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RELATÓRIO FINAL
EQUIPE TÉCNICA:
DELTA Engenharia
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................5
2 CONTEXTUALIZAÇÃO .......................................................................................................7
2.1 CENÁRIO URBANO ATUAL DE PONTAL DO CEARÁ ..........................................7
2.2 JUSTIFICATIVA PARA O MACROZONEAMENTO ..............................................13
2.3 APRESENTAÇÃO DAS MACROZONAS E SEUS ASPECTOS ..............................14
2.3.1 Macrozona 1.............................................................................................................14
2.3.2 Macrozona 2.............................................................................................................14
2.3.3 Macrozona 3.............................................................................................................15
2.3.4 Macrozona 4.............................................................................................................16
2.3.5 Macrozona 5.............................................................................................................16
2.3.6 Macrozona 6.............................................................................................................17
2.4 IDENTIFICAÇÃO DOS ATORES ...............................................................................17
3.1 EDUCAÇÃO ...................................................................................................................18
3.2 EMPREGO .....................................................................................................................22
3.3 SAÚDE ............................................................................................................................25
4 ÁRVORE DE PROBLEMAS ...............................................................................................28
5 CARACTERZAÇÃO ............................................................................................................28
5.1 INDICADORES E VARIÁVEIS ...................................................................................28
5.2 COLETA DE DADOS....................................................................................................32
5.2.1 Geração de viagens ..................................................................................................33
5.2.1.1 Produção de Viagens para Trabalho ...................................................................34
5.2.1.2 Atração de Viagens para Trabalho ......................................................................36
5.2.1.3 Produção de Viagens para Educação ..................................................................37
5.2.1.4 Atração de Viagens para Educação .....................................................................39
5.2.1.6. Atração de Viagens para Outros ........................................................................41
5.2.2 Distribuição ..............................................................................................................42
5.2.3 Divisão Modal ..........................................................................................................43
5.2.4 Alocação de viagens .................................................................................................45
5.3 RESULTADO SITUAÇÃO ATUAL E SITUAÇÃO FUTURA ............................46
5.3.1 Vazios urbanos.........................................................................................................47
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1 INTRODUÇÃO
O Plano de Mobilidade Urbana de Pontal do Ceará (PlanMob Pontal) institui um
ferramental indispensável para direcionar as intervenções da Prefeitura de Pontal e dos
órgãos responsáveis pela modificação do espaço citadino e pelo ordenamento do
sistema de transporte público. Tendo essa perspectiva em mente, a DELTA Engenharia,
de acordo com o edital IPUP/PMPC N° 01/2018, se dispõe a desenvolver o Plano de
Mobilidade Urbana de Pontal.
O presente relatório apresenta uma série de documentos elaborados com o
intuito de preparar um plano de mobilidade da cidade de Pontal do Ceará. Este
documento irá conter as etapas de identificação, caracterização e diagnóstico das
problemáticas da cidade, bem como a proposição de soluções e alternativas visando
melhorar as situações observadas.
O presente documento trata-se do descritivo das atividades desenvolvidas pela
Delta Engenharia no âmbito da elaboração do PlanMob Pontal, em conformidade com
as diretrizes da Lei Federal 12.587/2012 – Política Nacional de Mobilidade Urbana e
com as orientações gerais do Instituto de Planejamento Urbano e Pontal do Ceará.
O objetivo principal dessa apresentação consiste em fornecer alternativas para a
estruturação da mobilidade de Pontal, representada na Figura 2 presente a seguir, por
meio de ações de viés organizacional e operacional, que auxiliem a gestão pública na
execução de mudanças, visando o melhor aproveitamento do espaço e do potencial da
cidade. Com isso, é oferecido um sistema de transporte que atenda às necessidades da
população levando em consideração os aspectos de acessibilidade, de mobilidade e de
equidade nas prestações dos serviços.
O desenvolvimento das etapas explicitadas anteriormente foi baseado em uma
adaptação da metodologia proposta por Fernanda Soares em sua Dissertação de
Mestrado, cujo título é “Proposta metodológica de compreensão da problemática das
relações entre uso do solo e transportes no planejamento urbano integrado”.
Tendo em vista sua sugestão, a etapa de identificação foi composta da
identificação dos problemas, análise e interpretação dos dados e representação dos
problemas por meio de uma árvore. Enquanto isso, a caracterização foi dividida em
proposição dos indicadores, proposição de variáveis, coleta de dados e descrição da
situação atual e futura. Na etapa de diagnóstico foram propostos parâmetros e efetuados
os cálculos dos “deltas” que consistem na diferença entre a situação ideal e a real. Com
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isso, se tornou possível validar os problemas, elaborar árvores com problemas validados
para o tempo atual e futuro, além de hierarquizar os problemas por meio da tabela GTU
(gravidade, tendência e urgência). Tal processo de planejamento descrito acima pode ser
resumido no fluxograma presente abaixo, materializado na Figura 1, elaborado de
acordo com o que foi proposto pela Fernanda Soares, idealizadora da metodologia pela
qual o trabalho foi embasado.
Figura 1 – Fluxograma processo de planejamento
2 CONTEXTUALIZAÇÃO
Área nobre de Pontal, além de uma bela praia, que atrai diversos
Zona turistas, esta região possui outros pontos de lazer, como estádio de
Lagoinha
4 futebol, ginásio, bares, restaurantes e boates, também apresenta
comércio, prestadores de serviço e o hospital da cidade.
Nome da
ID Características gerais
Zona
Zona Região pobre, com alguns problemas sociais. Assim como a área do
Precatuba
11 Bairro Novo, surgiu de programas habitacionais.
No que se refere ao uso do solo, pode-se notar que as ocupações pelo município
não são bem distribuídas. Apesar de quase todas as zonas possuírem um pouco de cada
atividade em suas delimitações, é evidente o predomínio de uma delas para cada região.
Mesmo bairros que possuem uma divisão mais igualitária quanto às atividades
desenvolvidas sofrem com a necessidade de longos deslocamentos por motivos de
trabalho e/ou educação. Com base nisso, é possível perceber que a ocupação do solo em
Pontal influencia bastante na geração de viagens e consequentemente na mobilidade e
no dinamismo geral da cidade.
Pontal do Ceará possui uma população total de 47.211 habitantes, sendo 43.526
pertencentes à área urbana e 3.685 à área rural, conforme os dados fornecidos pelo
Instituto de Geografia e Estatística (IGE) no ano de 2010. Deste total de habitantes 54%
são do sexo masculino e 46% do feminino, o que representa uma população bem
distribuída no que diz respeito ao gênero. Por meio do Gráfico 1, é possível visualizar
de forma clara como as zonas da cidade se encontram povoadas e, desta forma,
identificar as zonas populosas (Centro, Planalto, Praia Mansa, Atenas e Vila Operária),
que abrigam 56% dos pontalenses.
Gráfico 1 – Distribuição da população por zonas
RENDA/ RENDA/
RANKING Nome da Zona RANKING Nome da Zona
DOMICÍLIO ZONA
10° Precatuba 1.018,07 10° Precatuba 512089,21
11° Paraíso 1.047,44 11° Cais do Porto 390768,84
Distrito
12° Industrial I
960,12 12° Paraíso 524603,04
Distrito
13° Vila Operária 1.082,60 13° Industrial II
627541,85
Parque Parque
14° Ecológico
668,57 14° Ecológico
317570,75
15° Planalto 1.099,12 15° Caiçaras 642760,56
Essa discordância entre os ranking pode ser explicada quando se observa o Mapa
2, que relaciona a renda por zona como a quantidade de pessoas de baixa, média e alta
renda. Esse artifício complementa a análise e torna a visualização das zonas mais ampla,
permitindo identificar a situação econômica dos moradores de um bairro e a influência
dessa variável na visão geral da zona. Além disso, é possível notar quais regiões
possuem majoritariamente pessoas de baixa e, desta forma, identificar zonas que
apresentam situações de risco e demandam maiores intervenções, como é o caso do
Parque Ecológico, Vila operária, Distritos Industriais I e II, entre outros.
Figura 4 – Situação econômica das zonas de Pontal
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As vias do município são todas de pista simples, com uma faixa de tráfego por
sentido. Tais linhas viárias podem ser asfaltadas, com capacidade de 500
vph/faixa/sentido e velocidade de fluxo livre de 40 km/h, podem apresentar pavimento
intertravado, com velocidade de fluxo livre de 30 km/h e capacidade de 250
vph/faixa/sentido, ou serem não pavimentadas possuindo velocidade de fluxo livre de
25 km/h e capacidade de 125 vph/faixa/sentido. Por conta da inexistência do transporte
público, a população só pode se locomover por meio de veículos motorizados
(automóveis e motos), bicicletas ou a pé, sendo a maioria desses deslocamentos
realizados de forma não motorizada, como mostra o Gráfico 2 a seguir.
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2.3.1 Macrozona 1
A primeira macrozona englobas as Zona 1, 3, e 4, que se referem aos bairros
Pedra Grande, Praia Mansa e Lagoinha, respectivamente, cujas rendas por domicílio são
as mais altas entre todas as zonas, sendo de R$1600,00. Sua população gira em torno de
7800 pessoas, majoritariamente adulta.
Nessa região, o espaço é distribuído principalmente em área residencial e
comercial, existindo também alguns serviços principalmente nas zonas 3 e 4, que
contam com serviços diferenciados e uma grande atividade turística devido à presença
de praias, bares e restaurantes. Por conta disso, são gerados cerca de 5400 empregos na
região, o que condiz com a população economicamente ativa da região. Sendo assim, a
produção e atração de viagens ocorre principalmente devido ao fator trabalho. Outro
fator importante no quesito atração de viagem é a quantidade de leitos hospitalares
presentes nas zonas 1 e 4, já que estas contam com um posto de saúde e um hospital que
visam atender a maioria da população do município, já que 76% dos leitos hospitalares
estão concentrados nessa macrozona. Além disso, existe uma escola particular que
provavelmente atrai estudantes de outras zonas, podendo causar transtornos ao trânsito
local dependendo da intensidade e modo como se deslocam.
Quanto à infraestrutura, possui algumas vias asfaltadas, sendo a maioria delas
ligando a referida macrozona ao centro. O índice de motorização é acima de 27% em
todas as zonas, chegando a 50% na zona 3. Essa macrozona conta, também, com uma
boa área não ocupada, que, por conta dos empreendimentos futuros, pode vir a se
adensar rapidamente e causar distúrbios, caso não haja um planejamento e controle.
2.3.2 Macrozona 2
Por possuir muitos aspectos que se diferenciam das demais zonas, a macrozona 2
engloba apenas o bairro Centro (Zona 2). A renda média por domicílio da região gira
em torno de R$1200,00, e sua população chega aos 8803 habitantes, sendo a zona mais
populosa da cidade. Apresenta uma quantidade significativa de crianças, demandando
assim viagens com objetivo educação, visto que não há escolas dentro da zona.
Essa região possui grande área residencial e comercial, existindo também alguns
serviços. Mas, apesar das residências ocuparem grande parte da região, a quantidade de
comércios e de atividades institucionais são muito significativas, gerando cerca de 5300
empregos, além da região concentrar também atividades específicas, como concentração
de bancos, igrejas e o comércio popular. Tudo isso faz com que essa zona seja o maior
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polo gerador de viagens do município. Por ser uma região antiga, já conta com toda a
sua área ocupável preenchida, sem possibilidades de expansão. Toda essa concentração
de atividades pode vir a apresentar grande insatisfação e conflito entres os usuários da
região.
Quanto à infraestrutura, conta com muitas vias asfaltadas e algumas de blocos
intertravados, em forma radial, atendendo toda a zona de forma bem distribuída. É a
macrozona mais motorizada, chegando a 50%.
2.3.3 Macrozona 3
A terceira macrozona engloba as Zona 5, 6, 7 e 8, que referem-se aos bairros
Cais do Porto, Vila Operária, Bairro Novo e o Parque Ecológico, respectivamente. É
uma macrozona majoritariamente de baixa renda, habitada por trabalhadores do Porto,
com renda média geral abaixo de R$ 1000,00 por domicílio. Sua população gira em
torno de 8300 pessoas, com maioria adulta.
Nessa região, o espaço possui uma significativa área destinada à atividade
industrial, por conta da localização do Porto da cidade, gerando cerca de 6900 empregos
e atraindo muitos trabalhadores para o bairro, mesmo que alguns já residam no entorno.
Outras parcelas da macrozona são ocupadas com áreas residenciais e comerciais, sendo
a última em menor quantidade. Como consequência, a produção e atração de viagens
ocorre principalmente devido ao fator trabalho, embora possam estar relacionadas
também com educação, já que a Zona 8 conta com uma creche que visa atender as
crianças da região.
É uma região com uma população expressiva que por vezes pode ter problemas
de mobilidade, visto que a infraestrutura da região não se mostra muito satisfatória,
possuindo poucas vias asfaltadas e um ramal ferroviário interligando a capital ao porto,
com motorização girando em torno de 20%, apenas.
Dentro dessa macrozona, vale salientar que o Bairro Novo conta como uma
região diferenciada, pois o mesmo possui uma grande área não ocupada que pode vir a
crescer bastante com o desenvolvimento do município. Apesar de não ser muito
populoso, apresenta uma renda considerável, o que pode futuramente causar alterações
nas demandas por viagens.
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2.3.4 Macrozona 4
A quarta macrozona engloba as Zonas 9, 10, e 11, que se referem aos bairros
Planalto, Paraíso e Precatuba, respectivamente. São regiões de baixa renda, podendo
chegar a uma renda média por domicílio de R$575,00. Sua população gira em torno de
9520 pessoas, majoritariamente adulta, possuindo, porém, uma quantidade significativa
de crianças.
Nessa região, o espaço é distribuído principalmente em área residencial e
comercial de forma quase homogênea, dando destaque às zonas 9 e 10, que contam com
serviços e escolas. É responsável por abrigar a maioria dos estudantes da cidade, que ao
se locomoverem de suas zonas para estas geram alto tráfego, principalmente em
horários de pico. Sendo assim, a atração de viagens ocorre principalmente devido ao
fator educação. É importante salientar que essa macrozona conta também com uma boa
área não ocupada, permitindo assim, o adensamento futuro.
Quanto à infraestrutura, conta com poucas vias asfaltadas, tendo como finalidade
a ligação à zona rural. No entanto, esta é uma região com riscos de alagamento e uso
intenso de transportes de carga, o que pode acabar apresentando uma infraestrutura
viária precária. Tais situações podem vir a causar difícil acesso à Escola Estadual e a
outros serviços gerais, desgaste das vias devido ao intenso fluxo de veículos de cargas e
conflito com os motoristas de caminhões na Avenida Maranhão.
2.3.5 Macrozona 5
A macrozona 5 engloba as Zona 12, 13 e 14, que referem-se aos bairros Atenas,
Distrito Industrial I e Distrito Industrial II, respectivamente, cujas rendas são tidas como
médias, variando de R$1300,00 a R$840,00 por domicílio. Sua população gira em torno
de 7400 pessoas, sendo sua maioria adulta e uma quantidade de crianças em idade
escolar.
Nessa região, o espaço é distribuído principalmente em área residencial, onde
parte de seus moradores são estudantes universitários, existindo também alguns
comércios e serviços. No entanto, deve-se destacar o futuro adensamento dos bairros
industriais (Zona 13 e 14), que atualmente contam com uma grande área desocupada. A
região também possui uma escola de ensino médio, um campus universitário e uma
unidade UPA, além de restaurantes e bares, o que acaba gerando um alto tráfego de
pessoas.
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3 LEVANTAMENTO DE PROBLEMAS
3.1 EDUCAÇÃO
Nos mapas representados nas figuras 7, 8 e 9, é possível verificar a quantidade de
crianças e jovens por bairro, além de seus centros de ensino localizados no município.
Para facilitar a visualização dos polos atrativos e produtores quanto ao quesito
educação, a divisão em três mapas foi idealizada. Em cada um deles é apresentado a
quantidade de pessoas de uma faixa etária por Zona. Por exemplo, no mapa presente na
Figura 7 é mostrado o montante de indivíduos de 0 a 5 anos por bairro e também
indicado a localização de seu centro de ensino correspondente, que, no caso, é a Creche.
Nesse primeiro caso, percebe-se um grande problema, pois a única creche está situada
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na parte leste da cidade (Macrozona 3), enquanto que os bairros mais populosos de
crianças estão na parte central e oeste (Macrozonas 1, 2, 4 e 5). Esse problema, além de
proporcionar geração de viagens com grandes deslocamentos, tem seu prejuízo
majorado pelo fato da cidade ser pouco motorizada e dos pais necessitarem levar muitas
vezes seus filhos no colo para a creche. Isso, além de ser extremamente desconfortável,
pode afetar bruscamente o número de matrículas em creches.
Outra analise a ser feita refere-se ao fato de que a escola presente na Zona 3 é
particular, o que restringe o seu uso, já que nem toda a população da cidade pode ter
condições para tal, sendo limitadas, assim às escolas de outros bairros.
Com isso, torna-se evidente o grande fluxo de crianças e jovens para o Bairro
Paraíso, o que, atrelado ao fato de que nessa região existir apenas uma via de acesso
principal, pode vir a causar transtornos para os usuários locais. Como a referida via,
Avenida América, além de interligar as Zonas 12 e 10 com a região Central, conecta o
município ao interior do estado, acaba demandando muitas viagens de transportes
motorizados, muitas vezes em alta velocidade, o que pode gerar conflitos entre os atores
da região, que são, em sua maioria, estudantes com necessidades de transitar a pé.
3.2 EMPREGO
Tendo em vista o mapa representado pela Figura 12, tornou-se evidente a
quantidade de pessoas economicamente ativas por bairro em Pontal.
Figura 12 – Empregos e População em Fortaleza
POPULAÇÃO
NOME DA OFERTA DE
ID ECONOMICAMENTE DIFERENÇA
ZONA EMPREGOS
ATIVA
Zona 1 Pedra Grande 1113 502 611
Zona 2 Centro 4259 5322 -1063
Zona 3 Praia Mansa 1945 1616 329
Zona 4 Lagoinha 1476 3272 -1796
Zona 5 Cais do Porto 1121 3022 -1901
Zona 6 Vila Operária 1835 2082 -247
Zona 7 Bairro Novo 1303 1065 238
Zona 8 Parque Ecológico 1046 735 311
Zona 9 Planalto 3471 2035 1436
Zona 10 Paraíso 714 834 -120
Zona 11 Precatuba 1272 447 825
Zona 12 Atenas 2422 1092 1330
Zona 13 Distrito Industrial I 1721 963 758
Distrito Industrial
Zona 14 736 453 283
II
Zona 15 Caiçaras 748 505 243
3.3 SAÚDE
No que se refere à saúde, analisando-se a parcela da população considerada mais
vulnerável, como crianças e idosos, observando o mapa representado na Figura 15
apresentado a seguir, vê-se que em muitas regiões em que a concentração de crianças e
idosos é considerável, não se observa uma quantidade expressiva de leitos hospitalares,
fato esse que reforça a afirmação feita na Seção 2 de que as atividades na região não são
bem distribuídas. O fato de a região não suprir a demanda existente (por exemplo, tem
muito idoso e pouco ou nenhum leito) faz com que a população se locomova para outras
regiões em busca desse serviço.
Figura 15 – Leitos hospitalares e População de Idosos e Crianças em Pontal
Optou-se por dar enfoque aos idosos e às crianças pois sabe-se que eles são a
parcela mais suscetível a pegar doenças, sendo que tal consideração pode ser
confirmada com a afirmação feita pelo coordenador da Unidade Universitária de
Geriatria da Faculdade de Medicina de Lisboa e coordenador do Núcleo de Estudos de
Geriatria da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, Gorjão Clara, cuja declaração
encontra-se a seguir:
Assim como as crianças têm que ter uma abordagem própria, porque as suas
doenças são de determinado tipo e prevalência, e a maneira como devem ser
tratadas tem de ser condicionada pela imaturidade do seu sistema biológico”,
os idosos também precisam, porque estão numa “fase tardia da evolução
biológica”, que também condiciona a prevalência e a manifestação das
doenças e a opção e abordagem terapêutica.
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Fazendo-se uma análise mais aprofundada, pode-se ver que a cidade conta com a
presença de uma UPA, um posto de saúde e um hospital, sendo que próximo a essas
unidades existe uma quantidade de vias considerável, podendo facilitar o acesso das
pessoas a esse serviço caso a via esteja em boa qualidade. No entanto, devido à pouca
quantidade de unidades de saúde (apenas 3) e considerando que cada uma dessas
unidades ofertam auxílios diferentes, em uma certa escala, tem-se que muitas pessoas
acabam por percorrer longas distâncias para conseguir usufruir do serviço desejado. Por
exemplo, para casos não muito urgentes de saúde, qualquer uma das unidades será
capaz de atender ao usuário. No entanto, em situações mais graves, apenas a UPA e o
hospital serão capazes de fornecer o auxílio necessário ao usuário, e isso é um fator
importante a se considerar quando se pensa na parcela mais vulnerável da população,
que são os idosos e as crianças.
Em termos gerais, vê-se que a localização do posto de saúde, situado na Zona 1,
é válida, tendo em vista que ela pode atender às zonas que não contam com o serviço de
saúde, a exemplo das zonas 15, 13, 2 e 3, relativamente próximas. No entanto, como
pode-se ver no mapa presente na Figura 15, há uma concentração muito grande de
idosos e crianças no seu entorno, o que implica que possivelmente a demanda por esse
posto seja muito elevada e isso é um problema, não só no que se refere à qualidade do
serviço mas também no que concerne à demanda por transporte. Observando-se os
dados fornecidos pela prefeitura, vê-se que a porcentagem de motorização nessas áreas
não é muito elevada e, atrelado ao fato de não haver transporte público, tem-se que o
acesso a esse posto para uma população já debilitada não é muito interessante. Mesmo
que a distância seja relativamente curta, para uma pessoa que já não está muito bem, se
locomover em transporte não motorizado em situações assim não é muito viável.
No que se refere a localização, pode-se dizer que a UPA está bem posicionada,
já que ela se situa na zona 12, que é uma região com muitos estudantes, sejam
universitários ou não, muitos idosos, como pode-se perceber no Mapa 11, e muita
atividade comercial em geral, como bares, restaurantes, dentre outros.
Levando-se em consideração o hospital existente, localizado na zona 4, percebe-
se que ele não está muito próximo das áreas que contam com a presença de muitos
idosos e crianças, como pode-se ver no mapa. No entanto, se levarmos em conta a
infraestrutura de pavimentação no seu entorno, pode-se dizer que ela é bem atendida,
fato esse que facilita o acesso das zonas próximas a ela e que não contam com serviço
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de saúde, a exemplo das zonas 5, 6, 8, 3, 9, dentre outras. O problema maior nesse caso
é que o hospital não se localiza em uma região central e, como em situações mais graves
de saúde o ideal é ser atendido por um local com mais infraestrutura, se a propulação da
Macrozona 1 por exemplo quiser chegar la, vai ter que percorrer uma longa distância,
tendo que passar pelo centro, que já é uma região muito congestionada, sendo que ainda
uma parcela muito grande da população não é motorizada, fato este que ainda complica
mais a situação da população do lado oeste da cidade. Como pode se ver no Mapa 9, a
maioria da população mais vulnerável encontra-se do lado oeste da cidade.
Analisando a condição geral de saneamento da cidade de Pontal, pode-se
perceber, de acordo com os dados fornecidos pela prefeitura, que a maioria das zonas
não possui uma quantidade expressiva de domicílios com saneamento. No que se refere
à saúde, isso é um agravante, já que quanto menos saneamento, a população fica mais
propícia a adquirir doenças, fato este em gera uma demanda ainda maior por unidades
de saúde. A melhor situação no quesito saneamento de domicílios é o do centro,
identificado no mapa pela Zona 2, embora a situação não seja boa (apenas 50% dos
domicílios conta com este serviço). Atrelando tal fato à demanda de transportes, pode-se
notar que a probabilidade das pessoas ficarem doentes devido a isso é muito grande,
afirmando as tendências de movimentação já citadas anteriormente, ou seja, zonas 1, 2 3
15, 13, 12, ao surgir a necessidade, serão atraídos à zona 1 para serem atendidos no
posto de saúde. As zonas 14, 11, 10 e 9 serão atendidas pela UPA e as zonas 5, 6, 8 e 7
serão atendidas pelo hospital (considerando uma situação de caso não muito grave de
saúde).
Figura 16 – Esquema de problemas em relação ao fator saúde
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4 ÁRVORE DE PROBLEMAS
Analisando-se as informações contidas nas seções 2 e 3, pode-se identificar
alguns problemas gerais e comuns sofridos pelos atores da cidade, sendo tais problemas
dispostos na Figura 17 a seguir. É possível notar que um dos problemas centrais é a má
distribuição de atividades dentro da cidade, situação essa comentada na Seção 3, bem
como o elevado tempo de deslocamento desprendido pela população dessa região. Os
demais problemas foram definidos analisando-se a relação entre as zonas, buscando
entender se, de alguma forma, os dados se complementavam ou não.
Figura 17 – Árvore de problemas de Pontal do Ceará
5 CARACTERZAÇÃO
A caracterização da problemática foi dividida em etapas, sendo elas a proposição
de indicadores e definição de variáveis, a modelagem da demanda atual (ano base –
2017) e do futuro (ano de 2037) e, por fim, a caracterização para esses dois períodos de
tempo. Tais passos serão esclarecidos a seguir.
situação de Pontal do Ceará a partir dos dados do Censo de 2010 fornecidos pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IGBE), dos dados do Instituto de
Planejamento Urbano de Pontal do Ceará (IPUP), dos dados de viagens e das bases SIG,
bem como da modelagem de demanda feita no TransCAD. Tal ação apresenta como
propósito a elaboração de variáveis que permitam quantificar as relações de causa e
efeito propostas na árvore de problemas exposta na Figura 18.
Fonte: Autoral
É importante ressaltar que uma parcela dos indicadores empregados na análise faz
parte do Índice de Mobilidade Urbana Sustentável (IMUS), uma vez que eles se aplicam
a alguns problemas pré-estabelecidos e rementem a algumas das propostas da Delta
Engenharia. Os indicadores expostos na Figura 18 podem ser identificados de forma
mais clara na Tabela 5 apresentada a seguir, cuja definição encontra-se exposta logo
abaixo.
INDICADORES SIGLA
1 Vazios urbanos VU
3 Índice de Desconforto ID
30
INDICADORES SIGLA
6 Índice de conflito IC
7 Indicador de acessibilidade IA
Fonte: Autoral
1) Vazios urbanos: Indicador do IMUS responsável por indicar a existência de áreas
urbanas vazias ou desocupadas. Está estreitamente relacionado com espalhamento
da cidade e baixas densidades urbanas, uma vez que quanto menor a densidade,
maior a expansão da cidade e, consequentemente, maiores as distâncias a serem
percorridas nas viagens cotidianas. (Ministério das Cidades, 2007a). O presente
indicador será calculado para todas as zonas da cidade Pontal do Ceará e para o
município.
Á𝑟𝑒𝑎 𝑛ã𝑜 𝑜𝑐𝑢𝑝𝑎𝑑𝑎 (ℎ𝑎)
VU = Á𝑟𝑒𝑎 𝑜𝑐𝑢𝑝á𝑣𝑒𝑙 (ℎ𝑎)
× 100 (1)
regiões. Exemplo: Supondo-se que a Zona 9 não tem muita área comercial e que a
Zona 10 tem bastante oferta desse serviço, será averiguada a distância entre os
centroides de tais zonas e, no caso de ultrapassar 4 km, será obtida, por meio do
fluxo da via que conecta tais regiões, a quantidade de pessoas que fazem aquele
trajeto.
4) Índice de zonas mistas: Partindo-se do princípio de que uma zona deve atender às
necessidades essenciais de sua região a fim de reduzir deslocamentos interzonas, o
indicador é responsável por mensurar o equilíbrio do uso e ocupação do solo. Ele
inicialmente será utilizado para verificar se a zona em questão é ou não mista.
Depois, este indicador irá quantificar o quão equilibrado está a distribuição do uso e
ocupação do solo da região. O índice de zonas mistas é quantificado da seguinte
forma:
Á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑜 𝑢𝑠𝑜 𝑑𝑜 𝑠𝑜𝑙𝑜 𝑑𝑜𝑚𝑖𝑐𝑖𝑙𝑖𝑎𝑟
IZM = × 100 (5)
Á𝑟𝑒𝑎 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑜𝑐𝑢𝑝𝑎𝑑𝑎
uma taxa de 1,5% ao ano na forma de juros compostos. Esse valor de crescimento de
1,5% consta no Plano de Referências fornecido às empresas que estão participando do
processo licitatório. Os cálculos correspondentes à regressão feita referentes a 2017 e
2037 encontram-se na Tabela 7 presente a seguir.
Produção Trabalho
Zonas Ano Ano
2017 2037
1 1978 2658
2 8457 11384
3 3691 4965
4 2604 3501
5 2030 2728
6 3205 4310
7 2311 3106
8 1867 2508
9 6011 8090
10 1397 1875
11 2366 3180
12 4656 6264
13 3018 4058
14 1256 1686
15 1413 1896
Soma 46260 62209
36
exposto acima. Quanto ao futuro, foi utilizado como premissa o fato da população
crescer a 1,5% ao ano na forma de juros composto. Esse valor de crescimento de 1,5%
consta no plano de referências. Já para a renda média por domicílio, foi utilizado como
premissa a condição de inalterabilidade dessa renda média.
Os cálculos correspondentes à regressão feita referentes a 2017 e 2037
encontram-se na Tabela 11 presente a seguir.
Equação de regressão:
𝑦 = −4,43 + 2,01𝐴 + 0,06𝐵
Interseção: Start t atrelado: -0,24
Variável A: Comercial; Start t atrelado:238,97; Valor P: 0%
Variável A: Serviço; Start t atrelado: 3,98; Valor P: 0,18%
R²: 0,999895; Erro padrão: 21,76
Tabela 10 - Análise de correlação entre as variáveis – produção educação
Produção Educação
Zonas Ano Ano
2017 2037
1 734 959
2 5948 7990
3 2674 3566
4 1039 1363
5 713 942
6 1277 1706
7 846 1113
8 636 846
9 2711 3642
10 951 1264
11 2072 2773
12 1708 2276
13 900 1197
14 214 269
15 607 797
Soma 23030 30703
39
Atração Educação
Zonas Ano 2017 Ano 2037
1 4 4
2 4 4
3 4560 6141
4 4 4
5 4 4
6 4 4
7 4 4
8 1637 2204
9 1649 2220
10 11585 15602
11 4 4
12 1632 2196
13 4 4
14 1956 4381
15 4 4
Soma 23055 32780
40
Equip.
Equip. Saúde Governametais Residencial Comercial Serviços
(ha) (ha) (ha) (ha) (ha)
Equip. Saúde (ha) 1
Equip. Governametais
(ha) -0,095464254 1
Residencial (ha) 0,101461431 0,760611 1
Comercial(ha) 0,285047458 0,580903 0,822663 1
Serviços (ha) 0,052088074 0,672363 0,797427 0,625819 1
42
Atração Outros
Zonas Ano Ano
2017 2037
1 484 688
2 992 1427
3 902 1296
4 962 1373
5 221 320
6 446 631
7 549 782
8 233 321
9 216 297
10 166 224
11 370 522
12 347 488
13 334 469
14 269 374
15 216 311
Soma 6706 9523
5.2.2 Distribuição
Em posse das matrizes OD, fez-se necessário a realização de uma divisão modal
das viagens totais produzidas, para a futura alocação de tais viagens nas vias existentes.
A divisão proposta levou em consideração quatro principais atores: motoristas de carro,
motociclistas, ciclistas e pedestres. Sendo assim, foram obtidas quatro matrizes OD, de
acordo com o modal utilizado.
Como base para a divisão modal, foram utilizadas as matrizes OD geradas na
seção 5.2.2, que foram somadas de acordo com a motorização para serem então
divididas entre os modais adotados.
Primeiramente, fez-se necessário a divisão dessas duas matrizes de acordo com o
nível de renda, pois as funções utilidades fornecidas foram calibradas para cada nível
social. Essa divisão foi estimada calculando a porcentagem de pessoas de cada nível de
renda em cada zona, e então multiplicando-se essa porcentagem por cada linha das
matrizes ODs, já que os dados foram de base domiciliar.
Tendo as ODs classificadas por renda, foi necessário a construção de uma matriz
custo e tempo para cada modal adotado. Foi adotado o formato matricial pois o tempo e
44
o custo de cada modal não podem ser considerados os mesmos, já que estes estão
ligados diretamente com a distância que se quer percorrer.
No que se refere ao tempo, foi construída uma matriz tomando como base a
distância entre as zonas e a velocidade de cada modal, ou seja, ao se dividir a distância
de cada zona pela velocidade de cada modal obtém-se as matrizes de tempo para cada
modal. As velocidades adotadas estão explicitadas na Tabela 17 a seguir:
Tabela 17 – Velocidade média para cada modal.
Carro 30 km/h
Moto 35 km/h
Pé 3,5 km/h
Bicicleta 25 km/h
daqui a 20 anos, concluiu-se que essa porcentagem deveria ser ajustada, aumentando
parcamente seu valor.
Figura 20 - Perfil de Mobilidade das cidades brasileiras de acordo com seu
tamanho por número de habitantes onde a as viagens a pé nas cidades com mais de 1
milhão de habitantes respondem por aproximadamente 33% de todas as viagens diárias
– ANTP – 2012
Fonte<http://www.mobilize.org.br/noticias/8122/genocidio-de-pedestres.html?print=s>. Acessado
em 31 de maio de 2018.
Tendo as matrizes de custo e tempo, foi possível obter as matrizes utilidade de
cada modal, que ao serem multiplicadas pelas matrizes OD de cada renda, resultam,
finalmente, nas matrizes ODs, que falam a quantidade de viagens realizadas por cada
meio.
5.2.3, pois esta estava dada em quantidade de viagens e, para a alocação é necessário
que a matriz seja dada em quantidade de veículos, visto que as vias foram
dimensionadas considerando a capacidade de veículos.
Para realizar essa conversão foi admitido que cada viagem correspondia a uma
pessoa, e a ocupação do carro e da moto era 1,5 e 1,25 pessoas, respectivamente, e da
bicicleta, apenas 1 pessoa. Além, disso, para transformar as matrizes do modal moto e
bicicleta para uma equivalência em veículos (carro), foi admitida uma relação de 3
motos e 4 bicicletas correspondendo a 1 carro.
É importante frisar que foram alocados carro, moto e bicicleta em mapas
diferentes para poder mensurar a relação entre esses atores, ou seja, perceber a
quantidade de um em relação ao outro.
Além da alocação separada de cada modal, foi realizada a alocação considerando
todos esses meios juntos, a fim de perceber a situação de cada via, em questão de
saturação. Para tal, foi considerado também os dados de cordon line, que forneciam as
viagens realizadas considerando as zonas externas a Pontal. Como os dados fornecidos
eram do ano de 2015, foi admitida uma taxa de 1,15% a.a., para a obtenção dos dados
nos anos requeridos. Essa taxa foi estimada com base no crescimento das viagens de
carro. Foi considerado também que as viagens com destino a Pontal, eram destinadas à
zona 2, já que nela se concentram a maioria das atividades de emprego e assume-se que
essas viagens com destino e/ou saída de Pontal são, em sua maioria, por motivo trabalho
e com movimento pendular.
Como exposto na seção 5.1, foram adotados indicadores para validar e/ou
relacionar as situações expostas na árvore. Tais artifícios foram quantificados através
das fórmulas propostas, o que auxiliou na análise do sistema, quantificando os
problemas propostos.
47
Tabela 18 – Resultados do VU
Densidade Populacional
Urbana (hab/ha)
Zonas Ano Ano
2017 2038
7 81,50 109,76
8 51,19 68,95
9 77,68 104,62
10 37,08 49,94
11 129,66 174,64
12 74,43 100,25
13 102,06 137,46
14 14,62 19,68
15 124,04 167,06
Índice de desconforto
Ano 2017 Ano 2037
30% 31%
Índice de conflito
Índice de acessibilidade
6 DIAGNÓSTICO
6.1 PARÂMETROS
Foram estabelecidos parâmetros com o intuito de interpretar os resultados
obtidos por meio dos indicadores. Tais informações estão dispostas na Tabela 2, que
relaciona os problemas com seu respectivo indicador na situação ideal.
Longos deslocamentos->
Indicador de acessibilidade IAS = 1
Difícil acesso aos serviços
uma vez que tal escala representa geralmente uma situação de uso eficiente da
infraestrutura da cidade e uma possibilidade de expansão e atração de novos
investimentos e empreendimentos.
Para a determinação dos parâmetros referentes à DPU (Densidade Populacional
Urbana) foi observado que, no Brasil, as estimativas de “densidade ideais” para
aumentar o bem-estar urbano variam de 100 a 450 habitantes por hectare. Segundo
Rodrigues (1986), densidades inferiores a 100 hab/ha inviabilizam a prestação de
serviços e, por isso, zonas que apresentarem valores nessa faixa deverão ser observadas
com maior atenção.
Em relação à distância percorrida, estabeleceu-se que os deslocamentos
cotidianos realizados por pedestres devem ser inferiores a 4 km, uma vez que esta é a
distância considerada aceitável quando se trata de deslocamentos a pé, informação essa
obtida junto ao professor de Análise e Planejamento de Transportes, Bruno Vieira
Bertoncini. A fim de quantificar as pessoas que sofrem com o desconforto ao se
deslocar, foi adotado o ID, que possui como parâmetro 0%, uma vez que a Empresa
Delta parte da premissa que os deslocamentos realizados devem ser confortáveis e
acessíveis para toda a população de Pontal.
O parâmetro do Índice de zonas mistas foi elaborado adotando-se como premissa
que uma zona é mista de forma equilibrada quando a porcentagem de uso domiciliar em
relação ao uso total estiver entre 40 e 60% e partindo do pressuposto de que dentro deste
intervalo os serviços essenciais presentes provavelmente irão atender grande parte das
necessidades da população residente. Além da situação ideal demonstrada
anteriormente, os resultados podem se encaixar na classificação exposta na Tabela 26.
Tabela 26 – Classes do Índice de zonas mistas
Classificação das zonas
IEZM = 0% ou 100% Zona não mista
40% < IEZM < 60% Zona mista e equilibrada
0 < IEZM < 40% ou Zona mista e não
60 % < IEZM < 100 % equilibrada
6.3 VALIDAÇÃO
Vazios Urbanos
Zonas Situação desejada Situação atual Delta
Zona 1 10% 77% -67%
Zona 2 10% 0% OK
Zona 3 10% 61% -51%
Zona 4 10% 49% -39%
Zona 5 10% 16% -6%
Zona 6 10% 55% -45%
Zona 7 10% 85% -75%
Zona 8 10% 49% -39%
Zona 9 10% 57% -47%
Zona 10 10% 79% -69%
Zona 11 10% 86% -76%
Zona 12 10% 54% -44%
Zona 13 10% 89% -79%
Zona 14 10% 67% -57%
Zona 15 10% 79% -69%
Com base na análise da tabela acima, tornou-se evidente que a cidade de Pontal
do Ceará apresenta um significativo percentual de vazios urbanos, uma vez que apenas a
Zona 2 respeitou o limite estabelecido. Levando-se em consideração a classificação
proposta pelo IMUS para esse indicador, é possível perceber que 11 zonas encontram-se
na região de menor score, ou seja, na situação menos desejável, onde o indicador de
vazios urbanos é superior a 50%.
De forma geral, o munícipio apresenta 62% de sua área composta por regiões
desocupadas, tal fator se combinado a baixas densidades urbanas pode indicar a
existência de grandes distâncias a serem percorridas pela população em suas viagens
cotidianas, portanto, foi feita uma análise conjunta desses dois indicadores observando,
se as zonas que apresentaram os piores resultados em relação ao Vazios Urbanos,
54
No que se refere ao IZM, tornou-se evidente que todas as zonas da cidade são
mistas, de acordo com o parâmetro estabelecido, ou seja, apresentam residências e
comércio em suas áreas. Feita essa classificação, a segunda etapa da análise consistiu
em observar se os bairros apresentam um uso de solo equilibrado (40% < IEZM <
60%). Constatou-se que cerca de 73% das zonas não possuem uso e ocupação do solo
bem distribuído/ equilibrado, uma vez que apenas as zonas 1, 3, 7 e 11 apresentaram
resultados satisfatórios, ou seja, dentro dos limites estabelecidos. Portanto, mesmo
57
possuindo todas as zonas rotuladas como mistas grande parte da cidade de Pontal
apresenta predominância de um serviço, que pode ser residencial ou comercial.
A fim de complementar a análise do presente indicador, foi observada a geração
de viagens das zonas mistas e equilibradas com o propósito de verificar se essas
apresentavam uma baixa demanda de viagens. Com exceção da Zona 3, todas as outras
não faziam parte do Top 5 de geração de viagens. Essa alteração no comportamento da
Zona 3 pode ser explicada ao se levar em consideração a população dessa área, que é a
terceira zona mais populosa, portanto, apesar de possuir uma boa distribuição do seu
uso e ocupação do solo, ela continuará tendo um número significativo de viagens por
conta da sua numerosa população.
Portanto, ao se levar em consideração a constatação, por meio do IZM, de que a
maioria das zonas que apresenta a predominância de um serviço tende a gerar mais
viagens, o problema de Alta demanda de viagens foi validado.
Situação futura
Realizando a projeção para o ano horizonte, tem-se que 145 dos links ficará
acima da capacidade de projeto, aumentando para 8,56% a quantidade de links
saturados na cidade. Como era esperado a quantidade de vias saturadas aumentará,
assim como, a quantidade de vias que necessitam de intervenções. A Tabela 31 contém
as informações adicionais no que se refere à situação das vias em 2017.
Índice de conflito
Situação Delta Delta
Ano 2017 Ano 2037
desejada 2017 2037
0,14 0,17 0,5 0,36 0,33
59
Índice de Acessibilidade
Situação atual e Situação desejada Delta
futura
13% 0% -13%
6.4 HIERARQUIZAÇÃO
Em posse das problemáticas já validadas, faz-se necessário uma classificação
quanto a relevância de cada uma no cenário existente. Essa classificação foi feita
utilizando métodos e conceitos da Matriz GUT, que busca ordenar situações de acordo
com seu grau de gravidade, urgência e tendência.
A gravidade é determinada pelo impacto provocado caso a problemática não seja
solucionada. No cenário apresentado, tais impactos serão ordenados de forma
qualitativa, sendo, essa seção, dividida em três classes: 1 (sem gravidade); 2 (pouco
grave); 3 (muito grave). Essa classificação foi feita com base na interferência causada
na rotina dos atores, caso o problema afete, em muito, a vitalidade dos usuários, será
considerado de alta gravidade.
A urgência diz respeito ao prazo que se tem para se solucionar o problema em
questão, quanto menor o tempo que a situação pode esperar, mais urgente ela é, sendo
assim, é classificada em três faixas: 1 (não há urgência – sem pressa); 2 (pode esperar
um pouco); 3 (há urgência – mais cedo possível). A classificação foi feita levando em
60
Desde o fase inicial do estudo foi identificado que a má distribuição de atividade era
o fator que mais contribuía para a existência de longos deslocamentos na cidade de
Pontal. Tal fato está intimamente ligado ao uso e ocupação do solo, uma vez que a
63
incentivar o fator turístico da cidade. A empresa reconhece que o Brasil como um todo
não explora de forma eficaz o potencial aquaviário do país e, com isso, assume o
compromisso de sempre trabalhar com a possibilidade da mudança dessa situação.
Entretanto, ao se pensar na alta quantidade de viagens realizadas por meio da
bicicleta, a empresa propõe também uma mudança na atual malha viária do município,
visto que não existem ciclofaixas ou ciclovias que garantam a total segurança dos
deslocamentos não motorizados. Essa alternativa também visa apoiar a população que
utiliza esse modal, não correndo o risco de um possível desincentivo à bicicleta após a
instalação das linhas de ônibus da cidade.
Por fim, como alternativa para a supersaturação das vias ocasionada pela alta
demanda de viagens propõe-se a mudança de pavimentação das vias, sendo a escolha
realizada dentro das possibilidades de mudança e das necessidades de cada via.
As alternativas propostas acima serão implantadas com a execução das ações
explicitadas nos diagramas a seguir.
Figura 22 – Ações para a execução da reordenação urbana
65
impostos para implantação e permanência de negócios nas zonas 3,7 e 11 devem ser
reduzidos, enquanto que nas zonas 5, 10 e 14 os tributos devem ser acentuados.
Além disso, a disposição dos centros de saúde é um aspecto alarmante em
relação a má distribuição de atividades, visto que estes pólos não suprem as
necessidades da cidade tanto pela quantidade insatisfatória como pela má distribuição
das unidades de saúde. Este fato é comprovado pelo Indicador de Acessibilidade, o
qual aponta que apenas 12% da população está em regiões satisfatoriamente acessíveis
aos hospitais e postos de saúde. Por conta disso, sugere-se a instalação de novas UPAs,
hospitais em zonas que ainda não são atendidas por esses serviços.
É importante frisar que a Delta Engenharia reconhece que a alternativa proposta
referente a reordenação urbana é uma medida de longo prazo, uma vez que visa sanar
um problema estratégico (Má distribuição de atividades → Longos Deslocamentos +
Alta de manda de Viagens) e, por este motivo, precisa ser iniciada o quanto antes para
que assim seus efeitos sejam alcançados o mais breve possível.
Com a adoção das intervenções citadas anteriormente, foi notado melhoras
significativas no que se diz respeito aos congestionamentos da cidade. Os mapas
representados nas Figuras 26 e 27 representam, respectivamente, o fluxo de veículos
antes e depois da implementação de tais medidas. As cores que percorrem as vias
representam o nível de volume/capacidade de cada uma, a legenda lateral ao mapa
indica os intervalos designados para cada cor.
A Delta Engenharia está ciente que em partes dos mapas utilizados para se
comprovar que as medidas adotadas impactaram de forma positiva a saturação das vias
não representam integralmente a situação real das vias, visto que certas vias estão com
coloração preta sem estarem saturadas, tal problema pode ser explicado por conta da
escala adotada pelo software, pois quando ao se comparar o Contorno Sul com as
demais vias, estas acabam sendo muito reduzidas e se superpondo, causando assim, a
coloração mais escura do que realmente deveria apresentar. Tal fato pode ser
comprovado por meio da Figura 28 a seguir, visto que uma dessas vias com coloração
preta apresenta na tabela se atributos valores que não indicam problemas com saturação.
69
Por meio de uma pesquisa no site do governo do Estado do Ceará foi encontrado
foi constatado que o preço médio de uma residência em conjuntos habitacionais no
70
Ceará era de R$ 65.500,00. Esse preço foi alcançado, dividindo o valor total dos
conjuntos habitacionais construídos nos últimos 3 anos no Ceará (1,3 bilhões) pela
quantidade de residências nesses conjuntos (19861 moradias). Com base em uma
análise no indicador de densidade populacional, foi constatado que seriam necessárias a
construção de 560 moradias nas zonas com maiores déficits habitacionais para amenizar
o problema de má distribuição de atividade e residências. Com isso o investimento para
a construção desses conjuntos seria de R$ 36.680.000,00, o que considerando um
horizonte de financiamento de 20 anos e uma taxa mínima de atratividade igual a taxa
Selic referente a data de 28/06/2018 (6,4%a.a.), o custo anual equivalente (CAE) obtido
foi de R$ 3.302.549,47. Esses valores encontram-se expostos na Figura 29, abaixo.
Vale salientar que esse investimento não necessariamente precisa ser arcado
apenas pela prefeitura, podendo o prefeito agir politicamente para obter ajuda tanto da
União como do Estado.
71
Como a cidade ainda não dispõe de um sistema de transporte público que atenda
às necessidades dos moradores de Pontal, e tendo em vista que grande parte dos
habitantes não possuem veículos motorizados particulares e necessitam percorrer longas
distâncias para chegar ao destino desejado, a Prefeitura determinou um sistema de
transporte público integrado por cinco linhas de ônibus. A empresa DELTA Engenharia
aderiu o sistema proposto e simulou, por meio do TransCAD, a implantação das linhas
de ônibus seguindo o mesmo traçado de linhas apontado pela Empresa de Transporte
Público de Pontal do Ceará (ETU – Pontal). O traçado das linhas de ônibus está
evidenciado no mapa representado na Figura 30..
A tabela evidencia que o índice de mortes ao usar motos é quase 35 vezes maior
do que quando se opta por utilizar ônibus, além disso os dados mostram que utilizar
transporte público é quase 4 vezes mais seguro quando comparado ao carro. Sendo
assim, o ônibus é o veículo motorizado seguro e pode minimizar os risos de acidentes
em Pontal.
Outro fator importante é a redução de congestionamento ocasionada por essa
escolha modal, visto que o ônibus ocupa um menor espaço viário. Um estudo feito por
Vasconcellos (2008) possibilitou que os seguintes resultados fossem alcançados.
diminuir o tempo gasto com deslocamentos, visto que a saturação das vias diminuirá.
Com isso e considerando que a vida útil dos ônibus em Pontal será de 10 anos e
que seu valor residual será de R$50.000,00, calcula-se o VPL (valor presente líquido) e
o CAE para o fluxo de caixa elaborado. Como o plano de referência impõe que esse
transporte coletivo será implantado em 2027, a DELTA Engenharia fez a análise para os
10 anos seguintes. Foram obtidos um VPL de R$ -57.313.728,11 e um CAE de R$
7.935.340,26, como mostra Figura 35 a seguir.
Ônibus
investimento inicial médio (custo custo mensal médio (manutenção,
da compra de um ônibus) diesel e pagamento de funcionários)
R$ 300.000,00 R$ 35.000,00
quantidade de onibus
25 25
investimento inicial custo anual
R$ 7.500.000,00 R$ 10.500.000,00
Vida Útil do Ônibus (anos) = 10
valor residual por onibus = R$ 50.000,00
Custo da passagem = R$ 1,50
quantidade de passagens diárias = 6500
arrecadação anual = R$ 3.510.000,00
Fluxo de caixa
0 R$ 7.500.000,00
1 R$ 6.990.000,00
2 R$ 6.990.000,00
3 R$ 6.990.000,00
4 R$ 6.990.000,00
5 R$ 6.990.000,00
6 R$ 6.990.000,00
7 R$ 6.990.000,00
8 R$ 6.990.000,00
9 R$ 6.990.000,00
10 R$ 5.740.000,00
VPL -R$ 57.313.728,11
CAE R$ 7.935.340,26
78
que essa população da zona 6 mude para próximo do novo porto. Nesse ponto da
argumentação, é plausível salientar que nossa proposta de reordenação do espaço
urbano em hipótese alguma adentra e compromete o vínculo aqui mencionado. Na
realidade ela busca apenar direcionar os novos moradores e novas empresas para zonas
especificas, buscando sempre que as zonas da cidade fiquem mais mistas e igualmente
povoadas.
Devido a impossibilidade de se retirar a ocorrência desses longos deslocamentos
dos trabalhadores da zona operária para o novo porto, é plausível o oferecimento de um
transporte coletivo eficaz que não comprometa a malha viária de Pontal, nem a
qualidade de vida dessa parte da população. Entre as possíveis soluções, encontra-se a
implementação de uma linha de ônibus ou a implementação de um transporte coletivo
aquaviário, tendo em mente que tanto a origem quanto o destino se encontram em zonas
litorâneas. Devido ao tipo de deslocamento (longas distâncias) e a população atendida
(renda baixa), transportes coletivos em geral, sem dúvida, são as soluções mais
apropriadas. Em decorrência dessas duas possíveis soluções, a análise de viabilidade
será baseada na comparação direta entre esses dois modais.
Começando pela análise social, tem-se como primeira vantagem do modo
aquaviário a questão do tempo. Enquanto que na ficha técnico do barco proposto é
especificado que sua velocidade de cruzeiro é de 20 nó, o que equivaleria a quase
40km/h, o ônibus quase não supera uma velocidade média de 30km/h em uma malha
viária comum. Essa maior velocidade proporciona economia de tempo para os cidadãos
que utilizam o barco como modal. Se for raciocinado que a distância do porto antigo
para o novo porto é de cerca de 12km, a economia de tempo do barco frente ao ônibus é
de aproximadamente 3 mim por viagem ou 6 mim por dia para um trabalhador que faz
essa viagem pendularmente. Pensando em um horizonte de tempo maior, como um ano,
essa diferença impacta consideravelmente essa parte da população, proporcionando-os
mais tempo de sono e consequente melhor rendimento no trabalho, ou mais tempo com
os filhos e familiares, melhorando os vínculos afetivos e elevando a qualidade de vida
dessas pessoas. Além disso, como o barco se desloca por fora da malha viária de Pontal,
ele não influencia negativamente as outras viagens, seja supersaturando as vias seja
causando conflito entre os atores.
Outra vantagem do meio aquaviário é proporcionar a população um
deslocamento mais tranquilo. Enquanto que o ônibus passa por dentro da cidade e
80
proporciona aos seus passageiros o stress causado pela poluição sonora ou visual, o
barco oferece um deslocamento bem mais agradável, onde o som da brisa do mar é o
barulho predominante. Além de stress, a poluição sonora pode causar alterações de sono
e doenças cardiovasculares. Como isso, podemos concluir que ao ser analisado no
aspecto social, o meio aquaviário tem vantagens significativas frete a um ônibus
comum, podendo inclusive melhorar a qualidade de vida das pessoas que usufruem
desse meio.
Analisando ambientalmente, pode ser tido que o transporte aquaviário
contribuirá com a redução da emissão de gases poluentes, além da diminuição de
propagação de ruídos.
Por último, ao ser analisado economicamente, uma série de observações e
possíveis parcerias serão levadas em consideração. Ao ser botado em conta unicamente
a porcentagem de subsídio que a prefeitura terá que arcar para manter a operação de um
desses dois tipos de meio transporte, conclui-se que o ônibus seria o mais apropriado. É
sabido que o valor da passagem do ônibus imposta pelo plano de referências é de 1,50,
e, para não influenciar na divisão modal, os técnicos da Delta Engenharia decidiram
impor o valor de passagem de 1,50 também para o barco. Essa ação é justificada pelo
conhecimento de que, como a população atendida é predominantemente de baixa renda,
qualquer majoração no valor da tarifa do barco faria as pessoas a mudarem para outro
modal. Em virtude disso, a comparação da viabilidade econômica entre esses dois
modais será realizada considerando esses preços de passagem.
A porcentagem do subsídio arcada pela prefeitura caso seja implantada uma
linha de ônibus é de 67% e caso ocorra a implantação do transporte aquaviário, esse
subsídio será se 80%. Como Pontal é uma cidade do interior do Ceará, onde a situação
econômica não é muito favorável a implementação de soluções mais custosas em
decorrência da falta de recursos, a Delta Engenharia analisou uma série de possíveis
parcerias que tornariam essa solução possível e economicamente mais vantajoso.
Assim como a maioria das cidades litorâneas cearenses, Pontal tem um grande
potencial turístico, que pode ser alavancado por meio do oferecimento de serviços que
proporcionem aos turistas o deslumbramento das belezas naturais das praias cearenses.
Um desses serviços pode ser o oferecimento de passeios de barco em fins de semana ou
em períodos de alta temporada. Com isso, a parceria poderia funcionar da seguinte
forma: na semana o barco serviria de transporte coletivo para levar os populares da vila
81
operária para o novo porto, enquanto que no fim de semana, o mesmo seriaria para
passeios turísticos.
Analisando as zonas de Pontal, percebemos que o maior número de vagas da
rede hoteleira da cidade se encontrará em Caiçaras, em virtude da implementação do
Resort, em contrapartida a área mais turística, que conta com bares, restaurantes e
boates, além da belíssima praia, é a Lagoinha. Em decorrência disso, a rota turística
realizada pelo barco nos fins de semana poderia ser de Caiçaras (zona 15) para
Lagoinha (zona 4), ambas litorâneas. Além dessa rota, o barco poderia realizar um
passeio para que os visitantes da cidade possam ver de perto as instalações do novo
porto da cidade, que será uns dos mais modernos do país. A efeito de viabilidade dessa
rota, pode-se citar o famoso passeio de barco de Hamburgo, na Alemanha, onde
milhares de turísticas todos os anos o utilizam para conhecer o porto da cidade.
Por meio de uma pesquisa de mercado, comparando preços de passeio de barcos
em praias cearenses, foi encontrado que o valor desse passeio turístico pode girar em
torno de 20 reais por pessoa. Esse preço cobriria os custos comerciais de venda dessas
passagens, o guia turístico e proporcionaria uma redução considerável da porcentagem
de subsídio paga pela prefeitura para o trajeto comum de 1,50 do barco. Como o Resort
tem capacidade de 500 hóspedes, é de se esperar que o mesmo consiga saturar esses
passeios turísticos em alta temporada.
Além disso, como esse passeio de barco por se só poderia atrair turistas para
Pontal, pode-se dizer que a oferta dessa forma de transporte alavancaria a arrecadação
tributária da cidade e, por meio desse ganho indireto, o custo benefício do transporte
aquaviário pode se tornar mais vantajoso do que a linha de ônibus.
Por fim, de acordo com a análise feita pela Delta Engenharia, a solução de
implementação do transporte aquaviário é a mais viável, seja social, ambiental e
economicamente. Sabemos que a decisão final de implementação das soluções
propostas cabe ao prefeito da cidade, então esse texto cumpre sua função de aconselhar
e oferecer uma análise de custo benefício para a resolução desse problema.
82
Com o intuito de aumentar a capacidade das vias que têm uma maior demanda
de fluxo de veículos, a empresa DELTA Engenharia sugere que 3,139 km de
pavimentação seja asfaltada e 2,061 km de pavimentação seja modificada para blocos
intertravados. Essa mudança foi realizando de acordo com a necessidade de cada via
existente na cidade, buscando fazer as alterações nas vias de maiores fluxos, mantendo a
continuidade do tipo de pavimentação. Diante destas intervenções, foi possível constatar
através de simulações computacionais que tais mudanças acarretam melhoras
significativas no que diz respeito a redução do volume de veículos por via, que implica
diretamente na diminuição do congestionamento. Os mapas representdos nas Figuras 36
e 37 representam as situações antes e depois de tais alterações, respectivamente.
Fonte: http://theconversation.com/which-transport-is-the-fairest-of-them-all-24806
86
No que se refere à simulação feita, foi alocada na cidade todos os modais juntos
levando-se em consideração os dados de Cordon Line. Com isso foi possível obter o
mapa presente na Figura 41 a seguir. Com as informações fornecidas na tabela de
atributos desse mapa, foi possível verificar o fluxo máximo que passava pelo Contorno
Sul e, a partir daí, pode ser feito o seu dimensionamento.
88
Pode-se constatar que o fluxo máximo que passava pelo Contorno Sul era de
3118 veículos por hora. Sendo assim, levando-se em consideração que em uma faixa
passam 1700 carros de passagem por hora, obteve-se que seria necessário colocar 2
faixas para o Contorno Sul. No entanto, como o valor obtido pela divisão foi muito
próximo a 2, a Delta engenharia propõe que o Contorno Sul apresente 3 faixas como
uma medida de segurança, já que a simulação, embora seja capaz de fornecer dados
muito próximos à situação real, entende-se que pode acontecer certas alterações no
sistema do município que a empresa não tenha conseguido prever por falta de dados.
Considerando-se a utilização dessa rodovia, a Delta Engenharia considerou que
todo o trecho do Contorno Sul deveria ser asfaltado, dando mais agilidade no
deslocamento da população que o utiliza. Para mensurar os gastos que tal medida traria,
foi considerado que o Contorno Sul se encaixa nas características de uma via Arterial.
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS
fim de propor soluções para que a cidade possa se desenvolver sem grandes empecilhos.
Diante do que foi exposto, pode-se concluir que o problema que se destaca é a
má distribuição de atividades que acarretará em alta demanda de viagens e em longos
deslocamentos, fato este que dificulta e dificultará, principalmente, a locomoção das
pessoas de baixa renda que não possuem veículos motorizados e nem podem usufruir de
um sistema de transporte público. Além disso, a produção e a atração de viagens em
polos distantes irão promover a supersaturação das vias que tende a provocar conflito
entre atores e aumentar os riscos de acidentes.
constatar que não há nenhuma intervenção absoluta que resolva todos os problemas da
cidade, visto que o município tem limitações naturais e econômicas por se tratar de uma
cidade relativamente pequena, entretanto, a empresa DELTA Engenharia conseguiu
solucionar ou minimizar a maior parte dos problemas de Pontal, por meio de propostas
que buscam conciliar o bem estar social, a sustentabilidade e o desenvolvimento
econômico.
91
10 REFERêNCIAS
http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/geriatria/idosos-precisam-de-assistencia-
medica-propria-como-as-criancas < Acessado em 10 de maio de 2018 às 14:00>
http://theconversation.com/which-transport-is-the-fairest-of-them-all-24806<
Acessado em 01 de julho de 2018 às 10:00>
92
Produção Atração
Produção Atração Educação Educação
Educação Educação Não- Não-
Zonas Motorizado Motorizado Motorizado Motorizado
1 288 1 671 3
2 3995 2 3995 2
3 1783 3071 1783 3071
4 368 1 995 3
5 188 1 754 3
6 614 1 1092 3
7 189 1 924 3
8 127 331 719 1873
9 874 533 2768 1687
10 329 4057 935 11545
11 971 1 1802 3
12 501 483 1775 1713
13 335 1 862 3
14 75 1227 194 3154
15 247 1 550 3
Soma 10884 9711 19819 23069
ZONAS 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
1 0 439 315 283 56 77 134 48 60 31 72 105 83 54 104
2 852 0 915 1009 200 299 500 186 262 131 269 370 277 185 237
3 302 452 0 555 104 139 228 83 88 42 95 119 105 65 105
4 196 359 400 0 196 301 345 148 111 44 99 116 100 61 79
5 108 197 208 543 0 255 334 131 69 30 70 75 71 41 51
6 121 242 227 683 209 0 495 294 92 36 83 90 82 48 56
7 138 265 245 514 180 325 0 305 99 44 108 111 110 62 72
8 85 170 153 380 122 333 527 0 65 27 63 67 63 37 42
9 387 871 592 1039 232 380 624 235 0 238 372 452 328 217 181
10 81 173 112 164 40 59 110 38 95 0 138 176 93 70 39
11 130 250 178 259 66 95 188 64 104 96 0 249 184 136 69
12 357 651 424 572 134 196 368 129 239 233 472 0 462 491 157
13 198 340 260 345 88 124 255 85 121 86 243 322 0 270 187
14 76 134 95 124 30 43 85 29 47 38 106 202 160 0 43
15 162 189 171 177 41 56 109 36 44 23 59 71 122 47 0
101
OD Moto
Zonas 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
1 0 126 64 22 9 16 6 4 11 24 8 9 9 8 7
2 129 0 772 322 152 243 90 60 179 340 111 122 120 107 75
3 39 410 0 110 42 72 30 32 65 257 33 51 34 60 24
4 10 130 85 0 22 40 13 8 17 33 12 11 12 10 7
5 5 71 44 29 0 27 9 5 10 19 7 7 7 6 4
6 15 205 127 86 44 0 31 22 31 58 21 19 20 18 12
7 6 75 46 25 14 28 0 7 11 21 8 7 8 7 5
8 3 45 28 16 8 22 9 0 7 14 5 4 5 4 3
9 20 292 155 75 34 62 25 15 0 90 33 31 31 27 16
10 5 71 63 16 8 13 6 6 17 0 12 14 9 13 4
11 13 177 124 42 20 35 15 12 31 94 0 29 27 29 11
12 15 200 94 43 20 35 15 8 27 54 30 0 29 28 11
13 14 185 87 43 21 35 15 8 24 39 28 24 0 24 17
14 5 68 28 15 7 12 5 2 8 11 11 11 13 0 5
15 9 93 55 21 10 16 7 4 11 25 3 9 13 9 0
102
OD a pé
Zonas 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
1 0 163 102 93 50 33 35 24 47 65 17 43 27 22 26
2 181 0 358 355 200 134 137 112 234 390 65 177 97 96 66
3 63 175 0 171 84 55 58 59 87 199 22 66 34 44 27
4 42 147 131 0 137 104 84 66 82 92 23 49 33 26 21
5 25 98 76 178 0 97 85 63 61 71 18 36 26 19 15
6 27 110 84 209 148 0 118 129 75 89 20 42 28 23 16
7 30 111 80 157 123 108 0 119 71 84 25 45 35 25 19
8 19 79 61 123 93 112 122 0 56 78 15 33 22 19 12
9 86 374 198 349 208 155 162 109 0 402 85 177 107 85 51
10 18 74 61 57 37 25 29 30 89 0 30 92 29 48 11
11 28 106 68 88 59 39 48 34 80 226 0 98 54 59 18
12 78 283 131 204 131 87 99 58 166 282 104 0 138 152 43
13 44 152 80 124 84 55 67 37 87 109 54 111 0 84 48
14 17 60 27 45 30 20 23 12 33 35 24 63 45 0 12
15 34 80 60 61 38 24 29 19 36 55 14 31 36 21 0
103
OD Moto
ZONAS 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
1 0 160 83 30 8 20 8 5 14 30 11 11 13 30 11
2 166 0 988 411 112 291 112 74 213 433 140 152 164 435 115
3 52 524 0 149 36 93 39 40 82 319 44 65 48 171 37
4 14 169 111 0 19 53 17 10 22 41 16 15 17 40 11
5 7 89 57 38 0 35 12 7 13 24 9 8 10 24 7
6 20 265 167 118 38 0 41 29 40 75 27 25 29 70 19
7 8 96 60 34 12 36 0 10 14 26 11 9 12 26 7
8 4 57 36 22 7 29 11 0 9 17 6 6 7 16 4
9 26 365 202 101 28 79 32 19 0 116 44 40 43 104 24
10 7 86 78 21 6 16 7 7 20 0 15 18 12 41 6
11 17 211 159 55 16 42 19 14 38 119 0 37 36 96 17
12 20 229 118 54 15 41 18 10 32 67 39 0 39 105 17
13 19 212 110 54 16 41 19 9 28 48 35 29 0 93 24
14 7 90 37 21 6 16 7 3 11 14 14 15 20 0 7
15 12 116 72 28 8 20 9 5 14 31 4 11 18 33 0
104
OD a pé
ZONAS 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
1 0 206 131 123 40 40 45 29 58 80 22 53 38 93 40
2 237 0 463 464 153 164 174 139 286 496 84 222 134 382 102
3 83 223 0 229 69 69 75 74 109 250 29 84 48 151 42
4 56 194 172 0 120 136 112 85 106 117 31 63 48 116 34
5 32 119 98 232 0 119 109 78 74 89 22 45 36 87 24
6 36 145 111 289 130 0 157 167 98 115 26 54 42 105 26
7 40 145 106 215 106 140 0 152 91 107 32 58 50 110 31
8 26 104 80 169 80 145 162 0 72 99 20 42 32 82 20
9 112 465 256 459 163 191 207 136 0 513 111 223 149 362 79
10 23 90 75 74 28 30 36 36 105 0 39 111 39 142 16
11 36 127 86 112 44 47 61 42 94 283 0 122 72 198 27
12 99 321 162 247 91 98 120 67 183 339 131 0 178 530 62
13 55 174 99 151 60 62 83 43 97 129 69 133 0 301 68
14 23 82 37 64 26 26 31 16 44 45 32 83 67 0 19
15 45 99 77 80 30 30 37 24 44 67 18 38 50 81 0
105