1) Fernanda se casou em 1967 e mudou-se para Vila Franca de Xira devido ao trabalho de seu marido como marinheiro. 2) Ela mantinha contato com sua família através de cartas e telefonemas, e visitava de carro. 3) A televisão e rádio eram seus principais meios de entretenimento e para acompanhar notícias, embora a televisão tenha se tornado mais disponível apenas após o 25 de Abril.
1) Fernanda se casou em 1967 e mudou-se para Vila Franca de Xira devido ao trabalho de seu marido como marinheiro. 2) Ela mantinha contato com sua família através de cartas e telefonemas, e visitava de carro. 3) A televisão e rádio eram seus principais meios de entretenimento e para acompanhar notícias, embora a televisão tenha se tornado mais disponível apenas após o 25 de Abril.
1) Fernanda se casou em 1967 e mudou-se para Vila Franca de Xira devido ao trabalho de seu marido como marinheiro. 2) Ela mantinha contato com sua família através de cartas e telefonemas, e visitava de carro. 3) A televisão e rádio eram seus principais meios de entretenimento e para acompanhar notícias, embora a televisão tenha se tornado mais disponível apenas após o 25 de Abril.
No dia 23 de dezembro de 1967, Fernanda casa com Joaquim no Algarve.
Após isto, deu-se a mudança para Vila Franca de Xira. Uma viagem no carro de Joaquim, que durou bastante mais que as de hoje em dia, devido à ainda pobre rede de estradas e à escassez de vias rápidas. Esta mudança deveu-se ao cargo de Joaquim, pois era marinheiro nas forças armadas. Com o passar dos anos, Fernanda foi mantendo contacto com as suas raízes através da escrita de cartas, porém com uma menor frequência, devido à analfabetização dos pais. Com isto, o meio de comunicação mais utilizado era o telefone, mais especificamente os telefones do CTT. A viagem de carro continuava a ser uma alternativa para matar saudades, mas bastante esporadicamente. Durante as suas visitas a casa, o automóvel era o transporte mais utilizado. Em casa, tanto no Algarve como em Vila Franca sempre contou com a companhia de um pequeno rádio. Através desse mesmo rádio era onde acompanhava as notícias e ouvia música, chegando a citar os discos pedidos, mas refere que nunca terá recorrido a estes. Outro fator que se mostrou importante para a disseminação das notícias foi a comunicação entre vizinhos. Fernanda refere que esse mesmo convívio entre vizinhos e amigos numa localidade relativamente pequena era de grande utilidade para debater assuntos atuais. No que toca a televisão, Fernanda assinala a pobreza do conteúdo televisivo durante o período que vigorava o Estado Novo, pois foi nesta altura que obteve a sua primeira televisão. Fernanda recorda que apenas foi possível com muito trabalho e muito esforço, pois, caso contrário, tal não seria possível. Quando criança, Fernanda chegou a acompanhar a evolução desta recente tecnologia, porém era num sítio relativamente longe de sua casa e teria de pagar 25 tostões para usufruir deste serviço. Os jornais estavam mais presentes na vida do seu marido, que comprava todos os dias no seu trabalho, de modo a discutir e debater as notícias do dia com os seus amigos. Com o 25 de abril, os conteúdos televisivos tiveram uma mudança drástica, dando logar a notícias, informações do estrangeiro, algo impensável durante o período ditatorial. Fernanda destaca o fenómeno que foi a novela brasileira “Gabriela, Cravo e Canela”, uma marca na mudança na programação da televisão portuguesa. Ao longo de todos estes anos, algo que sempre a acompanhou como auxilio à sua memória, sempre com tendência a deteriorar-se, foi uma máquina fotográfica. Este pequeno e rudimentar instrumento à época foi indispensável para Fernanda guardar para sempre memórias de uma vida.