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Professor Dr.

Leandro Marcos Herreiro Braido


Professor Dr. José Tadeu Garcia Tommaselli

V
MUDANÇA CLIMÁTICA E

UNIDADE
SEUS IMPACTOS SOBRE A
NATUREZA E A SOCIEDADE

Objetivos de Aprendizagem
■■ Considerar os elementos causadores e os efeitos causados pela
mudança climática global.
■■ Analisar a influência das mudanças climáticas sobre as produções
agrícolas.
■■ Refletir sobre os desafios que o aquecimento global impõe a atual
sociedade.

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ O papel da camada de ozônio na dinâmica climática
■■ O efeito estufa
■■ Mudança climática: El Niño e La Niña
■■ Mudança climática e a produção agrícola
■■ Mudança climática: aquecimento ou resfriamento
■■ Mudança climática: desafios e perspectivas para a sociedade
151

INTRODUÇÃO

A mudança ou alteração climática atua na escala global. Quando elementos


atmosféricos apresentam valores que fogem da normalidade ao longo do tempo
e se esses valores perduram, ocorre a denominada mudança climática.
A alteração de valores nos índices de precipitação pluviométrica, tempera-
tura, pressão atmosférica, dentre outros, são os responsáveis por demonstrar que
um novo padrão de clima está se formando.
É importante frisar que as causas para uma mudança do clima pode vir de
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diferentes fontes. Uma delas, defendida por muitos pesquisadores, é que o aque-
cimento e resfriamento global fazem parte de ciclo natural. Essa questão é tão
importante que vamos considerá-la mais detalhadamente ao longo desta unidade.
Uma alteração climática também pode ser resultado da variação da ativi-
dade solar, pois é justamente a energia provinda do Sol que controla a dinâmica
climática. Por fim, a atividade humana também tem sido elencada como respon-
sável pelo contínuo aquecimento do planeta.
Será que os efeitos do aumento médio da temperatura mundial são trágicos?
O derretimento das geleiras e o consequente aumento dos níveis dos oceanos
é o tema mais debatido e difundido pelos meios noticiosos. Significaria dizer
que muitas populações litorâneas teriam de ser deslocadas mais para o interior
dos continentes, milhares de quilômetros de terras submersas deixariam de ser
utilizadas para os mais diferentes fins. Se isso, de fato acontecer, algumas das
mais importantes cidades do mundo teriam a sua existência ameaçada. O Rio
de Janeiro, no Brasil, e Nova Iorque, nos EUA, por exemplo, poderiam perder
grande parte de seus territórios.
A produção de alimentos também pode ser fortemente impactada pelo
aumento da média mundial da temperatura. Se as zonas de ocorrência das cul-
turas forem alteradas, as áreas em que, hoje, se produz trigo serão propícias à
outra cultura e não mais para o trigo, por exemplo. O trigo terá de ser deslo-
cado para uma região com características adequadas a sua produção. Isso é o
que pode ocorrer com todos os cultivos, ou seja, um impacto forte na produ-
ção de alimentos.

Introdução
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Os processos relacionados à desertificação também podem ser intensifica-


dos com o aumento da média mundial da temperatura. Novamente, populações
teriam de ser deslocadas para regiões produtoras de alimentos.
É evidente a influência que o clima tem sobre a sociedade. Para conhecer
melhor sua dinâmica e para alardear a humanidade com respeito as suas ações
negativas sobre o ambiente, os meteorologistas e climatologistas demonstram
por meio de seus estudos que a humanidade precisa tomar firme posição a favor
da conservação dos recursos naturais a fim de que as mudanças climáticas não
sejam tão intensas a ponto de ameaçar a sobrevivência da humanidade.

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O PAPEL DA CAMADA DE OZÔNIO NA DINÂMICA
CLIMÁTICA

A camada de ozônio (O3) é uma camada de gás que protege os seres vivos de
raios solares ultravioleta nocivos. Essa camada atua como filtro, permitindo a
existência da biosfera. Ela se concentra a uma altitude que pode variar de 35 a
55 km. Devido à alta retenção de energia proveniente do Sol, as temperaturas
dessa camada giram em torno dos 80 a 90°C (CONTI, 1998).
Qual é a atual condi-
ção da camada de ozônio?
Pesquisas realizadas por
britânicos e americanos, os
pioneiros em estudar essa
camada, e, mais tarde, toda a
comunidade científica, ates-
taram que, além de fatores
naturais, as atividades huma-
nas a impactam de modo
negativo. As afirmações a
seguir são esclarecedoras:
Figura 61: A proteção oferecida pela camada de ozônio aos seres vivos
é fundamental para a sua sobrevivência

MUDANÇA CLIMÁTICA E SEUS IMPACTOS SOBRE A NATUREZA E A SOCIEDADE


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Essa zona benéfica, [...], está ameaçada de destruição. O alerta foi dado
no início da década de 70 [...]. Os principais responsáveis pelo dano
seriam os gases clorofluor-carbono (CFC) e o fréon, usados na fabrica-
ção de sprays e sistemas de refrigeração. Sendo muito leves, esses gases
ascendem até a estratosfera, onde, através de um complexo processo,
vão romper as moléculas do ozônio, destruindo-as. Dessa forma vai se
formando um “buraco” na camada de ozônio, que tende a ampliar-se
a cada ano.

Já em 1985 admitia-se que sua extensão era de cerca de 8.000 Km2, ou


seja, a dimensão geográfica do Brasil. Sabe-se que o problema é mais
grave sobre o continente antártico, o extremo sul da América do Sul, a
Austrália e a Nova Zelândia, no hemisfério Sul, e, mais restritamente,
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sobre o Canadá e regiões montanhosas da Europa, no hemisfério Norte


(CONTI, 1998, p. 78).

O que também contribui na destruição da camada de ozônio são os gases expe-


lidos pelos veículos e o CO2 produzido pela queima de combustíveis fósseis,
como o carvão e o petróleo.
No caso especificamente dos combustíveis, estes são fundamentais para
as atividades humanas, pois não movimentam, apenas, máquinas agrícolas,
eles, também, são responsáveis pelo deslocamento de milhares de veículos por
todas as partes do mundo, e o que torna a questão preocupante é a fonte desse
recurso energético. Os chamados combustíveis fósseis são substâncias de origem
mineral, formados por compostos
de carbono. São originados pela
decomposição de resíduos orgâ-
nicos, que levaram milhares de
anos para sua formação, de modo
que são recursos não renováveis.
A crescente demanda por novas
fontes de petróleo, para a obten-
ção de óleo diesel, gás natural,
gasolina e até para gerar energia
elétrica tornam os motores que os Figura 62: A grande concentração de veículos no trânsito das
grandes cidades contribuem para a emissão de gases poluentes
utilizam como um dos principais na atmosfera, o que intensifica o efeito estufa
causadores do efeito estufa

O Papel da Camada de Ozônio na Dinâmica Climática


154 UNIDADE V

Assim, a poluição ambiental aliada ao perigo da escassez futura dos combus-


tíveis fósseis tornam evidente a necessidade de fontes alternativas de combustão
veicular. Os biocombustíveis oriundos de biomassa podem ser uma alternativa
eficaz, pois podem substituir, parcial ou totalmente, combustíveis derivados de
petróleo e gás natural. No Brasil, o principal produto gerado a partir de biomassa
utilizado como combustível é o etanol obtido da cana-de-açúcar.
Por ser obtido de vegetais, o etanol é considerado um combustível reno-
vável, ou seja, não se esgota. É também um combustível sustentável, haja vista
que grande parte do gás carbônico lançado na atmosfera, em sua produção, é

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absorvido pela própria cana-de-açúcar durante a fotossíntese. É calculado que o
etanol reduz em 89% a emissão de gases do efeito estufa se comparado à gasolina.
Além disso, ele lança menos gases poluentes em comparação com os combus-
tíveis derivados do petróleo, o que o torna um dos mais viáveis ecologicamente
(NOVA CANA..., 2015, online).
Outros gases poluentes também são expelidos na atmosfera em resultado
da atividade industrial de países desenvolvidos e de países em desenvolvimento.
A história nos conta que, principalmente a partir do século XVII, com a cha-
mada Revolução Industrial, a poluição do ar aumentou significativamente, com
a queima principalmente do carvão mineral. Desde então, em um grau maior
de tecnologia, os grandes centros urbanos ainda são os grandes poluidores do
ambiente. Sua parcela na emissão de gases que destroem a camada de ozônio é alta.
Para tentar frear o ritmo de poluição e a emissão de gases poluentes, em 1997,
as principais nações (169 países), com grande parque industrial, se reuniram na
cidade de Kyoto, no Japão. O documento oriundo dessa reunião (o Protocolo de
Kyoto) estabelecia um cronograma em que os países se comprometeram a dimi-
nuir a emissão gases em mais de 5%.
Para atender os princípios do Protocolo de Kyoto, muitos países estão empe-
nhados em modificar seus sistemas de produção de energia sem modificar a
qualidade do abastecimento de combustíveis, com menores emissões de gases
poluentes. Os grandes centros industriais estão utilizando novas tecnologias e
também grandes filtros em suas chaminés com o objetivo de lançar cada vez
menos material particulado na atmosfera.

MUDANÇA CLIMÁTICA E SEUS IMPACTOS SOBRE A NATUREZA E A SOCIEDADE


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Figura 63: O Protocolo de Kyoto projeta diminuir a poluição globa

O fim do século passado (XX) e o nosso (XXI) têm como característica peculiar
uma maior preocupação com a conservação dos meios naturais. O Protocolo de
Kyoto é um exemplo disso. Mas o processo que levou a assinatura desse docu-
mento é mais antigo. Por exemplo, em 1988, foi criado o IPCC (sigla em inglês)
para o Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática. Esta é uma insti-
tuição ligada a ONU (Organização das Nações Unidas), que tem como objetivo
aumentar e divulgar o conhecimento sobre mudanças climáticas. As principais
pesquisas realizadas por cientistas renomados do mundo sobre o aquecimento
global são reunidas em relatórios, nominalmente conhecidos como relatórios do
IPCC sobre mudanças climáticas. Esses estudos, geralmente, apontam as causas,
os efeitos e os riscos para a humanidade e para o meio ambiente, decorrentes do
aquecimento global. Os relatórios também são responsáveis por sugerir soluções
para que o aumento da temperatura do planeta não seja catastrófico.
Em 1992, foi realizada a Eco ou Rio 92, na cidade do Rio de Janeiro, Brasil.
Questões sobre o aquecimento global e as mudanças climáticas foram ampla-
mente discutidas. Nessa ocasião, foram elaboradas convenções sobre o clima
com a finalidade de diminuir as concentrações de gases que intensificam o efeito
estufa na atmosfera.

O Papel da Camada de Ozônio na Dinâmica Climática


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Em 1995, em Berlin na Alemanha, ocorreu a Conferência Mundial sobre


o Clima, promovida pela ONU, durante a qual avançaram as discussões sobre
um acordo internacional entre as principais potências para a redução de gases
poluentes.
Evidentemente que informações do IPCC, da Eco 92 e da Conferência
Mundial do Clima foram úteis para a elaboração do documento assinado em
Kyoto, no Japão, em 1997. Infelizmente nem todos os países são favoráveis à
diminuição das emissões poluidoras. Por exemplo, os EUA, o segundo país mais
emissor de carbono do mundo, negou-se a ratificar o protocolo com a alegação

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de que aceitá-lo seria ruim para a sua economia. Mesmo assim, o Protocolo de
Kyoto entrou em funcionamento em 2005, com um primeiro compromisso de
diminuição de gases poluentes até 2012. A partir daí, a validade do protocolo
foi estendida para uma segunda fase que se encerra em 2020 (PROTOCOLO
DE KYOTO..., 2015, online).

O EFEITO ESTUFA

Grande parte da discussão sobre


evitar a emissão de gases poluen-
tes na atmosfera tem relação com
o chamado efeito estufa que, de
acordo com Conti (1998), é o
aquecimento progressivo de uma
faixa da atmosfera (troposfera),
devido ao bloqueio da radiação de
onda longa na faixa do infraverme-
lho, exercido pelo vapor de água,
dióxido de carbono e outros gases.
Figura 64: O efeito estufa

MUDANÇA CLIMÁTICA E SEUS IMPACTOS SOBRE A NATUREZA E A SOCIEDADE


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Outro gás responsável pelo efeito estufa é o gás metano. Ele também é pro-
duzido no estômago dos ruminantes, por bactérias que exercem função di-
gestiva. O Brasil está entre os maiores produtores de carne do mundo, por
isso, a quantidade de gás metano produzido em território nacional é consi-
derável.
Fonte: os autores.
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Mas será que podemos afirmar que o efeito estufa está se intensificando? Para
conseguir entender o assunto, observe a explicação a seguir sobre a concentra-
ção de gases CO2 na atmosfera:
Desde 150 mil anos atrás, os níveis de CO2 mantiveram-se em cerca
de 275 partes por milhão por volume (ppmv). Entretanto, com o incre-
mento de combustíveis fósseis (petróleo, gás e carvão) promovido pela
industrialização e o aumento da frota de veículos nas crescentes áreas
urbanizadas do mundo, em pouco mais de um século, as concentrações
de CO2 alcançaram o valor de 354 ppmv na década de 1990 [...], lan-
çando-se anualmente para a atmosfera, no final do século XX, cerca de
7 bilhões de toneladas de dióxido de carbono.

Em menos de um século, a temperatura média do planeta alçou um


aumento de 0,5°C, sendo que algumas marcas recordes de temperatura
foram alcançadas no final do século XX (MENDONÇA; DANNI-OLI-
VEIRA, 2007, p. 184-185).

É importante ter em mente que o efeito estufa faz parte de um processo natural,
em que gases da troposfera, como o vapor d݇gua, dentre outros, participam em
conservar calor a partir da perda de energia da superfície terrestre. No entanto,
com o aumento de concentração de gases, como o CO2 na atmosfera, promo-
vido pelas atividades do homem moderno, o efeito estufa propiciou o que é hoje
chamado de aquecimento global.

O Efeito Estufa
158 UNIDADE V

MUDANÇA CLIMÁTICA - EL NIÑO E LA NIÑA

O El Niño faz parte de um ciclo natural que ocorre nas águas do Oceano Pacífico.
Trata-se de um aquecimento anormal de suas águas superficiais, com influên-
cia sentida em escala global, afetando os regimes de chuva em regiões tropicais
e em latitudes médias (CPTEC/INPE..., 2015, online).
A referência a esse nome faz alusão ao período do ano em que, geralmente,
são sentidos os seus efeitos. Esse período é o que antecede o Natal, data em que
a cristandade comemora o nascimento de Cristo, 25 de dezembro, e El Niño foi

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um nome escolhido em homenagem a Cristo.
Esse fenômeno já era conhecido pelos pescadores na costa do Peru, época
em a oferta de pescados diminuía muito. O El Niño também é responsável pelo
enfraquecimento dos ventos alísios (com sentido leste-oeste) na região equato-
rial, provocando anomalias no padrão de temperaturas, chuvas e secas em todo
o mundo. Observe a seguir a dinâmica dos elementos atmosféricos em diferen-
tes períodos em anos de El Niño e La Niña.

quente
quente
quente

seco
chuvoso chuvoso chuvoso
e quente seco
e quente

seco e quente
quente

quente chuvoso

DEZEMBRO, JANEIRO e FEVEREIRO

MUDANÇA CLIMÁTICA E SEUS IMPACTOS SOBRE A NATUREZA E A SOCIEDADE


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chuvoso

seco
seco e
quente
seco chuvoso

quente quente
seco seco e
frio chuvoso
chuvoso
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JUNHO, JULHO e AGOSTO


Figura 65: Atuação dos elementos atmosféricos no verão em anos de El Niño
Fonte: Cptec/Inpe (online, 2015).

Figura 66: Atuação dos elementos atmosféricos no inverno em anos de El Niño.


Fonte: Cptec/Inpe (online, 2015).

Conforme já assinalado, não só pela dinâmica climática, mas também pela influ-
ência oceânica, que se forma o El Niño. Mendonça e Danni-Oliveira (2007, p.
189 – 190) afirmam:
O fato do El Niño ser mais conhecido popularmente como um fenômeno
climático decorre da forte influência das condições oceânicas no clima,
donde se fala da interação oceano-atmosfera e, particularmente nesse
caso, de ENOS, que corresponde à abreviação El Niño/Oscilação Sul.

As águas superficiais do Pacífico interagem com a atmosfera e geram


uma espécie de gangorra barométrica entre as porções leste (Taiti e Po-
linésia Francesa) e oeste (Darwin, Austrália) do oceano Pacífico, deno-
minado oscilação Sul. O El Niño está associado ao enfraquecimento
da alta subtropical do Pacífico Sul (pressões anormalmente baixas) e
ao enfraquecimento do sistema de baixa pressão na porção oeste do
Pacífico (pressões anormalmente baixas).

As atividades humanas são afetadas significativamente em anos de ocorrência


de El Niño, pois costumam ocorrer chuvas e secas anormais refletindo sobre as
culturas agrícolas e sobre os centro urbanos.

Mudança Climática - El Niño e La Niña


160 UNIDADE V

No Brasil, seus efeitos são sentidos nas diferentes regiões:


Sul [...] nessa região, as precipitações são abundantes [...] de setembro a de-
zembro e de maio a julho. É observado um aumento da temperatura do ar.
Sudeste [...] O padrão das chuvas da região Sudeste, não sofre altera-
ções durante um evento El Niño. Contudo, é observado um aumento
moderado das temperaturas durante o inverno.

Nordeste [...] Em anos de El Niño são esperadas secas de diversas in-


tensidades durante a estação chuvosa (fevereiro a maio) na faixa cen-
tro-norte da região; porém algumas áreas, como o sul e o oeste, não são
afetadas significativamente.

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Norte [...] Nessa região, o El Niño provoca reduções de chuva de mo-
deradas a fortes, nos setores norte e leste da Amazônia. Uma das conse-
quências desse efeito é o aumento significativo dos incêndios florestais
(MENDONÇA; DANNI OLIVEIRA, 2007, p. 194).

A La Niña é o oposto do El Niño, representado pelo resfriamento atípico das


águas do Pacífico. Eles podem ocorrer alternadamente em um período de 3 a
7 anos. Nas figuras a seguir, observamos o comportamento da dinâmica climá-
tica em anos de La Ninã no verão (dezembro, janeiro e fevereiro) e no inverno
(junho, julho e agosto).

frio

frio
seco e
quente

frio
chuvoso
seco seco e seco e
frio chuvoso
frio

frio e frio
chuvoso

DEZEMBRO, JANEIRO e FEVEREIRO


Figura 67: Atuação dos elementos atmosféricos no verão em anos de La. Niña
Fonte: Cptec/Inpe (online, 2015).

MUDANÇA CLIMÁTICA E SEUS IMPACTOS SOBRE A NATUREZA E A SOCIEDADE


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chuvoso
frio e
chuvoso
frio quente e seco
chuvoso
chuvoso

frio
quente

seco
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chuvoso

JUNHO, JULHO e AGOSTO


Figura 68: Atuação dos elementos atmosféricos no inverno em anos de La. Niña
Fonte: Cptec/Inpe (online, 2015).

MUDANÇA CLIMÁTICA E A PRODUÇÃO AGRÍCOLA

Quais podem ser os efeitos do contínuo aumento da temperatura do planeta?


Um deles é uma provável nova ordem alimentar, ou seja, a agricultura e a pecu-
ária, possivelmente, serão obrigadas a se adaptarem às condições impostas pelas
temperaturas mais altas. Conforme Araia (2015, p. 45), “o aquecimento global
está provocando transformações graduais na produção de alimentos no mundo,
e corremos o risco de ter menos estoques enquanto a população global aumenta”.
A grande questão levantada é que: se a população mundial aumenta e a produ-
ção de alimentos tende a diminuir com o aquecimento global, como fica a segurança
alimentar? Existem previsões que indicam que, nas próximas décadas, a produção
agrícola deve diminuir em decorrência de escassez de água, secas e inundações.
Provavelmente, os ciclos das águas serão alterados na intensidade, frequência e

Mudança Climática e a Produção Agrícola


162 UNIDADE V

sazonalidade. O prejuízo, do ponto de vista agropecuário, será maior em terras


situadas em latitudes baixas. Em decorrência desse fato, a desertificação de algumas
regiões do planeta se intensificarão. Em contrapartida, em latitudes altas, certos
cultivos podem ter aumento da produção. Já para a pesca, a elevação da tempe-
ratura média tende a afastar os peixes para latitudes mais altas (ARAIA, 2015).
Segundo o mesmo autor acima, os modelos climáticos indicam que, para
cada grau de elevação da temperatura, para as regiões temperadas isso signi-
ficará quebra de safra em 2%. Em regiões tropicais, essa quebra chegará a 8%.
Uma possível saída do setor agropecuário para enfrentar o aquecimento glo-

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bal, seria migração de culturas. Se uma cultura específica não conseguir mais se
desenvolver em determinada região do país, ela deve ser praticada na região em
que, antes, não era possível.
Outra saída é utilizar a ciência por meio da manipulação genética que é
capaz de produzir variedades de plantas mais resistentes a escassez de água e de
temperaturas mais altas.
Por exemplo, a Embrapa anunciou, em 2014, a criação de uma variedade
transgênica da soja mais tolerante à seca. Variedades de milho mais resistentes à
falta de água também estão sendo desenvolvidos. Não só esse fato, mas também
o tempo de cultivo tem sido reduzido e a produtividade tem sido aumentada.
Variedades de feijão e arroz também estão sendo desenvolvidas e multiplicadas
por inúmeras empresas ao redor do mundo. A mesma ideia vale para a pecuária,
raças mais adaptadas ao calor e
tolerantes à seca (condições mais
abruptas) podem ser implanta-
das. Se o produtor desejar fugir
dessa situação, o investimento
em fertilizantes e irrigação será
inevitável.
Já que os efeitos da mudança
climática são anunciados, os
países poderão tomar medidas
desde agora. Enquanto alguns
países não definem uma ação Figura 69: O melhoramento genético permite que culturas alcancem
novas regiões

MUDANÇA CLIMÁTICA E SEUS IMPACTOS SOBRE A NATUREZA E A SOCIEDADE


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coordenada para enfrentar a mudança climática, outros já possuem estraté-


gias voltadas para a pecuária e agricultura, como é o caso da Austrália e o Reino
Unido (ARAIA, 2015).
No âmbito nacional, o Brasil criou o Zoneamento de Riscos Climáticos pro-
duzido pelo Ministério da Agricultura. Esse estudo visa orientar os produtores
sobre os riscos climáticos e permite que cada município identifique a melhor
época de plantio das culturas, nos diferentes tipos de solo e ciclos de cultivares
(BRASIL..., 2015, online).
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MUDANÇA CLIMÁTICA: AQUECIMENTO OU


RESFRIAMENTO

Para entender como a dinâmica climática global se estabeleceu, precisamos vol-


tar no tempo. Essa regressão é muito maior do que a escala de nossa vida, mais
sim na escala de tempo geológico. Em geologia, o tempo agrupa-se em eons,
eras, períodos e épocas, com duração de milhões de anos. Por exemplo, a escala
de tempo que abrange a atual existência humana faz parte do Eon Fanerozóico,
na Era Cenozóica, que abrange o Período Quaternário, que por sua vez se divide
nas Épocas Pleistoceno (1,6 a 2 milhões de anos) e Holoceno (com 10 mil anos,
mais recente).

Mudança Climática: Aquecimento ou Resfriamento


164 UNIDADE V

MILHÕES
ÉON ERA PERÍODO ÉPOCA ACONTECIMENTOS
DE ANOS

- Formação das atuais civilizações


Quaternário Holoceno 0.01
e construção do tempo histórico
Pleistoceno - Surgimento do homem
Plioceno 5.3 - Primeiros Hominídeos
Cenozoica

Neógeno - Formação dos atuais continentes/


Mioceno 24
Deriva
- Surgimento das padrarias e dos
Terciário Oligoceno 33

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campos
Paleógino Eoceno 54 - Primeiros Roedores e Baleias

Paleoceno 65 - Domínio dos mamíferos na Terra.

- Extinção dos Dinossauros e de


outras formas de vida.
Cretáceo 142
FANEROZOICO

Mesozoica

- Surgimento das aves e dos ma-


míferos
- Início da fragmentação dos conti-
Jurássico 206
nentes (Pangeia)
Triássico 248 - Origem dos Dinossauros
- União entre Gondwana e Lau-
Permiano 290 rásia na Formação do continente
Pangeia
Carbonífero 354 - Surgimento e difusão dos répteis
Paleozoica

- Primeiras formas de vegetação e


Devoniano 417
origem das bacias sedimentares

Siluriano 443 - Primeiros animais terrestres


- Glaciação e surgimento dos pri-
Ordoviciano 495
meiros peixes
- Primeiros animais invertebrados
Cambriano 545
e algas marinhas

MUDANÇA CLIMÁTICA E SEUS IMPACTOS SOBRE A NATUREZA E A SOCIEDADE


165
PROTEROZOICO

2.500 -Primeiras Formas de Vida


ARQUEANO

-Origem e formação da Terra


4.500 -Origem e formação das rochas e
primeiras foras de relevo
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Quadro 04: Tabela Geológica


Fonte: adaptado de Teixeira (et al., 2001).

Foi na Época do Holoceno que as grandes civilizações surgiram, desenvolvendo


técnicas de intervenção do ambiente natural, período que abrange até nossos
dias. Para entender esse período, de acordo com Salgado-Labouriau (2007), é
necessário coletar informações geológicas, climáticas e edafológicas. Também
é importante considerar a relação existente entre o meio físico e os organismos
que, nele, habitaram. O resultado dessas análises é que, foi constatado que a maior
parte das paisagens dos continentes atuais foi modificada por processos geoló-
gicos e climáticos ocorridos durante o Período Quaternário.
Os estudos científicos permitiram identificar ao desenrolar dos séculos a
ação do clima sobre as rochas, que resultaram em modificações químicas e físicas
que deixaram marcas claras na paisagem. Essas marcas permitiram aos cientistas
entender que existiram períodos de tempo em que as condições climáticas eram
extremamente frias, sucedidos por períodos de tempo em que as temperaturas
eram mais amenas. Portanto, um ciclo natural entre clima quente e frio foi iden-
tificado, processo denominado de períodos glaciais. Até o momento, a ciência
reconhece 16 glaciações intercaladas com períodos de temperaturas mais ame-
nas, ou interglaciais. Os estudos sobre esse assunto mostram que, além de faixas
climáticas frias e temperadas da terra, os ciclos glaciais também afetaram a zona
intertropical do planeta e que as mudanças de temperatura foram de âmbito glo-
bal (SALGADO-LABOURIAU, 2007).
As flutuações das temperaturas de períodos glaciais e interglaciais são geral-
mente caracterizadas em estudos de microfósseis e principalmente de grãos de
pólen.

Mudança Climática: Aquecimento ou Resfriamento


166 UNIDADE V

As glaciações do Período Quaternário ocorreram em grande maioria na


Época do Pleistoceno, com fases climáticas frias com cerca de 100 mil anos de
duração sucedida por outra quente de cerca de 20 mil anos de duração. Com
todas essas informações em mãos, muitos pesquisadores consideram que, visto
que atualmente nos encontramos na Época do Holoceno, que abrange os últi-
mos 10 mil anos, considerado um novo interglacial, espera-se que na corrente
do tempo ocorra uma nova glaciação daqui a 8 a 10 mil anos. Para entender o
que estamos discutindo veja a figura a seguir.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Mudanças Climáticas

Período Glacial Período Interglacial


100 mil anos 20 mil anos

Escala de tempo geológica - Últimos 500 mil anos


Figura 70: Gráfico que descreve o comportamento das glaciações do período Quaternário
Fonte: os autores.

Fica evidente que, atualmente, existe uma certa divisão entre os pesquisadores
que debatem sobre o aquecimento global, demonstrando que, no último século,
o planeta teve a sua temperatura da superfície das águas dos oceanos aumentada
em decorrência da atividade humana (com emissões de gases intensificadores do
efeito estufa). No entanto muitos cientistas acreditam na corrente de pensamentos
contrário, na qual o ciclo natural climático nos levará a um nova idade do gelo.
Outro motivo para um possível resfriamento estaria relacionado com um
ciclo, também natural, mas do Sol, sendo esse o responsável pelos períodos gla-
ciais e interglaciais (CONTI, 1998). Portanto, essas hipóteses nos passam a ideia
de algo que ainda não foi compreendido em sua totalidade pela comunidade
científica, se haverá um aquecimento ou um resfriamento do planeta nos pró-
ximos séculos.

MUDANÇA CLIMÁTICA E SEUS IMPACTOS SOBRE A NATUREZA E A SOCIEDADE


167

A natureza também pode intensificar o efeito estufa. Quando um grande


vulcão entra em erupção (exemplo: Pinatubo, nas Filipinas, em 1991), são
expelidas para a atmosfera toneladas de material particulado (poeira), res-
ponsável pela interceptação da radiação solar.
Fonte: os autores.

MUDANÇA CLIMÁTICA: DESAFIOS E PERSPECTIVAS


PARA A SOCIEDADE
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

O aquecimento global tem preocupado o mundo. Os efeitos a saúde das pes-


soas já é sentido, por meio de onda de calor, doenças de pele e pela distribuição
de vetores de doenças, tais como a dengue no Brasil. A alteração dos padrões de
intensidade das chuvas e o problema que isso causa para o campo agrícola, já
foi discutido nas unidades anteriores, mas também tem sido afetado pelo aque-
cimento global.
Preocupados com essa questão, não é de hoje que a comunidade científica
internacional tem estudado a relação existente entre a taxa de crescimento popu-
lacional e o impacto que isso causa ao meio ambiente. Obviamente, então, que
a maior urbanização está relacionada com o aumento de emissões que intensi-
ficam o efeito estufa.
Levando-se em conta os padrões de consumo e produção na relação existente
entre os países do mundo (países ricos consumistas e os mais pobres explorados
pelos ricos), conseguimos entender que o atual estilo de vida é insustentável do
ponto de vista ambiental.
É com essa preocupação que foi criado o conceito pegada ecológica. Segundo
Alves (2014), essa é uma metodologia utilizada para medir as quantidades de terra
e água (em termos de hectares globais - gha) que seriam necessários para sus-
tentar o consumo atual da população. A seguir, podemos observar um esquema
que mostra o padrão de vida das diferentes sociedades e o quanto isso custa para
os elementos naturais de nosso planeta.

Mudança Climática: Desafios e Perspectivas para a Sociedade


168 UNIDADE V

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Figura 71: Pegada ecológica mundial e continental


Fonte: Alves, 2014.

Considerando cinco tipos de superfície (áreas cultivadas, pastagens, florestas,


áreas de pesca e áreas edificadas), o planeta Terra possui, aproximadamente, 13,4
bilhões de “hectares globais” (gha) de terra e água (ALVES, 2014).

MUDANÇA CLIMÁTICA E SEUS IMPACTOS SOBRE A NATUREZA E A SOCIEDADE


169

Segundo dados de 2010 da Global Footprint Network, a pegada ecológica da


humanidade atingiu a marca de 2,7 hectares globais (gha) por pessoa em 2007, para
uma população mundial de 6,7 bilhões de habitantes na mesma data (segundo a
ONU). Isso significa que, para sustentar essa população, seriam necessários 18,1
bilhões de gha. Ou seja, já ultrapassamos a capacidade de regeneração do planeta.
No nível médio de consumo mundial atual, com pegada ecológica de 2,7 gha,
a população mundial sustentável seria de, no máximo, 5 bilhões de habitantes.
Conforme a Figura 71, se a população mundial tivesse consumo similar ao
consumo médio do continente africano, com pegada ecológica per capita de 1,4
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

gha, a população mundial poderia atingir 9,6 bilhões de habitantes. Se o consumo


médio mundial fosse igual à média asiática 1,8 gha, a população mundial poderia
ser de 7,4 bilhões de habitantes. Por outro lado, se o consumo for similar ao da
Europa, são necessários 4,7 gha, a população não poderia passar de 2,9 bilhões
de habitantes. Com a pegada ecológica da América Latina 2,6 gha, o limite seria
de 5,2 bilhões de habitantes. Com as pegadas ecológicas da Oceania 5,4 gha e
dos Estados Unidos e Canadá 7,9 gha, precisaríamos parar em 2,5 bilhões e 1,7
bilhões de habitantes, respectivamente (ALVES, 2014).
Qual é a perspectiva para as próximas décadas? De acordo com dados da
Divisão de População da ONU, em 2050, a população mundial deve atingir 8
bilhões de pessoas, isso quer dizer que, se o atual ritmo de consumo se mantiver,
até 2030, seria necessário 2 (dois) planetas Terra para satisfazer as necessidades
da sua população.
Os impactos que a utilização intensa dos recursos naturais tem sobre o pla-
neta, provavelmente, intensificarão as mudanças climáticas que, por sua vez,
afetarão cada vez mais a vida das pessoas, como, por exemplo, o aumento de
feridos e mortos em enchentes, deslizamentos de terras, ressacas marítimas, tem-
pestades de ventos etc. Tudo isso sem mencionar o simples fato que o aumento
excessivo da temperatura leva a vida de milhões de idosos e recém-nascidos pelo
mundo todo ano (HOGAN; MARANDOLA JR., 2009).

Mudança Climática: Desafios e Perspectivas para a Sociedade


170 UNIDADE V

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 72: Efeitos das chuvas excessivas e da impermeabilização acentuada do solo

Visto que as pessoas encontram-se sediadas no meio urbano, são nos grandes
centros que também as mudanças climáticas serão mais sentidas. As grandes
cidades afetam de modo negativo os recursos naturais, tanto pela excessiva utiliza-
ção dos elementos naturais, para a sustentação da população que ali se encontra,
como pela disposição de resíduos, além das atividades industriais desenvolvidas.
Quando ocorre escassez de água periódica, são as grandes cidades que têm
seu problema de abastecimento de água mais afetado. Estamos acompanhando
o drama da maior metrópole do Brasil, São Paulo e sua região metropolitana, em
que há falta de água nas torneiras em boa parte da população, é visível o trans-
torno que isso causa para importantes setores da sociedade, tais como hospitais,
escolas e indústrias.
Por outro lado, quando as precipitações são excessivas, devido à impermea-
bilidade de extensas faixas de terra em uma cidade grande, propicia a formação
de grandes enchentes, que pode colocar a vida de muitos em risco, assim como
grandes perdas de bens materiais de seus moradores. Em encostas, nas quais é
comum a ocupação irregular por parte de moradores pobres em grandes cida-
des, os perigos enfrentados são relacionados aos deslizamentos de terras.
Para que ocorram mudanças do cenário trágico estimado pelos pesquisa-
dores, exige-se ação mais eficaz por parte de gestores e da população em geral

MUDANÇA CLIMÁTICA E SEUS IMPACTOS SOBRE A NATUREZA E A SOCIEDADE


171

em atuar de modo mais firme na conservação dos recursos naturais. Conforme


Hogan e Marandola Jr. (2009, p. 18):
Os estilos de vida das classes altas e médias, que servem de modelo da
boa vida para as demais classes sociais, se fundamentam em valores
insustentáveis. [...] O mundo sustentável, resiliente e adaptado à mu-
dança climática não será um mundo menos alegre, menos democrático
ou com menos oportunidades de autorrealização. Mas será diferente.
É preciso abrir mão do individualismo absoluto, cultivando o planeja-
mento, aceitando os limites à ação humana e buscando satisfação em
valores menos materialistas, para que o desafio da mudança climática
tenha resposta.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Outra importante mudança de concepção que precisa ser incorporada pela socie-
dade é na maneira em que os recursos florestais são tratados. Segundo Foley
(2005), nos últimos 300 anos, cerca de 10 milhões de Km2 de florestas foram
derrubadas para o exercício de outras atividades. Nas regiões tropicais, como é
o caso da floresta Amazônica no Brasil, a retirada da cobertura florestal poderá
causar alterações no balanço hídrico, tornando o clima mais seco e quente. É
exatamente isso que alguns estudos começam a defender sobre a falta de água na
região sudeste brasileiro. Dizem que esse fenômeno tende a se intensificar, ano
a ano, em decorrência do desmatamento da floresta amazônica.
Conforme aponta o IPAM (2015, online):
[...] quando ocorrem mudanças no uso do solo, ou seja, uma floresta é
derrubada e queimada, dando lugar ao estabelecimento de pastagem,
agricultura ou outra forma de uso da terra, ocorre a liberação de uma
grande quantidade de carbono na forma de CO2 para a atmosfera con-
tribuindo, assim, para o aquecimento global.

Mudança Climática: Desafios e Perspectivas para a Sociedade


172 UNIDADE V

Outro motivo pelo qual a humanidade deve


agir em prol da conservação é que as mudan-
ças climáticas também podem intensificar a
ação de furacões (de origem oceânica), de
tornados (de origem continental) e tempes-
tades que, além de prejuízos materiais ceifam
muitas vidas. Exemplo disso foi o Furacão
Katrina, em 2005, que desenvolveu ventos
de 280 km/h e causou prejuízos na região

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
litorânea Sul dos EUA, especialmente em
Figura 73: Furacão Katrina, 2005
Nova Orleans e arredores, afetando mais de
1 milhão de pessoas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Caro(a) aluno(a), nesta unidade, observamos que a atual sociedade precisa


encarar a questão das mudanças climáticas como um tema mais próximo de
sua realidade. Consideramos quão negativas são as consequências decorrentes
do buraco da camada de ozônio, de como o efeito estufa pode ser intensificado
caso as emissões de gases poluentes não diminuam. Também estudamos sobre
o resultado que eventos atmosféricos extremos podem ter sobre a sociedade em
anos de El Niño e La Niña.
Os pesquisadores são categóricos ao afirmar que as populações urbanas e
o setor agrícola serão os mais afetados pelas mudanças climáticas. No entanto
a questão que envolve o aquecimento do planeta ainda não é consenso entre os
cientistas, uma vez que alguns defendem a ideia de que uma nova era do gelo
assolara a superfície terrestre. E, depois de considerar esse assunto, a mensagem
que fica em nossa mente é: precisamos conservar o meio ambiente para que as
condições climáticas mundiais permitam a conservação da vida.

MUDANÇA CLIMÁTICA E SEUS IMPACTOS SOBRE A NATUREZA E A SOCIEDADE


173

Por usar uma linguagem simples, José Marengo, em sua obra intitulada “Mudanças cli-
máticas globais e seus efeitos sobre a biodiversidade: caracterização do clima atual e
definição das alterações climáticas para o território brasileiro ao longo do século XXI“
consegue descrever, através de análises de dados e resultados de modelos numéricos
avançados, o estado atual e passado do clima e sua projeção para o final do século XXI.
Na região amazônica, o aumento das temperaturas, a intensificação da desertificação no
semiárido do Nordeste e o avanço do mar na costa brasileira em função do derretimento
das geleiras são eventos extremos que podem afetar as populações. As intensas chu-
vas e temperaturas mais frequentes nas grandes metrópoles do país, assim como uma
maior incidência de transmissão de doenças infecciosas são algumas das projeções,
considerando o aumento atual dos níveis de gases de efeito estufa e que são abordados
de forma clara e direta.
O aquecimento global poderá ser responsável pela difusão maior de doenças conta-
giosas, aumentando a incidência de casos de peste bubônica, que já matou milhões de
pessoas ao longo da história e exterminou um terço da população da Europa no século
XIV, de doenças tropicais, como a malária, a dengue e a desinteria. Seja por causa da pio-
ra nas condições de saúde, devido à disseminação dessas enfermidades, ou por causa da
diminuição do suprimento de água, os países da África subssaariana, da Ásia e da Amé-
rica do Sul, são os mais vulneráveis às consequências do aquecimento da Terra. Muitas
das principais moléstias que atingem os países pobres, das já citadas, malária e diarreia,
passando pela subnutrição, são extremamente sensíveis às condições climáticas.
Além disso, a ocorrência de eventos extremos, como secas, enchentes, ondas de calor e
de frio, furações e tempestades, têm afetado diferentes partes do planeta e produzido
enormes perdas econômicas e de vidas.
A informação de mudanças de temperatura e precipitação em nível anual e sazonal para
cada fatia de tempo é apresentada nesta obra em forma de mapas continentais, e em
forma de diagramas de dispersão para algumas regiões geográficas e ecológicas do Bra-
sil. As informações apresentadas fornecem uma visão geral da amplitude das mudanças
de clima projetadas para o Brasil. Os pesquisadores podem utilizar estas informações
para os estudos de impactos.
Fonte: adaptado de Marengo (2006).
174

1. Na década de 1980, pesquisadores fizeram uma descoberta surpreendente: ha-


via um buraco na camada de ozônio de grandes proporções. Com o passar dos
anos, esse problema vem se intensificando, uma vez que essa camada é de suma
importância para os seres vivos. As principais nações discutem frequentemente
o que pode ser feito para impedir o prosseguimento desse processo. Então, men-
cione o que é a camada de ozônio e qual a sua função na dinâmica climática.
2. O dióxido de carbono (CO2) é, entre os gases, o que tem maior atuação no efeito
estufa. Ele é oriundo da combustão de combustíveis fósseis. Exemplo: petróleo,
gás natural e carvão. O desmatamento também contribui para intensificar esse
fenômeno. Desse modo, explique o que é efeito estufa e quais são as conse-
quências de sua intensificação para a agricultura.
3. Representantes das principais nações constantemente têm se reunido para dis-
cutir o aquecimento global. O Brasil também envia seus representantes com a
missão de propor medidas de contenção da emissão de gases que causam o
efeito estufa. Uma das alternativas defendidas pelo governo é a recuperação de
milhões de hectares de pastagens degradadas. Mesmo assim, na classe cientí-
fica, nem todos concordam que o planeta será afetado pelo aquecimento glo-
bal. Baseado na discussão acima, por que podemos dizer que o aquecimento
global não é um consenso entre todos os cientistas quando falam sobre o
futuro do planeta?
175

4. O conceito mudança climática tem relação com a alteração das condições cli-
máticas durante períodos relativamente longos. Na verdade, o clima de nosso
planeta nunca foi estável. Os motivos disso ainda são pesquisados, mas o que
se sabe é que as temperaturas médias do planeta aumentaram e caíram durante
milhões de anos. Atualmente, cogita-se que a atividade humana seja responsá-
vel pelo aquecimento do planeta. Baseado nisso, marque a alternativa correta:
a. ( ) O El Niño faz parte de um ciclo natural que ocorre nas águas do oceano Pa-
cífico. Trata-se de um aquecimento anormal das águas superficiais. No entanto,
devido a grande distância do local de ocorrência desse fenômeno, não há regis-
tro de sua influência no território brasileiro.
b. ( ) Em anos de El Niño, o padrão de chuvas e temperaturas não se alteram na
maior parte do mundo, exceto nas faixas de terras banhadas pelo oceano Pací-
fico.
c. ( ) A mudança climática será responsável pela escassez de água, secas e inunda-
ções em muitas regiões do planeta nas próximas décadas. No entanto, felizmen-
te, a agricultura não sentirá o efeito negativo dessas alterações.
d. ( ) A manipulação genética é capaz de produzir variedades de plantas mais
resistentes a escassez de água e a temperaturas mais altas.
e. ( ) A alteração climática pode ser intensificada pela alta da taxa de urbanização
e pelo crescimento populacional. Felizmente, o padrão de consumo e produção
existente nos principais países está caindo devido à mudança de pensamento
dos governos e a conscientização da população mundial em relação e esse pro-
blema.
MATERIAL COMPLEMENTAR

O livro “Mudanças Climáticas Globais e seus Efeitos sobre a Biodiversidade” está


disponível em:
<http://www.mma.gov.br/estruturas/imprensa/_arquivos/livro%20completo.pdf>.

População e Mudança Climática


Daniel Joseph Hogan
Eduardo Maramdola Jr.
Editora: Nepo/UNFPA, 2009.
Sinopse: Este livro trata de acontecimentos atuais na
sociedade relacionadas ao aumento da população e
às mudanças climáticas. São analisados, para o correto
entendimento do assunto, a dimensão humana e as
alterações ambientais em curso. Apesar de representar um
grande desafio, é papel dos pesquisadores subsidiar as
políticas sociais, com análises e abordagens integradas e
interdisciplinares para um fenômeno novo e instigante como
é a mudança climática global. Este livro tem como objetivo
oferecer caminhos para as ciências humanas, em especial
para os estudos da população, no seu esforço de lidar com
o aquecimento global. Esse estudo contou com o apoio
do Fundo de População das Nações Unidas e do Núcleo de
Estudos de População da Universidade Estadual de Campinas.
Esta obra é um convite à reflexão sobre as mudanças climáticas e
os desafios enfrentados pelas populações diretamente afetadas por essas mudanças.
177
CONCLUSÃO

Ao final deste livro, caro(a) aluno(a), desejamos que você tenha encontrado nele
conteúdos e informações úteis que possa ajudá-lo em sua futura prática docente.
Estudamos, na unidade I, sobre o desenvolvimento da climatologia no Brasil, bem
como os principais conceitos abordados por ela. Também foi abordada a estrutura
vertical da atmosfera e quais são as escalas de estudos em climatologia.
Na unidade II, estudamos a relação existente entre o clima e os demais elementos
da natureza. Essa interação é importante para compreender como ocorre o ciclo da
água e como as massas de ar se movimentam. Analisamos, também, o vasto poten-
cial energético oferecido pelo clima, na geração de energia por meio de hidrelétri-
cas, usinas eólicas e de painéis solares.
Estudamos, na unidade III, a relação existente entre o clima e o meio urbano. Con-
sideramos o histórico da climatologia urbana. Aprendemos que uma cidade pode
desenvolver ligações com a atmosfera a ponto de gerar um clima próprio em algu-
mas áreas de uma cidade e, também, ficou evidente como a poluição de um centro
urbano afeta o clima.
Discutimos, na unidade IV, o potencial agrícola das regiões climáticas do Brasil. Além
disso, foram apresentados os condicionantes climáticos que podem prejudicar a
produção e mostramos como o zoneamento agroclimático pode ser utilizado no
planejamento territorial.
Na última unidade, apresentamos o desafio em que a atual sociedade se encontra:
precisamos nos preparar melhor para enfrentar e até minimizar os efeitos negativos
oriundos das mudanças climáticas.
Esperamos que os termos e conceitos apresentados sejam parte do seu trabalho
no futuro e que este livro possa ajudá-lo em suas pesquisas. Mas nunca pare de
estudar. Professores conscientes estão em contínua evolução, então, seja uma peça
fundamental para o progresso da educação. Desejo profundamente que o sucesso
faça parte de sua jornada pela Geografia.
179
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185
GABARITO

UNIDADE I
1. O tempo é o estado médio da atmosfera em uma dada porção de tempo e em
determinado lugar. Já o clima refere-se às mesmas características da atmosfera
monitoradas e medidas por um longo período de tempo. Enquanto que tempo
se refere aos estudos dos elementos atmosféricos dentro de um período de tem-
po de poucos dias ou poucas semanas, o estudo climático envolve um espaço de
tempo com período mínimo de análises de 30 anos.
2. Temperatura: a transferência de calor entre moléculas conforme o aumento de
sua atividade.
Radiação: é definida como energia recebida pela Terra na forma de ondas eletro-
magnéticas provenientes do sol.

3. As escalas espaciais do clima são:


Macroclima: esta é a maior das unidades climáticas. Ela envolve o clima global,
mas também abrange o clima zonal ou de faixas do território mundial.
Mesoclima: este modo de estudar o clima considera o clima de grandes florestas
e grandes desertos. Trata-se de uma unidade intermediária, geralmente ligada
ao clima do interior dos continentes.
Microclima ou clima local: é a menor escala climática, que engloba algumas cen-
tenas ou dezenas de m2.

As escalas temporais do clima são:


Escala geológica: ela estuda os climas do passado a partir de indicadores bioló-
gicos e litológicos.
Escala histórica: refere-se ao esforço realizado para estudar o clima do passado,
ou pela história registrada pelo homem.
Escala contemporânea: trata-se dos estudos climáticos da atualidade. A sua re-
alização depende de séries histórias de dados climáticos confiáveis de, no míni-
mo, 30 anos de coletas.

4. b.
186
GABARITO

UNIDADE II
1. As principais massas de ar que atuam no Brasil são 5.
A Massa Equatorial Atlântica (Ea) é caracterizada por ser quente e úmida. Atua
nos Estados do Nordeste brasileiro.
Massa Equatorial Continental (Ec) também é caracterizada por ser quente e úmi-
da. Atua em praticamente todo o Norte, Centro-Oeste e Sudeste brasileiro.
A Massa Tropical Atlântica (Ta) também é quente e úmida e atua nos Estados das
regiões Sudeste e Sul.
A Massa Tropical Continental (Tc) é caracterizada por ser quente e seca e atua nas
divisas do território brasileiro com o Paraguai e Argentina.
A Massa Polar Atlântica (Pa), fria e úmida atua principalmente nos Estados do
Sul e Sudeste do Brasil. É responsável pelo frio e pelas baixas temperaturas no
inverno nestas regiões.

2. As condições climáticas oferecem um alto potencial para a geração de energia


elétrica. Grande parte dessa energia pode ser gerada por meio de usinas hidrelé-
tricas, em que o fluxo natural da água é convertido em eletricidade. A energia
é gerada pela queda da água nas pás de turbinas que ligam um gerador que
converte a energia mecânica em energia elétrica.
Em outro formato de aproveitamento do recurso climático, está a produção de
eletricidade por meio da energia eólica. O vento é utilizado para produzir ener-
gia elétrica quando ele movimenta pás de uma turbina eólica, que por sua vez
movimenta um gerador de energia elétrica.
A energia solar é aquela proveniente do sol que pode ser captada por painéis
solares, formados por células fotovoltaicas, que transforma a energia solar em
energia mecânica e elétrica.

3. o que é interpolação e qual a sua função nos estudos climáticos?


A interpolação é a técnica que permite construir um novo conjunto de dados a
partir de outro conjunto de dados com informações faltantes e pontuais. Então,
se em uma unidade territorial existir um posto pluviométrico com dados faltan-
tes, deve-se corrigir o problema recorrendo a, pelo menos, três postos pluvio-
métricos mais próximos e no entorno. Isso fará que o estudo climático não tenha
sua eficiência prejudicada.

4. c.
187
GABARITO

UNIDADE III
1. As áreas são influenciadas por sua localização. As cidades brasileiras, em sua
maior parte, são chamadas de “tropicais” por se localizarem na região intertro-
pical. Assim, quanto mais próximo do Equador, maior a quantidade de radiação
solar recebida durante todo o ano. À medida que nos afastamos das baixas la-
titudes, essa quantidade de radiação solar incidente é reduzida. Portanto, as ci-
dades mais próximas da linha do Equador tendem a receber maior radiação, por
isso, podem ser mais quentes que outras. Na região Sul do Brasil, por exemplo,
a quantidade de radiação é menor, tornando o clima das cidades mais ameno.

2. O espaço urbano é mais quente que o rural devido a uma série de aspectos que
envolvem o uso do solo diferenciado entre esses dois meios, as construções do
meio urbano e a paisagem dominada por plantações no meio rural são exem-
plos de que o acúmulo de calor será diferenciado. Além disso, até as caracterís-
ticas dos materiais de construção utilizados podem determinar uma diferencia-
ção das temperaturas.

3. As inundações podem desabrigar moradores das áreas mais inundadas, causar a


morte como consequência de desabamento das construções, dos deslizamentos
de encostas. Também podem propagar doenças causadas por insetos e outros
animais que se proliferam em águas paradas, causar prejuízos da infraestrutura
urbana como asfalto, sistema de drenagem, redes de abastecimento de água,
esgoto e eletricidade e, por fim, causar prejuízos da circulação e na mobilidade
urbana.

4. e.
188
GABARITO

UNIDADE IV
1. O balanço hídrico é estimado a partir de componentes de entrada e saída de
água do solo. Essa técnica consiste em contabilizar a água no solo, em um pro-
cesso em que a água da chuva representa a entrada da água no sistema e a eva-
potranspiração e a infiltração, a saída, considerando-se uma determinada capa-
cidade de armazenamento ou retenção de água no solo.

2. São 4 as principais zonas climáticas encontradas no planeta: a zona polar, a zona


tropical, a zona temperada e a zona subtropical.

3. A água em um grau excessivo preenche todos os poros, causando o encharca-


mento do solo, o que pode ser prejudicial para as raízes das plantas. Por outro
lado, em condições de seca, a água exigida pela planta para a realização da eva-
potranspiração é maior que quantidade de água disponível no solo, de modo
que o déficit hídrico é sentido, ocasionando a morte das plantas.

4. O vento excessivo pode causar danos físicos às culturas. Ele também intensifica a
transpiração das plantas causando um ressecamento maior, além de possibilitar
a disseminação de ervas daninhas pelas áreas.

5. As geadas ocorrem quando a temperatura do ar em contato com o solo estiver


abaixo de 0°C. Geralmente, elas são devastadoras para as plantas, pois muitas
culturas não resistem ao intenso frio.

6. a.
189
GABARITO

UNIDADE V
1. A camada de ozônio (O3) é uma camada de gás que protege os seres vivos de
raios solares ultravioleta nocivos. Essa camada atua como filtro, permitindo a
existência da biosfera. Ela se concentra a uma altitude que pode variar de 35 a
55 km. Devido à alta retenção de energia proveniente do Sol, as temperaturas
dessa camada giram em torno dos 80 a 90°C.

2. Efeito Estufa é o aquecimento progressivo de uma faixa da atmosfera (tropos-


fera), devido ao bloqueio da radiação de onda longa na faixa do infravermelho,
exercido pelo vapor de água, dióxido de carbono e outros gases. A intensificação
do efeito estufa fará com que muitas culturas agrícolas diminuam a produtivida-
de, além de causar uma migração dessas culturas para outras regiões onde a sua
exigência hídrica e térmica seja atendida.

3. Existe uma certa divisão entre os pesquisadores que debatem sobre o aqueci-
mento global como resultado da atividade humana, (com emissões de gases
intensificadores do efeito estufa) e aqueles que acreditam que o ciclo natural cli-
mático no levará a um nova idade do gelo. Além disso, outra possibilidade para
um possível resfriamento estaria relacionado com ciclos naturais do Sol, dessa
forma, a comunidade científica ainda não entrou em um consenso se haverá um
aquecimento ou um resfriamento do planeta nos próximos séculos.

4. d.

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