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Análise Harmônica I – Súmula de conteúdos

Apresentação dos conceitos de ressonância e de portamento. Ressonância como relação de


simplicidade de proporção entre freqüências: série harmônica; portamento como proximidade de
registro: escalas, graus conjuntos.

Lester 1 (anexo).

Diferenciação das relações de ressonância em direta (quando a altura inferior contém a


altura superior em sua série harmônica, ex.: terça maior) e indireta (quando o oposto acontece, ex.:
sexta menor, ou quando ambas pertencem a uma série harmônica de uma terceira altura, ex.: terça
menor). No primeiro caso, forma-se uma consonância estável, serena, e no segundo caso, uma
consonância instável, dinâmica, pela formação de batimentos da altura superior com parciais da
altura inferior.

Primeira Lei Tonal

Importante foco é dado a essa seção, porque os princípios posteriores serão apenas
extensões e desenvolvimentos dos princípios abordados dentro desta lei.

Apresentação da escala maior, com suas relações entre alturas:

Alturas T – que apresentam relação de ressonância direta (simultaneidade) com a altura tônica;

Alturas D – que apresentam relação de portamento (sucessividade) com a altura tônica;

Alturas S – que apresentam relação de ressonância indireta (afastamento) com a tônica.

As alturas T são apresentadas como as únicas alturas estáveis de fato; o discurso pode
repousar nelas , que têm um caráter plácido, inerte. As alturas S e D são instáveis, pois contém
movimento, ao implicar, em relação à referência principal, relações de portamento, sejam explícitas
(como no caso das alturas D) sejam implícitas (como no caso das alturas S em relação aos parciais
das alturas T).

Apresentação do mapa de alturas estáveis e instáveis do modo maior, e seu fluxograma:


Exercícios escritos sobre a condução das alturas instáveis para as estáveis, em várias
tonalidades.

Constituição do campo harmônico do modo maior e menor:

Apresentação das tríades construídas sobre cada grau do modo, definindo funções a partir
da predominância das tendências melódicas em cada uma delas:

Diferenciação entre os acordes de mesma função, de acordo com a presença de notas T, e


do caráter (maior/menor) dos acordes:
Uso das funções principais:

Apresentação das locuções harmônicas: seqüências mínimas de articulação do discurso


harmônico, resultam do movimento das alturas instáveis para as alturas estáveis. Diferenciam-se das
cadências harmônicas pela independência em relação a qualquer padrão morfológico (final de frase,
por exemplo):
Nome da locução Funções Aplicação
Locução perfeita TSDT Estabelecimento da tonalidade,
por conter todas as alturas da
escala.
Locução autêntica TDT Ênfase e reiteração da locução
perfeita. Movimento melódico,
horizontal. Dinamização do
discurso.
Locução plagal TST Prolongamento – funciona
como uma extensão da função
tônica – causa estagnação do
discurso.

Reitera-se a impossibilidade do uso da seqüência T D S T, que funciona então como um

T S D T de outro modo (no caso o jônico, mas isso fica para ser explicado mais tarde para a turma).

Considera-se a possibilidade do uso da seqüência T D T S T (locução combinada) como uma

alternativa à locução perfeita.

Começo dos ditados de funções: toca-se cada função isoladamente, para o reconhecimento
verbal pelos alunos; depois numera-se o caderno de 1 a 8 e faz-se o seguinte ditado (exemplo):

1 TDT
2 TSDT
3 TDTST
4 TSDTST
5 TST
6 TSDTDT
7 T S D T D...
8 T S T D...

Via de regra, nesse momento a turma surpreendentemente tem dificuldade em diferenciar S


e D. A melhora é bem rápida e sempre é recompensadora para a turma, que sente visível prazer à
medida em que os ditados vão ficando mais complexos. As aulas sempre terminam ou iniciam com
essa atividade.

Nesse momento, apresenta-se Lester 2.

Nele, trata-se das relações entre funções principais.

Lester apresenta o processo de preparação (representado em sala pela seta - → ),


caracterizado pela relação de portamento e do movimento da altura instável para a estável.
Dentro desse processo ele inclui de imediato as relações D → T e S → D. Ou seja, toda
dominante prepara toda tônica e toda subdominante prepara toda dominante.

Lester também trata dos acordes invertidos (T/3, T/5, S/3, S/5, D/3 e D/5), mostrando como a
terça e a quinta no baixo apresentam relações de ressonância indireta em relação ao resto do
acorde, instabilizando essas alturas e criando um processo de preparação para o acorde seguinte,
principalmente se houver relação de portamento (grau conjunto) entre os baixos. Exemplo: T/3 →
S, ou S/3 → D/3.

Apresenta-se nesse momento também os dois processos a partir dos quais os acordes
invertidos se inserem nas locuções:

Processo Símbolo Aplicação Exemplo


Substituição
* o acorde invertido
aparece no lugar do
T S/3 D T

asterisco acorde no estado T D T/3 S T


fundamental
Prolongamento o acorde invertido T T/3 S D T
|_______| aparece após o acorde
no estado fundamental T S S/3 S/5 D T
colchete

Chama-se a atenção de que toda locução plagal constitui um prolongamento também:

|T S T| .

Exercícios de baixos dados, para cifragem.

A princípio, com baixos muito óbvios e com uma única solução. Com o passar do tempo,
mais complexidade é inserida.

Pede-se para fornecer as funções, dentro das locuções já apresentadas, assinalando-as com
uma ligadura e apontando com os símbolos convencionados os processos de preparação,
prolongamento e substituição, exemplo:
Segunda Lei Tonal

Apresenta-se os acordes de substituição: Tr, Ta, Sr, Sa, Dr. Funções harmônicas
complementares, aplacam o sabor do modo por serem constituídas por acordes de natureza
(maior/menor) oposta ao mesmo.

Apresenta-se aqui a relação de antípodas entre relativos e anti-relativos.

Apresenta-se também, no modo menor, o acorde de sexta napolitana (sNAP), considerado


como acorde base para o acorde diatônico do segundo grau (+sA, daí o + - alteração da
fundamental).

O uso das funções de substituição se mostra semelhante aos acordes invertidos (ou seja, em
processos de substituição e prolongamento – ficam bem diferenciados funções e processos).

Coloca-se como uma regra importante a proibição do uso de mais de uma função de
substituição em processo de substituição na mesma locução. A restrição não se aplica às funções de
substituição usadas em processos de prolongamento. A regra tem como objetivo evitar locuções
mais importantes em eixos modais paralelos (questão de método apenas).

Exercícios e ditados.

Terceira Lei Tonal

Apresentam-se as funções secundárias: dominantes secundárias (5 para cada modo, uma


para cada acorde perfeito do campo harmônico, fora a tônica), sempre em processo de preparação;

(D) → Sr (D) → Ta (D) → S (D) → D (D) → Tr ou Sa

(D) → +sA ou sNAP (D) → tR (D) → s (D) → D (D) → tA ou sR

e subdominantes secundárias (2 em cada modo), sem incorrer em nenhum processo :

S (S) Sr (s),

s (s) sNAP ou +sA (s)


Exercícios, Ditados.

Nesse momento, os baixos estão mais complexos e cheios de cromatismos; são


apresentados em várias tonalidades.

Propõe-se nesse momento o uso misturado das funções do modo menor e maior (acordes
de empréstimo).

Quinta lei tonal

Adianta-se o conteúdo da quinta lei tonal, apenas em relação às modulações diatônica e


cromática, para viabilizar a análise de peças inteiras, que sempre trazem esses recursos.

Conceitua-se modulação como mudança do ponto de referência.

Conceitua-se também: altura diferencial, acorde comum.

(ver Koellreuter e Lester)

Tipo Acorde Comum Característica


Modulação T ou S Todas as partes
Diatônica perfazem passos
diatônicos
Modulação - Inserção
Cromática obrigatória de
passo cromático
Modulação D alt. Inserção
Enarmônica obrigatória de
passo enarmônico

Análise de pequenos corais: Bach, Pe. José Maurício, Arcadelt.

Primeiro semestre veio até aqui. Tudo foi muito mastigado e a turma rendeu bem.

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