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Pastagens de verão:

opções para os
ambientes subtropicais

Márcia C. T. Silveira, Zootecnista


Pastagens de verão

Não sairão com


recomendações quanto a
‘’melhores opções’’ de
pastagens de verão.
Evolução da atividade pecuária
Diagnóstico das Pastagens no Brasil

Tabela 1. Dinâmica do rebanho bovino (milhões de cabeças) e das


áreas de pastagens (milhões de hectares) no Brasil e grandes regiões em
1975 e 2006.

Fonte: Dias-Filho, 2014


Tabela 2. Uso relativo da terra (% do estabelecimento agropecuário)
com pastagens naturais e plantadas no Brasil e grandes regiões, entre
1970 e 2006.

Fonte: Dias-Filho, 2014


Evolução da atividade pecuária
Redução de área de pastagens

Redução de área de pastagens nativas

Ainda maior que áreas de pastagens cultivadas

Pastagem Verão – ‘’competem’’ com áreas de soja, milho,


arroz, etc.
Pastagem Inverno – áreas extensas para produção animal a
pasto.
É necessário uma pecuária de alta produtividade, ou
seja, produzindo mais em menor área.

Tornando a pecuária competitiva e apta a concorrer no


processo de uso da terra.

Sem conhecimento prévio do sistema de produção

Sem planejamento

Sem estudo prévio de opções forrageiras mais


adaptadas para a região e sistema de produção

O processo de intensificação pode ser lento e pouco


efetivo.
Ambientes subtropicais
Permitem produção de forragem e, portanto, de
produto animal baseado em pastagens em boa
parte do ano.

Desde que utilizadas espécies forrageiras de


clima tropical durante os meses mais quentes do
ano e espécies de clima temperado durante os
meses mais frios.

Discutir opções que permitam ter forragem o


ano todo visando incrementar a diversificação, a
estabilidade e a rentabilidade da produção
animal em pasto no clima subtropical.
Ambientes subtropicais
Enquadram-se nesse ambiente: regiões no sul
do estado de São Paulo, no extremo sul do Mato
Grosso do Sul e nos estados do Paraná, Santa
Catarina e Rio Grande do Sul, no Brasil, além do
Uruguai e partes do Paraguai, Argentina e Chile.
Produção animal
em pastagens na
região sul do
Brasil: em áreas
com classificação
climática
semelhantes (clima
Cfa e Cfb).

Figura 2. Mapa climático da Região Sul de acordo com a


Classificação de Köppen. Fonte: Embrapa (2012).
Clima Cfa (subtropical) e Clima Cfb (oceânico)
Grupo C – caracterizado com mesotérmico, com grande
amplitude térmica anual.

Inverno: -3ºC e 18ºC


Média mês mais quente: > 10ºC
Estações de inverno e verão bem definidas

Sigla ‘f’ – caracteriza clima úmido, com precipitação


regular em todos os meses do ano e inexistência de
estação seca definida

Sigla ‘a e b’ – caracterizam verões quentes


(temperatura média do ar no mês mais quente maior
que 22ºC) e amenos (temperatura média do ar no mês
mais quente menor que 22ºC), respectivamente.

Fonte: Classificação de Köppen-Geiger


Ambientes subtropicais
Características gerais da produção animal em pasto
Espécies tropicais (estiveis):
maiores taxas de produção de MS;
Redução na disponibilidade de fatores de
crescimento......
Espécies temperadas (hibernais):
maior valor nutricional, menor quantidade.

Potencial para produção de animais em pasto ao


longo de praticamente todo o ano.
Brachiaria BRS Piatã
28/09/2017

Agropecuária Jacarandá – Santiago


Foto: Danilo M. Sant´Anna
Áries

Estância da Serra – Rosário do Sul


Foto: Danilo M. Sant´Anna
Áries

05/06/2016

Granja Umbú – Aceguá


Foto: Prof José Fernando Piva Lobato
Pangola
Pequenas áreas adubadas para desmame de terneiros

Fazenda Itapuã – Viamão


Foto: Danilo M. Sant´Anna
Tifton 85 Irrigado
21/02/2018

Fazenda Santa Marta – Santiago


Foto: Danilo M. Sant´Anna
Tifton – cv Jiggs Irrigado
27/02/2018

Granja Formosa – Dom Pedrito


Foto: Danilo M. Sant´Anna
Capim Aruana

Fazenda Santa Maria , Pedras Altas. 2009.


Foto: Jamir Silva
Campo

Fazenda Santa Maria , Pedras Altas. 2009.


Foto: Jamir Silva
Campo
São poucas regiões no mundo que apresentam uma
diversidade de espécies vegetais campestres como as
encontradas no subtrópico brasileiro

Fazenda Panorama, Camaquã. 2008.


Foto: Jamir Silva
As geadas precoces, ou seja, ainda no outono,
provocaram o crestamento do pasto, diminuindo a oferta
e a qualidade da forragem aos animais.
Foto: Manuela Bergamim
Brachiaria BRS Piatã

09/06/2016

Agropecuária Jacarandá – Santiago


Foto: Danilo M. Sant´Anna
23/10/2016

Áries

Assim como os animais, as plantas também tem suas


‘’exigências’’. Os insucessos no estabelecimento ou manejo de
pastagens, invariavelmente, decorrem do não atendimento Granja Umbú – Aceguá
destas. Foto: Ricardo Zulliani
Brachiaria brizantha após geada (30/07/03). EEA-UFRGS.
Figura 3. Representação esquemática da produção de forragem em sistemas
compostos por espécies perenes estivais sobressemeados com espécies
anuais hibernais em regiões de clima temperado no sul do Brasil.
Sbrissia et al., (2017):
- Possibilidades de cultivo de espécies forrageiras;
- O manejo adequado dessas pastagens;
- Dados potenciais de produtividade animal nessas
áreas.
Tabela 3. Principais espécies forrageiras estivais cultivadas em regiões de clima
temperado no Brasil.

Jiggs
Áries
Aruana

Kurumi

BRS Estribo
Tabela 4 – Critérios para zoneamento climático para forrageiras tropicais
no Rio Grande do Sul.
Classe Características Regiões do RS
Vale do Alto Uruguai, Noroeste
Estação de crescimento
das Missões, Litoral, Encosta do
Preferenciais efetivo ≥ 10 meses e baixo
Sudeste e Leste da Depressão
risco de geadas
Central.
Estação de crescimento Missões, Alto Uruguai, Planalto
Toleradas efetivo ≈ 9 meses e geadas Médio, Depressão Central e
de maio a agosto. Centro-norte da Campanha.
Centro-sul da Campanha, Norte
Estação de crescimento
da Serra do Sudeste, Leste do
Marginais efetivo de 7 a 8 meses e
Planalto Médio e Encostas do
geadas de abril a setembro.
Nordeste.
Estação de crescimento
Inaptas ou pouco Campos de Cima da Serra e
efetivo < 6 meses e geadas
aptas Centro-sul da Serra do Sudeste.
de março a outubro.
Fonte: Maixner e Silva, (2015), adaptado de Westphalen, (1975)
Tabela 5. Principais espécies forrageiras hibernais cultivadas em regiões de clima
temperado no Brasil.

Aveia Flete

Trevo-vesiculoso BRS Piquete

Cornichão URSBRS Posteiro


Trevo-Branco BRSURS Entrevero
Tabela 6 – Zoneamento agroclimático para forrageiras temperadas no
Rio Grande do Sul
Classe Características Regiões do RS

3 ou mais meses com Alto Uruguai, Planalto Médio,


temperatura média das mínimas Campos de Cima da Serra,
Preferenciais
≤ 10°C e temperatura média do Encostas do Nordeste, Serra do
mês mais quente ≤ 24°C. Sudeste e Centro-sul da Campanha

3 ou mais meses com


Centro-norte da Campanha,
temperatura média das mínimas
Toleradas Centro-oeste da Depressão Central
≤ 10°C e temperatura média do
e Nordeste da Serra do Sudeste.
mês mais quente ≥ 24°C.

Menos de 3 meses com


Missões, Vale do Uruguai, Litoral,
temperatura média das mínimas
Marginais Encosta do Sudeste e Leste da
≤ 10°C e temperatura média do
Depressão Central.
mês mais quente ≥ 24°C.

Fonte: Maixner e Silva, (2015), adaptado de Westphalen, (1975)


O trabalho consistiu de um levantamento realizado junto a
agentes vinculados às Gerências Regionais de São Miguel
do Oeste, Palmitos, Chapecó, São Lourenço do Oeste,
Xanxerê e Concórdia, abrangendo um total de 91
municípios.
Tabela 7 – Frequência de menções a espécies forrageiras formadoras de pastagens na
macrorregião Oeste de Santa Catarina de acordo com levantamento realizado por meio de
questionário aplicado a agentes de ATER da Epagri
Diversidade de espécies forrageiras
Características
Complementariedade

Implantação nos mais diversos sistemas de produção


animal em pastagens

Tal situação sugere crescimento da demanda por


conhecimento técnico para a resolução de problemas.

Grandes grupos de estudo nas diferentes regiões dos


subtropicos.
Trabalhos Paraná
Trabalhos Santa Catarina
Trabalhos Rio Grande do Sul
Pastagens Perenes Integradas no
Sistema de Produção CN
CN melhorado
Forrageiras exóticas

 Trazem estabilidade ao sistema de produção de


forragem, principalmente nos períodos de transição
Pasto nativo têm um papelCabanha São Crispim – Lavras do Sul
multifuncional a
cumprir: renda para o produtor, segurança
alimentar, qualidade do ambiente, paisagem, etc.
Tabela 8 – Alturas (cm) máximas em pré-pastejo para algumas espécies de gramíneas estivais e
hibernais cultivadas em regiões de clima temperado.

Pós-pastejo: 40-50% da
altura de pré-pastejo
Tabela 9 – Produção de matéria seca (MS) de espécies forrageiras de clima tropical e temperado.

Potencial produtivo
do pasto
Tabela 10 – Desempenho animal (ganho médio diário (GMD); kg animal-1dia-1) ou produção de leite (PL; kg
de leite vada-1dia-1) em estudos com plantas forrageiras cultivadas em regiões de clima temperado.

Potencial produtivo
animal
Dentre os avanços e consolidações do conhecimento nesta
linha de pesquisa destacam-se:
1) A intensidade de pastejo é o principal determinante das características morfogênicas
que caracterizam o tamanho da folha e, conseqüentemente, o IAF médio do dossel.
2) Quanto maior a intensidade de pastejo, a estrutura do pasto se mostra mais limitante ao
processo de colheita de forragem pelo animal.
3) As características morfogênicas e estruturais do pasto são altamente dependentes da
disponibilidade de nitrogênio.
4) O comportamento ingestivo dos animais indica o status nutricional dos mesmos
Quando a intensidade de pastejo é alta e a estrutura do pasto é baixa, os animais pastejam
em um ritmo maior, por mais tempo, se deslocam mais e de forma mais rápida, além de
apresentarem um número de refeições menor, mas de maior duração.
5) Ofertas de forragem muito elevadas também podem restringir a ingestão por um efeito
estrutural do pasto. O intervalo de tempo entre dois bocados sucessivos aumenta
consideravelmente quando a estrutura do pasto apresenta-se excessivamente alta, e com
elevada dispersão de folhas na camada superior do pasto. Conseqüentemente, a velocidade
de ingestão é penalizada pelo aumento de movimentos mandibulares de manipulação da
forragem ingerida.
6) Estruturas de pasto que potencializam a produção primária e/ou secundária podem ser
ilustradas por alturas de manejo do pasto tais como: azevém para ovinos (± 15 cm),
azevém+aveia para bovinos (± 25 cm), milheto para ovinos (± 30 cm), tanzânia para
ovinos (± 40 cm), mombaça para bovinos (± 90 cm).
Uma sinopse do conhecimento científico acumulado até o momento pelos
diferentes grupos de pesquisa demonstra que houve duas fases já fortemente
consolidadas:
i) Estudos básicos de caracterização botânica e citogenética
ii) Definição do manejo e potencial produtivo de pastagens nativas.
Dentre os avanços e consolidações de conhecimento em relação ao Bioma Campos destacam-se:
1) Trata-se de um meio que contém enorme diversidade florística: 600 espécies de Asteraceae,
400 de Poaceae, 150 de Fabaceae, totalizando cerca de 3000 espermatófitas campestres (Boldrini,
2002).
2) Gramíneas C4 predominam e são responsáveis pela forte variação estacional na produção e na
qualidade da forragem (Boldrini, 1993, Nabinger et al., 2000).
3) Intensidades de pastejo moderadas (massas de forragem da ordem de 1400 kg MS/ha)
potencializam a interceptação de radiação e a produção primária (Nabinger, 1998)
4) Intensidades de pastejo moderadas potencializam a produção secundária (ofertas de
forragem de 12-13 kg de MS/100 kg PV/dia) (Maraschin et al., 1997; Maraschin, 2001), através
da otimização do consumo (Pinto, 2003)
5) Quando comparado à produtividade média do campo nativo no RS, o uso de pressões de
pastejo adequadas e diferenciadas conforme a estação do ano, permite triplicar a produção
animal (Soares, 2002; Aguinaga, 2004). Quando se associa a isto uma fertilização adequada, a
produtividade do campo nativo chega a 700 kg de PV/ha, considerando apenas o período de
produção favorável (Gomes, 2000).
6) A diversidade de grupos funcionais é menor nos extremos de intensidade de pastejo, portanto
intensidades moderadas promovem biodiversidade (Girardi-Deiro e Gonçalves, 1987;
Boldrini, 1993).
7) Altas intensidades de pastejo direcionam a vegetação para tipos prostrados, com predominância de
mecanismos de escape ao pastejo. Em intensidades de pastejo moderadas observa-se a convivência
de arbustos, gramíneas formadoras de touceira e espécies prostradas com diversidade de mecanismos
de escape e de tolerância ao pastejo (Escosteguy, 1990, Boldrini, 1993).
8) Altas intensidades de pastejo diminuem a matéria orgânica, reduzem a taxa de infiltração de
água, aumenta o solo descoberto e diminui a disponibilidade de nutrientes. (Bertol et al., 1998)
9) As pastagens nativas respondem positivamente à remoção de fatores limitantes, notadamente à
fertilização (Barcellos et al., 1980; Gomes, 2000; Boggiano et al., 2001,). Além disso, nessas
condições de solo corrigido, gramíneas e leguminosas C3 podem ser introduzidas por
sobressemeadura ao campo natural preenchendo o vazio forrageiro de inverno, como tem sido
demonstrado desde longa data (Scholl et al, 1976).
10) Diferimento é necessário para um correto manejo (Nabinger, 1980; Nabinger, 2002) e pode
representar uma excelente alternativa para acumular forragem para o período frio ou períodos de
déficit pluviométrico (Moojen, 1991; Gomes, 2001; Guma et al., 2004), com resultados ainda mais
positivos quando os animais são suplementados (Jacques e Nabinger, 2003).
11) O uso contínuo do fogo diminui a produtividade e a diversidade do sistema e compromete as
condições físicas e químicas do solo. (Heringer e Jacques, 2002)
12) O método de pastejo tem pouco efeito na produção animal sendo a intensidade de pastejo a
variável determinante. (Barcellos et al., 1988; Perin, 1990)
13) Várias são as espécies forrageiras com potencial para o melhoramento, em particular leguminosas
nativas dos gêneros Desmodium, Adesmia, Trifolium, Stylosanthes, e gramíneas dos gêneros
Paspalum, Bromus, Briza,e Stipa.
14) Ofertas de forragem variáveis ao longo do ano produzem mais do que ofertas de forragem
fixas, uma vez que modificam a estrutura do pasto e a qualidade da oferta de forma positiva. (Soares,
2003; Aguinaga, 2004)
Trabalhos Rio Grande do Sul – Embrapa Pecuária Sul

Estratégias para o uso de


forrageiras de inverno e de verão
em sucessão
Área experimental
Vitrine tecnológica de uso de forrageiras em terras baixas
Espécies e cultivares
IMPLANTAÇÃO FORRAGEIRAS DE INVERNO

• Plantio de trevo branco BRS URS Entrevero + azevém BRS


Ponteio – 3,0 kg/ha de semente + 25 kg/ha, respectivamente
• Plantio em linha - espaçamento 12,5 cm
• Adubação Base – 160 kg/ha de DAP
• Adubação cobertura – 100 kg/ha de uréia

INÍCIO PASTEJO
O primeiro pastejo para este tipo de pastagem
pode ser realizado aos 50-60 dias após a
emergência das plantas.

Usamos animais com peso inicial médio 280 kg


MANEJO DO PASTEJO NO INVERNO

Manejo por altura sob pastejo contínuo com


taxa variável

20cm: Altura média a ser mantida


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MANEJO DO PASTEJO NA TRANSIÇÃO
INVERNO-INÍCIO PRIMAVERA
Aumento da carga para
rebaixamento do pasto

Altura de plantio
Manejo estratégico para período de transição

20 cm: Altura média durante o ciclo de inverno

8-10 cm: Altura média para plantio forrageira de verão

20 cm

8 cm
Forrageiras em sucessão

B
Foto: Danilo Sant’anna
Monocultivo

Foto: Márcia Silveira


IMPLANTAÇÃO FORRAGEIRA VERÃO
Implantação capim-sudão BRS Estribo
• Densidade – 30 kg/ha de semente
• Plantio em linha - espaçamento 17 cm
• Adubação Base – 200 kg/ha de 27-27-00
• Adubação cobertura – 100 kg/ha de uréia
Chuvas antes e após plantio

INÍCIO PASTEJO
O primeiro pastejo no verão pode ser realizado entre
25-35 dias após a emergência das plantas de capim-
sudão..
MANEJO DO PASTEJO NO VERÃO

Manejo por altura sob pastejo contínuo com


taxa variável

30-40cm: Altura média a ser mantida


ÁREA COM FORRAGEIRAS EM SUCESSÃO
Visita à área em 30 de dezembro 2016

Foto: Márcia Silveira


ÁREA COM FORRAGEIRAS EM SUCESSÃO

Visita à área em 30 de janeiro 2017

Foto: Márcia Silveira


Sucessão de forrageiras (cadeia forrageira)

Visita à área em 30 de janeiro 2017

Foto: Márcia Silveira


Imagem da área com capim-sudão

Visita à área em 30 de janeiro 2017

Foto: Márcia Silveira


Período de 23/01/17 a 07/04/17 (74 dias)
Capim-sudão Sucessão forrageiras verão
Produtividade (kg/ha MS) 15.900 14.500
Taxa de acúmulo (kg/ha.dia MS) 209 179
Ganho médio diário (g/animal/dia) 970 1.215
Ganho por área (kg/ha) 445 578
Carga média (kg) 1.600 1.800

Os rendimentos da mistura forrageira não excederam os da


pastagem monoespecífica (capim-sudão). Apesar disto, os
ganhos individuais e por área foram maiores, provavelmente
em função da dieta mais rica proporcionada pela mistura de
trevo e capim-sudão e em função da estabilidade na
distribuição de forragem ao longo do tempo.

Dados ainda não publicados


Distribuição mais
Acúmulo de forragem (kg/ha MS) uniforme de forragem
ao longo do tempo

Jan-Fev Fev Fev-Mar Mar Mar-Abr


Período de avaliação
Capim-sudão Sucessão forrageira

Essa distribuição de forragem mais uniforme para a pastagem


mista pode facilitar os ajustes de carga na área, uma vez que
apenas pequenas movimentações de animais se fazem
necessárias neste caso.
Pontos importantes
O manejo por altura neste tipo de mistura forrageira tem
possibilitado que os animais primeiramente pastejem o capim-sudão
e só com o rebaixamento do pasto é que os animais começam a
consumir a mistura forrageira (trevo + capim-sudão). Assim, não se
observou problemas de timpanismo.

Excesso de trevo-branco na área: o nitrogênio pode ser considerado


uma ferramenta de manejo na tentativa de ‘’equilibrar’’ a
participação entre gramínea e leguminosa no pasto.

A exigência hídrica do trevo é alta, logo, em anos de estiagem


prolongada a manutenção do potencial produtivo ou participação do
trevo na mistura pode ser reduzida se não houver possibilidade de
manutenção de umidade na área.

Outro benefício que se observa no uso de forrageiras em sucessão


é uma menor presença de plantas indesejáveis a área com
forrageiras em sucessão.
Dados ainda não publicados
Presença de plantas invasoras
Área com capim-sudão (monocultivo)

Foto: Márcia Silveira


TRANSIÇÃO VERÃO-OUTONO/INVERNO
Implantação azevém BRS Ponteio
Plantio em linha azevém – 25/04/17; espaçamento 17 cm
Densidade semeadura – 25 kg/ha
Adubação base – 150 kg/ha de DAP
Adubação cobertura – 100 kg/ha de uréia – 05/06/17

Aumento da carga para


rebaixamento do pasto

Altura de plantio
Área rebaixada (forrageiras em sucessão)
Visita à área em 02 de maio 2017

Foto: Márcia Silveira


Área rebaixada (forrageiras em sucessão)
Visita à área em 15 de maio 2017

Foto: Márcia Silveira


Visita à área em 01 de junho 2017

Foto: Márcia Silveira


Cadeia forrageira

Capim-sudão

Trevo

Azevém

Foto: Felipe Rosa


CICLO DE INVERNO 2017

Período de 13/06/17 a 06/11/17 (101 dias)


Com uso do manejo por altura (20 cm) para pastejo contínuo
com taxa variável, ao longo do período de inverno e início de
primavera foi possível alcançar:
Azevém Sucessão forrageiras inverno
Produtividade (kg/ha MS) 7.000 9.300
Taxa de acúmulo (kg/ha.dia MS) 53 69
Ganho médio diário (g/animal/dia) 970
870 1.215
1020
Ganho por área (kg/ha) 414 557
Carga média (kg) 1.240 1.900

Dados ainda não publicados


Pastagem mista: é possível reduzir consideravelmente os
vazios forrageiros em anos em que as condições climáticas
sejam favoráveis.

Dados ainda não publicados


CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa tem demonstrado que


existem possibilidades de intensificação
da exploração do campo nativo,
capazes de assegurar níveis de renda
que justificam, no mínimo, uma maior
reflexão antes de qualquer decisão
quanto à sua substituição. Sendo esta
uma ótima opção de pastagem de verão
para os ambientes subtropicais.

Também espécies de forrageiras adaptadas regionalmente são


uma ferramenta importante para sistemas de produção eficientes e
competitivos.
MELHORAMENTO GENÉTICO E PRODUÇÃO DE
SEMENTES DE FORRAGEIRAS PARA A REGIÃO SUL
Líder: Maurício Marini Kopp
PERSPECTIVAS FUTURAS

Ensaios de VCU
Híbridos P. guenoarum H-20, H-12, H-13, H-22 (3 anos)
10E5052, 10E4104, 10E4026, 10E43, 08Q01 (2 anos)

Paspalum notatum Bagual (3 anos)

Paspalum guenoarum Azulão, Baio (3 anos)

Híbridos P. notatum 10036, C-22, C-15, B-26, A-16 (2 anos)

Ensaios de DHE – Propor descritores - SNPC


PERSPECTIVAS FUTURAS

Outras espécies

Paspalum urvillei Colhida F-3 população híbrida

Paspalum lepton Avaliação dos acessos (pré-melhoramento)


UFRGS possuía híbridos (perdidos)

Paspalum dilatatum Avaliação dos acessos (pré-melhoramento)


Possibilidade de híbrido com P. urvillei

Paspalum pumilum Avaliação dos acessos (pré-melhoramento)


CONSIDERAÇÕES FINAIS
A conexão entre a produção do pasto e a produção
animal é suficiente para se definir patamares de potencial
de produção secundária, mas pouca agrega para o
conhecimento dos processos e fenômenos envolvidos.
Os avanços da pesquisa nos ambientes subtropicais tem
possibilitado avançar e propor bases de manejo
efetivamente sólidas.

Também tem possibilitado a todos pensar sobre o atual


papel das pastagens na nossa pecuária.

Permita produzir conservando solo, diversidade


biológica, com uso eficiente da água, contrapondo
emissão de carbono (CO2)...

TEMOS OPÇÕES E DESAFIOS TAMBÉM


OBRIGADA! marcia.c.silveira@embrapa.br

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