Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Inconfidentes
2022
Paul Veyne, nasceu na França(Aix-en-Provence), em 13 de Junho de 1930, é
formado em história pela Escola Normal Superior de Paris, especialista em antiguidade
romana, além de ser arqueólogo1. O trabalho do autor, “Como se escreve a História”, feito em
1971, será o assunto desta resenha, especificamente, o capítulo 2 2, do referido trabalho. O
autor analisa por meio de seu texto, todo o conhecimento que foi produzido sobre história, ao
longo do tempo, isto é, produz, uma reflexão de cunho epistemológico, voltada para história.
Sobretudo, o autor trabalha, como as fontes são vistas ao passar do tempo, dentro da
historiografia. Adiante, será abordado com mais profundidade tais reflexões do autor.
Esse trecho citado acima, demonstra que uma simples página já é o suficiente,
para retirar dela qualquer tipo de teoria seja ela política ou histórica, todavia, uma página por
si só, não representa toda uma era5. Podemos nos ater, também é claro ao fato de que, Trosky
e Maquiavel, divergiriam sobretudo na interpretação das fontes, principalmente, porque os
dois se situavam em épocas diferentes6. Com efeito, mesmo que partilhemos o mesmo lapso
Gostaria de reservar este parágrafo, para dissertar sobre a ideia do autor sobre a
projeção dos fatos, no campo da história em alguns momentos alguns fatos, principalmente,
dentro do século 1911, estiveram em mais evidência, ou nas palavras do autor:
10 A guisa de exemplo, os engenheiros civis, poderiam se utilizar da “história das construções”, para se
inspirarem em construções passadas ou para matar a curiosidade sobre como eram feitas a construções no
passados e etc.
11 Cf. BARROS, José D' Assunção. O tempo dos historiadores. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013. pp. 18-20.
“História dos escravos no século 17”; “Os amores de Dom Pedro II”; “História dos indígenas”
e etc., todos o temas têm a mesma importância, pois, no fim quem da o destaque real à obra é,
os pares12 do historiador, dentro de seu círculo acadêmico. Adiante abordarei o que o autor
denominou como: “A extensão da história”, o trecho abaixo elucida melhor este conceito do
autor:
“Ora, quanto mais se alarga, a nossos olhos, o horizonte factual, mais ele
parece indefinido: tudo o que compõe a vida quotidiana de todos os homens,
inclusive o que só um virtuose do diário íntimo discerniria nela, tudo isso constitui,
de direito, caça para o historiador, pois em que outra região do ser que não na vida
quotidiana, dia após dia, poderia refletir-se a historicidade? O que não significa, de
modo algum, que a história deva tornar-se história da vida quotidiana, que a história
da diplomacia de Luís XIV deva ser substituída pela descrição das emoções do povo
parisiense por ocasião das recepções solenes do rei, que a história da tecnologia dos
transportes deva ser substituída por uma fenomenologia do Nome sob o qual se
designava antigamente o camponês francês. (N. do T.) espaço e seus mediadores;
não, mas significa que um acontecimento só é conhecido mediante indícios e que
qualquer fato da vida de todos os dias é indício de algum evento (quer esteja
catalogado, quer durma, ainda, na floresta do não-factual).”(VEYNE, 1982, p. 31-
32)
REFERÊNCIAS
SHAKESPEARE, William. Hamlet. Trad. Millôr Fernandes. ed. Porto Alegre: L&PM, 2009.
BARROS, José D' Assunção. O tempo dos historiadores. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.
VEYNE, Paul Marie. Como se escreve a história e Foucault revoluciona a história. Trad. Alda
Baltar e Maria Auxiadora. 4ª. ed. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1982.
CERTEAU, Michel de. A escrita da história. Trad. Maria de Lourdes Menezes. rev. Arno
Vogel. 3ª. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2017.