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JANAINA ESTER PEREIRA

OS IMPACTOS QUE A MORDIDA ABERTA ANTERIOR CAUSAM


NA DENTIÇÃO DECÍDUA E MISTA

BETIM
2021
Janaina Ester Pereira

OS IMPACTOS QUE A MORDIDA ABERTA ANTERIOR


CAUSAM NA DENTIÇÃO DECÍDUA E MISTA

Projeto apresentado ao Curso de


Odontologia da Instituição Faculdade
Pitágoras.

Orientador: Carolina Peres da Silva.


Betim
1 INTRODUÇÃO

A mordia aberta anterior é uma das más oclusões de maior


comprometimento estético-funcional, além das alterações dentárias e
esqueléticas. Pode ser definida como um trespasse vertical negativo entre as
bordas incisais das bordas incisais dos dentes superiores e inferiores, tendo
duas classificações: Dentária, quando resulta da interrupção do
desenvolvimento vertical normal dos dentes anteriores e as esqueléticas,
quando envolvem alterações crânio faciais e caracterizam-se pela rotação no
sentido anti-horário do processo palatino, associada a um aumento da altura
facial ântero-inferior.
Ela pode se desenvolver a partir de diversos fatores etiológicos, tais
como os hábitos bucais deletérios (sucção de polegar ou chupeta), amígdalas
hipertróficas, respiração bucal, anquilose dentária e anormalidades no
processo de erupção. Estes fatores interferem no crescimento e
desenvolvimento normais das estruturas faciais, modificando não somente a
morfologia, mas também a função do sistema estomatognático.
No período de dentição mista, a prevalência de mordida aberta pode
chegar a 17%. De acordo com muitos autores, a incidência diminui com a
idade, estabilizando cerca de 2% em caucasianos e 16% em adolescentes
negros afro-americanos. Esta diminuição é explicada pelo desenvolvimento
oclusal normal, a maturação neural da criança favorecendo o fim dos hábitos
orais e a diminuição do tamanho das adenóides.

1.1 O PROBLEMA

Quais os malefícios que a mordida aberta anterior pode causar nas


dentições decídua e mista?
2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Discutir as causas e o tratamento da mordida aberta anterior nas


dentições decídua e mista por meio de uma revisão da literatura.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Abordar a mordida aberta anterior


 Discorrer sobre os malefícios que a mordida aberta anterior causa nas
dentições decídua e mista.
 Descrever os principais tratamentos para a mordida aberta anterior.
3 JUSTIFICATIVA

A mordida aberta anterior pode ser desenvolvida principalmente por


hábitos deletérios e também se deriva de fatores hereditários. Pacientes que
possuem essa alteração têm sua estética e a função do sistema
estomatognático comprometido, como a fala, deglutição e a mastigação, pois
esses fatores prejudicam o crescimento e desenvolvimento normal das
estruturas. Tal alteração pode muitas vezes ser solucionada somente retirando
os hábitos deletérios e em outros casos torna-se necessário o uso de medidas
mecânica e também psicológicas para se obter sucesso no tratamento.
Tendo em vista os malefícios que a mordida aberta anterior causa nas
dentições mista e decídua, torna-se necessário que os cirurgiões-dentistas
estejam aptos a diagnosticar e tratar precocemente essa condição,
proporcionando dessa forma melhor qualidade de vida aos pacientes.
Esse trabalho visa discorrer sobre a etiologia e tratamentos para
mordida aberta anterior nas dentições mista e decídua.
4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A mordida aberta anterior pode ser descrita como uma desordem


causada por fatores hereditários e/ou ambientais, apresentando um valor
negativo no trespasse vertical entre os dentes anteriores superiores e
inferiores, que compromete tanto o aspecto estético quanto o funcional,
podendo interferir negativamente no aspecto social e psicológico do paciente.
Existem duas categorias: dentária, quando é causada pela interrupção do
desenvolvimento vertical normal dos dentes anteriores; e esquelética, que
possui um aumento da na altura facial anterior e no ângulo gônio, ramo
mandibular curto e altura dento-alveolar posterior aumentada. Essas alterações
e características craniofaciais estão relacionadas ao aumento da altura da face
anterior e posterior. (PISANI et al., 2016)
Essa condição causa má formações nas estruturas da face, o que altera
a forma e função do sistema estomatognático, é multifatorial em sua etiologia
que surge de fatores genéticos e também de fatores ambientais, sendo o mais
comum os hábitos deletérios como chupar dedo ou a chupeta, nos primeiros
anos de vida.
Na presença de hábitos deletérios a prevalência de mordida aberta
anterior dobra. Esses hábitos criam impedimentos mecânicos para a erupção
dentária, como a língua que cria esse empecilho, podendo ainda enlarguecer a
mandíbula, evitando o contato dos incisivos enquanto mantém a mandíbula
girada no sentido horário. Outros fatores como obstrução de vias aéreas,
doença neuromuscular, traumas, doença reumatóide e postura também
contribuem para o desenvolvimento de maloclusões. (RIJPSTRA; LISSON,
2016)
Durante a infância, a prevalência de mordida aberta anterior pode variar
de 3% a 41%, 1% a 15% na dentição mista e de 2% a 5% em dentição
permanente. A incidência diminui com a idade, estabilizando-se mais em
leucodermos enquanto em melanodermos tende a ser mais frequente. As
razões para esta diminuição são o desenvolvimento oclusal normal, a
maturidade neurológica das crianças, que favorece o fim dos hábitos orais.
(UZRAL; BRAGA; FERREIRA, 2012)
Muitos autores consideram que a frequência, duração e intensidade dos
hábitos deletérios interferem diretamente na instalação e progressão da
maloclusão. O uso de chupetas em crianças acima de 3 anos favorece a
mordida aberta anterior, existindo as chupetas convencionais e as chupetas
ortodônticas que são projetadas baseada na anatomia do mamilo da mãe,
teoricamente diminuindo assim a chance de maloclusões, porém as evidências
atuais são insuficientes para confirmar esse conceito. Usos entre 4 horas e 6
horas por dia facilita o desenvolvimento da mordida aberta anterior, sendo
recomendado que o uso seja feito pelo bebê apenas enquanto estiver dormindo
e não se deve colocá-lo novamente na boca do bebê caso ele deixe cair
enquanto dorme. (MEDEIROS et al., 2018).
Estudos demonstram que tratamentos precoces de mordida aberta
anterior garantem melhor resultado, como é o caso das grades palatinas
removíveis associadas a aparelhos removíveis que apresentaram ótimos
resultados na recuperação vertical e do ângulo gônio além da ótima adaptação
dos pacientes em relação as grades fixas. (PISANI et al., 2016)
Os tratamentos para a mordida aberta anterior consistem em usos de
artifícios mecânicos para impedir a continuidade dos hábitos deletérios, como o
esporão lingual, as grades palatinas e grades linguais associadas a
treinamentos de selamento labial, repouso de língua e programas de
treinamento muscular. Em alguns casos apenas a remoção do hábito deletério
é suficiente para ter grande regressão da mordida aberta anterior, mas
dependendo da frequência, tempo e intensidade em que o hábito vem sendo
praticado pela criança pode tornar-se necessário combinações das técnicas
citadas. (KOLETSI; MAKOU; PANDIS, 2018)
As maloclusões se mostram um problema público por ser frequente e
impactar negativamente a qualidade de vida, sendo necessário que as
autoridades proporcionem prevenção, buscando assim interceptar os fatores de
risco do desenvolvimento da mordida aberta anterior e seu tratamento;
(UZRAL; BRAGA; FERREIRA, 2012)
A mordida aberta anterior nas dentições mista e decídua altera
negativamente a estética e função do sistema estomatognático, impactando
diretamente na autoestima e qualidade nutritiva da criança em
desenvolvimento, tornando-se necessário mais atenção do sistema público de
saúde para esse problema e que os cirurgiões-dentistas conheçam a etiologia
da mordida aberta anterior e saibam como tratar precocemente essa condição.
5 METODOLOGIA

Será realizada uma pesquisa bibliográica descritiva de revisões


sistemáticas na base de dados Scielo e PubMed, entre os anos de 2010 a
2021, em português, espanhol e inglês. Os descritores utilizados são: Mordida
Aberta Anterior, Dente Permanente, Dente Decíduo e Ortodôntico.
6 CRONOGRAMA

2021/2 2022/2
ATIVIDADES JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAR JUN
Escolha do tema. Definição do X X X X
problema de pesquisa
Definição dos objetivos, X X X X
justificativa.
Definição da metodologia. X
Pesquisa bibliográfica e
elaboração da fundamentação X
teórica.
Entrega da primeira versão do
projeto. X
Entrega da versão final do
projeto. X X
Revisão das referências para
elaboração do TCC. X X X X X X
Elaboração do Capítulo 1. X X X X X X
Revisão e reestruturação do
Capítulo 1 e elaboração do X X X X X X
Capítulo 2.
Revisão e reestruturação dos
Capítulos 1 e 2. Elaboração do X X X X X X
Capítulo 3.
Elaboração das considerações
finais. Revisão da Introdução. X X X X X X
Reestruturação e revisão de todo
o texto. Verificação das X X X X X X
referências utilizadas.
Elaboração de todos os X X X X X X
elementos pré e pós-textuais.
Entrega da monografia. X X X X X X
Defesa da monografia. X X X X X X
REFERÊNCIAS

KOLETSI, D., MAKOU, M., PANDIS, N., Effect of orthodontic management and
orofacial muscle training protocols on the correction of myofunctional and
myoskeletal problems in developing dentition. A systematic review and meta-
analysis. Orthodontics & Craniofacial Research, Athens, v. 4, n. 21, p. 202-
215, nov. 2018. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30152171/

MEDEIROS, R. et al., Malocclusion prevention through the usage of an


orthodontic pacifier compared to a conventional pacifier: a systematic review.
European Archives of Paediatric Dentistry, Florianópolism v. 5, n. 19, p. 287-
295, out. 2018. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30054865/

PISANI, L. et al., Systematic review for orthodontic and orthopedic treatments


for anterior open bite in the mixed dentition. Progress in Orthodontics,
Varese, v. 1, n. 17, p. 28, dez. 2016. Disponível em:
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/27615261/

RIJPSTRA, C., LISSON, J. A., Etiology of anterior open bite: a review, Journal
of orofacial orthopedics. Homburg, v. 4, n. 77, p. 281, jul. 2016. Disponível
em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/27098640/

UZRAL, V., BRAGA, A. C., FERREIRA, A. P., The prevalence of anterior open
bite in Portuguese children during deciduous and mixed dentition – Correlations
for a prevention strategy. International Orthodontics, Porto, v. 11, n. 1, p. 93-
103, mar. 2013. Disponível em:
https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S1761722712001076?via
%3Dihub

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