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H.A.

016 - A Deus Demos Glória

Letra: Fanny Jane Crosby (1820 1915)


Música: William Howard Doane (1832-1915)

“Exultai! Exultai! Vinde todos louvar


A Jesus, Salvador, a Jesus Redentor.
A Deus demos Glória, porquanto do céu
Seu Filho bendito por nós todos deu! ”

Há palavras de louvor mais conhecidas ou mais amadas do que estas em nossas igrejas? Dar glória a
Deus deve ser o maior desejo de cada crente e de cada igreja. Como diz Hebreus 2. 12: ”Anunciarei o teu
nome a meus irmãos, cantar-te-ei louvores no meio da congregação”. Devemos estar sempre prontos a
louvá-lo por ter-nos enviado o nosso Salvador. Devemos sempre ser aptos a reconhecer a mão de Deus,
que nos abençoa em tudo que procuramos fazer para ele em nossas igrejas. Johann Sebastian Bach teve
toda a razão quando declarou: ”O alvo e razão de existência para toda a música deve ser nada menos
que a glória de Deus”. Glorifiquemos a Deus com este maravilhoso hino de louvor.

A prolífica poetisa Fanny Crosby escreveu este hino. Difere da maior parte dos seus hinos por expressar o
louvor mais objetivo, e não o típico testemunho ou a experiência pessoal característico da sua época.

Fanny Crosby nasceu no condado de Putnam, Estado de Nova Iorque, em 24 de março de 1820. Seus
pais, fazendeiros pobres, eram puritanos dedicados, descendentes dos fundadores da Colônia da Baia de
Massachusetts e membros da igreja presbiteriana. Por causa de um tratamento errado duma inflamação
dos seus olhos, Fanny ficou praticamente cega com seis semanas de idade, podendo perceber somente
uma luz brilhante. Em novembro daquele ano seu pai, John Crosby, morreu. Por necessidade, sua mãe.
Mercy, foi trabalhar numa fazenda vizinha, deixando Fanny aos bons cuidados da sua avó, Eunice. Para
outra pessoa, ser cega poderia ser o fim, mas não para Fanny. Sua avó decidiu ser seus olhos.
Dedicando-se de corpo e alma ao bem da sua neta, ensinou-a muitas coisas que fariam dela uma menina
independente e alegre. Dela Fanny aprendeu a arte da descrição: dos pássaros, do pôr do sol, cujas
cores ela podia às vezes perceber vagamente, e das flores.

Dela Fanny aprendeu a amar e decorar a Palavra, a orar, a se unir com os crentes na Igreja e cantar, o
que Fanny amava demais, decorando os Salmos com grande rapidez. Ainda criança, Fanny, quando
desanimada pela cegueira, perguntou a Deus se, mesmo cega, poderia ser uma filha dele. Testemunhou,
mais tarde, que ouviu a voz de Deus dizendo a ela; “não se desanime, menina. Um dia você será muito
feliz e operosa mesmo na cegueira”.

A tradução literal duma poesia escrita por ela aos oito anos mostra sua personalidade:

Então pode chorar e soluçar porque sou cega

Oh, que menina contente sou eu,


Apesar de não poder ver,
Pois decidida estou que
Neste mundo alegre serei!
Quantas bênçãos recebo eu
Então pode chorar e soluçar porque sou cega
Porque isso não farei!

Este poema foi profético, pois Fanny Crosby seria, em toda a sua vida, caracterizada pela alegria.

Com a idade de 15 anos, Fanny entrou no Instituto Para Cegos, em Nova Iorque , com excelente
aproveitamento. Continuou no seu hábito de escrever poesia, muitas vezes solicitada a suprir a letra para
músicas que lhe eram entregues. Além de tocar violão, que aprendera quando criança, tornou-se cantora
concertista, pianista talentosa e proficiente e aprendeu o órgão e a harpa. Ao se formar, tornou-se
professora da instituição.

Em 1850, depois de passar alguns meses considerando se ela era realmente salva, num camp meeting
ao som do hino Por Meus Pecados Padeceu de Watts, Fanny recebeu a certeza de sua salvação. ”Minha
alma inundou-se com a luz celestial”, testificaria depois. Levantou-se exclamou: "Aleluia! Aleluia!"
Entregando sua vida totalmente a Cristo, ela disse: ”Pela primeira vez entendi que estava procurando
segurar o mundo em uma mão e o Senhor na outra”.

Fanny começou a suprir letras para canções e cantatas do destacado compositor George F. Root.
Obtiveram muito sucesso. Mas o compositor que usou a vida de Fanny foi Willian B. Bradbury.
Procurando quem escrevesse letras para seus hinos e ouvindo da capacidade de Fanny, procurou-a.
“Fanny”, disse ele, “dou graças a Deus que nós nos encontramos, porque acho que você pode escrever
hinos”. A seu pedido, Fanny escreveu um hino e lho deu. Bradbury estava entusiasmado, e ali começou
uma parceria que continuaria até a morte dele. “Parecia que a grande obra da minha vida começara”,
escreveu a poetisa que continuaria a escrever, dando ao mundo mais de 9.000 hinos!

Aos 38 anos, Fanny casou-se com Alexander Van Alstyne, músico cego, conhecido como um dos
melhores organistas em Nova Iorque. Homem bonito, jovial e muito apreciado, empregou-se em várias
igrejas como organista e ensinava órgão para sustentar a família. Tiveram um filhinho, mas esse morreu
na infância.

Poucos souberam sobre ele: ”Van” compôs melodias para alguns dos textos de Fanny, mas não
perduraram. Um hinário que os dois prepararam não foi aceito pela editora, porque, disseram, não
queriam um hinário somente de duas pessoas.

Nos anos que seguiram, Fanny continuaria a escrever letras para hinos dos mais conhecidos hinistas.
Chegou a usar 204 pseudônimos! Nunca fez questão de remuneração adequada. Morava em lares muito
simples, vivia modestamente e dava muito do que recebia aos outros. Não se gabava na sua fama.
Conheceu mais de um Presidente do seu País. Foi a primeira mulher a falar diante do Senado dos
Estados Unidos. Pregava nos púlpitos de grandes igrejas e fez conferências em muitos lugares. À sua
própria maneira, tornou-se um dos evangelistas mais proficientes da sua época. Amava o trabalho das
missões como o Exército de Salvação, Associação de Moços Cristãos, e a famosa Bowery, que
trabalhavam com os alcoólatras e necessitados. Cooperava nestes trabalhos, dando muito de si.

Embora fosse mulher muito pequenina, parecia ter energia ilimitada. Mulher de oração, nunca escrevia
um hino sem ter orado, pedindo a direção de Deus. Gostava das horas da noite para comunhão com seu
Senhor. Possuindo uma memória extraordinária, conhecia muitos livros da Bíblia de cor. Nunca gostou de
usar o Braile, e decorava seus textos, ditando até quarenta deles de uma só vez à pessoa que
consentisse em escrevê-los. Compôs músicas de grande beleza, mas se recusou a publicá-las. Publicou
cinco volumes de poesias. Escreveu o libretto de um oratório.

Uma vez, questionada como podia escrever tantos hinos, Fanny comentou:

“Que alguns dos meus hinos foram ditados pelo Espírito Santo, não tenho nenhuma dúvida; e que outros
foram o resultado de profunda meditação, sei que é verdade; mas que o poeta tenha o direito de reclamar
mérito especial para ele mesmo é certamente presunção. Sinto que há um poço de inspiração do qual
podemos tirar os tragos efervescentes que são tão essenciais à boa poesia. (. . . ) Às vezes o hino vem a
mim por estrofes, e precisa somente ser escrito, mas nunca peço que uma porção de um poema seja
escrita até que o poema todo seja completo. Então geralmente preciso podar e revisar muito. Algumas
poesias é verdade, vêm completas, mas a maioria, não. (. . . ) Nunca começo um hino sem primeiro pedir
meu bom Senhor para ser minha inspiração no trabalho que estou a começar.”

Fanny Crosby, que ministrou e continua a ministrar ao mundo todo com suas mensagens que “tocam o
coração”, poucos dias antes da sua morte, numa visita de obreiros, falou estas palavras muito
significativas:

“Creio que a maior bênção que o Criador me proporcionou foi quando permitiu que a minha visão externa
fosse fechada. Consagrou-me para a obra para a qual me fez. Nunca conheci o que é enxergar, e por
isso não posso compreender a minha perda. Mas tive sonhos maravilhosos. Tenho visto os mais lindos
olhos, os mais belos rostos e as paisagens mais singulares. A perda da minha visão não foi perda
nenhuma para mim.”

Fanny faleceu em Bridgeport, Estado de Connecticut em 12 de fevereiro de 1915. A pedra da sua


sepultura é simples. Como pedira; tinha simplesmente as palavras Aunt Fanny – She Did What She
Could. (Tia Fanny - Ela fez o que pôde). Em 1955, um grande monumento foi erigido sobre o seu túmulo
homenageando esta serva de Deus e incluindo a primeira estrofe de Que segurança! Sou de Jesus!

O compositor publicador William Howard Doane, um dos parceiros mais bem sucedidos de Fanny,
musicou esta letra e publicou o hino na sua coletânea Brightest and Best (O Mais Brilhante e o Melhor)
em 1875. O ilustre hinólogo W. J. Reynolds acha estranho que o hino não fosse incluído logo nas seis
coletâneas de Gospel Hymns publicadas por Bliss e Sankey nos Estados Unidos, porque Sankey o
introduziu nas suas campanhas evangelísticas com Moody na Inglaterra em 1873-1874 e incluiu-o nas
suas coletâneas publicadas naquele país, os Sacred Songs and Solos (Cânticos e Solos Sacros -
coletânea que continua a ser publicada até hoje), Por isso, o hino não foi bem conhecido nos Estados
Unidos até que a equipe de Billy Graham o trouxesse das suas campanhas na Inglaterra em 1954. Assim,
este hino favorito dos crentes brasileiros foi redescoberto na América do Norte, tornou-se muito amado e
aparece em muitos hinários mais recentes.

O nome da melodia, TO GOD BE THE GLORY, corresponde ao título original do hino, bem traduzido para
o português, "A Deus Demos Glória."

Este hino foi primorosamente traduzido pelo Pastor Joseph Jones em 1887 e entrou nos hinários
evangélicos mais antigos no Brasil.
Joseph Jones (1848-1927) nasceu em Portugal, filho de ingleses. Em 1857, aos 23 anos, converteu-se
através do testemunho de membros duma família batista. Foi batizado em Londres. Retornou a Portugal
e, onde iniciou atividades evangelísticas. Apesar da perseguição, Jones abriu uma Casa de Oração no
subúrbio de Bonsucesso, na Ilha Mastro, perto do local onde mais tarde seria construído o tabernáculo
batista.

H.A. 205 - Alvo Mais que a Neve

"Quase 3. 000ANOS depois da queda de Davi [no pecado] não precisamos olhar longe para achar os
seus sucessores!" Olhemos bem com Don Wyrtzen o Salmo em que este hino é baseado:

Nesta petição muito pessoal ao Senhor, Davi reconhece que ele mesmo não pode, de maneira nenhuma,
corrigir sua natureza pecadora. Somente o Deus que o criou pôde purificá-lo, renova-lo e restaurá-lo. (...)
Eu também preciso de uma obra profunda de Deus na minha vida. Como Davi, anseio por cirurgia radical
espiritual-purificação, restauração, um coração lavado, o poder transformador do Espírito Santo e a
(...)recuperação da alegria da minha salvação!

O Cordeiro de Deus pagou um preço muito alto para que nossos pecados pudessem ser perdoados e
lavados. O preço foi o seu sangue, a sua morte, o tomar sobre si os nossos pecados. "Aquele que não
conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós; para que nele fossemos feitos justiça de Deus"(II Coríntios
5:21). Este mesmo sangue que nos lava e nos salva na hora em que aceitamos a Cristo como Salvador,
nos perdoa e purifica dos nossos pecados confessados, dia após dia(I João 1:9). "Seja Bendito o
Cordeiro" deve ser o nosso cântico todos os dias da nossa vida. Um dia, pelo sangue salvador de Jesus,
também estaremos com as multidões que proclamam:"Ao que está sentado sobre o trono, e ao cordeiro,
seja o louvor e a honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos" (Apocalipse 5:13).

O autor deste hino muito cantado pelos cristãos brasileiros foi Éden Reeder Latta. A única informação
que temos sobre este autor é que nasceu em 1839. Provavelmente, o hino apareceu pela primeira vez na
coletânea Sacred Songs and Solos (Cânticos e Solos Sacros) nº. 396, de Sankey 1881. Seu título era The
Blood of tue Lamb (O Sangue do Cordeiro).

Esta coletânea indica que a melodia é um arranjo de H. S. Perkins. Assim, presumidos que seja da
mesma data. Como no caso de Latta, não há informações disponíveis neste momento sobre Henry
Southwick Perkins, o compositor da melodia, além do fato dele ter nascido em 1833 e falecido em 1914.

A excelente adaptação deste hino, feita em 1914, é uma das quase 200 produções do dinâmico
evangelista e hinista Henry Maxwell Wright. Como muitas outras, foi incluída em quase todos os hinários
evangélicos brasileiros.

H.A. 120 - Amor Que por Amor Desceste

Nascido em Glascow, Escócia, em 27 de março de 1842, filho de um abastado empresário, George


Matheson sofreu uma crescente perda da visão desde sua meninice. Aos 18 anos já estava
completamente cego. Mesmo assim, mostrou-se aluno brilhante, tanto nas Academias como na
Universidade de Glascow. Licenciado ministro da Igreja Livre da Escócia (Presbiteriana), tornou-se
assistente na Igreja Sandyford. Mais tarde assumiu o pastorado na igreja de Clyeside, em Innellan,
condado de Arvallshire, ali ministrando por 18 anos.

Em 1886, Matheson aceitou o pastorado da Igreja São Bernardo, uma igreja de 2.000 membros, em
Edimburgo, capital. Nesta igreja tornou-se altamente respeitado e amado, servindo até 1899, quando sua
precária saúde o forçou a se aposentar. Muito conhecido, Matheson foi um dos mais destacados ministros
escoceses dos seus dias. A Universidade de Edimburgo lhe conferiu o doutorado em Divindade em 1879
e a universidade de Aberdeen o doutorado em Letras (ambos honoris causa), em 1902.

Dr. Parkhurst, famoso pregador de Nova Iorque, descreveu Matheson depois de uma visita a sua igreja:

"A união da imaginação e razão na sua pregação e a profundeza da sua teologia fazem o seu ministério
ter grande e viva influência, especialmente ente os jovens. Ele entra no púlpito, que não é maior do que
um barril de trigo. Tem o rosto e porte do General Grant (famoso general da Guerra Civil, e então
Presidente dos Estados Unidos), mas é mais alto.

Com olhos abertos naturais, ninguém adivinharia que é cego. Agora se levanta, (...) vacila um pouco
antes de ganhar o seu equilíbrio. Anunciando um Salmo, toma seus versículos sem erro de palavra.
Durante o culto, pedindo diversos hinos e leituras com capítulos e versículos, ele não erra. Então ora. E
que oração! Parece-me profano falar sobre ela! Sente também o coração do seu povo. Quarenta minutos
ele prega e somos instruídos, restaurados e inspirados."

Matheson escreveu muitos livros teológicos e devocionais e um livro de hinos denominado Sacred Songs
(Cânticos Sacros), em 1890. Ao menos dois destes hinos foram traduzidos para o português. Este, que
aparece em muitos hinários evangélicos, e um outro muito profundo: Cativa-me , Senhor, que apresenta o
enigma: a vitória real vem através de rendimento incondicional.

Sobre o surgimento do hino Amor que Por Amor Desceste Matheson escreveu:

Ele não foi composto. Veio, como inspiração. Lembro-me muito bem da ocasião. Foi em Innelan, numa
noite de junho de 1882. Eu tinha sofrido uma perda enorme e estava muito deprimido. Enquanto sentava
ali acabrunhado, as palavras brilharam na minha mente como relâmpago, e em poucos minutos as quatro
estrofes estavam completas. Parecia que elas tinham sido ditadas a mim por mão invisível, completas em
linguagem e ritmo.

O poeta não nos conta a fonte do seu sofrimento, mas relata que a ocasião foi no dia do casamento da
sua amada irmã, que sempre fora sua mão direita. Aprendeu grego, latim e hebraico, para melhor ajudá-lo
nos seus estudos teológicos. Esta irmã continuou a colaborar com ele durante toda sua vida. Era ela
quem o guiava nas suas visitas pastorais. Concordo com Bailey que acha que o casamento dela trouxe a
Matheson a lembrança de uma outra perda, a da sua noiva que o deixou, tantos anos antes, quando
soube que ele se tornaria completamente cego, e que o intenso sofrimento de estar na escuridão da sua
cegueira, totalmente só, foi o que afligiu o autor.

O hino apareceu pela primeira vez em 1883, em Life and Works (Vida e Obra), o periódico mensal da
Igreja da Escócia. Em 1885, foi incluído no Scottish Hymnal (Hinário Escocês). Matheson faleceu
repentinamente em 28 de agosto de 1906. Certamente, naquela hora, houve júbilo inexorável para aquele
servo de Deus, ao deixar, para sempre, este mundo de escuridão para a luz do rosto do seu Salvador!
O dinâmico evangelista e hinista Henry Maxwell Wright não tentou traduzir este maravilhoso hino, mas
adaptou-o em 1912. Foi publicado na coletânea In Memoriam Henry Maxwell Wright por seu grande
amigo J. P da Conceição, juntamente com o seu acervo de 151 hinos e 42 coros. Seguindo-se logo sua
inclusão em outros hinários evangélicos, este hino tornou-se muito amado em todo o Brasil.

Albert Lister Peace compôs esta linda melodia para o hino de Matheson para a edição de 1885 do The
Scottish Hymnal a pedido dos seus editores.

Acredita-se que seu nome ST. MARGARET homenageia Margaret, a rainha de Malcom III da Escócia,
canonizada em 1251. Sobre esta melodia, Peace falou:

"Foi composta (...) durante a época em que a música, estava em preparo. Escrevi–a em Brodick Manse,
[em Arran, uma das pequenas ilhas ao oeste do norte da Escócia] durante uma visita a meu velho amigo
o Sr. McLean. Não havia uma melodia daquela métrica disponível naquele momento, então a Comissão
do hinário me pediu que escrevesse uma especialmente para o hino, escrevi a música logo em seguida e
posso dizer que a tinta da primeira nota tinha acabado de secar pouco antes de eu terminar a última."

Albert Lister Peace (1844-1912), nascido em Huddersfield, no condado de Yorkshire, Inglaterra, foi um
prodígio musical. Aos cinco anos demonstrava a capacidade de identificar a altura de qualquer som que
ouvia (diapasão absoluto). Tornou-se organista da sua igreja em Holmfirth aos nove anos. Continuou a
tocar em outras igrejas da região até 1869, quando se mudou para a Glascow, assumindo a posição de
organista da Universidade e da Catedral da cidade. Bacharelando-se na Universidade, fez doutorado, em
música em Oxford (Inglaterra). Em 1897, aceitou a posição de organista em St. George’s Hall em
Liverpool, continuando no cargo até sua morte em 1912. Peace foi um notável organista. Tornando-se
membro do Royal College of Organistas (Faculdade Real de Organistas), organização nacional de honra,
em 1866, foi reconhecido em toda a nação. Editou diversos hinários para a Igreja Livre da Escócia.

H.A. 011 - Ao Deus de Abrão Louvai

Letra: Thomas Olivers(1725-1799)


Música: Melodia Tradicional Judaica

Este hino consiste nas estrofes 1, 2 e 12 da paráfrase de Thomas Olivers sobre os treze princípios
fundamentais da fé de Israel. Os Treze Credos ou Artigos da Fé foram escritos por Daniel Judah de 1396
a 1404 e eram cantados pelos judeus no início do serviço de culto matutino e final de culto vespertino na
sinagoga.

Josiah Miller, no seu “Singers and Songs of the Church” 1869, diz: “O filho de um velho ministro
Wesleyano disse há poucos anos: ‘Lembro-me que meu pai contou-me que estava uma vez parado no
corredor da “City Road Chapel”, durante uma conferência no tempo de Wesley, e Thomas Olivers, um dos
pregadores chegou-se a ele e disse: “Dê uma olhada nisto; eu o traduzi do Hebreu, dando-lhe, tanto
quanto possível, um caráter espiritual, e Leoni, o judeu, deu-me uma melodia de sinagoga que
combinasse com o texto; aqui está a melodia que deverá ser chamada Leoni’.”

Olivers ficou órfão com quatro anos de idade, de forma que recebeu pouca educação. Tornou-se um
aprendiz de sapateiro em 1743, viveu uma vida sem Deus, converteu-se com uma pregação de George
Whitefield sobre o texto: “Não é este um tição tirado do fogo?” Zacarias 3:2, e após pagar todas as suas
dívidas, tornou-se um pregador Wesleyano. Viajou cerca de 100.000 milhas a cavalo durante os 25 anos
em que pregou na Inglaterra e Irlanda.

Quando Henry Martyn estava para embarcar para o seu trabalho missionário no Oriente, escreveu em seu
Diário: “Algumas vezes estive muito ocupado em aprender o hino ‘Ao Deus de Abrão Louvar’: tão logo eu
pude sentir a realidade das palavras desse hino minha mente ficou aliviada. Há algo peculiarmente solene
e tocante para mim neste hino, especialmente nesta ocasião.”

Existem poucos hinos tão escriturísticos em cada linha. A música tem grande dignidade e solenidade. O
hino não deve ser cantado tão rapidamente, mas, com andamento lento e solene.

H.A. 033 - Castelo Forte

Letra e Música: Martinho Lutero (1483-1546)

Em Abril de 1521, Martinho Lutero declarou diante o tribunal de Worms: "Não posso fazer de outro modo.
Mantenho o que escrevi. Que Deus me ajude." Suas Noventa e Cinco Teses afixadas à porta da igreja em
Winttenburg em 31 de outubro de 1517 iniciaram a maior revolução na história da Igreja Cristã: a Reforma
Protestante.

Pregara e publicara com ousadia sobre os abusos, erros e pecados da igreja romana. Por estas e outras
razões o Papa e outros líderes da igreja Católica queriam a sua morte. Lutero continuou vivo porque seu
amigo, o Eleitor da Saxônia, Frederico Sábio, instrumento nas mãos de Deus, o manteve no seu castelo
de Wartburg.

Outros reformadores antecederam Lutero. João Huss e seus seguidores, morávios sem número, muitos
anabatistas, valdenses e lombardos pagaram o preço máximo por sua fé. Mas Deus salvou a vida de
Lutero para que traduzisse a Bíblia do hebraico e grego para a língua alemã. Esta obra levou treze anos!

Em Wartburg, também pode preparar outros meios para seu povo poder ser salvo em Cristo. Precisavam
de cultos em alemão para sua compreensão. Precisavam cantar a sua fé e louvar a Deus na sua própria
língua. Como muitos do seu povo, Lutero, a quem Hans Sachs chamou de "O Rouxinol de Winttenberg",
amava muito a música. Tocava o alaúde e a flauta com perfeição. Os hinos de João Huss e seus
seguidores foram traduzidos para o alemão.

Sem dúvida, Lutero possuíra o hinário dos morávios, Ein Neu Gesengbuchlein, editado por Michael
Weiss, em 1531. Presenciara o martírio dos anabatistas. Ouvira sues poderosos hinos ao seu Pai e
Salvador. Cria, como eles, que o cântico do culto não devia ser dado somente ao clero, mas pertencia
também à congregação. Para esse fim, precisavam de coletâneas de hinos congregacionais e corais no
seu próprio idioma.

Lutero escreveu em 1524: Desejava, seguindo o exemplo dos profetas e anciãos da igreja, dar salmos
alemães ao povo, quer dizer, hinos sacros, para que a palavra de Deus pudesse habitar entre o povo por
meio do canto também. Para isso, procurou outros músicos idôneos para se unirem a ele para
providenciar esses hinos congregacionais.
Com o mui hábil músico Johann Walther, em 1524, publicou o primeiro de muitos hinários: Geistlich
Gesang Buchlein. No prefácio deste hinário, Lutero escreveu:

" Que o cantar de cânticos espirituais é uma coisa boa e agradável a Deus, creio eu, não é escondido de
qualquer irmão. . . [Isto] tem sido conhecido por todos e pela cristandade universal desde o começo. Pois
São Paulo também afirma isto em I Coríntios 14, e ordena aos Colossenses que cantem salmos e
cânticos espirituais ao Senhor nos seus corações, para que a Palavra de Deus e o ensino de Cristo sejam
assim espalhados por toda a terra e praticados de toda a maneira. Assim, como um bom começo e para
encorajar aqueles que possam fazer melhor, eu e outros temos ajuntado certos cânticos espirituais com o
intuito de espalhar e dinamizar o Santo Evangelho que agora, pela graça de Deus, emergiu de novo para
que possamos nos gloriar, que Cristo é a nossa Fortaleza e Cântico, e que não conheçamos outra coisa
para cantar ou dizer senão Jesus Cristo nosso Salvador, como Paulo diz em I Coríntios 2. "

Para este hinário, Lutero empregou muitos hinos e salmos existentes. Adaptou músicas das missas, para
que expressassem fé Bíblica. Aproveitou das melodias folclóricas do seu povo, com requisito que fossem
apropriadas para cultuar a Deus e que não tivessem associados com letras lascivas.

Lutero disse "Não pretendo deixar para o Diabo as melhores melodias!" Seu bom gosto, sua
musicalidade, seu estudo cuidadoso da Palavra e a sua fé lhe deram idoneidade na escolha da música
apropriada para o culto. Calvino, porém, ensinou que a música do culto devia se limitar aos Salmos.
Outros extremistas diziam que a música, que criam ser de Satanás, não devia ser usada nos cultos de
forma nenhuma. Para esses, Lutero replicou:

"Não sou da opinião de que, pelo evangelho, todas as artes devessem ser banidas e lançados fora, como
alguns fanáticos querem que creiamos. Quero ver todas as artes, principalmente a música, no serviço
daquele que as criou e no-las deu. A música é a bela e gloriosa dádiva de Deus. . . A música transforma
os homens em pessoas mais gentis, mais auto-controladas e mais razoáveis."

De grandes ameaças e sofrimentos nascem os nossos melhores hinos. O primeiro hino de Lutero,
consagrado a dois frades martirizados, intitulou-se O Cântico dos Dois Mártires de Cristo em Bruxelas,
Queimados pelos Sofistas de Louvain. Seu hino inigualável, Castelo Forte, foi escrito "na hora mais
escura na história deste movimento".

Perseguições da parte do Imperador Carlos V ameaçavam a existência dos chamados "Protestantes".


Lutero mesmo sofria ameaças de morte à toda hora. Sofria fisicamente, também. Quando foi acometido
pela "praga" que ceifou muitos dos seus irmãos na fé, deu as suas despedidas à sua família. De novo,
Céus tinha outro plano para Martinho Lutero.

Este hino, escrito em 1529, em Coburg, foi o chamado à batalha de Lutero. James Moffatt chamou-o de "o
maior hino , do maior homem, do maior período da história da Alemanha". Foi cantando com emoção e
sinceridade ao longo desses quase quatro séculos, em milhares de línguas. Define até onde podemos
confiar em nosso Castelo Forte, nosso Escudo e Boa Espada. Mostra, também , quem é o nosso
inimigo;o Tentador, com seus demônios, contra os quais em nós mesmos não há força para resistirmos.
Mas, Cristo o venceu na cruz. Quem nos defende é o Senhor dos altos céus, o próprio Deus. O grande
acusador cairá com UMA SÓ PALAVRA!
John Julian, no seu Dicionário de Hinologia declara: "Lutero é o Ambrósio da hinódia alemã. Ele é o
primeiro hinista evangélico. A Lutero pertence o mérito extraordinário de ter dado ao povo germânico no
seu próprio idioma, a Bíblia, a Catequese e o hinário, para que Deus pudesse falar com eles diretamente
pela sua palavra e que eles pudessem responder a Ele nos seus cânticos!"

Seus hinos são caracterizados por simplicidade e força, e um tom considerado ‘tom da igreja’ pelo povo
comum. Sopram o espírito de ousadia, confiança, com a alegre fé dos justificados, que era o coração que
batia na sua teologia e piedade. Ele tinha a extraordinária habilidade de expressar profundos
pensamentos em palavras bem claras. Nesta característica ninguém o sobrepujou. Esse foi o segredo do
seu poder. Ele nunca deixou a o leitor uma dúvida quanto a o que ele quis dizer. Entregou a verdade bem
no coração do povo comum. Como o afamado Ruy Barbosa, sempre usou a palavra certa no lugar certo.
Ele nunca perderá seu domínio sobre o povo da fala germânica.

Seus hinos, além da Bíblia alemã provaram ser os missionários mais eficazes das doutrinas e piedade
evangélicas. Lutero ainda precisando de novos salmos e hinos, escreveu para Spalatinem 1523:

"É meu plano. . . escrever salmos no vernáculo para o povo. . . Procuramos em todos os lugares por
poetas. . . Mas desejo que expressões "da moda e da Corte"sejam evitadas e que as palavras possam
todas ser muito simples e comuns para que o povo comum possa compreender, entretanto manejadas
com arte e pureza".

Um artigo em 1935 do jornal O Estado de São Paulo sobre o assunto musical, dizia o seguinte: "Cabe a
Martinho Lutero realmente a celebridade de popularizar o Lied eclesiástico. Ele, o fixador da língua alemã.
. . não se contentou em traduzir a Bíblia para o alemão, mas utilizou-se da musicalidade alemã acordada
pelos Mestres Cantores e fez cantar em alemão na sua igreja os salmos e outros textos litúrgicos. Ele
mesmo atuou como compositor e em 1524 aparecia em Choralbuch, cujas melodias em grande parte são
obra de Lutero. A simplicidade, a interioridade de sues Lieder religiosos são incomparáveis. Muitos outros
de seus Lieder. . . são cantados ainda hoje".

Lutero "havia dado mais do que nenhum outro dera jamais ao seu povo - a língua, a Bíblia, a hinologia. ",
escreveu Bill Ichter, no primeiro volume da revista Louvor, em 1980.

Este hino conhecido como "A Marselhesa da Reforma", conserva até hoje o seu poder e poderíamos usá-
lo ainda em outro conflito semelhante. . . Há pelo menos 53 traduções em inglês, merecendo todos os
destaques no Dicionário de Hinologia de John Julian. . . "Sua melodia, de acordo com McCutchan, é
excelente em todos os sentidos. É empolgante e tem dignidade, unidade e autoridade raramente
igualadas".

Basta dizer que são muitos os compositores que têm usado trechos desta melodia em suas obras. Ente
eles, podemos citar J. S. Bach, Wagner, Mendelssohn, e Meyerbeer. Julian registra nove principais
hinários que Lutero publicou para as igrejas alemãs. Sua lista também inclui onze traduções do latim,
quatro hinos populares da Pré –Reforma revisados por Lutero, sete Versões dos Salmos, seis paráfrases
de outras porções das Escrituras, bom como oito hinos basicamente originais, além de algumas músicas
corais adaptadas de textos católicos – o total de tinta e oito. Este autor descobriu trinta e dois hinos de
Lutero em hinários brasileiros. Naturalmente, devem existir mais.
A biografia de Martinho Lutero aparece em muitos bons livros e artigos. O autor recomenda sua leitura,
para o leitor ter uma boa de quem era, por fim, esse grande homem e como Deus o preparou e usou na
história da igreja e do mundo, além da história da hinódia.

Bibliografia: Julian, John, A Dictionary of Hymnology, Revised Edition, Vol. 1, New York, N. Y. , Dover
Publications, 1957, p. 704-705.

H.A. 033 - Castelo Forte

Lá por volta do ano 1500 da nossa era, estava triunfante o movimento da Reforma Religiosa na Europa.
Iniciado por Martinho Lutero e coadjuvado por Melanchton (um leigo-teólogo), Calvino, Zwinglio, Huss,
Farel e outros, tomou logo conta de todos os países; mas no ano de 1523, em Bruxelas, dois jovens, cujo
único crime fora a sua profissão de fé na nova doutrina, foram queimados. Em honra a esses dois
mártires, Lutero escreveu e compôs a música do seu primeiro hino: Castelo forte é nosso Deus, o qual é
uma paráfrase do Salmo 46:
“1 Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia.
2 Pelo que não temeremos, ainda que a terra se mude, e ainda que os montes se projetem para o meio
dos mares;
3 ainda que as águas rujam e espumem, ainda que os montes se abalem pela sua braveza.”

Martinho Lutero(1483-1546) é conhecido como o Apóstolo da Reforma.

Foi também o pai do canto congregacional, pois antes disso a congregação não tinha o costume de
cantar hinos. Os poucos hinos que havia eram cantados em latim, somente pelos oficiais da igreja. Foi ele
que introduziu o cântico por toda a congregação!

Mas, o hino em foco foi considerado como a "Marselhesa da Reforma", pois todos os cristãos da Reforma
cantavam-no com o mesmo entusiasmo dos patriotas da França. De facto, sendo a letra e a música de
Lutero, este cantico espalhou-se por toda a Terra e tornou-se o hino oficial da Alemanha Protestante.

Era cantado diariamente por Lutero e por seus companheiros. Até os inimigos da Reforma diziam: "O
povo inteiro está cantando uma nova doutrina".

Assim, este hino cooperou muito no desenvolvimento da Igreja cristã naqueles dias. Foi tão grande a
repercussão deste hino que homens ilustres, artistas e músicos de fama usaram-no nos seus temas: o
exército de Gustavo Adolfo cantou-o antes da Batalha de Leipzig, em Setembro de 1631; Meyerbeer
usou-o como tema de sua ópera de fundo religioso, "Os Huguenotes"; Mendelsohn usou-o na sua
"Sinfonia da Reforma"; Wagner utilizou-o em "Kaiser-Marsch" e J. S. Bach também o usou numa de suas
cantatas sacras.

E hoje, faz parte de todos os hinários sacros da Igreja Cristã, levando o número 328 em "Hinos e
Cânticos" - 16ª edição.

Ele nunca morrerá, mas viverá para sempre!


H.A. 033 - Castelo Forte

Letra e Música - Martinho Lutero (1483-1546)

“O melhor cântico, do maior homem, no mais importante período da história germânica”, é a opinião de
James Moffat. Este “Cântico de Batalha da Reforma” foi primeiramente publicado em “Geisleche Lieder”
em 1529. Foi traduzido umas oitenta vezes, em pelo menos cinqüenta línguas. Foi provavelmente escrito
por ocasião da Dieta de Spira, em 1529, quando o partido Evangélico fez seu protesto em 19 de abril,
pelo qual, “em assuntos relacionados com a honra de Deus e a Salvação de nossas almas, cada homem
deverá estar só diante de Deus e dar contas de si mesmo.”

O Dr. John Julian diz a respeito dos cânticos de Lutero; “Seus cânticos se caracterizam pela simplicidade,
força e popular tom religioso. Eles transpiram audácia, confiança, espírito alegre provindo de uma fé que
justifica, a qual é o vivo coração de sua teologia e piedade. Ele possuía a extraordinária faculdade de
expressar em uma linguagem clara, pensamentos profundos. Neste dom ele não é superado por qualquer
escritor não inspirado e nisto esta o segredo do seu poder”. (Dictionary of Hymnology, Julian, pág. 414).

Martinho Lutero deu ao povo alemão a Bíblia em sua própria língua , o Catecismo e o Hinário, a fim de
que Deus pudesse falar-lhes diretamente através de Sua Palavra, e eles pudessem falar a Deus através
dos cânticos religiosos, os quais tem sido um dos proeminentes característicos da Igreja Protestante.

Lutero cria na música e no seu lugar no culto divino. “Estou fortemente persuadido”, escreveu ele, “de que
depois da Teologia, a música é a única arte capaz de dar paz e alegria ao coração, como aquela
produzida pelo estudo da ciência da divindade”.

Trinta e sete cânticos e um bom número de melodias lhe são creditadas. Este é provavelmente o maior de
todos os corais e tanto a letra quanto a música são obra do próprio Lutero. Pode ser tomado como o
símbolo da Reforma.

Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

.A. 159 - Chuvas de Bênçãos

Era 10 de junho de 1890, Salomão Ginsburg olhava pela portinhola do navio atracado no porto do Rio de
janeiro. A sua frente via as luzes da cidade e do novo país para onde Deus o mandara. Pela manhã
estaria em terra firme. Quanta emoção experimentava com esta expectativa! Quantas recordações!
Lembrava do seu primeiro lar na Polônia, do seu pai rabino que observou quando ele se tornou crente, da
sua mãe que cuidou que ele tivesse uma educação privilegiada na Alemanha, e que fosse para a
Inglaterra ficar com seu tio e aprender a arte de tipografia. Lembrou-se do seu primeiro encontro com
judeus convertidos, sua própria conversão e as duras penas que sofreu alegremente para compartilhar
sua nova fé.

Agradeceu a Deus pelos anos de treinamento para o ministério, e por sua noiva, que o despertou para
missões, e que esperava segui-lo mais tarde. Pensou nos seis meses que passou estudando português
em Portugal, do panfleto polêmico que conseguiu publicar com a ajuda de Joseph Jones, e a sua
distribuição que criou a necessidade de sair de Portugal para não ser preso. Agradeceu a Deus por tudo
isso. Sentiu que a sua vida e o seu ministério apenas começavam, que Deus faria grandes coisas nesta
nova terra.

Folheando um hinário que trouxera da Inglaterra, viu o hino Showers of Blessings (Chuvas de Bênçãos),
que o levou a pensar: “Até agora as bênçãos que recebi foram somente gotas em face às Chuvas de
Bênçãos que hão de vir”.Tomou sua pena e se pôs a traduzir esta mensagem na sua nova língua, que
estudara tão diligentemente nos últimos seis meses. Deu graças a Deus por sua aptidão e experiência em
línguas neste longo caminho que trilhara. Finalmente, estava satisfeito. Seu primeiro hino traduzido para o
português, estava completo! Mostraria para seu companheiro de viagem, o evangelista português, Henry
Maxwell Wright, para revisão e correção.

Salomão Luiz Ginsburg não podia saber que este hino seria o primeiro entre 105 letras e traduções que
faria nos anos à sua frente; que ele seria o “Pai do Cantor Cristão”; que deixaria nos 37 anos que Deus
lhe daria neste grande país, não somente a herança de um grande número de brasileiros salvos, de
igrejas fundadas, de publicações, de escolas para treinamento de obreiros, de convenções, mas a
herança inestimável de hinódia brasileira. Certamente as “gotas” que já recebera se transformariam em
verdadeiras Chuvas de Bênçãos, na verdade, numa grande inundação de bênçãos que Deus
proporcionaria através da sua vida totalmente dedicada a Ele.

Este hino foi escrito pelo major Daniel Webster Whittle, militar e comerciante transformado em
evangelista e hinista. A melodia SHOWERS OF BLESSINGS foi composta por James McGranahan, que
compartilhava o ministério de Whittle como músico, depois da morte trágica de Philiph P. Bliss.

Ira D. Sankey publicou o hino pela primeira vez, na sua coletânea Gospel Hymns, N° 4 em 1883, e o
incluiu em todas as edições que se seguiram. O nome da melodia apareceu desde sua primeira
publicação. Seguiu-se também a publicação do hino nas diversas edições do Sacred Songs and Solos,
que Sankey publicou na Inglaterra.

H.A. 397 - Comigo Habita

Este belo hino, de nº. 380 em "Hinos e Cânticos", é de autoria do consagrado servo de Deus, o Sr. Henry
Francis Lyte, nascido na Escócia, em 1de Junho de 1793. No início dos seus estudos Lyte desejava ser
médico, mas logo sentiu que Deus o queria como pregador da Sua Palavra. Depois de servir a Deus
como pastor por mais de 24 anos, na cidade de Brixham, Inglaterra, viu-se acometido por uma doença
pertinaz, pulmonar,enfraquecendo rapidamente o seu estado físico. O seu médico recomendou-lhe que
deixasse aquela cidade e fosse para as regiões da Itália, onde havia mais sol e onde poderia fugir do ar
salgado de Brixham.

Lyte não gostou da idéia, pois amava o mar desde a sua infância; e, agora, aos 54 anos, recebia o
diagnóstico do médico como se fosse uma verdadeira sentença. Assim se expressou: "Espero que não
seja necessário, pois nenhuma separação me seria mais penosa do que a do mar. Desde a minha
infância ele tem sido o meu amigo e companheiro de folga e jamais me cansaria de o contemplar". E
mais: "As andorinhas estão a preparar-se para o vôo e estão a convidar-me para as acompanhar, porém,
enquanto falo em voar, mal posso arrastar-me, e pergunto-me se será possível deixar a Inglaterra".
Parece que foi durante este estado físico e emocional que Lyte preparou o sermão que, sabia, seria o
último para a sua Igreja a qual tanto amava. O seu último sermão naquela cidade foi proferido no dia 4 de
Setembro de 1847. Foi grande o esforço que despendeu, nas condições físicas em que se encontrava, a
ponto de muitos temerem pela sua saúde. Mesmo assim, após o culto, foi, pela última vez, à beira do mar,
voltando, depois, lentamente, para sua casa.

No final daquele mesmo dia, ele colocou nas mãos de um parente seu, o hino "Comigo assiste, ó Deus ,
que mais tarde passou a ser conhecido por "Comigo fica". Pensa-se que Lyte, ao meditar na sua iminente
saída de Brixham, havia escrito o hino, em Agosto daquele ano (1847). Mas a primeira vez que foi
divulgado, foi na data do seu último sermão. Lyte, dois meses mais tarde, morreu, na cidade de Nice, ao
sul da França, antes de chegar ao seu destino, apontando para o céu e dizendo:: "Paz, Alegria!". Assim
partiu Lyte.

A música deste hino foi escrita pelo Dr. William H. Monk e recebeu o título de EVENTIDE (Crepúsculo),
nome bem sugestivo de acordo com a letra e o sentido do hino escrito por Lyte, bem no crepúsculo da
sua vida terrenal!

H.A. 249 - Como Agradecer

Andraé Edward Crouch nasceu em Los Angeles, estado de Califórnia, EUA, em 1 de julho de 1945. Seu
pai, o pastor afro-americano Benjamin Crouch, pregava pelas ruas da cidade para qualquer pessoa ou
grupo que quisesse ouvir. Ainda menino na igreja em que seu pai era pastor, Andraé começou sua vida
musical, acompanhando a congregação. Durante seus estudos de segundo grau, organizou o conjunto
COGIS. Começou a escrever músicas para esse grupo apresentar. Formou-se pela Faculdade Valley
Junior, num curso de dois anos. Depois, formou o conjunto Disciples com quem ficaria por todos esses
anos. Viaja pelo mundo inteiro. Pela variedade dos seus estilos, e a força da sua música, atrai tanto os
crentes como os não crentes.

Andraé escreveu o cântico Como Agradecer em 1971. Apareceu pela primeira vez no hinário, em Hymns
for the Family of God, em 1976. O nome da melodia MY TRIBUTE provém do título do hino, no original.Às
vezes é usado o título tirado das primeiras palavras do estribilho: “To God be the Glory” (A Deus Seja a
Glória).

H.A. 069 - Cristo Já Ressuscitou

Este hino glorioso da vitória da ressurreição é cantado por todo o Brasil evangélico na Páscoa. Na
primeira estofe , vemos que Cristo ressurgiu, a redenção já consumada. Na segunda, somos exortados a
entoar gratos hinos a ele, que venceu a morte e reina eternamente. A terceira estrofe enfatiza: "uma vez
na Cruz sofreu; uma vez por nós morreu". Este sacrifício não pode ser repetido. Cristo, que se ofereceu
"uma só vez para levar os pecados de muitos" (Hebreus 9:28), completou a obra. "Agora vivo está e para
sempre reinara! Aleluia"! As aleluias repetidas neste exultante hino vêm desde os primórdios da fé cristã
quando, no dia da Ressurreição, os crentes saudavam uns aos outros com : "Cristo está ressurreto,
Aleluia! "

A melodia EASTER HYMN (Hino da Páscoa) apareceu anonimamente na coletânea Lyra Dadivica em
Londres em 1708, com o texto Surrexit Christus Hodie (Hoje Cristo Ressuscitou). Seu texto latino é um
cântico do dia da Ressurreição, de um manuscrito da cidade de Munique, na Alemanha, do século XIV.
Variações deste hino em inglês apareceram em várias coletâneas na Inglaterra. Julian, no seu Dicionário
de Hinologia, apresenta o hino original e na forma como foi impressa na segunda edição de Complete
Psalmist (Salmista Completo), de John Arnold, de 1749, onde a segunda e terceira versão modificada de
1749 foi traduzida por Henry Maxwell Wrigth.

É interessante notar que Cahrles Wesley escreveu um hino muito semelhante, Christ the Lord is Risen
Today (Cristo, o Senhor, Está Ressurreto Hoje), com onze estrofes de quatro linhas , e o publicou em
Hymns and Sacred Poems (Hinos e Poemas Sacros) em 1739. Seria muito fácil confundir os dois hinos,
Wesley, dando a mesma mensagem, usou a mesma métrica e as aleluias no fim de cada frase. Seu hino
é comumente cantado com a melodia da LYRA DADIVICA.

Henry Maxwell Wright, o ilustre evangelista e hinista que deu quase duzentas letras e traduções ao povo
da fala portuguesa, publicando-as em várias coletâneas, traduziu este hino em 1887.

H.A. 274 - Firme nas Promessas

Publicado pela primeira vez em 1886, em Songs of Prefect Love (Hinos do Perfeito Amor), o hino "Firme
nas Promessas" baseia-se em II Pedro 1. 4, que afirma que o Senhor Jesus "nos tem dado suas
preciosas e grandíssimas promessas, para que por eles vos torneis participantes da natureza divina".

Este hino [é muito cantado em todo o Brasil] e dá testemunho do cumprimento destas promessas do
nosso Senhor. Expressa a nossa firmeza em confiar nestas promessas e testifica da vitória que o Espírito
nos dá ao confiarmos.

O autor e compositor, Russel Kelso Carter, nascido em Baltimore, Maryland, EUA, em 1849, foi um
homem de muitas habilidades e assim se envolveu em diversos interesses e carreiras. Estudou numa
academia militar, onde brilhou como atleta. Por alguns anos, foi professor de ciências na mesma
instituição. Interrompeu essa careira para criar ovelhas na Califórnia. Foi ordenado pastor metodista e
participou do movimento holiness (igrejas com ênfase especial em santificação).

Autor prolífico nas áreas de ciências, matemáticas e religião, Carter também escreveu algumas novelas.
Junto com B. Simpson, publicou Hymns of the Christian Life (Hinos da Vida Cristã), o hinário da Aliança
Cristã e Missionária, em 1891. Para este, ele mesmo contribuiu com letra e música de 44 hinos, com letra
de 12, com música de outras 24 letras e fez os arranjos ou adaptações de mais 25 músicas. Depois de
alguns anos de ministério pastoral, estudou medicina e exerceu esta profissão na cidade de Baltimore ,
até seu falecimento em 1926.

Graças a dois respeitados pesquisadores, sabemos agora que o missionário norte americano, Mark E.
Carver (séc. XIX) foi o primeiro tradutor deste hino para o português. A autora Betty Antunes de Oliveira
descobriu em Manaus, AM o antigo hinário Os Cânticos dos Christãos, publicado em 1891, por Carver, e
usado pela Missão Bethesda, fundada por ele em Manaus, AM. A senhora Betty mandou uma cópia xérox
do hinário a Rolando de Nassau, em 1981. Depois de pesquisa recente, Nassau atribuiu a Carver a
tradução de Firme nas Promessas, feita em 4 de novembro de 1897. Conhecendo bem a história de como
os hinos são passados de mão em mão, sem referência aos escritores ou tradutores, é fácil entender
como a tradução de Carver foi publicada em O Jornal Batista, em 20 de julho de 1911, sem atribuí-la a
ele.

O Rev. Mark E. Carver, colega do destacado missionário e hinista Justus Henry Nelson, veio ao Brasil
como missionário da Missão Metodista Episcopal do Norte do EUA. Como Nelson, Carter desligou-se
dessa Missão e , fundando a Missão Bethesda em Manaus, dedicou sua vida tanto naquela cidade como
na vasta região do Amazonas. Deve ter conhecido bem os missionários Eurico Nelson e Salomão
Ginsburg e o trabalho batista ali. Carver trabalhou com o evangelista Juvêncio Paulo de Mello entre os
índios ipurinã e aruaque.

Carver escreveu e traduziu muitos hinos. Seu hinário, Os Cânticos do Christãos, incluiu 26 traduções
dele. Rolando de Nassau identificou mais duas que aparecem no Cantor Cristão (números 201 e 286).
Tanto Carver como o Pr Mello também escreveram alguns hinos indígenas. "Na década de vinte a Missão
Bethesda transformou-se na Igreja Evangélica Amazonense"

H.A. 013 - Louvamos-te, ó Deus

Ficha Técnica

Letra Música
Título: Louvamos-te, ó Deus Nome da melodia: REVIVE US AGAIN
Autor: William Panton Mackay Compositor: John Jenkins Husband
Data da Autoria: 1863 Data de composição: 1867
Tradutor: James Theodore Houston Tonalidade: Fá Maior

O Pastor escocês, Dr. William Panton Mackay, escreveu este hino em 1863 e o revisou em 1867. Baseou-
se em dois textos: no Salmo 85.6 - "Não tornarás a vivificar-nos, para que o teu povo se regozije em ti?" e
na oração de Habacuque: "Aviva, ó Senhor, a tua obra no meio dos anos" (Habacuque 3.2). A última
estrofe que diz "Ó vem nos encher de celeste fervor..." expressa a oração que Mackay queria realçar.
Entretanto, a forte expressão de louvor ao Deus triúno permeia o hino todo. O estribilho "Aleluia! Toda a
glória te rendemos, sem fim, Aleluia! tua graça imploramos, Amém!" vivifica a alma do crente,
demonstrando a estreita relação entre o louvor e o aprofundamento espiritual.

William Panton Mackay nasceu na Escócia em 13 de maio de 1839. Formou-se na renomada


Universidade de Edimburgo, e praticou a medicina por alguns anos. Sentindo-se chamado para o
ministério, abandonou a medicina, foi ordenado, e em 1868 tornou-se pastor duma igreja Presbiteriana.
Gostava de escrever hinos. "Louvamos-te, ó Deus" é o mais conhecido dos dezessete hinos com que ele
contribuiu para o hinário Praise Book, de 1972. Mackay faleceu vitima de um acidente em 22 de agosto de
1885.

John Jenkins Husband nasceu em 1760 na cidade de Plymouth, na Inglaterra. Serviu na música da sua
igreja por alguns anos. Emigrou para os EUA em 1809, estabelecendo-se na Filadélfia, Pensilvânia. Lá
dirigiu uma escola de canto de música sacra e serviu na sua igreja até falecer em 1825. Compôs um bom
numero de melodias de hinos e antemas corais.
James Theodore Houston(1847-1929), adaptou o hino para o português em 1881. Foi missionário
presbiteriano da Junta de Nova Iorque. Aportou à Bahia em 17 de dezembro de 1874, servindo ali até
1887, quando foi transferido para o Rio de Janeiro, onde exerceu o pastorado. Foi um dos redatores do
imprensa evangélica. Depois de completar 28 anos de ministério voltou para à sua terra natal em 1902.
Faleceu em Oakland,California, aos 82 anos de idade.

H.A. 427 - Mais Perto Quero Estar

Durante muitos anos, somente os homens escreviam hinos, mas, pouco a pouco, as mulheres também
começaram a usar o seu talento poético e, hoje, temos muitos hinos escritos por mulheres consagradas a
Deus e ao Seu trabalho.

Mas, um dos mais conhecidos em todo o mundo foi o hino escrito por Sarah Flower Adams (1805-1848).
Trata-se do hino "Mais Perto Quero Estar, Meu Deus de Ti".

Foi no ano de 1841 que esta senhora, que estudava muito a Bíblia, ficou tão impressionada com a história
relatada no livro de Gênesis (capítulo 28) sobre a visão de Jacó, em Betel, e a escada que alcançava o
céu, e os anjos que subiam e desciam por ela, que, inspirada naquela passagem bíblica, resolveu
escrever este hino que mais tarde se tornou universalmente conhecido.

Dizem que, quando os visitantes cristãos visitam a Palestina, em chegando a este lugar, Betel (hoje Bira,
um território da Jordânia), param e cantam este hino, evocando os acontecimentos impressionantes
experimentados por Jacó. As palavras deste hino tem sido um grande auxilio e um grande conforto para
muitos crentes em tempos de dificuldades.

É impossível esquecermos o terrível desastre com o grande transatlântico "TITANIC" nos primeiros anos
deste século. Era a sua viagem inaugural; grandes personagens viajavam nele; viajava, também, um
grupo de peregrinos, crentes da Europa que demandavam a nova terra (EUA). Mais de mil vidas se
perderam naquela ocasião.

E contam que, quando o grande navio estava soçobrando, tinha-se a impressão de que ia haver um
pânico geral; porém, a orquestra de bordo começou a tocar o hino "Mais Perto Quero Estar, Meu Deus de
Ti" e, imediatamente, foi presenciado um espetáculo comovedor: os crentes e outros tripulantes, dando as
mãos uns aos outros, começaram a cantar também o hino à medida que o navio ia afundando-se!

A música deste hino foi feita pelo conhecido compositor sacro Lowell Mason, autor de inúmeras outras
músicas e que se tornou famoso pelos seus excelentes trabalhos. Durante a sua vida teve muitos cargos
de importância e foi o fundador da Academia de Música de Boston

H.A. 204 - Maravilhosa Graça

Este triunfante hino de gratidão a Cristo por sua maravilhosa graça foi escrito, letra e música, pelo
conhecido hinista e publicador, Haldor Lillenas, em 1918, em Auburn, Illinois, EUA. Faz parte de uma
grande quantidade de música que Lillenas escreveu para o evangelista-cantor, Charles M. Alexander.
Lillenas deixou este relatório sobre o hino:
"Em 1917, a senhora Lillenas e eu construímos nosso primeiro pequeno lar na cidade de Olivet, Estado
de Illinois. A completá-lo, havia pouco dinheiro para mobiliá-lo. Sem piano naquele tempo, eu precisava
de algum instrumento. Consegui comprar um velho e asmático harmônio de um vizinho por $ 5,00. Foi
neste instrumento que vários dos meus melhores hinos foram escritos, inclusive ' Maravilhosa Graça'".

Apresentado pelo evangelista Homer Hammontree, numa conferência bíblica do mesmo ano, este hino foi
publicado no hinário Tabernacle Choir (Coro do Tabernáculo), em 1922. Por incrível que pareça, Lillenas
vendeu os direitos desta música por cinco dólares!

Haldor Lillenas nasceu na Ilha Tord, perto de Bergen, na linda região dos fiordes da Noruega, em 19 de
novembro de 1885. Emigrando com sua família para os Estados Unidos ainda criança, morou no Estado
de Dakota do Sul por dois anos. Depois, a família se estabeleceu em Astória, Estado de Oregon. Lillenas
foi confirmado na Igreja Luterana aos quinze anos, mas converteu-se sob o ministério da Missão Peniel.
Sentiu a chamada de Deus para o ministério e estudou na faculdade de Deet, em Los Angeles (hoje,
Faculdade de Loma Linda, na cidade do mesmo nome na Califórnia).

Lillenas casou-se com Bherta Mae Wilson, também uma hinista. Ambos foram líderes da Igreja do
Nazareno. Continuaram estudos em harmonia, contraponto e composição na Escola de Música Siegel-
Myers em Chicago, Estado de Illinois. Viajou como evangelista de 1912 a 1914, e depois, pastoreou
igrejas em Califórnia, Illinois, Texas e Indiana. Durante estes anos, forneceu hinos e música para coros
para muitos evangelistas da época, inclusive Alexander e Hammontree.

Em 1924, Lillenas fundou a Companhia de Música Lillenas em Indianápolis, Estado de Indiana. A


empresa foi comprada pela publicadora da Igreja do Nazareno em 1930, mas Lillenas continuou como
editor musical por 20 anos. Este talentoso servo de Deus escreveu mais de 4.000 hinos e peças corais
(letra e música), alguns dos quais são conhecidos no Brasil. Foi-lhe conferido o Doutorado em Música
(honoris causa), da Faculdade Nazarena Olivet, em Kankakee, Estado de Illinois.

Wonderful Grace (Maravilhosa Graça), o nome da melodia, vem das primeiras palavras do título, tema do
hino. Harold Lillenas queixou-se que geralmente, o hino é cantado ligeiro demais, "Um hino deve ser
cantado duma maneira que as palavras possam ser pronunciadas sem pressa demasiada", disse ele.

A dotada missionária Alyne Guynes Muirhead traduziu este hino para sua coletânea Antemas Celestes
(1956). O seu uso se alastrou por todo o Brasil com grande entusiasmo. Foi a primeira entre cinco
coletâneas publicadas pela Casa Publicadora Batista, hoje JUERP, preparadas por ela.

H.A. 379 - Ó Mestre, o Mar se Revolta

Mary Ann Baker, a autora deste lindo hino nasceu em 16 de setembro de 1831. A tuberculose ceifou a
vida dos seus pais e deixou-a órfã em tenra idade. Moravam em Chicago com a irmã e o irmão. Esse, um
moço de excepcionais qualidades de caráter, começou a sofrer efeitos desta terrível doença. Das suas
escassas economias, as duas irmãs conseguiram recursos para que ele viajasse à Flórida, ma esperança
de que no clima mais ameno começasse a melhoria. Não lhes foi possível acompanha-lo. "Tudo em vão.
Em poucas semanas o mal se agravou e o rapaz faleceu, longe do aconchego da família." Não havia
dinheiro para as irmãs irem ao seu enterro, nem para transportar o seu corpo para Chicago. Mary
escreveu sobre esta experiência assoladora:
"Embora nosso choro não fosse ' como outros que não têm esperança'e embora tivesse crido em Cristo
desde menina e desejasse sempre viver uma vida consagrada e obediente, tornei-me terrivelmente
rebelde a esse desígnio da divina providência. Disse no meu coração que Deus não amava a mim, nem
aos meus. Mas a própria voz do meu Mestre veio aclamar a tempestade no meu coração rebelde e me
trouxe a calma de uma fé mais profunda e uma confiança mais perfeita."

Foi logo depois desta maçante experiência que o Dr. Horatio Palmer solicitou a Mary Ann o preparo de um
grupo de hinos sobre os assuntos das lições da Escola Bíblica da sua igreja Batista. "Um dos temas era
Cristo Acalmando a Tempestade. Esta lição expressou tão vividamente a minha experiência, que este
hino foi o resultado"

Nas palavras da inigualável hinóloga Henriqueta "Rosinha" Braga, a experiência de Mary Ann não apenas
permitiu-lhe narrar com felicidade a passagem bíblica; mais do que isto, capacitou-a a expressar a
profunda fé na atuação do Mestre, quando estamos prestes a submergir nas dificuldades, tristezas e
impasses em que a vida nos enreda.

Imediatamente, o próprio Dr. Palmer escreveu a música para o hino, que tem beneficiado a muitos com a
sua mensagem de fé. Publicou-o na sua coletânea Songs of Love for the Bible School(Cânticos de Amor
para a Escola Bíblica), em 1874.

Depois disto, Mary Ann se empenhou de corpo e alma à União de Mulheres Cristãs Pela Temperança.
Neste ministério teve oportunidade de observar, bem de perto, o sofrimento de irmãs, esposas e mães de
alcoólatras cujas vidas naufragaram pelo degradante vício de beber. Depois de chorar com muitas destas
mulheres ao lado da sepultura destes seus entes queridos, ela testificou: "Tenho chegado a sentir
gratidão pelas doces memórias do meu irmão. O caminho de Deus é o melhor".

Ao saber que seu hino também estava sendo uma grande benção em outros países. Mary Ann Baker
disse: "Me surpreende muito que este humilde hino tenha atravessado os mares e sido cantado em terras
bem distantes para a honra do nome do meu Salvador".

Este hino logo foi incluído em outras coletâneas, Nos Estados Unidos, tornou-se tão amado que, em
1881, quando o Presidente Garfield foi baleado, ficou ente a vida e a morte, e finalmente morreu, este
hino foi usado repetidamente em cultos em sua homenagem. Foi neste ano que a autora também faleceu.

Sankey incluiu este hino em Sacred Songs and Solos (Cânticos e Solos Sacros-1881), que o difundiu ao
redor do mundo. Provavelmente foi deste hinário que o saudoso missionário William Edwin Entzminger
o traduziu para o português em 1903 e o incluiu no Cantor Cristão. Esta bela tradução, muito fiel à leta
original, fez com que o hino se tornasse um dos favoritos dos evangélicos brasileiros, também incluído em
outros hinários, como nosso Hinário Adventista.

O Pedagogo musical Horatio Richmond Palmer nasceu em Sherburne, Estado de Nova Iorque, em 26
de abril de 1834. Pertencia a uma família de músicos, sendo seu pai e sua tia seus primeiros professores.
Desde os nove anos cantou no coro do pai. Aos dezoito, começou a compor. Formou-se pela Academia
de Música Rushford em Chicago e aos vinte anos tornou-se seu diretor. Serviu, ao mesmo tempo, como
organista e regente coral da Igreja Batista de Rushford. Além de fazer o doutorado em Música pela
Universidade de Chicago, estudou Música em Berlim e Florença.
Estabelecendo-se em Chicago depois da Guerra Civil, o Dr. Palmer tornou-se músico de renome. Editou
jornais de música, escreveu livros, dirigiu festivais e convenções de música com grande sucesso.
Organizou a União Coral Sacra, dando concertos com milhares de cantores. Num concerto no afamado
Madison Square Guarden em Nova Iorque, regeu 4.000 coristas. De 1877 a 1891, foi o Deão da Escola
de música de Verão do famoso centro de retiros Chautauqua (Nova Iorque). Publicou coletâneas muito
parecidas como The Song Queen (A Rainha dos Cânticos), The Song King (O Rei dos Cânticos), The
Song Herald (O Arauto dos Cânticos) e Concert Choruses (Músicas Corais de Concerto), além de livros
didáticos sobre música. Palmer faleceu em 15 de novembro de 1907, em Yonkers, Estado de Nova
Iorque.

H.A. 511 – Oh, Que Belos Hinos

Letra: William Orcutt Cushing (1823-1902)


Música: George Frederick Root (1820-1895)

Ira David Sankey, conhecido hinista americano, diz em seu livro My Life and the Story of the Gospel
Hymns (Minha Vida e a História dos Hinos Evangélicos):

"'Oh, que Belos Hinos!'(Soam os Sinos do Céu – no original em inglês), foi escrito", diz o autor, Sr.
Cushing, " para ser usado com uma bela melodia que me fora enviado por George F. Root, intitulada, ' O
Pequeno Mestiço' . Após receber a melodia, esta ficou em minha cabeça o dia todo, soando
melodiosamente em sua doce cadência musical. Queria aprendê-la para usá-la na Escola Dominical e
para outros propósitos cristãos também. Imaginei haver alegria no céu quando, os sinos no céu soando
anunciam a volta de um pecador arrependido. Então as palavras ' Soam os Sinos do Céu'subitamente
fluíram para a melodia que estava à espera. Foi uma bela e abençoada experiência e parece que os sinos
ainda estão soando."

Uma meninazinha na Inglaterra, muito querida por seus pais, estava morrendo. Ela gostava muito de
nossos cânticos, e sempre falava quanto os amava. Alguns dias antes de morrer disse à sua mãe:

-"Quando eu morrer, mamãe, peça as meninas da escola que entoem o cântico: '
Soam os Sinos do Céu'
".

Meia hora antes de sua morte ela exclamou:

-"Oh, mamãe, ouça os sinos dos céus! Como tocam belissimamente!"

H.A. 191 - Quero Estar ao Pé da Cruz

Letra - Fanny Jane Crosby (1820 - 1915)


Música - William Howard Doane (1832 - 1915)

Assim como muitos outros cânticos escritos por Fanny Crosby, as palavras deste foram escritas para uma
melodia já composta pelo Sr. Doane, e a pedido seu. As palavras e a melodia adaptam-se
maravilhosamente uma a outra, e o cântico continuara a ser usado mesmo depois que outros mais
apreciados tenham sido esquecidos.

Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

H.A. 191 - Quero Estar ao Pé da Cruz

Quando o pai de Fanny Jane Crosby faleceu, sua mãe precisou deixá-la com sua avó, e depois com
uma amiga crente, Senhora Hawley, enquanto procurava ganhar o sustento da sua família. Estas duas
senhoras amavam muito a pequena Fanny e se empenharam em ensiná-la tudo que pudesse ajudá-la a
ser uma pessoa de muito valor.

A Srª. Hawley, uma calvinista convicta, propôs a Fanny a tarefa de decorar a Bíblia inteira, dando à
menina um número de capítulos para aprender cada semana, muitas vezes até cinco. Foram repetidos
linha por linha, plantados na mente dela “preceito sobre preceito” (Isaías 28:10). Sendo jovem, dotada e
com uma memória fenomenal, Fanny não teve dificuldade em dominar o Pentateuco e os quatro
evangelhos até o fim do primeiro ano. No fim do segundo ano, Fanny podia repetir de memória estes
livros e muitos Salmos, todos os Provérbios, Rute e (...) o Cântico dos Cânticos.

Assim continuou este treino maravilhoso. O resultado foi que mais tarde, Fanny não precisava de alguém
para ler as Escrituras para ela. Quando ela queria meditar sobre um trecho, “ligava um botãozinho na sua
mente e a passagem apropriada fluiria por seu cérebro como uma fita cassete”.

Fanny testificou quando tinha 85 anos: “Este livro Santo tem me nutrido durante a minha vida”.

Foi neste amplo reservatório e constante comunhão com Deus que Fanny achou a força para viver e o
conteúdo para seus 9.000 hinos.

Um dia William Howard Doane, seu parceiro de centenas de hinos, trouxe uma melodia para Fanny, com
um pedido urgente. Precisava de um bom hino para aquela noite numa reunião evangelística! Pediu a sua
amiga: “Pode dar-me um texto apropriado para esta melodia agora mesmo?” Fanny, para quem um
pedido desse tipo não era novidade, aquiesceu. Depois de ouvi-lo tocar sua melodia algumas vezes no
harmônio da sua sala, como era o seu costume, ela foi se ajoelhar diante do Senhor no seu pequeno
quarto. Na oração, as palavras para o hino "Quero Estar ao Pé da Cruz" vieram a ela com clareza.

Certamente ela tinha meditado na passagem de João 19 e notado que aquelas mulheres, em contraste
com a maior parte dos discípulos, ficaram bem junto à cruz. "Sim, na cruz, sempre me glorio“, do
estribilho, descrevia sua determinação de ser como Paulo (Gálatas 6:14), de gloriar-se sempre e somente
na cruz de Jesus.

Ao receber a letra da sua parceira, muito satisfeito com este hino “para o qual o futuro reservaria larga
difusão”, Doane cantou-o naquela noite e publicou-o na sua coletânea Bright Jewels (Jóias Brilhantes) em
1869. Deus à melodia o nome NEAR THE CROSS (Perto da Cruz) do título original do hino. Sankey
também o publicou logo nas suas coletâneas nos Estados Unidos e na Inglaterra, e o hino difundiu-se
rapidamente.

Bibliografia: Ruffin, Bernard; Fanny Crosby, Philadelphia, PA, United Church Press,1976, p.30

H.A. 211 - Rude Cruz

O Rev. George Bennard nasceu nos Estados Unidos. Sua primeira infância foi passada em Youngstown,
Ohio. Ele relata que quando tinha apenas dezesseis anos de idade seu pai faleceu, e recaíram sobre ele
as responsabilidades de chefe de família, com quatro irmãs e a mãe viúva para cuidar.

Foi então que George encontrou no Exército de Salvação uma torre de forças. Uniu-se a eles e trabalhou
em suas fileiras por um bom numero de anos. Ali Bernnard viu a humanidade lutando pela sobrevivência.
Ele descobriu que o povo necessitava de algo sólido em que agarrar-se, algum apoio duradouro em suas
vidas diárias.

Após alguns anos, George Bernnard entrou para a Igreja Metodista Episcopal, onde seu devotado
ministério foi altamente apreciado.

Ele relata: "A inspiração veio-me em um dia de 1913 quando estava em Albion, Michigan. Comecei a
escrever 'Rude Lenho se Ergueu' . Compus primeiro a melodia. As palavras que escrevi no início eram
imperfeitas. A letra definitiva do cântico foi posta em meu coração em resposta as minhas próprias
necessidades."

"O cântico foi mostrado a alguém pela primeira vez quando visitei amigos na paróquia de Pokagon,
Parsonage, Michigan. A família Bostwick era dada à música, assim, após o jantar fomos para o piano. Eu
estava ansioso por mostrar-lhes meu cântico, e encontrei a oportunidade."

"Cantei-o, e então, nervosamente, perguntei o que achavam dele." "Gostamos tanto", responderam, "que
achamos que deve ser impresso... Deixe-o conosco, e nos encarregaremos das despesas."

A primeira ocasião em que foi ouvido em público foi no "Chicago Evangelistic Institute" (Instituto
Evangelístico de Chicago). Tornou-se logo popular. Em pouco tempo, igrejas de todos os estados da
União estavam cantando "Rude Lenho se Ergueu."

Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

H.A. 211 - Rude Cruz

George Bennard, o autor e compositor deste hino, um dos mais amados no mundo inteiro, estava de
volta de uma série de conferências evangelísticas nos Estados de Michigan e Nova Iorque, EUA. Estava
passando por uma dura provação. Começou a refletir seriamente sobre o significado da cruz, e o que o
apóstolo Paulo queria dizer quando falou da "participação dos seus sofrimentos" (Filipenses 3:10).
Enquanto Bernnard meditava sobre estas verdades, "se convenceu de que a cruz era muito mais do que
um símbolo religioso, era o coração do evangelho. " Foi neste tempo que este hino nasceu.

Bernnard conta a história:

"A inspiração me veio em um dia em 1913, enquanto estava em Albion, Michigan, EUA. Comecei a
escrever Rude Cruz. Compus a melodia primeiro. A letra que escrevi estava imperfeita. As palavras
completas do hino foram postas [mais tarde] no meu coração em resposta à minha própria necessidade.
Pouco tempo depois, em 7 de junho, apresentei o hino numa conferência em Pokagon, Michigan."

Depois de o hino ser apresentado numa grande convenção em Chicago, tornou-se imensamente popular
no país todo, e, em pouco tempo, ao redor do mundo. Apareceu primeiro num folheto, e em seguida, no
hinário Heart and Life Songs, for the Church, Sunday School, Home and, Camp Meetings (Cânticos para o
Coração e a Vida, Para a Igreja, Escola Dominical, o Lar e Reuniões Campais), publicado em 1915.

Bennard tinha razão. A cruz é o coração do evangelho, e Deus usou o sofrimento deste seu servo para
abençoar o mundo até hoje.

George Bennard, filho de um mineiro, nasceu em Youngstown, Estado de Ohio, em 4 de fevereiro de


1873. Pouco tempo depois, a família mudou-se para o Estado de Iowa. Foi na cidade de Lucas que
George se converteu numa reunião do Exercito da Salvação. Desejava ser pastor mas aos dezesseis
anos, com a morte do seu pai, tornou-se o único sustento da sua mãe e quatro irmãs. Tornou-se
impossível adquirir mais educação formal, mas George entrou nas fileiras do Exército da Salvação.
Adquiriu conhecimento teológico através do seu próprio estudo e do convívio com pastores. Mudou-se
com a família para Ilinois, e mais tarde se casou. Ali o casal trabalhou lado a lado na liderança do Exército
da Salvação. Após alguns anos, deixando este trabalho, Bennard foi consagrado ao ministério metodista,
e começou quarenta anos frutíferos em conferências evangelísticas no norte dos Estados Unidos e no
Canadá.

Bennard escreveu mais de trezentos hinos, mas será lembrado especialmente por este. Em 9 de outubro
de 1958, aos 85 anos, depois de levar fielmente sua cruz. George Bennard trocou-a por "uma coroa".

O nome da melodia, OLD RUGGED CROSS, (Velha Rude Cruz) provém do título do hino que por muitos
anos foi considerado o gospel hymn predileto do povo americano. O missionário F. A. R. Morgan traduziu
este hino em 1924.

.A. 230 - Sou Feliz com Jesus

Ira David Sankey, conhecido hinista americano, diz em seu livro My Life and the Story of the Gospel
Hymns (Minha Vida e a História dos Hinos Evangélicos):

Quando Moody e eu realizávamos reuniões em Edinburgo, em 1874, ouvimos as tristes notícias do


naufrágio do vapor francês "Ville de Havre", em seu retorno da América, com grande número de membros
do Concílio Ecumênico que havia sido realizado em Filadélfia. A bordo do vapor estava a Srª Spafford,
com seus quatro filhos. A colisão fora em alto mar com um grande navio, fazendo com que o vapor
afundasse em meia hora. Quase todos a bordo morreram. A Srª Spafford tirou seus filhos dos beliches e
os levou para o convés. Tendo sido avisada de que o vapor em breve afundaria, ela ajoelhou-se com
seus filhos em oração, pedindo a Deus que fossem salvos se possível, ou que se conformassem em
morrer, se essa fosse a Sua vontade. Em poucos minutos o vapor imergiu para as profundezas do mar, e
as crianças se perderam. Um dos marinheiros, chamado Lockurn, - com quem me encontrei mais tarde na
Escócia - ao remar sobre o local onde desaparecera o vapor, descobriu a Srª Spafford flutuando. Dez dias
mais tarde ela desembarcou em Cardiff, Wales. De lá telegrafou ao marido, advogado em Chicago, a
mensagem: "Salva sozinha". O Sr. Spafford, que era cristão, mandou emoldurar a mensagem, e pendurá-
la em seu escritório. Embarcou imediatamente para a Inglaterra a fim de trazer a esposa de volta a
Chicago. Moody abandonou suas reuniões em Edinburg e dirigiu-se a Liverpool para tentar confortar os
pais, e ficou muito alegre ao ver que eles estavam dispostos a dizer: "Está bem, seja feita a vontade de
Deus".

Em 1876, quando voltamos a Chicago para trabalhar, passei algumas semanas no lar dos Spaffords.
Neste tempo o Sr. Spafford escreveu o cântico: "Sou Feliz Com Jesus", em memória de seus filhos. P. P.
Bliss compôs a música a apresentou o cântico pela primeira vez em "Farwell Hall". O fato confortador em
relação a este incidente foi que pouco antes da viagem para a Europa, as crianças se haviam convertido
em uma de nossas pequenas reuniões no Norte de Chicago.

Enquanto ainda viviam aí, o casal Spafford tornou-se muito impressionado com a Segunda volta de Cristo.
O Sr. Spafford foi tão zeloso que decidiu ir a Jerusalém com a esposa e a filha que lhes restava, e lá
aguardar a volta de Jesus, mas morreu pouco depois. A Srª Spafford é diretora de uma Sociedade cuja a
sede esta num edifício fora de Jerusalém, onde um grande número de pessoas vive, tendo tudo em
comum. Quando visitei Jerusalém, há alguns anos, encontrei-a na "Rua de Davi". No dia seguinte recebi a
visita da Srª Spaffordd, que é muito popular entre os nativos e professora de um grande número de
crianças, instruindo-as em literatura inglesa e costumes americanos.

Sankey relata ainda o seguinte: "Este cântico foi ouvido por um cavalheiro que havia sofrido grande perda
financeira no terror de 1899, e que estava no mais profundo desânimo. Quando ouviu a estória do cântico,
exclamou: ' Se Spafford pode escrever um tão belo cântico de resignação, eu jamais me lamentarei outra
vez'."

Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

H.A. 230 - Sou Feliz com Jesus

Em Novembro de 1873, o "Ville de Havre" zarpou da cidade de Nove Iorque para a Europa. Entre os
passageiros encontrava-se, a bordo, a Sra. Spafford, esposa de um advogado em Chicago, com seus
quatro filhos.

A viagem estava quase no fim, estando já à vista as costas da Inglaterra, quando ocorreu uma terrível
catástrofe. No escuridão da noite um barco colidiu com o "Ville de Harve" e este começou logo a afundar.
A Sra. Spafford ajuntou os seus filhos ao seu redor e encomendou-os a Deus. À medida que a água
subia, mais e mais, dentro do navio, um dos filhos procurou confortar sua mãe em prantos, lembrando-lhe
de que era tão fácil ser chamado à presença de Cristo, tanto do mar, como se da casa, na América!

Um a um, os seus queridos filhos foram arrancados dos seus braços. perecendo diante dos seus olhos.
Ela, porém, foi milagrosamente poupada e salva, algumas horas mais tarde, por outro navio.

Supondo que a notícia do desastre seria logo divulgada pelo mundo, a Sra. Spafford assim que atingiu o
porto, enviou um telegrama ao seu marido. Este havia recebido a notícia do naufrágio do navio e da perda
de seus passageiros, mas ainda não sabia da perda dos seus entes queridos.

Com o coração pulsando fortemente e com mãos vacilantes ele abriu o envelope. A mensagem era curta,
consistindo em apenas duas palavras. Seus olhos foram diretos à palavra "salva", dando ao seu coração
uma repentina sensação de alegria. Relendo, porém, o telegrama, notou a segunda palavra: "só",
causando-lhe uma terrível mudança de sentimentos. Num determinado momento foi cheio de um gozo
inefável; e no momento seguinte, inundado de indescritível tristeza!

Contudo, ele pôde agradecer a Deus por ter salvo a sua amada esposa, ainda que lamentasse a perda
dos filhos queridos.

Dois anos mais tarde o mesmo Sr. Spafford perdeu grande parte dos seus bens num incêndio que houve
em Chicago, mas a sua fé cristã sempre firme permitiu que ele superasse a todas aquelas perdas.

A despeito de tudo o que lhe aconteceu, foi capaz de sentar-se e escrever o lindo hino que focalizamos e
que se tornou tão conhecido em todo o mundo evangélico. Ë o Nº.312, em " Hinos e Cânticos". A sua letra
em português é de autoria do Sr. S.E. McNair; a música é do Sr. Philip P. Bliss.

Há muitas famílias nas quais existem pessoas salvas e pessoas perdidas. Aquelas que estão preparadas
e aquelas que não estão preparadas para se encontrarem com um Deus santo e que odeia o pecado!

Nalgumas delas é possível que o marido seja salvo e a esposa não; uma irmã salva e um irmão, perdido;
e assim por diante. Que coisa terrível será, na eternidade, se sua mãe, ou seu pai, ou irmã ou irmão, ou
esposa ou esposo, for salvo e você - PERDIDO!

E se falamos em ser salvo, devemos pensar num meio de salvação; e quando Deus nos fala da Sua
grande salvação, Ele nos fala, também, a respeito do nosso grande Salvador, o Senhor Jesus. Ele nos
fala, ainda, como podemos estar certos dessa salvação: "Se com a tua boca confessares a Jesus como
Senhor, e em teu coração creres que Deus O ressuscitou dentre os mortos, serás salvo" (Romanos 10.9).

H.A. 278 - Tal Qual Estou

Charlotte Elliott escreveu este hino em 1834 e ele apareceu pela primeira vez no "Invalid's Hymn Book",
em 1836. A autora ficou inválida no últimos cinqüenta anos de sua vida. Ela diz de sua experiência:

"Meu pai celeste sabe, o somente Ele, o que significa, dia após dia, e hora após hora, estar a lutar contra
os impulsos do corpo, e uma predominante fraqueza, langor e exaustão, para resolver não me sujeitar a
indolência, depressão, irritabilidade, como é a tendência, porém conforme Ele me dá forças, levantar cada
manhã determinada a tomar isto como meu lema: 'Se alguém quiser vir após Mim, negue-se a si mesmo,
tome sua cruz, e siga-me'."

Em 1822 seu pai foi visitado pelo evangelista Dr. César Malan que perguntou à Srtª Elliott se ela era
cristã. A princípio se ressentiu com a pergunta mas logo tomou atitude de uma cristã. O hino foi escrito em
numa noite em que Charlotte permaneceu acordada, aflita por sua incapacidade de ajudar nos
preparativos de um bazar para angariar fundos para a igreja. Não há dúvida de que este tem sido "o
grande hino ganhador de almas" do mundo, porque Charlotte Elliott fez fluir nele todos os sue anseios e
desejos de ser "Tua e Tua somente". Há penitência, submissão, e humildade expressas num
procedimento sincero. O hino tem tido grande prestígio e tem sido traduzido para muitas línguas.

"Woodworth", a melodia escrita por William B. Bradbry apareceu pela primeira vez na "Mendelssohn
Collection or... Third Book of Psalmody", 1849. Bradbury editou esta coleção juntamente com Thomas
Hastings. Estando sob a influência de Lowell Mason, em Boston, Bradbury tornou-se organista, dirigiu
classes de canto, compilou alguns livros de cânticos, e na igreja foi um influente músico. Era adepto do
canto congregacional, e numa conferência sobre música afirmou: "Creio ser privilégio e dever de todos
unir-se ao canto como um ato de adoração."

Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

H.A. 278 - Tal Qual Estou

Charlote Elliot, uma das hinistas mais destacadas do séc. XIX nasceu em 1789. Foi membro de uma
família de certa cultura e tradição ministerial (dois irmãos, um tio e um avô foram pastores). Mostrou seu
talento poético desde cedo, escrevendo poesias humorísticas. Uma doença séria em 1821 deixou
Charlotte inválida para o resto da sua vida. No ínicio, foi rebelde para com Deus. Queixou-se certa vez:
“Se Deus me amasse, não teria me tratado desta maneira”. A visita do ilustre pastor e líder da hinologia
francesa, H. A. César Malan, mudou sua vida. O Pastor perguntou a Charlotte se ela realmente tinha
aceitado a Cristo. Ela se ressentiu com esta pergunta. Malan, prudentemente, não insistiu, mas disse;
”Não insisto em falar nisso, mas orarei para que você entregue o seu coração a Cristo e que se torne uma
grande obreira em sua causa”.

Duas semanas depois, Charlotte procurou aquele grande evangelista. Falou das suas frustrações e dos
seus sentimentos.

- “Que devo fazer para ser crente? ”, perguntou ao amigo.

- ”Deve ser entregar a Cristo, tal qual está”, veio a resposta.

- “Será que Deus me recebe, tal qual estou? ”, perguntou Charlotte, pensando na sua rebeldia, seus
temores, e no seu rancor.

- “Sim, tal qual está”, respondeu o Dr. Milan.


Charlotte fez isso e, dali em diante, dedicou sua vida a servir ao Senhor. Manteve uma correspondência
com o Dr. Malan por 40 anos, o que muito lhe ajudou a superar sua vida de sofrimentos físicos, e manter
um grande ministério espiritual e humanitário. Ao todo, escreveu 150 hinos, que refletiam seu amor pela
poesia e pela música. Escreveu muitos hinos especialmente procurando ajudar todas as pessoas que
sofriam. Foram publicados em alguns hinários da época. De acordo com Julian, os versos de Charlotte
Elliott "São caracterizados pela ternura de sentimentos, simplicidade melancolia, devoção profunda e
ritmo perfeito. Para as pessoas sofrendo enfermidades e tristezas, ela canta como poucos."

Em 1834, o irmão de Charlotte procurava organizar uma escola para filhas de pastores sem recursos.
Todos ao seu redor se empenhavam a ajudá-lo. Charlotte também queria ajudar, mas, muito doente, era-
lhe impossível. Sentia demais a sua invalidez. Mas Deus pôs no seu coração este hino. Escrevendo seis
estrofes, lá ajuntou, na sua alma, as grandes certezas, não das suas emoções, mas da sua salvação – do
seu Senhor, do seu poder, das suas promessas – e deliberadamente registrou, para seu conforto, a
fórmula da sua fé, reiterando a si mesma o evangelho do perdão, da paz e dos céus. A venda do seu hino
angariou mais recursos do que os esforços de todos os outros.

"Tal Qual Estou" apareceu pela primeira vez num panfleto em 1835. Charlotte o publicou no seu hinário
The Invalid’s Hymn Book (O Hinário Para o Inválido), em 1836. Mais tarde, no mesmo ano, Charlotte
adicionou uma sétima estrofe ao hino e publicou-o numa outra coletânea para os que sofrem. Depois da
sua morte, em 1871, descobriram mais de 1.000 cartas agradecimento por este hino. Traduzido para
muitas línguas e difundido ao redor do globo, o hino tornou-se o mais usado na hora do apelo em cultos
evangélicos.

Em setembro de 1934 o muito conhecido pregador batista Mordecai Ham dirigiu uma campanha
evangelistica de 11 semanas em Charlotte, Estado de Carolina do Norte, EUA. Para um certo jovem na
multidão, religião era um estorvo. Assistiu à reunião sem querer. Enquanto escutava, entretanto, as
palavras do pregador tocaram algo nele. Compreendeu que era verdade. Aquela noite, enquanto o coro
cantava Tal Qual Estou, o jovem Billy entregou a sua vida a Cristo. Andou até a frente como profissão
pública da sua nova fé. Muita gente associa "Tal Qual Estou" com o jovem que entregou a sua vida a
Cristo em 1934. Billy Graham, talvez o mais conhecido evangelista da história, tem viajado ao redor do
mundo nos seus esforços de trazer Cristo às nações. O cântico que o chamou para fazer a sua profissão
pública tornou-se o hino apelo usado em cada Cruzada Billy Granham.

A melodia extensivamente usada nos Estados Unidos com o texto de Charlotte Elliot é WOODWORTH,
composta por William Batchelder Bradbury. Originalmente foi combinada com outro texto e publicada na
Mandelssohn Collection editada por Hastings e Bradbury, em 1849. Felizmente Sankey, nas coletâneas
Gospel e Cânticos Sagrados, publicadas entre 1875 e 1891, uniu a melodia de Bradbury ao texto de Elliot.
Usou esta versão nas suas campanhas com Moody. O resultado foi muito feliz e esta versão foi difundida
ao redor do mundo. Ao som desta versão, nas campanhas de Billy Granham, onde este hino é o hino
oficial de apelo, milhares já foram à frente fazer sua confissão de fé.

Bibliografia:Ichter, Bill H. Se Os Hinos Falassem. Vol I, Rio de janeiro, Casa Publicadora Batista (JUERP),
s/d, p. 328

H.A. 278 - Tal Qual Estou


Os milhares de cristãos fiéis, que dão evidência de sua fé em Cristo, são o bendito fruto da semente
plantada em boa terra. Eles ouviram atenciosamente a Palavra de Deus e a assimilaram em suas vidas.

Charlotte Elliott, autora de mais de 150 hinos, foi uma filha rebelde. Talvez a sua enfermidade tenha
contribuído para a sua revolta contra Deus. Dizia: "Se Deus me amasse não teria me tratado desta
maneira."

Numa visita que seu pai planejou com a finalidade de ajudá-la, ela confessou ao visitante que não sabia
como encontrar-se com Deus. Perguntou: "Que devo fazer para ser crente?" Ao que o amigo respondeu:
"Deve entregar-se a Deus tal qual está."

"Será que Deus me recebe, tal qual estou?", Charlotte tornou a perguntar pensando na sua rebeldia, nos
seus temores e no ódio que tinha em seu coração. Assegurada pela promessa, lida da Bíblia, Charlotte
atendeu ao convite de Deus e converteu-se. (Extraído do Livro: Se os Hinos Falassem, do Pr. Bill Ichter).

Estas palavras, "Tal qual estou", ficaram gravadas na mente de Charlotte Elliott e a inspiraram a compor o
hino que é freqüentemente cantado em nossos cultos evangelísticos. Tem servido de semente plantada
em muitos corações e tem produzido fruto em abundância:

Tal qual estou, eu venho a Ti,


Aceita-me, o Salvador!
Confiante sou em Teu amor;
Ó Salvador, me achego a Ti!

Tal qual estou, eu venho a Ti,


Perdão me podes conceder,
E minhas faltas esquecer;
Ó Salvador, me achego a Ti!

Tal qual estou, eu venho a Ti,


E Tu minhálma limparás,
Com Teu amor me envolverás;
O Salvador, me achego a Ti.

H. A. 35 - Tu És Fiel, Senhor

Letra: Thomas O. Chisholm (1866-1960)


Música: William M. Runyan (1870-1957)

O homem lia com cuidado as várias poesias que tinha diante de si. Elas lhe foram enviadas por um
amigo, para que ele, sentindo a devida inspiração, escrevesse músicas para acompanhá-las.

Uma das poesias logo chamou a sua atenção. "Esta poesia tinha tal apelo, que orei com todo o fervor
pára que a minha melodia pudesse transmitir a sua mensagem duma maneira digna."
A cena descrita transcorreu em 1923. O compositor era o Rev. William Marion Runyan, metodista norte-
americano. Sem dúvida, hoje podemos dizer: a música do compositor faz exatamente o que ele tão
ardentemente desejou. .

Runyan nasceu no dia 21 de Janeiro de 1870, em Marin, Estado de Nova York. Tinha grande inclinação
para a música. Iniciou os seus estudos de música quando tinha 5 anos, e aos 12 já servia como organista
da igreja. Quando tinha 14 anos seu pai, que era pastor metodista, mudou-se, com a família para o
Estado de Kansas.

Apesar do seu grande talento musical, Deus tinha outros planos para Ruhyan. Aos 21 anos de idade, foi
consagrado ao ministério pastoral. Serviu como pastor e evangelista entre os metodistas por 32 anos.

Por causa de um problema de surdez, Runyan deixou o pastorado em 1923, para assumir
responsabilidades na Universidade John Brown, trabalhando também como redator da revista Cristian
Workers’ Magazine (Revista do Obreiro Cristão) e como compilador de hinários.

De 1931 a 1944, ele serviu no Instituto Bíblico Moody, em Chicago. Foi nesse Instituto que o hino Tu És
Fiel, Senhor, tornou-se muito conhecido, tornando-se um dos prediletos dos alunos daquela instituição.
Quando o Dr. Houghton, presidente da mesma, faleceu, o hino foi entoado por todos os presentes ao
culto fúnebre.

Em 1923, quando Thomas Chisholm enviou aquelas poesias a William Runyan, este, compositor de
quase 300 hinos, já havia feito umas 20 ou 25 músicas para acompanhar poesias de Chisholm, seu
colega e grande amigo.

Thomas Obediah Chisholm nasceu no Estado de Kentucky, no dia 29 de julho de 1966. Nasceu em
circunstancias humildes e teve de instruir-se por si mesmo. Apesar de só completar o curso primário por
esforço próprio, mais tarde se tornou professor. Com 21 anos já era redator auxiliar do jornal local.

Com 27 anos, Chisholm se converteu durante uma série de conferências evangelísticas. Mais tarde, foi
consagrado ao ministério pela igreja Metodista, mas o seu estado de saúde bastante precário proibiu que
desenvolvesse muitas atividades. Por esta razão, ele deixou o pastorado.

Chisholm escreveu em total de aproximadamente 1.200 poesias. Faleceu no Lar Metodista de Ocean
Grove, Estado de Nova Jersey, em 29 de fevereiro de 1960.

O hino Tu És Fiel, Senhor foi publicado pela primeira vez em 1923, nem hinário intitulado Songs of
Salvation (Cânticos de Salvação) da autoria de Runyan.

O nome da melodia, dado pela família de Runyan, é FAITHFULNESS (Fidelidade).

A tradutora Joan Larie Sutton, é conhecida e amada em todo o Brasil. D. Joana (como ela é mais
conhecida) é eximia violinista, querida professora, compositora, autora, tadutora e criadora de um imenso
patrimônio de música sacra no Brasil.

Joan Larie Riffey, nasceu em 26 de julho de 1930, em Lousville, Estado de Kentucky, EUA. Chegou ao
Brasil com seus pais, John e Esther Riffey, operosos missionários da Junta de Richmond, em 1935. Como
diretor do Curso por Extensão do Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, de 1938 a 1954, o Dr.
Riffey serviu em oito estados do Brasil. D. Esther trabalhou na igreja local no Rio de Janeiro, no Curso de
Obreiras e como autora e compositora para o trabalho com crianças. Joana aceitou a Cristo nos joelhos
de sua mãe, vindo a se batizar aos dez anos. Os seus estudos de primeiro e segundo grau foram em
colégios batistas, em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro. Bem cedo revelou o seu talento musical. Desde
os seis anos estudou piano, adicionando, depois, o violino. Em seu sermão oficial no VI Congresso
Nacional da Associação dos Músicos Batistas do Brasil, realizado em Fortaleza, CE, D. Joana recordou a
sua formação espiritual e musical. Realçou as suas experiências nos corais da sua igreja e escola, as
capelas, os cultos, os orfeões. Sobretudo ela se lembrou dos hinos, que ajudaram a formar esta líder que
mais tarde teria forte influência na música sacra brasileira.

Indo aos Estados Unidos para continuar os estudos, como bolsista, Joana cursou Pedagogia do violino na
Universidade de Baylor, Estado de Texas, bacharelando-se em Letas (literatura inglesa e francesa) e
Música (teoria e violino), concluindo em 1951. Após o falecimento de seu primeiro esposo, joana voltou
aos estudos, iniciando, em 1952, o mestrado em música Sacra no Seminário Teológico Batista do Sul, em
sua cidade natal. Durante o curso veio a conhecer john Boyd Sutton, com quem se casou em segundas
núpcias. Deus deu três filhos a este casal, John Edwin (1954), Laura (1957) e Cecília (1960), que nasceu
no Brasil. O Pr. Boyd e Joana terminaram o mestrado em música sacra em 1956, e, depois de três anos
de trabalho, no Estado da Carolina do Norte, foram nomeados como missionários pela junta de Richmond,
chegando ao Brasil em agosto de 1959. O casal começou a lecionar música no STBSB em 1961. Em
1963, iniciaram o curso de música sacra do Seminário, com o Pr Boyd na direção. A profa. Joana lecionou
em muitas áreas: composição, contraponto, forma e análise, órgão, violino e hinologia, sempre traduzindo
músicas para os diversos coros e para o ensino de canto. Passaram, mais de vinte anos abençoados
treinando pessoas que hoje estão espalhadas pelos quatro cantos do país e do exterior, muitos em
lideranças. Este casal tem verdadeiramente dedicado sua vida ao ministério de música na Pátria
Brasileira.

O casal Sutton depois de 33 anos abençoados de ministério no Brasil, voltou à sua terra natal em outubro
de 1992 para a aposentadoria. Fixando-se em Hendersonville, Carolina do Norte, EUA, continua a servir
ao Senhor, tanto no seu novo lar, como em cooperação com seus companheiros do trabalho no Brasil.

Um Testemunho

O Pr. Arthur Francis White, pastor batista aposentado de 88 anos de vida estava acamado no hospital.
Sofrera uma queda muito brutal, que lhe fizera muito mal. Duas das suas quatro filhas revezavam-se ao
seu lado. Anne, sua querida esposa de 58 anos, estava doente em casa, sem condições de estar com
ele. (Havia de segui-lo para espera da volta de Jesus 4 meses mais tarde) .

Numa hora quando sua filha Hellen White Brock estava ao seu lado, o Pr Arthur pediu: "Helen, cante
comigo, Tu ès Fiel, Senhor". O Pr. Arthur possuía uma linda e possante voz de tenor. Uma de suas
maiores alegrias era cantar o louvor de Cristo, a quem ele conhecera e amara desde menino, e servia
fielmente há longos anos.

Helen nunca foi solista, mas cantava um contralto muito afinado no coro, e, quando necessário, regia o
coro com eficiência, embora fosse mais uma instrumentista. Naquele momento, entretanto, começou o
hino que ambos amavam e conheciam de cor. O pastor, com voz fraca, uniu-se a ela. Em alguns minutos,
com a voz falhando, o Pr. Arthur pediu: "Continue, Helen, não posso, mais". E assim Helen continuou a
cantar este grande hino, enquanto seu pai, olhos fechados, apreciava. De repente, Helen notou que seu
pai, um sorriso ainda nos lábios, parecia ter dormido. Percebeu que ele não estava mais ali. Partira para
estar guardado em Cristo Jesus, esperando o dia da volta Daquele a quem ele amara e servira toda sua
vida.

Este hino continuou a ser o hino da família de Helen e Ursus Brock e de suas filhas, Margaret, Edith e
Mary. Foi escolhido por Ursus para fazer parte do seu próprio culto memorial, muitos anos mais tarde.
Tem sido o testemunho de Edith e Dewey Mulholland por mais de 40 anos de serviço missionário no
Brasil, 23 no Piauí e o restante no Distrito Federal: verdadeiramente Deus é Fiel!

Bibliografia: Rosa, Joaquim de Paula, Apresentação, Hinário Para o Culto Cristão, JUERP, 1990, p, VII.

H.A. 035 - Tu És Fiel, Senhor

Dos hinos cristãos escritos nos anos mais recentes, um, em particular, sobressai como a luz de um farol,
devido à sua mensagem, vinda do Pai celestial que continuamente sustenta e cuida dos Seus filhos.

Este hino,"Tu és fiel", foi escrito por um pregador que depois se tornou repórter de um jornal, Thomas O.
Chisholm, de Vineland, Nova Jersey; e a música foi composta por William M. Runyan.

Muitos hinos têm sido escritos motivados por alguma experiência particular, porém, observando a vida do
sr. Chisholm, chegamos à conclusão de que este hino foi o resultado de uma experiência do "dia a dia" da
fidelidade de Deus para com Ele.

A história começou em 1941. Dois homens estavam revendo a lista de membros dos Gideões, quando
viram, de repente, um nome que lhes era familiar. Descobriram que era o nome do sr. Thomas O.
Chisholm e com a seguinte anotação ao lado: "Cancelado por falta de pagamento".

Eles se lembraram de que o sr. Chisholm era o autor de um hino que muito impressionou o missionário
John Stam, que fora martirizado. Este mesmo hino fora o tema da vida de Stam durante os seus estudos
no Instituto Bíblico Moody, quando se preparava para o serviço missionário e que, finalmente, levou-o a
entregar a sua vida, juntamente com a da sua querida esposa, a fim de que outros pudessem ter vida ...

Os dois homens ficaram sensibilizados com o achado. Pensaram que eles mesmos é que deviam pagar a
dívida ao sr. Chisholm.

Ao mesmo tempo que o Senhor estava tocando também no coração de um homem de negócios, na
cidade de Nova Iorque, o qual não podia dormir porque passava-lhe pela mente o pensamento de que o
sr. Chisholm, a quem ele não conhecia pessoalmente, mas apenas através dos hinos sacros que
escreveu, estava em grande aperto financeiro. Mas, como poderia fazer chegar a ele qualquer
importância em dinheiro? Não sabia onde ele morava!
''Estou certo de que o procurador Jacob Stam sabe do seu endereço", pensou ele. "Pedirei a ele para
levar este dinheiro ao st. Chisholm".

Assim fez, mas a história não termina aqui. Pela primeira vez em sua vida a família Chisholm estava
enfrentando uma necessidade desesperada que, do ponto de vista humano, jamais poderia ser
solucionada.

Naquela noite, quase como simples crianças, eles levaram aquele problema à presença do Pai celestial,
não sabendo, contudo, que o Senhor já havia respondido. Na manhã seguinte o correio trouxe ao casal
Chisholm uma única carta - era do sr. Jacob Stam - e dentro se encontrava a importância de que
necessitavam, enviada pelo homem de negócios de Nova Iorque, que jamais conheceram!

Alguém poderia dizer que foi uma coincidência; mas devemos dizer como disse o sr. Chisholm: "Foi a
fidelidade de Deus! " Pois, numa carta escrita em 1949, ele disse: "Estou próximo dos meus oitenta e três
anos de idade, mas a força do alto tem sido sempre suprida, juntamente com o cumprimento da Sua
promessa: "O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades ( Filipenses
4.19).

Não somente o suprimento das necessidades, mas as ocasiões desse suprimento, têm assinalado os
marcos do Seu cuidado providencial, cada dia, cada momento".

H.A. 152 - Vencendo vem Jesus

Foi no outono de 1861 que a escritora Julia Wad Howe e seu marido, médicos a serviço do governo dos
Estados Unidos, mudaram-se para Washington D.C., capital. Julia, abolicionista, mas pacifista, angustiou-
se ao ver a atmosfera de ódio e as preparações frenéticas para uma guerra entre os Estados. Dia após
dia as tropas passaram por sua porta, cantando John Brown’s Body (O Corpo de John Brown), canção de
melodia contagiante que contava a história da morte de John Brown, com alguns dos seus filhos, num
violento esforço individual para acabar com a escravidão. Um dia, enquanto ouviam as tropas cantando,
um visitante do casal, o pastor da sua igreja anterior, conhecendo a sua habilidade de poetisa, virou-se
para Julia e a desafiou:"Porque a senhora não escreve palavras decentes para aquela melodia?" "Farei
isto!" respondeu Julia. As palavras vieram a ela antes do novo amanhecer. A senhora Howe relata:

"Acordei na penumbra da madrugada, e enquanto esperava a aurora, as linhas do poema começaram a


se entrelaçar na minha mente. Disse a mim mesma, ' Preciso me levantar e escrever estes versos, para
não tornar a dormir e perde-los!'Então me levantei e no escuro achei uma pena desgastada, que me
lembrei de ter usado o dia anterior . Rabisquei os versos quase sem olhar o papel."

Assim nasceram palavras "decentes" e empolgantes para aquela melodia muito conhecida, que surgira
nos Camp Meetings do Sul anos antes da guerra civil. Em pouco tempo, todo o Norte estava cantando a
letra de Julia Ward Howe. O hino foi publicado no periódico mensal Atlantic Monthly (Revista Mensal
Atlântico) em Boston, Estado de Massachusetts, em fevereiro de 1862. Conta-se que a primeira vez que o
presidente Lincoln ouviu o hino, chorou e pediu:"Cante-o mais uma vez."

Ao longo dos anos, o hino perdeu qualquer resquício de partidarismo e tornou-se um dos hinos mais
amados dos Estados Unidos. Arranjos maravilhosos deste hino foram feitos por compositores de renome
e cantados nos momentos mais solenes do país. Foi cantado na posse do Presidente Lyndon Johnson, e,
tornando-se internacional, no culto funerário de Winston Churchill, como planejado por ele mesmo.

Julia Ward Howe, (1819-1910) nascida em Nova Iorque numa família de distinção, se uniu com seu
marido, o Dr. Samuel Gridley Howe, em obras humanitárias. Foi pioneira no movimento para o voto
feminino, abolicionista ardente, pacifista e muito ativa nas obras sociais. Tornou-se oradora destacada de
muita influência. Em 1870, organizou uma cruzada com este alvo:que as mulheres do mundo se
organizassem para acabar com a guerra de uma vez por todas. Pregava freqüentemente na sua
denominação e em outras, Julia publicou, entre outros escritos, três volumes de poesia. Em 1910, doze
dias antes da sua morte, foi lhe conferido um Doutorado em Direito (honoris causa) em homenagem às
suas muitas realizações humanitárias.

Nas mãos do inesquecível Ricardo Pitrowsky este hino tornou-se um hino triunfante da volta de Jesus,
assunto que empolgava este servo de Deus. Sua excelente adaptação da letra de Julia Wrd Howe fez o
hino amado em toda a nação brasileira. Ao fazê-la Pitrowsky escreveu:

"Este hino é a expressão da gloriosa esperança da segunda vinda de Jesus a este mundo, para ser, no
fim, vitorioso sobre todas as forças do maligno. Isto nos dá coragem para proceder na sua obra."

O nome desta melodia americana, BATTLE HYMN (Hino da Batalha), vem das primeiras palavras do título
do hino no original

H.A. 034 - Quão Grande És Tu

Letra e Música: Carl Boberg 1859-1940)

Esta história começa na Suécia. Carl Boberg nasceu em Monsteras, na Costa sudoeste da Suécia, em 16
de Agosto de 1859. Seu pai era carpinteiro num estaleiro de navios, e sua casa dava bem para o estuário
do rio Monsteras. Carl converteu-se aos 19 anos de idade. Num certo domingo, quando ia para a reunião,
encontrou-se com alguns jovens pouco mais velhos do que ele, os quais insistiam para que fosse jogar
em sua companhia e de algumas garotas amigas. Carl, que esperava encontrar, na reunião, o pregador
que anteriormente tinha tocado profundamente em seu coração, e, não querendo perder o seu novo
sermão, não aceitou o convite dos amigos.

A mensagem do pregador, naquele domingo, sobre o pecado e a graça foi direta ao coração de Boberg.
Após a reunião, todavia, vagueou de um lado para outro sob profunda convicção de pecado, a tal ponto
que, ao chegar a uma campina, caiu de joelhos e confessou-se um pecador irremediavelmente perdido.
Nesse estado de espírito buscou o perdão, orando dia e noite, até que, ouvindo um menino tentando
aprender de cor o versículo de João 14.13, que diz: "Tudo quanto pedirdes em meu nome eu o farei", a
sua constante repetição fez com que ele compreendesse a verdade e assim encontrasse perdão e paz,
simplesmente aceitando as palavras de Cristo.

Quatro anos mais tarde, no verão se 1885, Boberg escreveu o poema "O Store Gud", que conhecemos
agora como "Quão Grande és Tu", e que foi publicado pela primeira vez em "A Folha de Monsteras", no
dia 13 de Março de 1886. De 1890 até 1916 Boberg foi editor de um semanário cristão, "Testemunho da
Verdade". De 1911 até 1924 foi representante de sua cidade no Parlamento Sueco. Sofreu, porém, um
derrame em 1937, que paralisou o seu lado direito, vindo a falecer em 1940.

Naquele dia quente de verão de 1885, Carl Boberg e outros da sua cidade foram a uma reunião que se
realizaria a duas milhas ao sul de Monsteras. De volta para casa, desabou uma tempestade; os raios
riscaram os céus e os ventos sopraram sobre as plantações. Em apenas uma hora a tempestade cessou
e o arco-iris apareceu! Chegando em casa, Boberg abriu a janela e viu o estuário que ficava em frente à
sua casa, como se fosse um límpido espelho. Repetiu, então, baixinho, os versos de Nicander: "Bem
vinda, ó brilhante tarde; Bem vinda, calma e linda".

Da outra banda do rio ouviu o canto dos pássaros no bosque. Tinha havido um funeral naquela mesma
tarde e, de longe, podia ser ouvido o repicar dos sinos, na quietude daquele entardecer. A atmosfera e a
beleza da paisagem tocaram a mente poética de Boberg e ali encontrou expressões para escrever o hino
que hoje conhecemos come "Quão Grande és Tu".

Em 1891, Boberg, sendo editor de um daqueles periódicos, publicou o seu hino com aquela música.

É interessante notar que já em 1910 este hino havia sido traduzido para o português, pelo ilustre hinólogo
Dr. João Gomes da Rocha, tradutor de inúmeros hinos, e foi publicado no hinário "Louvores", em 1938,
pelo Centro Brasileiro de Publicidade Ltda. Esta tradução constava de dez estrofes e coro (Se os Hinos
Falassem, Vol.1).

Em 1907 apareceu uma versão em alemão, feita por Manfred Von Glehn, residente na Estônia. Mas em
1927, outro pregador russo, Ivan S. Prokhanoff, conhecido como o "Martinho Lutero da Rússia moderna",
publicou uma versão em russo, a qual foi incluída no hinário chamado "Kimvale" (Címbalos), uma coleção
de hinos traduzidos de várias línguas.

Em 1923, o inglês Stuart Keene Hine, um dos nossos mais dinâmicos e dedicados missionários, deixou a
Inglaterra, a sua terra natal e foi com sua esposa anunciar o Evangelho na Ucrânia.

Ali conheceram a versão russa de "Grandioso és Tu", logo que havia sido publicada por Ivan S.
Prokhanoff. O Sr Hine e sua esposa não sabiam, ainda, que o mesmo havia sido escrito originalmente em
sueco. Eles apenas recordam-se de que o cantavam em dueto em campanhas evangelísticas.

Na pequena vila mais próxima das montanhas, na qual o autor subiu, ali mesmo ele pôs-se em pé na rua,
cantou um hino Evangélico e leu, em voz alta, o capítulo três do Evangelho segundo João. Entre os
atenciosos ouvintes que se aproximaram estava o mestre-escola (professor primário) daquela vila russa.
Naquele momento foi-se formando uma grande tempestade e, não tendo o missionário onde se abrigar, o
professor russo, que se tornara amigo, ofereceu-lhe hospedagem.

Como foram inspiradores aqueles "potentes trovões", ecoando através das montanhas! Foram aquelas
impressões que deram origem à primeira estrofe do hino em inglês:

Senhor, meu Deus! Quando eu, maravilhado,


Considero as obras feitas por Tua mão,
Vejo as estrelas, ouço o trovão potente,
O Teu poder demonstrado através de todo o universo:
Então minha alma canta a Ti, Senhor,
Quão Grande és Tu! Quão Grande és Tu!

Prosseguindo, o escritor atravessou a montanha fronteiriça com a Roménia, e lá, nas Bukovinas, (a terra
das frondosas faias) encontrou alguns crentes. Juntamente com os jovens, passeou "entre as clareiras
dos bosques e florestas" e "ouviu os pássaros cantando suavemente sobre as árvores". Como que
instintivamente, todos começaram a cantar o hino "Quão Grande és Tu", traduzido por Ivan S. Prokhanoff,
acompanhados de bandolins e violões.

Assim, inspirados parcialmente pela letra em russo e parcialmente pela visão de "todas as obras feitas
pela Tua mão", as estrofes seguintes foram surgindo, em inglês!

Quando eu vagueio pelas matas e clareiras na floresta,


E ouço pássaros a cantar nas árvores docemente;
Quando olho desde a grandeza da montanha altaneira
Ouço o riacho e sinto a suave brisa:
Então minha alma.....

Contudo, pouquíssimos daqueles habitantes dos Montes Cárpatos, que viram ao seu redor as
maravilhosas "obras das Tuas mãos", sabiam algo a respeito da salvação que aquele mesmo Deus
grandioso havia providenciado - a grande obra mencionada na terceira estrofe.

Esta foi inspirado pelo seguinte fato:

Enquanto o missionário distribuía folhetos, de vila em vila, numa distância de 120 milhas, deparou com
uma notícia surpreendente: "Há um homem que já possui uma Bíblia, a somente 20 milhas daqui", disse
alguém. Esta novidade levou o irmão Hine a dirigir-se à humilde casa dum homem chamado Dimitri. A
saudação cristã do missionário causou grande surpresa e alegria ao hospedeiro, pois antes, apenas dois
outros crentes o haviam visitado, tendo ousado atravessar aquelas montanhas!

E, como foi que Dimitri veio a conhecer a Cristo? É o que vamos ver em seguida:

Dezenove anos antes, os exércitos Czaristas invadiram os Cárpatos e a vila onde Dimitri morava ficava
bem no limite. Na pressa em retirar-se, um soldado russo deixou a sua Bíblia para trás. Porém, ninguém,
na pequena vila, sabia ler, e, assim, a Bíblia ficou guardada até o dia da visita do Sr. Hine!

A esposa do Sr. Dimitri foi a primeira a aprender a ler e, como uma criança que está aprendendo as
primeiras sílabas, começou a soletrar em voz alta para todos os vizinhos admirados, as palavras de João
3.16: "Por- que Deus a- mou o mun - do de tal ma - nei - ra ...".Lentamente, mas com perseverança, ela
soletrava em voz alta, a mais maravilhosa história já ouvida, até chegar ao relato da crucificação, Foi aí
que as lágrimas começaram a rolar e, homens e mulheres, com os joelhos dobrados, invocaram a Deus
em voz alta!

Cerca de 12 pessoas foram realmente convertidas e o irmão Hine chegou justamente naquele momento e
pôde ouvir o clamor de todos juntos, cada um expressando (inconscientes da presença dos demais) a sua
profunda admiração por verem, pela primeira vez, a revelação do amor de Deus manifestado no Calvário.
Eis o que diz a terceira estrofe (na versão em inglês):

"E quando penso que Deus não poupando a Seu Filho,


Enviou-O para morrer, - mal posso entender
Que sobre a cruz, suportando de bom grado o meu fardo,
Verteu Seu sangue e morreu a fim de tirar o meu pecado"

A quarta estrofe só apareceu após a segunda guerra mundial, durante a qual a casal Hine teve de
transferir a sua residência para a Grã Bretanha. No ano de 1948 o país foi superlotado com a entrada de
100.000 refugiados de guerra, acrescidos aos 165.000 poloneses que lá já se encontravam. Quando um
crente vindo de um país soviético foi visitá-los e deu-lhes oportunidade de fazer qualquer pergunta, um
deles perguntou, expressando o desejo do coração de todos:

"Quando vamos para o lar?"

Que melhor mensagem poderia ser dada àquelas pessoas sem lar, do que a que anuncia Aquele que foi
preparar um lugar para os "desabrigados". o lar celestial oferecido a quantos O receberam como Salvador
e Senhor? Um russo foi convertido na Inglaterra e estava profundamente pesaroso por não poder dar a
alegre notícia à sua esposa. Esta confessara o Senhor, a quem ele, naquela ocasião, não quis receber, e
depois disso eles foram separados por causa da guerra, perdendo totalmente o contacto um com o outro.
Agora ele anelava pelo dia "quando Cristo vier e levar-me ao lar", onde ela teria a grata surpresa de
encontrar a esposo querido.

Esta confessara o Senhor, a Quem ele, naquela ocasião, não quis receber, e depois disso eles foram
separados por causa da guerra, perdendo totalmente o contacto um com o outro. Agora ele anelava pelo
dia "quando Cristo vier e levar-me ao lar", onde ela teria a grata surpresa de encontrar a esposo querido.

Inspirada por estes fatos, nasceu a quarta estrofe (na versão em inglês):

"Quando Cristo vier com brado de aclamação


E levar-me ao lar - que gozo encherá meu coração!
Então me prostrarei em humilde adoração
E proclamarei: Meu Deus, quão grande és Tu!"

Nosso irmão Stuart Hine, já idoso, em correspondência com o irmão Luiz Soares, forneceu os dados
históricos deste hino tão belo, que se tornou tão popular através da sua excelente versão. O Irmão Hine
examinou e aprovou a tradução de "Quão Grande és Tu", feito pelo irmão Luiz Soares para Hinos e
Cânticos, onde devidamente autorizada, aparecerá com o número 467. A música trará o arranjo do
próprio Hine.

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