Sociedade e Internet

Cesar Augusto Meira de Sampaio, Charles Ferreira de Brito

Universidade Federal de Minas Gerais
cesarsampaio@ufmg.br; cf170679@ufmg.br

24 de Outubro de 2022
Resumo

O presente trabalho, irá abordar os conceitos sociais envolvendo o mundo conectado pela internet e tentará
assim encontrar um racional sobre como o uso das redes impactam no mundo atual, como elas influenciam
no trabalho e na vida cotidiana das pessoas. Hoje a internet se consolida como o maior meio de difusão da
informação do mundo globalizado. Vemos que novas propostas de socializacão tem se dado no mundo virtual
e vemos também que a informação se tornou talvez o mais importante ativos das empresas. Há uma tendência
de que as interações nos ambientes virtuais superem as interações do mundo físico, comercializando espaços
virtuais com experiências que vão além do mundo real.

I. Introdução dos dos não industrializados. Outros dados

mostra que mais de 60% dos usuários da WEB,
internet durante a década de 90 pas- tinham formação superior e em sua maioria

A sou a se consolidar como uma rede de

informação crescente, que movimen-
tado pelos interesses econômicos corporativos
e científicos das grandes potências mundiais,
se torna hoje o principal meio de comunica-
ção, entretenimento e informação. Vemos que
na sua primeira fase, há um aumento expo-
nencial do uso da internet pelos países consi-
derados de primeiro mundo como EUA, Ca-
nadá, e Europa Ocidental, que consumiam
mais da metade dos dados compartilhados
na WEB, sendo acompanhados em segundo
plano pela América do Sul e Ásia. Os EUA
liderou nessa fase a criação de hospedeiros de
sítios na rede global de internet, dados forne-
cidos entre 1989 e 2006 mostram a ascendente
curva de uso da internet em solo norte ameri-
cano.
A produção em massa da informação, mos-
trou também que essa rede de comunicação
nova, nem sempre esteve acessível a todos
como vemos atualmente. Há desigualdades a
serem levadas em consideração. Observa-se
que 15% da população do planeta correspon-
dia a 88% dos usuárias da WEB, informação
obtida através das estatísticas que mostram nú-
meros discrepantes entre países industrializa-
homens brancos. Também é notado que a pre-
sença da internet nos lares americanos eram
superiores em residências de pessoas brancas
em relação a lares hispânicos e negros.
A partir de 1999 nota-se uma crescente di-
fusão do uso das redes, crescendo exponenci-
almente em lares hispânicos e negros mesmo
ainda existindo diferenças abruptas em rela-
ção a lares de pessoas brancas.
Mesmo com amplo crescimento, os países
menos industrializados estão muito atrás dos
países desenvolvidos em relação ao uso da in-
ternet. Por razões óbvias, as potenciais econô-
micas globais centralizam o monopólio da in-
formação e do acesso a WEB, com o uso res-
trito de patentes, alto protecionismo das suas
indústrias espaciais e da tecnologia produzida
e uma série de restrições na comercialização
de componentes tecnológicos que permitem
o desenvolvimento de satélites e de foguetes
que possam lançar para o espaço tecnologia
competitiva.
As tecnologias derivadas do rádio já fo-
ram amplamentes exploradas, o que torna
sua aplicação limitada em relação a internet.
Hoje as potências econômicas buscam espaço

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 Sociedade e Internet • Out 2022 • ICA - UFMG
num mercado altamente competitivo e limi-
tado, que é o mercado de chips e processa-
dores. Essa tecnologia tão rara, permite que
o controle dela seja de tal modo restrito que
EUA e China disputam quase a totalidade
do mercado de supercondutores, o que limita
muito a difusão de novas tecnologias, princi-
palmente para os países pouco industrializa-
dos e emergentes.
II. Virtualização Social
A virtualização dos meios de comunicação
permitiu o surgimento de novos ambientes,
impulsionados principalmente pelas empresas
de tecnologia do Vale do Silício como Meta,
Google e mais recentemente vindo da China,
o TikTok, trouxeram uma forma de comunica-
ção, mais adaptada e modelada para a geração
Z que foi bombardeada e assim chamada, pelo
uso e consumo diário da internet. Novas pla-
taformas substituiram as anteriores, como os
Podcasts que são uma releitura virtual para a
comunicação em massa do rádio por exemplo
que foi tão popular no século passado. Essa ex-
periência trouxe às gerações mais novas, uma
forma que nossos pais já conheciam e que usa-
vam para obter informação, a experiência de
poder escutar uma fonte sobre um determi-
nado tema de interesse que antes era tão po-
pular como a Voz do Brasil, que durante dé-
cadas manteve a população informada sobre
questões políticas e estados. Vemos hoje em
período eleitoral o uso dos Podcasts como fer-
ramenta de difusão das ideias políticas que
permeiam o cenário nacional e que no passado
já era conhecido, porém com tecnologias dife-
rentes.
Claro que a internet tem uma capacidade
de permear a sociedade muito maior do que
o rádio pode no passado, haja visto que os
smartphones hoje são itens básicos para qual-
quer pessoa, independente da sua classe so-
cial.
É necessário que países menos desenvolvi-
dos busquem romper as barreiras impostas
pelo primeiro mundo e que impossibilitam
que esses países assim como o Brasil, fiquem
sempre na traseira do avanço científico.
III. Conclusão
A internet pela sua capilaridade, possibilita
sim a difusão da informação, porém o uso
não inteligente das redes pode tornar as pes-
soas muito mais sucetíveis ao que os algo-
ritmos quer que elas consumam de informa-
ção do que necessariamente será bom para
elas. A internet possibilita qualquer um ter
acesso à uma quantidade infinita de informa-
ção, seja conteúdos científicos, ou o mais obs-
curo mundo da Deep Web, ficando a critério
das pessoas, buscarem com a liberdade que
tem, o que é melhor para elas. Uma pes-
soa pode passar horas na internet consumindo
conteúdo de qualidade que irá ajuda-la na sua
formação intelectual ou consumir o mesmo
tempo com inutilidades em redes sociais, des-
lizando para cima os inúmeros anúncios pu-
blicitários e consumindo o que os algoritmos
querem que elas consumam, baseados na co-
mercialização de dados, que rastreiam as suas
preferências de busca na rede.
As políticas públicas devem estar focadas
também na possibilidade de negócios e de cri-
ação de tecnologias dentro do território naci-
onal, e que permitam que tecnologias e pa-
tentes produzidas aqui, rompam as barreiras
tecnológicas impostas pelos países desenvol-
vidos, buscando a excelência dos nossos cen-
tros de pesquisa, tanto no desenvolvimento de
chips e condutores como no desenvolvimento
da tecnologia espacial.
Referências
[Castells, 2002] Castells, M. (2002). A Socie-
dade em Rede. Paz e Terra, ISBN 85-219-
0329-4. .