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Integrais definidos
Conceito de área
Área de um retângulo
Se R = [a, b] × [c, d] d
R
c
Como definir área para uma região do plano que não é um retângulo?
Pode-se definir área para qualquer região?
Conceito de área
Aproximação por retângulos
I uma coleção finita R100 , . . . , R`00 de retângulos Rj00 = [aj00 , bj00 ] × [cj00 , dj00 ]
cobrindo S (isto é, S ⊆ ∪`j=1 Rj00 ) tal que `j=1 a(Rj00 ) < α + ε.
P
S S
R‘i
R‘’i
Conceito de área
Interior de uma região
Conceito de área
Propriedades
Conceito de área
Contra-exemplo
estão contidos em S.
I Se S ⊆ ∪`j=1 Rj00 , então [0, 1]2 ⊆ ∪`j=1 Rj00 , pois o complementar
[0, 1]2 \ ∪`j=1 Rj00 não pode ter pontos interiores (toda a bola aberta
em R2 interseta Q2 ), logo `j=1 a(Rj00 ) ≥ 1.
P
Conceito de área
Exemplo: área de um triângulo de base b e altura a
i-1 a
n
R‘i
0 i-1 b i b b
n n
Então
n n
b a ab n(n − 1) ab ab
a(Ri0 ) =
X X
× (i − 1) = 2 × = − ,
i=1 i=1
n n n 2 2 2n
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2. Integrais definidos
Conceito de área
Exemplo: área de um triângulo de base b e altura a
n n
b a ab n(n + 1) ab ab
a(Ri00 ) =
X X
× i= 2 × = + .
i=1 i=1
n n n 2 2 2n
a
T1 T2
b1 b2
ab1 ab2 ab
Então a(T ) = a(T1 ) + a(T2 ) = 2 + 2 = 2 .
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2. Integrais definidos
Integral definido
Integral de uma função limitada e não negativa num intervalo
f
gr
Z b
f = a(Rab f ),
a Rba f
a b
Rab f = { (x , y ) ∈ R2 | x ∈ [a, b] e 0 ≤ y ≤ f (x ) }.
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2. Integrais definidos
Integral definido
Função integrável
f
gr
Ri00 = [xi−1 , xi ] × [0, Mi ], R‘’i
onde
R‘i
mi = min{f (x ) | x ∈ [xi−1 , xi ]}, a x1 ... xi-1 xi xn-1 b
Mi = max{f (x ) | x ∈ [xi−1 , xi ]}.
Integral definido
Propriedades básicas
Z b
Os integrais da forma f dizem-se definidos, por oposição aos da forma
Z a
f , ditos integrais indefinidos.
As propriedades seguintes são imediatas a partir da definição e das
propriedades da área:
Sejam f , g funções limitadas, não negativas e integráveis em [a, b]. Então:
Z b Z c Z b
I Se a < c < b, então f = f + f.
a a c
Z b Z b
I Se f (x ) ≤ g(x ) para todo x ∈ [a, b], então f ≤ g.
a a
I Se 0 ≤ m ≤ f (x ) ≤ M para todo x ∈ [a, b], então
Z b
m(b − a) ≤ f ≤ M(b − a).
a
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2. Integrais definidos
Integral definido
Valores negativos
Z b
No caso de f ser limitada mas tomar valores negativos, f representa a
a
diferença entre a área da região limitada pelo gráfico de f acima do eixo
do xx e a área da região limitada abaixo deste eixo (caso tais regiões
tenham área); ou seja, a área abaixo do eixo dos xx é contabilizada com
sinal negativo.
gr f
b
R1 R3 f = a(R1)-a(R2)+a(R3)
a
a b
R2
Integral definido
Função integrável – caso geral
Integral definido
Convenções
Integral definido
Subdivisões em intervalos
Seja f uma função contínua em [a, b]. Ao explicar porque é que uma
função contínua não-negativa é integrável, subdividimos o intervalo [a, b]
em n partes iguais:
Integral definido
Aproximação do valor do integral
Então as somas
n n
Sn0 = a(Ri0 ), Sn00 = a(Ri00 )
X X
i=1 i=1
Z b
convergem ambas para f quando n → +∞. Seleccionando pontos
a
xi∗ ∈ [xi−1 , xi ] em cada intervalo, resulta que mi ≤ f (xi∗ ) ≤ Mi e portanto
a(Ri0 ) ≤ (xi − xi−1 )f (xi∗ ) ≤ a(Ri00 )
para i = 1, . . . , n. Logo, se escrevermos
n
(xi − xi−1 )f (xi∗ ),
X
Sn =
i=1
Z b
obtemos Sn0 ≤ Sn ≤ Sn00 . Como Sn0 e Sn00 convergem ambas para f, o
a
mesmo ocorre com S n (enquadramento de limites).
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2. Integrais definidos
Integral definido
Cálculo da média
Z b
O cálculo de S n permite pois aproximar o valor de f com qualquer
a
precisão desejada, desde que n seja suficientemente grande.
Tudo isto se mantém válido para funções que tomam também valores
negativos.
Isto pode ajudar-nos a dar um significado ao conceito de média de uma
função cujo domínio é um intervalo. É bem sabido que a média de n
valores y1 , . . . , yn é dada pelo quociente y1 +···+y n
n
. Suponhamos agora que
f : [a, b] −→ R é contínua. Uma ideia natural é considerar de novo a
subdivisão
[a, b] = [x0 , x1 ] ∪ [x1 , x2 ] ∪ · · · ∪ [xn−1 , xn ]
em n intervalos iguais e calcular a média finita
f (x1∗ ) + · · · + f (xn∗ )
qn = .
n
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2. Integrais definidos
Integral definido
Cálculo da média
n n
1 X b−a 1 X 1
qn = f (xi∗ ) = (xi − xi−1 )f (xi∗ ) = S n.
b − a i=1 n b − a i=1 b−a
Logo
Z b
1 1
lim qn = lim Sn = f.
n→∞ n→∞ b − a b−a a
Z b
1
Definimos pois a média de f em [a, b] como b−a f.
a
Z x
A(x ) = f (t) dt.
a
A(x)
a x b
Vejamos que a função A é contínua, isto é, que lim A(x ) = A(x0 ) para
x →x0
cada x0 ∈ ]a, b[, com continuidade lateral em a e b.
Temos
Z x Z x0 Z x Z x
A(x ) = f (t) dt = f (t) dt + f (t) dt = A(x0 ) + f (t) dt.
a a x0 x0
Como f é limitada, existe M > 0 tal que |f (x )| ≤ M para todo x ∈ [a, b].
Logo
Z x
f (t) dt ≤ M|x − x0 |
x0
Z x
e resulta do enquadramento de limites que lim f (t) dt = 0. Portanto
x →x0 x
0
Z x
lim A(x ) = A(x0 ) + lim f (t) dt = A(x0 ).
x →x0 x →x0 x
0
e logo
A(x + h) − A(x )
f (x ) − ε < < f (x ) + ε.
h
Logo limh→0+ A(x +h)−A(x
h
)
= f (x ), pelo que A é derivável em x e
A0 (x ) = f (x ).
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2. Integrais definidos
Z x2
1. Se h(x ) = cos(t 3 ) dt, então h0 (x ) = cos((x 2 )3 ) · (x 2 )0 = 2x cos(x 6 ).
a
Z e 2x
2. Se h(x ) = sen3 t dt, então
e −x
Z 0 Z e 2x Z e −x Z e 2x
3 3 3
h(x ) = sen t dt + sen t dt = − sen t dt + sen3 t dt.
e −x 0 0 0
Logo h0 (x ) = − sen3 (e −x )(−e −x ) + sen3 (e 2x )(2e 2x ) =
e −x sen3 (e −x ) + 2e 2x sen3 (e 2x ).
Cálculo Infinitesimal I (M111) — 2012/2013 2. 23
2. Integrais definidos
Corolário
Se f é contínua em [a, b], então:
Z x
I A(x ) = f (t) dt é uma primitiva de f .
a
I Se F é uma primitiva de f , então
Z b
f = F (b) − F (a).
a
a c1 c2 b
Z π
1. sen x dx = 0, pois sen é uma função ímpar, logo a área definida
−π
pelo seu gráfico entre −π e 0 é igual, em valor absoluto, à limitada entre 0
e π, Zmas é contabilizada com sinal oposto.
0 Z π
(i.e. sen x dx = − sen x dx )
−π 0
Z 1
1
2. x dx = (= área de um triângulo de base 1 e altura 1).
0 2
3. 1
Z 1√ 1 2 3
2 π
x + 2e 2x − dx = x 2 + e 2x − arctg x = + e 2 − − 1.
0 1 + x2 3 0 3 4
Z b Z b Z b
I (f + g)(x ) dx = f (x ) dx + g(x ) dx .
a a a
Z b Z b
I cf (x ) dx = c f (x ) dx .
a a
Z b Z b
I Se f (x ) ≤ g(x ) para todo x ∈ [a, b], então f (x ) dx ≤ g(x ) dx .
a a
Z r p
Calcular 4 r 2 − x 2 dx , onde r é uma constante positiva:
0
Temos
s
Z r p Z r Z rr
x2 x
4 r 2 − x 2 dx = 4r 1− dx = 4r 1 − ( )2 dx .
0 0 r2 0 r
Z 1p
Ora 1 − u 2 du é um quarto da área do círculo unitário, área esta que
0
é uma das definições possíveis de π.
1
y=
1-
x2
(0 ≤x≤1)
Logo Z r p Z 1p
2 π
4 r2 − x 2 dx = 4r 1 − u 2 du = 4r 2 = πr 2 ,
0 0 4
fórmula esta que nos dá a área do círculo de raio r .
Integrais impróprios
Intervalos não limitados
a M→+∞
Cálculo Infinitesimal I (M111) — 2012/2013 2. 34
2. Integrais definidos
Integrais impróprios
Intervalos não limitados
No caso deste limite existir (em R), diz-se que o integral converge.
Intuitivamente, isto significa que a área da região (ilimitada) do plano
compreendida entre o gráfico de f , o eixo dos xx e a reta x = a é finita.
Caso contrário, diz-se que o integral impróprio diverge.
Caso fR só tome valores maiores ou iguais a 0 em [a, +∞[, a função
M 7→ aM f é crescente e só podem ocorrer, portanto, duas situações:
RM
I { a f | M ≥ a } é majorado (e o integral impróprio converge);
RM
I { a f | M ≥ a } não é majorado (e o integral impróprio diverge para
+∞).
Analogamente, desde que f seja limitada em qualquer sub-intervalo
limitado do seu domínio, considera-se
Z b Z b Z +∞ Z 0 Z +∞
f = lim f, f = f + f.
−∞ M→+∞ −M −∞ −∞ 0
Integrais impróprios
Exemplos
Z +∞ Z 0 Z +∞
Note-se que f só converge se f e f convergirem ambos.
−∞ −∞ 0
1. É convergente o integral
Z +∞ Z M
1 1 1 M 1
dx = lim dx = lim − = lim 1 − = 1.
x2 x2 x 1 M
1 M→+∞ 1 M→+∞ M→+∞
Z +∞
1
2. √ dx diverge, pois
1 x
Z M
1 √ M √
lim √ dx = lim 2 x = lim 2 M − 2 = +∞.
M→+∞ 1 x M→+∞ 1 M→+∞
Integrais impróprios
Exemplos
3. Em geral, para r ∈ R,
Z +∞
x r dx converge para r < −1 e diverge para r ≥ −1 :
1
Se r 6= −1, então
+∞ M
x r +1 M
Z Z
x r dx = lim x r dx = lim
M→+∞ r + 1 1
1 M→+∞ 1
(
1
1 r +1 r +1 − r +1 , se r + 1 < 0
= lim (M −1 )=
r + 1 M→+∞ +∞, se r + 1 > 0
Integrais impróprios
Exemplos
4. É convergente oZintegral
Z +∞
1 0 1
Z +∞
1
2
dx = 2
dx + dx pois
−∞ 1 + x −∞ 1 + x 0 1 + x2
Z +∞ Z M M
1 1
dx = lim dx = lim arctg x
0 1 + x2 M→+∞ 0 1 + x 2 M→+∞ 0
π
= lim (arctg M − arctg 0) =
M→+∞ 2
Z 0 Z +∞
1 1 1
e dx = dx porque 1+x 2
é uma função par.
−∞ 1 + x2 0 1 + x2
-M M
Cálculo Infinitesimal I (M111) — 2012/2013 2. 38
2. Integrais definidos
Integrais impróprios
Funções não limitadas
Z b Z b
f = lim+ f
a ε→0 a+ε
a a+ε b
Rb R b−ε
(ou, se a assíntota for x = b, a f = limε→0+ a f ).
Integrais impróprios
Funções não limitadas — exemplos
Integrais impróprios
Exemplos