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Matérias:
1. Fernão Lopes, Crónica de D. João I
2. Gil Vicente, Farsa de Inês Pereira ou o Auto da Feira;
3. Luís de Camões, Os Lusíadas ou rimas variadas;
4. Padre António Vieira, O Sermão de Santo António aos peixes;
5. Almeida Garrett, Frei Luís de Sousa:
6. Almeida Garrett, Viagens na Minha Terra:
7. Camilo Castelo Branco, Amor de Perdição;
8. Eça de Queirós, Os Maias;
9. Cesário Verde, Cânticos de Realismo;
10. Fernando Pessoa, A Mensagem e poesia de ortônimo e heterónimos (Alberto Caeiro
Ricardo Reis e Alberto Campos);
11. Eugénio de Andrade, Miguel Torga, Alexandre O'Neill e Manuel Alegre, poesia
contemporânea;
12. José Saramago, Memorial do Convento.
As Duas Partes
- Na primeira parte da crónica de D. João I é relatada a crise de sucessão de 1383 e 1385 que
teve lugar no fim da primeira dinastia e que levou ao poder a dinastia de Avis. Durante esta
crise, o Mestre de Avis, futuro rei D. João I teve um papel determinante na defesa da
independência de Portugal do domínio de Castela.
Mestre de Avis
Um homem que se mostra recesso, no seguimento do assassinato do Conde Andeiro, mas
acarinhado e apoiado pelo povo de Lisboa, um líder absoluto.
É solidário com a população, aquando do cerco à cidade.
Atua segundo o conselho dos que o rodeiam.
De inicio, parece ter receio da multidão, depois, mostra-se à janela e, sentindo-se seguro,
abandona o palácio e percorre as ruas da cidade a cavalo até aos paços do Almirante.
Álvaro Pais
É o burguês que espalha pelas ruas de Lisboa que estão a matar o Mestre, influenciando o
povo a correr em seu auxilio.
Avisado pelo pajem, e também ele pronto ("que estava prestes e armado cõ huũa coiffa"),
pegou no seu cavalo e, com os seus aliados, foi até ao paço, espalhando igualmente o
alvoroço e influenciando o povo a correr em auxílio do Mestre.
D. Leonor Teles
A mulher que gera ódios na população e que é apelidada de "aleivosa" (traidora)
(capítulo 11).
Pajem do Mestre
Já preparado ("segumdo já era percebido"), desencadeia toda a movimentação posterior.
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• Quanto ao narrador, detetamos a sua subjetividade ("era estranha cousa de veer", "era
maravilha de veer"), a sua simpatia pelo povo e a sua defesa perante o Mestre (legitimação da
nova dinastia).
Todas estas figuras são apresentadas pelo cronista na sua densidade psicológica,
nos dramas, nas angústias e nos anseios e, por isso, ainda que muito diferentes (em
termos de motivações, comportamentos, atitudes), aproximam-se pelo seu lado
humano. Mesmo quando o cronista foca a sua atenção nestes atores individuais, fá-
lo, porém, apenas no sentido de os integrar num todo, na sociedade à qual
pertencem. Daí a consciência coletiva ser tão marcante na sua obra.
Objetivo (2)
Glorificar a memória de D. João I
Recriar a História de Portugal desde os primórdios da nacionalidade - de maneira a instruir
uma tradição histórica e uma consciência nacional capazes de legitimar a nova dinastia
Coletivos:
- “Gentes” de Lisboa: lavradores, mulheres e homens-bons, etc.
Capítulo 11
- Fernão Lopes narra como a população de Lisboa foi incitada pelos apelos do pajem e de
Álvaro Pais para acudirem ao Mestre, porque o estavam a matar.
- O povo junta-se a Álvaro e avança em direção ao Paço.
- O povo planeia invadir o Paço pelo que sucedeu ao Mestre.
- O Mestre dirige-se à janela e tranquiliza o povo. Este sai do Paço e convence o povo a
dispersar-se.
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Neste capítulo, Fernão Lopes narra a forma como a população de Lisboa, incitada pelos apelos
do Pajem e de Álvaro Pais para que acudissem ao Mestre, porque o estavam a matar nos Paços
da Rainha, se armou, saiu em multidão pelas ruas da cidade e se dirigiu em grande alvoroço para
aqueles, a que quis lançar fogo e arrombar as portas. Os seus intentos só foram travados quando,
aconselhado pelos seus partidários, o Mestre apareceu a uma janela à multidão, que,
reconhecendo, se acalmou, aclamando-o e insultando o conde Andeiro e a rainha.
Desenvolvimento do capítulo
1.ª parte (ll. 1-5) – Apelo / Convocação
. O Pajem do Mestre grita repetidamente pela cidade que querem matar D. João, informando e
incitando o povo (com o boato que lança), dando, assim, início a um plano político previamente
definido, cujo objetivo é a criação de uma atmosfera favorável à aclamação daquele como rei de
Portugal.
. O plano / a estratégia foi delineada pelo Mestre e por Álvaro Pais, com a colaboração do Pajem,
no sentido de intensificar a oposição popular à Rainha e ao conde Andeiro e convertê-la em
revolta a favor dos intuitos de D. João e dos seus aliados.
. Por outro lado, não restam dúvidas de que o plano foi previamente combinado, como se
comprova pela expressão “segundo já era percebido”. De facto, o Pajem estava à porta
aguardando que o instruíssem a iniciar o plano e, quando recebe a ordem, parte a cavalo,
percorrendo as ruas a galope, gritando que acudam ao Mestre, pois querem assassina-lo.
. O referido plano estava sujeito a um secretismo total. Dele têm conhecimento somente o Pajem,
Álvaro Pais, o Mestre e os seus partidários. O objetivo é claro: anunciar o perigo que D. João
corre, para levar a população de Lisboa a apoiá-lo.
. Enquanto se desloca para lá, questiona-se quem desejará matar o Mestre e várias vozes
anónimas apontam o nome do conde João Fernandes, a mando da Rainha D. Leonor Teles. O
clima de agitação e excitação do povo foi preparado cuidadosamente e está a resultar em pleno.
Personagens
As primeiras figuras do texto são individuais – o Pajem e Álvaro Pais –, aquelas que põem a ação
em movimento, porém a seguinte é coletiva, sem nome que a identifique, por duas razões: por
um lado, trata-se de um coletivo e, por outro, é a gente simples do povo de Lisboa (do mesmo
modo e também por isso, o Pajem não possui nome). É o povo, enquanto ator, coletivo que
domina a ação. No que diz respeito às personagens individuais, umas estão presentes e outras
ausentes:
. Presentes:– O Pajem e Álvaro Pais, no início do capítulo;- O Mestre de Avis, mencionado deste
o início na boca de outras personagens, surge fisicamente apenas na parte final do capítulo;- O
conde D. João Afonso, que se encontra com o Mestre na parte final do capítulo.
.Ausentes:– O conde Andeiro, que se sabe ter sido morto;- A rainha, retratada muito
negativamente;- O bispo de Lisboa, acusado de traição e que será morto.
Capítulo 115
- Preparação da cidade para resistir ao cerdo dos castelhanos.
- O Mestre de Avis manda guardar alimentos, uma vez que o cerco impediria o reabastecimento
da cidade.
- Trabalho de organização como a reparação e o fortalecimento das muralhas , a verificação das
armas, a distribuição de tarefas de defesa e a regularização da ordem da cidade.
Capítulo 148
- Tempos de sofrimento da população sujeita ao cerco castelhano.
- Vários aspetos de sacrifício que o cerco obriga como a escassez de alimentos e o seu preço
elevado, a falta de esmolas e o recurso a produtos de baixa qualidade.