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Amazônia: desafios, avanços e contribuições

na Educação, Saúde e Meio ambiente.


25 a 27 de setembro de 2019 1

USO DE COBERTURA MORTA NO CONTROLE


DE PLANTAS ESPONTÃNEAS NA CULTURA DO QUIABO

Adão Vinicius Lima Santos1


Fernando Basil Rodrigues 2
Lucas Azevedo Rodrigues3
Jayane Sousa Santos 4
Denise Lima Cavalcante Marinho 5
1
Centro de Ciências Agrárias, Universidade Estadual da Região Tocantina do
Maranhão, campus Imperatriz, MA, BR.

Resumo: O quiabeiro (Abelmoschus esculentus) é uma das hortaliças mais comuns no


Maranhão, pois com seu ciclo vegetativo rápido e sua resistência a pragas, torna-se
interessante sua produção. Por se tratar de uma hortaliça, o uso de produtos químicos é
mais limitado comparado com outras culturas, nessas o uso de medidas ecológicas, em
específico uso da cobertura morta que tem influência sobre o desaparecimento de
plantas espontâneas. O objetivo do estudo foi quantificar a eficiência da cobertura morta
em condições de campo sobre o controle de plantas espontâneas, qualificando a
produtividade do quiabeiro. O projeto foi desenvolvido no lote do Projeto Cinturão
Verde, as parcelas principais foram constituídas por um tipo de cultivar (Valença),
foram utilizados dois tipos de cobertura morta: casca de arroz e capim, e sem cobertura
para controle. Foram feitas quatro coletas para a produção do quiabo, e para
determinação da produtividade foram considerados os quiabos com tamanho entre 9 cm
e 14 cm, utilizando-se do método de inventário quadrado para avaliação das plantas
espontâneas. Na produção do quiabeiro, não houve diferença significativa, em relação à

1
Graduando em Engenharia Agronômica - Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão –
UEMASUL. Campus Imperatriz – MA. E-mail: agroadao1@hotmail.com
2
Graduando em Engenharia Agronômica - Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão –
UEMASUL. Campus Imperatriz – MA. E-mail: Fernandobasil525@gmail.com

3
Graduando em Engenharia Agronômica - Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão –
UEMASUL. Campus Imperatriz – MA. E-mail: Lucas.azevedo200@hotmail.com

4
Graduanda em Ciências Biológicas- Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão –
UEMASUL.Campus Imperatriz – MA. E-mail: jayanesouza2009@hotmail.com

5
Graduação em Engenharia Agronômica - Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA. Mestrado
em Agroecologia pela Universidade Estadual do Maranhão (UEMA). Professora Assistente II da
Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão (UEMASUL). Campus Imperatriz - MA. E-
mail: deniselcaval@gmail.com

Universidade do Estado do Pará – Campus VIII/Marabá – Anais Eletrônico - ISSN: 2447-7605, n. X, 2019.
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densidade das plantas espontâneas. A cobertura com capim teve o menor número de
espécies de plantas daninhas, enquanto que a cobertura com arroz e sem capina o
número de plantas foram semelhantes. È notório que cobertura no solo tem a capacidade
de proporciona o desenvolvimento dos o micro organismos do solo, proporcionando
melhoria na produção do quiabo e reduzindo a infestação de plantas daninhas.
Palavras-chave: Abelmoschus esculentus; infestação; produção.

USE OF DEAD COVER IN THE CONTROL OF SPONTANEOUS


PLANTS IN OKRA CULTURE
Abstract: The okra (Abelmoschus esculentus) is one of the most common vegetables in
Maranhão, because with its fast growing cycle and its resistance to pests, it is interesting
to produce, because it is a vegetable the use of chemicals is more limited compared to
other vegetables. In these crops, the use of ecological measures, in particular the use of
mulch, which influences the disappearance of spontaneous plants. The objective of this
study is to quantify the efficiency of mulching under field conditions on the control of
spontaneous plants, qualifying okra production and productivity. The project was
developed in the Green Belt Project plot, the main plots were constituted by one type of
cultivar (Valença), two types of mulch were used: rice husk and grass and without cover
for control. okra production, and to determine yield were considered okra with size
between nine and 14 cm, for the evaluation of spontaneous plants was used the square
inventory method. In the production of okra, there was no significant difference in
relation to the density of spontaneous plants, the mulching with the lowest number of
weed species, while the mulching with rice and without weeding the number of plants
were similar. The mulch has the ability to favor the development of soil
microorganisms, providing improved okra production, reduces weed infestation.

Keywords: Abelmoschus esculentus; infestation; production.

1. INTRODUÇÃO

O quiabeiro (Abelmoschus esculentus) é uma hortaliça anual, pertencente à


família Malvaceae, originária da África e cultivada em todo o mundo, especialmente
nos trópicos, sendo introduzida no Brasil pelos escravos africanos (CASTRO, 2005).
No Brasil, o quiabeiro encontra condições excelentes para o seu cultivo, especialmente a
climática, sendo popularmente cultivado nas regiões nordeste e sudeste (MOTA et al.,
2008).
As plantas espontâneas podem comprometer diretamente a produção agrícola,
quando crescem juntamente com as culturas agrícolas, pois competem pela extração de
elementos essenciais, como água, luz, CO2 e nutrientes, e liberação de aleloquímicos.
A dificuldade do controle de plantas espontâneas se dar pela ineficiência do
controle manual e pela legislação que faz o controle mais rígido do uso de fitoquímicos

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dentro da horticultura. O controle de plantas espontâneas consiste no uso de certas


práticas que proporcionem a redução da infestação, mas não necessariamente a sua
completa eliminação, ou seja, a erradicação completa da infestação que tem alto custo
(LORENZI, 2014).
Além da temperatura do solo, a umidade e a luminosidade também sofrem
alterações, juntas compõem as principais variáveis no controle da dormência e
germinação das sementes, a cobertura morta também pode interferir no
desenvolvimento das plantas, causando o estiolamento e tornando-as suscetíveis aos
danos mecânicos (RAMAKRISHN, 2006; RIZZARDI et al, 2006).
O mundo está em constante mudança e na atualidade existe um interesse pela
sustentabilidade em todas as áreas. Deste modo se faz necessário medidas ecológicas
para redução ou mesmo substituição dos defensivos químicos nos sistemas de produção,
a utilização da cobertura morta no controle de plantas espontâneas torna-se um
importante método alternativo por proporcionar menos impacto ambiental e social e
promover a sustentabilidade do sistema ao longo do tempo. Nesse sentido, o presente
trabalho objetivou avaliar os efeitos dos tipos de cobertura morta sobre as características
agronômicas do quiabeiro, verificando o efeito desses tipos de cobertura morta sobre as
plantas espontâneas e quantificando a produção da cultura do quiabo.

2. MATERIAL E MÉTODOS
A escolha da área levou em consideração o solo arenoso e clima que são
característicos dos fragmentos da Amazônia dentro do Maranhão. Desse modo, o
projeto foi desenvolvido no lote do Projeto Cinturão Verde, área localizada no entorno
do aeroporto de Imperatriz, administrado pela INFRAERO.
O delineamento experimental foi em blocos casualizados, com quatro repetições.
As parcelas experimentais foram compostas por três fileiras de cultivo com 3,20 m de
comprimento, contendo 16 plantas de quiabo, por linha, espaçadas de 20 cm (Figura 1).
Os espaçamentos entre fileiras de cultivo foram de 1,0 m. A área útil da parcela
abrangeu fileira central, excluindo-se uma planta de cada extremidade, contendo,
portanto, 14 plantas de quiabo, totalizando 3,00 m2.

Figura 1. Delineamento dos Blocos. Fonte: Autoral (2019).

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As parcelas principais foram constituídas por um tipo de cultivar (Valença),


foram utilizados dois tipos de cobertura morta: casca de arroz (Oriza sativa) e capim
(Panicum maximum), além de um tratamento com controle, sem cobertura.
O plantio foi realizado dia 17 de março de 2019, utilizando-se três sementes por
cova da cultivar Valença da marca Feltrin, com percentual de germinação de 83%. A
adubação de cobertura foi realizada uma semana após o plantio. A colheita teve início
45 dias após a emergência (DAE), e foi repetida a cada quatro dias, quando os frutos
apresentaram coloração verde intensa e finalizada aos 61 DAE, totalizando quatro
colheitas. Para a colheita dos quiabos utilizou-se de tesoura de poda, cortando-os
transversalmente no pendúculo, nas plantas da área útil. Para determinação da
produtividade foram considerados os frutos com tamanho entre 9 e 14 cm. Dessa forma,
avaliou-se a incidência das plantas espontâneas, utilizando o método de inventário
quadrado, com 0,25 m2, lançado ao acaso, três vezes em cada parcela, aos 20 e aos 70
DAE, que corresponde, respectivamente, as fases vegetativas e reprodutivas da cultura.
As plantas espontâneas foram identificadas quanto à família e espécie por meio de
análise do material e consulta à literatura específica disponibilizada no Herbário da
Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão (UEMASUL).
Os dados estatísticos foram submetidos a análise de variância (ANOVA) e as
médias foram comparadas pelo teste de TUKEY, ou nível de 5% de probabilidade.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 DENSIDADE DE PLANTAS DANINHAS POR TRATAMENTO


Os cálculos estatísticos resultaram que a cobertura com capim (b) é igual à
cobertura de casca de arroz (ab) representado na Figura 2, assim como, a cobertura de
arroz (ab) é igual à sem capina (a), mostrando que os tratamentos têm resultados
semelhantes, porém, a cobertura com capina é mais eficiente. Isso pode ter ocorrido
pelo fato que as plantas espontâneas têm grande variação quando há presença de
cobertura morta no solo, pois as sementes exigem luz ou variação térmica (OLIVEIRA,
1985).

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a
50
45 ab
40
35
30 b
25
20
15
10
5
0
Com Com Sem
capim arroz capina
Densidade de plantas por m²

Figura 2. Densidade de plantas espontâneas por tratamentos.

3.2 PRODUÇÃO DO QUIABO POR TRATAMENTO


O efeito da produção de quiabo com relação ao tipo de cobertura é representado
na Figura 3, nesse sentido, o tratamento com casca de arroz (ab) e com capina (ab)
estatisticamente resultaram na mesma proporção, sendo mais eficientes na produção do
fruto. Nesse sentido, a cobertura contendo casca de arroz tem sua produção em 50 g/m²,
assim como de capina que o valor da coleta foi de 49 g/m 2. Com uma cobertura mais
duradoura no solo, o tratamento com capim (a) foi a maior produção, apresentando
52g/m2 de quiabo, isso ocorreu pelo fato do capim ser mais resistentes a fatores
diversos, como o vento, e assim tendo o menor número de plantas daninha na sua área.
As parcelas que não tiveram cobertura ou capina (b) diária sofreram com uma baixa
produtividade, devido à competição de plantas espontâneas.

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60
ab a ab
50

40
b
30

20

10

0
Com Com Com Sem
arroz capim capina capina
Produtividade por Kg/ha

Figura 3. Produtividade de quiabo por tratamento.

4. CONCLUSÕES

A diferença na produção pode alcançar valores maiores com o aumento da


cobertura vegetal aplicada, como na cobertura com capim, que teve a menor densidade
de plantas espontâneas e o maior número no cultivo do quiabo. O uso da cobertura
morta é uma importante alternativa dentro da horticultura, pois é um mercado restrito ao
uso de defensivos químicos, além de proporcionar melhoria ao solo.
O presente trabalho proporcionou resultados significantes, ajudando na
comprovação da deficiência das coberturas morta dentro da cultura do quiabo,
ajudando a compor embasamento teórico a respeito desse tipo de medidas
agroecológica.

5. AGRADECIMENTOS

A Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão, e meus


voluntários pelo esforço e dedicação.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Universidade do Estado do Pará – Campus VIII/Marabá – Anais Eletrônico - ISSN: 2447-7605, n. X, 2019.
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CASTRO, M. M. Qualidade fisiológica de sementes de quiabeiro em função da


idade e do repouso pós-colheita dos frutos. 2005.43f. Dissertação (Mestrado) –
Universidade Estadual Paulista, Ilha Solteira, SP, 2005.

LORENZI, H. Plantas daninhas do Brasil: terrestres, aquáticas, parasitas e tóxicas. 4ª


ed. Nova Odessa, SP. Instituto Plantarum, 2008. 640p.

MOTA, W. F.; FINGER, F. L.; SILVA, D. J. H.; CORRÊA, P. C.; FIRME, L. P.;
RIBEIRO, R. A. Composição mineral de frutos de quatro cultivares de quiabeiro.
Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 32, n. 3, p. 762-767, 2008.

RAMAKRISHNA, A. et al. Effect of mulch on soil temperature, moisture, weed


infestation and yield of groundnut in northern Vietnam. Field Crop Res., v. 95, n. 2-3,
p. 115-125, 2006.

RIZZARDI, M.A.; SILVA, L.F.; VARGAS, L. Controle de plantas daninhas em milho


em função de quantidades de palha de nabo forrageiro. Planta Daninha, Viçosa-MG, v.
24, n. 2, p. 263-270, 2006.

OLIVEIRA, A. P. de. Efeito de bagaço de cana-deaçúcar associado à adubação


nitrogenada sobre a produção do alho (Allium sativum L.) Amarante e Dourados.
1985. 51 f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 1985.

Universidade do Estado do Pará – Campus VIII/Marabá – Anais Eletrônico - ISSN: 2447-7605, n. X, 2019.

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