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INSTITUTO DE QUÍMICA
CAMPINAS
2022
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
INSTITUTO DE QUÍMICA
RESUMO
CAMPINAS
2022
INTRODUÇÃO
Com a intensificação contínua dos efeitos das mudanças climáticas como o aumento
de precipitação, secas, aumento da temperatura e aumento da emissão de gases têm causado
alterações em níveis microscópicos nos fatores biológicos e condições ambientais do solo. Os
estudos cada vez mais tem como tema compreender o impacto que essas mudanças climáticas
têm -principalmente- sobre os fatores ambientais favoráveis do solo para o crescimento e taxa
de degradação da microbiota local; como alteração do: pH, temperatura, estrutura do solo,
solubilidade em água, nutrientes, características do local, potencial redox e teor de oxigênio,
umidade e biodisponibilidade de poluentes (concentração de contaminantes, tipo,
solubilidade, estrutura química e toxicidade) .[7]
Primeiramente, é importante destacar que uma umidade baixa pode regular a atividade
microbiológica e o crescimento dos microrganismos responsáveis pela biorremediação, além
de impactar diretamente a difusão de substratos e nutrientes de carbono, consequentemente,
modificando a biodegradação de poluentes orgânicos. Essa regulação ocorre porque a
mobilidade microbiana é afetada, além do potencial de água intracelular e da difusão de
nutrientes ser diminuída.
Por outro lado, uma alta umidade é capaz de restringir o oxigênio disponível para os
microrganismos[3], afetando o processo de degradação aeróbia de certos poluentes, como os
hidrocarbonetos. Dessa forma, há uma diminuição na taxa de decomposição da matéria
orgânica no solo. Além disso, a água livre conectando partículas no solo pode influenciar
possíveis padrões de diversidade, afetando a estrutura das comunidades microbianas por meio
da regulação da disponibilidade de nutrientes e de movimentação.
Portanto, fica claro que as mudanças climáticas são capazes de alterar a umidade dos
solos, afetando diretamente o funcionamento da biorremediação. Nesse sentido, em situações
de solos contaminados, poluídos, secos ou até encharcados, é necessário aplicar técnicas de
manejo do solo que permitam um controle e regulação da umidade, levando em consideração
esse balanço entre atividade microbiana e aeração. Por exemplo, em um solo encharcado, não
se deve apenas drená-lo, mas sim entender qual técnica deve ser aplicada e com que
intensidade e frequência. Obviamente, a técnica necessária irá depender do tipo e das
características do solo em questão, por isso, o conhecimento sobre o planejamento da
biorremediação e os estudos sobre os solos são tão importantes.
CONCLUSÃO
Logo, como mencionado anteriormente, as mudanças climáticas afetam diretamente o
processo de biorremediação do solo, seja por mudanças na temperatura ou na umidade do
solo. Nesse sentido, no que diz respeito a temperatura, um aumento da temperatura do solo
tem influência direta em processos de enzimas provenientes de microrganismos, sendo o
aumento da temperatura do solo um fator que aumenta a taxa com que a matéria orgânica é
degradada. No entanto, esse efeito proporcionado pelo aumento da temperatura do solo é
limitado pela umidade do solo.
Ainda sobre a temperatura, o aumento da temperatura do globo terrestre altera
fenômenos macroscópicos como secas ou alteração nos regimes de chuva, influenciando
indiretamente em processos que ocorrem na zona da rizosfera.
Já em relação a umidade, é necessário fazer um balanço entre a atividade microbiana e
a aeração do solo, sendo assim, existem faixas de umidade ideais para cada tipo de solo.
Dessa forma, uma baixa umidade reduz a atividade microbiana por reduzir a mobilidade e a
disponibilidade de nutrientes, enquanto uma alta umidade diminui a disponibilidade de
oxigênio para os processos aeróbios. Sendo assim, um manejo adequado para cada tipo de
solo deve ser realizado, levando em consideração sua umidade, de modo que não afete os
processos de biorremediação.
Então, é necessário realizar mais pesquisas sobre esses impactos das mudanças
climáticas no âmbito microscópico, isto é, nos processos de biorremediação, uma vez que o
solo é uma amostra bastante complexa e que varia bastante de acordo com a região. Desse
modo, será possível compreender melhor esse fenômeno e suas variações geográficas, além
de compreender mecanismos e processos que explicam a coexistência de milhares de espécies
microbianas no solo e sua capacidade de degradar poluentes tóxicos, constituindo um
importante desafio para ecologistas, químicos e biotecnólogos ambientais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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