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CENTRO UNIVERSITÁRIO DOUTOR LEÃO SAMPAIO

CURSO DE BACHARERLADO EM MEDICINA VETERINÁRIA


BIOCLIMATOLOGIA

Anna Taysa Belém alves


Ryan Duarte Rodrigues

PROJETO:
SERPENTÁRIO DESTINADO A PESQUISA, PRODUÇÃO DE
SORO ANTIOFÍDICO E OUTROS MEDICAMENTOS NA
REGIÃO DO CARIRI

JUAZEIRO DO NORTE/CE
2020
PROJETO REFERENTE A AVALIAÇÃO 2 DA DISCIPLINA DE
BIOCLIMATOLOGIA- MEDICINA VETERINÁRIA -UNILEÃO

1-DADOS DO PROJETO:

1.1-TÍTULO DO PROJETO: Serpentário destinado a pesquisa,


produção de soro antiofídico e outros medicamentos na região do
Cariri.
1.2-ALUNOS RESPONSÁVEIS: Anna Taysa Belém alves
Ryan Duarte Rodrigues
1.3-LOCAL A SER DESENVOLVIDO O PROJETO:
Municipio: Juazeiro do norte
Zona Fisiográfica: Cariri
Estado: Ceará
Região: Nordeste
Clima: Clima Tropical

1.4-OBJETIVOS:
Geral: Pesquisas, produção de soros antiofídicos e
medicamentos destinados a saúde pública.
Específicos: O projeto proposto tem como objetivos principais
pesquisas cientificas sobre espécies de serpentes peçonhentas
frequentes na região do cariri; a extração do veneno para fins
medicinais, tais como a produção de soro antiofídico e outros
medicamentos para cura de doenças humanas, além de servir como um
local de conservação das espécies.
1.5-JUSTIFICATIVA: Na região do Cariri (CE) é observada uma
expressiva ocorrência de acidentes ofídicos, representando um
importante problema de saúde pública. Além disso, é percebido que em
grande quantidade de casos o tipo de cobra não é identificado ou
informado, tendência que vem se agravando nos últimos anos,
tornando-se importante a implantação de um serpentário para a
identificação e produção do soro de acordo com a serpente especifica.
Pesquisas afirmaram que as cobras são capazes de transformar o
próprio veneno em moléculas inofensivas com potencial para produzir
remédios, com implicações importantes para doenças como o câncer,
doença de grande frequência na região .

2- PROJETO:
2.1 PROBLEMÀTICA ATUAL: A incidência de acidentes causados por
animais peçonhentos vem crescendo na região do Cariri, principalmente
entre habitantes da zona rural da região, tendo como destaque
trabalhadores agrícolas. De acordo com notícias e depoimentos,
evidenciou-se a escassez de soro antiofídico nos polos de saúde na
região do Cariri, mais precisamente no HRC (Hospital Regional do
Cariri). No Início do ano de 2019, foram constatadas 464 vítimas de
serpentes até maio de 2019, conforme levantamento da Secretaria da
Saúde do Ceará (Sesa). Para além dos números, o temor da população
é devido à dificuldade de encontrar soro antiofídico. E foi justamente a
ausência da substância utilizada para combater o veneno das serpentes
que levou a óbito uma parte dessas pessoas. Estudos indicam que o
veneno do réptil, pode servir também para produção de medicamentos
para combater doenças como por exemplo a hipertensão e ser utilizado
para tratamentos de câncer através da utilização das toxinas
encontradas no veneno da cascavel, uma espécie encontrada
frequentemente na região.
2.2 METAS/ETAPAS:
Etapa 1: Construir o serpentário próximo a zona rural;
Etapa 2: Catalogar e capturar cobras peçonhentas encontradas na
região;
Etapa 3: Montagem de sistema de criação em terrários, similares ao
habitat natural das espécies, Sistema de criação aberto/baias ao ar livre,
Berçário, Serpentário extensivo;
Etapa 4: construção da Sala de quarentena – Por onde devem passar
todos os animais que chegam ao serpentário para observação de um
profissional que identifique possíveis problemas ou doenças;
Etapa 5: construção de um laboratório - Local destinado aos cuidados
com as serpentes, pesquisas e aplicação de medicamentos;
Etapa 6: Montagem de um Biotério - Local destinado à criação e
manutenção de camundongos e ratos, utilizados na alimentação das
serpentes.

2.3 DESCRIÇÃO CLIMÁTICA DA PROPRIEDADE:


A propriedade descrita, tem como foco a instalação na cidade de
juazeiro do norte, na região do cariri, sul do estado do Ceará, onde
apresenta um clima tropical e inverno seco e verão com períodos
chuvosos, onde sua temperatura média é de 25.2ºc. sua pluviosidade
anual é de 1133 mm.
Fonte:Climate-data.org

2.4 MATERIAIS E MÉTODOS:


As serpentes podem ser mantidas de duas maneiras distintas,
serpentário fechado (criação intensiva) e serpentário
aberto(semiextensiva).O serpentário fechado é um tipo de instalação útil
para casos de manutenção de serpentes que não são adaptadas às
condições climáticas da região, já que é possível controlar fatores, como
temperatura, umidade e iluminação. No serpentário fechado, a reprodução
pode ser controlada e as serpentes podem ser melhor acompanhadas
individualmente quanto à sua alimentação, condições de saúde e etc. No
serpentário fechado, as serpentes devem ser mantidas em caixas dentro
de salas, enquanto que, no serpentário aberto, as serpentes devem ser
mantidas em recintos delimitados em áreas externas.
As serpentes podem ser mantidas em gaiolas, caixas ou terrários. Estes
podem estar dispostos em prateleiras, a fim de otimizar o espaço da sala e
devem ser de material liso e de fácil higienização. Deve-se evitar um
número superior à de dois animais por gaiola, sendo ideal apenas um
animal. As dimensões das gaiolas devem ser compatíveis ao tamanho da
serpente e ela enrolada não pode ocupar mais de 1/3 da área da gaiola.
Para as serpentes arborícolas, a altura disponível também é um fator a ser
considerado e, neste caso, a altura deve corresponder no mínimo à
metade do comprimento da serpente. Serpentes semiaquáticas ou
aquáticas devem ter um local que possam nadar ou banhar-se, mas
também a opção de um local que possam permanecer sem estar em
contato com a água, mantendo todo seu corpo em ambiente seco.
O substrato pode variar conforme a espécie ou até mesmo o
experimento que será realizado. No caso de estudos relativos à história
natural e comportamento dos animais, substratos naturais podem ser
usados, simulando o habitat em que as serpentes vivem. Terra, cascalho,
pedras, areia e troncos podem ser utilizados, além de jornais e papelão,
contanto que tenham passado por um processo de desinfecção. Serpentes
arborícolas devem ter condições de ocupar a gaiola tridimensionalmente.
Para tal, devem existir suportes em diferentes alturas para que a serpente
possa escalar e se manter enrodilhada acimado nível do piso da gaiola.
As serpentes como animais ectotérmicos necessitam de fonte de calor
externo para manutenção da sua temperatura. Portanto, é necessário dar
a serpente condições para que a mesma consiga manter o intervalo de
temperatura do seu corpo dentro dos níveis aceitáveis para realização das
suas atividades fisiológicas e comportamentais. Devido à existência de
grande diversidade de serpentes com seus diferentes hábitos e
temperaturas, não é possível estabelecer uma temperatura exata ou
mesmo um intervalo ideal que sirva indistintamente para todas as espécies
de serpentes.
É recomendado proporcionar gradientes de temperatura no interior dos
terrários, visando ao bem-estar dos animais. Caso sejam mantidas na sala
serpentes com preferências térmicas diferentes, fontes de calor devem ser
providenciadas. Existem produtos, como pedras aquecidas próprias para
aquecimento de terrários, que podem ser usadas. Porém, deve-se tomar
cuidado para que a serpente não consiga entrar em contato direto com a
fonte de calor, caso esta seja uma lâmpada de bulbo ou resistência, a fim
de evitar queimaduras na pele.
Nos serpentários abertos as serpentes são alojadas em áreas externas
delimitadas. Neste tipo de serpentário, as serpentes estão em condições
mais próximas às condições naturais, tendo contato com chuva, radiação
solar, vento, rochas etc. No entanto, deve-se ter em mente que neste tipo
de serpentário as espécies a serem mantidas devem ser típicas da região
de instalação do serpentário ou então de locais com características
climáticas semelhantes. No caso do serpentário aberto, as dimensões
dependem mais das condições de implantação e do número de animais a
serem mantidos. Deve-se utilizar a regra de uma serpente média (cerca de
1m)por m2 , com 150 cm de altura mínima das laterais e 3 a 4 m2 para
serpentes maiores de 2m. Em casos de serpentários acima de
50m2 ,sugere-se a divisão em unidades menores (baias ou parques), a fim
facilitar o manejo profilático. É fundamental que exista área sombreada
para as serpentes, assim como abrigos, para que elas não se sintam
desprotegidas e a mercê de predadores como os gaviões. É importante
conhecer muito bem o comportamento e as capacidades das espécies a
serem mantidas em cativeiro, para determinara altura do muro que irá
delimitar o recinto, evitando a saída ou entrada de outros animais. A
cobertura com tela pode ser uma opção. A cenografia do recinto deve
assemelhar-se ao habitat natural da serpente (ex: ambiente de Cerrado
para cascavéis e ambiente de Mata para jararacas). O sistema de
circulação de água pode incluir um riacho em toda a extensão do
serpentário, comum sistema de escoamento da água no chão ou mesmo
uma cachoeira entre as pedras.
A sala de quarentena será o espaço daqueles animais que estejam
com algum problema ou que precisem ficar em observação constante.
Uma regra importante é levar todos os animais que chegam ao
serpentário para essa instalação, uma vez que certos parasitas podem
“habitar” um determinado gênero sem se manifestar e, quando
compartilharem o mesmo espaço com outros animais, os recém-
chegados podem transmiti-los. Na quarentena, as serpentes são
mantidas em caixas individuais. As caixas são forradas com papelão e
água. A inspeção deve ser realizada diariamente, sendo as caixas
trocadas quando necessário. Após o processo de registro, as serpentes
devem permanecer por período de 45-60 dias em quarentena.
As pesquisas e aplicação de medicamentos serão realizadas no
laboratório. O biotério é destinado para a criação e manutenção de
camundongos e ratos utilizados na alimentação das serpentes. Em
biotérios também se criam aves, insetos e outros répteis que servirão de
alimentos. De acordo com o professor Dr. Stefan Tutzer, no curso
Criação de Serpentes, elaborado pelo CPT – Centro de Produções
Técnicas, “na reprodução é necessário evitar a consanguinidade. Por
esse motivo, o controle das famílias dos roedores precisa ser muito bem
feito”.
Os berçários são instalações simples e baratas, onde os filhotes
irão se desenvolver no período de 12 a 18 meses, quando chegarão a
fase adulta e serão transferidas para os serpentários. Tutzer ressalta
que estes devem ser bem protegidos de predadores e também oferecer
proteção às pessoas que ali frequentam. Em hipótese alguma pode
ocorrer a fuga dos animais desses recintos.
SERPENTES FREQUENTES NA REGIÃO
ESPÉCIE NOME CIENTIFICO
Jararaca Bothrops muriciensis
Cascavel Crotalus durissus
Malha-de-sapo Bothrops leucurus
Jararaca-Pintada Bothrops neuwiedi
Coral-Verdadeira Micrurus brasiliensis
Jararaca-da-Seca Bothrops erythromelas

Fotos(ainda vou colocar)

2.5 MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO:


Diariamente, as serpentes devem ser vistoriadas por profissionais
devidamente treinados. O médico veterinário responsável deve ser
avisado de qualquer mudança de comportamento, presença de feridas,
ectoparasitos ou qualquer anormalidade clínica, para que medidas
adequadas sejam tomadas. Como, na maioria das vezes, as serpentes
não demonstram sintomas clínicos, é importante que dados de peso,
frequência de alimentação e de ecdise sejam anotados na ficha
individual dos animais para auxiliar no diagnóstico.

2.6 RESULTADOS ESPERADOS:


Espera-se com esse projeto, aumentar a produção de soro
antiofídico na região do cariri, evitando mortes provenientes dos
acidentes com os repteis, e também ajudar pacientes com câncer. Além
disso, espera-se proteger a diversidade de serpentes da região, e
colaborar para pesquisas cientificas.

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