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Brasil dos anos 50 e a utopia de JK: Uma resenha do texto “utopias de

cidade”

Após um longo período sem se hidratar, o primeiro copo de água traz


uma saciação como nenhuma outra já sentida na vida. Em paralelo a
isso, quando se passa muito tempo em um contexto miserável, o
primeiro momento aparentemente mais favorável que o anterior te
conforta de uma maneira surpreendente, e o Brasil da metade do século
XX é a maior prova disso. Após anos de repressão pela ditadura imposta
por Vargas, o governo de Juscelino Kubitschek foi tido como glorioso por
ser efetivamente mais favorável que o governo anterior. E assim, o texto
de Helena Bomeny discorre acerca do cenário utópico promovido por JK
e aceito pelos cidadãos brasileiros dos anos 50.
Começamos pelo fato de que, após anos de uma oferta cultural
meticulosamente calculada, onde músicas, peças teatrais, e obras de
arte eram confiscadas e descartadas pelo DIP, um governo que era
renomado por seu zelo pela cultura já se mostrava mais adepto ao
modernismo e ao povo. Juscelino Kubitschek fazia questão que seu
governo fizesse jus ao nome "anos dourados", logo, ele estava sempre
planejando algum grande projeto para o país. Um de seus maiores
feitos, se não o maior, foi a grande utopia em forma de cidade que
posteriormente seria a capital do país, Brasília. 
Kubitschek já havia um voto de confiança do povo quanto a seus
ideais modernistas arquitetônicos, uma vez que, enquanto prefeito de
Belo Horizonte, o ex-presidente já havia solicitado os serviços de Oscar
Niemeyer para construir o bairro da Pampulha. E então, ao se candidatar
e marcar dentro de suas emendas a proposta de “50 anos em 5”,
Juscelino se mostrou mais uma vez aberto ao modernismo ao não
apenas re-alocar a capital, mas também constituir uma do 0.
Projetada por diversos arquitetos de renome da época (assim como
Oscar Niemeyer) e planejada para ser um diálogo entre a cultural
mineira tradicional e o modernismo que continuava se desenvolvendo
mais e mais no Brasil, a cidade de Brasília foi garota propaganda da
campanha e proposta políticas de JK, que se reunia em um conceito da
junção entre passado e presente para gerar um belo futuro.
Não só a arquitetura e disposição urbana de Brasília foram
planejadas, mas também sua localização no território brasileiro. A
escolha do planalto de Goiás é tida como uma decisão apropriada e tem
suas idéias iniciais registradas antes até da mudança de distrito federal
do Brasil de Salvador para o Rio de Janeiro. Para além de obter lindas
paisagens, o ponto geográfico também seria ideal, pois poderia ser visto
como o centro do Brasil e, assim, daria uma idéia de união entre todos
os estados. E não existiam apenas os motivos para ir para o planalto,
mas também motivos de sobra para não ficar no Rio de Janeiro.
Mesmo que alguns achassem sua localização ideal porque estava
mais próxima de civilização mais avançada da época, outros traziam
fatores importantes, como o fato de que uma capital no litoral teria seu
território muito exposto a possíveis invasões; o clima tropical da cidade
que era visto como uma inconveniência; e a visão que o resto do país
tinha da cidade, uma vez que ela era vista como turbulenta e de maus
costumes. Esse último fator foi, possivelmente, o determinante para a
decisão, uma vez que as propostas de JK acordavam com as propostas
do novo século de ciência, inovação e higiene, enquanto a cidade do Rio
de Janeiro da época estava bem longe desses ideais. E então, em 1957,
começam as obras de Brasília.
Ao longo dos parágrafos seguintes, a autora traz a tona diferentes
visões sobre cidades utópicas e, particularmente, sobre Brasília. Vemos,
por exemplo, os pensamentos de James Holston, que expõe a hipocrisia
por trás da cidade, uma vez que sua construção é tida como separatista
enquanto sua ideologia era “igualitária”
No final, a sociedade utópica de JK conseguiu, parcialmente, se
transformar em realidade. Hoje a capital do Brasil ainda detém um dos
planejamentos urbanos mais criativos e esteticamente agradáveis do
país. Ainda assim, é triste repararmos que os valores igualitários que
eram centrais à construção da cidade não foram mantidos.
ALUNOS: Lucas de Azevedo correia (3005-A) e Gabriel Rastoldo Mesquita
(3005-B)

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