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Aula nº6

MECÂNICA DOS SOLOS Ano Lectivo 2008

Aula Teórica nº 06

Características de Identificação dos Solos.

Maciços de solos residuais. Considerações gerais. Classificação quanto ao grau de alteração.


Os solos residuais de granito. Aspectos essenciais do seu comportamento. Heterogeneidade.
Estrutura cimentada. Diáclases-relíquia. A classificação unificada de solos. (ASTM D 2487-85).

Professor: M. Eng. Jorge Matos Folha nº1/8


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MECÂNICA DOS SOLOS Ano Lectivo 2008

CARACTERÌSTICAS FÌSICAS E DE
IDENTIFICAÇÂO DE SOLOS

7 – MACIÇOS DE SOLOS RESIDUAIS

7.1 – Considerações Gerais

Os solos residuais, são aqueles de resultam da alteração da rocha que lhes deu
origem. As rochas são formadas a grandes profundidades, devido a condições
adequadas de pressão e temperatura, que são muito diferentes daquelas que
existem á superfície da terra. Quando, por motivos naturais ( terramotos,
movimento de placas tectónicas, dilúvios, etc ) a camada rochosa se aproxima da
superfície, inicia-se o processo de meteorização.

A meteorização das rochas é a adaptação destas ás condições climatéricas


existentes á superfície, ( pressão, temperatura, humidade, etc.) e resulta na
desintegração física das mesmas,

Por Erosão e Transporte – as partículas


desfazem-se da rocha, são transportadas e
depositadas noutro local. Dão origem aos solos
DESINTEGRAÇÃO sedimentares
DAS ROCHAS
Por Meteorização - as partículas desfazem-se
da rocha, são transportadas e depositadas noutro
local. Dão origem aos solos residuais.

Quando a rocha base é o granito, o solo que resulta da sua desagregação é o


saibro. No sul de Angola ( zona do Lubango ) existem grandes jazidas de granito
e de maciços terrosos de saibro.

Na figura seguinte pode ver-se um perfil típico de um maciço rochoso com


zona superficial alterada e com recobrimento de solos residuais.

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Fig. 1 – Representação das várias camadas de rocha e de solos residuais

7.2 – Classificação quanto ao grau de alteração

A variação de densidade e de dureza entre a rocha sã e os solos residuais pode


ser classificada em seis zonas distintas, como se pode ver na figura 2.
Na primeira coluna encontra-se uma classificação por graus, de I ( rocha sã )
até VI ( solos ). Nas colunas dois e três, vemos uma descrição da camada,
referente a essa zona. Na coluna 4, encontramos uma classificação de W1 a W5
que é a classificação internacional para maciços rochosos, desde 1981 pela
ISRM – International Society for Rock Mechanics. Esta é a classificação que
normalmente se usa nos relatórios geotécnicos dos locais a caracterizar.

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Quanto mais perto da superfície está o maciço, mais ;

Aumentam : - a porosidade
- o índice de vazios
- o teor em água

Diminui : - o peso volúmico


- o peso volúmico seco
- o tamanho médio das partículas

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Apesar dos solos residuais cobrirem uma grande parte da superfície terrestre,
os conhecimentos da mecânica dos solos a eles respeitantes estão menos
desenvolvidos do que os respeitantes aos maciços de solos transportados ( areia e
argilas. Há duas razões principais para isso acontecer:

1º - Os solos sedimentares são mais abundantes nos países


mais desenvolvidos, onde se iniciou o estudo da mecânica dos solos.

2º - As areias soltas e a argilas moles colocam mais problemas á


construção do que os solos residuais.

7.3 – Os solos residuais de granito

Os solos residuais mais estudados em Portugal são os de granito. Talvez por


o norte daquele país ser maioritariamente constituído por este material.
Os maciços de solos residuais de granito podem atingir 30 metros de
espessura.
Na figura seguinte podem ver-se as análises granulométricas de mais de 100
amostras deste tipo de solos.

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Como se pode ver, trata-se de solos com uma granulometria muito extensa,
que vai desde o cascalho fino até á argila. A fracção predominante é a areia
sendo por isso classificados por areias siltosas. A fracção de argila é
normalmente muito reduzida, daí não ser um solo problemático para a
construção. Por essa razão, estes solos chamam-se não-plásticos, não é possível
determinar os limites de Atterberg.

No quadro seguinte podem ver-se alguns valores típicos dos parâmetros


físicos dos solos residuais de granito.

7.3.1 – Aspectos essenciais do seu comportamento

1º Com o passar do tempo DEGRADAÇÂO MECÂNICA

No entanto esta característica não é preocupante uma vez que a escala de


tempo é muito diferente da vida humana.

2º Índices como : compacidade, índices de liquidez e de consistência,


percentagem de argila, NÃO DÃO QUALQUER INFORMAÇÃO
SOBRE OS SOLOS RESIDUAIS

7.3.2 – Heterogeneidade

O grau de meteorização é bastante heterogéneo ou seja difere de zonz para


zona do maciço terroso. A água da chuva penetra mais facilmente onde a
rocha está mais fracturada e não de um modo igual para todo o maciço.

7.3.3 – Estrutura cimentada

Nestes solos existem ligações cimentícias entre as partículas finas e as


grosas. Tal acontece por a rocha ainda não estar completamente desfeita
ou por se construírem novas ligações resultantes do processo químico
da decomposição da rocha.

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Isto faz com que estes solos tenham deformações menores do que os
solos sedimentares de igual granulometria.

7.3.4 - As diáclases-relíquias

Chamam-se diáclases as fraturas da rocha mãe. Quando esta rocha se


transforma em solo ( após milhares de anos ) essas fracturas ainda existem
nos solos, embora aparentemente eles estejam uniformes. No entanto essa
superfície de separação entre massas de solo continua a existir. A essa
superfície chama-se diáclases-relíquia ( por serem muita antigas....)

8 – CLASSIFICAÇÃO UNIFICADA DE SOLOS

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No quadro anterior apresenta-se uma classificação de solos destinados a


aplicações de engenharia, de acordo com a ASTM – D 2487-85. ( American
Standard Test Method ).

Como se pode ver o solo é dividido em 15 grupos aos quais é dado um símbolo
( duas letras ) e um nome.

Esta classificação é baseada em diversos parâmetros já estudados, tais como;

- granulometria
- teor de água
- índice de plasticidade
- limites de Atterberg
- índices de plasticidade
- etc.

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