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UNIVERSIDADE POLITÉCNICA

A POLITÉCNICA
Instituto Superior de Gestão, Ciência e Tecnologia

(ISGCT)

PATOLOGIAS EM REVESTIMENTO CERÂMICO

ESTUDO DE CASO: ANÁLISE DA PATOLOGIA


NO REVESTIMENTO CERÂMICO DA FACHADA DE UMA
RESIDÊNCIA EM BOANE

JOLÉMIO DOS ANJOS LEONARDO CAETANO

ESTUDANTE N.⁰ 370809

MAPUTO

2021
JOLÉMIO DOS ANJOS LEONARDO CAETANO

TEMA:

PATOLOGIAS EM REVESTIMENTO CERÂMICO

Monografia apresentada em cumprimento


Dos Requisitos para obtenção do
Grau de Licenciatura
em engenharia civil

Supervisor: Prof. Doutor Eng˚ Ruy Moreira Cravo

MAPUTO

2021
Patologias em revestimento cerâmico 2021

FOLHA DE APROVAÇÃO

Aos ____ de ______________de _____ a presente Monografia foi apresentada, numa


defesa pública, na qual lavrou-se uma Acta onde consta que o autor foi aprovado com a
classificação de ____ valores, feita pelos seguintes Membros de Júri:

Presidente:
_________________________________________________________________

Supervisor:
_________________________________________________________________

Arguente:
__________________________________________________________________

Maputo, aos ______ de __________________ de _______

i
Patologias em revestimento cerâmico 2021

DECLARAÇÃO DE HONRA

Eu JOLÉMIO DOS ANJOS LEONARDO CAETANO, declaro por minha honra que
este trabalho foi inteiramente realizado por mim, sendo fruto da minha inteira dedicação e
pesquisa, constando ao longo do mesmo e na bibliografia todas as fontes utilizadas para a sua
realização.

____________________________________
(JOLÉMIO DOS ANJOS LEONARDO CAETANO)

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Patologias em revestimento cerâmico 2021

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais Joselina José Calavete e Leonardo Samuel De Abreu
Caetano pois tudo isso foi possível graças a eles, pois eles estiveram direta e indiretamente
comigo ao longo de minha caminhada e isso não tem preço, e por esse apoio incondicional eu
sou muito grato, também agradecer a DEUS por ter iluminado a minha caminhada em todos os
momentos em que se tornaram escuras. E por último e não menos importante agradeço a todos
os meus colegas e os docentes pois eles tiveram uma grande participação na caminhada que me
levou a estar nesse momento e por isso sou grato.

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Patologias em revestimento cerâmico 2021

AGRADECIMENTOS
De princípio agradecer aos meus pais, foi graças a eles que eu tive a coragem de acreditar
e de sonhar e enfrentar todas as barreiras que vieram no meu caminho.
Agradeço ao Prof. Doutor Eng˚ Ruy Moreira Cravo pela disponibilidade que sempre
demostrou ter para me auxiliar na realização deste trabalho,
Agradeço também ao meu colega Yuxel Varinde que para minha surpresa foi fonte de
grande apoio técnico e na recomendação de muitas bibliografias.
Agradeço também ao eng. Salazar que me ajudou na recolha de dados de Campo para
realização do meu trabalho.

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Patologias em revestimento cerâmico 2021

PARECER DO TUTOR

Eu, Ruy Moreira Cravo, fui designado por despacho do Magnífico Reitor do
UNIVERSIDADE POLITÉCNICA, supervisor do Estudante JOLÉMIO DOS ANJOS
LEONARDO CAETANO, do Trabalho de Fim de Curso da Licenciatura em Engenharia
Civil, com o Título “PATOLOGIAS EM REVESTIMENTO CERÂMICO, ESTUDO
DE CASO ANÁLISE DA PATOLOGIA NO REVESTIMENTO CER~EMICO DA
FACHADA DA RESIDÊNCIA EM BOANE”.
Da análise da monografia apresentada, da qual fui o supervisor, tenho a tecer as seguintes
considerações:
1. Tema escolhido:
A utilização de materiais cerâmicos na construção civil quer com função estrutural quer com
função de acabamentos decorativos, é um tema sempre atual e em constante evolução, dados
os novos produtos que ocorrem no mercado.
Pelo que a escolha do tema é oportuno e faz sentido numa política de construção com
minimização de custos na construção e manutenção no curto, médio e longo prazo.
2. Importância do domínio da investigação.
É notório nas últimas décadas que, apesar do desenvolvimento das tecnologias na construção
civil, surgindo novas técnicas e consequente evolução nos materiais de construção, se
observa um elevado número de soluções construtivas alternativas nos materiais cerâmicos.
Neste contexto o presente estudo visa analisar o cumprimento das boas práticas de execução,
estudando as causas de patologias que se verificam na utilização destes produtos.
Para o efeito é fundamental a análise causa-efeito, ou seja, o porquê das patologias
vulgarmente encontradas em obra.
3. O problema a ser investigado.
O problema a ser investigado está devidamente formulado e em linha com os objetivos gerais
e particulares dum trabalho de investigação.
4. Metodologia de investigação.
O paradigma de investigação está claramente identificado.
A metodologia escolhida é adequada ao tema em estudo.

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Patologias em revestimento cerâmico 2021

O Candidato utiliza a metodologia descritiva e exploratória para apresentar os fenómenos tal


como estes se apresentam e a metodologia analítica para se entenderem as interacções entre
as variáveis em presença.
5. Revisão bibliográfica.
A revisão bibliográfica é adequada, num misto de matérias versadas nas aulas da
Licenciatura em Engenharia Civil e outras de pesquisa própria escolhidas pela Candidata de
forma criteriosa.
6. Apresentação.
O trabalho está apresentado duma forma correta.
Pode-se considerar o trabalho como bem apresentado.
7. Sintax.
O trabalho não apresenta falhas relevantes de sintax, pequenos erros ortográficos foram
detetados, mas que podem ser corrigidos pelo Candidato após a defesa.

Do acompanhamento do trabalho atrás citado, o signatário constatou que o Candidato foi


demonstrando ao longo do trabalho um assinalável interesse, motivação e participação e foi
suficientemente assertiva em relação à forma de pesquisa e implementação de
conhecimentos teóricos.
O presente TFC tem o meu parecer positivo, estando reunidas as condições para passar à
fase seguinte de Discussão Pública.

ISGCT, Maputo, 1 de Março de 2021

_____________________
Ruy Moreira Cravo
Supervisor do TFC

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Patologias em revestimento cerâmico 2021

RESUMO
Autor: Jolémio Dos Anjos Leonardo Caetano

Grau Académico: Licenciatura em Engenharia Civil

Título: patologias em revestimento cerâmico

Universidade: A Politécnica

Faculdade: Instituto Superior de Gestão, Ciência e Tecnologia

Supervisor da proposta: Prof. Doutor Eng˚ Ruy Moreira Cravo

Data: 2021

Palavra chaves: Revestimento, Patologias

Na área de construção civil temos nos deparado com muitos avanços tanto a nível
tecnológico assim como em técnicas de construção.
Uma das fases de grande importância na execução de qualquer obra é a fase dos acabamentos
nesta fase uma boa parte da estética é unida ao aspeto estrutural, oque acaba tendo um bom
resultado final, mas em muitos casos tem-se deparado também problemas relacionados com
os acabamentos problemas esses denominados patologia que em alguns momentos
comprometem a estética e consequentemente a componente estrutural.

O presente trabalho de final de curso intitulado “patologias em revestimentos cerâmicos” com


um estudo de caso: Análise da patologia no revestimento cerâmico da fachada de uma
residência em Boane foi desenvolvido com o objetivo de contribuir como uma proposta para a
resolução e mitigação dos problemas existentes nos revestimentos cerâmicos em moçambique.
Para atingir os objetivos no presente trabalho, procedi ao planeamento dos procedimentos
que seriam necessários para que se realiza-se a devida pesquisa para a possível compreensão
do problema em causa, para tal analises foram realizadas a partir de dados do projeto e de
entrevistas e dados relacionados com a execução da residência.

Com o auxílio da coleta de dados feita passei para a analise de todos os dados colhidos analise
esta que forneceu-me as possíveis origem das patologias e também as possíveis ações a serem
tomadas para a resolução das mesmas

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Patologias em revestimento cerâmico 2021

ABSTRACT
Author : Jolémio Dos Anjos Leonardo Caetano

Academic Degree: Degree in Civil Engineering

Title: ceramic coating pathologies

University : A Politécnica

Faculty: Engineer and Science

Work Supervisor: Prof. Doutor Eng˚ Ruy Moreira Cravo

Date: 2021

Keywords: Coating, Pathologies.

In the area of civil construction, we have faced many advances both in terms of technology as
well as in construction techniques.
One of the phases of great importance in the execution of any work is the finishing phase. In
this phase, a good part of the aesthetics is combined with the structural aspect, which ends up
having a good final result, but in many cases, there have also been problems related to the
finishing problems called pathology that sometimes compromise the aesthetics and
consequently the structural component.

The present end-of-course work entitled “pathologies in ceramic tiles” with a case study:
Analysis of the pathology in the ceramic tiles on the facade of a residence in Boane was
developed with the objective of contributing as a proposal for the resolution and mitigation of
problems existing in ceramic tiles in Mozambique.
In order to achieve the objectives in the present work, I proceeded with the planning of the
procedures that would be necessary in order to carry out the necessary research for the possible
understanding of the problem in question, for such analyzes were carried out based on project
data and interviews and data related to the execution of the residency.

With the help of the data collection made, I proceeded to the analysis of all the data collected.
This analysis provided me with the possible origin of the pathologies and also the possible
actions to be taken to solve them.

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Patologias em revestimento cerâmico 2021

ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 01 PORTA DE ISHTAR-Fonte: (edukavita.blogspot.com)

Figura 02 Revestimentos cerâmicos na Alhambra, em Granada, Espanha –Fonte: (Tecnologia


de fabricação de revestimentos)

Figura 03 Estação de Comboios de Aveiro Portugal-Fonte:(www.feriasemportugal.com/estacão


de-comboios-de-Aveiro)

Figura 04: Revestimentos cerâmicos na Opera House, em Sydney, Austrália- Fonte:


(teturaarqui.wordpress.com/2010/06/24/sydney-opera-house-jørn-utzon/)

Figura 05: Azulejo-Fonte: (https://pt.made-in-china.com/co_nokani/product_600X600-Beige-


Ivory-Color-Porcelain-Floor-Tile-Decorative-Wall-Tile_rgeoeshog.html)

Figura 06:Pastilhas-Fonte:(https://blogpraconstruir.com.br/etapas-daconstrucao/revestimentos)

Figura 07: Porcelanatos-Fonte: (https://www.jcs.pe/conoce-todo-sobre-los-pisos-porcelanatos-


y-ceramicos/)

Figura 08: Porcelanatos -Fonte: (https://www.jcs.pe/conoce-todo-sobre-los-pisos-porcelanatos-


y-ceramicos/)

Figura 09 Porcelanato polido-Fonte:(https://www.tijoloportijolo.com.br/porcelanato-polido)

Figura 10 Porcelanato polido-Fonte:(https://www.tijoloportijolo.com.br/porcelanato-polido)

Figura 11 Porcelanato acetinado-Fonte:(https://blogpraconstruir.com.br/etapas-da-


construcao/revestimentos)

Figura 12 Porcelanato acetinado-Fonte:(https://blogpraconstruir.com.br/etapas-da-


construcao/revestimentos)

Figura 13 Porcelanato struturato-Fonte:(https://blogpraconstruir.com.br/etapas-da-


construcao/revestimentos)

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Patologias em revestimento cerâmico 2021

Figura 14 Porcelanato natural-Fonte: (https://blogpraconstruir.com.br/etapas-da-


construcao/revestimentos)

Figura 15 Pedras -Fonte:(https://blogpraconstruir.com.br/etapas-da-construcao/revestimentos)

Figura 16 Composição do sistema de revestimento-Fonte:(google search)

Figura 17 Fissuração da argamassa por retração na secagem-Fonte:( Maciel et al. 1998)

Figura 18 Ciclo de vida fonte:(Soares, 2002)

Figura 19 Aspetos ambientais associados ao ciclo de vida das placas cerâmicas-Fonte:(


adaptado de Grigoletti. 2001 e Manfredini 2003)

Figura 20 Jazida de extração de argila fonte: (Manfredini, 2003)

Figura 21 Transporte de matérias prima fonte:(www.sitedelinhares.com.br)

Figura 22 Transporte de produtos acabados-Fonte: (www.fotos.habitissimo.com.br)

Figura 23 Tipos de juntas-Fonte: (Antunes 2010).

Figura 24 Corte esquemático em planta, junta estrutural-Fonte:( Gail 2019)

Figura 26 Corte esquemático em planta, junta de assentamento -Fonte:( Gail 2019)

Figura 27 Corte esquemático em planta, junta de movimentação Fonte:( Gail 2019)

Figura 28 Corte esquemático em planta, junta de Dessolidarização-Fonte:( gail 2019)

Figura 29: Argamassa dosada em obra-Fonte:( Cincotto; John; Póvoas 2001)

Figura 30 Assentamento com argamassa dosada Fonte:(Cincotto; John; Póvoas 2001)

Figura 31 A argamassa AC-I -Fonte: (Pereira 2018)

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Patologias em revestimento cerâmico 2021

Figura 32 Argamassa AC-II -Fonte: (Pereira 2018)

Figura 33 Argamassa AC-III -Fonte: (Pereira 2018)

Figura 34 Ensaio de aderência de revestimento -Fonte: (TRISUL 2018)

Figura 35 Nivelamento da primeira fiada -Fonte:(TRISUL 2018)

Figura 36 Misturador mecânico para argamassa-Fonte: (TRISUL 2018)

Figura 37 Desempenadeira dentada -Fonte: (TRISUL 2018)

Figura 38 Tabela para seleção da desempenadeira-Fonte: (TRISUL 2018)

Figura 38 e 39 Aplicação de argamassa na parede e no verso da peça, em sentido cruzado -


Fonte:(TRISUL 2018).

Figura 40 Assentamento dos azulejos-Fonte: (TRISUL 2018)

Figura 41 Corte com serra copo -Fonte: (TRISUL 2018)

Figura 42 Limpeza das juntas-Fonte: (TRISUL 2018)

Figura 43 Rejuntamento das peças-Fonte: (TRISUL 2018)

Figura 44 Limpeza das peças com esponja ou pano macio-Fonte: (TRISUL 2018)

Figura 45 Ilustração de gretamento-Fonte: (Pointerblog.com.br)

Figura 46 Ilustração de fissuras, trincas -Fonte: (Pointerblog.com.br)

Figura 47 Ilustração de eflorescência-Fonte (Pointerblog.com.br)

Figura 48 Bolor em revestimento cerâmico-Fonte:(conparblog.com.br)

Figura 49 Processo de execução-Fonte: (Pointerblog.com.br)

Figura 50 Ilustração de manchas generalizadas-Fonte:(www.reisereis.com.br)

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Patologias em revestimento cerâmico 2021

Figura 51 Localização em maps do local da obra -Fonte:( www.google.com/maps)

Figura 52 Planta da residência -Fonte: Autor

Figura 53 Placas cerâmicas implantadas -Fonte: Autor

Figura 54 Zona afetada pela patologia de descolamento-Fonte: Autor

Figura 55 Descolamento parcial -Fonte: Autor

Figura 56 Vista do problema -Fonte: Autor

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Patologias em revestimento cerâmico 2021

ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 01 Espessuras admissíveis de revestimentos internos e externos-Fonte:(Oliveira 2009)
Tabela 2 seleção da desempenadeira-Fonte: (TRISUL 2018).
Tabela 3 Principais manifestações patológicas-Fonte:(Oliveira 2009)

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ABREVIATURAS
NBR- Norma brasileira
ABNT- Associação Brasileira de Normas Técnicas
- RH - Recursos humanos,
- RN - Recursos naturais,
- R - Resíduos - E - energia,
- EG - Emissões gasosas
- PA - Produto acabado ou placa cerâmica
- RCD - Resíduo de construção e demolição

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Patologias em revestimento cerâmico 2021

SUMÁRIO
FOLHA DE APROVAÇÃO ............................................................................................... i
DECLARAÇÃO DE HONRA ......................................................................................... ii
DEDICATÓRIA ............................................................................................................. iii
AGRADECIMENTOS ..................................................................................................... iv
PARECER DO TUTOR..................................................................................................... v
RESUMO ..................................................................................................................... vii
ABSTRACT ................................................................................................................... viii
ÍNDICE DE FIGURAS ................................................................................................... ix
ÍNDICE DE TABELAS ................................................................................................. xiii
ABREVIATURAS ......................................................................................................... xiv

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Patologias em revestimento cerâmico 2021

CAPÍTULO 1– METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO ....................................................... 1


1.1. Introdução ................................................................................................................... 1
1.2. OBJECTIVOS ............................................................................................................. 2
1.2.1. Objetivo geral ....................................................................................................... 2
1.2.2. Objetivos específicos ........................................................................................... 2
1.3. O PROCESSO DE INVESTIGAÇÃO ....................................................................... 2
1.4. PROBLEMA A SER INVESTIGADO....................................................................... 3
1.5. A PERGUNTA A INVESTIGAR E AS HIPÓTESES A CONSIDERAR ................ 3
1.5.1. Formulação da pergunta a investigar ................................................................... 3
1.5.2. Hipóteses H0 e H1 ............................................................................................... 3
1.5.3. Perguntas investigativas ....................................................................................... 4
1.6. CONSTRANGIMENTOS PREVISTOS NA INVESTIGAÇÃO............................... 4
1.6.1. Limitações ............................................................................................................ 4
1.6.2. Delimitações......................................................................................................... 4
1.7. JUSTIFICAÇÃO PARA A ESCOLHA DO TEMA................................................... 5
1.8. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO .......................................................................... 5
CAPÍTULO 2 – LEITURA BIBLIOGRÁFICA ........................................................................ 6
2.1. MARCO CONCEPTUAL........................................................................................... 7
2.2 REVESTIMENTO CERÂMICO ................................................................................. 7
2.2.1 Histórico ................................................................................................................ 7
2.2.2 Tipos de Revestimento ........................................................................................ 11
2.3 COMPOSIÇÃO DO SISTEMA DE REVESTIMENTO........................................... 16
2.3.1 Substrato ou Base ................................................................................................ 16
2.3.2 Chapisco .............................................................................................................. 17
2.3.3 Emboço ............................................................................................................... 18
2.3.4 Camada de fixação .............................................................................................. 20
2.3.4 Camada de regularização .................................................................................... 20
2.4 PLACAS CERAMICAS PARA REVESTIMENTO ................................................. 20
2.4.1 Fase do ciclo de vida de placas cerâmicas .......................................................... 21
2.4.1.1 Extração Da Matéria-prima .......................................................................... 21
2.4.1.2 Transporte da matéria-prima ........................................................................ 22
2.4.1.3 Fabricação de produtos ................................................................................ 23
2.4.1.4 Transporte de produtos................................................................................. 23
2.4.1.5 Utilização de produtos ................................................................................. 23
2.4.1.6 Fim de uso .................................................................................................... 24

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Patologias em revestimento cerâmico 2021

2.4.1.7 Transporte de resíduos ................................................................................. 24


2.4.1.8 Eliminação de resíduos ................................................................................ 24
2.4.2 Junta no revestimento cerâmico .......................................................................... 24
2.4.2.1 Junta estrutural ............................................................................................. 25
2.4.2.2 Juntas de Assentamento ............................................................................... 26
2.4.2.3 Juntas de Movimentação .............................................................................. 26
2.4.2.4 Juntas de Dessolidarização........................................................................... 27
2.5 Argamassas ................................................................................................................ 27
2.5.1 Argamassa de assentamento dosado em obra ..................................................... 28
2.5.2 Argamassas adesivas ........................................................................................... 28
2.5.3 Pastas de resinas .................................................................................................. 29
2.5.4 Argamassa colante .............................................................................................. 29
2.6 EXECUÇÃO DE REVESTIMENTOS CERÂMICOS ............................................. 31
2.6.1 Processo de execução em paredes passo a passo ................................................ 31
2.6.2 Condições para início de serviço ........................................................................ 32
2.6.3 Execução do revestimento .................................................................................. 32
CAPíTULO 3 MANIFESTAÇÃO DE PATOLOGIAS EM SISTEMAS DE
REVESTIMENTO CERÂMICO ............................................................................................. 37
3.1 ORIGEM DAS PATOLOGIAS ................................................................................. 37
3.2 TRINCAS, FISSURAS, GRETAMENTO ................................................................ 39
3.3 EFLORESCÊNCIA ................................................................................................... 41
3.4 DETERIORAÇÃO DAS JUNTAS ............................................................................ 42
3.5 BOLOR ...................................................................................................................... 43
3.6 DESTACAMENTOS DAS PLACAS ....................................................................... 43
3.6.1 Causas desse tipo de problema............................................................................ 43
3.7 MANCHAS DE HUMIDADE................................................................................... 45
CAPíTULO 4 ANÁLISE CRÍTICA EM RELAÇÃO AOS REVESTIMENTOS CERÂMICOS
E AS PATOLOGIAS ............................................................................................................... 47
4.1 VANTAGEM DOS REVESTIMENTOS CERÂMICOS.......................................... 47
4.2 DESVANTAGEM DOS REVESTIMENTOS CERÂMICOS .................................. 48
4.3 PORQUE DA NECESSIDADE DE SE CONHECER MAIS AS PATOLOGIAS ... 49
CAPíTULO 5- ESTUDO DE CASO ....................................................................................... 50
5.1 LOCALIZAÇÃO DO EMPRENDIMETO E IMAGEM DO PROJETO .................. 50
5.2 PESQUISA E ANÁLISE DO PROBLEMA E AS POSSÍVEIS SOLUÇÕES ......... 51
5.3 COLETA DAS INFORMAÇÕES ............................................................................. 53
5.3 DOCUMENTAÇÃO .................................................................................................. 54

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Patologias em revestimento cerâmico 2021

5.4 PAGINAÇÃO DAS FACHADAS............................................................................. 54


5.5 PLACAS CERAMICAS ............................................................................................ 54
5.6 ARGAMASSAS DE CHAPISCO E EMBOÇO ........................................................ 54
5.7 MÃO DE OBRA ........................................................................................................ 54
5.8 PROCEDIMENTO DE EXECUÇÃO ....................................................................... 55
5.9 ENSAIO DE MATERIAS ......................................................................................... 55
5.10 DADOS COMPLEMENTARES ............................................................................. 55
5.11 ANALISE................................................................................................................. 55
CAPÍTULO 6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ........................................................ 57
6.1 CONCLUSÃO ........................................................................................................... 57
6.2 RECOMENDAÇÕES ................................................................................................ 58
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ......................................................................................... 59

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Patologias em revestimento cerâmico 2020

CAPÍTULO 1– METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO

1.1. Introdução
Construção civil a palavra em si já diz muito pois a construção civil é a base da civilização em
si, por esse mesmo motivo é uma área que si encontra em constante mudança e os avanços nos
acabamentos não ficam para trás.
Como já é de conhecimento geral Moçambique é um país muito jovem, por esse mesmo motivo
estamos sempre a tentar acompanhar os avanços do mundo no que diz respeito a área de
construção civil, as técnicas tem evoluído a níveis muito alto e para um país com moçambique
que esta ainda em crescimento económico tem sido sempre um desafio manter os custos baixos
e ao mesmo tempo ter a qualidade requerida, logo é muito comum a procura de mais qualidade
possível a baixo custo. Deste mesmo ponto é que surge a necessidade de evitar ao máximo as
patologias no revestimento cerâmico pois tais patologias comprometem de forma direta nos
custos e na qualidade dos acabamentos.
Em termos apropriados, uma manifestação patológica é a expressão resultante de um mecanismo
de degradação e a patologia é uma ciência formada por um conjunto de teorias que serve para
explicar o mecanismo e a causa da ocorrência de determinada manifestação patológica. Em
função disso, fica claro que a patologia é um termo muito mais amplo do que manifestação
patológica, uma vez que ela é a ciência que estuda e tenta explicar a ocorrência de tudo o que se
relaciona com a degradação de uma edificação (techne17 2018)
Nesse raciocínio Patologia em um sistema de revestimento cerâmico é o defeito, ou “doença”,
que acontece por diversos fatores e pode ser visualizado no revestimento, podendo provocar não
só o prejuízo estético, mas também o descolamento de placas cerâmicas (Gáil 2020)
Seguindo as ideias citadas acima percebe-se a importâncias de saber o porque das patologias
que são registadas nos acabamentos dos revestimentos cerâmicos pois se as causas forem
identificadas se torna possível fazer um diagnostico e assim se chegar a uma solução para uma
patologia generalizada ou localizada.
Esse será o foco desta pesquisa pois nela residem as respostas de todos os porquês que cercam
este tema em causa, uma vez obtidas a resposta será possível executar revestimentos cerâmicos
de modo a evitar uma gama de constrangimentos futuros.

1
Patologias em revestimento cerâmico 2020

1.2. OBJECTIVOS
1.2.1. Objetivo geral
O objetivo geral desta pesquisa é apresentar as patologias e as possíveis causas,
nos revestimentos cerâmicos.

1.2.2. Objetivos específicos


➢ Compreender como é que surgem as patologias;

➢ Falar do processo de execução dos revestimentos cerâmicos;

➢ Saber como evitar as patologias;

➢ Soluções possíveis para patologias existentes;

➢ Soluções para que não tenham as patologias.

1.3. O PROCESSO DE INVESTIGAÇÃO


Para a realização desta investigação, deve seguir-se a seguinte processo:

➢ Identificação do tópico;
➢ Definição do problema a ser investigado;
➢ Definição da pergunta a investigar e as hipóteses a considerar;
➢ Identificação do paradigma de investigação e determinação da metodologia de
investigação;
➢ Definição dos objetivos gerais e específicos a atingir com o trabalho;
➢ Determinação das limitações e delimitações da investigação;
➢ Coleta de dados e informação;
➢ Análise e interpretação de dados;
➢ Escrever o relatório de investigação;

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Patologias em revestimento cerâmico 2020

1.4. PROBLEMA A SER INVESTIGADO


Com os avanços que Moçambique tem registado no que diz respeito a área da construção civil
os acabamentos tem sido uma parte importante na estética, e tal estética gera custos, e em todos
os casos em construções, ter custos reduzidos e manter o nível de qualidade alto é muito
importante, assim sendo evitar as patologias afeta diretamente nos custos e na qualidade final
do revestimento. Para esse efeito o problema a ser investigado poderá ser formulado como pode-
se ver abaixo:

’’Pela falha em alguns procedimentos de execução e pós execução dos revestimentos cerâmicos
registam-se muitos problemas, que são chamados de patologias’’

1.5. A PERGUNTA A INVESTIGAR E AS HIPÓTESES A CONSIDERAR


1.5.1. Formulação da pergunta a investigar
Para que se possa obter uma resposta precisamos sempre de uma pergunta e tendo isso em conta
a pergunta a investigar será:
‘’O processo de execução do revestimento cerâmico influencia no surgimento de patologias?”

1.5.2. Hipóteses H0 e H1
Em função do problema que se investiga e também a pergunta a ser investigada se considerara
as seguintes hipóteses:

H (0): Não existe nenhuma relação entre o processo de execução do revestimento cerâmico e
surgimento de patologias;

H (1): Existe relação entre o processo de execução do revestimento cerâmico e surgimento de


patologias.

3
Patologias em revestimento cerâmico 2020

1.5.3. Perguntas investigativas


para a melhor entender o problema em questão e à pergunta a investigar, fazemos seguintes
perguntas investigativas:

➢ As boas execuções nos revestimentos cerâmicos causam alguma


melhoria?

➢ É necessário evitar as patologias?

➢ Quais são as causas das patologias em revestimentos cerâmicos?

➢ Quais são os critérios de execução dos revestimentos cerâmicos?

1.6. CONSTRANGIMENTOS PREVISTOS NA INVESTIGAÇÃO


Como todos os trabalhos de investigação, este presente trabalho apresentará também
alguns constrangimentos e restrições que poderão eventualmente surgir, sendo previstos os
seguintes:

1.6.1. Limitações
Este trabalho por sua vez, possui alguns constrangimentos que consequentemente irão afetar no
normal desenvolvimento do trabalho, sendo o principal deles a falta de bibliografias nacionais para
a consulta e o caso de estudo esta em uma localização complicada.

1.6.2. Delimitações
O processo de investigação terá em causa uma obra já existente, localizada em Boane.

4
Patologias em revestimento cerâmico 2020

1.7. JUSTIFICAÇÃO PARA A ESCOLHA DO TEMA


Em acabamento de revestimentos cerâmico tem se verificado cada vez mais o surgimento de
patologias e por esse motivo e a necessidade de saber o porque tem crescido, pois se
soubermos as respetivas causas podemos evitar o problema antes que ele aconteça, e se isso
for possível se notara um impacto positivo tanto nos custos assim como na qualidade do
acabamento, e não existe nada melhor que um revestimento bem executado e sem patologias,
dai que se torna imperioso obter tais soluções para que problemas como patologias não
existam no futuro.

1.8. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO


O presente trabalho, será organizado em seis capítulos, que são:

CAPÍTULO I – METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO: Este capítulo tem como foco


a metodologia de investigação a ser usada, formulação do problema a ser investigado, da
pergunta a investigar, as suas hipóteses, e das perguntas investigativas de suporte a
investigação a realizar.

CAPÍTULO II - LEITURA BIBLIOGRAFICA: teremos aqui informações sobre a


bibliografia consultada relacionada com o tema em estudo, com o objetivo de melhorar o
conhecimento para a elaboração do trabalho em causa a assim proporcionar maior qualidade
ao trabalho e também os conceitos e os processos de fabrico dos respetivos materias, e toda
informação que confere ao revestimento cerâmico aqui estará

CAPÍTULO III- MANIFESTAÇÕES DE PATOLÓGICAS EM SISTEMAS DE


REVESTIMENTO CERÂMICO: Este capítulo aborda sobre as como as patologias se
manifestam e toca toda a informação a volta das patologias.

CAPíTULO IV ANALISE CRITICA EM RELAÇÃO AOS REVESTIMENTOS


CERÂMICOS E AS PATOLOGIAS: este capítulo aborda os pontos de critica de parte do
tema

CAPíTULO V - ESTUDO DE CASO: Este Capítulo aborda o estudo de caso


correspondente as patologias existentes. nos revestimentos cerâmicos concretamente em
fachadas

CAPíTULO VI - CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES: teremos aqui as


considerações finais, e apresentarei as possíveis soluções e as causas das patologias.

5
Patologias em revestimento cerâmico 2020

CAPÍTULO 2 – LEITURA BIBLIOGRÁFICA

As patologias nos revestimentos cerâmicos podem ter origem na etapa de projeto, quando
são escolhidos os materiais, ou quando o projetista não leva em consideração as interações do
revestimento com outras partes da construção (esquadrias, estrutura etc.), ou na fase de
execução, verificar com cuidado, pois as patologias são evidenciadas por alguns sinais que
podem ter origem em outros componentes de revestimento (base, mão de - obra etc.).
(ANTÔNIO CARDOSO 2015)

Apesar de ter uma função estética muito importante e consequentemente, valorizá-la, o


revestimento cerâmico não tem recebido muita atenção dos projetistas. A falta de mão-de-obra
especializada, algo que não condiz com a atual realidade do nosso país, que tem visto um grande
desenvolvimento da construção civil. Para que esse desenvolvimento se mantenha, há que se
pensar no controle de qualidade, pelo fato de se constituir o fator preponderante na redução do
Custo Unitário Básico (CUB) e, principalmente, no aumento de durabilidade das obras
(BAUER, 2004). Além da função estética, os fatores que levam os arquitetos e engenheiros a
optarem pela utilização do revestimento cerâmico são: durabilidade, facilidade de manutenção
e limpeza e possibilidade de combinação das peças e cores (COSTA; MEIRA, 2004). Com a
popularização do revestimento cerâmico, o que se tem observado é um alto índice de patologias,
que podem ser causadas por deficiências de projeto; por desconhecimento das características
dos materiais empregados e/ou emprego de materiais inadequados; por erros de execução, seja
por deficiência de mão-de-obra, desconhecimento ou não observância de Normas Técnicas; e
por problemas de manutenção (BAUER, 2004).

O desempenho do processo de revestir uma fachada depende da relação de vários aspetos,


sendo os mais importantes o projeto, a técnica executiva e o emprego de mão de obra
qualificada. Qualquer escolha que envolva o abandono de quaisquer 2 desses três elementos
conduzem a uma obra com perda de qualidade, contribuindo para a ocorrência de patologias nas
edificações (REBELO, 2010).

6
Patologias em revestimento cerâmico 2020

2.1. MARCO CONCEPTUAL


Revestimento cerâmico é composto por uma camada de regularização (chamada base), uma
camada de fixação, uma camada de acabamento (formada pelas placas cerâmicas) e as juntas.
(Ladrilheiro 2013)

Argamassa é uma mistura de cimento, agregado miúdo (areias naturais ou de britagem) e água,
podendo ainda ser constituídas por polímeros. ( Caio Pereira 2019).

Placas cerâmicas São aqueles materiais, na forma de placas usados na construção civil para
revestimento de paredes, pisos, bancadas e piscinas de ambientes internos e externos. Recebem
designações tais como: azulejo, pastilha, porcelanato, grés, lajota, piso.

Patologias O termo "patologia" é derivado do grego (pathos - doença, e lógia - ciência, estudo)
e significa "estudo da doença". Na construção civil pode-se atribuir patologia aos estudos dos
danos ocorridos em edificações.

2.2 REVESTIMENTO CERÂMICO

2.2.1 Histórico
O termo “cerâmica” vem do grego keramos, que se referia originalmente a vasilhames de
argila queimada. Num sentido mais amplo, entende-se por cerâmica tanto um produto quanto
um processamento ou uma indústria.1 Assim, um tijolo ou um isolador elétrico é cerâmica,
bem como uma olaria ou uma oficina onde se produzem artefatos cerâmicos. Hotza (2015
p.14).
De acordo com Hotza (2015) citando a definição clássica de Kingery, cerâmica é “a arte e
ciência de fazer e usar artigos sólidos que têm como seu componente essencial materiais
inorgânicos e não metálicos”. De um modo mais simples, pode-se definir materiais
cerâmicos, não pelo que são, mas pelo que não são. Assim, são cerâmicos a maioria dos
materiais sólidos que não são metais, polímeros ou derivados de plantas ou animais. Hotza
(2015 p.14).
Do ponto de vista químico, segundo Barsoum, “materiais cerâmicos são compostos sólidos
formados pela aplicação de calor, algumas vezes calor e pressão, constituídos por ao menos
um elemento metálico e um não metálico, ou dois não metais”. Hotza (2015 p.14).
Para Hotza (2015 p.14) A cerâmica pode, por sua vez, ser dividida em “tradicional” e
“avançada”. A cerâmica tradicional parte de matérias-primas naturais ou pouco beneficiadas,
de pureza variável, em especial argilas.
Sendo assim Hotza (2015) afirma que os processos de conformação tradicionais incluem
prensagem, extrusão, torneamento e colagem. O material conformado é exposto a um
tratamento térmico ou queima, cujo controle não é tão rígido quanto no processamento
avançado, objetivando a densificação e aumento de resistência dos produtos finais.

7
Patologias em revestimento cerâmico 2020

Evolução da tecnologia aplicada a revestimentos cerâmicos

Com base no Hotza (2015) cerâmica como produto tecnológico nasceu no período mesolítico,
há cerca de cinco a dez mil anos. Nessa época, o homem primitivo usava suas mãos para
misturar, conformar e decorar artigos feitos a partir de matérias-primas argilosas. O primeiro
instrumento de conformação foi provavelmente o torno, para fabricação de vasos de
argila,desenvolvido na Mesopotâmia entre 4000 e 3000 a.C.5.

Os primeiros tijolos queimados datam de cerca de 3000 a.C. Provavelmente, os tijolos não eram
queimados a mais que 500 o C e, portanto, apresentavam propriedades mecânicas não muito
adequadas, mas ainda assim em um estado físico que possibilitava aos tijolos resistirem às
chuvas, não se dissolvendo como acontece com peças no estado seco. Em 800 a.C., os etruscos
recobriam os tetos de suas habitações com telhas. Entre 2200 e 2000 a.C. Hotza (2015)
Na Babilônia, foi registrada uma grande variedade das produções de artigos em argila
queimada: ânforas, garrafas, vasilhames para armazenamento de azeite e incenso, tijolos, painéis
decorativos para paredes. Antes de 2500 a.C., o uso do torno para a confecção de vasos de argila
era comum na Índia, China e Egito. Hotza (2015 p 17)
A civilização egípcia teve um papel importante no desenvolvimento da cerâmica e do vidro no
mundo mediterrâneo antigo. De fato, em torno de 1300 a.C., os ceramistas daquele império
conheciam a técnica de colagem de suspensões cerâmicas. Hotza (2015)
Diz Hotza (2015) que foram provavelmente os gregos que introduziram as técnicas de
purificação de argilas, dispersando-as em água e separando a fração grosseira retida no fundo
do reservatório utilizado, das substâncias orgânicas flutuantes, da barbotina útil, que era
transferida para um segundo reservatório e depois secada. Os mesmos gregos, em torno do
século XIII a.C., utilizavam fornos fechados de formato circular para as suas queimas.
Entre os séculos VI e VII a.C., foram desenvolvidos belíssimos vasos que recebiam engobes
com suspensões de argilas, de queima vermelha. Eram decorados ao avesso com esmalte preto
tal que as figuras parecessem vermelhas, pois não tinham esmalte sobre o fundo preto, que era
na realidade o verdadeiro esmalte. Frequentemente, as invenções dos ceramistas gregos foram
aperfeiçoadas pelos romanos que os sucederam. Hotza (2015 p 17)

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Patologias em revestimento cerâmico 2020

A origem da cerâmica de revestimento pode ser localizada nos países mediterrâneos do Oriente
Médio. Em 3000 a.C., os egípcios fabricaram placas cerâmicas esmaltadas de composição
quartzosa, com os seus típicos esmaltes de coloração azul, obtidos a partir da extração de cobre.
Trata-se do mesmo esmalte com o qual recobriam os seus objetos simbólicos e os elementos
decorativos utilizados pelos joalheiros da época.5 Entre os séculos IX e VI a.C., os assírios e
babilônios fabricavam placas cerâmicas para revestimento de paredes e também telhas
esmaltadas com esmaltes policromáticos e decoradas com motivos mitológicos. Hotza (2015 p
18)

Figura 01 PORTA DE ISHTAR-Fonte:(edukavita.blogspot.com)


Durante a supremacia grega e romana, essas tradições caíram em desuso, ainda se conservadas,
sob algumas formas, na Pérsia. No Extremo Oriente, principalmente na China, em 500 a.C.,
produziam-se placas cerâmicas de revestimento recobertas com esmaltes à base de chumbo,
opacificadas com estanho. .Hotza (2015 p 18)
Como diz a passagem de Hotza (2015 p 19) na Espanha árabe, o emprego de revestimentos
cerâmicos esmaltados alcançou a mais ampla difusão e, talvez, os melhores resultados artísticos.
Na Alhambra, em Granada, percebe-se a habilidade dos ceramistas da época, em especial o
esplêndido esmalte preto sem defeitos. Observa-se grande emprego de esmaltes de coloração
turquesa e sucessivamente de esmaltes à base de estanho e chumbo, verdes ou marrons.

Figura 02 Revestimentos cerâmicos na Alhambra, em Granada, Espanha -Fonte:(Tecnologia de


fabricação de revestimentos)

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Patologias em revestimento cerâmico 2020

Como diz Hotza ( 2015 p 21) na península ibérica, especialmente em Portugal a partir do século
XV, desenvolveu-se o emprego de revestimentos, principalmente de paredes, mas também em
tetos e pisos, que vêm a ser chamados de “azulejos”.
Um azulejo designa uma peça cerâmica de pouca espessura, geralmente quadrada, em que uma
das faces é vidrada, resultado da queima de um esmalte que se torna impermeável e brilhante.
O termo azulejo vem do árabe al zulaycha, “pedra polida”, e não de “azul”, etimologia que
parece evidente, pois a cor azul era a mais frequentemente utilizada. Hotza (2015)

Figura03 Estação de Comboios de Aveiro, Portugal-Fonte:(www.feriasemportugal.com/estacão-de-


comboios-de-Aveiro)
Atualmente, os produtos cerâmicos de revestimento estão presentes em residências privadas,
estabelecimentos públicos, comerciais e industriais, bem como servem de elemento de
construção para obras arquitetónicas que são ícones culturais e históricos. Hotza (2015).

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Patologias em revestimento cerâmico 2020

Por Tecnologia de fabricação de revestimentos cerâmicos 24 sua versatilidade e apelo estético,


os revestimentos cerâmicos podem ser encontrados, por exemplo, na Opera House de Sydney,
Austrália, inaugurada em 1973. Hotza (2015)

Figura04 Revestimentos cerâmicos na Opera House, em Sydney, Austrália -


Fonte:(teturaarqui.wordpress.com/2010/06/24/sydney-opera-house-jørn-utzon/)

Diz Hotza (2015 p 24) que por sua praticidade, beleza e relação custo/benefício, os materiais
cerâmicos são amplamente usados como revestimento, dentre outros locais, em, residências
(cozinhas, banheiros, salas, fachadas, jardins, piscinas); hospitais e indústrias (instalações
assépticas ou fáceis de limpar); áreas de alto tráfego (aeroportos, estações rodoviárias e
ferroviárias, shopping centers). Inúmeras outras aplicações podem ser imaginadas,
acompanhando a evolução da tecnologia e do design aplicados à cerâmica de revestimento

2.2.2 Tipos de Revestimento

Azulejos
É um produto cerâmico que possui uma superfície lisa coberta por uma camada de esmalte.
Disponível no mercado com uma gama enorme de tamanhos, cores, acabamentos e desenhos,
os tamanhos mais comuns são: 15×15; 30×30; 35×35 30×60; 40×90; 45×45; 50×50.
NEURÔNIO ADICIONAL NA+(2019)

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Patologias em revestimento cerâmico 2020

Figura.05:Azulejo-Fonte:(https://pt.made-in-china.com/co_nokani/product_600X600-Beige-Ivory-
Color-Porcelain-Floor-Tile-Decorative-Wall-Tile_rgeoeshog.html)

Pastilhas
Também são materiais cerâmicos, e muitas vezes são chamadas de micro azulejos. Existem
diversos tipos de pastilhas, variando entre cores, acabamentos e materiais. Sua durabilidade
é muito alta, podendo ser utilizadas em locais úmidos e áreas externas como fachadas. Podem
ser de vidro, metal, plástico, cerâmica e pedra. NEURÔNIO ADICIONAL NA+(2019)

Figura 06: Pastilhas -Fonte:(https://blogpraconstruir.com.br/etapas-da-construcao/revestimentos)

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Patologias em revestimento cerâmico 2020

Porcelanatos
O porcelanato é uma placa cerâmica fabricada com alta tecnologia de prensagem em elevadas
temperaturas. Este processo de fabricação confere alta resistência e baixa porosidade, ou seja,
pouca absorção e água. Eles são indicados para todos os ambientes, mas de acordo com seu
tipo de acabamento. NEURÔNIO ADICIONAL NA+(2019)

Figura 07:Porcelanatos -Fonte: (https://www.jcs.pe/conoce-todo-sobre-los-pisos-porcelanatos-y-ceramicos/)


/Figura 08:Porcelanatos -Fonte: (https://www.jcs.pe/conoce-todo-sobre-los-pisos-porcelanatos-y-ceramicos/

Porcelanato polido
Possuem superfície muito lisa e brilhante. São polidos e possuem uma camada protetora.
Indicados para ambientes secos e de destaque da casa, como salas, corredores e quartos.
NEURÔNIO ADICIONAL NA+(2019)

figura 09 Porcelanato polido Fonte:(https://www.tijoloportijolo.com.br/porcelanato-polido)/ figura 10


Porcelanato polido Fonte:(https://www.tijoloportijolo.com.br/porcelanato-polido)

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Patologias em revestimento cerâmico 2020

Porcelanato acetinado
Porcelanato com acabamento de brilho mais discreto, acetinado, sendo mais resistente a
riscos do que o polido. Torna o ambiente mais aconchegante. Ideal para quartos e salas.
NEURÔNIO ADICIONAL NA+(2019)

Figura 11 Porcelanato acetinado-Fonte:(https://blogpraconstruir.com.br/etapas-da-


construcao/revestimentos)

Porcelanato esmaltado
Porcelanato que recebe uma camada de esmalte, o que permite ser estampado com diferentes
desenhos. Pode ser utilizado em ambiente úmidos e secos. NEURÔNIO ADICIONAL
NA+(2019)

Figura 12 Porcelanato acetinado (fonte: https://blogpraconstruir.com.br/etapas-da-


construcao/revestimentos)

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Patologias em revestimento cerâmico 2020

Porcelanato struturato
Esse revestimento proporciona uma superfície levemente abrasiva. Ótima opção para áreas
úmidas como banheiros, decks, garagens, áreas de piscinas e saunas. NEURÔNIO
ADICIONAL NA+(2019)

Figura 13 Porcelanato struturato-Fonte:(https://blogpraconstruir.com.br/etapas-da-


construcao/revestimentos)
Porcelanato natural
São Porcelanatos que não possuem acabamento especial em sua superfície, não são polidos
e nem esmaltados. Possuem superfície com acabamento matte, opaco, o que o torna mais
resistente e áspero. Indicado para áreas externas de residências e para ambientes comerciais.
NEURÔNIO ADICIONAL NA+(2019)

Figura 14 Porcelanato natural-Fonte:(https://blogpraconstruir.com.br/etapas-da-


construcao/revestimentos)

Pedras
Estão disponíveis em diversos tamanhos e cores. Podem ser utilizadas em ambientes internos
e externos. Deve-se tomar cuidado em evitar utilizar pedras porosas em ambientes úmidos.
Quando bem combinadas, as pedras garantem alta durabilidade nos ambientes. NEURÔNIO
ADICIONAL NA+(2019)

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Patologias em revestimento cerâmico 2020

Figura 15 Pedras-Fonte:(https://blogpraconstruir.com.br/etapas-da-construcao/revestimentos)

2.3 COMPOSIÇÃO DO SISTEMA DE REVESTIMENTO


Para uma boa perceção sobre a composição do sistema de revestimento a imagem abaixo da
uma ideia da sua estrutura.

Figura 16 Composição do sistema de revestimento-Fonte:(google search)

2.3.1 Substrato ou Base


Com a referencia de Oliveira (2013) e Segundo a NBR 13755 (ABNT, 1999) a base é o
substrato constituído por superfície plana de paredes, sobre a qual é aplicada a argamassa
colante para o assentamento das placas cerâmicas, ou seja, englobaria as camadas de
chapisco, argamassa de regularização e emboço, porém neste trabalho é considerado que base
é o componente de sustentação das várias camadas que constituem o RCF e conforme

16
Patologias em revestimento cerâmico 2020

mostrado anteriormente é composto por betão e alvenaria, quando esta não é estrutural. É
importante conhecer o tipo de base ou substrato utilizado, bem como sua interação com a
estrutura no sentido de nortear a escolha do revestimento mais conveniente em cada caso.
Sabendo-se o coeficiente de dilatação dos materiais é possível estabelecer dosagens de
argamassas cujo coeficiente seja o mais próximo possível destes materiais evitando tensões
exageradas e possíveis falhas. Segundo a NBR 7200 (ABNT, 1998) quando há dois materiais
diferentes constituindo a base e esta for submetida a esforços que gerem deformações
diferenciais consideráveis (tais como balanços, platibandas e últimos pavimentos) é
necessária a existência de juntas separando o revestimento aplicado em cada material ou é
possível obter o desempenho esperado colocando uma tela metálica ou de material
semelhante nessa união para que a dilatação dos materiais não provoque fissuras nas camadas
subsequentes. A característica mais significativa da base é que esta tenha uma absorção de
água e rugosidade considerável para que as camadas seguintes possam aderir perfeitamente,
estabilizando o sistema. Quando essas características não são encontradas faz-se o tratamento
de base (chapisco), confere-se assim uma boa ancoragem para a camada seguinte (emboço).
Ainda na preparação da base para aplicação das camadas subsequentes é necessário que esta
esteja livre de pó, graxa, óleo, eflorescências, materiais soltos ou qualquer material que
prejudique a aderência. 21 A limpeza segundo a NBR 7200 (ABNT, 1998) deve ser feita com
a base saturada para evitar que a solução de lavagem penetre profundamente no material,
pode-se usar escovas, soluções acidas ou básicas dependendo do material que está
impregnado. Quando finalizada a lavagem deve-se esperar secar para iniciar os trabalhos.

2.3.2 Chapisco
Com base em Oliveira (2013) e segundo Leal (2003) é um procedimento de preparação de
base e não se constituí uma camada do revestimento. A espessura média deste tratamento é
por volta de 5 mm e depende da areia empregada, devendo apresentar características
superficiais de planicidade e absorção de água. A NBR 7200 (ABNT, 1998) instrui que a
argamassa utilizada para o chapisco deve ser aplicada com uma consistência fluida,
assegurando maior penetração da pasta na base. Deve-se tomar cuidado para que o chapisco
não cubra totalmente esta base e assim perder o seu objetivo. Segundo a NBR 13755 (ABNT,
1999) a dosagem do chapisco deve ter o traço de 1:3 de cimento e areia grossa úmida, porém
segundo Antunes (2010) pode variar a 1:4 (cimento: areia média – grossa, em volume) e 1:5
(cimento: areia fina) sendo que este último é para o chapisco rolado que utiliza em sua
composição adesivos poliméricos , aplicado com rolo utilizado para pintura acrílica em uma
passada apenas, visto que com mais movimentos pode-se fechar os poros da superfície.
Normalmente a aplicação de chapisco é feita por lançamento. Segundo Just (2001), no
chapisco podem ser adicionadas emulsões de polímeros PVA, acrílicos ou estireno para
melhorar a aderência em casos onde a superfície se apresenta muito lisa, principalmente nas
estruturas de concreto nos casos onde há a presença de películas que não se consiga retirar
de maneira eficiente. Existe ainda o chapisco industrializado. Em seu preparo exige-se
somente o acréscimo de água segundo recomendações de cada fabricante.

17
Patologias em revestimento cerâmico 2020

2.3.3 Emboço
Como diz Oliveira (2009) emboço é a camada de revestimento executada para cobrir e
regularizar a superfície da base ou chapisco, propiciando uma superfície que permita receber
outra camada de reboco ou de revestimento decorativo, ou mesmo se constitua no
acabamento final.
Maciel et al.(1998) listam as características que a argamassa deve ter no estado fresco, ou
seja, na hora da aplicação, são estas:

• Massa específica e teor de ar;


• Trabalhabilidade;
• Retenção de água;
• Aderência inicial e
• Retração na secagem;

A massa específica é a relação entre a massa da argamassa e seu volume podendo ser absoluta
ou relativa. Na absoluta não se considera os vazios, já na relativa os considera. Esta também
é chamada de massa unitária. A massa específica é importante na dosagem das argamassas,
para a conversão do traço em massa para o traço em volume que é o mais utilizado em obra.

Oliveira (2009) com base na norma NBR 13.755 (ABNT,1999) instrui que a dosagem dessa
camada deve estar entre 1:0,5:5 e 1:2:8 em volumes de cimento, cal hidratada e areia média
úmida respetivamente.

O teor de ar é a quantidade de ar existente em um certo volume de argamassa. A medida que


este cresce a massa específica relativa diminui. Uma argamassa com maior teor de ar tem
uma melhor trabalhabilidade, porém se apresentar grandes quantidades pode prejudicar
outras características da argamassa, como por exemplo a resistência mecânica e aderência.
Oliveira (2009).

De acordo com Oliveira (2009). a norma NBR 13.749 (ABNT,1996) mostra que, para o uso
como suporte à placa cerâmica, o emboço deve ser desempenado ou sarrafeado. Sua planeza
é mensurada a partir de uma régua de dois metros e medem-se as ondulações, que não podem
ultrapassar três mm, no comprimento da dela. A norma indica também as espessuras que esta
camada deve apresentar de acordo com o local de aplicação e a resistência de aderência à
tração que elas devem ter.

18
Patologias em revestimento cerâmico 2020

Com base em Oliveira (2009) temos a tabela abaixo

Tabela 01 Espessuras admissíveis de revestimentos internos e externos-Fonte:(Oliveira 2009)

Maciel et al. (1998) alertam em seu trabalho que a espessura, quando maior que 25 mm, está
mais sujeita a sofrer retração na secagem e apresentar mais fissuras. As argamassas com um
alto teor de cimento, chamadas de “fortes” também são mais sujeitas à fissuras na secagem
diferentemente daquelas que contém menos cimento em sua composição,

Figura 17 Fissuração da argamassa por retração na secagem-Fonte: (Maciel et al. 1998)

A resistência mecânica e a capacidade de absorver deformações são ambas desejáveis, porém


são inversamente proporcionais. A resistência mecânica aumenta com a redução da
proporção de agregado na argamassa e varia inversamente com a relação água/cimento.
Oliveira (2009).

19
Patologias em revestimento cerâmico 2020

Assim como na base, esta camada não deve apresentar em seu acabamento final pó, graxa,
óleo, eflorescências, materiais soltos ou qualquer material que prejudique a aderência.
Oliveira (2009).
2.3.4 Camada de fixação
Fantini (2010) diz que a camada de fixação tem a função de unir a placa cerâmica ao emboço,
resistindo às tensões de tração e cisalhamento que ocorrem entre as camadas. Esta camada
pode ser representada pelas argamassas dosadas na obra, argamassas adesivas
industrializadas ou pastas de resinas.
Esta camada é o ponto crítico do revestimento cerâmico, pois quando as tensões superam seu
limite de resistência de aderência, causam o descolamento das placas cerâmicas ou mesmo o
seu descolamento da camada de emboço. Fantini (2010).

2.3.4 Camada de regularização


Esta camada é representada pelo emboço, podendo essa camada ser ausente, pois em alguns
casos a placa cerâmica é assentada diretamente na 15 alvenaria ou em outras superfícies. Esta
camada deve proporcionar uma maior resistência mecânica, trabalhabilidade, aderência,
durabilidade e capacidade de absorver deformações. Fantini (2010).
O emboço, usualmente produzido com argamassa orgânica, deve manter-se aderida às
camadas adjacentes e também deve minimizar o efeito dos movimentos diferenciais entre
estas camadas. A resistência superficial da camada de emboço é particularmente importante,
pois muitos descolamentos de revestimentos são provenientes de deficiências na interface
desta com a argamassa colante. Fantini (2010).

2.4 PLACAS CERAMICAS PARA REVESTIMENTO


Como diz (Araújo 2017) A análise do ciclo de vida é um processo que objetiva avaliar os
encargos ambientais associados a um produto, processo ou atividade, pela identificação e
quantificação da energia e materiais utilizados e resíduos produzidos, visando avaliar o
impacto dessa “utilização liberação” no ambiente, e implementar oportunidades de melhorias
ambientais. Este processo considera todas as interações (consumos e geração de resíduos)
ocorridas desde a extração da matéria-prima até o tratamento e/ou disposição final do produto
após sua utilização (Soares, 2002).
(Araújo 2017) As placas cerâmicas assim como os outros materiais cerâmicos possuem um
ciclo de vida similar ao apresentado na figura 18.

Figura 18 Ciclo de vida-Fonte:(Soares, 2002)

20
Patologias em revestimento cerâmico 2020

Verifica-se a existência de impactos ambientais associados a todas as fases do ciclo de vida


das placas cerâmicas o que permite melhor compreensão face a geração de resíduos e
emissões gasosas como indica a figura 19, tendo como legenda o seguinte:

- RH - recursos humanos,
- RN - recursos naturais,
- R - resíduos - E - energia,
- EG - emissões gasosas
- PA - produto acabado ou placa cerâmica
- RCD - resíduo de construção e demolição

Figura 19 Aspetos ambientais associados ao ciclo de vida das placas cerâmicas-Fonte:( Adaptado de
Grigoletti. 2001 e Manfredini 2003)

2.4.1 Fase do ciclo de vida de placas cerâmicas


2.4.1.1 Extração Da Matéria-prima
Consoante o (Araújo 2017) o (Petrucci, 1980). Diz que Quando se tem em vista a exploração
de uma jazida de argila, deve-se inicialmente fazer um estudo completo das características
do material que se vai explorar e do volume de que se poderá dispor. Qualitativamente, o
estudo do material será feito quanto à sua composição - teor em material argiloso - pureza e
características físicas. A apreciação do material irá até o seu comportamento sob secagem e
cozimento. Este estudo inicial é importante, pois dirá quais os produtos que se poderão obter
com a matéria-prima, quais as eventuais correções que deverão ser feitas e, finalmente, qual
o equipamento a ser empregado.

21
Patologias em revestimento cerâmico 2020

Embora a extração de argila e sedimentos exerça impacto no ambiente, poderão existir alguns
benefícios, como a criação de reservas naturais, lagos artificiais destinados ao lazer, ou ainda
a formação de depósitos para várias formas de resíduos, o que se torna particularmente útil
se for tido em conta que a impermeabilidade dos Barreiros de argila esgotados constitui um
meio aceitável para a eliminação de resíduos (Araújo 2017).

Figura 20 Jazida de extração de argila-Fonte: (Manfredini, 2003)

2.4.1.2 Transporte da matéria-prima


O transporte da matéria-prima e realizado através de camiões e maquinarias que contribuem
significativamente com as emissões gasosas que poluem o ar, produzem ruídos e grandes
consumos de energia. O que faz com que a aproximação da indústria a jazida seja um fator
preponderante nos projetos de instalação de uma industria cerâmica, visto que, reduz
consideravelmente os custos relacionados com os consumos energéticos e consequentemente
a redução das emissões gasosas. A figura 5 ilustra o transporte de argilas de uma jazida para
a fabricação de placas cerâmicas. (Araújo 2017).

Figura 21 Transporte de matérias prima-Fonte:(www.sitedelinhares.com.br)

22
Patologias em revestimento cerâmico 2020

2.4.1.3 Fabricação de produtos


O processo de fabricação de revestimentos cerâmicos deve ser considerado como um
conjunto de etapas interconectadas que vão progressivamente transformando as matérias-
primas em produtos acabados (Bernia, e tal, 2014). Basicamente, o processo de fabricação
da cerâmica é dividido nas seguintes etapas:
Preparação dos Materiais, Moagem e Preparação da Massa, Atomização, Prensagem,
Secagem, Esmaltação, Queima/Sinterização, Seleção, Expedição (Franco, 2009).

Durante o processo de fabricação das placas cerâmicas, existe uma consequente produção
de resíduos em varias etapas que ainda podem passar a ser reutilizados nos processos de
fabricação de outras produções de modo a reduzir de uma forma significativa a disposição
dos mesmos em aterros, o que obviamente causaria ainda mais impactos ambientais. (Araújo
2017).

2.4.1.4 Transporte de produtos


(Araújo 2017) diz que na fase do transporte de produtos acabados, temos mais uma vez a
utilização de camiões e consequentemente a produção de ruídos, emissões gasosas que
poluem o ar, consumos energéticos que geram impactos ambientais.
A figura 22 ilustra um camião no processo de transporte de das placas cerâmicas.

Figura 22 Transporte de produtos acabados-Fonte: (www.fotos.habitissimo.com.br)

2.4.1.5 Utilização de produtos


As placas cerâmicas podem ser aplicadas no revestimento de pavimentos e paredes, assim
como em ambientes internos e externos. Mas apesar de possuir toda essa aplicação é
necessário escolher as placas certas para cada situação, visto que cada situação exige
características específicas de forma a garantir um melhor desempenho. Dependendo do uso,
características como absorção de água, expansão por humidade, resistência ao ataque
químico, resistência a manchas entre outros, podem ser importantes. (Araújo 2017).
O produto cerâmico em ambientes externos requer características mais complexas quando
comparadas ao uso interno. No caso externo, a placa cerâmica encontra-se exposta às
alterações de clima, sol, chuva, vento. Essas variações requerem do material baixa absorção

23
Patologias em revestimento cerâmico 2020

de água e baixa expansão por humidade. Se o revestimento estiver sujeito a baixas


temperaturas é importante que seja resistente ao congelamento. (Araújo 2017).

2.4.1.6 Fim de uso


Nesta etapa, as placas cerâmicas terminam uma determinada utilização devido a sua
degradação, a mudança do tipo de utilização da edificação entre outros. Gera-se no entanto,
grandes quantidades de resíduos, que pelo processo de retirada das placas propicia o
reaproveitamento de uma parte bastante reduzida para utilizações em ambientes com menor
exigência funcional, e uma maior parte destinada ao aterro. (Araújo 2017).

Em função do (Araújo 2017) o (Manfredini, 2003) diz que do ponto de vista tecnológico, os
resíduos cerâmicos apresentam potencialidades de uso variado, desde como agregado para
concreto, argamassa ou artefactos de cimento, onde participam como inerte, como filler e,
possivelmente, com alguma atividade pozolânica e, ainda, poderiam ser reaproveitados como
cargas, no próprio processo de produção da indústria cerâmica.
A reciclagem dos resíduos cerâmicos pode trazer os seguintes benefícios: eliminação das
despesas com deposição dos resíduos; instalação de nova atividade produtiva, com geração
de novos empregos; eliminação dos pontos de eliminação clandestina de resíduos; melhoria
das condições de salubridade e visuais do entorno da cidade; geração de nova fonte de renda
para as indústrias; mudança cultural na cidade e região, com a valorização das atividades
sustentáveis; redução da exploração de agregados naturais na região, com preservação das
áreas de terra com potencial produtivo (Manfredini, 2003).

2.4.1.7 Transporte de resíduos


Na fase do transporte de resíduos, a semelhança das outras fases de transporte verifica-se
também a utilização de camiões e consequentemente a produção de ruídos, emissões gasosas
que poluem o ar, consumos energéticos (Araújo 2017).

2.4.1.8 Eliminação de resíduos


Quanto aos resíduos sólidos que não podem ser reaproveitados, o grande problema tem sido
seu descarte, pois estes se acumulam, gerando um grande volume e, consequentemente, a
necessidade de um vasto espaço para armazenamento. Os custos para descarte destes
materiais em aterros certificados pelos órgãos ambientais são elevados, mas necessários, uma
vez que resíduos depositados em aterros de forma desordenada podem trazer inúmeros
efeitos, como a contaminação do solo, rios, lençóis freáticos, ou seja, influenciam
negativamente em todo o ciclo biológico presente (Bernia, e tal, 2014)

2.4.2 Junta no revestimento cerâmico


Junta é um sistema que interrompe a continuidade de materiais idênticos ou distintos. Para
que o RCF obtenha o desempenho esperado é importante a previsão de juntas no projeto de

24
Patologias em revestimento cerâmico 2020

fachada, que podem ser de vários tipos como: junta de assentamento, de movimentação e
dessolidarização, pode-se incluir as juntas estruturais, porém estas fazem parte do projeto
estrutural da edificação. A figura 23 ilustra bem os tipos de juntas existentes. (Oliveira 2013)

Figura 23 Tipos de juntas Fonte: (Antunes 2010).

Uma das principais funções das juntas é absorver as tensões geradas pelas movimentações
do sistema, que podem ter origem térmica, variação de umidade, ação de cargas dentre outras.
Outro objetivo é que elas impeçam a entrada de água e ar no revestimento cerâmico e no
suporte. (Oliveira 2013).

2.4.2.1 Junta estrutural


São espaços previstos no projeto estrutural, com a finalidade de garantir a segurança da obra
frente às cargas mecânicas. Estas juntas atravessam todo o piso e têm sua largura especificada
no projeto estrutural. Devem ser respeitadas integralmente (Gail 2019).

Figura 24 Corte esquemático em planta, junta estrutural-Fonte:(Gail 2019)


As juntas devem estar bem uniformes, com profundidade praticamente igual à espessura da
placa. Respeitar as juntas estabelecidas e contar com profissionais especializados para a
execução dessa etapa da obra é fundamental para que o projeto tenha um bom desempenho ao
longo de toda a sua vida útil. (Gail 2019).

25
Patologias em revestimento cerâmico 2020

2.4.2.2 Juntas de Assentamento

São espaços entre as placas cerâmicas que compõem o revestimento e normalmente são
preenchidos com argamassa de rejuntamento. Para placas extrudadas a largura recomendada
das juntas é de 8mm, variando entre 6 e 10mm. (Gail 2019).

Dependendo do tipo de paginação e disposição das placas, as juntas podem chegar a até
12mm. No caso de Porcelanatos recomenda-se rejunte à base de resina para garantir o
preenchimento das juntas. (Gail 2019).

Figura 26 Corte esquemático em planta, junta de assentamento-Fonte:( Gail 2019)

2.4.2.3 Juntas de Movimentação

São espaços regulares que dividem o revestimento cerâmico do piso e servem para acomodar
a movimentação estrutural, alterações térmicas ou quando houver mudança de revestimento.
Suas aberturas são determinadas em projeto, não sendo nunca menores que as juntas de
assentamento. Variam de 8 a 15mm. (Gail 2019).

O tarugo (corpo de apoio), que em geral tem o diâmetro 30% maior que a largura das juntas
para poder ficar firme no local, penetra totalmente nestas juntas deixando exposto apenas o
espaço onde será aplicado a mástique. Atrás dele não é colocado nenhum tipo de material.
(Gail 2019).

(Gail 2019) diz que tamanho da área deste vazio dependerá da espessura do mástique elástico,
do tamanho do tarugo e da espessura do contra piso. A espessura do mástique elástico deve
ser de, aproximadamente, a metade da medida da largura da junta.

26
Patologias em revestimento cerâmico 2020

Figura 27 Corte esquemático em planta, junta de movimentação Fonte:( Gail 2019)

2.4.2.4 Juntas de Dessolidarização


São espaços deixados em todo o perímetro do piso, no encontro dele com planos
perpendiculares como paredes e muretas, e também quando há mudança no tipo de
revestimento. São executadas da mesma forma que as juntas de movimentação, tendo como
objetivo separar cada pano, respeitando suas diferentes movimentações. (Gail 2019)

Figura 28 Corte esquemático em planta, junta de Dessolidarização -Fonte:( Gail 2019)

2.5 Argamassas
A argamassa é primordial para qualquer tipo de construção. Composta por uma mistura de
cimento, areia e aditivos químicos, ela pode ser utilizada para o assentamento de tijolos e
blocos, impermeabilização e regularização de superfícies, ou para dar acabamento às
superfícies, seja ele texturizado, áspero ou liso. (Lopes 2020)

Para qualificar a sua aplicação, seja qual for ela, a Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT) estabelece parâmetros normativos para algumas propriedades do material – como

27
Patologias em revestimento cerâmico 2020

trabalhabilidade, retenção de água, teor de ar incorporado e resistência de aderência, por


exemplo. (Lopes 2020)

O ideal é que quando ela estiver em estado plástico, apresentará boa trabalhabilidade e
capacidade de retenção de água adequada para garantir a hidratação do cimento, enquanto
em estado endurecido deve apresentar boa resistência de aderência ou ao cisalhamento e boa
resiliência. (Lopes 2020)

2.5.1 Argamassa de assentamento dosado em obra


Antes do surgimento da argamassa industrializada, as placas cerâmicas eram assentadas com
a argamassa de cimento, cal e areia dosadas na obra. As placas cerâmicas eram imergidas em
água antes do assentamento e a espessura da argamassa tinha em média 20mm (Fantini 2010)
em função de (CINCOTTO; JOHN; PÓVOAS, 2001), conforme mostra a Figura 29 e 30.

Essas duas características garantem a existência de água para a hidratação do cimento da


argamassa de assentamento. A argamassa é produzida através do amassamento manual ou
mecânico, até atingir a homogeneidade. O amassamento mecânico se dá através da utilização
da betoneira. (Fantini 2010).

Figura 29: Argamassa dosada em obra Figura 30 Assentamento com argamassa dosada
-Fonte:(Cincotto; John; Póvoas 2001) em obra-Fonte:(Cincotto; John; Póvoas 2001)

2.5.2 Argamassas adesivas


A argamassa adesiva é um produto industrializado composto de uma mistura pré dosada
pulverulenta no estado seco, fornecida em sacos. A norma brasileira NBR 14.081 denomina
as argamassas adesivas de colantes, definindo-as como produtos industrializados, no estado
seco, compostos de cimento Portland, agregados minerais e aditivos químicos, que, quando
misturados com a água, formam uma pasta viscosa, plástica e aderente, empregada no
assentamento de placas cerâmicas para revestimento. Citado por (Oliveira 2009).

28
Patologias em revestimento cerâmico 2020

. Citado por (Oliveira 2009) que as argamassas industrializadas podem ser mono ou
bicomponentes, sendo que ambas são produzidas como uma mistura seca formada,
basicamente, por cimento Portland, agregados e aditivos em pó que têm o objetivo de
melhorar algumas propriedades do produto final. Segundo a norma brasileira NBR 14.081 a
especificação das argamassas é a seguinte:

- TIPO I - rígidas - para uso interior - indicada para colagem de placas cerâmicas para
revestimentos em pisos e paredes internas, com exceção de saunas, churrasqueiras, estufas e
outros revestimentos especiais; o aditivo da argamassa é apenas o retentor de água; só
propicia ancoragem mecânica; 21. Citado por (Oliveira 2009).

- TIPO II - aditivadas - para uso externo - indicada para colagem de placas cerâmicas para
revestimentos de pisos externos, paredes externas e áreas sob ação de cargas, da chuva e do
vento; são adicionadas resinas na argamassa. Nesse caso, existe ancoragem mecânica e
química; citado por (Oliveira 2009).

- TIPO III - aditivadas – argamassa de alta resistência - indicada para colagem de placas
cerâmicas para uso em saunas, piscinas, estufas e ambientes similares; possuem maior
resistência de aderência que as demais; a quantidade de resinas adicionadas na argamassa
propicia forte ancoragem química. Citado por (Oliveira 2009).

- TIPO III E - aditivadas - argamassa especial - similar ao tipo III, possui aditivo que permite
estender o tempo em aberto. Citado por (Oliveira 2009).

2.5.3 Pastas de resinas


Os principais aditivos utilizados nas argamassas adesivas são as resinas sintéticas orgânicas.
Entre estas, destacam-se as resinas celulósicas e os polímeros vinílicos, acrílicos e estirenos-
butadienos. Nas argamassas adesivas modificadas com polímeros (monocomponente) são
empregados também polímeros à base de resinas vinílicas na forma de pós redispersíveis em
água. Elas modificam a capacidade de retenção de água, além de melhorar a aderência e a
flexibilidade das argamassas adesivas. A extensão de aderência também é melhorada devido
à redução na tensão superficial da água. (Oliveira 2009)

2.5.4 Argamassa colante

Existem quatro tipos de argamassa colante disponíveis no mercado atualmente e são


denominadas AC-I, AC-II, AC-III e AC-III E. Cada tipo de argamassa servirá para um
determinado serviço e a escolha do melhor tipo a ser utilizado influenciará no desempenho e
na qualidade. (Pereira 2018)

29
Patologias em revestimento cerâmico 2020

AC-I (ou AC1)


A argamassa AC-I é comumente utilizada para o assentamento de revestimentos e pisos
cerâmicos em ambientes internos. Podem ser utilizadas tanto em áreas secas como em áreas
molhadas como banheiros e cozinhas.(Pereira 2018)

Figura 31 A argamassa AC-I-Fonte: (Pereira 2018)

AC-II (ou AC2)


A argamassa AC-II pode ser utilizada tanto em ambientes internos quanto ambientes
externos. As propriedades da argamassa AC-II permitem o uso em áreas externas pois tem a
capacidade de absorver as variações de temperatura, umidade e ação do vento dos
revestimentos cerâmicos e de pisos. Deste modo, a AC-II pode ser utilizada para revestimento
externo de paredes e fachadas, pisos em áreas externas, assentamento de revestimento de
piscinas de água fria e pisos cerâmicos industriais ou de área pública.

Figura 32 argamassa AC-II-Fonte: (Pereira 2018)

AC-III (ou AC3)


A argamassa AC-III é a mais aderente dentre os três tipos de argamassa. Por isso, a AC-III é
indicada para assentamento de revestimentos cerâmicos em fachadas onde o risco de
acidentes por queda das peças é maior, assentamento de revestimento em piscinas de água
quente e sauna e para assentamento de revestimentos de placas grandes, maiores do que
60x60cm. (Pereira 2018).

Figura 33 argamassa AC-III-Fonte: (Pereira 2018)

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Patologias em revestimento cerâmico 2020

AC-III E (ou AC3E)


A argamassa AC-III E é uma argamassa colante industrializada dos tipos I, II e III, com
tempo em aberto estendido, ou seja, com maior tempo de cura. (Pereira 2018).

2.6 EXECUÇÃO DE REVESTIMENTOS CERÂMICOS


O revestimento de paredes em cerâmica ou porcelanato para áreas úmidas é um artifício
interessante quando se busca durabilidade do acabamento. Além da função técnica, o
revestimento também está relacionado ao requinte do ambiente, e por isso os requisitos de
qualidade se apresentam cada vez mais restritivos quanto ao assentamento e rejuntamento do
material. O objetivo desse trabalho é ilustrar o processo de assentamento, garantindo que o
revestimento se apresente satisfatoriamente aderido e que o produto final apresente o requinte
pretendido. (TRISUL 2018)

2.6.1 Processo de execução em paredes passo a passo


Documentos complementares (TRISUL 2018)

• NBR 13754 – Revestimento de paredes internas com placas cerâmicas e com utilização
de argamassa colante
• NBR 13528 – Determinação da resistência de aderência à tração
• NR 18 – Condições e Meio Ambiente do Trabalho na Indústria da Construção
• Projeto de arquitetura com a paginação do revestimento.

Materiais (TRISUL 2018)

• Água
• Argamassa colante ACIII
• Cantoneira de PVC ou alumínio, quando aplicável
• Placas de revestimento cerâmico
• Prego
• Rejunte flexível industrializado

Equipamentos (TRISUL 2018)

• Caixote plástico para misturar argamassa colante


• Colher de pedreiro
• Desempenadeira metálica dentada, com dente 6mm x 6mm e 8mm x 8mm
• Desempenadeira de borracha
• Espaçadores plásticos tipo cruzeta
• Espátula

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Patologias em revestimento cerâmico 2020

• Esponja
• Furadeira com serra
• Martelo de borracha
• Misturador mecânico para argamassa
• Pano ou esponja macia
• Riscadeira mecânica
• Serra mármore
• Trena
• Vassoura
• EPI’s: capacete, bota de couro, luva de borracha, óculos de proteção, protetor auricular

2.6.2 Condições para início de serviço


(TRISUL 2018) diz que o local deve estar limpo e desimpedido. O projeto de arquitetura
deve ter a paginação previamente aprovada, buscando-se posicionar os recortes em locais
menos visíveis (direcionar para trás de portas, geladeira, etc). A argamassa da parede deve
ter sido executada há no mínimo 14 dias. Toda a enfiação elétrica deve estar executada, e
todas as tubulações hidráulicas deverão estar concluídas e testadas.

Antes de iniciar o revestimento, recomenda-se separar uma quantidade de material que


deverá ser destinada à assistência técnica. Deve-se tomar esse cuidado tendo em vista que
existem diferenças de tonalidade entre os diversos lotes de um mesmo revestimento
cerâmico. Assim, caso seja necessário substituir alguma peça no revestimento, a substituição
deverá ser feita com peça do mesmo lote. (TRISUL 2018)

Ainda antes do início, deverá ser providenciado um pano teste para realização de ensaio de
aderência do revestimento. O pano deve simular as condições reais de aplicação, possuindo
o mesmo tipo e espessura de argamassa de revestimento, presença ou não de camada
impermeabilizante, deve-se usar o mesmo tipo de argamassa colante, revestimento e
rejuntamento que serão aplicados no revestimento das unidades. O teste deverá ser feito por
laboratório especializado, devidamente acreditado pelo In metro. (TRISUL 2018)

Figura 34 Ensaio de aderência de revestimento-Fonte: (TRISUL 2018)


2.6.3 Execução do revestimento
Deve-se definir o nível da primeira fiada de azulejo, para que o posicionamento das peças
fique de acordo com o projeto de paginação. (TRISUL 2018)

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Patologias em revestimento cerâmico 2020

Figura 35 Nivelamento da primeira fiada-Fonte:(TRISUL 2018)

Do ponto de vista do (TRISUL 2018) deve-se Preparar a argamassa colante com água limpa,
dosada conforme instrução do fabricante, em caixote plástico ou metálico, evitando
contaminação e perda de água. Deve-se utilizar misturador mecânico de baixa rotação na
mistura da argamassa.

Após alcançar condição homogênea, deve-se deixar a argamassa descansar por 15 minutos,
e remisturar. É importante respeitar esse intervalo pois é o tempo necessário para a ativação
dos polímeros da argamassa. (TRISUL 2018)

Figura 36 Misturador mecânico para argamassa Figura 37 Desempenadeira dentada


-Fonte: (TRISUL 2018) -Fonte: (TRISUL 2018)

Em hipótese alguma é permitido o uso de furadeira de alta rotação, pois esse procedimento
causa a aeração da argamassa colante. De acordo com o tamanho do revestimento, deve-se
selecionar a desempenadeira adequada(TRISUL 2018):

33
Patologias em revestimento cerâmico 2020

Tabela 2 Seleção da desempenadeira fonte: (TRISUL 2018)

É importante observar que para revestimentos com área superior a 900cm², o assentamento
deverá ser feito em dupla colagem. Ou seja, aplica-se a argamassa na parede, em área sentido
cruzado. (TRISUL 2018)
O tempo em aberto da argamassa, entre o espalhamento e a colocação do revestimento, é de
no máximo 15 minutos. Deve-se garantir o esmagamento dos cordões para que a aderência
seja satisfatória. É recomendado o uso de martelo de borracha para garantir o esmagamento
dos cordões. (TRISUL 2018

Figura 38 e 39Aplicação de argamassa na parede e no verso da peça, em sentido cruzado -Fonte:(TRISUL


2018).

Inicia-se o assentamento dos azulejos, pressionando as peças com o martelo de borracha para
garantir o esmagamento dos cordões de argamassa. Deve-se utilizar espaçadores plásticos do
tipo cruzeta, para garantir juntas uniformes entre as peças. (TRISUL 2018)

Figura 40 Assentamento dos azulejos-Fonte: (TRISUL 2018)

Para recortes de registros, recomenda-se que seja utilizada serra copo para que o acabamento
fique a contento:

34
Patologias em revestimento cerâmico 2020

Figura 41 Corte com serra copo-Fonte: (TRISUL 2018)

Uma hora após o término do assentamento, deve-se limpar o revestimento com pano macio,
eliminando resíduos de argamassa. As juntas também deverão ser completamente limpas para
receber o rejunte (TRISUL 2018).

Figura 42 Limpeza das juntas -Fonte: (TRISUL 2018)

Após 72 horas do término do assentamento, pode-se iniciar o rejuntamento das peças. O


rejunte industrializado deve ser preparado em caixote plástico, com dosagem de água
conforme fabricante. O rejunte deve ser aplicado com rodo ou desempenadeira de borracha,
buscando-se evitar riscos nas peças. (TRISUL 2018)

Figura 43 Rejuntamento das peças -Fonte: (TRISUL 2018)

Após a aplicação, aguardar entre 15 e 40 minutos e remover o excesso de rejunte com


movimentos suaves, sem comprimir:

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Patologias em revestimento cerâmico 2020

Figura 44 Limpeza das peças com esponja ou pano macio-Fonte: (TRISUL 2018)

A limpeza final do revestimento poderá ser feita 14 dias após a aplicação do rejunte. Não
deve ser permitido o uso de ácido ou palha de aço para a limpeza do revestimento, pois
poderão riscar ou manchar as peças. (TRISUL 2018).

36
Patologias em revestimento cerâmico 2020

CAPíTULO 3 MANIFESTAÇÃO DE PATOLOGIAS EM


SISTEMAS DE REVESTIMENTO CERÂMICO

Manifestações patológicas são, segundo Campante e Sabatini (2001), situações nas quais, o
sistema de revestimento, deixa de apresentar o desempenho previsto em projeto, em
determinado momento da vida útil. A patologia acontece com a queda de desempenho
precocemente, diante de erros no planejamento, na especificação, na execução/ou mesmo em
uso, que podem ou não ser acumulativos.

3.1 ORIGEM DAS PATOLOGIAS


(Oliveira 2009) diz que de acordo com CAMPANTE e BAIA (2003), a patologia dá-se
quando uma parte do empreendimento, em algum momento de sua vida útil, deixa de
apresentar desempenho previsto. As patologias nos revestimentos cerâmicos podem ter
origem na fase de projeto - quando são escolhidos materiais incompatíveis com as condições
de uso, ou quando os projetistas desconsideram as interações do revestimento com outras
partes do edifício, ou na fase de execução quando os assentadores não dominam a tecnologia
de execução, ou quando os responsáveis pela obra não controlam corretamente o processo de
produção.
Como diz Pedro (2002), a origem das patologias pode ser classificada em:

• Congênitas - São aquelas originárias da fase de projeto, em função da não observância das
Normas Técnicas, ou de erros e omissões dos profissionais, que resultam em falhas no
detalhamento e concepção inadequada dos revestimentos.

• Construtivas - Sua origem está relacionada à fase de execução da obra, resultante do


emprego de mão-de-obra despreparada, produtos não certificados e ausência de metodologia
para assentamento das peças.

• Adquiridas - Ocorrem durante a vida útil dos revestimentos, sendo resultado da exposição
ao meio em que se inserem, podendo ser naturais, decorrentes da agressividade do meio, ou
decorrentes da ação humana.

• Acidentais - Caracterizadas pela ocorrência de algum fenômeno atípico, resultado de uma


solicitação incomum. Dentre as patologias dos revestimentos cerâmicos estão: os
destacamentos de placas; as trincas, gretamento e fissuras; as eflorescências e deterioração
das juntas.

Segundo Antunes (2010) as manifestações patológicas nestes revestimentos não são


atribuídas a uma única causa, normalmente é a soma de vários fatores, e pode ser sucedida
por uma soma de efeitos até que se manifeste um dano maior, por exemplo:
• deformações estruturais;
• deformações térmicas;

37
Patologias em revestimento cerâmico 2020

• deformações higroscópicas (absorção de água);


• falhas decorrentes do processo executivo;
• falhas na especificação e,
• falhas dos materiais.

Diz (Oliveira 2009) que Campante e Sabbatini (2001) afirmam que a maioria das ocorrências
de manifestações patológicas em revestimento cerâmico pode ser atribuída à negligência com
relação às interfaces entre os diversos componentes. Essa negligência está relacionada às
deficiências no conhecimento técnico de toda a cadeia produtiva, destacando:
a) assentadores despreparados e sem treinamento;
b) fabricantes de materiais não preocupados com garantia, assistência técnica e informações
de uso dos produtos;
c) projetistas desconhecedores das responsabilidades
d) incorporadores não atentos ao real valor atribuído à relação entre custos de recuperação da
manifestação patológica e o valor do bem a ser recuperado

As mais frequentes manifestações patológicas do revestimento cerâmico em fachadas de


edifícios e, as respetivas causas, podem ser resumidas como na Tabela 3.

38
Patologias em revestimento cerâmico 2020

Tabela 3 Principais manifestações patológicas fonte:(oliveira 2009 em adaptação por LAUAND et al.,
2007)

Diz (oliveira 2009) que Pode-se observar que as principais causas das patologias em
revestimentos cerâmicos de fachadas estão relacionadas a falhas na etapa de projetos pela
ausência de detalhes construtivos ou pelo uso de materiais inadequados, muitas vezes
ocasionado pela falta de especificação e na etapa de execução pela utilização inadequada dos
materiais e falta de atendimento aos procedimentos de execução.

3.2 TRINCAS, FISSURAS, GRETAMENTO


(Oliveira 2013) diz que o Sabbatini (2001) caracteriza esses fenômenos como a perda de
integridade da superfície do componente cerâmico manifestando-se em qualquer direção,
horizontal, vertical e/ou diagonal, que podem até levar ao destacamento da cerâmica. O autor
define fissuramento e gretamento como aberturas liniformes que não dividem o corpo
cerâmico e tem aberturas menores que 1mm.

Campante (2001) explica que quando ocorrem na placa cerâmica, define-se trinca como
sendo a ruptura total do corpo cerâmico em duas ou mais partes após a sua fixação e possui
aberturas superiores a 0,5 mm. Gretamento é definido pelo autor como a fissuração (aberturas
de 0,5 a 0,1mm) da camada de esmalte superficial da placa cerâmica.

(Oliveira 2013) diz que segundo a NBR 13.818 (ABNT, 1997) a placa cerâmica não deve
apresentar gretamento durante o uso e a indústria considera como defeito de fabricação e têm
que reembolsar ou repor a peça. Trincas e fissuras quando ocorrem nas juntas entre placas
cerâmicas se localizam principalmente entre o rejunte e a lateral das peças.

39
Patologias em revestimento cerâmico 2020

Sabbatini (2001) atribuem a esse tipo de patologia as seguintes causas:

• Dilatação e retração do componente cerâmico: podem ocorrer devido a variação térmica ou


de umidade no corpo cerâmico, que geram um estado de tensões entre as camadas da placa
cerâmica.

• Deformação estrutural excessiva: estas deformações podem introduzir tensões na alvenaria


que, eventualmente, ficam submetidas à diferentes esforços que são completamente
absorvidos e assim são distribuídos aos revestimentos.

• Ausência de detalhes construtivos: alguns importantes detalhes construtivos como as vergas


e contra vergas nas aberturas das janela e portas; pingadeiras nas janelas e platibandas e as
juntas de movimentação nos revestimentos, podem auxiliar no bom desempenho do sistema.

Figura 45 Ilustração de gretamento-Fonte: (Pointerblog.com.br)

Figura 46 Ilustração de fissuras, trincas- Fonte:(Pointerblog.com.br)

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Patologias em revestimento cerâmico 2020

3.3 EFLORESCÊNCIA
Diz (pointer 2018) que A manutenção de uma residência envolve dedicação. Para que sua
casa seja sempre um ambiente seguro e confortável, é preciso conhecer os problemas que
podem surgir e os fatores que contribuem para isso. Portanto, é essencial saber quais são as
causas da eflorescência, patologia comum em paredes e pisos.

A eflorescência é uma das chamadas patologias que se dá na construção civil e se apresenta


como manchas brancas em revestimentos cerâmicos, alvenaria e concreto. Ela é o produto
de reações químicas que acontecem da seguinte maneira: alguns materiais, como a cal,
podem ter alto teor de hidróxido de cálcio. Esse hidróxido, em presença de água, é dissolvido.
Quando a água evapora, ele vai para a superfície do material e reage com o dióxido de
carbono do ar. Com essa reação, surgem as manchas. (pointer 2018)

Figura 47 Ilustração de eflorescência-Fonte:(Pointerblog.com.br)

Os fatores que contribuem nos no surgimento da eflorescência são vários mas como diz
(pointer 2018) os principais podem ser:

Materiais com alto teor de sais solúveis e/ou excesso de água

Sabe-se que, dentro da química, a quantidade de produtos é proporcional à quantidade de


reagentes. Então, o uso de materiais com alto teor de sais solúveis propicia o aparecimento
de manchas bem como o excesso de água, que facilita o transporte dos sais até a superfície.

Uma boa saída nesse caso é utilizar cimentos do tipo CPIII e CPIV. Eles têm pouco hidróxido
de cálcio em sua composição, o que dificulta o aparecimento da eflorescência.

Ambiente quente e húmido

A humidade em um ambiente pode fazer com que os vapores de água penetrem na superfície.
Ela solubiliza os sais internos e evapora junto com eles.

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Patologias em revestimento cerâmico 2020

Além disso, a temperatura funciona como um catalisador, fornecendo energia em forma de


calor. Isso faz com que as reações aconteçam de maneira mais rápida.

Impurezas na areia

Caso a areia usada para o preparo do concreto contenha impurezas, pode ser que a mistura
não seja densa o suficiente. Com isso, têm-se um material poroso, o que facilita o transporte
dos sais dissolvidos na água.

Quanto mais fechado for o caminho até o revestimento, mais difícil será o surgimento desse
fenômeno.

Fissuras no rejunte

Assim como o caso da areia, as fissuras no rejunte fazem com que existam vários espaços
vazios, pelos quais a água pode entrar, reagir e então sair, trazendo consigo as manchas.

Por isso, é importante cobrir qualquer fresta o mais rápido o possível. Conhecer as causas da
eflorescência é fundamental, não só por fatores estéticos, mas também por segurança já que
ela pode trazer consigo o mofo, que é danoso à saúde.
Portanto, é preciso investir em bons materiais, como peças de cerâmica esmaltada de
qualidade. Assim, é possível garantir o seu conforto e bem-estar.

3.4 DETERIORAÇÃO DAS JUNTAS


Esse tipo de patologia liga-se diretamente as argamassas de preenchimento das juntas de
assentamento (rejuntes) e de movimentação, comprometendo diretamente o desempenho do
sistema de revestimento cerâmico tanto na estanqueidade do conjunto quanto na capacidade
de absorver deformações. (santos 2012).
Os sinais de que está ocorrendo uma deterioração das juntas são: perda de estanqueidade da
junta e envelhecimento do material de preenchimento. A perda da estanqueidade pode
iniciar-se logo após a sua execução, através de procedimentos de limpeza inadequados.
(Oliveira 2009).

Para evitar a deterioração de juntas de movimentação deve-se realizar a dessolidarização das


mesmas através do preenchimento com mástique a base de poliuretano, ou aplicação de perfil
metálico que proteja-a da ação de intempéries, sem impedir a movimentação dos painéis da
fachada. (santos 2012).

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Patologias em revestimento cerâmico 2020

3.5 BOLOR

O termo bolor ou mofo é entendido como a colonização por diversas populações de fungos
filamentosos sobre vários tipos de substrato, citando-se inclusive as argamassas inorgânicas
(SHIRAKAWA, 1995).
O termo emboloramento, de acordo com Allucci (1988) constitui-se numa “alteração
observável macroscopicamente na superfície de diferentes materiais, sendo uma
consequência do desenvolvimento de microrganismos pertencentes ao grupo dos fungos”. O
desenvolvimento de fungos em revestimentos internos ou de fachadas causa alteração
estética de tetos e paredes, formando manchas escuras indesejáveis em tonalidades preta,
marrom e verde, ou ocasionalmente, manchas claras esbranquiçadas ou amareladas
(SHIRAKAWA, 1995).

Figura 48 bolor em revestimento cerâmico-Fonte:(conparblog.com.br)


3.6 DESTACAMENTOS DAS PLACAS
O destacamento é, basicamente, quando uma peça de cerâmica do revestimento se descola e
cai. Ele pode ocorrer tanto em ambientes internos e quanto nos externos, e o motivo de
preocupação vai muito além da estética. (Pointer 2018)

(Pointer 2018) diz que a aparência fica afetada quando há o desplacamento, mas também é
possível que aconteça algum tipo de acidente a placa atingir alguém, por exemplo. Além
disso, uma peça de cerâmica que cai no solo pode danificar o piso, trazendo gastos para
arrumá-lo.
3.6.1 Causas desse tipo de problema
(Pointer 2018) diz que o primeiro ponto a ressaltar é que não existe um cômodo em que ele
ocorra com mais frequência. Isso porque o uso do espaço não interfere no surgimento dessa
complicação. Também não são fatores como umidade e calor que causam o descolamento.
(Pointer 2018) alista abaixo os fatores que causam esse problema.

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Patologias em revestimento cerâmico 2020

Erros na execução

No que diz respeito à execução, a principal razão é não realizar a junta de dessolidarização,
que é um pequeno espaço entre a parede e o revestimento. Ela serve para absorver as
movimentações diferentes entre a estrutura e revestimento, para que as placas aguentem sem
soltar.

Figura 49 processo de execução-Fonte:(Pointerblog.com.br)

Outras razões nesse quesito incluem a forma com que as placas são colocadas, não realizar
dupla colagem da peça e não respeitar o tempo em aberto da argamassa.
O tempo em aberto é o intervalo entre a aplicação e a formação dos cordões de argamassa
colante até que se crie uma película que prejudica a aderência. Após a formação dessa
película esbranquiçada, a aderência não ocorre de forma correta, ficando fraca.

Especificação e qualidade dos materiais

É necessário prestar bastante atenção em qual argamassa você está adquirindo. Existem
diversos tipos, cada um tem suas próprias especificações e é indicado para diferentes usos.
Ignorar esse fator pode fazer com que você aplique em um ambiente externo uma argamassa
específica para locais internos, por exemplo, o que compromete a qualidade da sua obra.

Como evitar esse problema


O uso de matérias-primas adequadas e um bom trabalho são essenciais. É muito importante
respeitar o tempo em aberto ‘da argamassa colante.

Além disso, para realizar o assentamento das placas, aconselha-se que não se abra o pano de
argamassa maior que de 1,5 m². Ao aplicar a placa, é necessário romper completamente os
cordões desse material.

Conhecer as causas do destacamento é de suma importância para estar atento aos detalhes e
evitar dores de cabeça no futuro. É preciso contratar profissionais capacitados e contar com
bons fornecedores. Assim, você consegue o resultado mais satisfatório e duradouro possível,
garantindo o seu conforto e de sua família.

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Patologias em revestimento cerâmico 2020

3.7 MANCHAS DE HUMIDADE


Mancha de humidade é uma patologia que ocorre geralmente quando o revestimento
cerâmico é instalado em condições aceleradas, quando algumas etapas do processo não são
respeitadas ou quando há problemas de infiltração. (Gail 2020)

Diz (Gail 2020) que principal causa das manchas é a humidade que fica no contra piso e que
não é eliminada posteriormente. Falta, falhas e trincas em rejuntes também são causas de
manchas de humidade, pois são pontos passíveis de infiltração de água. Outro sintoma de
presença de humidade são as eflorescências, uma espécie de depósito de cristais provenientes
de sais que estavam dissolvidos na água e que, após sua evaporação, formam manchas na
superfície.

Toda base de concreto deve secar completamente antes de se executar a camada posterior. Se
esta humidade não for eliminada, consequentemente ela ficará retida abaixo do revestimento
cerâmico. Como a argamassa colante e o contra piso são porosos e permeáveis, haverá um
caminho livre para a água migrar lentamente até a superfície e ficar barrada no revestimento
cerâmico. (Gail 2020).

Figura 50 ilustração de manchas generalizadas-Fonte:(www.reisereis.com.br)

Como a placa cerâmica, por sua vez, não é permeável, a humidade fica retida sob o
revestimento. Caso haja algum tipo de acabamento, como uma capa de esmalte cerâmico
opaca, por exemplo, não será possível perceber a presença de água. (Gail 2020)
Já no caso das cerâmicas naturais, isto é, não esmaltadas ou, ainda, com uma camada de
esmalte transparente, a mancha de humidade ficará visível.

Esta humidade retida sob o revestimento cerâmico não é eliminada naturalmente com
facilidade, pois ela não consegue permear a cerâmica. O processo de secagem é lento,
podendo mesmo não ocorrer em casos de extrema humidade. O processo para eliminação
acelerada desta humidade deve ser feito por profissional especializado. (Gail 2020)

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Patologias em revestimento cerâmico 2020

Requisitos mínimos para evitar as manchas de humidade

Deixe a base de concreto secar por, pelo menos, 28 dias antes de fazer qualquer tipo de
regularização. Se o concreto molhar depois destes 28 dias, deixar que ele seque por, pelo
menos, mais 24 horas, para só então regularizar. (Gail 2020)

O contra piso deve secar por 7 dias antes de assentar, caso chova ou molhe o piso assentado,
iniciar a contagem de 7 dias após o término da chuva. Mesmo assim verificar se está
realmente seco antes de iniciar o assentamento. Quando está seco, o contra piso tem uma
tonalidade mais clara que o húmido ou molhado. (Gail 2020).

O rejunte deve ser feito somente 3 dias depois do assentamento. Caso chova ou molhe o piso
assentado, não rejuntar antes da total eliminação da humidade absorvida.

Como já abordamos, o contra piso é poroso e absorve humidade facilmente. Quando ele já
está revestido há menos pontos para eliminação da humidade (somente as juntas), o que
aumenta o seu tempo de secagem. (Gail 2020)

(Gail 2020) conclui que se qualquer uma destas etapas não for respeitada, é provável que haja
problemas de manchas de humidade antes da entrega da obra. É importante contar com mão
de obra especializada e produtos de qualidade.

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Patologias em revestimento cerâmico 2020

CAPíTULO 4 ANÁLISE CRÍTICA EM RELAÇÃO AOS


REVESTIMENTOS CERÂMICOS E AS PATOLOGIAS

De uma forma geral Moçambique está por dentro do processo de evolução que tem ocorrido
nos acabamentos com base em revestimento cerâmico, e tendo isso em consideração nos
deparamos também com um crescimento no surgimento de patologias que chega a ser bem
considerável, crescimento este que se for negligenciado acabamos por ter problemas ao longo
prazo, e tais problemas afetam a obra no geral, as patologias vão para alem dos acabamentos
e podem chegar ao ponto de comprometer a própria estrutura. E por esse mesmo motivo é
necessário estar a par de alguns aspetos que influenciam no geral a escolha da aplicação de
matérias desta natureza nos respetivos acabamentos.

4.1 VANTAGEM DOS REVESTIMENTOS CERÂMICOS


Tempo e dedicação são fatores essenciais durante a construção ou reforma de uma casa.
Muitas decisões precisam ser tomadas, como a escolha da cor das paredes, os tipos de
revestimentos, a mobília, enfim, tudo aquilo que um lar precisa para ser acolhedor,
personalizado e seguro.

Os ambientes internos da casa, geralmente, acabam se tornando o centro das atenções, afinal,
são neles que passamos a maior parte do tempo. Entretanto, os espaços externos também
precisam de uma boa estrutura e acabamento de qualidade.

Sendo assim, harmonizar durabilidade, praticidade, beleza e economia deve ser o objetivo
principal para quem planeja ter uma fachada sofisticada e segura em sua casa.

. Existe atualmente no mercado uma variedade imensa de materiais, tanto para o chão quanto
para as paredes. Escolher o ideal é uma tarefa que precisa ser muito bem executada. A
cerâmica, popularmente conhecida por sua utilização em aplicações internas, como cozinhas
e banheiros, pode e deve sim ser utilizada em projetos voltados à ambientes externos, como
na fachada da casa. Saiba por que em seguida. (Elizabeth 2017)

Durabilidade

A cerâmica é composta por uma mistura de argila e minerais, fórmula que a faz ser
considerada um dos revestimentos com maior durabilidade no mercado. Por se tratar de um
material bastante resistente, leva anos para começar a dar sinais de perda do brilho, da cor e
da textura. (Elizabeth 2017)

Essa durabilidade é excelente para uma fachada, já que esta sofre diariamente com a
exposição ao sol, à chuva, a ventos, entre outros fatores que podem causar danos à estrutura.
Portanto, revestir a fachada da casa com cerâmica agrega muito mais vida útil ao projeto.
(Elizabeth 2017)

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Patologias em revestimento cerâmico 2020

Beleza e sofisticação

Quando se fala em cerâmica, algumas pessoas pensam apenas naquelas casas antigas,
revestidas com modelos bem básicos e sem qualquer sofisticação. Porém, tudo mudou.

Através do uso de novas tecnologias em seu processo de fabricação, a cerâmica passou por
muitas atualizações. Hoje, é comercializada com uma enorme variedade de cores, texturas e
tamanhos, tornando-se assim uma ótima pedida para fachadas contemporâneas e cheias de
personalidade. (Elizabeth 2017)

Manutenção

Outra vantagem de utilizar a cerâmica no revestimento de fachadas é sua fácil manutenção.


Para manter espaços revestidos com esse material sempre limpos é muito simples: basta
utilizar um pano limpo, água e sabão. Isso é o suficiente para deixar tudo com cara de novo
e livre de manchas, pó e qualquer outro tipo de sujeira. (Elizabeth 2017)

Economia

Além de todas as vantagens citadas acima, a cerâmica é um tipo de revestimento


comercializado por preços bastante acessíveis. Ou seja, além de durável, bonita e de fácil
manutenção, reveste a fachada da casa sem que você precise gastar valores exorbitantes no
projeto. (Elizabeth 2017)

4.2 DESVANTAGEM DOS REVESTIMENTOS CERÂMICOS


As desvantagem nos revestimentos cerâmicos é algo que em hipótese alguma deve ser
ignorado quando se pretende aplicar este tipo de acabamento então abaixo teremos
desvantagens citadas por (santos 2012):

• Variação de preços dos revestimentos com custo final proporcional com a qualidade da
cerâmica empregada; 66

• Necessidade de aplicação em várias camadas (sistema de aplicação);


• Maior desperdício na montagem devido a cortes e quebra de materiais (projetos de
paginação de fachadas podem reduzir o desperdício);
• Maior controle na produção, com observância das juntas de dilatação e rejuntamento das
peças.
• Possibilidade de retenção de sujeiras quando não protegidas por elementos
arquitetónicos, tendo em vista sua aspereza;
• Dificuldade de reparos localizados (necessidade de repintura de panos contínuos, até
onde existam juntas ou mudanças de direção);
• Baixa resistência à ácidos;
• Necessidade mão de obra especializada na sua aplicação;

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Patologias em revestimento cerâmico 2020

• Erros na sua aplicação podem ocasionar consumo excessivo de material, emendas de


aplicação e manchas difíceis de serem reparadas;
• Dificuldade em aplicação em panos muito extensos pois não aceitam emendas, nem
retoques;
• Tem alto valor agregado sendo diretamente proporcional a espessura da aplicação da
textura e os materiais necessários para atingir a rugosidade esperada.

4.3 PORQUE DA NECESSIDADE DE SE CONHECER MAIS AS PATOLOGIAS


Como diz (pezzato 2008) O estudo das patologias que ocorrem no Sistema Revestimento
Cerâmico requer o entendimento do edifício como um todo, exigindo dos profissionais
(engenheiros e arquitetos) uma análise global de toda a estrutura e dos materiais que
compõem a construção. Requer conhecimentos específicos de engenharia estrutural, da
tecnologia da construção, do estudo do comportamento dos materiais e do seu processo
produtivo. Pois as patologias são notadas no fim da obra, mas tem origem em alguma parte
do percurso de execução, diz também (pezzato 2008) que em 1964 iniciaram as investigações
devido ao grande número de descolamentos que ocorriam nos revestimentos cerâmicos de
pisos e paredes, num período que houve um grande aumento do consumo de cerâmica, a qual
era aplicada por uma mão de obra sem treinamento. Utilizavam argamassas muito ricas em
cimento e para cumprir o cronograma das obras ignoravam as juntas de assentamento, as
juntas de movimentação e as juntas estruturais, quando existentes, assentando as placas
ininterruptamente.

Para resolver um problema do sistema revestimento cerâmico, geralmente é preciso realizar


sua completa retirada (placa, argamassa colante e rejunte) e efetuar novamente o
assentamento; os custos desses reparos chegam a alcançar uma vez e meia o custo do
assentamento inicial, além do desperdício de material, tempo, transtornos e possíveis
acidentes. No entanto, muitos problemas podem ser evitados, tomando-se os devidos
cuidados durante o projeto e a execução do edifício. (pezzato 2008)

Tendo em conta todos os aspetos citados acima acaba sendo inevitável concordar com o fato
de que é totalmente imperioso nos familiarizarmos com o mundo que são as patologias pois
assim é possível evitar-se grandes problemas no curso de vida de qualquer projeto executado.

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Patologias em revestimento cerâmico 2020

CAPíTULO 5- ESTUDO DE CASO

Moçambique é um pais em clara fase de expansão e por isso mesmo temos o grande foco de
desenvolver a área de construção, e com isso em mente diversos problemas devem ser
ultrapassados e este estudo de caso é mais um entre muitos problemas que enfrentamos no
dia a dia da área de construção civil.
Neste caso em particular iremos falar em específico de um problema que surgiu na fase de
acabamento do revestimento cerâmico de uma residência.

5.1 LOCALIZAÇÃO DO EMPRENDIMETO E IMAGEM DO PROJETO


A residencia em causa é localizada em boane na Avenida Kwame Nkrumah, 1035 1º e devido
a dificuldade de acesso so é possivel ter a localização por via da imagem abaixo que contem
as cordenadas

Figura 51 Localização em maps do local da obra fonte: (www.google.com/maps)

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Patologias em revestimento cerâmico 2020

Figura 52 Planta da residência-Fonte: Autor

A planta ilustrada acima corresponde a residência em causa no respetivo projeto onde ira-se
revestir toda fachada em material cerâmico que será melhor especificado em frente no
respetivo caso de estudo.

5.2 PESQUISA E ANÁLISE DO PROBLEMA E AS POSSÍVEIS SOLUÇÕES


A residência é tipo 3 e após a sua execução procedeu-se para fase de acabamento e nesta fase
decidiu-se pelo dono da obra usar-se revestimento cerâmico concretamente placas cerâmicas
como ilustra a imagem abaixo

Figura 53 Placas cerâmicas implantadas-Fonte: Autor

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Patologias em revestimento cerâmico 2020

Durante a implantação das placas cerâmicas notou-se zonas que sofreram por completo a
queda das respetivas placas o seja o destacamento.

Figura 54 Zona afetada pela patologia de destacamento-Fonte: Autor

Depois de notar-se o problema que estava a acontecer realizou-se uma reunião de equipe para
que se pode-se perceber oque estava acontecer, ou seja procurar saber qual eram os porquês
do que estava acontecer.
Com isso eu decide fazer uma pesquisa profunda em volta do assunto com o intuito de buscar
as possíveis causas e soluções para o problema que tínhamos em mão na obra corrente.

Figura 55 Destacamento parcial-Fonte: Autor

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Patologias em revestimento cerâmico 2020

Figura 56 Vista do problema-Fonte: Autor

5.3 COLETA DAS INFORMAÇÕES


As análises foram realizadas a partir de dados do projeto e de entrevistas e dados relacionados
com a execução da residência. Observações in loco completaram as informações. A
sistematização descrita a seguir foi utilizada para a coleta das informações.

• Dados de Identificação: arquiteto, engenheiro, construtora, localização, orientação solar,


entorno direto, número de pavimentos, área construída;

• Projeto: documentação, detalhes específicos, cronograma de


obra, memorial descritivo;

• Manifestações patológicas constatadas;

• Descrição do defeito da manifestação patológica;

• Localização das manifestações patológicas na residência;

• Período de execução: prazo para a conclusão de cada etapa, incluindo aplicação do substrato
(chapisco e emboço) após a conclusão da estrutura, aplicação da placa cerâmica após a
conclusão do emboço, aplicação da argamassa de rejuntamento após a aplicação das placas
cerâmicas;

• Materiais utilizados:, chapisco, emboço;

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Patologias em revestimento cerâmico 2020

• Placa cerâmica: tipologia, dimensão, pigmentação(cor), fabricante, acabamento;

• Técnicas construtivas: limpeza, procedência da mão de obra, testes de aderência, ensaio dos
materiais, argamassa colante, método de aplicação;

• Dados complementares: orientação do fabricante, conhecimento técnico da


equipe;

Todos os dados de identificação relativos aos fabricantes, engenheiros,


arquitetos, construtora e demais envolvidos na execução dos edifícios foram
suprimidos deste trabalho.

5.3 DOCUMENTAÇÃO
O projeto, aprovado pelo município, apresenta plantas baixas dos pavimentos, cortes e
fachadas. As fachadas foram desenhadas de modo genérico, sem detalhamento da paginação
das placas cerâmicas. Os projetos gráficos e o memorial descritivo não apresentam
detalhamento do sistema de revestimento cerâmico de fachada. Não foram previstas juntas e
telas em projeto.

5.4 PAGINAÇÃO DAS FACHADAS


A residência é composta por superfícies planas e simétricas de cor única. Horizontalmente a
modulação de 10 cm, referente ao conjunto da placa cerâmica com respetiva junta de
assentamento, é respeitada e não existem recortes nas placas cerâmicas neste sentido. No
encontro das placas cerâmicas de diferentes dimensões houve recortes. As juntas neste caso
não coincidem. Verticalmente são visíveis os recortes nas placas cerâmicas em diversos
pontos da fachada.

5.5 PLACAS CERAMICAS


Foram utilizadas placas cerâmicas de baixa absorção (menor que 6%) conforme dados do
fabricante. Prensadas, esmaltadas e tardoz com muratura poliorientada. Placas cerâmicas
com dimensões 7,5 x 7,5 cm na cor creme, Espessura média de 8 mm, observadas em obra.

5.6 ARGAMASSAS DE CHAPISCO E EMBOÇO


As argamassas de chapisco e emboço utilizadas na execução do edifício foram preparadas in
loco. O engenheiro não forneceu detalhes do traço de cada argamassa. Afirmou que
respeitava as normas brasileiras. A espessura do emboço, verificada nos pontos de
destacamento da placa cerâmica é maior que 2,5 cm.
5.7 MÃO DE OBRA
Os assentadores foram os mesmos para toda a obra, funcionários da própria
construtora. Segundo o mestre de obras, não houve treinamento para as equipes.

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Patologias em revestimento cerâmico 2020

5.8 PROCEDIMENTO DE EXECUÇÃO


Segundo o engenheiro, os procedimentos seguiram as normas técnicas. Inicialmente foi
executado o chapisco. Em seguida, realizada a aplicação do emboço. A aplicação da cerâmica
foi realizada em emboço úmido, na execução do emboço de cimento, areia e cal. Não foram
utilizadas desempenadeiras denteadas. As placas foram pressionadas com martelo de
borracha. O engenheiro não definiu os prazos de cada etapa.

5.9 ENSAIO DE MATERIAS


Não houve nenhum ensaio de materiais durante toda a execução. Testes de aderência também
não foram realizados. A verificação do preenchimento do tardoz em placas aleatórias durante
a execução do revestimento era desconhecida por parte dos envolvidos na execução da
residência.

5.10 DADOS COMPLEMENTARES


Não houve orientação sobre procedimentos de aplicação por parte do fabricante das placas
cerâmicas. Não foi solicitado nenhum tipo de consultoria ou esclarecimento sobre o sistema
de revestimento cerâmico de fachadas.

Depois de uma análise de tudo que se fez desde que a implantação teve início ate a fase em
que se ilustra nas imagens acima chegou-se a conclusão de se tratava de um caso de
destacamento que como já sabemos é uma das patologias mais comum em obra e com base
na minha pesquisa procedeu-se a para as respetivas correções.

5.11 ANALISE
Para a análise, utilizaram-se parâmetros da metodologia desenvolvida por CAMPANTE
(2001), onde, depois da constatação da manifestação patológica, procura-se definir a causa
imediata, em seguida a natureza ou causa secundária, chegando-se à possível origem.

A falha de apresentação e detalhamento no projeto executivo de obra civil pode ser


considerada a primeira origem do destacamento das placas cerâmicas. Nenhum procedimento
de execução dos sistemas de revestimento cerâmico de fachadas foi detalhado para a
construtora. Nem mesmo a descrição da absorção mínima para as placas cerâmicas quando
utilizadas em fachadas foram definidas.

Pela observação do estado do emboço e presença da argamassa nas placas destacadas,


percebeu-se que o destacamento ocorreu na camada do emboço e chapisco. A causa imediata
neste caso, poderia ser a falha de aderência entre as camadas de emboço e chapisco.

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Patologias em revestimento cerâmico 2020

A origem principal pode ser considerada o uso de técnica inadequada ou mal controlada pela
falta de procedimentos que pode abranger a falta de ensaio dos materiais, uso de argamassa
de emboço com traço inadequado para as condições de uso (alta retração na cura e baixa
capacidade para absorver deformações), deficiência em projeto, provável desrespeito aos
prazos mínimos de execução dos diferentes subsistemas, deficiência no controle da cada
etapa da execução ou uma combinação destes fatores.

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Patologias em revestimento cerâmico 2020

CAPÍTULO 6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

6.1 CONCLUSÃO
Problema proposto:

PATOLOGIAS EM REVESTIMENTO CERÂMICO

Moçambique é um pais que tem crescido no mundo da tecnologia de construção, mas como
é de conhecimento geral o básico nunca deve ser esquecido, ou seja, temos crescido passo a
passo sem esquecer onde começamos essa caminhada, e o revestimento cerâmico vem de
longe acompanhando a evolução nas técnicas de construção de forma isolada na área de
acabamentos, dando aquele toque que é um toque mais que estético.

No contexto dos objetivos que se pretendiam alcançar neste trabalho teve-se um resultado
satisfatório pois as possíveis causas das patologias foram identificadas tanto no contexto
geral e específico, no contexto geral temos as trincas, fissuras, gretamento, eflorescência,
deterioração das juntas, bolor e manchas de humidade, e no contexto específico destaca-se o
destacamento das placas, patologias estas que são causadas pelos erros cometidos na fase de
execução e preparo do projeto.
De modo específico deve-se priorizar a verificação do planeamento do projeto pré execução
pois nesta fase pode-se evitar os motivos que dão surgimento as patologias e isso é oque se
pretende.

O estudo aqui feito teve como foco patologias em revestimento cerâmico e com o estudo que
foi realizado da para dizer que as patologias em revestimento cerâmico é uma área de estudo
importante para a área de construção civil, pois com o crescimento do nosso pais as
necessidades de melhorar a qualidade dos acabamentos tem crescido e os revestimentos
cerâmicos com certeza não ficam para trás, ele tem uma função importante tanto como na
estética assim como na proteção das superfícies revestida.

Tendo isso em mente compreender as patologias se torna uma parte indispensável deste
trabalho, como diz Resende (2001) os revestimentos de fachada ajudam a garantir a
durabilidade, sendo sua principal função a proteção contra diversos agentes hostis e tendo
isso em mente é possível afirmar o grande peso que carrega o estudo das patologias nestes
revestimentos

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Patologias em revestimento cerâmico 2020

Também agora podemos afirmar o quanto o fator da execução tem um impacto direto no
surgimento de boa parte das patologias pois durante esse processo se encontram a maior parte
das falhas que dão origem as patologias.
Face a tudo por mim citado acima podemos dizer que de forma geral podemos ter soluções
para as patologias existentes assim como podemos soluções para não que não existam de vez
o registo das mesmas.

Para patologias existentes:

➢ Para as patologias existentes é imperioso que se reavalie o processo de execução e se


corrija o erro localizado, erro esse que trás custos adicionais a obra

Para a não existência das patologias:

➢ Neste caso é preciso que o projeto seja bem elaborado seguindo todas as normas
principalmente no que concerne ao controle de qualidade dos respetivos materias para a
execução do revestimento, e a mão de obra deve ser devidamente capacitada

6.2 RECOMENDAÇÕES
As patologias no geral tem se tornado um problema maior ao nível que moçambique vai
crescendo na área de construção e por esse mesmo motivo deve-se dar mais foco a esta área,
aumentado mais as pesquisas e estudo nesta área que diz respeito as patologias pois tais
patologias criam sérios problemas, problemas esses que consequentemente levam ao atraso
de obras, e isso gera mais gastos por esse mesmo motivo recomendo que se priorize mais o
foco atual que se tem no problema que são as patologias.

No caso de estudo que me deparei um dos principais fatores que deu origem a patologia foi
a falta de consolidação da hierarquia na área de trabalho e ma realização do projeto na pré
execução, por esse mesmo motivo a maior recomendação que deixo ficar é que não se deve
reduzir o peso de nenhuma parte do processo de execução do revestimento cerâmico, desde
Planeamento ate implantação, e falar a parte sobre a seleção dos profissionais para execução
e a escolha dos materias esses dois aspetos são o foco principal para que as chances de
existirem problemas sejas mais reduzida possível.

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Patologias em revestimento cerâmico 2020

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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ARAÚJO, Tecnologia, gerenciamento e qualidade na construção. São Paulo: Editora Pini,


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BAUER, L. A. FALCÃO. Materiais de Construção 2. São Paulo: Livros Técnicos e


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