Próstata
Uretra
Próstata: Entenda seu
funcionamento e saiba
como Lidar com ela,
sem medo
D UA NE LE MOS
esmo sendo tão
M
pequena, ela cau­
sa a rre p io s de
tem or em m u i­
to s h o m en s. É
que a maioria, ao escutar a palavra
próstata, logo a relaciona com o
câncer. A próstata é uma glândula
que somente os homens entre a
sua espécie possuem. Ela exerce
importante função na idade repro­
dutiva do homem. Acontece que,
por volta dos 40 anos de idade, ela
passa a ser um órgão, diriamos,
“indesejável”. A partir dessa ida­
de, a glândula começa a sofrer um
processo de crescimento benigno
em aproximadamente 80 a 90% dos
homens. É verdade que. nessa etapa
da vida, ela não causa complicações
mais sérias, mas pode deteriorar a
qualidade de vida resultante dos
transtornos para urinar, causado
Ilustração: Thiago Lobo
por esse inevitável crescim ento.
Nesta matéria você vai conhecer
detalhes importantes sobre o fun­
cionamento da próstata.
FEVER EIRO 2013
Lente de aumento
Localizada logo abaixo da bexiga, a
próstata humana tem consistência
hbroelástica e é aproximadamente
do tamanho de uma noz. A prósta­
ta envolve a uretra, ou o canal que
conduz a urina e o sêmen para o
exterior. Por esse motivo, se ela
aumenta de tamanho, acaba com ­
primindo e tornando a uretra mais
estreita. É isso que dificulta a saída
da urina da bexiga.
Pequena, a próstata pesa aproxi­
madamente 20 gramas e podemos
dividi-la anatomicamente em três
áreas: A zona central ou periure-
tral, constituída por glândulas mais
curtas; a zona periférica, constitu­
ída por glândulas mais alongadas
e ramificadas, e a zona de transi­
ção, que abraça a uretra desde a
lÉ fei
região anterior. Essa delimitação
tem muita im portância na prática
clínica e cirúrgica.
A função dessa glândula é produ­
zir e secretar um fluido levemente
alcalino (pH 7,29), composto por
enzimas proteolíticas, açúcar sim­
ples, e o conhecido antígeno pros-
tático específico (PSA), entre outras
substâncias que nutrem e protegem
os espermatozóides durante a eja­
culação. Sendo levemente alcalino,
esse fluido ajuda também a neutra­
lizar a acidez vaginal e possibilita
aos espermatozóides um período
maior de vida.
O fluido prostático, o fluido semi­
nal e os espermatozóides formam
o sêmen. A próstata tem músculos
lisos que ajudam a expelir o sêmen
no momento da ejaculação.
VI DA E S AÚDE 11
0 CRESCIMENTO QUE ASSUSTA
o,4 gramas / ano
De 40 a 60 anos + 36 gramas
O CRESCIMENTO DA PRÓSTATA PODE:
► Estreitar o canal por onde passa a urina.
► Provocar retenção urinária.
► Diminuir 0 jato da urina.
► Alterar o funcionamento da bexiga.
► Levar à formação de pedras no interior da
bexiga.
► Provocar infecção urinária.
► Provocar insuficiência renal.
12 VI DA E SAÚDE
Crescimento
A próstata cresce bem pouco até a
puberdade, quando então começa
a receber a influência dos horm ô­
nios masculinos. Aos 20 anos de
idade, ela já está pesando aproxi­
madamente 20 gramas. A partir
dos 30 anos de idade, estim a-se
que a próstata cresça 0,4 g por ano.
Os hormônios m asculinos são
os responsáveis por regular o fun­
cionamento da próstata e é dentro
dela que a testosterona é transfor­
mada em diidrotestosterona, o hor­
mônio que controla o crescimento
da glândula.
Esse crescim ento pode trazer
algumas alterações na elim inação
da urina, pois causa estreitamento
do canal por onde ela passa. Isso
produz retenção e diminui o jato
da urina. Com o tempo a situação
pode piorar, alterando o funcio­
namento da bexiga, podendo até
evoluir para com plicações como
a formação de pedras no interior
da bexiga (litíase vesical), retenção
urinária, quadros de infecção u ri­
nária, sangramento que pode ser
visto na urina ou não e até mesmo
insuficiência renal.
O mais im portante é reconhe­
cer que sintomas como acordar à
noite para u rinar m uitas vezes,
interrupção involuntária do jato
urinário, necessidade frequente de
urinar, dificuldade para iniciar a
micção, jato urinário mais fraco,
urina de cor avermelhada ou cor
coca-cola escura, ardor ou sensação
de queimação durante a micção,
sensação de não poder segurar a
urina ou sensação de esvaziamento
incompleto da bexiga, podem estar
associados ao aumento da próstata
(Hiperplasia Benigna da Próstata),
prostatite, hiperplasia prostática
benigna e câncer prostático.
A próstata não causa dor espe­
cífica, e só podemos suspeitar de
que alguma coisa esteja errada,
prestando atenção aos sintomas.
A presença dessas alterações nos
fazem pensar nos problemas fre­
qu en tes que se apresen tam na
próstata humana. Veja a seguir os
mais comuns.
Prostatite
A prostatite é uma inflamação ou
infecção da glândula prostática. É
mais frequente em adultos do que
em jovens, e com o avançar da idade
a incidência aumenta tornando-se
talvez a alteração urológica mais
frequentemente diagnosticada no
hom em adulto. Alguns estudos
m ostram que 50% dos hom ens
desenvolvem essa alteração em
algum momento da vida.
A prostatite pode ser aguda ou
crônica. A fase aguda da doença é
quase sempre provocada por bacté­
rias que, habitualmente, vivem no
intestino. Essas bactérias de algum
modo chegam ao canal da uretra e
podem colonizar qualquer parte do
sistema urinário, inclusive a prós­
tata, provocando uma infecção na
glândula. Essas bactérias também
podem vir da parte mais superior
do sistem a u rin ário com o, por
exemplo, da bexiga, ureter ou rins.
Por sua vez, a prostatite crônica
pode ser de origem bacteriana ou
produzida por outros motivos. A
prostatite crônica de origem bac­
teriana surge em decorrência de
uma prostatite aguda não tratada
ou que tenha sido tratada insu ­
ficien tem en te. O que acontece,
então, é a prolongação do processo
inflamatório.
Em relação à prostatite crôni­
ca de origem não bacteriana, se
observa uma inflamação do órgão
e as causas não são de todo claras.
Algumas circunstâncias favorecem
FEVER EIRO 2013
 a prostatite aguda ou crônica. São
elas: a hipertrofia benigna, for­
mação de cálculos que alteram a
estrutura da glândula e favorecem
as infecções, consumo de substân­
cias como bebidas alcoólicas que
produzem uma irritação constante
na glândula ou mesmo a prática de
alguns esportes que produzem trau­
matismos repetidos ou uma pressão
mecânica constante sobre a glândula.
A prostatite aguda se m anifes­
ta com sintomas que se instalam
de forma brusca. Esses sintomas
podem in c lu ir febre, arrep io s,
m al-estar, dor na zona perineal
ou muitas vezes na parte inferior
das costas. Podem ainda aparecer
dificuldades para iniciar a micção
e durante a micção, vontade impe­
riosa de urinar praticamente a cada
momento e sangue na urina entre
outros sintomas.
Já a prostatite crônica não apresen­
ta tantos sintomas e a pessoa pode
somente sentir um desconforto na
parte baixa do ventre ou na parte
inferior das costas, o que pode não
chamar muito a atenção. O trata­
mento da prostatite produzida por
uma infecção bacteriana, indepen­
dentemente de ser aguda ou crônica,
se faz com antibióticos específicos
para o microrganismo que causar a
inflamação, e o tempo de adminis­
tração do medicamento é variável.
Hiperplasia benigna da próstata
A hiperplasia benigna da próstata
acontece quando, sem causa exata­
mente conhecida, as células pros-
táticas começam a se replicar mais
rapidamente que o habitual, aumen­
tando assim sua massa. Esse processo
comprime as estruturas relacionadas
com a glândula.
Foto: Daniel Oliveira
Ao contrário dos tumores malig­
nos, essas células são de caracterís­
ticas normais, portanto, não inva­
FEVER EIRO 2013
SINTOMAS ASSOCIADOS AO CÂNCER DE PRÓSTATA
► Acordar à noite para urinar muitas vezes.
► Interrupção involuntária do jato urinário.
► Necessidade frequente de urinar.
► Dificuldade para iniciar a micção.
► Jato urinário mais fraco.
► Urina de cor avermelhada ou cor coca-cola escura.
► Ardor ou sensação de queimação durante a micção.
► Sensação de não poder segurar a urina ou sensação
de esvaziamento incompleto da bexiga.
► Presença de sangue na urina ou sêmen.
► Dor nas costas, bacia ou nos joelhos de
forma persistente.
► Dor ao ejacular.
dem outros tecidos, nem originam
metástases (metástase é uma nova
formação de uma lesão a partir de
outra mas sem continuidade entre
elas. Isso significa que as células neo-
plásicas de uma lesão se deslocam
como se estivessem viajando para
outra localidade, onde formam uma
nova colônia de células neoplásicas).
E sse crescim en to com p rim e
as estruturas relacionadas com a
próstata. O sintoma mais relevante,
nesse caso, é a perda de força do
jato da urina, causado pela com­
pressão da uretra, que está rodeada
pela próstata. Esse sintoma é bem
tolerado pelos homens, mas o que
realmente incomoda é o aumento
da frequência urinária porque isso
interfere na rotina.
O homem começa a ter maior
necessidade de urinar e é obrigado
a se levantar várias vezes durante
a noite ou mesmo sair várias vezes
de uma reunião de trabalho para ir
ao banheiro. Outros sintomas veri­
HOMEM, FIQUE ALERTA!
ficados são a dificuldade para iniciar
o ato de urinar, sentir uma grande
Pode se apresentar
necessidade de ir ao banheiro, jato Exame de sangue PSA normal em 20%
da urina bem fraco, pouca quanti­ dos casos
dade de urina cada vez que vai ao Pode falhar em 30%
Exame de toque
banheiro, sensação de que ainda tem dos casos
que urinar um pouco mais, mesmo
Reduz para 8% a
tendo acabado de urinar e perda possibilidade de algum
PSA + toque
involuntária de pequenas quanti­ tipo de alteração passar
despercebida.
dades de urina (geralmente gotas).
VI DA E S AÚDE 13
 FATORES DE RISCO
ASSOCIADOS
AO CÂNCER
DE PRÓSTATA
► Idade
► Hereditariedade
► Pertencer à raça negra
► Dieta rica em gorduras
A hiperplasia (crescimento) benigno da
próstata não é um fator de risco para o
câncer de próstata
DICAS DE PREVENÇÃO
Se você tem idade entre 50
e 70 anos e tem histórico
familiar de pai ou irmão com
câncer de próstata antes
dos 60 anos, faça exames
periódicos com seu urologista.
Fique atento
aos sintomas
persistentes.
Faça exercícios
físicos pelo menos
quatro vezes por
semana.
Não coma
gorduras,
principalmente de
origem animaL.
Não tome
refrigerantes.
Coma frutas em geral,
vegetais, cereais
integrais, nozes e
castanhas.
Coma frutas e
Tais sintomas devem cham ar a
atenção e um médico urologista
deve ser consultado. No consultó­
rio, o médico que suspeita de uma
hiperplasia benigna da próstata,
faz um exame físico que consiste
na palpação da próstata. Assim o
médico pode confirm ar se ela está
aumentada, se apresenta formações
nodulares, pode verificar a consis­
tência da glândula ou se apresenta
dor. O médico ainda pode fazer
um exame de sangue no qual se
poderá m edir o Antígeno Pros-
tático Específico (PSA). O PSA é
produzido pelo tecido prostático,
e seus níveis podem estar eleva­
dos em situações que provoquem
aumento da massa glandular, como
a hiperplasia benigna da próstata.
Há também outras situações que
provocam aumento dos níveis san­
guíneos desse marcador, ajudando
no diagnóstico.
Até hoje não existe uma estraté­
gia efetiva visando a prevenção da
hiperplasia benigna da próstata. O
tratamento se realiza em pacientes
sintom áticos (com incapacidade
para urinar, sangue na urina, repe­
tidas infecções, e outros já citados).
As opções terapêuticas são: obser­
vação, tratamento farmacológico e
tratamento cirúrgico. De acordo
com os sintomas, o médico deci­
dirá pela opção mais apropriada
para cada paciente.
Câncer de próstata
O câncer de próstata é 0 tumor malig­
no mais comum em homens, nos
Estados Unidos e no Brasil (excluin­
do o câncer de pele não-melanoma).
As causas não estão totalmente
claras, mas existem fatores de risco
tar que a hiperplasia benigna da
próstata não é um fator de risco
para o câncer de próstata, assim
como a vasectomia também não é
um fator de risco.
O tumor cancerígeno geralmente
se desenvolve na periferia da glân­
dula, por isso, nas fases iniciais ele
produz pouco ou nenhum sintoma.
Quando os sintomas começam a
aparecer, entende-se que a doença
já esteja em fase avançada local ou
já produziu metástases. Nesse caso,
os sintom as são parecidos com os
da hiperplasia benigna da prósta­
ta. Portanto, sintom as urinários
como diminuição na força do jato,
dificuldade para iniciar a micção,
sangue na urina, m icção interm i­
tente com gotejamento depois da
micção, entre outros, são sintomas
que poderão estar presentes.
A impotência sexual é uma com­
plicação rara e, se presente, sugere a
invasão dos nervos e vasos que têm
íntima relação com a próstata. Nas
fases avançadas da doença, pode
haver sintomas adicionais devido
ao fato de que o tumor se espalha
pelo corpo causando dores nos
ossos, principalmente na coluna
vertebral, pelves ou costelas.
A recom endação da Socied a­
de Brasileira de Urologia é que, a
partir dos 45 anos, os homens sem
histórico de câncer da próstata na
família, devem ser submetidos ao
screnning para câncer de próstata.
Já os homens com histórico fami­
liar devem ser submetidos ao scren­
ning a partir dos 4 0 anos. Se deve
também fazer o exame do toque
retal e a dosagem do PSA (antíge­
no prostático específico). Os dois
testes se complementam.
Ilustrações: Thiap.o Lobo

vegetais ricos em
associados. Entre eles os que mais
licopeno.
se destacam são a idade, a heredi­
tariedade, raça negra e dieta rica
em gorduras. É importante ressal­
Caso se verifique a presença de
nódulos ou partes mais duras na
próstata, se indica a biópsia. Nesse
procedimento, pequenas amostras

14 VI DA E SAÚDE FE VEREIRO 2013

 do tecido prostático são retiradas
usando-se agulhas muito finas. As
amostras são levadas a um labora­
tório especializado e estudadas em
um microscópio.
Existem muitos métodos dispo­
níveis para o tratamento do câncer
da próstata, mas a melhor opção
deve levar em conta fatores, como
a expectativa de vida do paciente,
a possibilidade de cura e a prefe­
rência do paciente. Esses métodos
oferecem riscos e benefícios que
devem ser avaliados para a tomada
de decisão sobre o melhor método
de tratamento.
Cuidados: comece já
Segundo alguns especialistas, o
principal problema continua sendo
a desinformação. Grande parte dos
homens não está bem informada
sobre a próstata, sobre seu funcio­
namento e sobre as doenças que a
acometem.
O utro fator com plicad or é a
resistência masculina ao exame do
toque retal. É importante saber que,
com esse exame, o médico pode
perceber nódulos ou mudanças na
textura da glândula. Com o obje­
tivo de fugir ao exame de toque,
muitos cultivam a ideia de que o
exame de sangue PSA (Antígeno
Prostático Específico) é suficiente.
Mas isso não é verdade. O exame de
sangue PSA pode se apresentar em
níveis normais em 20% dos casos
aproximadamente. Já o exame de
toque pode falhar em aproximada­
mente 30% . Mas se os dois forem
realizados juntos, a possibilidade
de algum tipo de alteração passar
despercebida é de apenas 8%. Por
essa razão, um exame complemen­
ta o outro.
Já é bem conhecido que a dieta
Foto: Fotolia
tem um papel importante na manu­
tenção de nossa saúde, bem como
FE VEREIRO 2013
A PROTEÇÃO DO LICOPENO
O licopeno é um antioxidante presente em vegetais
e frutas vermelhos. Estudos têm demonstrado
que, além de combater os radicais livres que
prejudicam as células e reduzir os níveis de
colesterol, esse carotenoide age com eficácia
ao inibir a proliferação de células cancerígenas.
Entre os vegetais, o tomate é o mais rico em
licopeno. Use cru em saladas ou molhos. Sabe-se
que o aquecimento e a associação com azeite de
oliva potencializa a ação do licopeno.
ONDE TEM LICOPENO
i
*
Melancia (9 a 13 mg Goiaba paluma Melancia (7,5 mg Pitanga
por 400 ml de suco) (8 mg/ por 100 g) por fatia de 240 g) (7.3 mg por 100 g)
Tomate maduro Molho de tomate Suco de tomate Goiaba -
(3 a 7 mg por 100 g) (30,7 mg por 100 g) (150 mg por litro) outras variedades
(3 mg por 100 g)
Mamão formosa Morango (0,033 a Beterraba Pimentão vermelho
(2,4 mg por 125 g) 0,063 mg por 100 g)
A ingestão diária de licopeno capaz de oferecer proteção contra 0 câncer de próstata
e ao coração tem variadas opiniões. Para alguns especialistas, 4 mg/dia sem exceder a
dosagem de 10 mg/dia é 0 ideal. Outros admitem que a dose diária capaz de oferecer
proteção deveria ser de 35 mg. Visto que ninguém vai sair por aí medindo o licopeno que
está ingerindo, uma alimentação variada, rica em frutas e legumes vermelhos, além de
outros, e sem gordura animal, será uma ajuda e tanto!
no aparecim ento de doenças. O isenta de fatores protetores como o
elevado consumo de alimentos de licopeno que se encontra facilmente
origem animal, especialmente ricos em vegetais de cor vermelha (toma­
em gordura, aumenta em muito 0 te) e já foi associado à proteção do
risco de câncer de próstata. câncer de próstata.
Na Europa e nos EUA, onde a Medidas simples como exames
dieta inclui muita gordura, o câncer médicos periódicos e dieta ade­
de próstata é aproximadamente sete quada podem ser essenciais para
vezes mais comum do que no Japão uma vida mais saudável. Comece
ou China, países em que a dieta é hoje mesmo. ◄
rica em vegetais e pobre em gordu­
ras. Assim também, uma dieta pobre DUANE LEMOS é colaborador
em frutas e vegetais é normalmente de Vida e Saúde
V I DA E SAÚDE 15