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Estudante xingado de 'gordo' e 'bolo fofo'

compartilha sofrimento após ser vítima de


bullying e cyberbullying
Palestras sobre o tema, em escolas de Guarujá, no litoral de SP,
visam conscientizar estudantes e reduzir as ofensas.
Por g1 Santos

11/06/2022 06h04 Atualizado há 3 meses

Um adolescente de 13 anos, morador de Guarujá, no litoral de São Paulo, lembrou os


momentos de tristeza de quando enfrentava o cyberbullying e o bullying no ambiente escolar.
“Eu postava fotos e me xingavam de gordo, bolo fofo, saco de areia, baleia, entre outras
coisas”, desabafou o garoto. Ele os demais alunos da rede municipal de ensino receberam
palestras sobre o tema para orientar os problemas causados pela prátca e como se proteger.

Vítma na últma escola em que estudou, o garoto afrmou que as “brincadeiras” e a


perseguição devido ao seu peso contnuavam na Internet. “Basicamente em todas as fotos que
eu colocava, alguém me xingava de feio nos comentários”. Segundo ele, durante as aulas, os
companheiros de classe e até de outras salas sempre o ofendiam.

O jovem relata que geralmente os xingamentos nas redes sociais eram feitos por duas ou três
pessoas. A mãe dele foi avisada sobre a situação e tentou contato com uma das crianças que o
ofendiam, mas, de acordo com o adolescente, "nada aconteceu”. O bullying e o cyberbullying
só pararam quando ele mudou de escola.

Combate ao bullying e ao cyberbullying

O jovem agora estuda na escola municipal Professora Dirce Valério Gracia, que recebeu uma
palestra de conscientzação sobre o cyberbullying. A ação faz parte de um programa de
combate ao bullying nas unidades de ensino de Guarujá, que tem atvidades previstas até o dia
29 deste mês.

O secretário interino de Educação de Guarujá, Walter Fernandes Sório, ressaltou que o intuito
do projeto é explicar o que é o bullying e o cyberbullying, mostrar as consequências dessa
prátca e ensinar como combatê-llas. “Para as famílias isso é muito importante. Eles [alunos䎂
saem daqui com [um aprendizado sobre䎂 as ações que podem tomar caso passem por isso”,
explica.

Segundo a prefeitura, a ação envolveu um total de 2.082 estudantes da rede municipal. Todos
cursam o 7º ano do ensino fundamental II. “Me sinto bem em ver essas palestras, porque as
pessoas precisam entender sobre isso. Elas acham que não é ofensa, que é só uma brincadeira,
mas isso machuca muito”, desabafa Gabriel.

A advogada e membro das Comissões de Direito da Criança e Adolescente da OAB Guarujá,


Ana Karina Rocha, explica que as palestras têm como objetvo de conscientzar as formas de
denúncia e de punições.
“As consequências podem ser tanto advertência, prestação de serviço à comunidade,
indenização dos pais, entre outros. Além disso, é importante falar sobre como combater esses
casos, tem como denunciar”, ressalta.

Para o desenvolvimento das atvidades de combate ao cyberbullying, a Secretaria de Educação


e o Conselho Municipal de Juventude contam com o apoio de profssionais de vários
segmentos sociais, que atuam como voluntários e levam as informações aos alunos.
Mãe desabafa após filha sofrer
bullying virtual: “Peguem o
celular dos filhos de vocês e
leiam!”
A menina de 13 anos sofreu ataques após compartilhar
ensaio fotográfco em que aparece a órtese de sua
perna
Por
Amanda Nunes Moraes
-
12 de agosto de 2021

O cyberbullying ー bullying virtual ー contra crianças e


adolescentes é uma questão cada vez mais preocupante para os
pais. Especialmente durante a pandemia, com aulas remotas ou
no modelo híbrido (presencial e virtual), os casos de bullying na
internet inspiram ainda mais cuidado das famílias.
Recentemente, o G1 publicou uma reportagem sobre Maria
Luiza Mattei, menina de Fortaleza de 13 anos que usa uma
órtese na perna desde os seis. Malu foi vítima de cyberbullying
em um aplicativo de chamada em vídeo com outros
adolescentes.

Após divulgar fotos de um ensaio fotográfco no Instagram,


ouviu diversos comentários desrespeitosos enquanto estava na
chamada com os colegas: “E aí, Malu? Você sabe jogar futebol?
Tem a perna biônica, né? Kkkkk”. A mãe da menina, Mariana
Alvarez, fcou abalada com o comportamento dos adolescentes.
Essa não era a primeira vez que algo do tipo acontecia, mas
funcionou como um estopim para o desabafo. “Inclusive, vou
ser voz e outras pessoas podem se identifcar comigo”, disse
em entrevista ao G1.

A garota apenas consegue movimentar a perna esquerda com o


auxílio de uma órtese e duas muletas. Após anos de fsioterapia,
ela recuperou 90% do movimento da sua perna direita. A mãe
contou que a flha topou fazer o ensaio fotográfco como uma
forma de se empoderar. A partir do episódio da vídeo chamada,
Mariana decidiu que era importante usar sua voz para defender
a Malu e combater o cyberbullying.

A mãe compartilhou uma publicação com um desabafo sobre a


situação. O post viralizou nas redes sociais entre os cearenses e
destacou o importante debate sobre o bullying virtual e como
ele pode atingir qualquer pessoa, incluindo crianças e
adolescentes. “Precisamos ter cuidado com o que estamos
fazendo nas redes sociais. Compartilho aqui como mãe, uma
tentativa, mesmo que mínima, de fazer a minha parte. Que os
pais tomem ciência e que estejam mais atentos à vida de seus
flhos”, diz na legenda do Instagram.

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