/INL, 1976.)

Assinale dentre as alternativas abaixo, aquela em que o uso da vírgula marca a supressão (elipse) do verbo:

a) Ao vencido, ódio ou compaixão, ao vencedor, as batatas.


b) A paz, nesse caso, é a destruição (…)
c) Daí a alegria da vitória, os hinos, as aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos das ações
bélicas.
d) (…) mas, rigorosamente, não há morte (…)
e) Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se (…)

3. (UFPA)

Tecendo a manhã
Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe o grito que um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.
E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão.

(MELO, João Cabral de. In: Poesias Completas. Rio de Janeiro, José Olympio, 1979)

Nos versos

“E se encorpando em tela, entre todos,


se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos, no toldo…”
tem-se exemplo de

a) eufemismo

78
b) antítese
c) aliteração
d) silepse
e) sinestesia

4. (FUVEST) A catacrese, figura que se observa na frase “Montou o cavalo no burro bravo”, ocorre em:

a) Os tempos mudaram, no devagar depressa do tempo.


b) Última flor do Lácio, inculta e bela, és a um tempo esplendor e sepultura.
c) Apressadamente, todos embarcaram no trem.
d) Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal.
e) Amanheceu, a luz tem cheiro.

5. (FEI) Assinalar a alternativa correta, com relação às figuras de linguagem, presentes nos fragmentos a seguir:

I. “Não te esqueças daquele amor ardente que já nos olhos meus tão puro viste.”
II. “A moral legisla para o homem; o direito, para o cidadão.”
III. “A maioria concordava nos pontos essenciais; nos pormenores porém, discordavam.”
IV. “Isaac a vinte passos, divisando a vulto de um, para, ergue a mão em viseira, firma os olhos.”

a) anacoluto, hipérbato, hipálage, pleonasmo


b) hipérbato, zeugma, silepse, assíndeto
c) anáfora, polissíndeto, elipse, hipérbato
d) pleonasmo, anacoluto, catacrese, eufemismo
e) hipálage, silepse, polissíndeto, zeugma

6. (USF-SP) Leia estes versos:

“As ondas amarguradas


Encostam a cabeça nas pedras do cais.
Até as ondas possuem
Uma pedra para descansar a cabeça.
Eu na verdade possuo
Todas as pedras que há no mundo,
Mas não descanso”.

(Murilo Mendes)

A figura de linguagem que ocorre nos versos 5 e 6 é:

a) metáfora
b) sinédoque
c) hipérbole
d) aliteração
e) anáfora

7. (VUNESP) Na frase: "O pessoal estão exagerando, me disse ontem um camelô", encontramos a figura de
linguagem chamada:

a) silepse de pessoa
b) elipse

79
c) anacoluto
d) hipérbole
e) silepse de número

8. (UFU) Cada frase abaixo possui uma figura de linguagem. Assinale aquela que não está classificada
corretamente:

a) O céu vai se tornando roxo e a cidade aos poucos agoniza. (prosopopeia)


b) "E ele riu frouxamente um riso sem alegria". (pleonasmo)
c) Peço-lhe mil desculpas pelo que aconteceu. (metáfora)
d) "Toda vida se tece de mil mortes." (antítese)
e) Ele entregou hoje a alma a Deus. (eufemismo)

9. (VUNESP) No trecho: “…dão um jeito de mudar o mínimo para continuar mandando o máximo”, a figura de
linguagem presente é chamada:

a) metáfora
b) hipérbole
c) hipérbato
d) anáfora
e) antítese

10. (FATEC) "Seus óculos eram imperiosos." Assinale a alternativa em que aparece a mesma figura de
linguagem que há na frase acima:

a) "As cidades vinham surgindo na ponte dos nomes."


b) "Nasci na sala do 3° ano."
c) "O bonde passa cheio de pernas."
d) "O meu amor, paralisado, pula."
e) "Não serei o poeta de um mundo caduco."

11. (ENEM-2004)

Cidade grande

Que beleza, Montes Claros.


Como cresceu Montes Claros.
Quanta indústria em Montes Claros.
Montes Claros cresceu tanto,
ficou urbe tão notória,
prima-rica do Rio de Janeiro,
que já tem cinco favelas
por enquanto, e mais promete.

(Carlos Drummond de Andrade)

Entre os recursos expressivos empregados no texto, destaca-se a

a) metalinguagem, que consiste em fazer a linguagem referir-se à própria linguagem.


b) intertextualidade, na qual o texto retoma e reelabora outros textos.
c) ironia, que consiste em se dizer o contrário do que se pensa, com intenção crítica.

80
d) denotação, caracterizada pelo uso das palavras em seu sentido próprio e objetivo.
e) prosopopeia, que consiste em personificar coisas inanimadas, atribuindo-lhes vida.

12. (UFSC 2012) Leia os provérbios (itens A e B) e a citação (item C) abaixo.

A. “A palavra é prata, o silêncio é ouro.”


B. “Os sábios não dizem o que sabem, os tolos não sabem o que dizem.”
C. “Há coisas que melhor se dizem calando.” (Machado de Assis)

Com base na leitura acima, assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S).

1. Em cada um dos provérbios observa-se um paralelismo sintático, que ajuda a conferir ritmo ao provérbio e
favorece sua memorização.
2. No provérbio (A) ocorrem duas metáforas.
4. No provérbio (B) as orações “o que sabem” e “o que dizem” funcionam como adjetivos que caracterizam,
respectivamente, os sábios e os tolos.
8. Tanto o item A quanto o item C funcionam como elogios à discrição.
16. A frase de Machado de Assis contém um pleonasmo, porque é um exagero dizer que se pode falar calado.
32. No provérbio (B) temos a figura de linguagem paradoxo, porque é absurdo que os sábios tenham que se
calar para que os tolos falem.

13. (FAU-Santos) Nos versos:

“Bomba atômica que aterra


Pomba atônita da paz
Pomba tonta, bomba atômica...”

A repetição de determinados elemento fônicos é um recurso estilístico denominado:

a) hiperbibasmo
b) sinédoque
c) metonímia
d) aliteração
e) metáfora

14. (Mackenzie) Nos versos abaixo, uma figura se ergue graças ao conflito de duas visões antagônicas:

“Saio do hotel com quatro olhos,


- Dois do presente,
- Dois do passado.”

Esta figura de linguagem recebe o nome de:

a) metonímia
b) catacrese
c) hipérbole
d) antítese
e) hipérbato

81
15. (ITA) Em qual das opções há erro de identificação das figuras?

a) "Um dia hei de ir embora / Adormecer no derradeiro sono." (eufemismo)


b) "A neblina, roçando o chão, cicia, em prece. (prosopopeia)
c) Já não são tão frequentes os passeios noturnos na violenta Rio de Janeiro. (silepse de número)
d) "E fria, fluente, frouxa claridade / Flutua..." (aliteração)
e) "Oh sonora audição colorida do aroma." (sinestesia).

16. (PUC-SP) Nos trechos: "...nem um dos autores nacionais ou nacionalizados de oitenta pra lá faltava nas
estantes do major" e "...o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja" encontramos,
respectivamente, as seguintes figuras de linguagem:

a) prosopopeia e hipérbole
b) hipérbole e metonímia
c) perífrase e hipérbole
d) metonímia e eufemismo
e) metonímia e prosopopeia.

17. (CESGRANRIO) Na frase "O fio da ideia cresceu, engrossou e partiu-se" ocorre processo de gradação. Não
há gradação em:

a) O carro arrancou, ganhou velocidade e capotou.


b) O avião decolou, ganhou altura e caiu.
c) O balão inflou, começou a subir e apagou.
d) A inspiração surgiu, tomou conta de sua mente e frustrou-se.
e) João pegou de um livro, ouviu um disco e saiu.

18. (FUNCAB-ES) As figuras de linguagem são usadas como recursos estilísticos para dar maior valor
expressivo à linguagem.

No seguinte trecho “Tu és a chuva e eu sou a terra [...]” predomina a figura, denominada:

a) onomatopeia
b) hipérbole
c) metáfora
d) catacrese
e) sinestesia

19. (Unicamp 2016)

Morro da Babilônia

À noite, do morro
descem vozes que criam o terror
(terror urbano, cinquenta por cento de cinema,
e o resto que veio de Luanda ou se perdeu na língua
Geral).

Quando houve revolução, os soldados


espalharam no morro,

82
o quartel pegou fogo, eles não voltaram.
Alguns, chumbados, morreram.
O morro ficou mais encantado.

Mas as vozes do morro


não são propriamente lúgubres.
Há mesmo um cavaquinho bem afinado
que domina os ruídos da pedra e da folhagem
e desce até nós, modesto e recreativo,
como uma gentileza do morro.

(Carlos Drummond de Andrade, Sentimento do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2012, p.19.)

No poema “Morro da Babilônia”, de Carlos Drummond de Andrade,

a) a menção à cidade do Rio de Janeiro é feita de modo indireto, metonimicamente, pela referência ao Morro da
Babilônia.
b) o sentimento do mundo é representado pela percepção particular sobre a cidade do Rio de Janeiro, aludida
pela metáfora do Morro da Babilônia.
c) o tratamento dado ao Morro da Babilônia assemelha-se ao que é dado a uma pessoa, o que caracteriza a
figura de estilo denominada paronomásia.
d) a referência ao Morro da Babilônia produz, no percurso figurativo do poema, um oxímoro: a relação entre
terror e gentileza no espaço urbano

20. (Insper 2013)

POÇAS D’ÁGUA

As poças d´água são um mundo mágico


Um céu quebrado no chão
Onde em vez de tristes estrelas
Brilham os letreiros de gás Néon.

(Mario Quintana, Preparativos de viagem, São Paulo, Globo, 1994.)

Levando-se em conta o texto como um todo, é correto afirmar que a metáfora presente no primeiro verso se
justifica porque as poças

a) estimulam a imaginação.
b) permitem ver as estrelas.
c) são iluminadas pelo Néon.
d) se opõem à tristeza das estrelas.
e) revelam a realidade como espelhos.

21. (IFPE-2016) Responda à questão com base na tirinha abaixo.

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O humor da tirinha foi conferido, sobretudo, pela não compreensão por parte da personagem Chico Bento da
figura de linguagem utilizada por seu interlocutor. A essa referida figura de linguagem dá-se o nome de

a) anáfora
b) metonímia
c) perífrase
d) hipérbole
e) aliteração

22. (UERJ-2014)

A namorada

Havia um muro alto entre nossas casas.


1
Difícil de mandar recado para ela.
Não havia e-mail.
2
O pai era uma onça.
A gente amarrava o bilhete numa pedra presa por
um cordão
E pinchava a pedra no quintal da casa dela.
Se a namorada respondesse pela mesma pedra
Era uma glória!
Mas por vezes o bilhete enganchava nos galhos da
goiabeira
E então era agonia.
No tempo do onça era assim.

(Manoel de Barros
Poesia completa. São Paulo: Leya, 2010.)

O pai era uma onça (ref. 2). Nesse verso, a palavra onça está empregada em um sentido que se define como:

a) enfático
b) antitético
c) metafórico
d) metonímico

84
23. (FGV-2001) Assinale a alternativa que indica a correta sequência das figuras encontradas nas frases abaixo.

O bom rapaz buscava, no fim do dia, negociar com os traficantes de drogas.


Naquele dia, o presidente entregou a alma a Deus.
Os operários sofriam, naquela mina, pelo frio em julho e pelo calor em dezembro.
A população deste bairro corre grande risco de ser soterrada por esta montanha de lixo.
A neve convidava os turistas que, receosos, a olhavam de longe.

a) Ironia, eufemismo, antítese, hipérbole, prosopopeia


b) Reticências, retificação, gradação, apóstrofe, ironia
c) Antítese, hipérbole, personificação, ironia, eufemismo
d) Gradação, apóstrofe, personificação, reticências, retificação
e) Ironia, eufemismo, antítese, apóstrofe, gradação

24. (PUC-SP-2007) Em uma grande concessionária de São Paulo leu-se a seguinte chamada: “Queima total de
seminovos”. A mesma estratégia foi utilizada em uma chamada de um grande hipermercado, em que se podia
ler: “Grande queima de colchões”. Acerca dos sentidos criados por essas chamadas, é apropriado afirmar que

a) em ambas há uma utilização da linguagem em seu sentido estritamente literal.


b) apenas em uma delas a linguagem foi utilizada em seu sentido estritamente literal.
c) em ambas o sentido é metafórico e é apreendido pela associação com o contexto.
d) em ambas o sentido é metafórico e é apreendido apenas pelas regras gramaticais.
e) em ambas o sentido é metafórico e não pode ser apreendido porque é incoerente.

25. (Vunesp-Ilha Solteira-2001)

Texto 1 Gregório de Matos

Goza, goza da flor da mocidade,


que o tempo trata a toda ligeireza
e imprime em toda flor a sua pisada.

Ó não aguardes, que a madura idade


te converta essa flor, essa beleza,
em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada.

Texto 2 Basílio da Gama

Pois se sabes que a tua formosura


Por força há de sofrer da idade os danos,
Por que me negas hoje esta ventura?

Guarda para seu tempo os desenganos,


Gozemo-nos agora, enquanto dura,
Já que dura tão pouco a flor dos anos.

A expressão latina carpe diem, que significa “aproveite o dia (presente)”, foi uma constante nos dois períodos
literários representados pelos poemas de Gregório de Matos e Basílio da Gama.

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a) Transcreva, de cada um dos poemas, um verso em que a ideia do carpe diem esteja explicitamente
apresentada.
b) Que metáfora é comum aos dois poemas?

26. (UNIFESP-2005)

Maria Bofetão

A surra que Maria Clara aplicou na vilã Laura levantou a audiência da novela Celebridade.

Na segunda-feira passada, 28 tabefes bem aplicados pela heroína Maria Clara (Malu Mader) derrubaram a
ignóbil Laura (Cláudia Abreu) e levantaram a audiência de Celebridade, a novela das 8 da Globo. (…)

Tanto a mocinha quanto a vilã ganharam nova dimensão nos últimos tempos. Maria Clara, depois de perder sua
fortuna, deixou de ser apenas uma patricinha magnânima e insossa, a aborrecida Maria Chata. Ela ganhou fibra
e mostrou que não tem sangue de barata. Quanto à Laura, ficou claro que sua maldade tem proporções
oceânicas: continuou com suas perfídias mesmo depois de conquistar a fama e o dinheiro que almejava. Por
tripudiar tanto assim sobre a inimiga, atraiu o ódio dos noveleiros. (Veja, 05.05.2004.)

Em “Quanto à Laura, ficou claro que sua maldade tem proporções oceânicas”, a figura de linguagem presente é

a) uma metáfora, já que compara a maldade com o oceano.


b) uma hipérbole, pois expressa a ideia de uma maldade exagerada.
c) um eufemismo, já que não afirma diretamente o quanto há de maldade.
d) uma ironia, pois se reconhece a maldade, mas ficam pressupostos outros sentidos.
e) um pleonasmo, já que entre maldade e oceânicas há uma repetição de sentido.

27. (FMU) Quando você afirma que enterrou “no dedo um alfinete”, que embarcou “no trem” e que serrou
“os pés da mesa”, recorre a um tipo de figura de linguagem denominada:

a) metonímia
b) antítese
c) paródia
d) alegoria
e) catacrese

28. (Anhembi)

Tenho fases
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua…
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.
Fases que vão e que vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.
E roda a melancolia

86
seu interminável fuso!
Não encontro com ninguém
(tenho fases, como a lua…)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua…
E, quando chega esse dia,
outro desapareceu…

(Lua Adversa – Cecília Meireles)

Indique a alternativa que não contenha a mesma figura de linguagem presente nesse verso do poema:

a) A tristeza é um barco imenso, perdido no oceano.


b) “O meu olhar é nítido como um girassol” (Alberto Caeiro)
c) “Meu amor me ensinou a ser simples como um largo de igreja” (Oswald de Andrade)
d) A casa dela é escura como a noite.
e) Ele é lerdo como uma lesma.

29. (UFPE) Assinale a alternativa em que o autor NÃO utiliza prosopopeia.

a) “Quando essa não-palavra morde a isca, alguma coisa se escreveu.” (Clarice Lispector)
b) “As palavras não nascem amarradas, elas saltam, se beijam, se dissolvem…” (Drummond)
c) “A poesia vai à esquina comprar jornal”. (Ferreira Gullar)
d) “A luminosidade sorria no ar: exatamente isto. Era um suspiro do mundo.” (Clarice Lispector)
e) “Meu nome é Severino, Não tenho outro de pia”. (João Cabral de Melo Neto)

30. (UFPE) Nos enunciados abaixo, a palavra destacada NÃO tem sentido conotativo em:

a) A comissão técnica está dissolvida. Do goleiro ao ponta-esquerda.


b) Indispensável à boa forma, o exercício físico detona músculos e ossos, se mal praticado.
c) O melhor tenista brasileiro perde o jogo, a cabeça e o prestígio em Roland Garros.
d) Sob a mira da Justiça, os sorteios via 0900 engordam o caixa das principais emissoras.
e) Alta nos juros atropela sonhos da classe média.

87
Arcadismo
O Arcadismo foi o principal movimento literário do século XVIII. Outros nomes dados ao estilo são
Setecentismo ou Neoclassicismo - a partir deste último, inclusive, percebe-se a relação do Arcadismo com
valores da cultura clássica, ou seja, valores gregos, romanos e renascentistas. Os escritores árcades são
conhecidos por oporem-se ao estilo barroco, inspirando-se em preceitos do Iluminismo.

Características

O movimento árcade foi fortemente influenciado pela cultura grega, latina e renascentista. A clareza e a
harmonia nos temas e nas formas afastaram das produções literárias a linguagem rebuscada e confusa do
Barroco. As antíteses e paradoxos do homem do século XVII passaram a dar lugar ao sujeito racional, que
buscava a simplicidade e a racionalidade em suas obras.

Uma das principais características árcades é a herança da cultura clássica (greco-latina e renascentista).
Alguns preceitos latinos que inspiraram os escritores árcades são:

Inutilia Truncat: Esse preceito dialoga com a necessidade de “tirar o inútil” da poesia, entendendo-se esse
inútil como sendo o excesso de rebuscamento formal do movimento Barroco.

Fugere Urbem: Para os líricos do Arcadismo, a cidade não era o ambiente ideal para viver, pregando-se,
portanto, a fuga da urbanidade como meta a ser alcançada.

Locus Amoenus: Atrelado ao fugere urbem, esse preceito afirma que o campo, o ambiente bucólico, é o ideal
para o homem.

Carpe Diem: Segundo esse preceito, é necessário aproveitar o presente para contemplar a realidade, sem
preocupar-se com o futuro.

Aurea Mediocritas: Segundo essa expressão, o homem mediano é aquele que alcança a felicidade, não se
devendo, assim, procurar riquezas e posses em vida.

Além do retorno aos clássicos, o Arcadismo também foi muito influenciado pelo Iluminismo, movimento
filosófico que compreendia ser a razão o maior valor humano, e pelo desenvolvimento técnico e tecnológico
que modernizou os meios de produção da época e produziu um forte êxodo rural e expansão urbana.

Contexto histórico

O Arcadismo é o principal movimento literário do século XVIII. Seu contexto é marcado, como dissemos
anteriormente, pelo Iluminismo e pelo avanço técnico e tecnológico que produziram a industrialização e o
consequente êxodo rural. O período é fundamental para compreender o declínio do absolutismo e a ascensão da
burguesia.

Os autores árcades dialogam, em suas obras, com questões fundamentais da época, tais como a relação entre o
homem e a riqueza (aurea mediocritas é um conceito que discute isso, por exemplo) ou como era viver na
cidade (os preceitos fugere urbem e locus amoenus são referentes a esse assunto).

Diferenças entre Arcadismo e Barroco

O Arcadismo é o movimento literário que ocorre após o Barroco. Enquanto o Barroco representa um homem
em conflito entre o sagrado e o profano (é bom lembrar que nessa época, século XVII, a Contrarreforma havia
88
restaurado vários valores medievais no mundo), o Arcadismo apresenta um sujeito fiel à razão, crente na
ciência. Além disso, vale dizer que linguagem do Barroco era rebuscada e cheia de paradoxos, enquanto, no
Arcadismo, comunica-se com mais clareza e simplicidade.

Principais autores do Arcadismo no Brasil e em Portugal

O Arcadismo desenvolveu-se tanto no Brasil quanto em Portugal. Os principais autores são:

 Bocage
 Cláudio Manuel da Costa
 Tomás Antônio Gonzaga
 Santa Rita Durão
 Basílio da Gama

Veja, a seguir, trechos de poemas árcades:

Camões, grande Camões, quão semelhante

Camões, grande Camões, quão semelhante

Acho teu fado ao meu, quando os cotejo!

Igual causa nos fez, perdendo o Tejo,

Arrostar co'o sacrílego gigante;

Como tu, junto ao Ganges sussurrante,

Da penúria cruel no horror me vejo;

Como tu, gostos vãos, que em vão desejo,

Também carpindo estou, saudoso amante.

Ludíbrio, como tu, da Sorte dura

Meu fim demando ao Céu, pela certeza

De que só terei paz na sepultura.

Modelo meu tu és, mas... oh, tristeza!...

Se te imito nos transes da Ventura,

Não te imito nos dons da Natureza.

Bocage

89
Nesse poema, percebemos que o sujeito lírico dialoga com o poeta renascentista Luís de Camões. É como se o
escritor de Os lusíadas fosse uma espécie de mestre para o eu lírico, demonstrando clara valorização da cultura
do classicismo.

Lira I

Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,

Que viva de guardar alheio gado;

De tosco trato, d’expressões grosseiro,

Dos frios gelos, e dos sóis queimado.

Tenho próprio casal, e nele assisto;

Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;

Das brancas ovelhinhas tiro o leite,

E mais as finas lãs, de que me visto.

Graças, Marília bela,

Graças à minha Estrela!

Eu vi o meu semblante numa fonte,

Dos anos inda não está cortado:

Os pastores, que habitam este monte,

Com tal destreza toco a sanfoninha,

Que inveja até me tem o próprio Alceste:

Ao som dela concerto a voz celeste;

Nem canto letra, que não seja minha,

Graças, Marília bela,

Graças à minha Estrela!

[...]

Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga

90
No poema de Tomás Antônio Gonzaga, percebemos vários dos preceitos latinos anteriormente citados. Trata-se
de um sujeito lírico vivendo no campo (locus amoenus), cultivando uma vida simples (aurea mediocritas),
longe das dinâmicas de vida na cidade (fugere urbem). Além disso, percebemos também a valorização do amor
e a idealização da amada, característica árcade que perduraria pelo movimento seguinte, o romantismo.

Por Me. Fernando Marinho

Bocage é um dos principais nomes do Arcadismo.

Lista de Exercícios
Questão 1

(ITA)

Uma das afirmações abaixo é incorreta. Assinale-a:

a) O escritor árcade reaproveita os seres criados pela mitologia greco-romana, deuses e entidades pagãs. Mas
esses mesmos deuses convivem com outros seres do mundo cristão.

b) A produção literária do Arcadismo brasileiro constitui-se sobretudo de poesia, que pode ser lírico-amorosa,
épica e satírica.

c) O árcade recusa o jogo de palavras e as complicadas construções da linguagem barroca, preferindo a clareza,
a ordem lógica na escrita.

d) O poema épico Caramuru, de Santa Rita Durão, tem como assunto o descobrimento da Bahia, levado a efeito
por Diogo Álvares Correia, misto de missionários e colonos português.
91
e) A morte de Moema, índia que se deixa picar por uma serpente, como prova de fidelidade e amor ao índio
Cacambo, é trecho mais conhecido da obra O Uruguai, de Basílio da Gama.

Questão 2

Carpe Diem.

Que havemos de esperar, Marília bela?


que vão passando os florescentes dias?
As glórias que vêm tarde já vêm frias,
e pode, enfim, mudar-se a nossa estrela.
Ah! não, minha Marília,
aprovei-te o tempo, antes que faça
o estrago de roubar ao corpo as forças,
e ao semblante a graça!

Assinale o movimento literário ao qual ele pertence, bem como o seu autor:

a) Romantismo, de autoria de Gonçalves Dias.

b) Arcadismo, de autoria de Santa Rita Durão.

c) Arcadismo, de autoria de Tomás Antônio Gonzaga.

d) Simbolismo, de Alphonsus de Guimaraens.

e) Romantismo, de autoria de Álvares de Azevedo.

QUESTÕES OBJETIVAS - BARROCO E ARCADISMO

01 – (FUVEST):
Entre os semeadores do Evangelho há uns que saem a semear, há outros que semeiam sem
sair. Os que saem a semear são os que vão pregar à Índia, à China, Ao Japão; os que semeiam
sem sair são os que se contentam com pregar na pátria. Todos terão sua razão, mas tudo tem
sua conta. Aos que têm a seara em casa, pagar-lhes-ão a semeadura: aos que vão buscar a seara
tão longe, hão-lhes medir a semeadura, e hão-lhes de contar os passos. Ah! dia do juízo! Ah!
pregadores! Os de cá, achar-vos-eis com mais paço; os de lá, com mais passos...
A passagem acima é representativa de uma das tendências estéticas da prosa seiscentista a
saber:

92
a) O sebastianismo, isto é, a celebração do mito da volta de D. Sebastião, rei de Portugal, morto
na batalha de Alcácer-Quibir.
b) A busca do egoísmo e da aventura ultramarina, presentes nas crônicas e narrativas de viagem.
c) A exaltação do heróico e do épico, por meio das metáforas grandiloquentes da epopeia.
d) Lirismo trovadoresco, caracterizado por figuras de estilo passionais e místicas.
e) Conceptismo, caracterizado pela utilização constante dos recursos da dialética.

02 – (FUVEST) A respeito do Pe. Antônio Vieira, pode-se afirmar que:


a) Embora vivesse no Brasil, por sua formação lusitana, não se ocupou de problemas locais.
b) Procura adequar os textos bíblicos às realidades de que tratava.
c) Dada sua espiritualidade, demonstrava desinteresse por assuntos mundanos.
d) Em função de seu zelo para com Deus, utilizava-o para justificar todos os acontecimentos
políticos e sociais.
e) Mostrou-se tímido diante dos interesses dos poderosos.

03 – (FUVEST) O Barroco é, na verdade, dois estilos: o Cultismo e o Conceptismo. O


Cultismo:
a) Caracteriza-se pelo agudo jogo de conceitos e ideias, que desenvolve apoiando-se no raciocínio
silogístico.
b) É o estilo que busca a aproximação entre poesia e música, valorizando figuras sonoras e os
efeitos musicais do ritmo.
c) Corresponde a uma estética de nomeação, em que predomina a poesia descritiva e de traço
arqueológico.
d) Caracteriza-se pela linguagem metafórica, pelo uso excessivo de figuras sobretudo antíteses e
hipérboles, pela visão de mundo dualista, contraditório e sensorial.
e) N.D.A.

04 – (OBJETIVO-SP) Assinale a(s) afirmação(ões) incorreta(s) ou não relacionada(s) ao


período Barroco em Portugal:
a) ( ) Contra reforma – Inquisição.
b) ( ) Decadência política e econômica.
c) ( ) Domínio espanhol.
d) ( ) Mito sebastianista.
e) ( ) Predomínio da prosa sobre a poesia.
f) ( ) Sermonística, prosa didática e moralizante.
g) ( ) Elitização, frivolidade da produção acadêmica.
h) ( ) Academias dos Generosos e dos Singulares.
i) ( ) Academias dos Esquecidos e dos Renascidos.

05 – (OBJETIVO-SP) Assinale a alternativa que encerra uma associação incorreta, acerca do


Barroco em Portugal:
a) Pe. Manuel Bernardes – Nova Floresta.
b) Pe. Francisco Manuel de Melo – Carta de Guia aos Casados.
c) Antônio José da Silva (O Judeu) – Guerras do Alecrim e da Manjerona.
d) Manuel de Souza Coutinho (Frei Luís de Sousa) – História de São Domingos.
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e) Sóror Mariana D’Alcoforado – Cartas.
f) Felix Renascido e Postilhão de Apolo – Coletâneas de Poesias seiscentistas portugueses.
g) Pe. Vieira – Poemas à Virgem Maria.

06 – (ENC-SP):
O pregador há de ser como quem semeia, e não como quem ladrilha ou azuleja. Ordenado,
mas como as estrelas. Todas as estrelas estão por sua ordem; mas é ordem que faz influência,
não é ordem que faça favor. Não fez Deus o céu em xadrez de estrelas, como os pregadores
fazem o sermão em xadrez de palavras. Se de uma parte está branco, de outra há de estar negro;
se de uma parte está dia, de outra há de estar noite; se de uma parte dizem luz, da outra hão de
dizer sombra; se de uma parte dizem desceu, da outra hão de dizer subiu.
No fragmento acima, pertencente ao Sermão da Sexagésima, o padre Antônio Vieira
mostra uma tendência muito comum em sua obra:
I – Uso das antíteses com o propósito deliberado de equilibrar os anseios espiritualistas e
teocêntricos da Idade Média com os materialistas e antropocêntricos do Renascimento.
II – Critica os exageros formais dos pregadores cultistas, que usavam e abusavam das antíteses,
tornando o estilo obscuro.
III – Defende o apuro formal dos pregadores gongoristas, vendo nele uma forma mais adequada
de convencer e converter o fiel.
Interpreta corretamente o que se afirma apenas em:
a) I. b) II. c) III. d) I e II. e) I e III.

07 – (UFRJ) Aponte, nas questões seguintes, o que é falso F e o que é verdadeiro V.


a) ( ) Vieira defende a ideia de que o pregador não deve usar a palavra pela palavra só para
satisfazer o gosto pelos malabarismos estéticos – na verdade, condena o estilo cultista.
b) ( ) Vieira acusa diretamente o estilo gongórico como o responsável pelo afastamento dos
fieis.
c) ( ) O grande pregador conceptista enfatiza que a importância da Linguagem preciosa é
decisiva para que o ouvinte fique impressionado.

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d) ( ) A linguagem de Vieira é evidentemente uma defesa ao cultismo, daí ter conseguido
persuadir o seu público.

08 – (UEL-PR):
Que és terra, homem, e em terra hás de tornar
Te lembra hoje Deus por sua Igreja;
De pó te fez espelho, em que se veja
A vil matéria, de que quis formar-te.

Conforme sugere o excerto acima, o poeta barroco não raro expressa:


a) O medo de ser infeliz; uma intensa angústia em face da vida, a que não consegue dar sentido; a
desilusão diante da falência de valores terrenos e divinos.
b) A consciência de que o mundo terreno é efêmero e vão; o sentimento de nulidade diante do
poder divino.
c) A percepção de que há saídas para o homem; a certeza de que o aguardam i inferno e a
desgraça espiritual.
d) A necessidade de ser piedoso e caritativo, paralela à vontade de fluir até as últimas
consequências o lado material da vida.
e) A revolta contra os aspectos fatais que os deuses imprimem a seu destino e à vida na terra.

09 – (CESESP-PE) Numere os parêntese, obedecendo à seguinte convenção:


1 – Barroco.
2 – Arcadismo.
3 – Romantismo.
( ) Exacerbação do sentimento, envolto numa visão de amor idealista.
( ) Visão dualista do universo, refletida numa linguagem essencialmente antitética.
( ) Expressão constante e quase monótona da fugacidade da vida.
( ) Ênfase na incorrespondência amorosa das tiranas donzelas.
( ) Sobre exaltação da beleza feminina, superior aos elementos da natureza.
De cima para baixo, a resposta correta é:
a) 3, 1, 1, 2, 1.
b) 2, 1, 1, 3, 2.

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c) 1, 3, 2, 1, 2.
d) 3, 1, 2, 2, 1.
e) 2, 1, 2, 3, 1.

10 – (OBJETIVO-SP):
Ele é considerado um dos três maiores sonetistas da língua portuguesa, ao lado de Camões
e de Antero de Quental. Sua poesia lírica, extremamente pessoal, é marcada por um rebelde
libertarismo emocional. Às vezes calmo. Sua vasta obra poética apresenta dois aspectos
fundamentais: o satírico e o lírico; mas é no lírico que o poeta se realiza plenamente e fica
famoso. Foi, sem dúvida, o maior poeta português do século XVIII. Seu pseudônimo arcádio é
Elmano Sadino. Trata-se de:
a) Cruz e Silva.
b) Domingo Caldas Barbosa.
c) Filinto Elísio.
d) Almeida Garret.
e) Bocage.

11 – (FAC.OSVALDO CRUZ-SP) A “áurea mediocridade”, a fuga à vida citadina, o


bucolismo definem-se como tendências do:
a) Romantismo.
b) Arcadismo.
c) Parnasianismo.
d) Barroco.

12 – (FAC. MED. TRIÂNGULO MINEIRO) A busca da simplicidade da linguagem e a


descoberta da felicidade pela integração do homem na natureza, em oposição ao artificialismo
formal e à angústia dos conflitos entre o bem e o mal, são algumas das características que
contrapõem o ________________ao ________________.
a) Barroco – classicismo.
b) Arcadismo – barroco.
c) Romantismo – arcadismo.
d) Parnasianismo – romantismo.
e) Simbolismo – parnasianismo.

13 – (CFET-PR) Assinale a alternativa que melhor indica os valores da estética árcade:


a) Natureza, simplicidade, pastoralismo.
b) Equilíbrio, natureza, filosofia.
c) Pastoralismo, sonoridade, natureza.
d) Bucolismo, pastoralismo, ilogismo.
e) Pastoralismo, ilogismo, subjetivismo.

14 – (FUVEST) De Bocage, pode-se dizer que:


a) Passou a maior parte de sua vida no Brasil.
b) É o expoente máximo da poesia portuguesa do século XVIII.
c) Foi grande cultor do soneto barroco.
d) Escreveu contos eróticos.
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e) Representa a poesia parnasiana em Portugal.

15 – (ENC-SP) Leia com atenção o texto de Manuel Maria Barbosa du Bocage, a seguir:
Chorosos versos meus desentoados,
Sem arte, sem beleza e sem brandura,
Urdidos pela mão da Desventura,
Pela baça Tristeza envenenados, desesperados,
No mundo esquecimento a sepultura;
Se os ditosos vos lerem sem ternura,
Ler-vos-ão com ternura os desgraçados:
Não vos inspire, ó versos, cobardia,
Da sátira mordaz o furor louco,
De maldizente voz a tirania:
Desculpa tendes, se valeis tão pouco;
Que não pode cantar com melodia
Um peito, de gemer cansado e rouco.

Sobre esse soneto, é correto afirmar:


a) O amor é apresentado de maneira controlada, de acordo com os princípios do racionalismo e
equilíbrio que orientavam a criação poética da Arcadismo.
b) O texto demonstra que Bocage, apesar de pertencer à Arcádia Lusitana, ultrapassa os limites do
Arcadismo e antecipa características da inspiração poética do Romantismo.
c) O poeta se identifica com os bem-aventurados e solicita a piedade do leitor para com os seus
versos.
d) A emoção interfere na elaboração artística.
e) Sabe-se que Bocage foi um árcade rebelde; pertenceu à Nova Arcádia, mas foi expulso dela. O
soneto em questão apresenta características formais neoclássicas e, quanto ao conteúdo,
antecipa o sentimentalismo romântico.

16 – (OBJETIVO-SP) Assinale, com relação ao Arcadismo (V) verdadeiro ou (F) falso:


a) ( ) Desenvolveu-se na segunda metade do século XVIII, refletindo os ideais iluministas.
Coincide no Brasil com o ciclo da mineração e com as rebeliões nativistas.
b) ( ) É um regresso aos ideais do classicismo greco-romano e renascentistas (clareza,
simplicidade, busca do belo, bem, verdade e perfeição).
c) ( ) Os temas predominantes são o pastoralismo e o bucolismo. A natureza é o cenário suave e
convencional onde “pastores” e “musas” vivem amenos idílios campestres.
d) ( ) O estilo é contido, há poucas figuras (em comparação ao Barroco) e predomina a ordem
direta.
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e) ( ) Não há conflitos, a expressão é sereno e apoia-se na mitologia grego-romana, no
convencionalismo amoroso.
f) ( ) A arte volta-se para o natural e o verdadeiro e tem finalidade didática e moralizante. A
imaginação é contida.
g) ( ) Segue os ideais clássicos da “fugere urbem”, da “carpe diem”, da “aurea mediocritas” e
tem como lema “Inutilia Truncat”.

17 – (OBJETIVO-SP) Assinale a(s) alternativa(s) não relacionadas ao Arcadismo em Portugal:


a) ( ) Regime Pombalino – despotismo esclarecido.
b) ( ) Influência espanhola.
c) ( ) Influência francesa e italiana.
d) ( ) Iluminismo, racionalismo.
e) ( ) Arcádia Lusitana e Nova Arcádia.

18 – (OBJETIVO-SP) Assinale O QUE não se referir a Bocage:


a) Idílio Marítimo e Rimas, razão X sentimentos.
b) Pré-Romantismo – confessionalismo, presença da morte, poesia noturnal.
c) Poesia lírica e satírica.
d) Autor das Espístolas e Marília.
e) O bucolismo e o pastoralismo são os temas dominantes em seus melhores sonetos.

19 – (UFMG) Aponte a alternativa cujo conteúdo não se aplica ao Arcadismo:


a) Desenvolvimento do gênero épico, registrando o início da corrente indianista na poesia
brasileira.
b) Presença da mitologia grega na poesia de alguns poetas desse período.
c) Propagação do gênero lírico em que os poetas assumem a postura de pastores e transformam a
realidade num quadro idealizado.
d) Circulação de manuscritos anônimos de teor satírico e conteúdo político.
e) Penetração de tendência mística e religiosa, vinculada à expressão de ter ou não fé.

20 – (CENTEC-BA) Quando o poeta neoclássico pinta uma paisagem como um “estado de


alma”, podemos dizer que estamos diante de uma paisagem:
a) Tipicamente neoclássica.
b) Sugestivamente simbólica.
c) Rebuscadamente barroca.
d) Prenunciadora de parnasianismo.
e) Antecipadamente romântica.

21 – (UEL-PR) Assinale a alternativa em que aparece uma característica imprópria do


Arcadismo:
a) Bucolismo.
b) Presença de entidades mitológicas.
c) Exaltação da natureza.
d) Tranquilidade no relacionamento amoroso.
e) Evasão da morte.
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Exercícios sobre Quinhentismo, Humanismo,
Arcadismo e Barroco.
01. Quinhentismo, Humanismo, Arcadismo e Barroco: UnB-DF – Ainda com relação ao texto, julgue os
seguintes itens.

( ) Substituindo-se “Posto que” por Haja vista, mantêm-se as mesmas relações de idéias.
( ) O nono parágrafo do texto ressalta uma prática dos silvícolas brasileiros: o extrativismo vegetal, que era a única forma de obtenção dos
alimentos necessários à subsistência. Ressalta também que, apesar dessa prática, os silvícolas aparentavam ser mais fortes e bonitos que os
conquistadores, mesmo sendo estes mais bem alimentados.
( ) No nono parágrafo do texto, as expressões “inhame” e “semente e fruitos” são repetitivas, pois, para a Biologia, a primeira contém a segunda.
Além disso, a associação estabelecida entre “semente e fruitos” e “trigo e legumes” é biologicamente incoerente, pois legumes são sementes e
trigo é fruto.
( ) As expressões de tratamento com que a correspondência é aberta e fechada revelam o respeito e a sujeição do remetente ao destinatário.

02. Uniube-MG – Assinale a afirmativa correta a respeito do Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente:

a) O que mais se evidencia é o propósito de sátira social, de tal modo que a intenção religiosa vê-se sufocada ou pelo menos minimizada pelo
gosto de sátira da própria sociedade.
b) O elemento religioso oferece apenas um pretexto, um quadro exterior para a apresentação no palco de sátiras ou caricaturas profanas.
c) A sátira social se liga de modo nítido ao objetivo de edificação espiritual, colocandose a questão da salvação post mortem (após a morte), o que
demostra que a intenção religiosa é ainda aqui dominante.
d) As personagens são personificações alegóricas (tipos reais caricaturizados), o que evidencia o propósito de sátira social que, nesta peça,
substitui o propósito de edificação espiritual.

03. Quinhentismo, Humanismo, Arcadismo e Barroco: UFR-RJ – “Não há mais a moralidade do pecado, na
qual o pecador vivia um conflito interno entre ceder ou não à tentação.”

O fragmento destacado reflete uma temática recorrente durante o:

a) Barroco.
b) Arcadismo.
c) Realismo.
d) Simbolismo.
e) Modernismo.

04. AEU-DF – Julgue os itens seguintes, em relação à semântica e à estilística.

(Para esta questão, utilize o texto das questões 6 e 7.)

( ) Por “contra o sul vimos… contra o norte vem”, deduzimos que os conquistadores se movimentaram do litoral norte para o sul.
( ) A palavra chã que aparece no texto em “toda chã” e “muito chã” é a grafia da época para chão.
( ) Ao citar o “Entre-Douro-e-Minho”, para dar a idéia do clima da nova terra, estabelece-se um raciocínio analógico.
( ) Os termos “fruto” e “semente”, no texto, estão empregados em sentido figurado.
( ) A expressão “pelo miúdo” poderia, sem equívoco semântico, ser substituída por detalhadamente.

05. Quinhentismo, Humanismo, Arcadismo e Barroco: Cefet-RJ

“A feição deles é serem pardos, maneira de avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam
nus, sem nenhuma cobertura. Nem estima nenhuma coisa cobrir nem mostrar suas vergonhas; e estão acerca
disso com tanta inocência como têm em mostrar o rosto. (…) Porém a terra em si é de muito bons ares, (…). E
em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, darse-á nela tudo, por bem das águas que tem.”

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O texto acima apresenta fragmentos:

a) do “Diálogo sobre a conversão dos gentios”, do Pe. Manuel da Nóbrega.


b) das “Cartas” dos missionários jesuítas, escritas nos dois primeiros séculos.
c) da “Carta” de Pero Vaz de Caminha a El-Rey D. Manuel, referindo-se ao descobrimento de uma nova terra e às primeiras impressões do
aborígene.
d) da “Narrativa Epistolar e os Tratados da Terra e da Gente do Brasil”, do jesuíta Fernão Cardim.
e) do “Diário de Navegações”, de Pero Lopes de Souza, escrivão do primeiro colonizador, o de Martim Afonso de Souza.

06. Quinhentismo, Humanismo, Arcadismo e Barroco: U.F. Santa Maria-RS – A respeito da poesia de Gregório
de Matos, assinale a alternativa incorreta.

a) Tematiza motivos de Minas Gerais, onde o poeta viveu.


b) A lírica religiosa apresenta culpa pelo pecado cometido.
c) As composições satíricas atacam governantes da colônia.
d) O lirismo amoroso é marcado por sensível carga erótica.
e) Apresenta uma divisão entre prazeres terrenos e salvação eterna.

07. UFRS – Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações abaixo sobre os dois grandes nomes do
barroco brasileiro.

( ) A obra poética de Gregório de Matos oscila entre os valores transcendentais e os valores mundanos, exemplificando as tensões do seu tempo.
( ) Os sermões do Padre Vieira caracterizam-se por uma construção de imagens desdobradas em numerosos exemplos que visam a enfatizar o
conteúdo da pregação.
( ) Gregório de Matos e o Padre Vieira, em seus poemas e sermões, mostram exacerbados sentimentos patrióticos expressos em linguagem
barroca.
( ) A produção satírica de Gregório de Matos e o tom dos sermões do Padre Vieira representam duas faces da alma barroca no Brasil.
( ) O poeta e o pregador alertam os contemporâneos para o desvio operado pela retórica retumbante e vazia.

A seqüência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:

a) V – F – F – F – F.
b) V – V – V – V – F.
c) V – V – F – V – F.
d) F – F – V – V – V.
e) F – F – F – V – V.

08. Quinhentismo, Humanismo, Arcadismo e Barroco: F.M. Triângulo Mineiro-MG – Sobre Gregório de
Matos, é correto afirmar que:

a) se insere no Arcadismo brasileiro, ao qual imprimiu características barrocas, por ser um poeta de transição;
b) pertenceu ao Barroco brasileiro e tematizou, sobretudo, a natureza mineira;
c) pertenceu ao Barroco brasileiro e sua veia crítica valeu-lhe a alcunha de “Boca do Inferno”;
d) se insere no Barroco brasileiro e sua produção literária abrange, basicamente, textos em prosa;
e) narra, nos seus poemas de contestação social, episódios da Inconfidência Mineira, da qual participou.

09. U.F. Santa Maria-RS – O poema épico O Uraguai, de Basílio da Gama, é uma:

a) composição que narra as lutas dos índios de Sete Povos das Missões, no Uruguai, contra o exército espanhol, sediado lá para pôr em prática o
Tratado de Madri;
b) das obras mais importantes do Arcadismo no Brasil, pois foi a precursora das Obras Poéticas de Cláudio Manuel da Costa;
c) exaltação à terra brasileira, que o poeta compara ao paraíso, o que pode ser comprovado nas descrições, principalmente do Ceará e da Bahia;
d) crítica a Diogo Álvares Correia, misto de missionário e colono português, que comanda um dos maiores extermínios de índios da história;
e) exaltação à índia Lindóia, que morre após Diogo Álvares decidir-se por Moema, que ajudava os espanhóis na luta contra os índios.

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10. Quinhentismo, Humanismo, Arcadismo e Barroco: FUVEST-SP – Considere as seguintes afirmações sobre
a fala do velho do Restelo, em Os Lusíadas:

I. No seu teor de crítica às navegações e conquistas, encontra-se refletida e sintetizada a experiência das perdas que causaram, experiência esta
já acumulada na época em que o poema foi escrito.
II. As críticas aí dirigidas às grandes navegações e às conquistas são relativizadas pelo pouco crédito atribuído a seu emissor, já velho e com um
“saber só de experiência feito”.
III. A condenação enfática que aí se faz à empresa das navegações e conquistas revela que Camões teve duas atitudes em relação a ela: tanto
criticou o feito quanto o exaltou.

Está correto apenas o que se afirma em:

a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) I e III.

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