Você está na página 1de 86

URIEL DUARTE

DEDALUS-Acervo-lGC

iltilil ilil ililt ilil ililililililtilf ilil üililt ilililÍ


30900005509

GEOLOGIA AMBIENTAL
DA AREA DE SAO PEDRO - SP
- VETOR AGUAS SUBTERRANEAS -

ïese de Doutoramento apresentada ao


lnstltuto de Geoclenclas da Unlversìdade
de 5áo Paulo

Orlontadori

P¡of. Dr. Nelson Ellort

SAO PAULO
- 1980 -
RESUMO

A ocupação rlo meio fÍsico enì fJcïa.l c a criação de


centTos urbanos em pa rticul.ar tônr uma relação estreíta con o
ramo da gcologia dit¿ Ambiental, cuja preocr.rpação preponde
rante ó a prescrvÍrção geoccológica. 'frata-se de urna ciência
fundament¡rlnente inteldisciplinar, não sendo portanto possí
vel nem rocomendáve1 t¡ue um espcci.alì.sta prctcnda enfocar com
profundidade o conjunto de conhccimentos envolvidos.

Vários pcsqrrisadores nacionais têrn pubJ.icado arti


gos sobre o assunto, ¡normente c¿rlcados em autores europeus e
norte ameTicanos, cnfocando ma j.s aspcctos de geotecnia.

Neste trabalho procurantos dar un enfoque mais hi


drogeológi.co. Com cfcito, anali.sarcmos o vetor águas subter
râneas nos seus á.spcctos dc recursos que clevent ser pïeserva
dos contr¿r os riscos cngendlados pela irnplantação de un com
plexo urbano.
A área cscolhida repîcsenta uma amostra dos pr.inci
pais Iitocácies da Il¿rt:ia do Paran¿-i. indo desde a I;ormação Es
trada Nova at6 a for¡¡tação lìauru, localizada no quadrilátero
for¡nado pclas cicìadcs de Brotas . Itì rapina, Santa Maria da
Serra e São Peclro, torLas no Est¿Ldo dc São Paulo. É uma zona
ã.inda pouco ocupada, nras que se cogitar aÍ implatrtar unr itnpor
tante núc l.eo urbano. lìcssaltanos os f¿rtores limitantes com
vistas ã ocupação no ¡ntui.to dc pleservar o meio ambientc em
geral e as águas suìrtcrrâneas cn particular.

Iiste tral)a.l lro não rept'csenta por si s6 um estudo so


bre os rnúltiplos aspcctos cla ocupação dc árcas por aglomcra
dos urbanr¡s, nas ó unr documcnto dc basc que dcve ser consul
tado para urn plane j anìcnto rac.iotr¿rl integlado,
fNDICE

RESUMO

CAPfTULO I rNrR0DrJÇÃ0 P,4C.


L1 I,OCAI,I Z AÇÃO 01
1') (;ENERAI.,I D,\I)]ìS 01
I:iSTUllOS ANT'll R t 0Rl'ìS 03
L.4 ËscoPo Do ]'R^BAI,HO 04

AGRADDC I MIJNTOS

CAPfTUtO 2 ASPIJC'IOS RIGIONAIS ]O


z.r ASPECTOS FTSICO-CI,IMÃT]COS 10
') ') ASPECI'OS SÕCIO-NCONOMICOS ]. 1
2,3 GI]OLOCIA RIIGIONAI, 13
2.3.1 I,ITOI]STRAI'I CRAIjI A J,3
)1,') TI]C'I'ÔNICA IJSTRUI'URA.I, 19
2.4 ASPËC'I'OS TIT DROG]JOLOGI COS REGIONAIS 2()
2.4.7 srsTEM^ AQtJlFlìRO lloTtJCATrJ 20
2.4 .2 sISTHMA AQufFrR0 B^UIìU-CArU¡. 23
2.4 .3 zoNAS AQtJf[tRAS r)A ìrORM.AÇÃO
SDRRA CI] RAI, 24

CAPfTULO 3 ASPHC'I'OS LOCAIS 27


3.1 GEOL00l 27
3.I.I ^.
IT0RMA(IÃO BSl'RAD^ NOVA 27
3.7 .2 rroRMA(lÃ0 ll01'ucA1'u tì rroRMAÇÃo
P I RAMI]Õ I,/\. 28
s.t .3 FORM^(r^O stiRrìA cIR^L 30
3.L 4 I;ORMAÇÃO B^URU 31
3.1..s COI][ R'IURA NIJOCËNOZÕ I CA 31.

3,2 III DROCIOI,O(] I A 32


3.2,r zoN^s AQllf r;llR.AS r)i\ I;oRMA(lÃ0
I]STRADA NOVA 3Z
7,) ) sI s1'ËM^ f r;IlìO BO't'rJC^',IU 33
^QrJ
s.2 .3 zoNAS FrìRAS r)^ Iì0RMAÇÃO
^QUf
SERRA C[RAI. 34
3,2.4 srsfirM.A AQUfFllìo 3ÂuRU 35
3.2.5 ZONAS AQUÍFERAS Ð0 DrAB.(SIo 36
3.2 .6 zONAS AQUfrrrjR^S DA ptANfCIE ALUVIAL36
3.3 QUALlD/\Drj D^S ÃCIJAS 37

CAPTTULO 4 COMPOSI(]ÃO IJ ANi\ì,ISE DOS FATORES


CONDICIONAN'ITS 44
4.7 CARACl'I]RfS1'lCAS ì)OS MAI'TìIìIAIS
DI]COBTJRTUIìA 45
4.LI COBBRTIJRAS RIISI I]IIAIS 45
4.1.1.1 SOLOS RTJSI IJI'AIS I)AS I;ORMAÇÕËS
PiRr\MBÕrA,lr01'ric^'r'u Ë B^urìu 46
4 .L1..2 solos Rrs I l)uAI s r),{ F0rìMA(lÃo
SËRRA CEIIA], IJ Ð1AIìÃSIO 46
4.t.7.3 - SOI,OS RESIDì.J,1\[S I)A IIOIìMAÇÃO
IìS'I'R¡,DA NOVA 46
4.1..2 SOI,OS I'R,ANSPOIì'I'AI)OS 47
4.2 DË CI, I VÏ DADI.j 47
4.3 PERMEABII,]DAI)IJ 49
4.4 PROI;UNI]I DADIJ DO NfVUI, t;s't'ÃTl c0 50
4.5 VULNIIIIABILI UAllli 50
4.5.1 ALI]VI ÕIJS 52
4.5.2 ]'IìRRËNOS COl\4 I)I [II.ÌRIìN1'I]S VTLOCI DA
DES Drì PROPAC^Ç.ÃO I)^ POr.tJIÇ^0 53
4.5.3 1'I]RRENOS COM VE],OC]DADIJS CONSTAN
'r'üs DIr Ptì0P^cAçÃo r)A Pol,lJIÇÃo 54
4 .5.4 'TERRENOS NOS QUArS VDT,OCTDADTì
^
Dri PROP^G^Ç;\O D^ P0r,rJrÇÃ0 É I,ENT^ s4
4.s.s CI.,\SSIIIICA(]AO I)A VIII,NI'JRAI]II,]DADN 54
4.6 PO'|TjNC I i)lì IJSO 55
^t,
CAP ITULO 5 CONC I,USÕIJS 59

C,\P T1'UI,O 6 I]I BI,I OCRAìJI'A 60


FIGURA 1 L0c^trz^Ç^o uA RBGrÃ0 ES"|UDADA 02
FIGURA 2a SISTtsMA IìTI]ROI,Ó(]ICO EM,{REA NÃO

URBANI ZADA 0(;


FIGURA 2b SISTEMA TIIDIìOLÕCI(]O EM ÃRËA I.JR-
ßAN t ZA]]A 07
FI GI,JRA 3 SISl'NMA DE PI,ANT.]AMIJN'I'O URì],ANO 08
FIGURA 4 DADOS CI,TMA'IOI,ÕC I COS 72
FI GURA 5 BACIA S}.JI)IMIìNTAR DO PARANÃ t4
FIGURA 6 I;LIÇÕTS I,I'IOIìS'IRAl'ICRÃIIICAS ]J

III DIìOGI]OI,OGI (JAS l5


F I. GURA 7 IIIS'TOGRAMA RIJPRLS]JN1'A1'IVO DA%

I)E IRRO NAS ANÃ], ISI.ÌS 40


FICURA 8 DIÂGIIAMA D]] ANÃL ISI] DiJ ÃCIJA 43

TABELA ]. RESTJLl',AD0 DA ANÃr,rSI:l QUfMICA 39

QUADRO 1 QUADRO COMP^RATrV0 DOS t)rlirìREN'|ËS


rJf F]]R0S 38
^Q
QUADRO 2 POl'ENC ] AI, I][ USO '-'t 7

ANEXOS

DIìSCRI çÃO I,OCAtS DI] AMOSTRAGI]M

MAPA 1 CIiOI,OGI A
MAPA Z IIIDROCIìOI,OGIA
M1\PA 3 QUALIDADIi D^S rtCU^S
MAPA 4 CAMCT'IIRf STI CAS DOS MAT'IJRIAIS
t)lt couËR'l'tJR/\
MAPA 5 Ðli CL I VI I)At)l:ì
MAPA 6 VIJI,NIJ RAB I I, I I)ADT
MAPA 7 POl'IiNC I AI, I)Ii IJSO
-r-
1- rNl'R0DUç^0

1.1 L0c^r, r zÂçÃ0

A rcgião estuclacla, corn uJtìa super.f ície de 2.850 Km2,


está situada no centro geográfico do lìstaclo cle São pau1o, clis
tando 200 km no senti clo NO c.la cidade dc São paulo , sendo 1i.mi
tada pelos meridianos 47e45' lV e 4Bç151V e pel.o:; ptrrale 1os
22eI5'S e 22c45 'S (f:i.g.1).

1.2 - (ìUNIjlì t JDAl)tÌS

Para mu.¡.tos povos, o nn¡ndo de htr je ó um mundo urbano.


No Brasil, a parti.r da década dc 1960, a ¡ropul.ação urbana so
brepujou a população rura.l , atingindo hoje a casa de 6S%, sen
do que no caso do Listado de São Paulo a população urbana íttì.r¿r.I.
é cerca de 91% da ¡ropulação totû1.. Valc salientar que a rcgião
metropolitana de São P¿ruIo sozinha possuì a enr 1975 , aproxirnacla
mcnte 49(à da popui.ação estadual.
Não setrata zrpcnas dc ulna cotrcentr:rção <le honens mas
tambõm de riqueza c pol)reza, Í c-taro clue csses dois fatorcs cs
tão presentes cm tocla população brasil.eira., consequêncía clos
modelos desenvolvj.ncntistas adotados clesdc os prirnórdios cla co
lonização. Mas se destacam espcc:i.a l.me ntc nas trôs metrópo1cs
nacionais (São Paulo, Rio dc Jancj ro c llcLo Ilorizonte), ernbora
o quadro possâ se cstcnder a outras nctró¡toles c a unìa celttcna
de grandes cid¿rdes,
A industr:ia).i.zação que gcra gr.ande parte da r.irlucza
6 tambén l:ontc de polucntcs do ar c cla água, criando problemas
que só reccntctì)entc, começant a scrcm dc Litrcatlos e para os (lu¿tis
norosanentc são tcntadas providôncias, É sabitlo quc o atctrdi
mento quanto a serviços, ta:ì s conìo a igua, luz, esgoto,pavirncn
tação, recol lì:i ncnto de 1:i xo c assoio cn gcra1, é fcito segundo
a distribuição de rcnda. lJesta .l-oÌ.nta, a dc1¡ratlação anÌbicntal.
do meio fís.ico em gcra.l. c das á¡¿r.r:rs sulttcrr'âncas cm partjcu.lar
acornpanha a condiçäo soc j.al clo incliví<luo, reforçando as clc'si
gualdacles existcntcs.
Locolizoçõo do círeo esludodo

^.-.Él
/'
)t' ,1
,..fia--rr

ESCALA l:6.000.000

O IOO 20O 3Q0l¡n


L----l=-; .----J
Fig l
-3-

Aceleram-se assin, especialmente na periferia ur


bana, problemas ligaclos à contaminação clos nananciais hÍdri
cos,pois que boa partc dessa população lallça os esgotos em
fossas negras, ou mesmo a cóu aberto. Ao nresmo tempo, o abas
tecinento de ãgua, scndo bastante precário, obriga a popula
ção a conStruir poços tipo cacirnb¿ì ou usar água dos córregos.
Em ambos os casos o problena se torna b¿stantc sório e peri
goso. No primciro, d¿rda a cxigtlidacle do terreno, os poços são
construidos ao lado das fossas, provocando gravíssimos pro
blemas de contami.nação da água; no scgundo, via de regra, to
dos os c6rregos e rios que atravcssa¡ìì nossos centros urbanos
estão poluí<1os, ou por sercm receptol'es cle esgoto não trata
do oriun<lo das cicladcs ! ou por seren depósitos de tixo e o
próprio caminlro natural dos rcsicluos altarnente tóxicos das
indús trias .

É previ.sto que futuras populaçõcs serão absorvidas


pelas cidades. Âs inqrl icaçõcs <lc uma urbanização crescetìte
atingem níveis de dcgradação anbiental tão graves que - já se
cogita, como solução, o dcscongcstionarncnto dos grandes cen
tros metropol i.tanos, atravós da criação de núcleos sat6lites
regionais. Torna-se cntão necessário antecipar e reconheccr
os problenas <1ue irão resu.ltar c plancjar inteligentementeos
mcios de resol vô- I os ou evitá-.Ios,
A Ccologia Âmbierrtal constitue subsídio básico que
deverá fazer partc de cstudos s.istemãticos dc ocupação do
rneio físico, no intui.to dc se conhccer írcas possívcis dc ocg
pação con prescrvaçl.ro da e colog i a. Ncs te traìtalho aprcsernta
mos i.nforlnações quc o plancjador url¡ano ncce ssit¿t consi.derar
na aná1isc das opçõcs. Ilstcs subsídios são exemlll.ificadores
através do estudo cla áre¿ pil.oto já referl.da,

1.3 - [s'rUt)os
^N]'ÐtìIoRìls

Os princi.ros tr¿rl;allros ¡lcsse scnt j-do, com pr.i ncí


pios de sistenatização, são cìeviclos a cngcnhciros alcrnães e
checoslovilcos quc,já enr 19l.!),publicavam docunentos com a dc
-4-

signação "Ingenieur Geologische Karte", cle tendência ecológi


ca, associ.a.ndo o uso racion¿Ì1 do nlcio f ís j.co à geologia.
A Europa foi a prccursora da tìeo1.og.ia Arnbiental,na
década de S0, entranclo em unìa fasc <Ìe afirmação cotn os Hsta
dos Unidos dez anos depois, na dóc¿rda de 00, Os primeíros en
contros internacionais onde o tcma foi debatido, como um des
pertar de consciôncia aclormcc:icla, enfocaram nlais proprianìente
aspectos de geotecni.a, tais corno: l)raga (Checoslovaquia) 1g68
1!! Meeting o.f thc I.A.E.G. (Intcrnarional. Association of
Engineering Gcology) -" Iìnginccring (ìeology in (lolnìtry plarurì ng,.'
Paris (França) 1970- T. lnternational (ìongress of I.A.tj,c.
"Iìngineering Ccological Mapping',' - 20 contribrr.ições; São pau
Lo, I974 - II [ntcrnationa] Congrcss of I.Â.8.G, - "Inginee-
ring Geology Iìclated to UÌban ancl Country Planning" - 44 con
tribuições; 'I'oki.o (Japão) 1977 - 9!b Intcrnational Congrcss
of Int,Soc.of Sojl Mcch, and Fdm. Iing.-"Ccotechnical [ìnginee
ring and Iinvironmcntal Control"; Madrjd (Ì;spanha) 1978 - tII
International Congress of I.Â.1.G. - "lìcgi.ona1 Planning "
Vários livros sob¡c o assunto fora¡n citados rìo texto, cxis
tindo ainda, uma revi sta pubJ.i.cacla bj.mcstral¡tcnte"Ënvironmen
ta1 Gcology", quc tr¿ta especiaìtnentc do assunto, cnquanto
outras estão .l igadas lnais a Cco Iogì.a de Iìngenìraria.
fìnf asc cspecì al <.lcve scr ãs publicações clo In
dad¿L
ternationû1. IIydrological Progranrnc (llJP) patrocinado pela
UNESC0 e (lue conti¡rua o traba.l.ho ilt.j.ciado durante a Interna
tional l{ydrol.ogj-ca1 l)ecade (19611-1974). 0s objeti.vos básicos
do IIìP foram: a) provcr uma construção cicntÍfica para o dc
senvolvimcnto geral das at:i vidacÌes h.idro1ógicas; b) prover o
estudo do cic.l o hitlrológico e a nrctodologia científica para
a contribr.¡i.ção dos rccursos dc igua atravós do mundo, assinr
contribuindo para o scu uso racional.; c) para avaliar a in
fluôncia clas utivi.daclcs huna¡ras sobrc o ciclo da água, cons.i
derando as re laçõcs do ¡neio a¡nl¡.i otìte como nun todo; d) pronrq
ver a troca dc iltlìorrnações sobrc pcsquisa hi.drológica e so
bre novos descnvo.l.v,i.nre ntos cm lr:i.clro1.ogia; e) pronover ensjna
mentos e trcinamento clll hiclrologia; c) íìss.ist jr os lìstados
Mcmbros na organiz,ltçho e clc:scnvt.rl v inrcnto cm sLlas ¿rt.i vi.d¿rclcs
hidrológicas nacionais. O dcscnvo.l vinrcrìto destes tem¿ts foranr
-5-

feitos no International Syrnposium on Effects of Urbaniza


tion and Industrialization on the llydrological Regirne ancl on
Water Quality, realízado e¡n Amsterdan, Holand de 2 a 7 de ou
tubro de 7977, pela IJNESCO, e também na publicação de Inpact
of Urbanization and industrialization on Water Resources F1a
ning and nanagenent, publicado en 1979 sob o mesmo ... patrocÍ
nio.
Estas duas publicações da UNESCO demonstraran-a pre
ocupação mundial pelo probl.ema, com artigos dos mais renoma-
dos cientista.s cleste campo de atividade, entre os quais pode
¡nos citar: FIl'ZSIMMONS e SALAMANA (1973), HEBIRLEIN [1973),
MCPHERSON e ZUIDIiMA (I977), SCIINEIDER .Ql a1, (1973), UNESCO
(1974, entre outÌos. tìxemplif icando o efeito cla urbat-rização
sobre o meio ambiente fÍsico ern sua parte hidrológica, pode
nos fazer uso dos dois diagramas reprcsentados nas figuras
2a. e 2b, nos quais tcmos um sisterna hidrológico. pré-urbano
COHEN et a1.(196U) e um sistena hidro1ógico urbanizado
FRANKE e MCCLYMONIIS (1972), E evidente a grande conplexida
de do último.
0 ¡ìtcr- r'o10c ioìì ntcDto cntre a pesquisa de recuïsos
d'água e plancjanrcnto urbano são claranente nìostrados na fi
gura 3 (SCHNEIIJER et a1¡ 1973), a qual tambón ilustra a natu
reza in.terdiscipli.nar do planejamento, onde contínuas trocas
de infornações e averiguações são neccssárias no intuito de
se conhecer a valitlade e prccisão durante as etapas.
Trabalhos nacionai.s sobrc Geologia r\mbiental, at6
hoje, estão mais ligados ã Ceotccnia ou Geologia de Engenha
ría, tais como os dc (ìlìIHS (t970a e 1970b),COill,0N(1974)PRÂNDI
NI (1974), CONSTANZO 9l s_1. (197tì), SITIGNEMARTIN(1979), por
trataren na m¿ioria dc estutlos Localizados, mais corretarren
te chamados de 0eo1o1¡i.a l.lrbana.

I.4 - IJS(;OPO DO TRABALIIO

Oohjetivo rnetodoì.ógico, aqui elaborado, terrdo como


base a proposta por MA'II-IEWSON g! i4-. (1974) , foi o c1e estabe
Iecer uma série de documentos que resumem, ncsta região os
SUJEIlO A MODIFICAÇAO POR
A T IV IDA DE AGRAR IA ::.:N=-.,:::..

-n
ro
;"
o
U'
6
-{
m
Þ
=
:r
Ë
¡
o
E PERCOLAçAO DESCENDENTE
(J
Q
c)
o asceruçao cAPTLAR
l'fl

Þ,
v
m

cn
ID
Þ
N
=
Þ
ct
Þ
c)
o
xfrt _____:g10lyIT'1T1"__ ol_
z
(o

-e
õ
(t) U'
@ cct
qm 9o
- --1 Ut' ìn
fll c)
¡Þ
7U iil
Þ'6) l)G)
z>
m EÞ
Þ r.

OCEANO
AT MOS FERA

¡-
o
=
ô- t,3
o
fr l(-t
r<
F
¡¡J
-- iEnToãç-ao-de-' _l Od
PAROUES,É
JARDINS E ,bJ
t¡J c)
æ
3
o
z.
bJ
(, EFLUENTE
É DIRETO
(n
U)
L¡l
(ts

SUPRIMENTO

zoNA DE sarunaçÃo

(FRANIKE & McCLYMONDS).


Fis.Zb STSTEMA HIDROLSGICO EM ÁREA URBANIZADA
PROGRAMA DE PLANEJAMENTO

rrureenaçÃo
DOS
INVENTARIO DA POPULACÃO FATORES DE
E DO USO DA TERRA ANALISE AVALIACÃO DOS PLANEJAMENTO
PROBLEMAS E
PROJEçAO DO CRESCTMENTO OPORTUNIDADES
E NESCESSIDADE DE USO DA TERRA

IDENTIFI E DESEMVOL.
ALTERNATÍVAS V IMENTO
DE URBANO
DESENVOL. MELHORADO
VIMENTO
rRÆrsr¡nÊrucr¡
PROBLE MA ORIENTADO PARA

DADOS BASICOS E
ANALISE E INTERPRETAÇAO PLANE.JAMENTO

IN FORMACAO TECNICA

Fig 3. SISTEMA DE PLANEJAMENTO URBANO (SCHNETDER ET AL. t973)


-9-

problenas ligados ã Geologia Anbiental, tendo corno base a


preservação das águas subterrâneas. Não é um trabalho exaus
tivo deste contexto ambiental, mas um trabalho de síntese ,
efetuado a partir da docurnentação existente, acrescido de
estudos locais sobre a geologia, qualidade das águas,profun
didade do nÍve1 freático, dcclividades, características clos
solos e vulnerabilidadc dos aquíferos,
0s documentos produzidos ilustran esquenaticamen-
te un certo núnero de fatorcs condicionantes do meio que po
derão servir de subsídios a projetos de ocupação da região,
na locação de cidades ou zonas agropastoris, con seus inple
nentos afins, tais conlo zonas de la,zer e turismo, zonas de
captação de águas par¿ seus diversos fins, locais prcferen
ciais ã deposição <le rcjeitos (donésticos e industriais)
cenítérios etc., de rnaneira a pïeservar o contexto hidrogeo
1ógico de u¡na maneira racional e desejável.
Procurou-se aqui dar ênfase à caracterização clo
quadro hidrogeológico da rcgião e ¡lspectos de uso e prescr
vação.

6 s¿rbido,no llras i1 n¿¡j.s cle 50% da popul.ação ur


Cono
bana e a quase totalidade do contíngcnte rural captaln as águas
subterrâneas para consuno, quer em fontes e/ou ressr.rrgênc i.as ,
ou en poços rasos tipo cacinrba, preferencialmente,
A proposição deste trabalho é apresentar uma neto
dologia que possibi.lite evitar problenas geoambientais, de
correntes de uma ocupação t(jrritorial. CoDstitui subsídio ã
nelhoria de nível dc vida da população collto urn toclo, não em
termos de imecliat:ismo, mas sim tendo en vista futuras gera
ções que ocuparãD os cspaços de nosso territ6rio.
aqui locais de inìplartação de con
Não são propostos
texto urbano, pois .estes dcverão fazer parte de estudos de
detalhe, campo da Ccologia t.trbana, impresc ind.ívc js na fase
de pl ane j arnento .
AGRADECIMENTOS

Desejo expressar meus agradeci.nentos aos plofesso


res:
- Doutor Nclson E11ert,pela orientação na claboração <.leste
trabalho;
- Doutor Aldo da Cunha Rebouças,pela ori.entação nos aspectos
l igados ãs águas subterrâncas;

- Doutor Reinholt EIlert, l)i retor do Instituto de Geociências;


- DoutoÍ Evaristo Ribeiro Fi lho,, chefc do Departanento de Geo
logia Econôm.i.ca c GeofÍsica Aplicada;
- Doutor João Ilatista Moreschi;
- Senhoritas Si.lvana lludoya c Itacy Kroehne pelos descnhos;
- Senhora Rosa Therezinha M.i lito Cavalcant.i e Senhorita N.icia
Maria Brandão ZalaL, pela datil.ografia;
- Senhora Renata Maria lle11j. Ilei pela coordenação de figuras
e tabelas;
- Senhor Iirancisco Américo 'l'cn6rio Junior pcla ajuda cn traba
thos de campo.

im, a todos quc, dircta ou indiretancnte,


Enf conos
co colaboraram, nossos sinccros agradccincntos.
-10-

ASPECTOS REGIONAIS

2,I ¡,SPl]C'TOS Ff S I CO- CL IM,4T I COS

Fisiograficamente a ârea al>range duas Jlrovínc:ias


geonorfológicas: a Depressão Periférica e o planalto Ocidental.
ALMiiIDA (1.964) subclividiu a Depressiro Peri:[6rica en
três zonas: llódio 'l'i.etê, Paranapanema e Mogi Cuaçu. Â parte
da Depressão onde estã localizada a região estudada,pertence à
zona do Médio 'l'ietê, possuj.ndo relevo pouco acentuaclo sob a
for¡na de colinas,com altitudes variando dc 550 a 650 metros.

0s rios que dr.enarn a Depressão periférica na rcgião


de São Pedro e Santa Maria da Serra, tendo o.rio piracicaba
como níve1 de base regional, possuen clireção geral norte-sul .
Via de regra,csses rios acham-se encaixados na cobertura e
mantém-se em plena ati.vidade erosiva. A colrpetência atual dos
ribeirões ó somente sufj.ciente païa transportar sedimentos are
nosos. No êntanto, a presença de nÍveis de seixos nos terraços
fluviais indica ter sido naior a conpctôncia dessos ribeirões
ern passado geol6gi.co não rnuito ïemoto.

Outras direcõcs de dr.enagen bem marcantes são NE-S$J


e NW-SË. f o caso clo alto curso dos rios passa Cinco, da Lapa
e Cantagalo, no sop6 da escarpa da Serra de Itaqueri.lìssas di
reções são mais frequcntes na região cle Charqueada, tlovi<lo a
litologia quasc imperl¡reáve1 , propiciando uma drenagern conspÍ
cua. O paraleì.c1ismo oxistente na drenagen, os vales suspen
sos dos liachos que dc-.scem a cscarpa, o traçado retilÍne<> das
in<lentações da "cuesta " e a diss.i.Ìnctria das margcns de alguns
rios da deprcssão (lì^ttlìIì1'O, lg70) parecem indjcar uma influên
cia estrutural l¡astant.c marcante na região da Depressão peri
férica Paulista.
O voçoroc.anronto 6 outro aspecto que merecer ser ci
tado, ocorrendo principalmente no Municítrtlo dc São Podro.Esse
processo crosivo sc instal¿ nos scdimentos coluviais areno
sos, afetando grandcs áreas c atingíntlo profundidades de até
- 11-

25 ¡netros r como o caso da vaçoroca próxirna a cidade de São


Pedro.

O Planalto Ocidental apresenta vales pouco profun


dos co¡n encosta de inclinação suave, pïoporcionando u¡n rele
vo ligeiranente ondulado e nonótono. Âs direções de drena
gem não nostram, ao contrário dos rios d¿ depressão,ser con
troladas por linhas estruturais. 0 divisor de ãguas, entre
os rios do planalto que escoam rurno NW e aqueles que se di
rigem rumo ã cleprcssão, encontra-se a uma distância de no ¡ná
ximo dois 1ônetros da borda.das es carpas .
,eui
0 clima na legião varia desde tropical na planí
cie arenosa do Rio Jacaré Guaçu, até c1ina quase temperado
nas altitudes superiores a 1,000 netîos da Serra de ltaque
ri e São Pedro, onde a temperatura média anual 6 inferior a
19eC (CTH,1976).

A rcgião serrana, devido a altitude,apresenta a


naíor pluviosidadc anr¡a1, estando entre 1400 a 1500 nm, en
quanto nas planícies desta ãrea o total de chr¡v;rs iraixas até qug
se a 1200 mm. Ilsta distribuição, assin cono ult exenplo ða
variação anual pode scr visto na Iìi.gura 4.

2.2 - ASPECTOS SÕCIO-ECONôMICOS

As planícies arenosas apresentam topografia prati


camente plana e vcgetrrção de cerratlo, de solos excessivanlen
te perneáveis e profutidos , por i sso extrername lìte 1ir vaclos ,
acidificados c empobrccidos, contrastando con as tert'ûs ro
xas intensamcnte cul t.i vadas. Atualmente existe na áreít uma
tendência a rcflorest¡rmento nas rcgiõcs mais arenosas do ple
nalto e de plantação de cana de açúcar, com uso de cor.retivo,
nas planícies, persistindo um naior uso das terras roxas.
Pode-se afirnar quq 15 a 20e" da área cstudada está scndo cul
tivado e o rcstante estã abandonado ou scrvindo de pnstagcn.
Os tlados de recenseantento ¿ìcusararn, para a ¡lopula
ção do Estado de São l)aulo, um aumento populacional rlc 38,5%

è,.,
PôSTO : US¡N^ LôDO PtìEFtxOi D4-33

MUNIq.I ¡TIT'APTNA DÀCrA J^C^ßfi-GU^çU


LATIT,: ?Zo¡0' ITONOIT,: {?o55' ALT. _ INSTALÀC/\O: tol¡!/3tt

MENS^I8 DE CllUV^ (ñrr)


^LTUß^S
ANO JÂN. FEV, MAR. /IBR. MAI, JUN, JUL. AOO, 8E'f, OUT, NOV. DEZ, ANUAL
1958 338.2 212,8 tOI,S 142,3 132.4 106.5 14,1 r0.8 52.0 223,6 120,1 314,5 L7B2.l
t050 357.1 162.5 t07.2 80,0 t5,2 2'1,0 0,0 5?.5 10,? 06.8 133.8 160,0 1254.8
¡000 430,3 308.1 134.5 40,9 80-l 83,? 0.0 l?,0 2.5 28t.7 254,t C00.0 1050.0
¡00t t05.{t 108.6 213.? 68,4 152.5 3.5 0,0 18,? 3.1 48.? 151.0 2t0.2 lt0l.0
1982 t40.2 340.6 320.9 43.0 3¡.2 58.1 0.5 38.¡ 40.4 285.0 52.5 3?0.4 t?44.3
1063 2?6,8 ¡38.5 40.? 16,5 0,0 0,0 0,0 8,5 5.5 02.0 222,4 5A.A A62.7
1064 142.5 258,t 70.8 20.7 ??.0 25.? 6¡¡.5 0,0 56-2 22ø,3 59.6 385.5 r{0?.?
106ô 304.€ 403.7 136.5 '12.0 05.2 40.0 50,2 13.5 30.? 245.1 160.å 145.5 U22.4
100ß 2232 08.0 l2?,1 4?.7 60.6 0.0 0.0 22-7 Lt7-3 205.0 151.0 208.3 1352.6
1007 254.0 180.1 200,5 19.5 15.0 8?,0 tl,0 0.0 ó5.3 205.6 t??.? 223.5 ¡,t38.2
1068 3¡0.2 128.0 t00.0 25,0 L,LI 20.2 6,t 32.8 2t.2 181.2 l2?,1 112.5 1002.9

Mód, 270,8 220.0 145.4 53.1 81.? {1.8 14.3 20.6 38,8 100.2 r4?.0 240.2 1440.3

MÉ0rÄs MErJsarc 0o PERl000 (ññ) T 01Â lS (mm)


^l'JU^lS

0u tiiì i¡,t(^l!ftitcf' Nor.t t,

l{AId de t!
3o1¿ção r9
rElr¡ltu¡a6 Édle tì
o
k vð{ã
g
d
'd
å
g d Í
8
t
I'c
x fi
î Í
g
É
6
É.
I g
5 d ,u I u ri g d
r
'8
I r IE ,t ,ät d fi
rI
B 'a
g I I I 6
1 fi î n T Ä
tn {
Ë d
E
,g
Ë I â
I gÉ Ë Ë
E
! Ë
ã ä
,g
.E ,ü g
I i ,E E
:'I i Ë
8 ,8
I ! .E
I I å
? ,5 .å ,ü
ü ,8
3
;d ,8
Þ.r ã å

Ë $ t $
d
å
&
'¿ Ë
õ
¡î¡ÀÀÞll{À z"rt ¿s, 8t 41 {9 7t 20 !16 7,1
EtqtAl !.':r^1' lt
00 t9t

Fio. 4 DADOS CLIMATr)I rÍcrcoq


- 13-

(1960 a 1970), enquanto que para a área de estudo este au


nento foi apenas 5,6å em consequência da grande nigração da
popuJ.ação rural para as ci<lades ¡n¿ris desenvolvidas. Outros
fatores podem ter sido deter¡ninantes desta fuga, tais como o
tipo de cultura nodificado e mecanizado (caso da cana de açú
car), abandono do plantio de caf6, reflorestanento e gratldes
latifúndíos ( a maior.ia das pequenas fazendas forarn vendidas
a grandes proprietários). Esta nigração aos grandes cerìtros
é notada na rcgião oncle são encontraclas vilas corn mais cle
quinze casas de alvenaria, e¡n bom estado de conservação,altan
donadas, e fazcndas coln até 500 hectares t::abalhadas poÌ um
grupo de 10 pessoa.s.

2.3 - GEOLOGIA REGION¡,I

A região estudada faz parte do contexto geol.ógico


da Bacia Sedimentar do Paraná, (fi.gura 5), sendo aqui apre
sentada uma síntese dc vários autores, pesquisadores desta
bacia: NORTIIIìl,EË1', et aL (1969) ; Ill\MOS (I970) ;FtJLFARO(1971) ;
HULMANN et a1 (1974); RUIIGG (197s) e SO^RiìS (1975).

2 . 3 . 1- L I'l'OliST IIATI cRi\tìI A

De .forma g1.oba1, trata-se de una bacia intracratô


nica, de J:orma e1íptica, corn ei.xo maior de direção NE-Sl,J,
coincidinclo, aproxirna<1anentc, com o curso atual do rio para
na. 0s sedimcntos
.) acunulados nesta ânìp1a e vasta s illéc1i.se
(1.600.000 km") alcançam um nráximo ð,e 7..825 metros
espcssu de
ra total (figura 6). S;ão rochas dc natureza 1ito1ógiczr predo
minante clástica, quc datan desde o Siluri.ano até o Cretáceo
Superior, con[orme a coluna ainda mais frequentementc adota
da (N0RTHIìLEIì'.t' et a1, 1969) .
A scdimentação do Siluriano (Formação fapó) é cons
tituída dc coriglornerados cinza arroxcados que repousarn en
discordâncj.a sobre as rochas do enrbasanento cristalilìo, cle
idade Pré-Canrbriana. Lìssa formação ó restrita ãs partcs mais
-t4-

BACIA DO PARANA
PRINCIPAIS ELEMENTOS TECTONO - ESTRUTURAIS

\,^ '\
I
i
? E BRÂSIL IA

loLrvra

- ^,\,- I

I
i
\.1 PARAOUAT
\

FLOR

/,. )\.'
o¡ M-r
'^unuy,
t¡r¡r-

MONTEVIOEU ESCALA
AIRÊ9 2æ 4OO GOO lrm
A RGENIINA
606
I

PEÁFIL A . g
A

1
Slñcl¡nor d. lorr.. O.r?.üto d. Sóo Poeio

LEGENDA
/ conlo..no rr¡ uturor Llmllc g.oldglco E 9CALÂ
/f ..,./
/
y' oroo..it naro .-' Fro¡¡.lro lnl.rnoolônól O IOO 2OO
Èc!--#
lOO ¡m

corloto ão?Âor ./ l'.r ltl


// ^-a Oodoal P.irobro. . No.lhttad tt ol
Flc, á 00ô9)
Fig6- F EI çÕ E S LIT o E S T R A TIG R Á F Ic A S E H IDR o GE oL dGIc As
i,,¡l O ESIR Â1lG RÀ F tÂ
TRÂ NSGRESSAO OU.IALÐADE
3 DESCRIçAO SUMÂRrA AT,IBIENTE PROVAVÊL E REGRÊSSAO
FoRMÂcÃo LITOLOGIA
HIDROGEOLdg-
, r_- G.Èroti¡oco *- C¡ RELAIIVA
a¡.,,6.-d¡ô I .¡rf ¡!
J*

o o
l¡l SUP } SAURU
: . é ,È **
É ¡{F. ! se*al eeaa r-
v¡k6- - Éæ i.r- ;-
6: \Àl<
**
,! , eow*carù-=-
E-; ..
.t ncñu¡iclnô.,7rrÙ!

<â LR¡o Do RA sTo l-:-=i: ii.':,1'-:l:':";:îli': :.::::i:.]Í.?:.:.:::= -- x****


l------.';-:
S¡JP * i,sr¡¡oa roro
o *
a z

=
o a< \
!ED. lii
**
N
ll
o ¡l¡e¡nÉ :- i*
itiE :-----7- 1
ó;;r;;i;;.;; ;. ;,;.;
,i;;ì;;
rqturà.r'rar.../rorÂo.¡rÉ
zó -
11,..,:-ì I *JF
-J sùP
tr I

l¿.
o I
iriiili
al z
zo .t
: LFOrra €RossÂ
I *
Í | runxas ^rBrô
Þæc.¡..c ô F.....õ ñÞscde ..iibnÌd

** I

iiÈi,iiiiiitiiiillii
I

Dodos Litoestrorigrdficos: NORTHFLEETi HEDETROS E rrUHLHAta¡t


Bot. rec. pEt tZ (3) _ 29t _ 946 (t96S
0odo3 HidrogeolÉio¡cos: REEOUçAS, A-C- lg76
-16-

profundas da bacia. A idade da Forrnação Iap6 é baseada na sua


posição estratigráfica.

.r\pós um curto período de erosão adveio a fase ini


cial de assoreamento proprianente dito. Esta 6 represefltada
por un cÍclo sedimentâr (LANGE e PITRI , 1967) composta de una
sequência p te arenosa, de granulação nédia a
re dominan terìren
grosseira, cores claras (Fornação Iîurnas), que passa,gradatí
vanente, a folhelhos e siltitos escuros e pretos ( Forrnação
Ponta Grossa). A correlação dos dados de poços exploratórios
da PETROBRÃS revela una interdigitação vertical e lateral en
tre as duas forrnações. O conteúdo fossilÍfero e 1ito1ógico
sugere una sedimentação de origem inicialmente continental
(Fornação Furnas) e posteriorrnente ¡narinha (Formação Ponta
Grossa). 0 Grupo Paraná, de idade devoniana, engloba as ro
chas sedi¡nentares des ta fase.

Após outro curto período de lacuna ou erosão,adveio


a deposição do Grupo T'ubarão, ern condições geol6gicas bastan
te instávcis. Este é de origem inj.cialrnente contínental,com
arenitos, siltitos vermelhos, folhelhos várvicos e "1oess"
intercalados (Fornação Aquidauana) , passando a sedinentos de
orígen narinha, com folhelhos finamentc laminados ( Forma(ão
Itararé), ora de aml¡iente pará1íco e deltáico, representados
por arenitos pardos amarel-ados e localmente calcíferos ( Ilor
nação Rio Bonito), ora rnarinho nerítico, constituídos de sil
titos arenosos, cinza esverdeados ( Formação Palerno), A ida
de do pacote estende-sc do Carbonífero Supeiior ao Permlano
Médio Superior. Ressalta-se a extraordinária variedade de fá
cies lateral e vertical que chega a caracterizar o grupo,con
forme ass inala FULFARO (1971).

apaïente discontinuj.clacle, a scclilnentação do Per


Sem
miano Superior prosseguiu com clara e gradativa transição do
anbiente narinho (F.ormação Irati e Serra AI.ta) para o salo
bro (Forrnação listrada Nova) c, posteriormente, para o conti
nental (Formação Rio clo Rasto). O contato inferior é coloca
do na passagem dos siltitos cinza csvcrdeados da Fornação Pa
lerno para os folhelhos e argi.litos pi.robeturni.nosos dâ Forma
-r7 -

ção Irati. 0 fácies sedimentar evoluciona para argilitos cih


za escuros (Formação Serra Alta), característica que é rela
tivamente constante em toda a sua extensão. Este, pot' sua vez,
evolui para uma sucessão de camadas e/ou interdigitações de
siltitos, calcários e arenitos. mj sturaclos em proporções ve
riadas (Formação IÌstracla Nova) Sobreiacente a esta,encontîa
se a Ilornação Rio do Iìasto, constituÍda por arenitos vermel.hos,
folhelhos e s j.ltitos interdigitados. O Grupo passa Dois en
globa as rochas sedimentares desta fase de transição c é co
locado no Pe rlni ano Strperior.

A etapa final cla sedimentação na Bacia do Paraná,


mormente na porção br¿lsileira, foi. in j.ciarla, possiveltnente ,
no 1'riáss j co ¡n6dio inferior. Com efeito, sobre a topografia
esculpida no Perniano, ocorre um pacote de arenitos,siltitos
e folhelhos dc ambiente aquoso continental (Formação piran
bóia e /ou Santa Maria) que passa a arenitos ben selccio¡l¡ldos
de ambiente eólico (Formação Botucatu) .

Os restos fossilíferos cle rõpteì.s encontrados na


parte supcrior da Forrnação Santa Maria limitam a sua iclade
ao Triássjco mód:io (BORTULUZZI c llARIÌARENA, 1967).

En rclação a Formação p.i rambõia, SOARES (1972) con


clui que indcpenden tcmen te da dc.f icie nte caïacterização des
te pacote e da dj-versidade <lc conceitos envolvidos na sua de
noninação, esta estevc senpre associada ãs canadas sedincnta
res de origen subaquosa, lacustre e/ou fluvial. A idade da
Formação I)irambóia, b¿rseada na sua posição estratigráfica, 6
atribuída ao I'riáss j co Médio (s1'¡,NF0RI) e t,ANCti ,19ó0) . o con
tato inferior 6 una discordância crosiva csculpicla, etn gïan
de parte, na l;ornração Listratla Nova.

Acima desses sedinentos rquosos ocorrent arelti tos


róseos e amarclados, .[ inos a métlios, com grãos foscos e proe
mr-nente es tra t1l t caçao cruzada carac tcrís t ica (Fornação llotu
ca tu) ,

Na Sincl.inal de Torrcs (figura 5) a sequênc ia apre


senta-se nais complexa , tendo si.do objeto de cstudos litoes
-18-

tratigráficos detalhados por c,i\t4ERMANN (1972) e BORTUTUZ Z]


(L974) | GARME RMANN (op.cit.) englobou parte do Botucatu e de
pósitos fluviais e lacustres das Fornações Rio pardo e Santa
Maria numa únjca unidade, que designou Forrnação Rosário do
Sul . SOARES (1975) confrontou as situações litoestratigrífi
cas descritas por GAMIj RMANN e B0RTIJLUZZI (op.cit.) e concluiu
serern as Formações Piranbóia e Rosário do Su1 ciclos geneti
camente similares. O contato superior da Formação Rosário do
Sul faz-se con arenitos e6licos da Forrnação Botucatu (s.s.).
eólica, ocorreram as in
Associadas ir sedimentação
trusões diabásicas e extrusões basálticas da Formação Serra
Geral , de modo que são comuns ocorrências subordinadas de are
nitos inteïca1ados. Estas ocorrências não deixam dúvictas de
que tal pacote de areni to é contemporâneo con a atividade vul
cânica.

0s derranes de trapp da Fornação Serra Geral do


curnentam um dos maiorcs vulcanismos já registrados no globo
terrestre (LEINS, 1949), Datações (ìeocronológi.cas(RUF,CG,l975)
indican idade entre 120 e lS0 milhões de anos.
0s derrames cleram-se através de um grande número
de extravazancntos , .forrnando várias capas sobrepostas e de
extensões rnuito variadas (LEINZ et al , l966ì. Em alguns 1o
cais, até tritìta e nove derrames con espessuras variãvels en
tre 5 e 25 ¡net¡os fora¡n atravessatlos pelos poços da I)Ij'IROBRÃS.
0s topos dos derrames apresentam-se vesiculares a
amigdaloidais. 0s nívcis piroclást.icos são poucos frequentes.
A topografia, inumada pclas }tormaçõcs Caiuá e Bauru (FRANGIpA
NI, 1964) ben cono aquela dos dorníníos aflorantes, 6 nuito
acidentada.

0 Grupo São flento engloba os sedimentos pirambóia,


Santa Maria, Botucatu c basaltos.

Assentadas cnr discordância sobre os terrenos mais


antigos, mas, de nodo cspecial , sobre os basaltos, ternos as
Fornações Caiuá e llault.r. A coluna cstratigráfica mais lìre
-r9-

quentenente adotada (NORTHFLEET et., 1969), situa os are


a1
nitos vernelhos fluviais da Formação Caiuá no Cretáceo Infg
rior. A Fornação Bauru é constituída por arenitos e siltitos,
localmente calcÍferos, côr rnarrom avernelhada, de ambiente
fluvial, lacustre e eó1ico, atribuÍda ao Cretáceo Superior.
Da análise dos dados dos poços e nos reconhecimen
tos de canpo dcstacam-se três litofácjcs princ jpa-is: um supe
rior, essencialmente eó1ico, nuito calcÍfero, constituindoos
espigões topográficos con falésias abruptas; um l.itofácies
n6dio, sí1tico-argiloso, rico em passagens ou carnad.as rnais
arenosas, eó1icas, fluviais ou lacustres; e, finalnente, um
litofácies inferior de granulação mais grosseira e variacla ,

de ambiente essencialrncnte fluvial. A ocorrência clo fácies


inferior parece restrita a zÕnas rnais cleprimiclas da topogra
fia inunada do substra.to basá1tico.
A ausência do Cretáceo Superior na metade sul da
baciâ estaria ligada ao funcionarnento da sutura geológica que
coincide, vi rtualmente , con o curso atual do Rio Paranapane
me (FULFARO,7974).

0s tlepósitos mais recentes têm reprcsentativiclade


1oca1, ocorrendo cm gcra1, na forrna de retalhos erosivos
realçados, terraços escalonados e estreitas planícies alu
viais.

12a TEC'ION ] CA-ESTRIJTURAL

A Bacia do l)araná constitui uma das três grandes si


n6clises paleozóicas tJa plataforma brasileira. Sua fei.ção foi
herdada das estruturas brasilianas que ainda hoje conto.rnan ,
en grande parte, scus linites erosivos (ALMIIIDÂ,1967),A estru
tura geológica é a .de uma grande bacia intracratônica na qual
não atuaram esforços clc conpressTao capazes cle procluzj.r dobra
mento intenso ou outra feição caracterÍstica.

As deforrnações estruturais nais importantes foram


-20-

produzidas por movinentos diferenciais verticais. Esses novi


nentos envolveran grandes blocos ou estão relacionados aos
eixos dos grandes arqucanentos regionais, conforrne ilustra¡n
os elenentos apresentados na figura 5. A sedinentação, quase
toda de carácter detrítico, atinge a espessura de 5.000 me
tros, en ¡nõdia, estendendo-se a áreas de centenas de mitha
res de quilômetros cluadrados. A grande extensão e pequena es
pessura das camadas denotam que, em grande parte da hist6ria
geológica da bacia estcs movimentos tectônicos diferenciais
nunca atingiram consideráveis amplitudes verticais, As condi
ções de deposição em ambientc continental cresceram no decor
rer do tenpo, denunciando o aunento progressivo da estab:i 1i
dade do seu embasamento.

Na coluna estrâtigráfica (figura 6) identificam-se


quatro grandes períodos de ascensão generalizada, separaclos
por três perÍodos de subsidência. Esse cornportarnento é docu
nentado pela sucessão alternada de sedi¡nentos detríticos are
nosos, separados por fácies pelíticos de águas rnais profun
das.

2 ,4 - ASPTìC'TOS FIIDIOGT]OLÕC.I COS RI]GI()NAIS

2. 4. l-SrS'rEM^ AQUÍFEI0 BO1'IJCATU

Este sistena corresponde, na Bacj.a Sedinentar do Pa


Tanã, à espessa sequência sedi¡nentar integrante das unidades
litoestratigráficas denominadas de l:orrnações Botucatu, Piram
bóia, Rio do lìasto c outras cronocorrelatas, tais co¡no Morro
Pelado, Serrinha, Santa Mari.a e Rosário do Sul .
Valores excepcionais de perneabi lidade e poros i.de
de são encontrados no Ârenito IJotucatu, típicos de u¡na for¡na
ção de origem eó1i.ca, bern sclecionada, com grãos arredonda
dos, com, geralmente ! pouco ou nenhum cinento e diagênese fra
ca. Jã as forrnações basais, de ambientc f1úvi.o-lacustre,apre
sentam variações facio-1itol.ógicas extrenas, con interdigita
-2r-

ções nos diversos sentidos e con presença de canadas lenticu


lares de arenitos,

Funciona como capa destc sistena aquÍfero o pacote


de trapps e, como níve1 basal relativarnente ímperneável, as
camadas argilosas da lrormação Iìstrada Nova, O aquífero origi
na-se livre na estreita e pcrturhacla faíxa de afloramentos ,
longitudinal ã escarpa da Formação Serra Geral, e confina-se
gradativarnente, pâ.ra o interior da bacia, em função do mergu
tho regional e por inposição das rochas basálticas relativa
mente muito nenos imperveáveis sobrejacentes.

A a1ì.mentação co¡no aquífcro é feita, en geral,pela


infiltração direta das chuvas que caem nos domínios afloran
tes, isto e-, sobrc cerca cle g8.000 km2. 'Irato-se ,le uma uli
mentação prejudicada, en sua maior parte, pela posíção topg
gráfica abrupta e pela estreita, conquanto alongacla, faixa
de afloramento ao longo da escarpà basá1tica e pelos patama
res que desta avançan sobre os sedirnentos sotopostos,por ou
tro 1ado, localmente, onde as espessuras de basalto tornam-se
praticamente nulas ou oncle os fendilhanentos profundos atin
gem o topo deste sistema aquífero, desde que os níveis piezo
métricos do basalto e outros aquíferos afíns se jarn superiores
aqueles do aquífero confinado, 6 possíve1 certa filtração ver
tical descendcnte. Invcrsa¡nente, onde os níveis piezom6tri.cos
do sistema Botucatu confina<lo sobrepujam aqueles clos síste
mas aquíferos sobrejaccntes, verifica-se fluxos ascendentes.

Neste sistema,os nÍveis de água mais elevados en


contram-se no centro da faixa oriental de aflora¡nento ( altl
tudes de 800 a 1.000 nctros, no trecho paraná-Santa Catarina)
Para o norte,as al titudes abaixam-se para 800 a 500 metros e
para o sul , chegam a atingir 200 metros,

As llutuações sazonais do nÍvel c1e água são de Z a


3 metros nos domÍnios dos afloramentos. O gradiente muito pe
queno é, de nancira gcra1, dlrigiào da periferia para .";
"
tro da bacia, por imposição das estruturas geológicas,Os dq
dos j.nventariados pclas cquipes do DAEB indicam um gradiente
dela2kn.

Uma dezena de testes interpretados, mornente no Es


tado de São Paulo, indicarn valores de permeabilidade de
10-4m/s para a fácies Borucatu e ð,e 2.ro-sm), ;";" ; ;;.t;;
Pirambóia, ou seja, una méclia de 6.10-5n/s para a Forrnação
Botucatu. Os coeficientes cle armazenanento varia de Z,I0-7
u 1q-1 nos seus donínios en condições de aquíferos litrre e de
10-3 a 10-6 nas condições de aquíferos confinados, dependendo
do grau de confina¡nento (REBOUÇAS.1976). Os valores de trans
missividade estão em torno cle 8..10-3 ,2/, (oRg¡ ,lg7z).
Dados sobre granulomctria são poucose esparsos.0s
existentes indicam que mais de 50% apresentan diâmetro entre
0,125 e 0,250 mm, segundo DAEii (1972) .

Quanto à explorabilidade desse sistena, e1a não es


tá restrita apenas ao longo e nas imecliações de sua área de
afloramento. No interior da l;acia, desde que se disponha de
um napa planoaltinótrico de boa precisão, aliaclo ao bom co
nhecinento dos fatores tectono-estruturais e a-fins condicio
nantes, pode-se locar cxcelentes sítios de perfuração de pg
ços para explorar o sistena aquÍfero Botucatu a níveis econô
nicos. A captação de fontes nas áreas de contato Botucatu/Es
trada Nova tambénr 6 bastante promissora en certas áreas, on
de ressurgênc.ias diversas congregam-se para dar origem a cur
sos d'água.
Os poços que exploran o ac¡uífero Botucatu são os
mais produtivos de todo o Estado e desses, os que atravessam
ca¡nadas confinadas são os mais clestacaclos. Ern 176 poços per
furados para fíns de extração de igua e inventariados pelo
DAEE (1972) , a vazão varia dc 20 a 300 m3lh. Destes 28% for
necem 20 a 50 nr3/h e 27q, de 50 a 100 ,n37h. Notou-r" rebaixa
mento de 10 a (r0 netros, podendo a vazão cspecífica atingir
de 2o n3 /h/n.

A qualitlade químì.ca, física e bacteriológica das


águas subterrâneas do llotucatu 6, via <le rcgra, aclequada ao
-23-

consu¡no hunanoe industrial, segundo padrões de potabilidadè


vigentes. A nineralização total é, na maioria dos casos, in
ferior a 200 ng/I (RIjBOUÇAS, 1976).

2. 4 . z-SISTEMA AQUfFTRO BATJRU-CAIIIÃ

O sistema corresponde na bacia às unidades denoni


nadas Formação Iìauru e Formação Caiuá. Constituen estas for
nações de sedi.nentos de origem continental f1úvio lacustre ,
sendo constituídos por arenitos, arenitos sí1ticos, arenitos
argí1osos, arcnitos con cimento calcÍfero e conglornerados ba
sais, de cores cinzenta a avernelhada. 0 sistema sobrejaz dis
cordantenente ., sobre os derrames basálticos e cobre uma ârea
de 100,000 km', podendo sua espessura atingir até 300 metros.

Suas características Ìridrogeológicas, corno permea


bilidade c transmissividade são moderadas devido a presença
de siltitos e de uma cinentação calcífera em toda a fornação,
sendo que a pcrmeabilidade módia obtida en laboratório, está
em torno ¡Je 3 a 5.10-6m/s, A tTansmissivirlacle raranente atin
ge a 10-<
)
"m",

Trôs litofácies dominam este si.steìna proporcionanclo


comportamentos hudrogeol.ógicosdistintos, ou seja, arenitos
calcíferos no topo, arenitos síltico-argilosos de granulação
fina a muito fina no meio e arenitos, argilas e conglomerados
nisturados em proporções variáveis na base, podendo ocorrer
condições artcsianas e sub-artesianas locais no aquífero,
que 6 geralmente freático.

A rccarga do sistcma, facilitada pelas fornas tabu


lares ou suavcmente onduladas do relevo e capacidade de in
filtração relativamente grandc dos solos ( X = 10-' n/s), é
feita diretamcnte pcla precipltação, aliada, local e ocasio
nalmente, a possíveis infiltrações indiretas, provenientes de
munanciais dc superfÍcie ou interc?rnrb j.o com aquíferos vizinhos.

Devi<lo ã sensível difcrcnça entre essa grande recar


-24-

ga e o fluxo subterrâneo 1ento, acurnulou-se no passado hidro


geológico, nuita água no aquÍfero, o que ocasionou a subida
do níve1 de saturação até próximo ã superfÍcie, onde oscila,
de acordo com a periodicidade clinática, sendo que as posi
ções dos nÍveis estáticos são muito variáveis, indo de
subaflorantes no domínio dos vales até ¡nais de 90 netros nos
interflúvios dos rios mais importantes, estando o valor mg
dio ao redor de 20 metros (RIìBOUÇAS ,1976).

O valor médio de 3m para a variação do nível das


águas subterrâneás foi encontraclo pelo IGG, na llacia Hidro
grãfica de São José dos Dourados, sobre uma meia centena de
poços observados durante un período de dois anos (1974 a 1975),
e pelo DAEE (1974), no domÍni.o da tìegião Adninistrativa ó,
onde peïto de u¡na centena de poços são observados quj.nzenal
nente.

As vazões obtidas cn poços profundos , segundo diver


?-
sos autores, variam de I m3/h at6 g0 rn"/h, sendo que as va
1-
zões específicas ficam entre 0,1 e 5 n"/h/n (DAEE, 7972), is
to devido a ¡ná construção ou locação dos poços.

A captação de fontes de depressão e de contato ou,


simplesnente, ressurgências difusas que ocorren ao longo dos
entalhamentos nais profundos do rclevo, são também fornas de
utilização dos recursos hídrj.cos do sistema aquífero Bauru .

Quanto a potabilidade estas águas apresentan uma


nineralização tota1, na naioria dos poços, que não u1 trapas-
sa 200 ng/I e com pll de 4,3 it 7,5, Excepcionalmente, dada a
influôncia do cirnento calcÍfcro, as águas podern apresentar
u¡na dure za excessiva.

2.4.3. - ZONi\S DÂ tÐtìMAÇÃo SEIUTA GER.AL


^QUÍIIHì,{S

A Fornração Serra Gcral, que contérn as zonas aquífe


ras, varia de espessura de 50ln nas bordas até 1.500 n no cen
-25-

tro da bacía contendo nais de 30 derrames, sendo que o a rrna


zenarnento de água subterrânea fica linitado ãs zonas nais in
tensanente fraturadas, contatos intertTapps e ocorrências de
sedimentos inter ou intratrapeanos.

A cada derrarne de trapp, normalnente, pode-se dife


renciar dois tipos texturais mais importantes. Basaltos vesi
culares ou amigdaloidais ocorrem preferencialmente no topo e
na base dos trapps, enquanto basaltos cornpactos microcristã
linos constituem o cqrpo central. Ësta ',estratificação" fica
acentuada na sequência de deriames pela ocorrência de areni
tos e siltitos intcr e intratrapcanos, cujas feições varialn
de totalmente friáveis até extremanente silicificados. preen
chendo as amÍgdalas, quase senpre aparecen quartzo, calcedô
nea e terra verde, Podem ocorrer brechas ou conglomerados de
basalto, com matriz siltosa ou arenosa e alteração profunda
nos topos dos derrames, sugerindo que as efusões foram sepa
radas por intervalos de tempo relativamente prolongados.

AIón destas descontinuidades de contato já referi


das, destaque são da<Ios aos fraturamentos. Eles seguem en ge
ral, dois padrões distintos. Nas bordas dos derrarnes predoni
na um fraturamento horizontal, enquanto que no corpo central
é preferencialmente vertical, sendo aquelas providas de gran
de abertura (0,1 até l0crn) e as últimas preenchidas ou solda
das por materiais rígidos que têm sido identificados como
sendo argilo-minerais mon t¡no r i 1o n í t i co s , calcedôneas e calci
ta.

Na e scal¿r dos derrames, as possibil.idade hidrogeo


1ógicas são, sobretuclo, condiciona<las pcla importância das
discontinuidades de contato, das ocorrências de 'sedimentos ,
inter ou i.ntratrapeanos e desenvolvimento de juntas horizon
tais. Na matriz compacta o comportanento é de microfaturas .
Na textura vcsicula'r ou amigdalóide as condições de ciïcu1a
ção são nuito variávcis, face às i.njunções decorïentes do
preenchimento po1' minerais secundários e/ou da falta de in
tercomunicação entre os vaz:i os.
_26_

No geral, as condições mais favoráveis são observa


das nas zonas de decomposição, associadas a fraturas horizon
tais ou contatos, e nos primeiros 100 metros de profundidade
(tEINZ, 1953; I.IAUSMANN, 1966 e MAACK, 1970) .

, As análises do comportamento da permeabilidade ao


ar de alguns basaltos (FARJALLAT, I974) revelou valores de
_c
10-1" a 10 " m/s para as estÌuturas de contato e juntas-falhas
horizontais de grande extensão. As estruturas verticais, is
to 6, diaclases de pequena extensão, acusaran pernnabilidades
inferiores a 10 7'm/s, tendo valor médio 10-'m/s.
_(

Ën áreas de pequena espessura, ou ao longo das rutu


ras regionais mais inportantes engendradas pelos sistemas de
falhas, é possíve1 que ocorram contribuições ascendentes,pro
piciadas pelo ãquÍfero Botucatu subjacente, desde que os ní
veis piezonétricos destes se jarn relativanente muito nais e1e
vados. Este fenômeno pode explicar as temperaturas elevadas
da ã,gua de alguns poços nais profundos do basalto, ben como
de fontes, e a co¡nposição química semelhante.

Em donínios aflorantes, a observação clo tipo de ro


cha e sua textura, do grau de desenvolvimento do nanto do in
tenperisrno, dos processos de disjunção e consequentes inteï
ligações das estruturas aquíferas, tornam-se de suma irnportân
cia, assin como o grau de entalhanento t1a superfície topográ
fica que constituem caminhos prcferenciais para os escoamen
tos superficiais e subterrâneos.

Os dados rcferentes a uma centena de poços relacio


nados por HAUSMANN (19ó6) indican níveis estãticos que varian
de 0,32 n at6 130,0 metros de profundidade. O valor n6dio é
de 15 n, sendo quc 65% apresentan-sc superiores a nédia. A
profundidade dos poços varia entre 31 a 190 metros, sendo a
média 84m. As vazões específícas destes poços variam de 4.10-3
a 37,7 n"7,A
/h/n, isto é, num intervalo de, praticanente,l a 10q,
O valor nó¿lio é ðe 2,47 /h/^. MAACK (1970J relacionando 163
^3
poços, obteve vazões especÍficas nédias variando de 3,S.10-3
e 4rî3 /h/n.

potabilidade, as águas dos trapps(HAus


Em termos de
MANN 196ó; LEINZ (1953) ,MAACK, 1970 e DAEE . (L974),enrre ou
tros, revelam forte tendência alcalina ( pH= 5,5 a 6,5)
águas com
e nineralização total senpre inferior a 300 ng/7, Ressaltam-
se que os teores cm sílic¿r,relativamente os naj.s elevaclos,são supe
riores a 30 ng/I, em média. O único ele¡nento restritivo 6 o
ferro, cujos teores oscilan entre 9,8 mg/t a 0,Lng/I, porén
possíve1 de eliminação por símples aeração.

3. ASPECTOS LOCAIS

3. 1- GEOLOGIA

Na região estudada, estão presentes as .seguintes


formações: Formação Estrada Nova (Permiano), Formação Botuca
tu e r-ornação Pira¡nbóia (Neocretácico- Eocretáceo), Formação
Serra Geral (Eocretáceo) e Fornação Bauîu. A estas,se sobre
põe uma cobertura necocenozóica (B0SIO, 1973).(Mapa 1 -Geo1o
gia, anexo) .

3.2 - FoRMAÇÃO ESTRADA NOVA

A Formação Estrada Nova assenta-se conco rdan tsnente


sobre a Fornação Irati, ambas pertencentes ao Grupo Passa Dois,
tendo uma espessura na âtea, da ordem de 185 metros.

A formação inicia-se com siltito arenoso, cinzen


to, bem estratificado,com aproximadanente 0,5 metros de es
pessura. Excetuando-se a estratificação mais pronunciada, es
te siltito se assenelha com o que ocorre na Formação lrati ,
evidenciando um nesmo anbiente de sedinentação para o Grupo
Passa Dois, porém con fases nais redutoras para a porção su
perior do Menbro Assistência da Forrnação Irati.
-28-

Seguem-se siltitos cinza esverdeados, fratura corn


concóide, ora laminado, ora maciço, pertencentes à fácies Ser
ra Alta. Dependendo do estado de alteração, o siltito pode
apTesentar cores avermelhadas ou arroxeadas. Ca¡nadas lenticu
lares de siltíto arenoso calcÍfero, nais resistentes ao intem
perismo,são cornuns. A espessura da fácies Serra A1 ta na região
de Charqueada 6 de 35 metros.

Em contato con a fãcies Serra A1 ta


temos a fácies
Terezinha que inicia-se com um siltito arroxeado maciço calcí
fero. A estratificação 6 incipiente, tornando-se, no entanto,
ben pronunciada para o topo da formação. Canadas lenticulares
de siltitos arenosos, o mesmo que acontece na fácies Serra A1
ta, tanbém estão presentes. Para o topo a frequência de cana
das arenosas torna-se maís acentuada. A estrutura mais narcan
te nesses arenitos é a estratificação cruzada, cono pode ser
observado no afloramento a 9,5km aquén de São pedro, na rodo
via São Pedro-Píracicaba. A1õn dos estratos horizontais, âS
estruturas mais cornuns nas camadas arenosas são marcas ondula
res e estratificação cruzada e,nos siltitos,gretas de contra
ção'

O topo da fornação apresenta siltitos arroxeados,es


tratificados con lentes de arenitos finos maciços.

São observados si1ls e diques de diabásio cortando


a Formação Estrada Nova, como por exemplo na rodovia asfalta
da Piracicaba-Charqueada. A intrusão desses corpos teve como
consequência un intenso fraturamento do siltito e rnudança de
coloração na auréola de metanorfismo cle contato.

s,I.2 - IÐRMAÇÂO BOTUCATU E FORJ''IAÇÃO prRAMBorA

A Fornação Pirambóia assenta-se sobre a Formação Es


trada Nova. O conta.to se dá através de uma brecha sedimentar
cuja espessura pode variar de 0,2 a 1,5 metros. Esta brecha
é constituÍda de :fragmentos de siltito da formação subjacente,
geralnente com diãmetro inferior a 5 centínetros, sendo que a
-29_

matriz é constituída de c1ásticos areno-argilosos cle cor


avermelhada não apresentando estruturas.

A base da formação corresponde na ãrea, a uma su


perfÍcie praticanente concorclante con o plano de estratifi
cação das camadas da Formação Estrada Nova.

Sobre a brecha sedimentar assenta-se uma carnadade


peguena espessura, no máxi¡no 2 metros, de arenitos con es
tratificação plano-paralela. Após, seguem-se sedimentos com
caracterÍsticas ora de depósitos de ca1ha, ora de planÍcies
de inundação.

No topo desta sequência ocorren sedimentos rudá


ceos cuja espessura chega a atingir 10 netros cono na estra
da de Ipeúna a Serra de Itaqueri, Os seixos são constituídos
essencial¡nentc de quartzo, quartzito e, secundariamente, de
argilito e a mat'riz é arenosa de cor clara. Os seixos acha¡n
se local-izados nos planos de estratificação ou se concentran
sob forma de pequenas lentes.

A coluna acima descrita correspond.e aos depósitos


aquosos da Formação Pirarnbóia, Esta ocupa, na área, urna es
pessura náxima de aproxinadamente 220 metTos.

Sobre a Fornação Pira¡nbóia assentan-se depósitos


de características eó1icas constituintes da For¡nação Botuca
tu.

0 contato entre as duas fornações nornalnente acha-


se encoberto por depósitos neocenozóicos, Na estrada de Char
queada para a Serra de ltaqueri, o contato se caracteriza
por uma concentração de seixos em urna superfície irregular
no topo de urna canada de arenito rnaciço de cerca de 2 netros
de espessura. Sobre.. e1a repousa¡n arenitos claros, finos,con
estratificação cruzada. A espessura da fácies atinge 120 me
tros na Serra de São Pedro.

A Formação Botucatu e Piranbóia alén de arenito,


-30-

argilito e congloneradÒ engl-oba inúmeros pequenos corpos nag


náticos intrusivos. Diques de espessura variando de 0,5 a 4
metros são cornuns na Formação Pira¡nbóia, ocorrendo rnais rara
nente na Formação Botucatu. A presença de corpos magmáticos ho
rizontais e tabulares, ''si11sr', foi assinalada no topo da For
nação Pirambóia (R0SIO,op.cit,) .

O perfil geológico Itirapina-Serra de Brotas (BÕSIO,


op.cit.) nostra corpo bãsico nas regiões de Carnpo Alegre e
um
Brotas. Estes corpos foram interpretados como si11s pela posi
ção estrati grãfica dos mesmos. Eles se achan localizados na
zona de contato entre as Fornações Piîambóia e Botucatu ã se
melhança do sil1 da Serra de Santana o qual parecen estar re
l ac ionado s

3.1.3 - FORMAçÃo SERR GER{L

A Formação Serra Geral é representada pelos derra


mes de basalto eocretácicos, os quais ocoÌrem nas Serras de
Itaqueri, São Pedro, Santa Maria cla Serra e Brotas;formando o
chanado Planalto Ocidental.

As espessuras são variãveis, sendo a naior delas de


160 metros na Serra de Santa Maria da Serra, dininuindo no
sentido leste até atingír 80 metros na Serra de Itaqueri, sen
do que em alguns locais foi total¡nente erodido (mapa 1 -Ceolo
gia, em anexo).

O derrame basáltico é geralmente constituído de três


canadas, A inferior é caracteri zað,a po'r uma zona con diaclasa
¡nento horizontal, aspecto vitreo e grande densidade de peque
nas vesícul.as. A superior apresentada as nesmas característi
cas sendo que há meno¡ densidade de vesículas e estas são maic
res. A porção centrâ1 caracteriza-se por u¡n basalto rnicrocris
talino, compacto, con diaclasamento vertical pouco denso.

Entre um derrane e outro pode haver ocorrencia de


_ 31_

blocos de arenitos englobados. Esses xen6litos apresentan


urna auréola de netarnorfismo de contato dada pela co loração
nais escura e maior coesão do arenito.

s.I.4 - FORMAçÃO BAURU

A Formação Bauru ocorre nas quadrículas napeadas,, so


bre o planalto, jazendo em discordância erosiva, geralnente
sobre a Formação Serra Geral. Ern alguns locais, corno ocorre
na Folha de Itirapina (NE da área), o Arenito Bauru repousa
diretanente sobre a Formação Botucatu..

A fornação 6 constituída por arenitos de cores di


versas, branco, amarelo, avermelhado, feldspático, normalnen
te rnaciço. A base da fornação 6 representada por arenito con
glomerático, con seixos de quartzo, quartzito e predominante
mente de magmatitos básicos parcialmente deconpostos.

Os afloranentos que ocorrem nas bordas da Serra de


Itaqueri e nos arredores da cidade de ltaqueri de Serra cons
tituen-se de conglomerados, que jazem sobre a Fornação Serra
Geral formados de seixos de quartzo e quartzito extrenamente
cirnentados por sÍ1.ica. A espessuÌa deste cônglonerado chega
a atingir 30 netros nos bordos da Serra de Itaqueri.

3.1.5 - COBERTURA NEOCENOZOICA

Esta cobertura abrange os seguintes tipos de sed!


mentos neocenozóicos: depósitos de talude, depósitos coluviais
arenosos, e depósitos arenosos da Fornação Rio Claro.

Apesar de.. não ter sido deli¡nitada nos mapas geoló


gicos anexos, a cobertura neocenozóica abrange grande exten
são na área ocorrendo nas regiões de São Pedro, de Brotas,de
Itirapina e Ipeúna.
-32-

Os depósitos de talude ocorreln nos flancos das Ser


ras de São Pedro e Itaqueri. Constituem-se de areias e frag
nentos de basalto parcialmente intenperizados.

Os depósitos coluviais arenosos ocorrem na região


de ltirapina, Canpo Alegre e Brotas e são provenientes do re
trabalhamento do i\reni.to Bo tuca tu .

Dois fatos poden ser citados no que se refere aos


depósitos arenosos neocenoz6icos: a ocorrência de voçorocas
e presença de vegetação do tipo, cerrado são caracterÍsticas
para esse tipo de depóstio

A cobertura neocenozóica é constituída de sedinen


tos provênientes das forrnações que ocorren nas vizinhanças.
Assin a coloração do depósito reflete a sua origen. Depósi
tos areno-argilosos tendo como fonte as fornações Botucatu e
Serra Geral , possuen cor vermelha escura, enquanto os areno
sos, originados da Formação Botucatu, apresentan tonalidades
claras.

3.2 H I DROGEOLOGIA

Os aspectos hidrogeológicos, aqui considerados, re


ferem-se sonente a parte aflorante das fornações aquíferas da
área (rnapa 2 - Hidrogeologia, em anexo). Ao final do capítu
10 tenos urn quadro comparativo de suas principais caracterís
ticas (Quadro 1) .
3.2.F ZoNAS AQUÍruRAS OO *p¡,lRçÃO ESTRADA NOVA

Esta fornação está presente em cerca de 10% da 'area


estudada, ocorrendo na sua parte sudeste' os fácies napeáveis
constituem-se de siltitos arroxeados e lentes rnaciças de are
nitos finos. 0 anbiente de deposição destes sedinentos, mari
nho e salobro, assi.n cono sua grande heterogeneidade granulo
n6trica, cimentação calcÍfera e compactação, não favorecem o

.desenvolvimento de aquíferos de grande extensão' Quando ocor


rem estão localizados nas lentes mais arenosas, porén a sali
-55-

nizaçã.o da âgua é relativanente a1ta, notando-se na â'reä


anostras con até 500 mg/1.

A exploração rnais conun das águas desta forrnação é


feita através de cacimbões não revestidos, não sendo notado
neste contexto nenhuna captação de fontes ou surgências.

A perneabilidade 6 baixa na sua cornposição síl tico


argílosa, podendo passar a nédia na porção arenosa, mas. no
conjunto fica' prejudicada pelas interdigitações destes fácies.
os dados disponíveis situam-se en torno de l0-7 a 10-8 ¡n/s e
I0-4 a 1o-5 m/s, respectivanente

0 nÍve1 d'água pot poços aí perfurados atingen pro


fundidades de at6 15 netros, estando em m6dj.a ao redor de 10
metros.
0 nanto de intemperisno nesses sedirnentos é pouco
desenvolvido 1 talvez devido ã sua conpactação e/ou cinenta
ção. Este caráter de quase irnpermeabilidade é ben ilustrado
pela intensa rede de drenagen existente neste contexto.

s.2.2 - srSTEMA AQUIFERO BOTUCATU

Localizado nos litofácies Botucatu e Piranbóia, es


te aquífero ocupa cerca de 62e" da â'rea, ocorrendo ao sul e
norte da Serra de São Pedro e Itaqueri esculpidas nas rochas
da Formação Serra Geral.

Estas formações, de anbiente aquoso continental e


eó1ico, contém arenitos, siltitos e folhelhos (For¡nação pi
rarnbõia) e arenitos bern selecionados de a¡nbiente eõ1ico( For
nação Botucatu) .

Este aquífero ocupa na área as zonas de altitudes


nais baixas (450 a 700 netros) e pela sua extensão e qualirle
des hidrogeológicas é o nais irnportante da região. A sua fei
ção napeável é constituÍda de arenitos grossos a médios, não
-34-

sendo observado nenhuma ocorrência argilosa ou siLtosa,


não ser próxino aos contatos con os basaltos e diabásios.

A alimentação ou recarga é feita por infiltração di


reta das chuvas, en toda sua extensão, pelas diversas fontes
existentes nas escarpas da Formação Serra Geral , ou, en gran
de parte, pela represa de Barra Bonita, situada ã sudoeste da
zona de es tudo.

0 nível do freático nesta formação é bastante raso,.


isto é, nenos de 5 metros ern quase toda a extensão do aquífe
ro, provocando o aparecinento de ressurgências de depressão e
zonas alagadiças (no norte da área) . Tanb6n devido serem estcs
sedinentos de alta permeabilidade, as variações sazonais do
níve1 são bastante grandes, podendo atingir de 2 a 3 metros.

A vegetação pobre existente neste contexto geológi


co reflete as elevadas perneabilidades ali existentes, respon
sáveis pela lavagem excessiva dos sedimentos em seus nicronu
trientes.
Os valores disponíveis de perrneabilidades desta for
nação dão u¡na média de ó.10-5 m/s, variando de 10-4 a 2.10-5
n/s respectivamente para a Formação Botucatu e Formação Piran
bóia. O solo resjdual destas formações na ârea ,
perneabilidades estimadas de I0-'a 10-'"apresentan,
rn/s, Coeficiente de
armazenamento deste aquífero é cla orden de 2.10-1 a 10-1 en
seus do¡nínios de aquÍfero livre e-.sua transnissividade é tida
cono em torno de 8.ro-3nz /s,

A explorabilidade deste sistena nesta região, está


condicionada ã existência de ressurgências, que ocorre¡n ao lon
go das pequenas deprcssões locais. Sonente dois poços tipo ca
cinbões foran encontrados en toda extensão ða ã,tea pesquisada.

3,2.3 - ZoNAS AQUIFERAS DA IÐRMAçÃ0 SERRA GRAL

Estas zonas aquÍferas estão representadas en apenas


5å da ãrea, aparecendo nàs escarpas da Serra de São Pedro e Ita
-35-

queri e parte do pl-analto superior da Serra de Itaqueri. As


zonas aquíferas estão situadas en arenitos intercalados aos
derranes basálticos, zonas mais intensanente fraturadas, con
tatos intertrapps e manto de intenperismo.

A recarga deste aquÍfero é feita díreta¡nente pela


infiltração das águas das chuvas en sua zona aflorante ou atra
vés de cobertura de arenitos da Formação Bauru, quando soto
postos a ele.
0s níveis freáticos existentes neste contexto são
bastante variáveis de subaflorantes até 15 netros de profun
didade. Isto cstá ligado ao comportamento mais rnovi¡nentadã
da topografia associado ao caráter hidrogeológico muito hete
rogêneo des tas rochas,

0s valores de perneabilidade desta fornação vão de


10 " a 10 " m/s para as estruturas de contato e juntas-falhas
-7 -(

horizontais, até inferiores a I0-7 n/s em estruturas verti


cais cono as diaclases de pequena extensão.

A captação deste aquífero é ben diversificada na


região prendendo-se sernpre ã facilidade de obtenção de água.
Assim, temos captações de fontes preferencialmente ãs de po
ços cacinba, Normalmente, esses poços estão 1ocalÍzados nas
partes altas e planas da região, onde não existem fontes.

A potabilidade das águas é ótima, sendo que a sa


linízação total situa-se ao redor de 30 ng/I. Devido a gran
de permeabilidade das zonas fraturadas, poden ocorrer, e¡n 1o
cais isolados,poluições advindas de adubos, fungicidas e cur:
Tais, localizados dentro dessas zonas.

3.2.4 - SrS'|EMA AQUÍFERO BAURU

O siste¡na aquífero Bauru esta contido nos litofá


cies da Forrnação Bauru e Caiuá. Na região somente são encon
trados sedimentos da Forrnação Bauru, constituídos de areni
-36-

tos grosseiTos, de coloração branca a levenente averrnelhada,


na quase totalidade friável, a não ser próxino a Itaqueri da
Serra, onde pode ser notado un aflorarnento con escarpas arg
nÍticas duras.

Ocupando a parte nais alta do planalto central , co


bre 20"ø da ârea napeada. Este posicionanento topográfico faz
con que sofra intensa percolação. A água aÍ infiltrada tanto
pode ser cedida às zonas aquíferas da Formação Serra Geral
subjacentes como sair ao longo dos contatos com o substrato
basá1tico imp e rrne áve I

0s poços cacimba situados nas zonas nais altas des


te aquÍfero acusaram urna profundidade de nÍvel freático ao
redor de 10 metros, existindo ressurgências nos talvegues e
pequenas zonas alagadiças, talvez devído a variações faciolõ
gicas da própria Fornação Bauru,

A permeabil-idade deste aquÍfero pode variar de 5.10-6


a 10-5 m/s em outras zonas da bacia, sendo que na área e1a
pode atingir at6 10-3m/s, A potabilidade destas águas é exce
lente, não se constatando nenhum elemento restritivo conumen
te assinalado, na bibliografia regional.

3.2.s - ZONAS AQUÍFERAS DO DrABÃSIO

Ossills de díabás j.o, ocupando 2% da ãlca,.estão presen


tes ¡ìa parte nordeste (Itirapina) e noroeste (Brotas). Apre
sentarn zonas aquÍferas semelhantes ãs do basalto da Forma
ção Serra Geral , tanto na sua forma de ocorrência quanto na
sua explorabilidade. Os níveis do 1ençol freático tanbérn são
semelhantes, sendo que nas partes altas deste corpo rochoso
foi constatada una profundidade de 5,4 netros.

3.2.6 - ZONAS DA PLANÍCTE ALT.JVIAL


^QUÍFERAS

A planícié aluvial ocupa 1% ða ârea de estudo, es


-37-

tando presente nas vârzeas próximas a Brotas e Itirapina.

Seu entulhanento se deu a partir dos sedinentos de


sagregados das formações Bauru e Serra Geral , que sofreram trans
porte e deposi.ção, proporcionando born selecionamento e inten
sa lavagem dos grãos, dada a alta competência dos riachos
que de s cern as escarpas

aí existentes mostram níveis freá


Os poços-cacínbas
ticos entre 1 e 2 metros sern efeito acentuado de variação
com as es taçõcs sazonais.

Sua perrneabilidade é nuito variáve1, dependendo do


tipo local de se<Iimentos. Portanto pode variar de 10 " a
10 " m/s,

3.3 - QUALIDADE DAS ÃGUAS

As águas subte.:r¡âneas não são quimicamente puras ,


elas contám se¡npre urna maior quantidade de sais ern relação
às águas de superfície. Porém se apresentam relativanentenais
puras, en ternos de potabilidade, d.ispensando os onerosos pl'o
cessos de tratanento. Entende-se por "água pura", uma água na
turalmente desprovida de inpure zas, não poluída e de conposi
ção química própria ao consuno.

Todas as rochas ou solos contêrn,ern proporções diver


sas, ninerais ou substâncias rnais ou nenos solúveis, lixiviá
veis. A concentração de sais solúveis nas águas é, em ú1 tirna
análise, função das condições de escoamento,e de. diversos fa
tores, tais como os clináticos, morfológ j-cos e hidrogeológi
cos. Tudo que desfavorece ou retarda o escoamento natural en
superfície é un fator de concentração de saís nas águas.Estes
fatores podem ser fracas declividades, depressões fechadas,es
coamento clef icitário devido a evapotranspilação intensa e bai
xas pe rme ab i 1i dade s '
QUADRO CARACTERÍSTICAS DOS AQUÍFEROS

ROCFLA EXTENSÃO ESPESSURA PERMEÄBILIDATE TR.ANS{ISSTVJDAXE


AQUfFEROS
TIPO FOR\,ÍAçÃO 6n2 (n) (m/s ) G&s)

ZONAS AQrrrFÊR. A¡eia fi¡a,


FORM. ESTR.ADA Silte e Estrada Nova 285 t0 10-L a10'-1
NOVA Argi la

SIS1EMA AQurF. Areia fina a Botucatu


BOT'I]CATU grossa Pi¡ambóia 7.767 300 10 " a l0 " 3 a 3.10-?-

ZONAS AQIIiFER. Basalto e


FORM. SERRA Serra Geral 143 7 L20 10-at0' 1,2 x 10-l '
Arenito
GRAL "1, z 1o-5

zoMS AQrriFER. Areia grossa a


_)
BAURU fira e silte Baun-r 513 l8 50 1o-3 a 10-6 5.10 '
a
5.10-q."
zONAs AQufïER. Areia fi¡a e
M DIA3ÃSIO Diabásio Si11s 57 z 10-3 a 10
-7

ZONAS AOIIÍFER. Areia grossa a


DA PI-ANICE -') _(
A],T]t/1AL
fina, silte e Alur¡ião 28 1 I0"a10"
arsila
:.3?3_q:_q::3:-q::.:.-q3:i-q:._q:.1i.39 ir.r.q8.qr.s.s.s.s.s.qqr.8.s.s.s.s.r.r-qqs.s.s.8.s.8.s.s.qs.r.r.B.s.s.s s.r.s.s.s;;;
co
v tviúvtvvtltïviîiìiiîiiiiiiiiîiíiiíîiiiiíiiîiiíiiiîiíîîiííiiîîiííîíîîîîiîíî
o- ããããã5ãã333333333333::333:33333ì"ì:33333333833:3533333133:313:å333*3:å:s33::
vyvyv vvvv vvv. vvv vv.vvv t t t v v - v - I - v v - - i i i i i - - ' vv v
ro
35:-q$33::33:3531-=3:*i51-q5:i53:-q33933ï31:33i"q3333iÌ333A3F3$1:i133333333Ì331:
z v vv --tvtvvv ì yvv y
N
zo iËiiiîiiîiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiäiiiiiiiiiiiiffi iäi#i;;;m;*,=,r,=,;
õ 5:;:Ì33ãî5333133333Ì33333131:3i3335.33:33iãî3ã3331133i3*5Ë
331:3Ì3i3:.:.33:133.33
ov ãÌ*95^5:331::-:ä3Ïiî:i1:.3åiI:1Ì-qli 3i3Ì: Í3i1Ë*:girgS133g3:5 i: f::5:.ti9s*3_q: i3:
Ø
d
T ;;5i*$1$is[;i:åi;aiijlãitiiã;li*t-4iå3*BÍ]3t?35;Ê3i:ii:iii;âå;îl;isãsl;;i;t:i
U)
=
c'l
o'
g
iiiiiiiiiiiiSäiii;äiiiäiäiiiiii;iäiiiäiiä3iiääiiiiF?iiiiii;ii;ä3äiäi;i;3iiî
(J
Ëiii?iiã f;ii?i3ig;iîiF ï;;?ïgî333333333å33:s53:33;s3s:.ss 3s 3å3"q3s3ss"qs 3ãs33s
l
i._3.i.ii.i._3.99s3.T.S3.8.q3.qq3.ts 3.€.qiiî i?iiii-e.cî.igcqqqs.qqqqs.s.s.qqqqs.s.qqs.4s.s.s.s.ìqf.qe.EEEs
õoêêêocjèoêê,...,ê.<rcrcr<rd<j.;dèôèo ....-.J;.;.;. 4s
Li-J
vvvvvvrvvvvvvvvvvvvvvvvv i vvvvi i i vi i nvvvi Ì vvi i vvvvvvvvvvv vvvvvv a
J
c ::'r33333333353"=335:;.53-q"qB3:.33333:'3s3333s"q33"q99.39:.3"q359. z
NI 33333i33:333s339g33:
v vvv vvvvv vvvvv! v tt t t - v - V - V V - V V i i - V V - " V V v v v v v .v vv v vvvvvv v
-o
È Á
tii+frrîfi!=Ëiriî;iiä;iiiä;iiiiiii;iäiiiffiäiiiääi;iäiiiiîiis,=,i*,i*,iï
¡
(J ii;iii;iiiiii;i3îiïi;;iiî;;ii;;;iiî;iiiiiiFiiiåiFr;iii3,
I
<n
i3;3, ;is, 3, s,
f
l
(/)
z ãF33îã3ä53353353333353535;3ã3i333?r;#3ãl¡sF3?3s3s3ã33ãs5:3.3u.5sii33sF:333ss tlJJ
j
iiiiiiîËiîii3îiiîi3;ËË?ii3;iii3iii33sîii;rF?iãiii33iäFts,:i31,3,3,ËË Õ
c
¡Õd)
:;331iu3i333;33:.33F3å33:333Fi33ããi:iiiÊFãFB33sg3¡;iii;3i3s35;5ã3353iãF3933siã F
c) 5355ii3i531ii;i;ä
LL
iiilfiil;ãîrì::gîî3;i333¡s3353:ii3i?;;5;;;;;;:;eisssiã3iiã
siiiiiãFãiãã3;iiiFiã1ïiãrããi:F;i;3ä;ãsiFli:]ãFFFr33:ã333s! eFi:33ãe 3, 3:s3!3ss3
tv $ã31ii33å333ii13333:1î33ã;35ã;:r533se3ãrîåi¡Fstãs:i3ãi3iîs335ãpiiã35sãi*ãããiiãl
\¿ 35 43:.3333 13 15 9 : 31 i *i ñ l 3 53llt
z
(f

crr s,ã.i.P.44ñ.$.4'ì:qnqqs.qqqErqs:s$.s13i3:3ii;31533"43.433Í5-qtilì1ì.i-Rgqgp.s.F.qs.463eR855683
oNdooddó ci;Àè dr ñ Jj jd d j j dd..i j j .id d.i d ei J rí .j.;.; <j;<i J;; d -i¿idei j êi.' J.j .i "i d; -i;
"i,,i ".i
0
O
é¡i€333â39Êi::1r9plì?EÃl¡ilíÌt$ptìn8,îìTB3ràffR9ãS9;ç9ìggSdSnBgsâgs36ësðg3B€gFFÈÉFKRÈRR
cÁ¡.cur,o oo Enno - cHoELr,ER
(e) s (L962)

e= roo. rp - rn {rn= soÐa dos eletropos ítívos (neq)


rP + in soma eletronegativos (rneq)
L."=

I J45
r.@n¡Irrrrrr¡LiFffirrllt $.rrrrrrT1 > ètro
8 9 13 14 22 23 26 27
Fie.7 - I{ISTOGRAMA REPRESENTATIVO DA Z DE ÊRRO XES ¿¡Ãi,rSNS
7"
-41.-

A qualidade de u¡na água está definida por sua coin


posição, e o conhecirnento dos efeitos que poden causar cada
u¡n dos elenentos que ela contén ou o conj unto de todos eles,
permite estabelecer as possibilidades de sua utilização. Des
te nrodo,elas podem ser classificadas, de acordo com os lirn!
tes estudados, para o enprego em bebidas, agricultura, indús
tTia, etc, Dentro de cada un destes grupos existem usos espe
cíficos, con novas classificações e novos campos de aplicação,
cono por exemplo a utilização de água salobra , class.i.ficadas
como não potáveis, en instalações donésticas que não si¡vam
para beber., tais como uso sanitário e para li.mpeza ern gera1,
No íntuito de se conhecer nelhor a qualidade das
águas da região, foi procedida una coleta de 75 amostras, se
guirrdo un critério de locação rnais representativo dos diferen
tes tipos de aquíferos. Das 75 amostïas coletadas, 20 foran
ernpoços rasos (cacimba) e 55 foram de fontes e/ou ressurgên
cias(descrição do loca1 e litologia en anexo).

Cada amostra foi coletada e¡n dois frascos de 0,5


litros, sendo em um deles adicíonado 0,5 m1 de clorofórmio e
no outro 0,5 nl de ácido su1 fúrico concentrado, corn objetivo
de fixar os voláteis da amostra.

Foram analisados 25 elenentos, a saber:cátcio(Ca),


nagnésio (Mg), manganês (Mn), amônia(NH4), sódio (lva;, potãs
sio (K), ferro (Fe), silício (Si), atunínio (41), bário(Ba),
cromo (Cr), cobre (Cu) , chunbo (Pb) , zinco (Zn) , Prata (Ag) ,
cádnio (Cd) , níquet (Ni) , arsênio (As) , boro (B) , nirrato
(N0S), nitrito (N0Z), sulfato (S04), fósforo (P), cloro(C1),
e bicarbonato (HCOr). 0s resultados em mg/1 são apresentados
na tabela 1.
Para uma nelhor interpretação <ia conposição quÍmi
ca, os valores de mg/1 foran transfornados em meq/1. Calcu
1ou-se o erro relativo, segundo rnétodo preconizado por SCtlOF.l
LER (1962) e, conforne mostr:a o histograma da figura 7, somen
te 6,7'." apresentaram erro superior a 5%, considerando como
limite máximo.
-42-

Utilizando-se o diagrama proposto por PIpER (1944)


verificou-se que as águas corresponderam a quatro fanílías
distintas: ( gura 8)
f i.

- 32,8e" são cal-conagnesiana sulfetadas


60,0% são calconagnesiana bicarbonatadas ou car
bonatadas.
- 5,0% são bicarbonatadas ou carbonatadas sódicas.
- 2.2e" são sulfatadas ou cloretadas s6dicas,
correspondendo em grande parte ãs diferentes litofácies pre
sentes na área de estudo.

Quanto ã potabilidade apenas as ãguas das zonas aquÍ


feras da região sudeste da ârea provenientes da Formação Es
trada Nova, apresentan sabor salobTo. As suas características
químicas, no que se refere à mineralização total, indicarn teo
res de até 500 ng/l. Quanto aos outros parâmetros, destaca- se
o Fe que atinge valores acima do limite de 0,3 mg/l em cerca
de 18,5% das amostras.

Quando a âgua é destinada ao consuno humano,ela não


deve conter bact6rias patogênicas e agentes de poluição noci
vos para o organisno. Ela deverá ser doce, ou seja, a ninera
Iizaçáo total não deve ultrapassar os limites de toterância
fixados. Uma concentração de 500 mg/1 corresponde ao linite
superior de salinidade de u¡na água doce, nas en zonas áridas,
águas con at6 2000 ng/L sáo adnissíveis pa:^a o consumo hunano,
conforme as normas da O'rganízação Mundial de Saúde e geralmen
te aceita pela naioria das nações do globo.

Portanto, analisand o a 'area globalmente, pocle¡nos ili ]

zer que, até o momento, e1a contém águas de e*."l"rrt", qrufi .

dade, excetuando-se algumas localizadas dentro de áreas de


cultivo,evidenciadas pelos teores rnais elevados de fósforo, e
pontos situados na parte sudeste (Fornação EstTada Nova) onde
o gosto salobro esta assocíado aos naiores teores em magnésio.

No mapa 3 - Qualidade das águas (anexo) procurou-se


Fìq.8 -DIAGRAMA DE ANÁUSE DE ÁGUA (PipeT 194.4)
-44-

'f
azet uma representação nais visual de seus conponentes, uti
lizando para isto eixos escalares proporcionais, podendo en
tão o observador, à prineira vista, conparar as variações
dos elenentos componentes. Os valores aí utilizados estão em
neq/L.

4, 00Mp0sIçÃ0 Ë ANÃLisE ms FAT0RES CoNDTCTOMNTES

Para que possanos fazer una aná1ise dos fatores con


dicionantes en Geologia Anbiental, faz-se necessáTio a conpo-
sição de vários napas t6cnicos, tais corno o de cobertura, de
clividade, vulnerabilidade, os quais visan definir constantes
das condições geológicas e propriedades dos solos corn vistas
â irnplantação dê distritos urba¡Ios.,industriais e toda uma infra
estrutura a eles ligados (estradas, ruas, dep6sitos de 1ixo,
fossas, cernit6rios, áreas de Lazet, etc).

Estes napas, aqui apresentados, ten como objetivo


funda¡nental nostTar a região como un todo, não dispensando una
canpanha de detalhanento local para a inplantação de una obna.

A docunentação cartográfica básica utilizada consta


de -folhas de Brotas, Itirapina, Santa Maria da Serra e São Pe
dro, fornecidas pelo Instituto Brasil-eiro de Geografia e Esta
tística na escala 1:50.000. Foi adotada a escala 1: 100.000 na
apresentação por tratar-se de un estudo a níve1 regional.

Foí desenvolvida una canpanha de campo convencional


de napeamento geológico e anostragen de água, geologia de co
bertura, aspectos geonorfológicos de inclinação e localização de
áreas aproveitáveis corno materiais de construção. Dados de Geo
tecnia forarn extrapolados de áreas sirnilares de ocorrência des
te tipo de cobe rtura,
-45-

4.1 - CARACIERfSTICAS MS MAïERIAIS XE MBERTURA


(rnapa 4, em anexo)

. Os solos constituern um dos prirneiros obstáculos en


contrados pelas águas de infiltração, provenientes das chuvas,
transbordarnento de cursos d'água e despejos em geral caracte
rísticos dos complexos urbanos. A sua ca'racterização consti
tue, portanto, informação indispensáve1 ã aná1ise dos aspec
tos de Geologia Ambiental com vistas ao uso e preservação das
águas do sub-solo. Os solos repiesentam importantes reserva
tórios de transferência de âgua até o aquífero

A caracterização destes nateriais foi possÍve1


pelo grande núnero de ensaios jâ real-i.zaâos nestes s edi¡nentos
(SEIGNEMARTIN,1979) e por controle de canpo efetuado durante
a carnpanha de mapeamento.

Tendo cono prenissa que todo o solo tem sua origen


ligada ã decornposição das rochas (intenperisrno e erosão) sen
do seu ¡necanis¡no de formação ligado a processos posteriores
como transporte, deposição e evolução pedogênica, e mais a
natureza da rocha-nãe, o clirna e a topografia, surgiu urna
classificação para esses nateriais onde pontifican os seguin
tes tipos básicos na região:

4.1.1 - COBËRTURAS RESIDUAIS

São solos provenientes da decornposição e alteração


das rochas rrin situ", onde o transporte 6 inexistente ou pra
ticanente inexistente. Sua principal característica é a angu
laridade dos grãos minerais que os compõern como no caso dos
provenientes do basalto da Fornação Serr:a Geral , quando tenos
blocos de rocha envolvidos por naterial totalnente alterado.

Na região ternos três tipos de coberturas residuais,


que sao:
4. 1. 1. l - SOI,0S nESTDUAIS DAS roRMAçoES
PIRAMBOIA, BOTUCqTU E BAURU

Estes solos representam da região, sendo cons


77%
tituídos de naterial homogêneo, não se rnantendo as caracterís
ticas da rocha-nãe.
Na classificação unificada de solos (VARGAS,1978 ),
ele 6 enquadrado como tendo un sÍmbolo de grupo S.W., tendo
cono característica areias ben graduadas, pedregulhosas, con
pouco ou nenhurn fino, proporcionando alta perneabilidade
neste contexto geológico.

4. 1. 1. 2- SOLOS RESIDUATS DA rcRI\4AçÃo SERRA GERAI


E DIABÁSIO

Estes solos representarn 9e" da 'a,rea,constituíndo-se


de blocos e naterial alterado, podendo haver una :coexistência
de anbos ou sonente un solo areno-argiloso desenvolvido.

Naclassificação unificada de solos (VARGAS,op.cit),


este tipo de solo recebe o sÍnbolo de S.M., S.C., S.W e L.M.
tendo cono característica areias siltosas a argilosas, con
mistura na1 graduadas de areia, silte e argila, sem una per
neabilidade definida, notívada pela variação 1ocal das carac
terísticas granulonétricas.

4. 1. 1. 3- SOLoS RESTDUAIS DA roRI4AçÃO


ESTRADA NOVA

Estes solos estão presentes en I}e" da ârea, repre


sentados por solos areno-siltosos, ou solos argilosos, com
pouco desenvolvinento.

Na classificação unificada de VARGAS (op.cit.)este


tipo rle solo recebe a denoninação de S.C., L.M. e L.C., cons
tituindo-se de si1te, inorgânicos e areias rnuito finas, alte
ração de rocha e areias finas siltosas ou argilosas corn pe
quena plasticidade. A perneabilidade destes solos é baixa de
vido a grande concentração de finos.

4.I.2 - SOLOS TRANSPORTADOS

São os materiais originários da decomposição das


rochas, onde o fator transporte 6 evidenciado. Conforne a ação
desse agente estes solos são deno¡ninados aluviões, coluviões
ou talus.
Na área estes três tipos coexistem sendo que o ta
lus existe no sop6 das serras de São Pedro e ltaqueri, assin
cono os coluviões. Ambos são frutos das escarpas da serra
evidenciando tonbo por ronpimento de blocos e pouco transpol'
te. Devido a escala do mapa eles não são representados.

Os aluviões recobrern 4e" da á,rea sendo fruto de mg


teriais transportados por água corrente. Sua granulometria é
gradacional,evidenciando a cornpetência sazonal das correntes
superficiais, podendo ser enquadrados na classificação unifi.
cada de solos (VARGAS, op.cit.) como pertencentes ãs classes
G.C., S.M., S.C., L.M. e L.C., tendo como seus constituintes
característicos areias ben ou nal graduadas, con frações síl
ticas e argilosas en proporções variadas. A sua perneabilida
de é variada, dependendo da maior ou nenor homogeneização de
sua g ranul one tr i a

4.2 - DECLIVIDADE (napa 5, em anexo)

A declividade dos terrenos é fator básico condicio


nante do ternpo de pernanência do 1íquido infiltrável no so1o,
Na ¡nedida en que a declividade cresce, menor serã o tempo de
permanência do líquido em contato corn o solo, engendrando un
escoamento superficial muito rápido, não havendo portanto tem
po para que a infiltração se verifique.
-48-

Tambén na impl-antação de urn conplexo urbano, os må


pas de declividade ou de inclinação de teîrenos ou clinomé
tricos são indispensáveis. Para a obtenção deste, foi utili
zado urn mapa topográfico plani-altinétrico con a ajuda de un
ábaco que servíu para transfornar as distâncias entre curvas
de nível en percentagern de inclinação a intervalos previamen
te escolhidos (DE BIASI ,1970; LIBAUD, 1975).

Quando da implantação do conplexo urbano, este ne


pa ten una utilidade econômica bastante grande, principalnen
te no custo de instalação e facilidade de escoarnento dos 1Í
quidos.

Vale salientar que os significados são bem distin


tos con relação aos interesses geot6cnicos e hidrogeológicos
no que tange a escoamento lÍquido, pois a recarga dos aquÍfe
ros 6 enorrnemente favorecida em terrenos planos enquanto, co
no veremos adiante, a rêde de esgoto ou de adutorag de água tem
que ter um certo desnível para poderen funcionar.

Para rnelhor cornpreensão deste napa- Declividade(ane


xo) r foram adotados os seguintes percentuais de inclinação -
(convenientes na escala adotada) :
- menor qve zeo - 6tima para implantação do comple-
xo urbano;
- 2 a 5q" - muito boa para a implantação do cornple
xo urbano;
- 5 a 15% - boa a razo'aveL para a implantação do
conplexo urbano;

naior que 15% - de restrito a inpróprio para


implantação do conplexo urbano,

Inclinações de 0 a 5å são õtimas àinstalação de si.:


tenas de saneamento, sendo que as próxinas de 0% são restri
tivas a este tipo por dificuldade de escoamento; 15% seria o
línite da faíxa ótima ã instalação de pistas de rolamento e
sistenas sépticos, sendo que maiores que este índice são des
-49-

favoráveis a qualquer tipo de cornplexo urbano, a não ser ifi


plantação de residências, quando tenha suporte geológico.

Na região de estudo a rnaioria dos terrenos ( cerca


de 80%) esta na faixa de 0 a 5%, e o restante nas faixas su
periores, nostrando que nela, apesar de termos a presença de
serras escarpadas, seus terrenos são relativamente planos.

4.3 - PERMEABILIDADE

0 estudo macroscópico do comportanento de um rneio


poroso é extraordinarianente conplexo dada a forma complica-
da dos poros e canalículos pelos quais deve círcul ar a ã,gua.
Podem ser estabelecidas leis que consideran o neio contínuo
con propriedades definidas. Estas leis estão baseadas en três
parânetros fundamentais que são: a perneabilidade, a porosi
dade e o coeficiente de armazenamento.

0 paremetro fundanental neste trabalho é a permea


bilidade dos nateriais de cobertura ligado diretarnente com o
tipo de ocupação do solo e com a quantidade de água infiltra
da que irão recarregar os aquíferos.

Na região estudada, a perneabilidade dos nateriais


de cobertura está condicionada a dois grupos principaís de
so1os, caracle'rizados pela sua hornogeneidade granulonétrica
superficial , no caso dos solos provenientes das fornações
Bauru, Serra Geral , Botucatu e Piranbóia, e por una heteroge
neidade no caso dos solos provenientes da Fornação Estrada
Nova e Aluviões.

0s solos honogêneos apresentam uma alta permeabili


dade, da ordem de 10-1 a 10-3m/s, ocupando cerca de 80% da
ârea , constituindo- se nas zonas de recarga pluvial das águas
subterrâneas e.portanto e¡n locais a seren preservados contra ris
cos de contaminação ou poluição, principalmente em se tratan
do de região na maioria plana, com um potencial de infiltra
ção muito grande.
-50-

Os heterogêneos possuem una perrneabilidade bastante


variada, dependendo dos fácies 1itológicos que thes deu origen,
rnerecendo portanto, un estudo de detalhe 1oca1 quando de sua
ocupação,

4.4 - PROFUNDIDADE DO NÍVEL ESTÃTICO

Na região estudada foi feito um levantanento de ní


ve1 freático, dernonstrando este, estar, na naioria dos casos
en profundidades menores que 5 netros, ou seja en apenas 20e"
da ârea este se encontTou abaixo desta profundidade. Baseando
se nestes dados foi feito un napa de isoprofundidade das águas,
de maneira a caracteri zar a forma dos dife¡entes aquíferos,no
tando-se que o comportamento do nível era sernelhante en toda
a região, a não ser nas zonas aquÍferas da Fornação Estrada
Nova, devido a sua baixa permeabilidade (10-6 a r0-8 m/s).

Nornalmente, os altos topográficos correspondem a


maiores profundidades de níve1 freático e são zonas de reca.r
gas naturais pluviais, as quais deverão ter sua ocupação de ma
neira a nais controlada possívcl no j.ntuito da preservação do aquÍ
fero contra a po 1uição.

4.5 - VULNERABILIDADE (napa 5, ern anexo)

A prevenção ã poluição das águas subterrâneas inpli


ca em elaborar e difundir docunentos que sensibilizem a opi
nião pública e dos serviços responsáveis. Estes docunentos ela
borados deverão conter infornações que descrevam a existência
ou não de fatores naturais que protejam as águas subterrâneas
contra riscos de poluição acidental ou devido a negligências,
quer sejam de origem atnosférica ou superficial, puntual ou ern
grandes áreas. Isto 6 necessário pelo fato de que a desconta
ninação de aquÍferos poluídos é um empreendi¡nento longo e cus
toso.
- 51-

'A noção de vulnerabilidade dos aquÍferos à polui


ção integra diferentes fatores físicos e estáveis,determinan
do a situação em que se encontra o aquífero em suas condi
ções naturais, mais ou nenos exposto ã poluição a partir da
superfície do solo,
Estes fatores, de ordem hidrogeológica por excelên
cia, são apreciados "a priori" de uma rnaneira geral ,baseados
em conheci¡nentos geológicos e hidrogeológicos. Assirn, a vll
nerabilidade ã poluição pode ser objeto de uma cartografia
de classificação que constitua ao nesno tenpo un nétodo de
expressão e difusão de informações, de uma rnaneira ta1 que
seja compreendida pelas diversas categorias de utilizadores
da sociedade ou peLos responsáveis pela prevenção, mas nao
apenas þelos especialistas en hidrogeologia.

O napa de vulnerabilidade aqui apresentado (napa.-5


anexo), ten a finalidade de mostrar, segundo os terrenos en
contrados ern superfÍcie (mais precisanente naqueles onde es
tão contidos o prineiro aquífero, geralmente livre), as pos
síbilidades de penetração e de propagação dos poluentes nes
tes terrenos, onde estão ou estarão locados poços rasos e ca
cinbas captando âgua para alinentação, A partir deste mapa,
é possível definir zonas sensíveis nas quais una poluição po
de afetar gravemente un aquífero.

Osprincípios básicos que norteian a classificação


dos terrenos são a introdução, a propagação e a persistência
de poluentes. A introdução oú tempo de trânsito, se dá segun
do um trajeto quase se¡npre vertical de poluentes despejados
na superfície de so1o, através do solo e rochas não satura
dos en água. A propagação ou escoamento da água poluída, con
o movi¡nento natural da água do aquÍfero, pode ser nais 1en
ta ou nais rápida, segundo as características da rocha aquí
fera e do gradiente hidráulico, estendendo-se a distância.s
mais ou nenos longas conforne as condições de drenagem.O ter
ceiro fator é a persistência que, após a interrupção Ca causa ini
cial, está relacionada diretanente à renovação natural- c1a água do re
-52-

servatório aquífero.

No napa estão assinaladas por setas as direções pre


ferenciais de fluxo subterrâneo, dando u¡na idéia das providên
cias. a serem tonadas, caso ocorrese alguma poluição no aquífe
ro, podendo-se prever futuras áreas onde certamente ocorrerá
o fenômeno.
Tendo e¡n vista sernpre a escala do trabalho, definiu-
se nesta região quatro tipos de solos, com suas diferentes pro
priedades de vulnerabilidade frente ã poluição de seus aquÍfe
ros.

4.5. 1 - ALUVIÕES

São separados devido a sua irnportância e


condições
particulares, pois seus aquíferos são pouco profundos, estando
e¡n co¡nunicação quase direta con os cursos d'água superficiais,
principais receptores e condutores de produtos poluentes. No
¡nais e geralnente os aluviões drenan en parte as águas dos aqlÉ
feros adjacentes. Pode ocorïer una inversão do fluxo subterrâ
neo, na nedida em que haja una super exploração das ãguas sub
terrâneas ribeirinhas, caso o nível do rio se torne nais alto
que o nível do freático, fazendo com que toda a poluição super
ficial se propague no aquífero aluvial. O rnesmo fenôneno tarn
bén pode ocorret por transbordamento dos cursos d'água superfi
ciais, já que os aluviões nornalmente se encontÌan em zonas de
baixa altitude, nas vârzeas ou planícies de inundação.

A perneabilidade destes aquíferos 6 un fator condi


cíonante de sua vulnerabilidade, jâ que seu níve1 freático es
ta pouco profundo. Ela pode variar de 10-2 a l0-5 m/s,dependen
do de suas características litofaciológicas. pór6m, urna polui-
ção instalada neste contexto dificilmente teria condições natu
rais de ser deslocada devido ao baixo gradíente hidrául ico.
-53-

4.5.2 - TËRRENOS COM DIFERNNTES WLOCIDADES


DE PROPAGAÇÃo ¡, PorurçÃ0

São constituÍdos de terrenos aquÍferos fissurados,


onde a densidade das fraturas ou dimensões das fissuras são
os fatores rnais inportantes no fluxo subterrâneo. Neste sis
tena, os aquÍferos da Fornação Serra Gera1, tenos circulação
bastante râpida (da orden de ató dezenas de netros por dia ),
coexistindo con escoanento lento nos contatos intertrapeanos
ou no nanto de intenperisno, devido a diferentes cLasses gra
nulonétTicas presentes .

No caso de uma rápida circulação das águas, a fil


tração é bastante reduzida e a repercussão duma poluição de
superfície sobre um aquífero são sempre rápidas (ou inedia
tas), assim como tanbém râpida seria a sua despoluição caso
o efeito fosse controlado.

A espessura do terreno entTe a superfície do solo e


o nÍve1 freático pode en certos casos diminuir o perigo da
poluição ou mesno retardã-La, já que o solo deconposto aprg
senta una perneabilidade mais honogênea, menor que a das zo
nas fraturadas ou fissuradas, dificultando a chegada dos po
l-uentes ao aquífero.

4.5.3 - TERRENOS COM VELOCIDADES CONSTANTES


DE PRoPAGAÇÃo DA PoIUIçÃO.

Estes estão representados na área pelos solos das


fornações Pirarnbõia, Botucatu e Bauru, honogêneos en sua cons
tituição superficial. E¡n se tratando de aquíferos presentes
em 80% da ãrea de estudo, sendo de ótima qualidade,cuidados espg
ciais de proteção deven ser tonados para sua preservação.

Onde os níveis estão a pouca profundidade,as zonas


nornalmente são c1e naior gradiente e un foco poluidor aÍ 1o
caLizado poderá naturalrnente ser elininado por escoanento do
-54-

aquÍfero. Já no caso onde o nível freãtico encontra-se rnaib


profundo (12 netros), norrnalrnente zonas topo graf i camen te a1
tas, ondo se dá a recarga pLuvial, un foco de poluição aÍ locali
zaào darâ, com certeza, ¡nuito trabalho na sua eliminação, ,1g
vido ao seu alastranento no aquífero, podendo atingir grandes
áreas, até atingir as vertentes. Nestes contextos a perneabi
lidade pode variar de 10-2 a 10-5 m/s, mas são relativanente
hornogêne as na escala 1oca1.

4.5.4 - TERRENoS NOS QUArS AS VELOCTDADES


DE PROPAGAçÃO DA POLUIçÃO S.Ã.0 LENTAS

Estes terrenos estão presentes em 10% da área, sen


do constituídos por solos advindos da Formação Esttada Nova,
Devido a grande heterogeneidade de granulação, a perneabili
tlade é ¡nuito baixa (10-6 a 10-8 n/s) , fazendo com que não te
nhamos uma recarga efetiva nuito grande, daÍ ternos en suas
águas os rnaiores índices de nineralizaçáo total(pouca renova
ção) .

Nestes domínios os riscos de propagação da polu!


ção são função dos terrenos onde estão localizadas as fon te s
poluidoras e sua propagação é dificultada ã ¡nedida que se
aproxíma da rocha sã.

Se uma poluição chegar a atingir zonas aquÍferas ,


esta será nuito difícil de ser retirada, devida a baixa per
neabilidade do contexto geológico. As condições de propaga
ção da poluição nestas zonas aquíferas é quase nula, pernane
cendo local izadas próxirnas ãs zonas de ocorrência.

4.5.5 - CLASSIFICAÇÃO DA VULNERABILIDADE

Baseando-se nos parâmetros anteriores podenos divi


dir a área de estudo ern quatro categorias de vulnerabilidade,
respresentadas no mapa 5 anexo.
-55-

Aprineira representa as planícies aluviais que ,


alé¡n de serem os exutórios dos aquíferos superiores, são zo
nas sujeitas a inundações. Sua vulnerabilidade é nuito alta
pelos seus componentes granulométricos e pequena profundida
de do seu nível freático.

A segunda, classifica<la cono alta, represent4 os


solos arenosos das formações Bauru, Botucatu e Piramb6ia. Na
sua parte exposta possuen una permeabilidade da ordern de
10-1' a l0 -?" n/s, tornando-os muito vulneráveis a qualquer ti
po de poluição. Neste contexto cuidado especial deve ser to
¡nado corn as zonas de recarga pluvial (nais escuras no rnapa ),
já que são as únicas fontes de abastecimento destes aquífe
ros, podendo também ser una fonte de disseminação de poluição.

Na vulnerabilidade classificada cono nédia inclueg


se os solos originários da Formação Serra Geral. Esta pode
ria ser classificada como baixa se o sol-o tivesse alta percen
tagem de finos e se o nível freático estivesse a pïofundida
des apreciáveis, cono tambén poderia ser classificada de mui
to alta se estivessenqs en zonas próxinas a fraturas ou ilÍ
ve1 freático pouco profundo. Portanto neste contexto geoló
gico faz-se necessário um estudo 1ocal de detalhe para ter
mos idéia de sua real vulnerabilidade.

Vulnerabilidade baixa é encontrada en solos da For


mação Estrada Nova, devido a sua granulo¡netria tender para
os finos com baixa taxa de seleciona¡nento, 0s nÍveis freáti
cos destes solos são bem profundos, denotando a baixa pernea
bilidade deste contexto geolõgico, estando na ordern de 10-r
a I0-1' n/s. Portanto uma fonte de poluição aí localizada di
ficil¡nente teria oportunidade de se alastrar, permanecendo
então ern seu lugar de origen ou a poucos netros dela.

4.6 - POTENCIAL DE USO (mapa en anexo)

Fazendo-se una síntese da cartografia elaborada


-56-

foi possível a apresentação único napa final, cha¡nado


ern um
napa de reconendações da geologia corn vistas ã ocupação ra
cional do. ¡neío físico.

. A elaboração deste napa foi feito por processo de


elininação de áreas inþróprias, corneçando pela declividade,
passando para o de caracterização dos materiais da cobertu
ra, perneabilidade, nÍvel freático e por fim, o napa de vul
nerabilidade dos terrenos ã poluição.

fáci1 entendirnento, o rnapa de declividade eli


De
nina parte da â'rea com vistas ã ocupação, dado o alto custo
e dificuldades da implantação de conplexos urbanos ern áreas
com 15% para mais de inclinação. Estas zonas estão situadas
nas escarpas da Fornação Serra Geral, nas serras de São Pe
dro e Itaqueri, que en alguns locais, apresentam mais de 200
netros de de sníve1 .

A este foi superposto o mapa de característj.cas


dos materiais da cobertuïa, podendo assin seren elininadas
algunas áreas nas quais a cobertura não serviria ou não su
portaria um cornplexo urbano , a não ser com desprendimento
de altos custos, tendo eÌn vista as aptidões destes solos ex
postos no quadro 2, de acordo con VARGAS (1978), HOFMANN
(1976) e ROBERTS (I977),

Procurou-se, baseando-senas características dos


nateriais de cobertura nontar-se um quadro ( SEIGNEMARTIN,
1979) de potencial de uso destes terrenos,e os resultados ,
eipressos no quadTo 2, nos indicaram urn resultado positivo
para os solos das formações Pirambóia, Botucatu e Bauru¡ um
resultado zero para os solos da Forlnação Serra Geral e, bas
tante negativos para os solos da Formação. Estrada Nova e
aluviões
de geotecnia este zoneamento bastaria a
Em termos
uma classificação de ocupação, nas levando-se en conta a
vul-nerabilidade dos aquÍferos, esta classificação fj¡ca pre
j udi c ada
-57 -

QUADRO 2 POTENCIAL DE USO

COBERII.JRA^S RESIDIIAIS TRANISPORTADAS

Formações Pi Formação Ser Formação


rarnbóia, Bo tu ra Geral Estrada AIIMIÕES
PARÂTÆTROS catu e Bauru Nova

Grupos de Mate
riais de Cober: S.W. s.M., s.c. S.C., G.C.,S.M.,S.C.
tura S.W.e L.M. L.M. eL. C. L.M, e L.C.
Aptidão ã rwrag
çoes
A M I ï

þtldão ã Esca- I M M M
vaçoes

Resistência ao
Cascalhamento A A M I
(Cornpactado e
Saturado)

Aptidão a Insta
lação de Siste= I M M I
¡nas de Sanearnen
to
Drenabilidade A M I M

Utilizabilidade
cf(aterial de A M I M
Construção

Traficabilidade M M I I

Compressib il idade
(Compacto e Satu- I I I M
rado)

Exparsibilidade A A M I
PernpabiLidade
(Cornpactado)
A M I M

Estabilidade Natu- A M M M
ral dos Terrenos

Resistência a Ëro- M I I I
são

Coeficiente de Po +4 0 7 -6
tencial de Uso

AÊ Apte. (+1), M= r'lédio (o) e I= Inadequado (-1)


-58-

Os aluviões con certeza não se pïestan ã ocupação


devido ãs suas caracterÍsticas geotécnicas, baixa profundi
dade de nível freático, localizados en zonas sujeitas a imnr
dação e altamente vulneráveis à poluição.

Os solos da Fornação Estrada Nova, tendo como p9_


tencial de uso praticarnente o ¡nesmo dos aluviões, já têm
uma grande utilidade no complexo urbano devido a sua baixa
perneabilidade (quase nula). Neste contexto geológico pode
rÍarnos aconselhar a instalação de fossas sépticas,lagoas cle
depuração de esgotos (atualmente estas lagoas são perfeitas
zonas de recarga, poluindo os aquíferos freáticos) , zonas de
depósito de 1ixo, zonas de tratamento de efluentes indus
triais, cenitérios, etc.. Todos estes projetos, quando fei
tos outras áreas teriam certanente un alto custo e
em tal
vez un efeito nefasto na ecologia do sistena.

Os solos da Fornação Serra Geral, tendo como poten


cial de uso zero, ou seja, pouco recornendável, de fato en
quadra-se perfeitamente na classificação. Estes solos são
bastante heterogêneos, ora aparecendo con granulação nais
grossa, ora nais fina, carecendo de urn estudo de detalhe pa
ra sua car acter Lzaç ão , Quanto a sua vulnerabilidade, e1a es
tá classificada co¡no média, pois cono já exposto, pode ser
nuito alta em dete¡rninadas zonas e bastante baixa en outras,

0s solos das formações Pirambóia, Botucatu e Bau


ru, classificados como de alto potencial de uso devido às
suas características geotécnicas, são de alta vul-nerabilida
de. Este carãter invalida em grande parte o uso destes so
los como áreas de potencíal de uso elevado, pois estas são
zonas que, além de serem susceptíveis a uma poluição inten
síva, devem ser preservadas como zonas de recarga dos aquÍ
feros freáticos.
-59-

V. CONCLUSOES

" 0 honern tem o direito fundanental à liberdade,


ã igualdade e de desfrutar de condições adequadas de vida ,
en um meio de qualidade ta1 que the perrnita levar urna vida
digna e gozar do ben estar, assim como, tern a solene obriga
ção de proteger o ¡neio arnbiente para as gerações atuais e fu
turas" ( ONU, ESTOCOLMO 1972).

Nossa preocupação neste trabalho desíntese foi


inserir un conceito de uso e préservação das ãguas subterrã
neas, de maneira que um planej ador possa, além de optar por
locais de ocupação, ter idéia de como preservar os aquíferos
em termos de qualidade e quantidade. Este bem natural serve a
nais de 50e" ða.população en centTos urbanos mais desenvolvi
dos, co¡no o caso da Grande São 'Paulo.

A finalidade deste estudo então, não é impedir a


construção de centros urbanos ern deterrni-nados locais,nas dar
subsídios ã alternativa de escolha, tendo como met.a o nenor
custo de inplantação e, primordialmente, preservação dos bens
naturais exploráveis, no caso as águas subterrâneas.

Este trabalho ¡nostra que a área estudada está su


jeita a grandes riscos de degradação geoanbiental, no que diz
respeito ã qualidade e quantidade das águas subterrâneas,caso
aÍ se instale um conplexo urbano sem un necessário planejamen
to de ocupação. Isto 6 devido a alta vulnerabilidade ã polui
ção dos solos oriundos das fornações Piranbóia, Botucatu, Ser
ra Geral e Bauru, assin corno do diabásio, presentes em quase
90% desta área e, tanbém, por seren zonas de recarga de seus
aquíferos, devendo assirn serern preservadas. Sonente em cerca
de 10% desta área, nos solos oriundos da Formação Estrada No
va, os cuidados especiais de ocupação urbana poderiam Åer des
prezados, pois estes a1én de apresentarem uma baixa vulnerabi
lidade à poluição, possuen uma pequena quantidade de água en
suas zonas aquíferas e sua qualidade natural deixa a desejar.
-60-

BIBLIOGRAFIA

ATMEIDA,F.F.M, (1964) -
Fundarnentos Geológicos do Relevo Pau
lista - Inst.Geogr.Geo1.,Bo1. 4I; 167-263, São
Paulo ,

ALMETDA,F.F.M. (1967) - Origem e Evolução da Platafor¡na Bra


sileira. DGM DNPM.BoI .24L. 29pp. 1 napa. Rio de
Jane i ro .

BARRETO,M,M.R, (1970) - Geonorfologia da Ãrea de São Pedro


Not.Geomorf. 10 (19) , 47-6I, São Paulo.

BORTULUZZI,C.4. e BARBERENA,D.C. - The Santa Mariabeds


(1967)
In: Int.Synposiurn of the Gondwana Strat, and
Paleont. - 1, 169-196, Curitiba.

BORTULUZZI,C.4. (1974) - Contribuição ã Geologia de Santa Mg


ria, Rio Grande do Su1 - UFRGS. Inst.Geoc., Pes
quisas, 4, 1-86, Porto Alegre.

BdSI0,N.J. (1973) - Geologia da Ãrea de São pedro- Tese de


Doutoramento - FFLC de Rio Claro, São paulo.

BRASIL,DAEE (1972)- Estudo de Ãguas Subterrãneas- Ava 1i aç ão


Prelininar. São Pau1o.

BRASIL,DAEE (1974) - Estudo de Ãguas Subterrâneas - 4 vol.


At1as. São Paulo.

BOUDEVILLE,J.R. (1968) - L'Espace et 1es Poles de Croissance-


P. R. F. - Paris , France .

BOUDEVILLE,J.R. (1970) - Les Espaces Economiques - P.R.F.


Paris , France.
- 61-

CENTRo TECNoLoGIC0 DE HrDRÃULTCA DA USp (1976) - Boletin Flu


vionétrico nc 5, SOMA,/DAEE. São paulo.

CHAPIN,F.S. (1957) - Urban Land Use planning - Harper Brothers


Pub., 397p. - New york. USA.

COHEN,P.; FRANKE,O.L.; FOXWORTHY,B.L. (1968)- An arlas of Long


Island's ù¡ater resources.New york Water Resources
Conmission 8u11, ne 9i-, S7p.

CONSTANZO,J.J.; VIRCILLI,J.C. e MACIEL,C.L.F. (197S) - Contri


buição ã Cartografia Geotécnica da Região de San
ta Maria, R.S. - An. Ze Congr.Bras.GeoI.Eng.,vol,
3; p.267-280. São paulo.

COULON,F.K. (1974) -
Mapa Geotécnico das Folhas de Morretes e
Montenegros - FAPERGS, Tecnosolo S.A., 5gp.

COULON,F.K. (1976) - A Geologia e o planejanento Urbano: Ques


tões para Debate e/ou Reflexão - An, lc Congr.
Bras. Geo1. Ëng. vo1. 3, p.370-373,Rio de Janei
IO.

DE BIASI ,M. (1970) - Cartas de declividade: confecção e utiti


zação - Geornorfol. , v.10, pp. 8-13. São paulo,

DEARMAN,W.R. e MATULA,M. - Environmental Aspects of Engineering


Geological Mapping - Bu11 Int, Ass. Eng.Geol, 14
p" 141-146. Gernany,

FARJALTAT , J. E . S Comportamento da permeabilidade ao


. (f974) -
Ar de Alguns Basaltos do Su1 do Brasil - XXVIII
Congr.Bras.Geol. Bo1. l,Resuno das Cornunicações,
p. 69- 70, Porto Alegre.
-62-

FITZSIMMoNS,S.J.,SALAMANA,V. (1973) - The re iationship


between social psychological systens and water
resources development: a surnnary. The social
well-being and quality of life dimension in
' wateI resouïces planning and developrnent.
Proceedings confetence of University Council
Water Resources. Logan, Utah State University,
p.117-158.

FLAWN,P. - Environrnental Geology - Pub.l{ar.per Row,315p. New


York U. S. A.

FRANGIPANI ,4. (1964) - Mapa da Superfície Superior do Basal


to Subj acente nos Arenitos Cretáceos no Estado
de São Paulo - Icc, 1.5 : 67-72, São Paulo,

FRANKE,0.L.; MCCLYMONDS,N.E. (1,972) - Sunrnary of the hydrolo


gical situation in Long Island,t New York, as a
guide to water nanagenent alternatives. (U.S,
Geol.Surv.prof.paper 627-F).Washington D,C.,
U. S. Govt . Printer.

FULFARO,V.J., LANDIM,P.M.B. e ELLERT,N. (1967) - A Tectôni-


ca de Santana e São Pedro (Serra Geral) - An .
. XXI Congr.Bras.Geol. 198-205.

FULFARO,V.J. (1971) - A Evolução Tectônica e Paleogeográfi


ca da Bacia Sedinentar do Paraná pelo Trencl
Surface Analysis - Esc.Eng. São Carlos, Geol
I4, 112 pp. niniografado, ilustrado. (Tese de
Livre-Docência). São Paulo.

FUIFARO,V.J. (1974) - Tectônica da Faíxa Estrutural do Para


napanena - XXVIII Congr.Bras. Geo1. 8o1.1 : Re
surno de Conunicações, 537-540. Porto Alegre.
-63-

GAMERMANN,N. (1972) -
Fornação Rosário do Sul - UFRGS. Inst-
Geoc., Pesquisas 2, 5-36. Porto Alegre.

GREHS,S.A. (1970a) - o Papel do Geólogo no Planej anento-Sep.


I.P,R. , ne 446, p. 1-15. Rio de Janeiro.

GREHS,S.A. (1e70b) - Uso de Mapas Geológicos, Mapas de Ve


0
getação e Mapas de Drenagen de lrrigação. I. Su
de-su1 , Projeto Sudoeste. An. 2a.Sen.Pau1. Geol.
Ap1ic. vo1. 1, p. I-7. São Paulo.

HAUSMANN,4. (f966) - Conportanento do Freático nas Ãreas Ba


sálticas do Rio Grande do Su1 - Bo1. Paranaense
de Geografia, nes. 18-20. Curitiba.

HEBERLEIN,T,A. (1973)- Methodological strategiesfor evalua -


ting the effect of water resources on social
well-being and quality of life. The social well
being and quality of life dinension in water re
sources planning and developnent, Proceedings
Conference of University Council on Water Re
sources. Logan, Utah State University, p. 89
100.

HOFMANN,G.W. (1976) - Mapping for Urban Land, Use Planning


in Southeast Queensland, a First Approach, Bu1 1
Int.Ass. Eng.Geo1., vo1. 14: p. IL3-1,I7 . Ge rnany.

HUIMANN,H,. SCHNEIDER, R.L. , TOMMASI,E. , MEDEIROS,R.4. E

DAEMON,R,F. (1974) - Revisão Estratigráfica da


Bacia do Paranâ - XXVIII Cong.Bras,Geol., ne 1 ,
Resuno das Comunicações. 812-815. Porto Alegre.
-64 -

LANGE,F.W. e PETRI ,S. (1967) - The Devonian of Paraná Basin


Problems in Brazilian Devonian Geology - Bo1.
Paranaense de Geol., ncs 2l-22, 5-61- Curitiba'

LEGEET, R.F. (1973) - Cities and Geology - Pub. Mc-Gravt Hí11


Book Co, 624p. New York. U.S.A.

LEcÊET,R.F. (1974) - Engineering Geological Maps for U¡ban


Developnent - In: Geologic Mapping for Enriron-
mental Purposes. Gèo1.Soc.Am. Eng.Geo1. Case
Histories, v. 10: p, 19'2L. U.S.A.

LErNz,V. (194e) - Contribuição ã Geologia dos Derrames Basá1


ticos do Sul do Brasil - USP,FFCL Bo1. 105, Geo
logia 5. São PauLo.

LErNz,V. (19s3) - Águas Subterrâneas com Referência a São Pag


1o - Ciência e Cu1 tura, vo1. 3: 119-120.São Pau-
1o.

LEINZ,V., BARTORELLI,A., SADOWSKI ,G.R. e ISOTA,S.A.L. -(1966)


Sobre o Conportarnento Espacial do Trapp Basá1ti-
co da Bacia do Paraná - Bo1. Soc,Bras.Geol. 15
(4): 79-91. São Paulo

LIBAUD,A. (1975) - Geocartografia - Ed. Nacional Ed.USP,388p.


São Pau1o.

MAACK,R. (1970) - Notas Prelí¡ninares sobre as Ãguas do Sub -


solo da Bacia do Paraná-Uruguai - Trad. Uisula
Maack, 1ó2 p,Trab.Geof. Bibliogr'Curitiba.

MACIEL,C.L.F. (1978) - Mapearnento Geot6cnico e Planej amento da


Ocupação Urbana de Santa Maria,R.S. - An'2ç Cong.
Bras. GeoI.Eng, ; v, 3, p ,257-265. São Paulo.
-65-

MATHEWSON,C. C. e FONT,R.G. (1974) - Geologíc Environment:


Forgotten Aspects in the Land Use Planning
Process In: Geologic Mapping for Environnental
Purposes, Geol Case Histories, 10; p.28.U.S.4.

MCPHERSON,M.B., ZUIDEMA,F.C. (Lg77)- Urban hydrological me


delling and catch¡nent research: International
Surnmary. New York, Urban Water Resources Re
search Program,Am. Soc. Civ.Engrs, ( Technical
Menorandum, NO. ItlP- 13) .

NORTHFLEET,A.A., MEDEIROS,R.A. e IiULMANN,H. (1969) - Reava


1iação dos Dados Geológicos da Bacia do Paranâ,
' Bo1. Tec. Petrobrás, vo1. 12, nç 3, julho se
tenbro , 29I-343, Bras i l.

PIPER,A.M. (1944) - A Graphic Procedure in the Geochemical


Interpretation of Water Analyses - Arn. Geophys
Union Trans . , v.25, p: 914-23.

PRANDINI ,F.t. (1974) - Condicionantes Geológicos e Geotécni


cos da Degradação Arnbiental, Alguns Casos Bra
sileiros - Bo1. Ass.Bras.Geol. Eng., v.1,p.1-11.
São Paulo.

RAMOS,4,C. (1970) - Aspectos Paleo-Estruturais da Bacia do


Paran'a e sua Influência na Sedimentação -.8o1.
Tec. Petrobrás, v. 13, nes 3-4. 85-93,Rio de
Janeiro.

REBOUÇAS,4.C. (1976) - Recursos Hídricos Subterrâneos da Ba


cia do Paraná, Análise de Pré-Viabilidade- Te
se de.Livre-Docência. Depto.Geol,Econ.e Geof.
Ap1ic. I G-USP, São Paulo.
-66-

ROBERTS,A, (I977) - Geotechnology Pergarnon Press , 34 7 p.


New York. U. S. A.

RUEGG,N.R. (1975) - Modelos de Variação Quírnica na ProvÌncia


' Basá1tica do Brasil Meridional - Tese de Livre-
Docência.Depto.de Min.e Petro1., IG-USP.São Pau
1o.

SCHNEIDER,W.J., RICKERT,D.A., SPIEKER,A.M. (1973) - Role of


water in urban planning and nanagenent, United
States Departnent of the Interior, Washington-
Gêo1ogical Survey Circular 601-H.

SEIGNEMARTIN,C.t. (1979) - Geologia de Ãreas Urbanas: O Exem


plo de Ribei¡ão Preto, SP. - Tese de Doutoramen
to apresentada ao Instituto de Geociências da
Universidade de São Paulo, 2 v,, 126 p.e 10 na
pas.

SCHOELLER,H. (1962) - Les eaux souterraines hydrologíe, d¿


nanique et chimique, recherche exploitation et
evaluation des ressources. 642 p. i1, Masson,Pa
ris.

SOARES,P.C. (L972) - Arenitos Botucatu e Piranbóía no Estado


de São Paulo - XXVI Cong,Bras.Geo1.Bol. 1, 250-
251. São Paulo.

SOARES,P.C. (1975) - Divisão Estratigráfica do Mesoz6ico no


Estado de São Paulo. Rev.Bras.Geol., vo1. 5, ne
4. São Paulo.

STANFORD,R.M. e LANGE,F,W. (1960) - Basin study approach to


oi1 evaluation of Paraná Miogeosyncline, South
Brasil - 8u11. Aner. Assoc.Petrol.Geol., 44 (8).
1316-1370. Rio de Janeiro.
-67 -

TANK,R. (1973) -Focus ou Environmental Geology. publ.Oxford


University Press. I"nc,474 p. USA.

UNESCO (1974)- Hydrological effects of urbanization (Studies


and Reports in Hydrology 18). Paris, UNESC0.

VARGAS,M. (1978)- Introdução ã Mecânica dos Solos - Ed,


McGraw Hill do Brasil. Ëd.USP.509 p.São Pau1o.
-68-

4TEIq
Descrição dos locais de arnostragem

AMOSTRA 1- Fazenda dos Três Saltos. Fonte em provável con


ta to arenito - diabásio.
AMOSTRA 2 - Fazenda Santa Eliza. Ressurgência e¡n aÌenito.

AMOSTRA 3 - Cidade de Brotas - Poço cacimba encravado no


{i4b{sio, com níve1 freático a 5,40n, de profun
di dade .
AMOSTRA 4- Fazenda Pinheirinho. Poço cacimba escavado en
arenito corn nÍve1 freático a 3,20mrde produndida
de.

AMOSTRA 5 - Fazenda Santa Cruz da Serra. Fonte no basalto ,

con possíve1 rnistura de águas superficiais.

AMOSTRA 6- Fazenda Santa Ang61ica. Fonte em arenito supe


rior ao basalto,

AMOSTRA 7 - Retiro da Fazenda Três Barras. Ressurgência en


arenito.

AMOSTRA 8 - Fazenda Três Barras - Ponte Alta. Fonte no pro


váve1 contato arenito supcrior e basalto.

AMOSTRA 9 - Sítio Boa Vista, Ressurgência em arenito,

AMOSTRA 10 - SÍtio Tabuleiro. PoÇo cacinba corn nÍvel freáti


co a 10,40 n,dc profundidade, encravado no arsri
to.
AMOSTRA 11 - Estrada Santa Maria da Serra-Torrinha. Fonte no
basalto ou arenito intertrapp.
-69-

AMOSTRA 12 . Fazenda da Serreta. Ressurgência ern arenito.

AMOSTRA 13 - Santa Maria da Serra. Poço cacirnba con nÍvel


freático a 1,0 n, de profundi dac1e, encravado
no arenito.
AMOSTRA 14 - Fazenda Barreiro Rico. Ressurgência no arenito.

AMOSTRA 15 - Fazenda Barreiro Rico-Cristo Redentor.Poço ca


I
cirnba com níve1 freático a 5,50 n,dc profundi-
dade, encravado no areni to .

AMOSTRA 16 - Fazenda Santo Antonio. Ressurgência em arenito.

AMOSTRA 17 - Fazenda São Francisco. Ressurgência ern arenito.

AMOSTRA 19 - Pau D'Alho. Ressurgência em aïenito.

AMOSTRA 20 - Artemis (pr6xino ao Rio Piracícaba). Poço cacím


ba com nível freático a 13,5m,de profundidade ,
encravado em terrenos sílticos-argilosos,

AMOSTRA 21 - Fazenda Bôa Esperança, Poço cacimba corn níve1


freático a 10,70m,de pro{undidade, encravado en
arenito.
AMOSTRA 22 - Porto de areia. Poço ,cacirnba com nÍve1 freático
a
-3,50m, de profundidade , enc¡avado em terrenos
s r. It r-cos - argr Iosos .

AMOSTRA 23 - Chácara Canargo, Poço cacinba corn níve1 freático


a 13,00n,de profundidacle, cncravado em arenito.

AMOSTRA 24 - Faze¡da Sarnambaia, Ressurgência en arenito.

AMOSTRA 25 - Sítio Bon Retiro. Ressurgência em arenito.

AMOSTRA 2ó - Faze¡da Prainha, Ressurgência em arenito.

AMOSTM 27 - Fazenda São João. Fonte nas escarpas basálticas.


-70-

AMOSTRA 28 - Fazenda Treze de Maio. Fonte nas escarpas basá1


ticas.

AMOSTRA 29 - Fazenda do Rosário, Fonte no talvegue de um ria


cho, em terreno arenoso.

AMOSTRA 30 - Fazenda Santa Maria, Fon te nas escarpas basá1ti


cas.

AMOSTRA 34 - Fazenda A1 tão. Ressurgência em arenito.

AMOSTRA 35 - Fazenda Sertãozinho - Ressurgência em arenito


próxina a escarpa basá1tica.

AMOSTRA 36 - Araguá Mirim. Fonte en prováve1 contato arenito


e si1te.

AMOSTRA 37 - Fazenda São José. Ressurgência en arenito, pré


xina a escarpa basá1tica.

AlilOSTRA 38 - Charqueada. Poço cacinba corn nível freático a


11,00m, tle plofundiclade, encravado em arenito.

AMOSTRA 39- Fazenda São ßenedito. Ressurgência em arenito ,

próxima a escarpa basá1tica.

AMOSTRA 40 - Fonte Ubá (hidromineral). Ressurgência ern areni


to.

AMOSTRA 41 - Sítio Floresta. Ressurgência en arenito.

AMOSTRA 42 - Fazenda Jangada, Ressurgência em arenito.

AMOSTRA 43 - Fazenda canta calo. Fonte nas escarpas basã1ti-


cas.

AMOSTRA 44 - Fazenda São Sebastião. Ressurgôncia en arenito.


-7L-

AMOSTRA 45 Bairro dos Gones. Poço cacirnba con nÍve1 freá


tico a 5,70n,de profundidade, encravado ern ba
sa1to.
AMOSTRA 46 - Fazenda Favoreto. Fonte de contato arenito su
perior, e basalto.

AMOSTRA 47 - SÍtio Velho, Fonte de contato arenito superior


e basalto.

AMOSTRA 48 - Fazenda Gafanhoto. Ressurgência em arenito.

Ai\4osTRA 49 - Torrinha. Poço cacimba com níve1 freático a


13,30m,de profundiclade, encravado em arenito.

AMOSTRA 50 - Fazenda Olivete. Poço cacimba com níve1 freãti


co a 11,30n, cle profundidade, encravado em ba
salto.
AMOSTRA 51 - Fazenda São Luiz. Ressurgência em arenito.

AMOSTRA 52 - Fazenda Baú. Ressurgênêia en arenito, próxima


a escarpa basá1tica.

AMOSTRA 53 - Fazenda São José. Ressurgência en arenito, pro


xina a escarpa basá1tica.

AMOSTRA 54 - SÍtio Morro Frio. Ressurgência em arenito.

AMOSTRA 55 - Fazenda Lagõa, Ressurgência ern arenito.

AMOSTRA 56 - llrotas (estação de tratamento de água), Ressur


gência em arenito.

AMOSTRA 57 - Fazenda Santo Antonio. Ressurgência em arenito,

AMOSTRA 58 - Fazenda São Francisco. Fonte na escarpa basá1ti


ca.
AMOSTRA 59 - Fazenda Cassarova. Fonte no contato arenito su
perior e basal to.

AMOSTRA 60 - Fazenda Cachoeira. Poço cacimba con nível freá


tico a 6,80m, de profunclidade,

AMOSTRA 61 - Fazenda Limoeiro. Poço cacimba com níve1 freáti


co a 10,60m,de profuncliclade, encravaclo ern are
nito.
AMOSTRA 62 - Fazenda G1ória. Poço cacimba com níve1 freático
a 14,0m,cle profundidade, eticravado en arenito.

AMOSTRA 63 - Sítio São Miguel. poço cacimba con nÍvel freáti


co a L4,00m,de profunclidadc, encravaiìo en terre
nos sÍlticos-argilosos.

AMOSTRA 64 - Fazenda Grama, Poço cacimba com nível freático


a 8,00m, dc profundiclade , cncravado en arenito.

AMOSTRA 65 - Fazenda Santo Antonio. Ressurgêncía em arenito.

AMOSTRA 66 - Sítio Tuncum. Ressurgência em arenito.

AMOSTRA 67 - Capin Fino. Ressurgência e¡n arenito.

AMOSTRA 68 - Charqueada. (próxirno a estação de tï'atamento da


âgua), Poço cacirnba com nível freático a 6,60m,
cle profun<lidadc, encravado en arenito.

AMOSTRA 69 - Fazenda Boa Vista, Fonte nas escarpas basá1ti -


cas.

AMOSTRA 70 - Perobal . Ressurgência em arenito,

AMOSTRA 71 - Fazenda Paciência, Ressurgência em arenito.

AMOSTRA 72 - Fazenda Castelano. Ressurgência em arenito.


il- ':.
-73-

AMOSTRA 73 Fazenda Passarelo. Ressurgência em arenito.

AMOSTRA 74 - Fazenda Santo Antonio. Ressurgência em arenito.

AMOSTRA 75 - Fazenda Benj anim. Fonte de contato arenito- ba


sa1to.

AMOSTRA 76 - Fazenda Pires, Ressurgência ern atenito.

AMOSTRA 77 - Fazenda Laranj a1. 'Poço cacimba con nÍvel freá


tico a 15,00m, de p ro f undi clade . encravado em
arenito.
AMOSTRA 78 - Fazenda Roseira. Fonte nas encos tas basálticas.

AMOSTRA 79 - Sítio Pinheirinho. Ressurgência no arenito.

Você também pode gostar