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CENTRO UNIVERSITARIO JORGE AMADO

ENGENHARIA CIVIL

ANTÔNIO LUIZ DIAS DA CRUZ FREITAS

PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE E CULTURA AFRO-


BRASILEIRA

SALVADOR – BA
2022
ANTÔNIO LUIZ DIAS DA CRUZ FREITAS

PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE E CULTURA AFRO-


BRASILEIRA

Trabalho referente a nota da AVA 2 da matéria


Cultura e Contemporaneidade, apresentado à
Universidade Jorge Amado.
Docente: Isabelle Pedreira Dejardin

SALVADOR – BA

2022
1. INTRODUÇÃO
A cultura afro-brasileira foi formada a partir da junção de elementos da
cultura dos povos africanos que foram trazidos como escravos para o país durante o
período colonial. Ela é caracterizada e construída pela incorporação das expressões
culturais dos africanos com outras tradições e culturas que formaram a identidade
brasileira, como a indígena e a europeia. A cultura afro-brasileira está presente em
quase todas as formas que compõe a identidade cultural nacional, como a dança,
música, culinária, religião etc.

2. MÚSICA E DANÇA NA CULTURA AFRO-BRASILEIRA


A música e a dança tiveram grande influência da cultura africana. Com o
tambor como base para os ritmos, muitos gêneros musicais e de dança se
consolidaram no país, como o Maracatu, a Cavalhada, a Congada, a Capoeira, o
Samba, entre outros.

A capoeira é considerada atualmente um Patrimônio Cultural Imaterial da


Humanidade, mas nem sempre foi assim, pois foi proibida no Brasil durante muitos
anos, tida como uma atividade de marginais. Originalmente, a capoeira tinha o
propósito de servir como defesa pessoal dos escravos fugitivos. Ao acrescentar
melodias enquanto executavam os movimentos, faziam de conta que se tratava de
uma dança e podiam treinar dentro das senzalas sem levantar suspeitas.

Entre todos os gêneros musicais que foram herdados da cultura africana,


o samba é o mais expressivo. Ele surgiu entre os escravos nas senzalas, onde os
homens cantavam e tocavam instrumentos de percussão (tambores, por exemplo),
enquanto as mulheres dançavam ao som do ritmo.

3. CULINÁRIA NA CULTURA AFRO-BRASILEIRA


A influência da cultura africana é também evidente na culinária regional,
especialmente na Bahia, onde foi introduzido o dendezeiro, uma palmeira africana
da qual se extrai o azeite-de-dendê. O dendê trazido pelos portugueses para
queimar em lamparinas e iluminar as noites escuras do novo continente logo foi
parar na panela das mucamas. Este azeite é utilizado em vários pratos de influência
africana como o vatapá, o caruru e o acarajé.
Também ouve a adaptação dos hábitos culinários aos ingredientes do
Brasil. Assim, foi incorporado aos hábitos alimentares dos brasileiros o angu, o
cuscuz, a pamonha e a feijoada, nascida nas senzalas e feita a partir das sobras de
carnes das refeições que alimentavam os senhores; o uso do azeite de dendê, leite
de coco, temperos e pimentas; e de panelas de barro e de colheres de pau. Em
síntese, todos os pratos vindos do continente africano foram reelaborados,
recriados, no Brasil, com os elementos locais.

4. RELIGIÃO NA CULTURA AFRO-BRASILEIRA


Vítima de muito preconceito por décadas, as religiões e cultos oriundos da
África sempre foram marginalizados na sociedade brasileira. No entanto, a partir de
meados do século XX a intensa perseguição que sofriam começou a diminuir.

O Candomblé e a Umbanda são as manifestações religiosas de origem


africana mais conhecidas, sendo a última criada a partir do sincretismo entre o
catolicismo, o espiritismo e o Candomblé. Aliás, o sincretismo religioso está muito
presente nas religiões afro-brasileiras. Vale lembrar que os escravos eram obrigados
a se converter ao catolicismo quando chegavam ao Brasil e proibidos de praticar as
suas crenças. Assim, os afrodescendentes passaram a criar associações de santos
católicos com os seus orixás para que pudessem pôr em prática as suas tradições
religiosas secretamente.

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