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Faculdade de Tecnologia

Departamento de Engenharia Civil


Programa de Pós-Graduação em Geotecnia
Geologia de Engenharia – 01/2021
Prof. Rafael C. Silva

Lista de Exercícios – Geologia de Engenharia


Grupo 01
Mário Rene Rivera Osorto – 20/0099906
Matheus Lima de Barros – 20/0099892
Matheus Stephanne Souza – 20/00091841
Sonny Albert Amorim da Silva – 20/0091859
Victoria Gomes de Oliveira – 21/0008733

1. Descreva as principais características de solos residuais originados de


rochas metamórficas formadas a partir de rochas sedimentares (rochas
metassedimentares), quando jovem e maduro.
O solo residual pode ser entendido como um material derivado dos processos
de alteração e decomposição in situ de maciços rochosos e que não foi transportado do
seu local original. Resultado de uma gênese diferenciada, os solos residuais originados
de rochas metassedimentares são compostos não apenas de grãos, mais de agregados
e cristais de minerais alterados, pontes estabelecidas por cimentos depositados,
grumos de argilominerais e partículas de resistência variada, com uma tendência à
quebra e desarranjo quando submetidos a carregamentos.
Os solos residuais possuem características herdadas das rochas parentais e
herdam sobre si, de forma reliquiar, o caráter estrutural possuído pelos maciços
rochosos dos quais procedem. No processo de formação do solo, ele pode ser
classificado como jovem ou maduro dependendo de suas alterações no tempo.
O solo possui idade jovem quando é raso e sem horizonte B porque não houve
tempo para sua formação e desenvolvimento, idade juvenil quando foi formado um

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horizonte B incipiente diagnóstico e idade madura quando o horizonte B é espesso e
muito intemperizado. Solos profundos, maduros e muito intemperizados podem
apresentar limitações para o processo de intemperização e à medida que o
intemperismo avança com o tempo, os minerais apresentam mudança significativa na
composição e comportamento.

2. Discorra sobre o comportamento (mecânico, hidráulico, deformabilidade)


de solos residuais jovens metassedimentares:
As características de resistência, compressibilidade e deformabilidade de um
solo residual associam-se aos diversos aspectos de constituição e estado presentes na
sua massa, cujas influências se vinculam para dar uma reposta global- Entre os
aspectos constitutivos se incluem a estrutura residual, anisotropia e resistência dos
grãos, entanto que os aspectos de estado são a compacidade, grau de saturação e grau
de alteração.

(a) constituídos de camadas entremeadas com diferentes


propriedades;
Maciel (1991) estudou um solo residual jovem de gnaisse facoidal da região de
Costa Brava, município do Rio de Janeiro, executando ensaios de cisalhamento direto
e triaxial com amostras indeformadas talhadas com o eixo normal e paralelo à
xistosidade. Os resultados enquanto à resistência do solo não mostraram indícios de
anisotropia, o que foi atribuído a destriução dos contatos entre grãos no micronível pelo
intemperismo, onde a presença de uma matriz ferro-argilosa nas interfaces dos grãos
tende a anular o efeito da anisotropia da macroestrutura.
Por outro lado, houve diferenciação nas características de deformabilidade nos
ensaios triaxiais, onde as amostras com a tensão principal maior normal à xistosidade
apresentaram menor deformação de ruptura, maior tendência dilatante e maiores
módulos de deformação a 2%. Efeito anisotrópico na permeabilidade só foi detectado
nas amostras de solos mais jovens, onde a permeabilidade na direção da xistosidade
foi 3 a 4 vezes maior do que na direção normal.

(b) constituídos de um mesmo material com foliações.


Costa Filho e Campos (1991) analisaram um solo residual jovem de gnaisse da
região de Chapéu d´Uvas - MG mediante ensaios oedométricos e de cisalhamento direto
em condição saturada e para umidade natural, e corpos de prova moldados com o seus

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eixos normal e paralelos ao plano de xistosidade. Também executaram-se ensaios
triaxiais na condição saturada e com o plano de xistosidade horizontal e a 45º, assim
como ensaios de permeabilidade. Os resultados dos ensaios oedométricos e de
permeabilidade não mostraram efeitos de anisotropia, e nos ensaios de cisalhamento
direto e triaxial foi obtida uma variação não significativa dos parâmetros de resistência,
coesão e ângulo de atrito. Assim sendo, os autores concluíram que a anisotropia
estrutural não é um fator predominante em solos com avançado estágio de
intemperismo (>50% de finos).

3. Como devem ser conduzidos os ensaios para obtenção dos parâmetros de


resistência, deformabilidade e hidráulicos em solos residuais jovens? Leve em
a ocorrência de anisotropias no solo residual jovem.
A anisotropia inerente à própria estrutura residual dos solos influi na sua
resposta, especialmente nos solos procedentes de rochas metamórficas, e em aqueles
onde os minerais de mica tem forte presença. Os ensaios de laboratório para estudar o
comportamento mecânico dos solos residuais jovens devem tomar em consideração o
efeito da anisotropia que pode apresentar o solo. Estudos utilizando o aparelho triaxial
cúbico também podem ser levados a cabo recentemente em solos residuais, sendo este
equipamento mais adequado para pesquisa de anisotropia em solos porquanto permite
o controle independente das três tensões principais.

4. Discuta as particularidades das sondagens à percussão com ensaio de SPT


que podem influenciar em análises geotécnicas. Em quais situações utilizaria
ou não correlações entre NSPT e parâmetros de resistência e deformabilidade?
Justifique.
É estabelecido que existem diversos fatores que contribuem para a variação do
número de SPT N para diferentes profundidades em perfis similares de solos. Estes
fatores incluem a eficiência do martelo, diâmetro da perfuração, método de amostragem,
fator de ruído (Skempton, 1986; Seed, et al., 1985).
O número de penetração padrão SPT é um guia útil na exploração do solo e na
avaliação das condições do subsolo, quando os resultados são interpretados
corretamente. São estabelecidas correlações aproximadas entre o número de SPT N
com diversos parâmetros úteis.

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Por exemplo, a sensitividade de uma argila pode ser correlacionada com o N60
a partir de sua resistência não confinada entre a pressão atmosférica, demonstrada na
figura seguinte. (Kulhawy e Mayne, 1990).

Figura 1 – Correlação do N60 com a resistência não confinada e pressão atmosférica.


Fonte: Das (2010).

Em solos granulares, o N60 é altamente dependente da sobrecarga efetiva.


Devido a que o solo não é homogêneo, uma variação alta nos valores de N60 podem
ser obtidos no campo. Para depósitos de solo que contém matacões e pedregulho, os
números de SPT podem ser muito erráticos.
Poderia ser usado o ensaio SPT num local com amplo conhecimento geológico
prévio, com algum solo com natureza predominantemente homogênea, com camadas
delimitadas, e sem presença dentro do possível de pedregulho maior ou matacões. As
correlações podem ser feitas dentro destas condições porque serão respalda das de
explorações prévias e mais amplas.

5. Quais são as particularidades para o traçado das envoltórias de resistência


dos solos residuais jovem e maduro? Destaque as principais diferenças,
comentando-as e mostrando as implicações em casos de obras. O que os
gráficos de deslocamento horizontal x deslocamento vertical e tensão x

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deslocamento horizontal podem orientar para verificação do comportamento
destes solos.
A influência da macroestrutura do solo sobre a resistência, deformabilidade e
compressibilidade pode ser entendida como a conjunção de dois efeitos principais,
devidos à fábrica e à cimentação (Burland, 1990):
• Fábrica. Arranjo intrincado das partículas na massa residual numa organização
fechada que produz um maior atrito.
• Cimentação. Ligações entre os grãos que conferem ao solo uma rigidez adicional
contra as deformações.
Num sentido geral o conceito de estrutura está associado à variação observada
no comportamento de um material no seu estado natural, intacto, em comparação com
o mesmo material reconstituído, mantendo iguais os valores de porosidade, saturação
e estado de tensão. A presença de estrutura neste sentido tem sido identificada também
em solos transportados e rochas brandas, tratando-se sempre de processos naturais.
Maccarini (1980) e Sandroni & Maccarini (1981) apresentam resultados de
ensaios de cisalhamento direto e triaxiais convencionais em amostras indeformadas de
uma ocorrência de solo residual gnáissico jovem do campo experimental da PUC-Rio.
Blocos para a confecção das amostras foram retirados de cinco profundidades de um
poço e cinco níveis de um talude. A resposta dos ensaios triaxiais apresentou
basicamente dois tipos de comportamento, os quais são sumarizados na Figura 2 a
seguir.

Figura 2 – Comportamento observado de solos residuais no ensaio triaxial: a) solo


jovem; b) solo maduro. Fonte: Sandroni & Maccarini (1981).

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O comportamento mostrado na Figura 2 a) caracteriza-se por uma relação linear
entre tensão e deformação até atingir o pico de resistência para uma deformação axial
não superior ao 5%, ao qual se segue uma curva de amolecimento. As deformações
volumétricas variam de contrações moderadas até dilatações. Este tipo de
comportamento verificou-se nos solos jovens ou com baixo nível de confinamento. Já o
comportamento da Figura 2 b) caracteriza-se por uma relação não linear entre tensão e
deformação que atinge o seu valor máximo para deformações axiais maiores do que
10%. As deformações volumétricas são francamente contrativas. Este tipo de
comportamento verificou-se nos solos maduros ou com alto nível de confinamento.

6. Discorra sobre problemas de interface entre solos residuais jovem e maduro


em taludes. Considere a frente de umedecimento e elevação do lençol freático.
Futai (2002) e Futai et al (2004) analisaram também a resistência ao
cisalhamento não saturada de um perfil de solo residual de gnaisse da região de Ouro
Preto - MG. Foram estudados dois horizontes no perfil, um saprólito ou solo jovem
(profundidade de 5 metros) e uma laterita ou solo maduro (profundidade de 1 metro). As
características físicas e a curva de retenção de água são mostradas na Figura 3. A
análise comparativa destes solos permite visualizar a sequência formativa da
microestrutura no perfil de alteração. No solo jovem prevalecem as frações areia e silte,
com pouca presença de argila. Já no solo maduro predominam as frações areia e argila,
com pouco silte. Assim, enquanto o quartzo permaneceu inalterado como areia, os
minerais alteráveis passam gradativamente da fração silte para argila. Este fenômeno
reflete-se na curva característica, onde o caráter bimodal no solo maduro indica a
ausência da fração silte.

Figura 3 – a) Características físicas de solo laterítico (1m) e saprolítico (5m); b) Curva


característica dos solos: Fonte: Futai et al (2004).

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7. Devido à extensão do Brasil existem solos que apresentam certas
peculiaridades, por exemplo solos colapsíveis e expansíveis. Escolha dois
locais do Brasil e para cada local um tipo de solo, que apresente
particularidade e discuta as características e propriedades destes solos. Como
o processo de formação geológica influenciou nesses aspectos?
Caso 1
Ribeiro e Moura (2019) estudaram o município de Santa Maria da Boa Vista-PE,
localizado a 08º48'28" de latitude sul, 39º49'32" de longitude oeste e está a uma altitude
de 361 metros, limitando-se ao norte com Parnamirim, ao Sul com o estado da Bahia,
ao leste com Orocó e ao oeste com Lagoa Grande (Figura 4) . O local de estudo
encontra-se na bacia do rio São Francisco e do rio Pontal e possui clima semiárido. Os
verões são quentes e úmidos, os invernos são mornos e secos e as primaveras são
muito quentes e secas.

Figura 4 – Localização da cidade de Santa Maria da Boa Vista – PE. Fonte: Cunha et al
(2012).

Jatobá (1991) analisou amostras deformadas, compactadas estaticamente, de


solos de Santa Maria da Boa Vista através de ensaios edométricos simples e duplos.
Os ensaios edométricos simples foram realizados para as tensões de inundação de 20,
40, 80 e 160 kPa e os potenciais de colapso obtidos para cada tensão foram 0,86; 1,81;
2,37 e 2,93 %, respectivamente. Nos ensaios edométricos duplos, os potenciais de
colapso obtidos foram 0,33; 1,05; 2,24; 5,51; 9,09 e 11,86 %, para as tensões de 20, 40,
80, 160, 320 e 640 kPa, respectivamente. Portanto, quanto maior foi a tensão de
inundação, maiores foram os potenciais de colapso.

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Em Santa Maria da Boa Vista, solos colapsíveis foram identificados no ano de
1987, na construção de 1856 unidades habitacionais (FERREIRA, 1988). Dois perfis de
solos foram analisados, cada um com três furos de sondagens. Foi verificado no perfil I
dois tipos de solos na superfície uma areia siltosa ou silte arenoso seguido de
pedregulho com silte arenoso. O impenetrável à percussão é atingido a 2,5 ou 3,0 m de
profundidade. Os índices de resistência à penetração na primeira camada de solo está
entre 5 e 10 golpes e na segunda camada corresponde a 10 golpes até atingir a camada
impenetrável.

Caso 2
Para um solo ser expansivo, depende, primariamente, do filossilicato existente
na fração argila, uma vez que nem todos experimentam modificações volumétricas, com
variação de umidade. A instabilidade pode ser especialmente importante nas
vermiculitas e esmectitas, em especial na montmorilonita e nos interestratificados
regulares ou irregulares onde estes minerais estão presentes. Dois requisitos básicos,
um intrínseco e outro extrínseco, são necessários para um solo exibir expansividade. O
intrínseco está relacionado com a composição mineralógica, textura e estrutura. Esses
parâmetros controlam, em nível microescalar, mecanismos que produzem a
instabilidade volumétrica do solo. O extrínseco está relacionado com a climatologia, a
hidrogeologia, a vegetação e a ocupação antrópica que são capazes de transferir a
umidade de um ponto a outro do terreno.
O programa de investigação geotécnica realizado para analisar o
comportamento de solo expansivo de Ipojuca - PE constou da coleta de amostras
deformadas e indeformadas do tipo bloco e realização de ensaios de laboratório no solo,
na cal e nas misturas solo-cal nas proporções em peso seco 1%, 3%, 5%, 7%, 9% e
11% (PAIVA et al, 2016).
As expansões livres calculadas e obtidas a partir de ensaios edométricos
convencionais com pequenas sobrecargas nas de tensões de 1 kPa e 10 kPa no solo
natural são, respectivamente, 14% e 12,00%. Pelo critério de inundação a 10 kPa, o
solo de Ipojuca-PE tem um grau de expansividade alto, de acordo com o critério de
Cuellar. Os valores da tensão de expansão do solo determinados com diferentes
trajetórias de tensões, que correspondem a diferentes métodos, são apresentados na
Figura 9. O valor médio obtido pelos três métodos foi 218 kPa, indicando que o solo
pode causar danos nas edificações, quando umedecido, principalmente em obras de

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pequeno porte, chegando à condição de demolição. A diferença fundamental entre os
métodos é a ordem seguida entre a aplicação de tensão e a inundação.

8. Como a formação/história de depósitos fluvio-marinhos (solos moles) pode


influenciar no comportamento dos mesmos.
A origem e formação de depósitos moles, principalmente fluvio-marinhos, pode
auxiliar a compreensão de seus comportamentos característicos frente às solicitações
de obras de engenharia. No transporte de sedimentos, pode-se analisar a constituição
mineralógica dos solos, relacionando a origem e formação dos solos ao depósito de
argilominerais.
A origem dos sedimentos argilosos das planícies costeiras do Brasil está ligada
a oscilações do nível do mar, favorecendo processos erosivos muito intensos e
processos de elevação e rebaixamento dos mares. Diante desta informação, é possível
compreender o leve pré-adensamento verificado em camadas superficiais desses solos
sedimentares.
Além disso, a constituição mineralógica do solo mole é um dos fatores que mais
influenciam no seu comportamento. Sendo as argilas formadas principalmente por
partículas muito pequenas e estruturas aglomeradas, podem conter matéria orgânica,
outros tipos de minerais, sem ser argilominerais, e outras impurezas. A maneira como a
estrutura do solo é disposta difere para os vários tipos de argilominerais, podendo existir
sequências regulares ou irregulares e essa disposição configura comportamentos
específicos de acordo com o histórico de formação do solo fluvio-marinho.

9. Em um projeto de aterro sobre solo mole, dos possíveis parâmetros que


podem ser obtidos por ensaios de campo e laboratório, qual considera o mais
relevante e como poderia obter esse parâmetro?
Para a situação de um solo mole, o parâmetro mais importante seria a tensão de
pré-adensamento. A variável pode ser obtida por meio do ensaio oedométrico, que
permite estimar o seu valor e também o coeficiente de adensamento do solo mole (Cv).
Com os dois parâmetros é possível caracterizar o comportamento do solo quanto a
recalques e calcular o tempo de estabilização. O ensaio CU triaxial (Adensado não
drenado) poderia ser utilizado para determinar os parâmetros de resistência do solo e
assim possibilitar a análise de estabilidade dos taludes de escavação. Os parâmetros
citados são relevantes e caracterizam juntos o comportamento ao longo do tempo dos
recalques que podem ser gerados no solo mole.

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10. Descreva a origem e evolução dos sedimentos da Baixada Santista. Apresente
as principais características geotécnicas dos solos da Baixada Santista, em
função de sua gênese.
Por volta do cretáceo e no decorrer do paleogeno, processaram -se falhas
importantes pari passu com o soerguimento epirogênico relativamente homogêneo, do
núcleo sul-oriental do Escudo Brasileiro”. Desse movimento epirogenético resultou, na
região de Santos, uma série de vales entre esporões da serra. Com a elevação do nível
do nível do mar, que estava cerca de 50 m abaixo do nível atual e ocorreu já no período
Quaternário, esses vales foram submersos, formando-se uma baía profunda e uma série
de ilhas. Essa ascensão do nível do mar, que é chamada pelos geomorfologistas de
“transgressão flandriana”, é a responsável pela extrema irregularidade da costa sudeste
do Brasil. Com os vales e baías submersos deu-se a sedimentação das argilas ou areias
finas argilosas que hoje formam as várzeas da Baixada Santista. São sedimentos de
águas calmas, eventualmente em contato com água salgada das marés. Entretanto, já
nessa época, percebeu-se que a camada de argila, supostamente de consistência
uniformemente mole, apresentava certa inexplicável anormalidade em camadas de
consistência maior, em discordância com as mais moles. Tal anomalia só foi esclarecida
com base em estudos geológicos que serão mencionados adiante.
Da erosão dos solos de alteração de rocha, os quais recobriam as encostas dos
espigões e paleo-ilhas, resultaram areias que vieram depositar-se, com transporte
líquido ou aéreo, em cordões de areia, a 10 ou 25 km de distância do pé da serra, em
praias e terraços. Há ainda um terceiro tipo de solo, constituído por pedregulho e blocos
de rocha, em mistura com solo areno-argiloso. Tais camadas encontram-se sempre em
contato com a rocha gnáissica-xistosa muitas vezes completamente alterada, sob os
sedimentos argilosos ou, então, como aluviões ou coluviões ao longo dos rios ao pé da
serra. Assim formou-se a configuração atual da Baixada, com suas várzeas e mangues,
geralmente localizados entre as encostas da serra e contornando morros
remanescentes das antigas ilhas da transgressão marítima, e a faixa litorânea,
constituída por praias e terraços de areia pura (Vargas, 1999).

11. Monte um programa de ensaios e instrumentação de um aterro sobre solo


mole, tendo como limite 2 ensaios de campo, 3 de laboratório e 3 instrumentos
para monitoramento. Considere que a camada de solo mole já foi identificada
por meio de sondagem de simples reconhecimento com ensaio de SPT, sendo

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identificado uma espessura média superior a 16 m, com ocorrência de lentes
de areia.
Ensaios de Campo
• Ensaio CPT, para estabelecer a resistência da estratigrafia completa do perfil de
solo a afundar o aterro;
• Ensaio Pressurímetro, na perfuração ao nível da camada mole, para medir in-
situ a relação tensão – deformação da camada mole na umidade natural;
Ensaios de Laboratório
• Ensaio Oedométrico, para estabelecer o comportamento durante o
adensamento da camada mole, a tensão de pré adensamento, permeabilidade
e recalques esperados;
• Ensaio Triaxial CU, para estabelecer os parâmetros de resistência da camada
mole, e comparar eles com os obtidos em campo;
• Ensaios de Caracterização – granulometria, gravidade específica, limites de
atterberg, classificação do solo.
Instrumentos de monitoramento
• Perfilômetro de Recalques, para medir o perfil de recalques obtidos durante a
construção do aterro;
• Marcos Superficiais (Topografia), para monitorar os recalques desde um banco
topográfico.

12. Apresente os diferentes tipos de mecanismos de ruptura possíveis de serem


mobilizados em maciços de solo e rocha, relacionando-os aos perfis geológico
geotécnicos e ou relevo. Apresente um caso de impacto ocorrido no Brasil,
descrevendo a causa da ruptura (busque um caso na literatura que não seja o
convencionalmente esperado ou que não havia como ser previsto).
No caso dos solos, os tipos de mecanismos de ruptura são, segundo o Manual
da GEO-RIO (2014):
● Escorregamentos: movimentos cuja superfície de ruptura é bem definida.
○ Rotacional: normalmente associado a materiais homogêneos. A massa
instável é considerada rígida. Pode ainda ser classificado em simples,
quando há apenas uma superfície de ruptura rasa ou profunda, e
sucessiva, quando existem mais de uma superfície de ruptura;

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○ Translacional: superfície de ruptura plana. Normalmente associada a
planos de fraqueza, no caso de solos, estratificações e contato
solo/rocha;
○ Composta: associado a taludes naturais não homogêneos, a superfície
de ruptura é não linear.

● Escoamentos: movimentos contínuos de solos com uma zona de ruptura bem


definida, material com comportamento viscoso.
○ Lentos: também denominados de fluência, característico de materiais
com comportamento plástico. Não há superfície de ruptura definida e
ocorre sob tensões totais constantes (drenado). Podem ser rasos,
profundos, progressivos ou de pós-ruptura;
○ Rápidos (corridas): o material apresenta comportamento de fluido pouco
viscoso, ocorre em condições não-drenadas. É o caso das corridas de
lama, corridas de terra e corridas de detritos.

No caso dos maciços rochosos, os tipo de mecanismos de ruptura são, segundo


o Manual da GEO-RIO (2014):
● Ruptura em cunha: envolve duas famílias de descontinuidades que se cruzam e
mergulham na direção do talude;
● Ruptura rotacional: principalmente em maciços muito fraturados ou de baixa
resistência, a superfície de ruptura tem formato de uma concha;
● Ruptura planar: ocorre em maciços pouco fraturados na direção das famílias de
descontinuidades. Um plano de ruptura definido por uma descontinuidade
principal é formado e blocos do maciço deslizam sobre esse plano;
● Ruptura por tombamento: ocorre quando as famílias de descontinuidades do
maciço rochoso estão posicionadas na direção vertical como lajes verticais,
assim, blocos podem se desprender e cair sucessivamente.

Um caso detalhado por Kanji (2005) detalha o escoramento de um talude em uma


estrada que ocorreu no km 39 da rodovia Curitiba-Paranaguá, próximo à Serra do Mar.
Nesse caso, a ruptura causou abaulamento e trincas na pista. O talude rompido é
adjacente a uma estrutura de contenção, com mais de 20 anos de operação. Foram
identificadas massas coluvionares na região, em que a largura do talude rompido

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ultrapassava o trecho abrangido pela cortina atirantada. Apesar dos 20 anos de
operação da estrutura de contenção, o rompimento do colúvio não foi previsto pela falta
de manutenção e olhar geológico. Kanji (2005) destaca que a região é de simples
entendimento que se trata de um local de depósitos coluvionares conforme os preceitos
da geologia de engenharia, e assim, recomenda-se que deveria ter sido elaborado um
sistema de monitoramento in situ para avaliar as movimentações de maneira periódica.

13. O que são agentes predisponentes e efetivos? Referencie-se em Guidicini e


Nieble (1984). Apresentem quem são esses agentes no caso apresentados na
questão anterior.
Os agentes predisponentes e os efetivos podem desencadear escorregamentos
em taludes naturais. Guidicini e Nieble (1984) apresentam essa classificação e definem:
● Agentes predisponentes: formados pelo conjunto de condições geológicas,
geométricas e ambientais que contribuem para escorregamentos, tratam-se de
fatores dependentes apenas das condições naturais. Exemplos: vegetação,
calor solar, gravidade, condições morfológicas e climáticas, complexo geológico;
● Agentes efetivos: estão diretamente relacionados com o desencadeamento de
movimentações em taludes. Podem ser divididos ainda em agentes
preparatórios, como a pluviosidade, a erosão pela água e vento, a variação de
temperatura, as oscilações de nível d’água, as ações antrópicas ou de animais,
a dissolução química e o congelamento/degelo. E agentes imediatos, como
fusão de gelo e neve, vento, ondas, erosões, terremotos e chuvas intensas.

No caso mencionado por Kanji (2005), os agentes predisponentes eram a


geometria do talude coluvionar e efeitos da gravidade que causam as movimentações.
Os agentes efetivos são as oscilações de nível de água, que causam fortes impactos na
estabilidade de colúvios, e principalmente chuvas intensas. O entupimento de bueiros
aliado à elevação o nível de água, por conta das chuvas intensas, causaram
movimentações significativas no talude da rodovia de Curitiba, o que causou a ruptura.

14. O que seria e qual a importância da retroanálise?


O monitoramento contínuo e a execução de ensaios de resistência em taludes
naturais e encostas permite a retroanálise, ou seja, a avaliação a partir dos dados de
campo das condições de estabilidade de um maciço. A importância da retroanálise é

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analisar de fato a condição real de campo, dados os agentes atuantes que podem
desencadear movimentações no maciço. No caso de um colúvio, por exemplo, o
monitoramento do parâmetro do ângulo de atrito ao longo do tempo indica a
movimentação da massa de solo e com isso a avaliação se é necessário a construção
de estruturas de contenção.

15. Cite e descreva os solos formados in situ e transportados.


Conforme Marques (2021), os solos formados in situ também são denominados
de solos residuais. São solos que permanecem no local da rocha de origem, sendo
assim carregam características da rocha mãe. Para o solo ser considerado como
residual, a velocidade de decomposição da rocha deve ser maior que a velocidade de
remoção de material por agentes de transporte (gravidade, vento, água).
Os solos residuais podem ser classificados ainda em solo residual maduro e solo
residual jovem, em que o solo residual jovem apresenta características mais marcantes
e está situado mais próximo da rocha mãe. Assim, considera-se solo residual maduro
como aquele que perdeu a estrutura original da rocha mãe e pode ser considerado como
homogêneo. Enquanto o solo residual jovem, também denominado de saprólito,
apresenta a estrutura original da rocha mãe, mas com pouca consistência.
A rocha de basalto ao ser decomposta forma solos argilosos, com baixo teor de
areia. O quartzito, por sua vez, pela forte presença de quartzo na composição mineral
forma solos arenosos.
Os solos transportados ou sedimentares são materiais carregados por um
agente de transporte. Em geral podem ser considerados menos homogêneos que os
solos residuais. Assim, normalmente não apresentam características da rocha de
origem. Podem ser classificados de acordo com o agente de transporte:
● Solo coluvionar: transportado pela gravidade, de regiões mais altas para as mais
baixas. Dessa forma, são comumente encontrados em pés de taludes e de
encostas naturais. Normalmente, esses solos não são aconselháveis para serem
utilizados em projetos de engenharia e podem apresentar instabilidades ou
rupturas no caso da ação de agentes desencadeadores de movimentações;
● Solo aluvionar: transportado pela água. O solo pode ser transportado pela água
de mares e rios, com a mudança do regime, o material é depositado formando-
se o solo aluvionar. Um exemplo de solo aluvionar são os cascalhos utilizados
como agregado natural para o concreto ao longo do leito de rios;

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● Solo eólico: transportado pelas ações do vento. Um exemplo no Brasil são as
dunas, a areia é transportada pela ação do vento. Apresentam granulometria em
geral uniforme, a ação do vento é limitada pelo peso da partícula. Sendo assim,
diâmetros maiores são mais difíceis de serem transportados;
● Solo glaciar: transportado por movimentações de geleiras com a ocorrência de
congelamento e degelo.

16. Quais as diferenças entre terraços fluviais, aluviões e depósitos fluvio-


marinhos? Quais os problemas de geotecnia que cada um desse representa
para implantação de obras de infraestrutura?
Os terraços fluviais são constituídos por material aluvionar antigo e em nível mais
alto do que o atual da planície aluvionar e que ficou como testemunho de um período
da evolução desta planície. Apresentam declividade plana ou levemente inclinada, com
rupturas de declive em relação ao leito do rio e às várzeas, podendo-se apresentar
mudanças no nível de base e consequentes retomadas erosivas, vindo a aflorar os
sedimentos tipicamente fluviais (SIGEP, 2021).
A origem desses terraços pode estar ligada a evolução geomorfológica,
mudanças climáticas e/ou processos tectônicos que se refletem em mudança de poder
erosivo da corrente fluvial, mudanças do gradiente topográfico e/ou do nível base,
levando a erosão da própria planície que deixa como testemunhos esses terraços.
Os principais problemas geotécnicos envolvendo terraços estão relacionados a
problemas de trincas em prédios, devido a instabilização das fundações das estruturas,
recalque de pavimentos e escorregamentos de terra.
Os aluviões são sedimentos clásticos (areia, cascalho e/ou lama) depositados
por um sistema fluvial no leito e nas margens da drenagem, incluindo as planícies de
inundação e as áreas de delta, com material mais fino extravasado dos canais nas
cheias. Os depósitos aluviais são retrabalhados e mutáveis devido à erosão fluvial. Ao
serem depositados durante as secas ou nos locais de remansos, serão em seguida
erodidos pela força da água da cheia ou pela mudança do curso do rio.
Os principais problemas geotécnicos envolvendo aluviões são o grande
transporte de sedimentos e detritos que favorecem calamidades naturais. Esse tipo de
transporte pode provocar danos estruturais em construções e estar acompanhado de
acompanhada de deslizamentos de terras, podendo provocar desvios dos cursos
fluviais.

15
Depósitos flúvio-marinhos são depósitos sedimentares originados pela ação
combinada de processos fluviais e marinhos. Em geral, são encontrados em planícies
costeiras e em deltas marinhos.
Os principais problemas geotécnicos envolvendo aluviões estão relacionados a
processos de erosão e o assoreamento das planícies litorâneas e dos deltas, uma vez
que modifica o carregamento imposto na área-destino. Essa problemática ocasiona
questões geotécnicas e ambientais tais como deslizamento de taludes e escavação de
encostas por desgaste dos sedimentos transportados (Infraestrutura e Meio Ambiente,
2021).

17. Comente as peculiaridades das massas coluviais e os principais processos de


ativação e reativação em encostas coluviais.
Conforme Ehrlich et al (2016), os colúvios são originários de escorregamentos
de superfícies alteradas por intensa ação do intemperismo das regiões mais elevadas
das encostas. Os deslizamentos ocorrem dos pontos mais altos onde a capa superficial
alterada é pouco espessa e se move em direção a vales. No Brasil, os colúvios
encontrados são oriundos de massas coluvionares saturadas depositadas nos sopés
das encostas montanhosas e quando estes solos se encontram no estado saturado, se
tornam casos preocupantes para a Geotecnia.
A maioria das massas coluviais é composta de uma mescla de solo escorregado
e de blocos emanados tanto dos próprios escorregamentos como de quedas. Assim,
não é raro encontrar cavidades resultantes da remoção dos grãos mais finos adjacentes
a estas peças maiores, sendo as principais características físicas deste solo o aspecto
poroso e o local de deposição, quase sempre no sopé e a meia encosta.
Solos coluvionares abrangem escorregamentos de solo e fragmentos de rocha
assim como depósitos pluviais de um talude. Os perfis típicos de solos coluvionares
podem ser apresentados como camadas simples de solo coluvionar ou uma série de
camadas de solos coluvionares. Taludes com camada única sobre um perfil normal de
intemperismo são frequentemente encontrados a jusante de taludes íngremes e em
encostas acima de uma topografia costeira. Múltiplas camadas de colúvio são
consequência de sucessivas ocorrências de transporte de detritos, sendo que há
adensamento das camadas inferiores pelo peso das camadas que se acumulam na
parte superior.
No caso de movimentos como rastejo (creep), escorregamento translacional do
tipo talude infinito, escorregamento rotacional, transportes de detritos ou várias formas

16
associadas de instabilidade podem ocorrer em uma massa de solo coluvionar
dependendo de sua geometria. Colúvios espessos usualmente estão associados a
escorregamentos rotacionais lentos, que dificilmente se liquefazem ou se desagregam.
Já taludes de colúvios rasos apresentam um escorregamento translacional, seguido por
desagregação e fluidez (corridas de detritos).
As massas coluviais apresentam estabilidade precária, sendo que solos
residuais de origem granito-gnáissica tem ângulo de atrito próximo ao ângulo de pós-
pico. A instabilização ou o aumento dos movimentos de fluência de taludes coluvionares
pode ocorrer de acordo com as seguintes situações:
(a) espontaneamente: com lençol permanentemente elevado devido à precipitação
contínua – nesse caso as velocidades de fluência aumentam, mas não há ruptura súbita,
visto que o solo se deforma plasticamente;
(b) escavações: mesmo de pequena altura, feitas no pé do talude. Há um primeiro
escorregamento, que se propaga encosta acima até o início da língua coluvial;
(c) carregamento na crista do talude: quando a sobrecarga for pequena, a deformação
do colúvio pode provocar irregularidades em uma pista rodoviária, trincas em
construções, ou se a carga for maior, uma ruptura local. Em todos esses casos o que
acontece na realidade é a reativação do escorregamento preexistente, com a superfície
de escorregamento situada na fronteira entre o colúvio e o solo residual primitivo.
(d) impacto: blocos de rocha caindo de grande altura. A súbita elevação da poropressão
no colúvio pode levá-lo à liquefação, o que resulta em um movimento do tipo avalanche.

18. Quais instrumentos utilizaria, dentro do limite de 3 instrumentos, para avaliar


se as soluções de engenharia para minimizar as movimentações de um colúvio
estão sendo efetivas? Justifique.
Os instrumentos que poderiam ser utilizados para avaliar a eficiência de
soluções de engenharia em colúvios são:
● Piezômetro para avaliar a pressão de água em pontos estratégicos da massa
coluvionar. A medição de poropressão permite calcular a tensão efetiva atuante
e por consequência a resistência ao cisalhamento do solo, dado o ângulo de
atrito residual do colúvio;
● Medidor de nível de água para avaliar flutuações do nível de água. Pode ser
instalado em furos de sondagem;

17
● Inclinômetros: para avaliar os deslocamentos e a identificação de uma possível
zona de cisalhamento. É instalado em locais estratégicos onde espera-se que
haja movimentações.
O piezômetro e o medidor de água fornecem bons indicativos se o sistema de
drenagem, no qual pode ser composto por DHPs, está sendo efetivo para controlar o
nível de água da massa coluvionar. Além disso, o piezômetro possibilita uma análise de
uma possível reativação por pressões do aquífero (Lacerda, 2014). Ao acoplar os
resultados do piezômetro com as precipitações é possível identificar padrões e assim
elaborar planos de ataque em épocas mais agravantes.
Já os inclinômetros fornecem informações de movimentação, assim, os dados
podem ser utilizados para avaliar se a solução de engenharia realmente minimizou as
movimentações ou não. Se a solução é efetiva, observa-se uma redução das
movimentações no depósito coluvionar e uma tendência para a estabilização.

19. Qual o principal agente que controla a movimentação de depósitos coluviais?


Como este agente é potencializado e qual sua relação com esta fonte? Qual
seria a prática de engenharia que considera mais eficaz para minimizar as
movimentações desses depósitos? Qual modelo de análise de estabilidade é
aplicável para estudos de massas coluviais de grande extensão em
movimentação de rastejo e qual resistência seria considerada nessa análise?
O principal agente que controla a movimentação de depósitos coluviais é a
variação do nível de água subterrânea. O nível de água eleva-se na ocorrência de
precipitações. A água que infiltra no solo entra como recarga do aquífero. O excesso de
umidade aumenta a subpressão no solo, e por sua vez diminui as tensões efetivas
atuantes. Dessa forma, a resistência cisalhante do talude é prejudicada e a
movimentação por rastejo do depósito coluvionar ocorre. No caso de chuvas intensas o
efeito é magnificado, assim, em poucos minutos podem ocorrer movimentações súbitas
por conta da elevação do nível de água.
Uma das soluções mais utilizadas para o controle do nível de água em depósitos
coluviais são os drenos horizontais profundos (DHPs). O intuito do dispositivo é reduzir
o nível de água, para que haja um alívio da subpressão. Os drenos podem ser instalados
em distintas posições, com direções e inclinações estratégicas para coletar a água
subterrânea e excessos oriundos de precipitações. A circulação de água em massas
coluviais, entretanto, é heterogênea. DHPs instalados em regiões próximas podem
apresentar contrastes significativos de vazão. As movimentações com um sistema de

18
monitoramento eficaz e com a instalação correta de DHPs são minimizadas, e
continuam a ocorrer em proporções pequenas.
O modelo de estabilidade aplicável em massas coluviais de grande extensão é
o de talude infinito. O fator de segurança (FS) pode ser calculado a partir da equação
segundo Skempton e DeLory (1957):

𝑐 + (𝛾 − 𝑚 ∙ 𝛾 ) ∙ ℎ ∙ 𝑐𝑜𝑠²(𝛽) ∙ tan (𝜑′)


𝐹𝑆 =
𝛾 ∙ ℎ ∙ 𝑠𝑒𝑛(𝛽) ∙ 𝑐𝑜𝑠(𝛽)
No caso dos colúvios, comumente adota-se a coesão nula pelas características
do material. Além disso, considera-se se o colúvio estiver em movimentações por um
longo período de tempo que o material está na resistência residual. Utiliza-se, portanto,
o ângulo de atrito residual que pode ser obtido em ensaios ring shear com grandes
deformações.

20. Como a pedologia pode contribuir para a geotecnia? Como utilizaria uma carta
de pedologia para a implantação de um empreendimento?
A pedologia é o ramo da ciência que estuda a formação dos solos. Estabelece
uma descrição completa do solo feita em campo, além da delimitação dos horizontes e
profundidade das camadas formadas. Justamente por estudar a diversidade dos solos
e seus comportamentos, a pedologia pode auxiliar no planejamento e investigação nas
obras de engenharia, obtendo parâmetros importantes de projeto como índice de
composição granulométrica e índices de consistência (Diniz, 2012).
Uma carta pedológica apresenta dados geológicos do meio físico
(relevo/material inconsolidado/rocha) e pode-se prever o comportamento deste meio
físico com devido à ação antrópica. Além disso, cartas pedológicas podem apoiar
decisões de implantação de empreendimentos de infraestrutura quanto a aptidão para
urbanização, suscetibilidade à erosão, perigo e riscos geológicos a processos do meio
físico e estudos de viabilidade.

21. Escolha uma ou mais carta topográfica do IBGE e identifique por meio de
delimitação de área (polígono fechado) 4 tipos de solos transportados e
possíveis locais de solos residuais e maciços rochosos (podendo ser
capeados por camadas pouco espessas de solo). Justifique as áreas
selecionadas. Associar a carta às imagens do Google Earth pode auxiliar
bastante.

19
Como exemplo foi adotada a região Serra da Moeda em Minas Gerais (MG), Brasil. Por
meio do portal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a folha
topográfica da região foi obtida. A área foi escolhida por apresentar regiões de serra,
locais que favorecem a formação de depósitos coluvionares. Por efeitos da gravidade,
o material desloca-se até atingir a condição de equilíbrio. A área escolhida é
apresentada figura a seguir.

Figura 5 – Carta topográfica da região da Serra da Mesa. Fonte: IBGE.

Na região da Serra da Moeda e na Serra das Serrinhas é possível identificar o


espaçamento maior das curvas de nível no pé dos taludes. Dessa forma, as regiões
assinaladas em azul representam os locais mais altos, onde espera-se a presença dos
maciços rochosos com capas de solo residuais. Os locais assinalados em vermelho
seriam os locais de depósitos de solos transportados.
Segundo o mapa pedológico da região da Fundação Estadual do Meio Ambiente
(FEAM) há a presença de argissolo vermelho-amarelo distrófico (PVAd10), cambissolo
háplico Tb distrófico (CXbd), latossolo vermelho distrófico (LVd) e neossolo litólico
distrófico (NLd).

20
Figura 6 – Mapa pedológico da região da Serra da Mesa. Fonte: FEAM (2010).

22. O que é e qual a importância das classificações geomecânicas? Faça uma


análise crítica sobre a aplicação destas.
Segundo Serra Jr. e Ojima (2004) As classificações geomecânicas possibilitam
agrupar rochas em classes, em que é associado um comportamento esperado para
cada uma. Das rochas pertencentes a uma determinada classe, espera-se uma resposta
do maciço quanto às solicitações impostas. Os sistemas mais utilizados são o sistema
RMR, que leva em conta a resistência da rocha intacta, o RQD, o espaçamento das
descontinuidades, a condição das descontinuidades, a condição da água subterrânea e
a orientação das descontinuidades. O sistema Q também é amplamente utilizado,
incluindo o RQD, o número de famílias de descontinuidades, a rugosidade das paredes
das famílias de descontinuidades, as condições de alteração das paredes das famílias
de descontinuidades, a condição da água subterrânea e a influência do estado de
tensões aplicado no maciço.
As classificações geomecânicas são importantes na análise preliminar de
maciços rochosos, não substituindo a execução de ensaios de caracterização e
resistência. Apesar dos sistemas de classificação serem elaborados a partir de um
número significativo de casos, as condições específicas do material e do ambiente em
que o maciço rochoso está inserido devem ser analisadas.

21
23. Quais as diferenças entre meios porosos e fraturados em termos de
comportamentos hidro-mecânicos?
Segundo Paitan e Vargas Jr. (2013), o meio poroso é formado pela fase sólida
e pela fase de vazios, que podem ser preenchidos com ar quando não-saturados e por
água. Os vazios permitem a percolação de água e podem estar interconectados ou não,
o que forma tubos capilares que atravessam o meio poroso. O comportamento de fluidos
incompressíveis em meios porosos é regido pela lei de Darcy. A depender da
permeabilidade do solo e o diâmetro dos poros, o comportamento hidráulico do meio
poroso pode favorecer ou dificultar a percolação de água. Quanto ao comportamento
mecânico, a formação de canais interconectados entre os poros contribui para o
surgimento de planos de ruptura.
Rochas comumente apresentam descontinuidades por conta de feições
geológicas como, planos de acamamento, falhas, fissuras, fraturas, juntas e entre
outros. Essas feições estão relacionadas com o processo de formação da rocha e o
histórico geológico. Do ponto de vista mecânico, uma fratura pode ser definida como um
plano de ruptura da rocha, formado pela concentração de tensões ao redor de
descontinuidades. Do ponto de vista hidráulico, essas fraturas se comportam como
canais de fluxo de fluidos e comumente estão conectados entre si, originando caminhos
preferenciais.

24. Escolha um caso de geotecnia e mostre a importância e diferenciação de


aplicação da geologia em diferentes “escalas”, regional e local.
Quando tratamos de mapeamento regional, estamos falando de mapeamentos
geológicos na escala de 1:250.000 (1cm = 2,5km). Para mapeamentos locais, temos a
escala de aproximadamente 1:10.000 a 1:2.000, podendo ser de escalas menores e
serve para detalhar melhor uma região e obter características mais bem definidas do
local. Esta última, é comumente utilizada nas fases ou etapas prospectivas dos projetos
de localização e avaliação (quantificação e qualificação) de depósitos minerais, em
trabalhos de geotecnia (estradas, aeroportos, urbanização), de mapeamento de minas
e outros.

25. Em um ambiente de rochas metamórficas com ocorrência de dobras como


estas podem influenciar no comportamento do maciço, quando da execução
de escavações subterrâneas ou a céu aberto?

22
A presença de dobras em rochas metamórficas é caracterizada pela deformação
plástica (dúctil) desta. Em maciços rochosos com presença de dobras, ao ser submetido
a escavações, ocorre uma redistribuição de tensões. Existem tensões residuais
atuantes nessas falhas, nos pontos de dobra que ao sofrer uma redistribuição de
tensões devido a escavações, poderá vir a ocorrer tensões horizontais maiores que as
tensões verticais. Ao haver esse relaxamento de tensões, essas dobras vão se abrindo,
criando caminhos para percolação de água e a alteração dos materiais ocorrem de
forma muito rápida

26. O que é um maciço rochoso? O que significa efeito de escala em maciços


rochosos?
Entende-se como maciço rochoso um conjunto de blocos de rocha intacta, ou
mesmo apenas rocha intacta, e planos de fraqueza que os delimitam, ou seja, as
descontinuidades. As descontinuidades podem se apresentar nas mais diversas
escalas, seja em centímetros ou dezenas de metros.
Dadas as definições anteriores, tem-se que as propriedades resistentes e
deformacionais de maciços rochosos são difíceis de serem representadas em
laboratório já que suas propriedades variam dadas as condições encontradas em
campo. Esta diferença se dá principalmente em consequência do volume estudado em
cada caso, esse efeito é conhecido como efeito escala. A Figura 7 representa como o
efeito escala, dada a configuração do maciço rochoso:

Figura 7 – Efeito escala. Fonte: Adaptado de Hoek (1983)

23
27. Quais são os principais parâmetros para caracterização de descontinuidades,
qual sua importância na engenharia e como podem ser obtidos?
A Tabela 1, relaciona os parâmetros de caracterização de descontinuidades, sua
importância na engenharia e como estes podem ser obtidos:

Tabela 1 – Parâmetros de caracterização de descontinuidades. Fonte: GEO-RIO (2014).

Importância na
Parâmetro Definição Forma de obtenção
engenharia

Dados em campo com


É a definição, em campo, Relaciona a geometria da
bússola de geólogo e
com bússola de geólogo, fratura ou de uma família
Orientação análise com projeção
da direção do mergulho e de fraturas, com a face do
estereográfica e
do ângulo de mergulho. talude
diagrama de roseta

Indicam a possibilidade
de ocorrência de um
intemperismo diferencial,
É definido como a fragilidade mecânica e
distância entre duas saídas de água do maciço
descontinuidades rochoso. Condiciona o
Espaçamento adjacentes de uma tamanho dos blocos Paquímetro
mesma família, podendo individuais de rocha
este ser uniforme ou intacta e a partir disso, o
heterogêneo. tipo de ruptura. Tem
influência também na
percolação no maciço
rochoso.

Indicação de
Pode ser determinado
É determinado fazendo a intemperismo diferencial,
através de amostras
contagem de todas as fragilidade mecânica e
indeformadas de
Grau de Fraturamento fraturas ao longo de uma propriedades de
sondagem rotativas,
direção (número de percolação. Influência no
através da análise dos
fraturas por metro) modo de ruptura do
testemunhos.
maciço.

24
Grande influência no
comportamento mecânico
Parâmetro representado e hidráulico do maciço. Obtido através de uma
pela extensão de uma Quanto ao trena, medindo em
Persistência
descontinuidade medida comportamento campo, no sentido do
num plano mecânico, a resistência mergulho e da direção.
ao cisalhamento do
maciço.

A rugosidade pode ser


definida pelas
irregularidades e
Antigamente por
ondulações presentes nas Parâmetros que definem
rugosímetro.
superfícies das a resistência ao
Rugosidade Atualmente com
descontinuidades. cisalhamento entre blocos
esclerômetro ou
Ondulações são rochosos.
scanner a laser.
irregularidades e primeira
ordem, e asperezas, de
segunda ordem.

Distância perpendicular
Tem influência na
entre as paredes de uma
resistência ao
Abertura descontinuidade, onde o Paquímetro
cisalhamento e na
espaço é preenchido por
condutividade hidráulica.
ar ou água.

Definido como o material


que preenche total ou
parcialmente o espaço
Obtido em campo com
entre as paredes das
Diminuem a resistência ensaios manuais
descontinuidades,
ao cisalhamento e a utilizando o dedo
Preenchimento podendo ser composto por
condutividade hidráulica polegar, unha,
materiais desde os mais
das fraturas do maciço. canivete, e/ou golpes
brandos, argilosos, aos
de martelo
mais resistentes, como
xisto, ou intrusões
graníticas.

25
Indica pontos de variação
Água aflorando pela de pressão de água ao
Surgência de água descontinuidade, podendo longo da fratura, podendo
ser sazonal ou constante, gerar instabilidade de
taludes.

São esses parâmetros que regem o comportamento mecânico do maciço, já que


são as feições menos resistentes. Normalmente, as descontinuidades que vão definir
os fenômenos de ruptura na rocha.

28. Discuta o comportamento mecânico dos maciços rochosos, quanto as duas


categorias básicas de comportamento deformacional.
Em termos de comportamento deformacional, podem ser citados dois tipos
principais, o comportamento frágil e o dúctil. Esses dois comportamentos são extremos,
também pode haver comportamentos intermediários.
No comportamento frágil, há deformações elásticas, típicas de rochas duras
fortes, as rochas não sofrem grandes deformações até a romper. Nesses casos, o tempo
de mobilização e intervenção é pequeno. Já o comportamento dúctil há a predominância
de deformações plásticas, acontece sob tensões mais baixas e deformações maiores.
Nesse caso há condições de mobilização e de atuação de intervenção.

29. Como poderia obter a resistência ao cisalhamento de uma descontinuidade


somente com levantamentos de campo e dados da literatura? Descreva uma
envoltória de resistência típica para paredes de descontinuidades com
superfícies lisas e rugosas.
Dada uma descontinuidade em um maciço rochoso, sua direção e mergulho, ao
fazer uma análise geométrica desta, consegue-se prever condições de resistência ao
cisalhamento.

26
A Figura 8 abaixo representa a análise de estabilidade de um maciço rochoso.

Figura 8 – Análise de estabilidade de um maciço. Fonte: Notas de Aula, Silva (2021).

Ao fazer o equilíbrio de forças desse caso, tem-se: a tensão normal é dada como
o peso do bloco deslizante relacionado com a descontinuidade através do ângulo desta
(W.cos ψp). A coesão c está relacionada com a persistência L, c.L. Com isso, tem-se:

𝜏 = 𝑐 + 𝜎. 𝑡𝑎𝑛 𝜑

A parcela que tende a resistir (segurar) o bloco deslizante pode ser dada por:

𝑐. 𝐿 + 𝑊. 𝑐𝑜𝑠 𝜓. 𝑡𝑎𝑛 𝜑
Onde: c é a coesão, L a persistência, W o peso do bloco deslizante, ψ o mergulho da
descontinuidade e φ o ângulo de atrito da descontinuidade.

Para obter valores típicos de ângulo de atrito de rochas, uma pesquisa na


literatura pode ser feita. Abaixo estão alguns valores:
Tabela 2 – Intervalos de ângulos de atrito. Fonte: Notas de Aula, Silva (2021).

27
Em superfícies rugosas, o valor do ângulo de atrito da descontinuidade é
acrescido de um parâmetro i, que auxilia na resistência ao cisalhamento da
descontinuidade. A Figura 9 abaixo exemplifica envoltórias para ambos os casos:

Figura 9 – Envoltórias de ruptura. Fonte: Notas de Aula, Silva (2021).

30. Quais objetivos das classificações geomecânicas? Discuta os parâmetros


envolvidos nos sistemas RMR e Q. Qual a importância das descontinuidades
nesses sistemas? Comente sua aplicabilidade em um determinado tipo de
obra.
O objetivo da classificação geomecânica é auxiliar nas tomadas de decisões de
engenharia, para ajudar a prever comportamentos do maciço. Fazendo a classificação
geomecânica, é possível obter recomendações de projetos e monitorar o
comportamento de maciços.
Abaixo, os sistemas RMR e Q e os parâmetros que cada um considera.
Sistema RMR:
● Resistência à compressão simples (uniaxial da rocha intacta ou índice de
compressão uniforme), pode ser obtido através de ensaios triaxiais ou com
esclerômetro na obra.
● Dados de sondagem: RQD (Rock Quality Designation).
● Espaçamento entre as descontinuidades: espaços maiores, rocha menos
fraturada, espaços menores, rocha mais fraturada. Com isso, análise do tipo de
ruptura.

28
● Padrão das descontinuidades.
● Ação da água subterrânea.
● Orientação relativa das descontinuidades/escavação.

Categorizando cada um desses parâmetros, pesos são dados, com isso obtém-
se uma nota final que deve ser ajustada em relação ao tipo de obra e com a orientação
da descontinuidade. Levando todos esses aspectos em consideração, define a classe
do maciço e prevê o tempo de sustentação deste.

Sistema Q:
● Parametro RQD: representa a densidade de descontinuidades por volume
unitário de maciço.
● Índice Jn: obtido através do somatório do número de descontinuidades de um
único sistema interceptadas ao longo de uma direção ortogonal ao seu plano,
ponderada pelo comprimento individual das linhas de levantamento.
● Termo Jr/Ja, caracteriza as descontinuidades e/ou seu enchimento sob o
aspecto da rugosidade e do grau de alteração, onde Jr é o coeficiente de
rugosidade e Ja de alteração.
● SRF: é o parâmetro que leva em consideração o estado de tensão;
● Jw: representa a medida da pressão da água.

Assim, observa-se a importância das famílias de descontinuidades e os


parâmetros relacionados, como número de famílias, orientação, rugosidade, alteração
e espaçamentos. Além disso, nas duas classificações existem termos que representam
a percolação de água no maciço.
Para obras executadas em maciços rochosos como escavações e túneis, os
sistemas de classificação se mostram muito importantes para prever o comportamento
do maciço na realização das obras conforme os estudos de caso. São excelentes
opções preliminares para identificar o maciço da obra, contudo não substitui a execução
de ensaios específicos. Por exemplo, a composição mineralógica da rocha ou
movimentos característicos da geologia local podem fazer com que o maciço se encaixe
em uma exceção das classificações. Dessa forma, o ideal é caracterizar o maciço com
os ensaios disponíveis a fim de poder realizar simulações computacionais do seu
comportamento e retroanálises por meio de instrumentação.

29
31. Quais as principais diferenças geológico-geotécnicas entre maciços rochosos
compostos por granito e gnaisse?
Gnaisse é uma rocha metamórfica de alto grau. Por ser metamórfica, pode ser
que haja uma maior quantidade de descontinuidades devido ao fato de ter passado por
mais processos de alteração. Normalmente, o maciço formado por gnaisse vai ter
foliações que talvez o granito não tenha. Maciço rochoso composto por gnaisse
costumam ter mais quantidade de mica e feldspato, que são minerais de fácil
intemperização, o que pode ser prejudicial no aspecto geotécnico.
Granito é uma rocha ígnea, não tem muita descontinuidade, as falhas ou fraturas
vão surgir devido aos efeitos de descompressão (alívio de pressões). Maciços rochosos
formados por granito possuem a presença de plagioclásio, feldspato e quartzo e sua
proporção pode variar significativamente. Plagioclásio e feldspato se alteram com
facilidade. Então, na presença de água nas fraturas pode haver ação de intemperismo
significativo.

32. Quais são os impactos de intervenções antrópicas de exploração mineral no


estado de tensões dos maciços e o regime hidrológico (águas de superfície e
subterrânea)?
Em termos de regime hidrológico, águas superficiais e subterrâneas, podemos
citar como impactos gerados pela atividade de exploração mineral:
● Deterioração da qualidade das águas de rios, córregos e reservatórios da
mesma bacia, a jusante das atividades minerárias;
● Poluição causada por substâncias lixiviadas ou contidas nos efluentes das áreas
de mineração, tais como óleos, graxas, silte e argila, matéria orgânica, metais
pesados etc;
● Cursos d’água e dos aquíferos alterados por escavações ou quando se faz uso
desses recursos na lavra para desmonte hidráulico e beneficiamento de
minérios;
● Rebaixamento do lençol freático;
Quanto ao estado de tensões podemos ressaltar que dificilmente um maciço
rochoso se apresentará isotrópico, homogêneo e contínuo. Na maioria dos casos, o
maciço apresenta uma quantidade significativa de descontinuidades. Com isso, ao
realizar escavações para exploração mineral, o estado de tensões do maciço rochoso
irá se alterar e isso, pode gerar instabilidade deste. Ensaios de laboratório e

30
determinação dos parâmetros das descontinuidades poderão auxiliar na determinação
de técnicas adequadas para estabilização deste maciço após a escavação.

33. Como identificar a ocorrência de fluxos ascendentes e descendentes por meio


de uma estação composta por piezômetros de Casagrande e medidor de nível
d’água. Trace as redes de fluxo para cada uma das situações, indicando a
posição dos instrumentos e profundidades e as respectivas leituras,
demonstrando os dois tipos de fluxo. Pode utilizar a seção de um talude,
encosta, escavação ou outro tipo de seção, com ou sem obra, para traçar a
rede.
Deve-se instalar medidores de nível d’água – INA e piezômetros conforme
locação em projeto, desse modo, serão feitas as leituras nessas estações, onde
indicaram o nível de poropressão seja positiva ou negativa, de acordo com a altura da
coluna d’água no tubo.
Se as leituras estiverem acima do nível de água, quer dizer existe poropressão
positiva, ou seja, existe subpressão no local e o fluxo é ascendente. Caso as leituras
estejam abaixo do nível de água, existe poropressão negativa e o fluxo é descendente.
Conforme a figura abaixo.

Figura 10 – Monitoramento de nível de água e poropressão/subpressão. Fonte: Notas


de Aula, Silva (2021).

31
34. Descreva como se pode obter limiar pluviométrico para definir probabilidade
de ocorrência de deslizamentos. Na construção do gráfico, como são definidas
as chuvas e eventos? Como a geologia e geotecnia da área de estudo pode
impactar na definição dos limiares pluviométricos?
Para obter o limiar pluviométrico pode utilizar os piezômetros de corda vibrantes,
por exemplo, para levantar e monitorar o nível piezométrico, ou seja, acompanhar a
precipitação no terreno.
No episódios de chuvas com as maiores precipitações acumuladas podendo ser
em horas, dias, meses, por exemplo, e podem influenciar a aceleração da
movimentação, lembrando que, o tempo de resposta dos piezômetros não são de
imediato devido ao tempo de resposta entre a chuva e a variação piezométrica. Na
Figura 11 pode-se verificar como a precipitação está associada aos eventos de
aceleração de movimentação de massa.

Figura 11 – Hidrogeologia e movimentação de massa. Fonte: Notas de Aula, Silva


(2021).

Se houver aumento no nível piezométrico, provavelmente, a massa irá


movimentar. Os movimentos de massa estão interligados com a hidrogeologia local e
as precipitações pluviométricas.

32
Em que a movimentação tem a ver com a variação do nível d’água e a variação
do nível de água tem relação com a pluviometria e geologia devido a variação, por
exemplo, do artesianismo tanto no pé como no topo da massa de modo simplificado.

35. Quais principais objetivos de uma investigação geotécnica? Descreva os mais


usuais ou principais métodos diretos, semidiretos e indiretos de investigação
(cite pelo menos 2 para cada um dos métodos).
Segundo a GEO-RIO (2014), os principais objetivos são: obter informações e
compreender o fenômeno geotécnico do solo sob a perspectiva tanto das propriedades
dos materiais quanto dos parâmetros de resistência mecânica. Assim, realiza-se o
planejamento, a investigação preliminar e complementar que serão aplicados a um
determinado local de estudo.
Os métodos diretos são aqueles que investigam as camadas dos solos
diretamente, isto é, in-situ realizando-se escavações e/ou sondagens mecânicas, assim
determinam-se a extensão, profundidade, espessura e característica de cada camada.
• Mapeamento geológico;
• Sondagens à percussão com SPT;
• Sondagens rotativas;
• Sondagens à trado;
• Poço de inspeção ou trincheira de inspeção.
Os métodos indiretos são aqueles que determinam as propriedades das
camadas sem haver contato direto com o solo, sendo analisado de forma visual com
imagens por sensoriamento remoto ou fotos aéreas.

• Método Geofísicos;
• Método Sísmicos;
• Método Geolétricos.

36. Qual a importância da instrumentação/monitoração geotécnica?


Segundo Wyde (2021), durante a execução de obras geotécnicas, há
necessidade implantação de um bom plano de instrumentação e monitoramento
geotécnico. Este permite monitorar e acompanhar com segurança todo o processo de
execução da obra até o início do seu funcionamento. Com a instrumentação é possível
identificar eventuais diferenças no comportamento das estruturas em comparação às
hipóteses estipuladas para o projeto.

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Ao procurar entender os possíveis comportamentos e problemas geotécnicos,
com o auxílio da instrumentação é possível implementar ações para minimizar a
problemática da forma mais eficiente possível. Engenheiros geotécnicos que contam
com um monitoramento seguro podem tomar decisões determinantes mais rapidamente
e é a partir dos dados fornecidos pelo monitoramento geotécnico que há respaldo na
segurança de grande parte de projetos e construções.

37. Cite e descreva dois ensaios geofísicos, sendo um mais indicado para
definição do perfil do terreno e outro para previsão dos parâmetros elásticos.
Quais ensaios geotécnicos poderiam estar associados aos métodos
geofísicos?
Segundo a GEO-RIO (2014), os métodos geofísicos são utilizados para
compreender e determinar indiretamente a distribuição e o posicionamento das
camadas do subsolo e suas características físicas. Onde são utilizadas feições
topográficas, morfológicas e as propriedades físicas do local. No qual é medida, seja da
sua resistividade elétrica ou da velocidade de propagação de ondas elásticas.
Assim, realiza-se correlações com a natureza geológica dos diversos horizontes,
pode-se conhecer também as suas respectivas profundidades e espessuras. A seguir
apresentam-se dois métodos:

• Método Geoelétrico:
o O método realiza a detecção na superfície do terreno, dos efeitos
produzidos pelo fluxo de corrente elétrica em subsuperfície. Onde
a eletrorresistividade, que diz respeito à dificuldade encontrada
pela corrente elétrica para se propagar num meio qualquer.
o Assim, realiza-se a determinação da posição e geometria do topo
rochoso, realiza a caracterização dos estratos sedimentares,
identifica zonas de falhas e/ou alteradas, por exemplo.
o Os dados podem ser apresentados de várias formas, como perfis,
seções e plantas de isovalores de resistividade aparente.
• Método Sísmicos:
o Nesse método as amostras apresentam-se com volumes
representativos e não perturbados do maciço. Podendo realizar:
▪ Investigação terrestre, por exemplo, refração, reflexão e
ensaios entre furos (Crosshole);

34
▪ Investigação de áreas submersas, por exemplo,
perfilagem sísmica, contínua e sonografia.
o Ao realizar o estudo sob o método sísmico é devido que o pode-
se realizar a partir de furos de sondagens, assim, utiliza-se a
investigação entre furos (Crosshole), pois viabiliza a identificação
de estruturas existentes no maciço, que poderiam ser ocultados
utilizando métodos sísmicos de superfície, restritos à identificação
de estruturas tubulares e homogêneas. Como também, é um
ensaio rápido e econômico e permite correlacionar a velocidade
das ondas às características de compacidade e fraturamento do
maciço.

38. Descreva uma forma prática e de baixo custo para se obter a permeabilidade
in situ de uma determinada camada de solo. Descreva um método para
obtenção de condutividade hidráulica de maciço rochoso.
O método é descrito a seguir:

• Após a execução do ensaio de Sondagem à Percussão, pode-se realizar o


ensaio de permeabilidade no mesmo fuste, onde:
o Insere-se um tubo de PVC perfurado na ponta dentro do fuste para
criar sistema de piezômetro;
o Depois, sela-se o furo com argila bentonítica na região acima do tubo
perfurado;
o Coloca-se areia dentro do fuste para complementar o espaço entre o
furo e o tubo;
o Realiza-se leitura da variação de Δt = to-t1 e calcula-se pelo método
da carga constante ou variável de acordo com o tipo de solo no local.
• Para determinar a condutividade hidráulica de maciço rochoso, aproveita-se
o furo da sondagem rotativa, no qual efetua-se o ensaio de Packer Test,
onde:
o Realiza-se o procedimento de instalação de bomba para ter pressão
e vazão;
o Instala-se um packer acima e outro abaixo da região onde será
realizado o ensaio;
o Posteriormente, realiza-se a injeção de água sob pressão para medir
a condutividade hidráulica.

35
39. Quais informações considera mais importante de se obter nos testemunhos
de maciços rochosos de sondagens rotativas? Justifique.
Por meio das sondagens rotativas é possível identificar o grau de alteração da
rocha, o grau de fraturamento, a resistência da rocha, o parâmetro de qualidade da
rocha (Rock Quality Designation – RQD), a orientação e o mergulho da descontinuidade
do maciço rochoso, porém, tem-se que ter uma referência inicial. Além disso pode-se
verificar a possibilidade de a descontinuidade estar preenchida ou não, isto é, se tem
indicativo de intemperismo.

40. O que são e quais objetivos dos modelos geológico-geotécnicos? Quais os


dados mínimos para construção de um modelo geológico-geotécnico de um
maciço em solo e rocha? Apresente um modelo e em função dele qual seria o
método de cálculo e principal solução esperada para mitigar o problema.
Segundo a GEO-RIO (2014), os objetivos principais são:

• Determinar as características do processo de instabilização de uma encosta ou


talude, por exemplo. Sob a identificação dos seus agentes e causas, a
geometria, do mecanismo de movimentação, da natureza e estado do material
mobilizado e seu comportamento no tempo. No qual estabelece um modelo
fenomenológico;
• A identificação, caracterização e mapeamento espacial das unidades geológico-
geotécnicas presentes na área de estudo;
• Realizar correlações entre as unidades mapeadas e o processo de
instabilização;
• Ter previsão do comportamento destas unidades ante as solicitações impostas
por alguns tipos de obras de contenção.

Os principais dados a serem obtidos são:

• Investigação de superfície:
o Aspectos regionais
▪ Tipo de ocupação, relevo
o Características locais:
▪ Tipo de talude;
▪ Espessura média;
▪ Drenagem;
▪ Condições de água subterrânea

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▪ Geometria do talude;
▪ Tipo do risco.
o Características da ocorrência:
▪ Situação;
▪ Volume estimado do material mobilizado;
▪ Tipo de movimento;
▪ Consequências.
• Investigação de subsuperfície;
o Métodos diretos:
▪ Poços, trincheiras, cachimbos;
▪ Sondagem a trado;
▪ Sondagem a percussão;
▪ Sondagem rotativa.
o Métodos indiretos:
▪ Por geofísica: sísmicos, Geoelétricos e radar de
Penetração no Solo – GPR;
▪ Sensoriamento remoto.
• Instrumentação;
• Ensaios de campo ou laboratório;
• Levantamento Geológico/Geotécnico;
• Levantamento topográfico e fotogramétrico.

Considera-se um talude infinito, onde L>10h, isto é, o comprimento do talude


não influi na segurança. Desse modo, será adotado um modelo simples com análise de
talude infinito e com fluxo paralelo, segundo Skempton e DeLory (1957). A principal
solução deste problema é realizar o rebaixamento do nível d’água utilizando drenos -
DHPs, com o intuito de aumentar o FS do talude.

Figura 12 – Representação de um colúvio. Fonte: Notas de Aula, Silva (2021).

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41. Como funciona a técnica da inclinometria? Como interpretar o perfil de
deslocamentos horizontais de uma vertical inclinométrica? Em qual tipo de
maciço e tipo de obra aplicaria esta técnica? Justifique.
O procedimento detalhado a seguir:
• É instalado um tubo ranhurado no terreno, em que se coloca um torpedo com
roldanas e elas irão correr nos trilhos do tubo. O torpedo possui acelerômetros
que irão auxiliar nas medidas das inclinações na outra direção, desse modo,
consegue-se medir os deslocamentos em X e Y ao mesmo tempo e de forma
vetorizada.
• Na execução do ensaio deve-se realizar as leituras de duas maneiras, a primeira
é, aponta a parte mais alta do inclinômetro na direção X+ e depois retira-se o
torpedo de dentro do tubo e gira-se 180° entorno do eixo z, isto é, aponta a parte
mais alta do inclinômetro na direção X-, ou seja, isto realiza as leituras ré e vante
dentro do tubo reduzindo os erros de leituras.

Figura 13 – Leitura de inclinometria. Fonte: Notas de Aula, Silva (2021).

As leituras são realizadas da seguinte forma:

• Coloca-se o inclinômetro em profundidade, isto é, até o final do furo de, e começa


as leituras de baixo para cima e vai subindo de 50 em 50 cm e vai fazendo as
leituras.
• As leituras são feitas após equalizar, ou seja, quando as leituras estiverem
estabilizadas.

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A interpretação dos deslocamentos horizontais de uma vertical inclinométrica
pode ser realizada pelos seguintes procedimentos:
• Obtém os deslocamentos horizontais segundo a fórmula , onde δh é o
deslocamento horizontal, L é a distância entre rodinhas – correspondente à
distância entre duas leituras consecutivas e θ é o ângulo da distorção.
• Os deslocamentos horizontais irão definir uma superfície de ruptura e dizer onde
elas se encontram.

Pode ser utilizado em obras de rodovias, por exemplo, onde para realizar o
monitoramento da movimentação de taludes adjacente à rodovia em estudo. E se existir
a presença de lençol freático, o nível de água poderá intensificar ou acelerar essa
movimentação de massa.

42. Quais são as vantagens e desvantagens da monitoração de movimentação de


massa por meio de controle topográfico?
Ao realizar o levantamento topográfico as vantagens são:

• Auxilia na identificação do afloramento rochoso;


• Ajuda a elaborar o perfil longitudinal da área de pesquisa e se tiver alguns furos
de sondagens, pode-se obter o perfil transversal;
• Contribui na identificação de cicatrizes de ruptura do maciço;
• Facilita na identificação de surgências de água;
• Ajuda a identificar as feições de movimentação de taludes.

Enquanto as desvantagens são:


• Pode levar muito tempo para realizar o levantamento topográfico;
• Existe locais de difícil acesso para realizar o levantamento topográfico;
• Precisa de equipe para realizar o estudo;
• O levantamento depende das condições climáticas na região.

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43. Para a execução de um projeto básico de um túnel em rocha, podendo
escolher 3 tipos de investigação geotécnica, quais recomendaria e como as
prescreveria? Quais resultados seriam gerados? Justifique a escolha.
Segundo Silva et al (2018), para a execução de um ensaio de sondagem, os
métodos mais utilizados na caracterização de maciços são a sondagem rotativa para
obtenção de testemunhos e execução de ensaios de resistência em rochas. Esses
ensaios visam a determinação do critério de ruptura e da qualidade do maciço,
fornecendo informações da qualidade da rocha (RQD) pelo seu grau de fraturamento e
das tensões máximas suportadas pela rocha.
Em laboratório, os ensaios de resistência à compressão uniaxial fornecem a
tensão máxima que a rocha pode suportar quando submetida à compressão em uma
amostra cilíndrica não confinada. Com isso determina-se a envoltória de resistência de
Mohr Coulomb, que é utilizada no cálculo do fator de segurança da obra. Além disso, o
método geofísico do tipo sísmico é uma boa alternativa para instrumentação em obras
de túnel em rochas, já que são métodos não destrutivos, de longo alcance e que
fornecem parâmetros elásticos, velocidades de onda e caracterizam o fraturamento e o
nível d’água na rocha, podendo ser associados aos métodos geoelétricos para traçar o
perfil do terreno e mapear toda a rocha onde estará localizado o túnel.

44. Para a execução de um projeto executivo de uma obra de estabilização de um


maciço em solo, podendo escolher 2 tipos de investigação geotécnica, quais
recomendaria e como as prescreveria? Quais resultados seriam gerados?
Justifique a escolha.
Para a elaboração dos projetos de engenharia, devem ser feitas uma sondagem
rotativa e uma sondagem rotopercussiva. As sondagens são feitas de acordo com a
padronização da profundidade de até 70 metros, viabilizando economicamente a
caracterização do maciço rochoso.
Utiliza-se a sondagem rotativa pelas principais vantagens de ser possível a
perfuração de grandes profundidades, a sondagem poder ser feita com ângulo de
inclinação, possibilitar a execução dos ensaios de perda de água e as amostras do perfil
rochoso são retiradas durante todo o procedimento. Por meio da sondagem rotativa em
rocha, é possível perfurar e reconhecer o material do subsolo de um determinado
terreno. Com base na análise dessas informações, a caracterização do limite solo-rocha
se torna muito mais precisa

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Já a sondagem rotopercussiva é um tipo de investigação geotécnica que pode,
além de várias outras aplicações, fazer análises de controle ambiental. Ele é comumente
utilizado para formações geológicas cujo solo é duro e compacto. Além disso, entre as
principais vantagens deste tipo de sondagem citam-se como as mais importantes o
baixo custo, além do rápido e elevado avanço nos trabalhos (FX Sondagens e
Fundações, 2021).

45. Em que situações um dreno sub-horizontal (DHP) pode apresentar redução na


sua capacidade hidráulica? Qual seria a técnica de limpeza dos DHPs? Como
ocorre a colmatação de um DHP?
O dreno sub-horizontal profundo é, geralmente, posicionado individualmente
devido ao efeito localizado e a instalação é feita nos locais que há surgências de água
até conseguir o rebaixamento do nível d’água local.
Sua capacidade hidráulica está relacionada ao posicionamento, que deve
possuir uma certa inclinação para favorecer o fluxo do escoamento, bem como não deve
estar posicionado de forma paralela ao escoamento. Sua eficiência também está
relacionada ao comprimento do dreno, já que as aplicações deste método demonstram
que drenos mais longos e espaçados são mais eficientes do que os drenos curtos com
espaçamento menor, uma vez que o rebaixamento ocorre ao longo do dreno (Mariano,
2017).
A colmatação se dá pelo deposição de grãos transportados e carreados pela
ação do fluxo de água, sendo são depositados nos vazios do dreno. Para o processo de
limpeza, pode-se aplicar periodicamente uma pistola de tubo metálico no interior do
dreno e injetar uma altíssima pressão de água através de bombas de pressão para
tentar desobstruir a passagem e vazios colmatados para o retorno da eficiência dos
drenos (Mariano, 2017).

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