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DEPILAÇÃO A LASER

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Portal Educação

P842d Depilação a laser / Portal Educação. - Campo Grande: Portal Educação,


2012.

152p. : il.

Inclui bibliografia
ISBN 978-85-8241-075-2

1. Dermatologia. 2. Estética. 3. Depilação - Laser. I. Portal Educação. II.


Título.

CDD 616.5
SUMÁRIO

1 ANATOMOFISIOLOGIA DO SISTEMA TEGUMENTAR: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA


DEPILAÇÃO A LASER ........................................................................................................................7

2 SISTEMA TEGUMENTAR .........................................................................................................8 2

2.1 PELE ..........................................................................................................................................9

2.1.1 Epiderme.....................................................................................................................................11

2.1.2 Derme ........................................................................................................................................15

2.2 HIPODERME .............................................................................................................................18

2.3 ANEXOS DA PELE....................................................................................................................19

3 ESTUDO DA UNIDADE PILOSSEBÁCEA ...............................................................................22

3.1 TIPOS DE PELO .......................................................................................................................28

3.2 CICLO DE CRESCIMENTO PILOSO ........................................................................................31

3.2.1 Fase Anágena ...........................................................................................................................33

3.2.2 Fase Catágena ..........................................................................................................................34

3.2.3 Fase Telógena...........................................................................................................................35

4 CLASSIFICAÇÃO DOS FOTOTIPOS CUTÂNEOS (ESCALA DE FITZPATRICK)..................38

5 DISFUNÇÕES RELACIONADAS À UNIDADE PILOSSEBÁCEA ...........................................43

5.1 HIRSUTISMO ............................................................................................................................43

5.2 HIPERTRICOSE ........................................................................................................................44

5.3 FOLICULITE ..............................................................................................................................47


5.4 PSEUDOFOLICULITE ...............................................................................................................49

5.5 FURÚNCULO ............................................................................................................................50

5.6 TRICORREXE NODOSA...........................................................................................................51

5.7 TRICOSTASE ESPINULOSA ....................................................................................................52

5.8 LEUCOTRICOSE .....................................................................................................................52

6 CONCEITOS DE DEPILAÇÃO E EPILAÇÃO...........................................................................54 3

6.1 DEPILAÇÃO E PROCESSOS DEPILATÓRIOS ........................................................................55

6.1.1 Lâmina .......................................................................................................................................55

6.1.2 Cremes depilatórios ...................................................................................................................56

6.1.3 Aparelhos elétricos que não eliminam a raiz .............................................................................57

6.1.4 Depilação a linha ou fio .............................................................................................................58

6.2 EPILAÇÃO E PROCESSOS EPILATÓRIOS .............................................................................59

6.2.1 Cera quente e fria ......................................................................................................................59

6.2.1.1 Cera quente .............................................................................................................................60

6.2.1.2 Cera fria ...................................................................................................................................61

6.2.2 Pinça..........................................................................................................................................62

6.2.3 Aparelhos elétricos que arrancam os pelos ...............................................................................63

6.2.4 Métodos para depilação definitiva (depilação permanente) .......................................................63

6.2.4.1 Eletrólise ..................................................................................................................................64

6.2.4.2 Luz intensa pulsada (LIP) ........................................................................................................65

6.2.4.3 Laser ........................................................................................................................................67

7 HISTÓRICO DO DESENVOLVIMENTO DO LASER ................................................................70


8 FUNDAMENTOS FÍSICOS DO LASER ....................................................................................73

8.1 RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA (REM) ................................................................................73

8.2 AMPLIFICAÇÃO POR EMISSÃO ESTIMULADA DE RADIAÇÃO .............................................75

9 CARACTERÍSTICAS DA LUZ LASER .....................................................................................77

10 CONSTITUIÇÃO DO EQUIPAMENTO DE LASER ..................................................................79

11 CLASSIFICAÇÃO E NOMENCLATURA DO LASER ...............................................................81 4

12 MODOS DE EMISSÃO DO LASER ..........................................................................................82

13 MECANISMOS DE AÇÃO DO LASER .....................................................................................84

13.1 FOTOTERMÓLISE SELETIVA ..................................................................................................88

14 EFEITOS GERAIS DO USO DO LASER ..................................................................................91

15 TIPOS DE LASER USADOS PARA DEPILAÇÃO DEFINITIVA ...............................................93

15.1 LASER RUBI DE PULSO LONGO (694nm) ..............................................................................94

15.2 LASER ALEXANDRITE DE PULSO LONGO (755nm) ..............................................................95

15.3 LASER DIODO DE PULSO LONGO (810nm) ...........................................................................96

15.4 LASER ND: YAG DE PULSO LONGO (1064NM) .....................................................................97

15.5 LASER Q-SWITCHED ND:YAG (1064NM) ...............................................................................98

15.6 LUZ INTENSA PULSADA (IPL): USO EM EPILAÇÃO .............................................................100

16 SEGURANÇA PARA O USO DO LASER ...............................................................................105

16.1 CLASSES DE RISCO PARA OS EQUIPAMENTOS LASER ...................................................107

17 SELEÇÃO DO PACIENTE, INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES.....................................110

17.1 PACIENTE IDEAL ....................................................................................................................110

17.2 INDICAÇÕES ...........................................................................................................................110


17.3 CONTRAINDICAÇÕES ............................................................................................................111

18 MODOS DE OPERAÇÃO E PARÂMETROS DE TRATAMENTO ...........................................112

18.1 FORMAS DE APLICAÇÃO .......................................................................................................113

18.1.1 Laser visível .............................................................................................................................113

18.1.2 Laser Invisível ..........................................................................................................................114

18.2 TEMPO DE DURAÇÃO ............................................................................................................115 5

19 AVALIAÇÃO DO CLIENTE E REGISTROS DE ACOMPANHAMENTO .................................116

19.1 ANAMNESE ............................................................................................................................ 116

19.1.1 Identificação do paciente .........................................................................................................116

19.1.2 Coleta da história clínica geral e depilatória .............................................................................117

19.2 EXAME FÍSICO ....................................................................................................................... 118

19.2.1Classificação da pele ................................................................................................................118

19.2.2 Inspeção ..................................................................................................................................118

19.2.3 Palpação ..................................................................................................................................119

19.3 PROTOCOLO PARA APLICAÇÃO DE LASER PARA EPILAÇÃO ..........................................120

19.4 TERMO DE CONSENTIMENTO PARA DEPILAÇÃO COM LASER ........................................123

20 ORIENTAÇÕES GERAIS AO TRATAMENTO ........................................................................126

20.1 ORIENTAÇÕES PRÉ-TRATAMENTO .....................................................................................126

20.2 ORIENTAÇÕES PARA O DIA DA DEPILAÇÃO A LASER .......................................................127

20.2.1 Teste prévio .............................................................................................................................128

20.2.2 Recursos relacionados ao alívio da dor ...................................................................................129

20.3 ORIENTAÇÕES PÓS-TRATAMENTO .....................................................................................129


21 PRECAUÇÕES NO USO DO LASER ..................................................................................... 131

22 RESULTADOS DE DEPILAÇÃO DEFINITIVA ........................................................................132

23 COMPLICAÇÕES E REAÇÕES ADVERSAS.........................................................................135

GLOSSÁRIO ......................................................................................................................................139

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................144

6
1 ANATOMOFISIOLOGIA DO SISTEMA TEGUMENTAR: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA
DEPILAÇÃO A LASER

Olá, seja bem-vindo (a) ao Curso de Depilação a Laser. Nosso objetivo é trazer a você
informações importantes em relação a essa técnica que ganhou destaque nos últimos anos
7
tornando-se uma interessante ferramenta de trabalho para os profissionais que atuam na área de
medicina estética e afins.

Cada vez mais, no mundo moderno, buscam-se soluções rápidas e seguras para
resolver situações corriqueiras do dia a dia. Múltiplas funções se acumulam e sobra pouco tempo
para nos dedicarmos ao embelezamento pessoal. Dentro desse contexto, a depilação a laser
definitivamente ganhou papel de destaque.

Comparativamente a métodos depilatórios temporários que são dolorosos, demorados


e muitas vezes pouco higiênicos (ceras, lâminas, espumas depilatórias), o laser proporciona
resultados eficazes, seguros e relativamente permanentes para remover pelos de diversas
partes do corpo e face (sobrancelhas, buço, bochecha, queixo, pescoço, seios, abdomem,
virilha, coxas, axilas, entre outros).

O laser pode ser utilizado em todos os tipos de pele, sem muita dor e com resultados
garantidos, reduzindo aproximadamente 80% dos fios na região tratada. Existem vários tipos de
equipamentos. Entre eles podem ser citados: o Laser Diodo; o Laser Nd: Yag; o Laser Soprano
XL, entre outros. As características destes equipamentos serão detalhadas nos módulos
seguintes.

Para que você entenda perfeitamente como funciona o processo de depilação a laser é
importante conhecer detalhadamente os componentes anatômicos do sistema tegumentar e da
unidade pilossebácea. Dessa maneira, você irá compreender como o equipamento consegue
agir sobre essas estruturas e remover definitivamente os fios nos locais tratados.
2 SISTEMA TEGUMENTAR

O sistema tegumentar ou tegumento (FIGURA 1) é um conjunto de estruturas que


envolvem o organismo humano fazendo uma barreira protetora contra agentes externos. Além
da função de proteção, o tegumento também é responsável pela regulação da temperatura
8
corporal por meio da produção e excreção do suor e pela produção de substâncias importantes
para o nosso organismo, como vitaminas e proteínas (CEDERJ, 2011).

FIGURA 1 – SISTEMA TEGUMENTAR (PELE/HIPODERME/ANEXOS)

FONTE: AMORIM, A. Pele. Disponível em: <http://andramorim.blogspot.com/2010/12/como-funciona-esse-processo-


em-nosso.html>. Acesso em: 06 out. 2011.

O sistema tegumentar é formado pela pele (epiderme e derme), pela hipoderme (tela
subcutânea) e pelos anexos cutâneos (folículos pilosos, unhas, glândulas sebáceas e glândulas
sudoríparas) (CEDERJ, 2011).

2.1 PELE

A pele, (FIGURA 2) também chamada de cútis, é o principal componente do sistema


tegumentar. É considerada um grande órgão de revestimento e proteção do organismo,
constituindo aproximadamente 15% do peso corporal total. Reveste praticamente todo o corpo,
estando ausente apenas nos orifícios genitais, boca e olhos por onde se estende por intermédio
das mucosas. A pele varia em espessura e cor nas diferentes regiões do corpo e de acordo com
as características raciais e de idade de cada indivíduo (CEDERJ, 2011).

FIGURA 2 – DETALHE DA PELE HUMANA

FONTE: WIKIPÉDIA. Pele. Disponível em:


<http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Human_skin_structure.jpg>. Acesso em: out.2011.
A pele exerce funções extremamente importantes para o equilíbrio do nosso corpo. O
quadro abaixo resume algumas dessas funções (QUADRO 1):

QUADRO 1 – PRINCIPAIS FUNÇÕES DA PELE

Barreira entre o organismo e o meio externo;

Proteção contra desidratação e radiação UV;


10
Proteção contra traumas mecânicos;

Excreção de produtos tóxicos do metabolismo celular (ureia, amônia e ácido úrico);

Regulação hídrica (impede a perda ou a entrada excessiva de líquidos);

Regulação da temperatura corporal pelo suor (termorregulação);

Armazenamento de substâncias (água, açúcares e gorduras);

Sensibilidade (a pele possui terminações nervosas para tato, pressão, calor e dor);

Imunidade (células epidérmicas são importantes para a imunidade);

Regulação metabólica (síntese de vitamina D, essencial para a fixação do cálcio).

FONTE: CEDERJ, 2011.

A pele compõe-se por duas camadas principais: a epiderme (mais superficial e


composta por tecido epitelial) e a derme (mais profunda e composta por tecido conjuntivo)
(JUNQUEIRA; CARNEIRO, 1999).
2.1.1 Epiderme

A epiderme é a camada mais superficial da pele. É formada por um tipo de tecido


chamado tecido epitelial de revestimento (FIGURA 3). Esse tipo de tecido se caracteriza por
possuir células muito próximas entre si, com pouca substância intercelular entre elas e por serem
11
avasculares, ou seja, não possuem circulação sanguínea própria e dependem de tecidos
próximos para serem oxigenados e nutridos (Beltramini, 2011).

FIGURA 3 – TECIDO EPITELIAL DE REVESTIMENTO

FONTE: UFPEL. Tecido epitelial. Disponível em:


<http://minerva.ufpel.edu.br/~mgrheing/cd_histologia/geral/estratificado.htm>.

Acesso em: 06 out. 2011.

A espessura da epiderme varia de acordo com o local do corpo, sendo mais espessa
na palma das mãos e na planta dos pés. Em geral, podemos dizer que a epiderme é formada por
cinco camadas ou estratos: córnea, lúcida, granulosa, espinhosa e basal (CEDERJ, 2011)
(FIGURA 4):
 Camada córnea: camada mais superficial, formada por células achatadas e
mortas que descamam continuamente;

 Camada lúcida: camada delgada e fina, ausente nas peles finas;

 Camada granulosa: formada por células epiteliais em degeneração;

12

 Camada espinhosa: formada por células de aspecto espinhoso com importante


função na coesão das células da epiderme;

 Camada basal: camada mais profunda, responsável pela renovação da epiderme.


Fornece células para substituir as células perdidas na camada córnea.

FIGURA 4 – CAMADAS DA EPIDERME

FONTE: CEDERJ. Sistema tegumentar. Disponível em:


<www.d.yimg.com/kq/groups/18803735/1895055385/name/Corpo>. Acesso em: 06 out. 2011
A principal célula da epiderme é o queratinócito (FIGURA 5), que realiza a produção de
queratina (CEDERJ, 2011).

FIGURA 5 – QUERATINÓCITOS (CÉLULAS TÍPICAS DA EPIDERME)

13

FONTE: DERMATO-INFO. L'ÉPIDERME. Disponível em: <http://dermato-


info.fr/La_peau_normale/Un_organe_multifonction/page2>. Acesso em: 06 out.2011

Os queratinócitos são formados na camada mais profunda da epiderme (camada


basal) e depois de formados são empurrados em direção à camada córnea. Para que um
queratinócito da camada basal atinja a camada córnea, são necessários 21 a 28 dias. Quando
os queratinócitos estão em fase inicial de desenvolvimento, ainda na camada basal, são
denominados de células germinativas. Quando atingem a camada córnea, são denominados
corneócitos (CEDERJ, 2011) (FIGURA 6).
FIGURA 6 – CAMINHO DO QUERATINÓCITOPARA A CAMADA CÓRNEA

14

FONTE: DERMATO-INFO. L'ÉPIDERME. Disponível em: <http://dermato-


info.fr/La_peau_normale/Un_organe_multifonction/page2>. Acesso em: 06 out.2011.

Você sabia?

Além dos queratinócitos, na epiderme existem ainda duas importantes células: o melanócito, que
sintetiza e secreta a melanina, um dos pigmentos responsáveis pela coloração da pele e as
células de Langerhans, que exercem função de defesa imunitária (CEDERJ, 2011).

A epiderme exerce funções importantes para a pele. O quadro a seguir resume


algumas dessas funções (QUADRO 2):
QUADRO 2 – PRINCIPAIS FUNÇÕES DA EPIDERME

Proteção contra traumas físicos e químicos;

Resistência às forças de tensão à epiderme;

Proteção contra entrada de substâncias tóxicas;

Proteção dos efeitos nocivos dos raios ultravioletas;

Prevenção da desidratação e perda de eletrólitos; 15

Restrição da passagem de corrente elétrica;

Proteção contra o encharcamento quando em contato com a água.

FONTE: CEDERJ, 2011.

2.1.2 Derme

A derme é a camada mais profunda da pele, situada logo abaixo da epiderme. É


formada por um tipo de tecido chamado tecido conjuntivo, ricamente vascularizado e inervado
(FIGURA 7). Esse tipo de tecido se caracteriza por possuir muita substância intercelular e fibras
conjuntivas responsáveis pela sustentação e elasticidade da pele (BELTRAMINI, 2011).

As fibras do tecido conjuntivo são proteínas polimerizadas que formam estruturas


alongadas presentes em quantidades variáveis em cada tipo de tecido conjuntivo e podem ser
classificadas em três tipos:

 Colágenas: constituídas por colágeno. São as mais frequentes no tecido


conjuntivo. São grossas e resistentes;

 Reticulares: constituídas por colágeno. Sustentam certos órgãos hematopoiéticos


(baço e linfonodos) e circundam órgãos epiteliais (fígado e algumas glândulas
endócrinas);

 Elásticas: constituídas por elastina, conferem elasticidade ao tecido conjuntivo


frouxo, complementando a resistência das fibras colágenas.

FIGURA 7 – TECIDO CONJUNTIVO

16

FONTE: HISTOPATOLOGIA. Pele. Disponível em: <http://www.histopato.com/azul/Hipertext/rep-piel.htm>. Acesso


em: 06 out.2011.

A derme é formada por duas camadas: camada papilar (parte mais externa da derme
que está em contato direto com a epiderme) e camada reticular (mais profunda e que constitui a
parte principal da derme) (CEDERJ, 2011) (FIGURA 8).

FIGURA 8 – CAMADAS DA DERME - Derme: camada papilar (DP) e camada reticular (DR)

FONTE: UFPEL. Pele delgada. Disponível em:


<http://minerva.ufpel.edu.br/~mgrheing/cd_histologia/especial/peledelgada.htm>.

Acesso em: 06 out.2011.


Você sabia?

As principais células da derme são os fibroblastos, responsáveis pela produção de proteínas que
dão origem a fibras colágenas e elásticas que proporcionam sustentação e elasticidade para a
pele. A derme possui, ainda, inúmeros corpúsculos sensoriais e táteis e terminações nervosas
(CEDERJ, 2011).

A derme é ricamente vascularizada, sendo responsável pela nutrição sanguínea da


epiderme. O limite entre a epiderme e a derme é bastante irregular. A epiderme projeta cristas 17
em direção à derme, que são acompanhadas pelo tecido conjuntivo da derme (papilas dérmicas)
(CEDERJ, 2011). Essa interação entre epiderme e derme ajuda a fixar mecanicamente as
camadas da pele (FIGURA 9).

FIGURA 9 – PAPILAS DÉRMICAS

FONTE: LIMA, A. O melhor da anatomia. Disponível em:


<http://omelhordaanatomia.blogspot.com/2011/05/sistema-tegumentar-continuacao.html>.

Acesso em: 06 out. 2011.

Assim como a epiderme, a derme também exerce funções importantes para a pele. O
quadro abaixo resume algumas dessas funções (QUADRO 3):
QUADRO 3 – PRINCIPAIS FUNÇÕES DA DERME

Promoção da flexibilidade tecidual;

Proteção contra traumas mecânicos;

Manutenção da homeostase orgânica;

Armazenamento de sangue para eventuais necessidades primárias do organismo;

Ruborização quando de respostas emocionais; 18

Segunda linha de proteção contra invasões de microorganismos.

FONTE: ANGELICA, 2011.

Logo abaixo da pele está situada a hipoderme ou tela subcutânea que exerce papel de
sustentação e reserva energética.

2.2 HIPODERME (TELA SUBCUTÂNEA)

A hipoderme ou tela subcutânea não faz parte da pele, porém está intimamente ligada
a ela. É constituída por septos de colágeno, vasos sanguíneos e células adiposas. Além de
funcionar como depósito energético, a hipoderme exerce as funções de proteção contra
choques, manutenção da temperatura orgânica e modelagem corporal (AZULAY; AZULAY,
1999).

A hipoderme é formada por duas camadas separadas por uma lâmina fibrosa: a
camada areolar (superficial), formada por adipócitos globulares, volumosos, numerosos e
delicados vasos sanguíneos; e a camada lamelar (profunda). A camada lamelar aumenta sua
espessura (hiperplasia) quando ocorre ganho de peso (AZULAY; AZULAY, 1999) (FIGURA 10).
FIGURA 10 – HIPODERME

19

FONTE: CRUZ,L. Biologia humana. Disponível em:


<http://lorenabiohumana.blogspot.com/2009/11/practica-7-observacion-de-tejidos.html>.

Acesso em: 07 out. 2011.

2.3 ANEXOS DA PELE

Os anexos da pele (FIGURA 11) são os pelos, as unhas e as glândulas sebáceas e


sudoríparas (ANGÉLICA, 2011):

 Pelos: originam-se de uma invaginação da epiderme (folículo piloso) e estão


distribuídos por quase todo o corpo. Em certas regiões, como nas aberturas do
corpo, exercem papel de proteção;

 Unhas são lâminas córneas formadas pela camada córnea. Em sua extremidade
proximal uma estreita prega da epiderme se estende, formando o eponíquo.
Possuem coloração rosada;
 Glândulas sebáceas: são encontradas anexas aos pelos em todas as regiões do
corpo, sendo mais numerosas, mas de menor volume, nas regiões onde os pelos
são abundantes. Sua secreção é uma mistura complexa de lipídios cuja função é
a lubrificação da pele;

 Glândulas sudoríparas: estão distribuídas em todo o corpo e secretam um fluido


de cloreto de sódio, ureia, sulfatos e fosfatos que regulam a temperatura corporal.

20
FIGURA 11 – ANEXOS CUTÂNEOS

FONTE: CEDERJ. Sistema tegumentar. Disponível em:


<www.d.yimg.com/kq/groups/18803735/1895055385/name/Corpo>. Acesso em: 07 out. 2011

Você entendeu?

A pele é o principal componente do sistema tegumentar e subdivide-se em epiderme e derme. A


epiderme é avascular e possui cinco camadas (córnea, lúcida, granulosa, espinhosa e basal),
sendo responsável pela síntese de queratina por meio dos queratinócitos. A derme é ricamente
vascularizada e subdivide-se em duas camadas (papilar e reticular), sendo responsável pela
síntese de colágeno por intermédio dos fibroblastos. Logo abaixo da pele está à hipoderme,
camada gordurosa que funciona como depósito energético e proteção contra choques,
manutenção da temperatura orgânica e modelagem corporal. Os anexos cutâneos são os pelos,
as unhas e as glândulas sebáceas e sudoríparas.

21
3 ESTUDO DA UNIDADE PILOSSEBÁCEA

Após concluir a revisão do sistema tegumentar, iniciaremos um detalhamento sobre um


de seus anexos cutâneos: o pelo. Trata-se, obviamente, do assunto principal do nosso estudo.
Afinal, é sobre ele e suas estruturas que atuaremos ao realizar a depilação a laser.
22
O pelo (FIGURA 12) é uma matéria semiviva que recobre determinadas partes do
corpo, em maior ou menor quantidade, com função protetora. Quando um ser humano nasce,
seu corpo é revestido por cerca de cinco milhões de folículos pilosos. Não são formados folículos
adicionais após o nascimento (CEDERJ, 2011).

FIGURA 12 – ESTRUTURA DO PELO

1 – Pelo;

2 – Superfície da pele;

3 – Sebo;

4 – Folículo piloso;

5 – Glândula sebácea.

FONTE: WIKIPÉDIA. Pelo. Disponível em: <(http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:HairFollicle2.jpg)>. Acesso em: 07


out. 2011

A função principal dos pelos, como já dissemos, é a de proteção. Os pelos presentes nas
narinas, ouvidos, olhos, axilas, púbis e os cabelos, protegem a pele e o couro cabeludo contra a luz solar,
o frio e o calor. Além dessa função fisiológica, no ser humano, pelos e cabelos exercem também
importante função estética. Suas alterações muitas vezes influenciam negativamente a qualidade de vida
dos indivíduos (SAMPAIO; RIVITTI, 2001).

Os pelos originam-se de uma invaginação da epiderme. Dessa invaginação surgem


pequenas estruturas chamadas folículos pilosos (FIGURA 13). O folículo piloso no pelo em
fase de crescimento apresenta uma dilatação terminal, que é o bulbo piloso, e, na sua porção
central, uma papila dérmica, que induz o crescimento do pelo (CEDERJ, 2011).

23
FIGURA 13 – FOLÍCULO PILOSO

FONTE: REGIS. Pelo. Disponível em: <http://clinicaregis.com.br/>. Acesso em: 07 out. 2011

As células que recobrem a papila formam a raiz do pelo, que é constituída por
queratinócitos e melanócitos. À medida que os queratinócitos da raiz do pelo se diferenciam,
eles vão sofrendo queratinização, incorporando melanina e aflorando na superfície da epiderme
(CEDERJ, 2011).
A forma dos pelos depende das fibrilas, que são substâncias formadas por proteínas,
que dão força e resistência aos pelos. Se as fibrilas são retas, os pelos são lisos, mas se as
fibrilas tiverem a forma de anéis, o pelo será ondulado (TONEDERM, 2011).

Os pelos crescem em níveis diferentes em cada indivíduo e essas alterações estão


relacionadas a diversos fatores: características genéticas, idade, sexo, raça, estação do ano,
peso corporal, metabolismo, equilíbrio hormonal, uso de medicamentos, entre outros
(TONEDERM, 2011).
24
Um pelo completo é formado por três regiões com diferentes níveis de queratinização:
medula, córtex e cutícula (CEDERJ, 2011) (FIGURA 14).

 Medula: porção mais central e pouco queratinizada. Está presente em pelos


maduros. É constituída por uma ou duas camadas de grandes células sem núcleo;

 Córtex: camada intermediária que envolve a medula e ocupa a maior parte do pelo.
Possui células epiteliais ricas em melanina, responsáveis pela coloração do pelo. A
cor do pelo é relacionada à quantidade de melanina formada durante seu
crescimento e depositada no córtex. Se o pigmento dominante for melanina a cor
será preta, e se o pigmento principal for à feomelanina a cor será amarela ou
vermelha;

 Cutícula: camada mais externa e mais queratinizada. Constituída por células em


plaquetas encaixadas como escamas. Não possui pigmento.
FIGURA 14 – PELO COMPLETO

25

FONTE: LAROCHE-POSAY. Bulbo capilar ou raiz capilar. Disponível em: <http://www.laroche-posay.pt>. Acesso
em: 07 out. 2011

Perifericamente, o folículo piloso é envolvido pelas bainhas radiculares interna e


externa e é separado do tecido conjuntivo da derme por uma membrana basal bem
desenvolvida, a membrana vítrea (CEDERJ, 2011).

Na bainha conjuntiva que circunda o folículo piloso, existe o músculo eretor do pelo
se fixando, de um lado, na bainha e de outro, na derme. A sua contração provoca o eriçamento
do pelo (CEDERJ, 2011) (FIGURAS 15 e 16).
FIGURA 15 – DETALHAMENTO DA MICROESTRUTURA DO PELO

26

FONTE: ROSSETI, ML. Acne em la adolescência. Disponível em: <http://www.yio.com.ar/acne/acne.html>. Acesso


em: 07 out. 2011
FIGURA 16 – LÂMINAS DA MICROESTRUTURA DO PELO

27

FONTE: HISTOPATOLOGIA. Piel. Disponível em: <http://www.histopato.com/azul/Hipertext/rep-piel.htm>. Acesso


em: 08 out. 2011

Você entendeu?

O pelo é uma estrutura semiviva que recobre o corpo e exerce a função de proteção da pele e do
couro cabeludo contra a luz solar, o frio e o calor. Ele surge de uma invaginação da epiderme
denominada folículo piloso. Quando o pelo está em crescimento, o folículo apresenta uma
dilatação terminal chamada bulbo piloso e na sua porção central, uma papila dérmica, que induz
o crescimento do pelo. As células que recobrem a papila formam a raiz do pelo. O formato dos
pelos depende das fibrilas que dão força e resistência aos pelos. Um pelo completo é formado
por três regiões: medula (porção mais central e pouco queratinizada); córtex (camada
intermediária que envolve a medula e ocupa a maior parte do pelo) e cutícula (camada mais
externa e mais queratinizada). Perifericamente, o folículo piloso é envolvido pelas bainhas
radiculares interna e externa. Nessa bainha existe o músculo eretor do pelo que provoca seu
eriçamento.
3.1 TIPOS DE PELOS

Existem diversos tipos de pelos que, em épocas diferentes, recobrem o corpo humano
(Meira, 2011): lanugem, vêlus e o pelo terminal.

28

 Lanugem: é o pelo que cobre o feto, e desaparece após o nascimento. É delgado e


macio. É produzido pelos folículos fetais e se desprende no útero entre o sétimo e o
oitavo mês de gestação ou logo após o nascimento. Ao nascer o bebê apresenta
uma camada de gordura e resíduos de lanugem denominada vernix caseoso
(FIGURA 17);

FIGURA 17 – VERNIX CASEOSO: MISTURA DE SEBO GORDUROSO E LANUGEM QUE RECOBRE O CORPO
DO RECÉM-NASCIDO

FONTE: PEDIATRIA BRASIL. Vérniz caseoso. Disponível em: <http://www.pediatriabrasil.com.br/2010/08/vernix-


caseosa.html>. Acesso em: 08 out. 2011

 Velus: é o pelo que substitui a lanugem após o nascimento. É macio, fino (<0,1
mm), curto (< 2 cm) e pouco pigmentado. Pode ser encontrado normalmente nas
faces das mulheres (FIGURA 18) ou na área de calvície dos homens;
FIGURA 18 – VELUS

29
FONTE: LAY-ANG. Hirsutismo. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/biologia/hirsutismo.htm>. Acesso em:
07 out. 2011

 Pelo terminal: é o pelo que substitui o velus. É mais comprido (> 2cm), mais grosso
(até 0,6 mm), pigmentado, visível e medulado. Encontrado nas axilas, regiões
pubianas, pernas, sobrancelhas, cílios, barba, bigode e cabelos do couro cabeludo.

Dentre todas as regiões que possuem pelos terminais e que, portanto, podem ser
depiladas, a axila e a virilha são as mais solicitadas, sobretudo, pelas mulheres. No homem, a
depilação é mais comum na região do tórax e abdômen. Daí a importância de conhecermos um
pouco mais sobre as características dos pelos dessas regiões (WIKIPÉDIA, 2011):

 Pelos axilares: pelos presentes na parte interna da axila, popularmente denominada


como “sovaco”. Como a maioria dos outros pelos, surge na puberdade e seu
crescimento é concluído até o final da adolescência. Exercem função sexual, pela
liberação de feromônios, servem de acolchoamento "antiatrito" entre a parte superior do
braço e tórax e mantém a umidade longe da pele, impedindo a colonização bacteriana
(FIGURA 19).

 Pelos púbicos (pubianos): pelos grossos localizados na região frontal da pelve, acima
e à volta dos órgãos sexuais masculino e feminino. Sua função no ser humano é a
proteção dos órgãos sexuais contra o frio. Uma função secundária é o estímulo pelo
atrito durante o ato sexual (FIGURA 19).
FIGURA 19 – PELOS TERMINAIS AXILARES E PUBIANOS

PELOS AXILARES PELOS PUBIANOS

30

FONTE: WIKIPÉDIA. Pelos axilares. Disponível em: FONTE: WIKIPÉDIA. Pelos pubianos. Disponível em:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Axilla_hairy.jpg>. Acesso <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Pubic_Hair_(natural,
em: 8 out. 2011 _untrimmed)_01.jpg>. Acesso em: 08 out. 2011

 Pelos abdominais: antes da puberdade, o abdômen de meninos e meninas é coberto


por uma fina camada de pelo. Em resposta aos crescentes níveis de hormônios durante
e após a puberdade começam a surgir pelos mais grossos, longos e escuros no
abdômen, principalmente nos meninos (FIGURA 20).
FIGURA 20 – PELOS TERMINAIS EM ABDOMEM E TÓRAX

31

FONTE: WIKIPÉDIA. Pelos abdominais. Disponível em:


<http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Abd%C3%B4men_masculino.jpg>. Acesso em: 08 out. 2011

Resumindo...

Existem diversos tipos de pelos que, em épocas diferentes, recobrem o corpo humano: lanugem
(pelo que cobre o feto, e desaparece após o nascimento); vêlus (pelo que substitui a lanugem
após o nascimento e que também pode ser encontrado nas faces femininas ou nas áreas de
calvície em homens) e o pelo terminal (pelo mais comprido, mais grosso e pigmentado,
encontrado nas axilas, pubis, pernas, sobrancelhas, cílios, barba, bigode e cabelos). Dentre
todas as regiões que possuem pelos terminais (podem ser depiladas), a axila e a virilha são as
mais solicitadas por mulheres e a região do tórax e abdomem por homens.

3.2 CICLO DE CRESCIMENTO PILOSO

Os pelos não crescem continuamente. Há uma alternância de fases de crescimento e


repouso que dura um período variável de dois a sete anos. A atividade de crescimento cíclico de
cada folículo piloso nos humanos é individual. O ciclo dos pelos ocorre um número suficiente de
vezes para manter os pelos sempre presentes na maior parte da superfície corporal e do couro
cabeludo.

A qualquer momento temos uma quantidade de pelos em fases diferentes de repouso,


crescimento e de desprendimento. Existem três fases que se sucedem: anágena (crescimento);
catágena (repouso); telógena (desprendimento) (FIGURA 21) (MEIRA, 2011):

32

FIGURA 21 – CICLO DE CRESCIMENTO PILOSO

FONTE: LUNA, F. Ciclo de crescimento do pelo. Disponível em:


<http://drafabialuna.site.med.br/index.asp?PageName=Ciclo-20de-20Crescimento-20do-20P-EAlo>. Acesso em: 08
out. 2011.
3.2.1 Fase Anágena

Fase em que o pelo está-se em crescimento. As células dividem-se e queratinizam-se


ativamente. O pelo está fixo dentro do folículo, alimenta-se de sangue e cresce. Se for puxado
por epilação mecânica nesta fase, a pessoa sente um estímulo doloroso. Neste período, a
33
epilação mecânica só remove o pelo velho e já condenado a cair. O pelo novo que ainda não
está formado não é suficientemente comprido, escapa à depilação e obstrui o fundo do folículo,
não atingindo, desta forma, as células germinativas. A fase anágena dura de dois a cinco anos,
sendo que 85% dos pelos estão nesta fase (REGIS, 2011) (FIGURA 22).

FIGURA 22 – CICLO DE CRECIMENTO DO PELO: FASE ANÁGENA

FONTE: MACEDO, FS; MONTEIRO, EO. Epilação com laser e luz intensa pulsada. Disponível em:
<http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=3981>. Acesso em: 09 out. 2011.
3.2.2 Fase Catágena

Fase em que o pelo está em contato íntimo com as células germinativas. O


crescimento já terminou e o pelo está queratinizado e implantado no fundo do folículo. É o
período ideal para se realizar a depilação, pois o pelo é arrancado com a bainha epitelial,
34
deixando à mostra a camada germinativa para ser destruída pelo laser. Dura cerca de um ano e
10% dos pelos estão nesta fase (REGIS, 2011) (FIGURA 23).

FIGURA 23 – CICLO DE CRECIMENTO DO PELO: FASE CATÁGENA

FONTE: MACEDO, FS; MONTEIRO, EO. Epilação com laser e luz intensa pulsada. Disponível em:
<http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=3981>. Acesso em: 15 out. 2011.
3.2.3 Fase Telógena

Fase em que o enfraquecimento da união entre a base do folículo e o pelo produz sua
queda. Nesta fase, nasce um novo pelo dentro do folículo e à medida que cresce, vai
empurrando para fora o pelo velho. Dura de três a quatro meses e 5% dos pelos estão nesta
35
fase. Em seguida, os pelos passam por uma fase de repouso e entram novamente na fase
anágena, reiniciando o ciclo (REGIS, 2011) (FIGURA 24).

FIGURA 24 – CICLO DE CRECIMENTO DO PELO: FASE TELÓGENA

FONTE: MACEDO, FS; MONTEIRO, EO. Epilação com laser e luz intensa pulsada. Disponível em:
<http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=3981>. Acesso em: 15 out. 2011.

A duração destas fases difere entre as regiões do corpo, assim como a taxa de
crescimento diária dos pelos (o que caracteriza os diferentes tamanhos dos folículos pilosos),
conforme descrito no quadro 4, a seguir:
QUADRO 4 – CICLO DO PELO DE ACORDO COM A REGIÃO ANATÔMICA

Região do corpo Duração da fase Duração da fase % de pelos na fase


anágena (meses) telógena (meses) telógena

Cabeça 48-72 3-4 10-15

Sobrancelhas 1-2 3-4 85-94

Buço 2-5 1,5 34


36
Barba 12 2-3 15-20

Axila 3-6 3-6 31-79

Púbis 3-6 0,5 65-81

Coxas 1-2 2-3 64-83

Pernas 4-6 3-6 62-88

FONTE: adaptado de MACEDO; MONTEIRO, 2011.

Você sabia?

O melhor período para executar-se a depilação definitiva vai desde o momento final da fase
anágena até o início da fase catágena. Isso porque neste intervalo de tempo é certo que os
pelos estejam em contato direto com suas matrizes germinativas e possam melhor ser atingidos
pelo laser. Porém, como nem todos os pelos encontram-se ao mesmo tempo em igual fase de
desenvolvimento, não é possível realizar uma depilação definitiva em uma única sessão.

Resumindo...

Os pelos do nosso corpo não crescem continuamente. O ciclo de crescimento se dá em três


fases sucessivas: anágena (fase em que o pelo está em crescimento e as células se dividem
ativamente – 85% dos pelos estão nesta fase); catágena (fase em que o crescimento já terminou
e o pelo está implantado no fundo do folículo, sendo o período ideal para se realizar a depilação
– 10% dos pelos estão nesta fase) e telógena (fase em que o pelo enfraquece e cai, surgindo um
novo pelo no folículo – 5% dos pelos estão nesta fase).

37
4 CLASSIFICAÇÃO DOS FOTOTIPOS CUTÂNEOS (ESCALA DE FITZPATRICK)

Para a realização segura da depilação a laser precisamos conhecer a classificação dos


fototipos cutâneos. Essa classificação, baseada na reação da pele frente à exposição solar é
importante para determinar o nível de risco de manchas na pele associadas à depilação a laser.
38

Você se lembra?

A coloração da pele é dada pelos melanócitos, células presentes na pele, que são responsáveis
pela produção de um pigmento chamando melanina. A melanina é a substância que determina a
coloração da pele. Todos os indivíduos, independentemente da raça, possuem quantidades
semelhantes de melanócitos. O que difere a coloração de brancos e negros é a capacidade de
produção de cada um. Negros possuem melanócitos com atividade celular mais acentuada.

Como regra geral, peles mais claras quase nunca desenvolvem hiperpigmentações
pós-inflamatórias, sendo excelentes candidatas à depilação a laser. Pessoas com peles mais
escuras têm possibilidades maiores de desenvolver hiperpigmentação pós-inflamatória. Existem
equipamentos específicos para serem utilizados em pessoas morenas.

Além disso, pessoas com pele clara e pelos escuros alcançam resultados melhores e
mais rápidos ao realizar a depilação a laser devido ao contraste de coloração entre pelo e pele.

A escala de Fitzpatrick foi desenvolvida na década de 70 por um médico americano da


Escola de Medicina de Harvard. Trata-se de uma classificação para os tipos de pele, baseada na
cor da pele e na reação a exposição solar. A pele pode ser agrupada em seis fototipos cutâneos
diferentes (FIGURA 25):
 Fototipo I: indivíduo extremamente branco, com pele clara, olhos azuis e cabelos
loiros. Podem ser sardentos. Quando expostos ao sol se queimam com muita
facilidade e nunca se bronzeiam. Pele considerada muito sensível;

 Fototipo II: indivíduo branco, com pele clara, olhos azuis, verdes ou castanhos
claros e cabelos loiros ou ruivos. Quando expostos ao sol se queimam com
39
facilidade e bronzeiam-se muito pouco. Pele considerada sensível;

 Fototipo III: indivíduo moreno claro. Pode possuir olhos claros ou não, porém
sempre com cabelos um pouco mais escuros que o fototipo anterior. Quando
expostos ao sol, queimam-se e bronzeiam-se moderadamente. Pele com
sensibilidade considerada normal;

 Fototipo IV: indivíduo moreno moderado. Possui pele clara ou morena clara,
cabelos castanhos escuros e olhos escuros. Quando expostos ao sol queimam-se
pouco e bronzeiam-se com facilidade. Pele com sensibilidade considerada normal;

 Fototipo V: indivíduo moreno escuro. Possui pele morena escura, cabelos


escuros e cacheados. Quando expostos ao sol raramente se queimam e
bronzeiam-se bastante. Pele com sensibilidade considerada baixa (pouco
sensível);

 Fototipo VI: indivíduo negro. Possui pele e olhos negros. Cabelos negros e
crespos (étnicos). Quando expostos ao sol nunca se queimam uma vez que a sua
pele é totalmente pigmentada. Pele considerada insensível.
FIGURA 25 – FOTOTIPOS CUTÂNEOS

40

FONTE: DEPILACION. Fototipos cutâneos. Disponível em: <http://www.1depilacion.com/fototipos-cutaneos/>.


Acesso em: 15 out. 2011.
O quadro 5 resume a classificação de Fitzpatrick:

Quadro 5 – Quadro resumo da classificação de Fitzpatrick


Fototipo I
Características Pele clara – Olhos azuis – Cabelos loiros – Sardentos
Cor Branca
Descrição Queima com facilidade – Nunca bronzeia
Sensibilidade Muito sensível
41
Fototipo II
Características Pele clara – Olhos azuis, verdes ou castanhos claros – Cabelos loiros ou
ruivos
Cor Branca
Descrição Queima com facilidade - Bronzeia muito pouco
Sensibilidade Sensível
Fototipo III
Características Olhos claros ou não – Cabelos mais escuros
Cor Morena clara
Descrição Queima e bronzeia moderadamente
Sensibilidade Normal
Fototipo IV
Características Pele clara ou morena clara – Cabelos castanhos escuros – Olhos escuros
Cor Morena moderada
Descrição Queima pouco – Bronzeia com facilidade
Sensibilidade Normal
Fototipo V
Características Cabelos e olhos escuros – Pele morena escura
Cor Morena escura
Descrição Queima raramente – Bronzeia bastante
Sensibilidade Pouco sensível

Fototipo VI
Características Pele Negra – Olhos negros – Cabelos crespos
Cor Negra
Descrição Nunca queima – Totalmente pigmentada
Sensibilidade Insensível
FONTE: PETERSEN, C. Fototipos cutâneos. Disponível em:
<http://crispetersen.blogspot.com/2011/03/fototipos.html>. Acesso em: 15 out. 2011.

Aqui concluímos o primeiro módulo do nosso curso de depilação a laser. Nesse


momento você já teve contato com a anatomia e a fisiologia de estruturas envolvidas no
processo de desenvolvimento dos pelos e consequentemente também relacionadas ao processo 42
de depilação.

Vimos que o sistema tegumentar subdivide-se em três componentes: pele, hipoderme


e anexos cutâneos. A pele está subdividida em epiderme (formada por tecido epitelial avascular)
e derme (formada por tecido conjuntivo de sustentação e vascularizada). Logo abaixo da pele
está a hipoderme, que é uma camada de tecido adiposo (gorduroso). Infiltrados na pele e
hipoderme estão os anexos cutâneos (pelos, glândulas sebáceas e sudoríparas e unhas).

Vimos também que o pelo é uma matéria semiviva que recobre determinadas partes do
corpo com função protetora. Para a depilação, trabalhamos com os pelos terminais que são mais
grossos, resistentes e tem maior comprimento. Também são mais pigmentados e localizados em
regiões como axilas, região pubiana, pernas, tórax e abdômen masculino, entre outros locais.

Como falamos, os pelos do nosso corpo crescem em três fases sucessivas: anágena
(fase de crescimento – 85% dos pelos estão nesta fase); catágena (fase em que o crescimento
já terminou, sendo o período ideal para se realizar a depilação – 10% dos pelos estão nesta
fase) e telógena (fase em que o pelo enfraquece e cai, surgindo um novo pelo – 5% dos pelos
estão nesta fase).

Finalizando o Módulo I, você aprendeu que para a realização segura da depilação a


laser precisamos conhecer a classificação dos fototipos cutâneos para determinar o nível de
risco de manchas na pele associadas à depilação a laser. Para tanto, utilizamos a escala de
Fitzpatrick que classifica a pele em seis fototipos de acordo com a sua coloração e a reação da
pele frente à exposição solar. A pele mais clara possível está agrupada como fototipo I e a mais
escura possível como fototipo VI.
5 DISFUNÇÕES RELACIONADAS À UNIDADE PILOSSEBÁCEA

5.1 HIRSUTISMO

43

Condição em que ocorre o crescimento excessivo de pelos terminais escuros e


grossos em mulheres em locais onde os pelos são comuns em homens (queixo, buço, tórax).
Pode manifestar-se de forma isolada ou acompanhada de outros sinais como acne, seborreia,
alopécia, hipertrofia do clitóris, aumento da massa muscular, modificação do tom de voz,
distúrbios menstruais, infertilidade. Também podem estar associadas alterações metabólicas
como aumento das taxas de insulina no sangue (MACEDO; MONTEIRO, 2011) (FIGURAS 26 E
27).
O hirsutismo pode ser genético ou surgir após o aumento dos níveis hormonais pelo
uso de anticoncepcionais ou doenças como deficiência enzimática adrenal, tumores, ovários
policísticos, entre outras (MACEDO; MONTEIRO, 2011).

FIGURA 26 – PRESENÇA DE PELOS NA REGIÃO DOS SEIOS

FONTE: DERMIS. Hirsutismo. Disponível em: <http://www.dermnetnz.org/hair-nails-sweat/hirsutism.html>. Acesso


em: 20 out. 2011.
FIGURA 27– PRESENÇA DE PELOS EM FACE FEMININA

44

FONTE: DERMIS. Hirsutismo. Disponível em: <http://www.dermnetnz.org/hair-nails-sweat/hirsutism.html>.


Acesso em: 20 out. 2011.

5.2 HIPERTRICOSE

Aumento excessivo no crescimento de pelos (acima do esperado para a idade, sexo e


raça do indivíduo) (FIGURA 28). É diferente do hirsutismo, que como vimos, é um excesso de
crescimento de pelo na mulher seguindo um padrão de distribuição masculino. A hipertricose
pode ser localizada em regiões específicas (ombro, costas, face) ou pode estar no corpo inteiro
(MACEDO; MONTEIRO, 2011).

A hipertricose pode ser congênita (presente desde o nascimento) ou adquirida:

 Hipertricose congênita lanuginosa: síndrome muito rara, caracterizada por


crescimento excessivo de pelos na criança logo ao nascimento. A maior parte do corpo é
coberta com pelo tipo lanugem que cresce excessivamente, originando um pelo fino e
comprido que permanece durante a vida;
 Hipertricose adquirida: podem surgir pelos do tipo velus despigmentado ou
pigmentado terminal. O crescimento do pelo pode ser localizado em determinada área
ou generalizado, podendo aparecer em todo o corpo. As possíveis causas para o
aparecimento da hipertricose adquirida incluem: desordens metabólicas como a porfiria
cutânea, agentes químicos ou medicamentos (como a fenitoína e a ciclosporina via oral),
anorexia nervosa, dentre outras. A hipertricose localizada pode ser causada pela
aplicação tópica de medicações como iodo, psoralenos, minoxidina ou corticosteróides
tópicos, infecções e vacinação. 45
FIGURA 28 – HIPERTRICOSE

46

FONTE: ANAIS DE DERMATOLOGIA. Dermatoses neonatais. Disponível em:


<http://www.anaisdedermatologia.org.br/public/figuras.aspx?id=10390>. Acesso em. 20 out. 2011.

FONTE: DIARIO DE BIOLOGIA. Disponível em: <http://diariodebiologia.com/2009/01/hipertricose-lanuginosa-


congenita-sindrome-de-lobisomem/>. Acesso em: 20 out. 2011.
5.3 FOLICULITE

A foliculite (FIGURA 29) é uma inflamação do folículo piloso causada pela


contaminação por um tipo de bactéria chamada estafilococos. A invasão bacteriana pode ocorrer
espontaneamente ou favorecida pelo excesso de umidade ou suor, raspagem dos pelos ou
47
depilação. Atinge crianças e adultos e pode acontecer em qualquer local onde existam pelos,
sendo frequente na barba, em homens, e na virilha, em mulheres.

Quando superficial, a foliculite é caracterizada pela formação de pequenas "bolhinhas


de pus" (pústulas) com um pelo e discreta vermelhidão ao redor. Em alguns casos não ocorre
pus, aparecendo apenas vermelhidão ao redor dos pelos.

Quando as lesões são mais profundas, formam-se lesões elevadas e avermelhadas


que podem ter um ponto amarelo (pus) no centro. Pode haver dor e coceira no local afetado.

Alguns tipos de foliculite têm características próprias (SENAC, 2004):

 Foliculite decalvante: neste caso o processo infeccioso leva à atrofia do pelo,


deixando áreas de alopécia que se expandem com a progressão periférica da
doença;

 Foliculite por Pytirosporum: infecção causada por um fungo chamado


Pytirosporum orbiculare. É uma erupção papulopustular discreta que causa
coceira localizada principalmente na porção superior de tronco e ombros;

 Foliculite superficial: pequena pústula folicular que ao se romper forma uma


crosta que não interfere no crescimento do pelo. As lesões são numerosas e
normalmente concentram-se no couro cabeludo, pescoço, tronco e nádegas. As
lesões podem durar poucos dias ou se tornarem crônicas;
 Foliculite da barba: localizada na área da barba, atinge homens adultos, tem
característica crônica e, pela proximidade das lesões, pode formar placas
avermelhadas, inflamatórias, com muitas pústulas e crostas.

FIGURA 29 – ALGUMAS FORMAS DE FOLICULITES

48

FONTE: DERMNETZN. Disponível em: <http://www.dermnetnz.org/acne/folliculitis.html>.

Acesso em: 20 out. 2011.


5.4 PSEUDOFOLICULITE

Distúrbio inflamatório crônico comum que se evidencia por pápulas inflamatórias na


região da barba dos homens, principalmente nos que tem fototipo alto e pelos encaracolados e
grossos. Nas mulheres, isso acontece comumente nas regiões pubianas e axilares como
49
consequência da depilação frequente (AVRAM, 2008) (FIGURA 30).

FIGURA 30 – PSEUDOFOLICULITE EM BARBA MASCULINA

FONTE: LEITE, AC. Pseudofoliculite. Disponível em: <http://contatoamanda.webnode.com.br/album/galeria-de-


fotos-pseudofoliculite-da-barba/pseudofolliculitis-barbae3-jpg/>. Acesso em: 20 out. 2011.
5.5 FURÚNCULO

Lesão caracterizada por um nódulo doloroso, vermelho e quente que drena pus
causada por infecção do folículo piloso e da glândula sebácea, por estafilococos. Pode surgir em
qualquer parte do corpo, exceto na planta do pé, tendo preferência por regiões ricas em pelos e
submetidas à fricção e transpiração (pescoço, face, axilas, nádegas e virilha). Ocorre mais em
homens, principalmente após a puberdade. O aparecimento pode ser favorecido pelo uso de 50
substâncias gordurosas na pele, pelo uso de roupas justas, que levam à fricção, e por foliculites
sequenciais no mesmo local (WIKIPÉDIA, 2011) (FIGURA 31).

FIGURA 31 - FURÚNCULO

FONTE: WIKIPÉDIA. Furúnculo. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Furoncle.jpg>. Acesso em: 20


out. 2011.

A bactéria penetra no folículo e causa uma infecção superficial na pele que se


dissemina e forma uma lesão amarelada no centro e com contorno avermelhado e endurecido.
Há um aumento importante do volume, e a lesão é bastante dolorosa e sensível à compressão
(WIKIPÉDIA, 2011).

O tamanho do furúnculo depende da profundidade do folículo infectado: quanto mais


profunda maior é o furúnculo. Com o tempo, ocorre a destruição da pele que recobre a região
central, que rompe espontaneamente e leva à eliminação do material amarelado do centro
(tecido necrótico) juntamente com pus. Após o rompimento, a dor desaparece e a ferida tende a
cicatrizar e deixar uma marca escura no local (WIKIPÉDIA, 2011).

5.6 TRICORREXE NODOSA

51

Presença de nódulos em pontos das hastes dos pelos axilares e pubianos pela
secreção das fibras por traumas físicos ou químicos (AGUILAR, 2001) (FIGURA 32).

FIGURA 32 – TRICORREXE NODOSA

FONTE: FIGUEIRA, CS. Tricoptilose, Triconodose e Tricorrexe Nodosa. Disponível em:


<http://euamocabelo.blogspot.com/2010/09/pro-tricoptilose-triconodose-e.html>.

Acesso em: 20 out. 2011.


5.7 TRICOSTASE ESPINULOSA

Presença de mais de um pelo por óstio folicular. Apresenta pontos negros no nariz,
barba, couro cabeludo e outras áreas do corpo. A retirada pode ser feita por meio de depilação
(AGUILAR, 2001).
52

5.8 LEUCOTRICOSE

Embranquecimento dos pelos do corpo. Pode ser congênita (vitiligo), adquirida em


casos de destruição permanente dos melanócitos da matriz pilosa por processos inflamatórios,
exames de RX ou senilidade (AGUILAR, 2001).

Você entendeu?

Algumas doenças que atingem os pelos podem ser agravadas por processos depilatórios ou
contraindicar alguma técnica. Entre elas estão:

a) Hirsutismo: crescimento excessivo de pelos terminais escuros e grossos em mulheres


em locais onde os pelos são comuns em homens;
b) Hipertricose: aumento excessivo no crescimento de pelos (congênito ou adquirido);
c) Foliculite: inflamação do folículo piloso pela contaminação por estafilococos;
d) Pseudofoliculite: distúrbio inflamatório crônico com pápulas inflamatórias na barba dos
homens e regiões pubianas e axilares nas mulheres;
e) Furúnculo: infecção purulenta do folículo piloso e da glândula sebácea, por estafilococos;
f) Tricorrexe nodosa: nódulos nas hastes dos pelos axilares e pubianos;
g) Tricostase espinulosa: presença de mais de um pelo por óstio folicular;
h) Leucotricose: embranquecimento dos pelos do corpo.

53
6 CONCEITOS DE DEPILAÇÃO E EPILAÇÃO

Desde a antiguidade as mulheres se depilam. Há relatos do Egito antigo de que as


mulheres usavam argila, sândalo e mel para retirar pelos da axila, dando origem às técnicas de
depilação com cera (cera egípcia). Na Grécia Antiga, foi desenvolvido um instrumento
54
denominado estrigil (varinha de cerca de 30cm com a ponta curva). Nem mesmo os povos
primitivos abriram mão da possibilidade de remover seus pelos. Existem registros de que as
índias não possuíam pelo pubiano. Em princípio imaginou-se que elas simplesmente tinham
nascido sem ele, mas pouco tempo depois se descobriu que, na verdade, elas raspavam os
pelos com a espinha do peixe-lixa (SENAC, 2004).

Você sabia?

Na idade média (idade das trevas), havia uma preocupação muito grande com o pudor, até
hábitos básicos de higiene, como tomar banho, eram tidos como pecaminosos. Nessa época, a
depilação era totalmente condenada, e quem ousasse tirar seus pelos poderia até mesmo ser
acusado de bruxaria ou heresia e pagar com a própria vida a vaidade.

A depilação é um dos procedimentos estéticos mais procurados na prática clínica.


Além da questão estética, a remoção dos pelos envolve, ainda, critérios de higiene pessoal,
adequação aos costumes coletivos atuais e o tratamento de disfunções relacionadas à unidade
pilossebácea, como a hipertricose e o hirsutismo, por exemplo. Por conta disso, com o passar
dos anos, diversas técnicas depilatórias foram sendo desenvolvidas. São processos com
diferentes graus de eficiência, equipamentos ou produtos adaptados a cada necessidade, tipo de
pele e de pelo e para cada região do corpo. Cada vez mais, homens e mulheres têm buscado
técnicas mais eficazes e rápidas e menos dolorosas para a remoção dos pelos.

A remoção de pelos pode ser realizada por dois modos: a depilação e a epilação. A
seguir, falaremos sobre cada um desses modos de remoção de pelos.

6.1 DEPILAÇÃO E PROCESSOS DEPILATÓRIOS

55

A DEPILAÇÃO é a remoção de pelos rente à superfície da pele, não atingindo as


porções internas dos folículos pilosos. Os pelos são apenas aparados ou cortados. São
tratamentos temporários, geralmente indolores, e que fazem a remoção física dos pelos:
raspagem com lâmina ou navalha, cremes depilatórios, aparelhos elétricos, depilação com linha
ou fio.

6.1.1 Lâmina

Método popular e muito conhecido, indolor, que remove os pelos cortando-os pela sua
haste, por meio de uma lâmina (FIGURA 33). Pode ser usada nas pernas, axilas, região pubiana
e barba em homens, sempre com cautela para evitar machucados na pele.

Existe um mito de que o uso de lâminas engrossa os fios, o que é uma inverdade. O
que ocorre é que os pelos crescem sem ponta uma vez que foram arrancados pela sua haste,
dando a impressão de estarem mais ásperos. É o método depilatório que gera menos fios
encravados. Sua desvantagem é o rápido crescimento dos pelos, uma vez que foram removidos
parcialmente, além da alta incidência de foliculite pós-depilação.
FIGURA 33 – DEPILAÇÃO COM LÂMINA

56

FONTE: INOVARNET. Depilação? Sofrimento ou prazer. Disponível em:


<http://inovarnetcenter.com.br/depilacao.html>. Acesso em: 20 out. 2011.

6.1.2 Cremes depilatórios

Produtos elaborados com a finalidade a amolecer os pelos e provocar sua queda


(FIGURA 34). Normalmente tem ação rápida e não causam dor ou desconforto local. Possuem
odor característico desagradável, mas existem versões perfumadas que minimizam esse efeito.
Podem ocorrer reações alérgicas em pessoas com pele sensível. É recomendável que se realize
um teste alérgico em uma pequena área 24 horas antes de realizar a depilação.
O produto deve ser aplicado diretamente sobre a pele. Deve-se aguardar o tempo de
pausa e remover com uma toalha resíduos de produto e os pelos removidos. Seu resultado é
temporário e de curta duração, porque assim como as lâminas de barbear, apenas removem a
superfície exterior dos pelos.
FIGURA 34 – CREME DEPILATÓRIO

57

FONTE: INOVARNET. Depilação? Sofrimento ou prazer. Disponível em:


<http://inovarnetcenter.com.br/depilacao.html>. Acesso em: 20 out. 2011.

6.1.3 Aparelhos elétricos que não eliminam a raiz

Tem ação similar à das lâminas de barbear, removendo o pelo superficialmente, porém
agridem menos a pele. São mais caros em relação às lâminas e o tempo de duração da depilação
é similar. Não devem ser utilizados em peles machucadas, propensas a irritação ou que tenham
sido expostas ao sol (FIGURA 35).

FIGURA 35 – APARELHO DEPILATÓRIO ELÉTRICO

FONTE: PHILIPS. Depilador. Disponível em: <http://www.philips.pt/c/remocao-de-pelos/humido-seco-


hp6306_00/prd/>. Acesso em: 20 out. 2011.
6.1.4 Depilação a linha ou fio

Também chamada de depilação iraquiana, chinesa ou egípcia. É um método delicado


e pouco irritativo que praticamente não agride a pele. Os pelos são removidos fio a fio com uma
linha de seda ou de algodão e o efeito da depilação dura cerca de um mês (FIGURA 36).
58
Indicada para pessoas que apresentaram complicações com outros métodos
depilatórios, principalmente no rosto, embora possa ser usado em qualquer região do corpo. É
mais eficaz em pelos curtos. A maioria das pessoas submetidas a essa técnica refere que a dor
é de intensidade moderada. Trata-se de um procedimento com custo moderado por ser um
atendimento demorado.

FIGURA 36 – DEPILAÇÃO COM LINHA OU FIO

FONTE: INOVARNET. Depilação? Sofrimento ou prazer. Disponível em:


<http://inovarnetcenter.com.br/depilacao.html>. Acesso em: 20 out. 2011.
Você entendeu?

A depilação é a remoção de pelos rente à superfície da pele, não atingindo as porções internas
dos folículos pilosos. Os pelos são apenas aparados ou cortados. Entre eles estão: lâmina
(método popular e indolor, que remove os pelos cortando-os pela sua haste, por meio de uma
lâmina); cremes depilatórios (produtos que amolecem os pelos e provocam sua queda);
aparelhos elétricos (tem ação similar à das lâminas de barbear, removendo o pelo
superficialmente, porém agridem menos a pele); depilação a linha ou fio (os pelos são removidos
59
fio a fio com uma linha de seda ou de algodão).

6.2 EPILAÇÃO E PROCESSOS EPILATÓRIOS

A EPILAÇÃO realiza a remoção por extração dos pelos inteiros incluindo as porções
abaixo da pele, como parte do bulbo piloso. Proporciona a remoção de toda a haste do pelo e
tem maior durabilidade: ceras quentes e frias, pinças, aparelhos elétricos que arrancam os pelos,
eletrólise, luz intensa pulsada, laser.

6.2.1 Cera quente e fria

Um dos métodos mais utilizados pela sua rapidez e baixo custo. Existem vários tipos
de cera, específicas para o uso em determinadas regiões do corpo e a maioria delas utiliza ceras
de abelha ou resinas sintéticas.
As ceras podem ser utilizadas quentes ou frias:

6.2.1.1 Cera quente

60

A cera é aquecida a temperatura aproximada de 40ºC e é aplicada sobre a pele a


ser depilada com um rolo (FIGURA 37). Após, são aplicadas faixas que são removidas em
sentido contrário, retirando os pelos da região. Essa técnica é menos dolorosa do que a técnica
a frio, pela vasodilatação provocada pelo calor, porém não é indicada para pacientes com pele
sensível ou com vasinhos locais pelo risco de causar queimaduras e dilatação de vasos.

Deve-se ter extremo cuidado com a temperatura da cera para não causar queimaduras na
pele. O pelo deve estar longo para ser removido por completo. A duração do efeito da depilação
por cera quente é de aproximadamente um mês.

FIGURA 37 – DEPILAÇÃO COM CERA QUENTE

FONTE: INOVARNET. Depilação? Sofrimento ou prazer. Disponível em:


<http://inovarnetcenter.com.br/depilacao.html>. Acesso em: 20 out. 2011.
6.2.1.2 Cera fria

A cera é aplicada em faixas sobre a região a ser tratada, sem aquecimento local
(FIGURA 38). É uma das técnicas depilatórias mais dolorosas, porém é ideal para a depilação de
áreas sensíveis ao calor ou com sensibilidade alterada. 61

FIGURA 38 – DEPILAÇÃO COM CERA FRIA

FONTE: INOVARNET. Depilação? Sofrimento ou prazer. Obtido via internet. Disponível em:
<http://inovarnetcenter.com.br/depilacao.html>. Acesso em: 20 out. 2011.

De todas, é a técnica que causa mais irritação local e ressecamento da pele. Pode
provocar foliculite. Assim como na depilação com cera quente, o pelo deve estar longo para ser
removido por completo. A duração do efeito da depilação é de aproximadamente um mês.
6.2.2 Pinça

Normalmente usada para depilação fio a fio e delineamento das sobrancelhas


(FIGURA 39) por meio de um instrumento específico (pinça). É um processo trabalhoso e que
deve ser realizado por profissional habilitado, por envolver conceitos de harmonia facial.
62
Também pode ser usada para remoção de pelos de áreas com foliculite ou para a retirada das
sobras de pelos resultantes de outras técnicas depilatórias.

É uma técnica relativamente dolorosa e seu efeito de depilação dura aproximadamente


um mês.

FIGURA 39 – DEPILAÇÃO COM PINÇA

FONTE: INOVARNET. Depilação? Sofrimento ou prazer. Disponível em:


<http://inovarnetcenter.com.br/depilacao.html>. Acesso em: 20 out. 2011.
6.2.3 Aparelhos elétricos que arrancam os pelos

Existem aparelhos elétricos para depilação que tem a capacidade de enrolar e remover
os pelos por completo. Tem aplicação mais dolorosa, porém, efeito bem mais duradouro (cerca
de 30 dias).
63

Você entendeu?

A epilação realiza a remoção por extração dos pelos inteiros incluindo as porções abaixo da
pele, como parte do bulbo piloso. Entre as técnicas estão: cera quente e fria (um dos métodos
mais utilizados pela sua rapidez e baixo custo que utiliza ceras de abelha ou resinas sintéticas);
pinça (usada para depilação fio a fio e delineamento das sobrancelhas utilizando um instrumento
específico, isto é, a pinça); aparelhos elétricos que arrancam os pelos (aparelhos elétricos para
depilação que tem a capacidade de enrolar e remover os pelos por completo).

6.2.4 Métodos para epilação definitiva (epilação permanente)

Quando usamos o termo epilação definitiva temos a falsa impressão de que todos os
folículos pilosos serão destruídos e nunca mais, em toda a vida, irá nascer um pelo. Isso não é
verdade. Nenhuma técnica de epilação pode dar garantias de que jamais o pelo voltará a nascer.
Por essa razão reajustou-se o termo de epilação definitiva para epilação permanente,
progressiva ou de longa duração.

De fato, quando utilizamos técnicas de epilação permanente, a maioria dos folículos é


destruída, mas outra parte fica simplesmente danificada e, por isso, fica-se sempre com uma
pequena penugem, embora de pelos claros e muito finos.

Entre essas técnicas que proporcionam epilação permanente estão: a eletrólise, a luz
intensa pulsada (LIP) e o laser.

64
6.2.4.1 Eletrólise

Remoção dos pelos por meio de uma corrente elétrica aplicada utilizando-se uma fina
agulha inserida na base do folículo piloso, destruindo a papila dérmica (FIGURA 40). Trata-se de
uma técnica dolorosa, porém eficiente. Pode ser usada na face e no corpo. A eletrólise é um
procedimento caro, demorado e restrito a pequenas áreas, pois apenas 50 a 100 pelos podem
ser removidos a cada sessão.

FIGURA 40 – ELETRÓLISE

FONTE: MUNDO DAS TRIBOS. Eletrólise. Disponível em: <http://www.mundodastribos.com/depilacao-definitiva-


com-eletrolise.html>. Acesso em: 20 out. 2011.
6.2.4.2 Luz intensa pulsada (LIP)

A epilação por luz intensa pulsada também pode ser chamada de fotoepilação. Os
equipamentos de luz pulsada agem pelo princípio da fototermólise seletiva (FIGURA 41).
65
Quando a luz incide na pele transforma-se em calor e destrói as células germinativas do folículo
piloso de forma seletiva.

Ou seja, a melanina absorve a luz e transporta-a ao folículo piloso que transformada


em calor destrói as células germinativas que alimentam o pelo. Uma vez que essas células são
eliminadas, o pelo morre e cai.

FIGURA 41 – FOTOTERMÓLISE SELETIVA

FONTE: CHICFASCHION. Disponível em: <http://www.chicfashion.com.br/blog/beleza/depilacao-definitiva-com-luz-


pulsada-ipl-eu-fiz-e-amei/>. Acesso em: 20 out. 2011.

A epilação com luz pulsada é um procedimento pouco doloroso, eficaz e muito


duradouro. Além disso, elimina consideravelmente os problemas da foliculite, sem danificar a
pele, como ocorre nos demais métodos (FIGURA 42).

Pode ser utilizada na maioria das tonalidades do pelo, assim como todas as
espessuras de pelos, do fino ao grosso. Reduz os pelos entre 80 a 85%. Os pelos que
reaparecem ao longo dos anos, crescem mais lentamente e são mais leves e finos. Quando
finalizado o tratamento, o pelo que pode surgir ao longo de anos (5-10 anos) é fino e frágil,
podendo ser feita uma sessão de revisão para eliminação definitiva. O número de sessões
depende da cor e da espessura do pelo, da pele e da área a tratar.
66

FIGURA 42 – EPILAÇÃO COM LUZ INTENSA PULSADA (LIP)

FONTE: CORREIA, T. Luz intensa pulsada. Disponível em: <www.tiagocorreia.com.br>.

Acesso em: 20 out. 2011.

A duração do tratamento depende do crescimento do pelo, que também varia de uma


área para outra. No começo são necessárias sessões mensais, mas com o passar do tempo são
realizadas sessões com maior intervalo entre as aplicações, já que o folículo fica cada vez mais
debilitado e o pelo demora a crescer.
6.2.4.3 Laser

O laser, objeto principal do nosso estudo, é um equipamento que também utiliza a


fototermólise seletiva para remoção de pelos, portanto faz fotoepilação. A energia do laser atinge
a superfície da pele e é transmitida por meio do pelo para as células germinativas.
O objetivo do tratamento não é queimar os pelos e sim usá-los como "guia", para
possibilitar o alcance às células germinativas. Neste caso, o veículo principal é a melanina, que 67
transporta a energia até o bulbo capilar. O folículo piloso absorve mais luz que os tecidos
adjacentes, provocando um aumento de temperatura, que danifica o folículo piloso e impede ou
retarda o seu crescimento.

A epilação ocorre, portanto, por condução da energia, utilizando a melanina e a


hemoglobina como cromóforas (FIGURA 43).
O resultado definitivo não é obtido em uma única sessão, porque nem todos os pelos
que recebem a energia conseguem transmiti-la às células germinativas (DRUMMOND, 2007).

Figura 43 – Aplicação de laser para epilação definitiva

FONTE: MUNDO DAS TRIBOS. Depilação definitiva da barba. Disponível em:


<http://www.mundodastribos.com/depilacao-definitiva-da-barba.html>. Acesso em: 25 out. 2011.
O paciente ideal para candidatar-se a epilação laser é aquele que tem pelo escuro e
grosso e a pele clara, pois a absorção do laser pela melanina será máxima, com baixo risco de
sequelas e danos à epiderme. Os pelos do rosto costumam ser mais resistentes, necessitando
de mais sessões para atingir o resultado. Pelos brancos não respondem bem ao tratamento, pois
têm pouca melanina. Áreas com grande densidade de pelos respondem melhor, como axila,
virilha e pernas (DRUMMOND, 2007).
O quadro 6 resume as principais características dos três métodos atualmente
considerados instrumentos para epilação permanente: 68

Quadro 6 – Quadro resumo (eletrólise, luz intensa pulsada e laser)


Tipo de energia Laser Luz Pulsada Eletrólise

Aplicação Em grandes e Em grandes e pequenas Aplicação individual


pequenas áreas áreas

Mecanismo de ação Efeito térmico Efeito térmico Efeito térmico e químico

Mecanismo de ação por Fototermólise seletiva Fototermólise seletiva


coloração
---------

Tipo de luz Monocromática Policromática ---------

Estímulo Contínuo Pulsado Contínuo

Aqui concluímos o segundo módulo do nosso curso de depilação a laser.


Neste módulo vimos que existem disfunções relacionadas à unidade pilossebácea que
podem interferir no processo de depilação e inclusive contraindicar algumas técnicas.
Entre elas podemos citar: hirsutismo (crescimento excessivo de pelos terminais em
mulheres em locais onde os pelos são comuns em homens); hipertricose (aumento excessivo no
crescimento de pelos acima do esperado para a idade, sexo e raça do indivíduo); foliculite
(inflamação do folículo piloso); pseudofoliculite (distúrbio inflamatório crônico comum que se
evidencia por pápulas inflamatórias); furúnculo (nódulo doloroso, vermelho e quente que drena
pus); tricorrexe nodosa (nódulos em pontos das hastes dos pelos axilares e pubianos pela
secreção das fibras por traumas físicos ou químicos); tricostase espinulosa (presença de mais de
um pelo por óstio folicular); leucotricose (pelos brancos).
Também vimos neste módulo que a remoção de pelos pode ser realizada por dois
modos: a depilação (remoção de pelos rente à superfície da pele, não atingindo as porções
internas dos folículos pilosos) e a epilação (remoção por extração dos pelos inteiros incluindo as
porções abaixo da pele, como parte do bulbo piloso).

O laser, objeto principal do nosso estudo, é um equipamento que realiza fotoepilação. 69


A energia do laser atinge a superfície da pele e é transmitida por meio do pelo para as células
germinativas. O objetivo do tratamento não é queimar os pelos e sim usá-los como "guia", para
possibilitar o alcance às células germinativas. Neste caso, o veículo principal é a melanina, que
transporta a energia até o bulbo capilar. O folículo piloso absorve mais luz que os tecidos
adjacentes, provocando um aumento de temperatura, que danifica o folículo piloso e impede ou
retarda o seu crescimento.
O sucesso do tratamento de epilação a laser baseia-se no entendimento da física do
laser e do comprimento apropriado da onda, da duração do pulso, do sistema de resfriamento da
pele, da seleção adequada do paciente, além dos cuidados pré e pós-tratamento.
7 HISTÓRICO DO DESENVOLVIMENTO DO LASER

O laser foi desenvolvido em 1960 por um físico americano chamado Maiman. Seus
estudos foram baseados nas pesquisas de Albert Einsten que, por volta de 1916, propôs o
conceito de emissão estimulada de radiação: uma espécie de clonagem em nível atômico, em
que um fóton (menor fração de luz) ao interagir com um átomo excitado produz outro fóton que é 70
seu gêmeo idêntico, tem a mesma cor, oscilam em fase e caminham na mesma direção, como
atletas de nado sincronizado. Repetindo-se esse processo muitas vezes, obtém-se um feixe de
luz extremamente pura, intensa e unidirecional. Porém, pela dificuldade em criar matérias
excitáveis, a ideia de Einstein ficou esquecida por anos (KAMINSK, 2011).

Nos anos 50, o americano Charles Townes criou um dispositivo baseado no princípio
de Einstein, no espectro eletromagnético das microondas, que denominou MASER (abreviatura,
em inglês, de amplificação de microondas por emissão estimulada de radiação) e ganhou o
Nobel de Física em 1964. Na mesma época, outro americano, Gordon Gould, abordou em seus
estudos a ideia do acrônimo LASER (em que o L de “luz” substitui o M de “microondas”)
(KAMINSK, 2011).

Porém, só em Maio de 1960, um jovem californiano desconhecido, Theodore Maiman,


por meio de um pequeno cristal cor-de-rosa e uma lâmpada semelhante a um flash fotográfico,
trouxe ao mundo, pela primeira vez, um impulso laser (KAMINSK, 2011).

A partir daí, nos anos seguintes, muitos pesquisadores trabalharam no


desenvolvimento dos lasers. Em 1964, Javan, Bennett e Herriot apresentaram o laser de He-Ne;
Johnson desenvolveu o laser de Nd:YAG e Patel e colaboradores apresentaram o laser de
dióxido de carbono (KAMINSK, 2011).

Em 1965, Goldman publicou artigos sobre o laser de rubi em tatuagens e lesões


pigmentadas (FIGURA 44). Em 1970 surgiu o laser de argônio para lesões vasculares. Por volta
de 1980 publicou-se o importante conceito da fototermólise seletiva, em que foi possível a
compreensão da interação do laser com os tecidos, que como você verá adiante é a propriedade
que permite ao laser a multiplicidade de indicações em dermatologia (KAMINSK, 2011).
FIGURA 44 – LASER RUBI

71

FONTE: SÃO FRANCISCO. Raios laser. Disponível em: <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/raios-laser/raios-


laser.php>. Acesso em: 25 nov. 2011.

Após seu desenvolvimento e aprimoramento, o laser possibilitou um grande avanço


nos procedimentos médicos e revolucionou técnicas terapêuticas. O primeiro relato do uso do
laser em medicina foi na área de oftalmologia (KAMINSK, 2011).

De acordo com suas funcionalidades e aplicações clínicas, o laser pode ser


classificado em (GORETTI, 2009):

 Lasers de corte e de vaporização;

 Lasers vasculares;

 Lasers pigmentares;

 Lasers de rejuvenescimento;
 Lasers epilatórios (objetos do presente estudo).

Em dermatologia, o uso do laser é uma opção de tratamento para diversas patologias,


como: lesões pigmentadas (manchas), lesões vasculares (varizes), cirurgia dermatológica
72
(retirada de tumores da pele), cicatrizes, queloides, epilação (remoção de pelos), "resurfacing"
(peeling a laser), remoção de tatuagens, entre outros (KAMINSK, 2011).

Você entendeu?

O laser foi desenvolvido em 1960 por um físico americano chamado Maiman, por meio de um
pequeno cristal cor-de-rosa e uma lâmpada semelhante a um flash fotográfico. Após a
descoberta, muitos pesquisadores trabalharam no desenvolvimento dos lasers. O uso do laser
possibilitou um grande avanço nos procedimentos médicos e revolucionou técnicas terapêuticas.
Em dermatologia, o laser é utilizado para o tratamento para diversas disfunções (manchas,
varizes, cirurgias dermatológicas, peelings, remoção de tatuagens, epilação, entre outros).
8 FUNDAMENTOS FÍSICOS DO LASER

A palavra laser é a abreviatura da expressão em inglês Light Amplification by


Stimulated Emission of Radiation, que em português significa ‘amplificação da luz por emissão
estimulada de radiação’. Simplificando, chamamos de LASER os dispositivos que geram
radiação eletromagnética (REM) com características próprias (GORETTI, 2009). 73

Mas o que é radiação eletromagnética?

8.1 RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA (REM)

Radiação eletromagnética é uma onda que se autopropaga no espaço resultante da


interação de campos elétricos e magnéticos. A radiação eletromagnética pode ser classificada
de acordo com o comprimento de onda (distância entre duas cristas consecutivas) (GORETTI,
2009) (FIGURA 45).

FIGURA 45 – RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA

FONTE: GORETTI, 2009.


A unidade elementar de REM é o fóton, que é simultaneamente onda e partícula. O
espectro eletromagnético é constituído por radiação de vários comprimentos de onda: raios
gama, raios X, ultravioletas, luz visível, infravermelhos, microondas e ondas de rádio e têm
funções práticas bem diferentes (GORETTI, 2009) (FIGURA 46).

FIGURA 46 – ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO 74

FONTE: GORETTI, 2009.

A LUZ é a parte de radiação que é percebida pelo olho humano. Os lasers podem
emitir radiações de todas as freqüências.

Agora, você já sabe o que significa o “L” da palavra Laser:

L = LUZ = Radiação eletromagnética (REM)

Vamos ver, então, o que significa o restante da palavra: ASER = amplificação por
emissão estimulada de radiação, que é o processo por meio do qual essa forma de luz é gerada
(GORETTI, 2009).

8.2 AMPLIFICAÇÃO POR EMISSÃO ESTIMULADA DE RADIAÇÃO

Normalmente, os átomos encontram-se no estado fundamental que é o estado de 75

menor gasto de energia e consequentemente o mais estável. Quando o átomo recebe um fóton
(= energia) passa a um estado excitado, instável e tende a emiti-lo o mais depressa possível
para voltar ao seu estado estável.

A emissão estimulada baseia-se neste fato: se um grupo de átomos for transportado


para estados excitados, de energia superior, esses fótons serão emitidos espontaneamente.
Como aos fótons iniciais fornecidos a partir de uma fonte externa de energia juntam-se os fótons
reemitidos pelos átomos adjacentes, gera-se um efeito cascata em que esses fótons estimulam
os átomos vizinhos (amplificação da radiação) gerando novos fótons idênticos (mesmo
comprimento de onda, polarização, direção de propagação) (GORETTI, 2009) (FIGURA 47).

FIGURA 47 – EMISSÃO ESTIMULADA: AMPLIFICAÇÃO DA RADIAÇÃO

FONTE: GORETTI, 2009.


Você entendeu?

Os lasers são dispositivos que geram radiação eletromagnética (REM) com características
próprias. A REM, cuja unidade elementar é o fóton, é uma onda que se autopropaga no espaço
resultante da interação de campos elétricos e magnéticos. A LUZ é a parte de radiação que é
percebida pelo olho humano e a amplificação por emissão estimulada de radiação, é o processo
por meio do qual essa forma de luz é gerada: quando um grupo de átomos é transportado para 76
estados excitados os fótons são emitidos espontaneamente. Como aos fótons iniciais fornecidos
a partir de uma fonte externa de energia juntam-se os fótons reemitidos pelos átomos
adjacentes, gera-se um efeito cascata em que esses fótons estimulam os átomos vizinhos
gerando novos fótons idênticos.
9 CARACTERÍSTICAS DA LUZ LASER

Ao contrário da luz solar e da luz incandescente que emitem radiação em todas as


direções e de todo o espectro de comprimento de onda, a luz laser tem características
diferentes, como evidencia Goretti (2009), sendo: (FIGURA 48)

77
 Coerente: as ondas estão em fase no tempo e no espaço, alinhadas entre si;

 Monocromática: têm o mesmo comprimento de onda (mesma cor);

 Colimada: as ondas têm a mesma direção, a luz é paralela, não divergente,


estreita, concentrada;

 Alta intensidade: pelo fato de ser monocromática pode interagir muito com certas
substâncias e pouco com outras. Como é emitida na forma de um feixe altamente
colimado, pode ser direcionada com grande precisão para distâncias
significativas.
FIGURA 48 – CARACTERÍSTICAS DO LASER

78

FONTE: GORETTI, 2009.

Você entendeu?

Características da luz laser: coerente (ondas alinhadas entre si); monocromática (mesmo
comprimento de onda/mesma cor); colimada (concentrada); alta intensidade (precisa).
10 CONSTITUIÇÃO DO EQUIPAMENTO DE LASER

O laser é composto por três componentes essenciais (GORETTI, 2009) (FIGURA 49):

 Meio laser: fica dentro de uma cavidade ótica. É o meio ativo onde se dá a
emissão estimulada de radiação. A inversão da população do meio laser faz-se 79
por um sistema denominado bombagem;

 Fonte de energia: a energia inicial é fornecida a partir de uma fonte externa que
pode ser a corrente elétrica, a luz de uma lâmpada de flash ou outro laser. Deste
modo a luz é amplificada e os fótons emitidos saltam dentro da cavidade;

 Espelhos refletores: a cavidade possui em suas extremidades dois espelhos


refletores. Um deles é totalmente refletor, o outro é parcialmente refletor e possui
um orifício central por onde passa uma pequena parte da luz gerada no seu
interior. O raio de luz pode sair de forma contínua ou pulsada. Depois deste ponto
a luz pode passar através de braços articulados com espelhos refletores ou
através de fibras ópticas. As fibras ópticas são tubos de vidro muito finos,
totalmente refletores que transportam a luz em grande velocidade.

FIGURA 49 – CONSTITUIÇÃO DO LASER

FONTE: BIROPO, B. Laser. Disponível em: <http://www.bpiropo.com.br/fpc20050411.htm>.


Acesso em: 25 nov. 2011.

Resumindo: o laser é formado por três componentes essenciais: meio laser (meio ativo onde se
dá a emissão estimulada de radiação); fonte de energia (corrente elétrica, luz de uma lâmpada
de flash ou outro laser) e espelhos refletores (por onde passa uma pequena parte da luz gerada
no seu interior).

80
11 CLASSIFICAÇÃO E NOMENCLATURA DO LASER

O laser pode ser classificado e nomeado segundo o meio ativo e o tipo de excitação
utilizada para desencadear o processo (DRUMMOND, 2007):

 Sólido: Rubi 694 nm, Alexandrite 755 nm, Diodo 810-900-950-1.450 nm, 81
Neodimium-Yag 1064 nm, Erbium-Glass 1.540-1.550 nm, Erbium-Yag 2.940 nm;

 Líquido: laser de corante pulsado ou Pulsed Dye Laser (PDL);

 Gasoso: mais comuns e mais antigos. Excimer 308 nm, Argônio 488 e 514 nm,
CO2 10.600 nm.
12 MODOS DE EMISSÃO DO LASER

O laser pode ser enviado ao tecido de duas formas: contínua ou pulsada (GORETTI,
2009) (FIGURA 50):

82

Contínua: sem interrupção da luz. Emitem radiação de forma contínua com mais de um segundo
de duração. Exemplos de lasers que utilizam a forma contínua são o laser de CO 2 e o laser
argônio;

Pulsada: o disparo de luz é emitido em pulsos regulares. A maioria dos lasers usados na
dermatologia é pulsada. Esses impulsos podem ter maior ou menor duração. A taxa de repetição
é o número de impulsos emitidos por segundo e mede-se em Hertz. Pode ser: muito baixa
(menos de um impulso por segundo) ou muito alta (mais de 100 impulsos por segundo). Os
lasers pulsados podem ter pulsos tão rápidos (10 pulsos por segundo) que parecem ser
contínuos e são denominados lasers pseudocontínuos. Também podem ser muito longos como
os lasers diodo, rubi, alexandrite e Nd:YAG de pulso longo.

FIGURA 50 – MODOS DE EMISSÃO DO LASER

FONTE: GORETTI, 2009.


Você entendeu?

Os meios ativos do laser podem ser: sólidos, líquidos ou gasosos. O laser pode ser enviado ao
tecido de forma pulsada (em pulsos interrompidos regulares) ou contínua (de forma ininterrupta).

83
13 MECANISMOS DE AÇÃO DO LASER

A ação do laser varia em função de (GORETTI, 2009):

 Comprimento de onda; 84

 Duração do impulso;

 Tamanho, tipo e profundidade do alvo;

 Interação entre a luz emitida pelo laser e o alvo determinado. Os principais alvos
do laser médico são: pigmentos naturais; pigmentos externos e água
intracelular.

Os pigmentos naturais e externos chamam-se cromóforos. (FIGURA 51)

FIGURA 51 – CROMÓFOROS DA PELE

FONTE: GORETTI, 2009.


O cromóforo constitui um grupo de átomos que dá cor a uma substância e absorve luz
com um comprimento de onda específico no espectro do visível. Os cromóforos da pele são a
oxihemoglobina e desoxihemoglobina, melanina, carotenos, água e proteínas.

Porém, como lidar com tantos parâmetros e saber quais são mais eficientes e
seguros? Para responder a essa pergunta é preciso pensar no mecanismo de funcionamento do
laser e em alguns conceitos teóricos (GORETTI, 2009): 85

 Características dos pelos: os pelos possuem características diferentes


(tamanho, cor e profundidade). Como o alvo do laser é a melanina do folículo
piloso é interessante que os pelos sejam escuros porque a absorção da
eumelanina (pigmento que dá a cor escura ao pelo) é cerca de 30 vezes maior
que a feomelanina (pigmento que dá a cor clara ao pelo). Os melanócitos dos
pelos, em relação aos da epiderme, são maiores, tem mais melanossomos, e
existem em maior número (é cinco vezes maior a relação
melanócito/queratinócito), o que favorece a ação do laser sobre os pelos.
Portanto, o coeficiente de absorção da melanina dos pelos é duas a seis vezes
maior que o da epiderme. Por isso, é possível usar laser para epilação mesmo
quando há pouco contraste da cor do pelo em relação à cor da pele;

 Comprimento de onda: considerado ideal na faixa do vermelho ao infravermelho


(entre 650 e 1.100nm) porque tem boa absorção pela melanina em relação à
hemoglobina e, sendo mais longo que 650 nm, pode aumentar a penetração na
derme e atingir o cromóforo-alvo (melanina) do bulbo. Entretanto, usando-se l
maiores, deve-se aumentar a fluência para se obter o mesmo dano térmico na
estrutura-alvo (porque a absorção pela melanina diminui);

 Características ópticas da pele: a epiderme é um meio absortivo e a derme um


meio refrativo. Assim sendo, quanto maior o comprimento de onda, maior a
proteção da epiderme, pois a menor refração da luz pela derme promove a
concentração da sua energia. Fótons com 800 nm penetram 30% a mais do que
700nm, diminuindo a refração da luz de volta para a epiderme, protegendo-a;
 Propriedades ópticas dos pelos e estruturas vizinhas: deve-se atingir
temperatura suficiente para lesar o folículo e poupar os melanossomos da
epiderme. Deve-se pensar, porém, que o pelo é um cilindro e se pretende atingir
temperaturas altas também na sua parte mais externa, para conseguir lesar o alvo
potencial (bulbo). Deve ocorrer difusão térmica suficiente para lesar o bulbo sem
haver vaporização dos melanócitos. A ação do laser é favorecida pelo fato do 86
folículo ter menor concentração de água que a derme e, portanto, para a mesma
concentração do cromóforo, aquece duas vezes mais rápido. Além disso, a
condutividade da gordura que envolve o bulbo é 70% menor que a da derme,
portanto, o mesmo perde calor mais lentamente e seu tempo de relaxamento é
mais longo. Em resumo: a combinação de pulsos mais longos e fluências maiores
leva a uma destruição folicular mais completa sem lesar a epiderme;

 Duração do pulso: devem ser utilizados pulsos mais longos para proteger os
melanossomos epidérmicos (seletividade termocinética) e também para se
conseguir a destruição das camadas mais externas do folículo, por difusão do
calor. Procura-se usar pulsos que estejam entre o tempo de relaxamento da
camada basal da epiderme (0,5 a 1 mseg) e o tempo de relaxamento do folículo
(30 a 50 mseg);

 Resfriamento da epiderme: diminui o risco de lesão térmica da epiderme e


possibilita o uso de fluências maiores e mais efetivas. Pode ser feito antes ou
durante o pulso, de forma passiva por meio de gel gelado, ativa com o uso de
água resfriando um recipiente de contato (vidro ou safira) ou por meio de um
método evaporativo (criógeno). O uso da ponteira de safira pode diminuir a
temperatura na camada basal em torno de 20ºC, se mantida em contato com a
pele por 0,5 segundo. O criógeno externo pode atingir gradientes de temperatura
maiores, porém, a falta de acoplamento óptico com a superfície da pele e a
condensação de suas partículas na superfície, leva-o a uma eficiência semelhante
a da ponteira de safira;
 Compressão da pele e uso de lente convergente: são possibilidades com o uso
de lasers com ponteira de contato que, ao pressionar a pele, pode diminuir a
distância do folículo em até 30%. Se a lente for convergente, como nas ponteiras
de safira, é possível aumentar a densidade dos fótons próximos ao alvo desejado.

Você entendeu?
A ação do laser varia em função do comprimento de onda; duração do impulso; tamanho, tipo e
87
profundidade do alvo e interação entre a luz emitida pelo laser e o alvo determinado. O
cromóforo constitui um grupo de átomos que dá cor a uma substância e absorve luz com um
comprimento de onda específico no espectro do visível. No caso de pelo, o cromóforo é a
melanina.

Parâmetros importantes:

a) Características dos pelos: a coloração escura facilita a epilação;


b) Comprimento de onda: considerado ideal entre 650 e 1.100nm;
c) Características ópticas da pele: quanto maior o comprimento de onda, maior a proteção da
epiderme;
d) Propriedades ópticas dos pelos e estruturas vizinhas: a combinação de pulsos mais longos
e fluências maiores levam a uma destruição folicular mais completa sem lesar a epiderme;
e) Duração do pulso: devem ser utilizados pulsos mais longos para proteger os melanossomos
epidérmicos (seletividade termocinética);
f) Resfriamento da epiderme: diminui o risco de lesão térmica da epiderme e possibilita o uso
de fluências maiores e mais efetivas;
g) Compressão da pele e uso de lente convergente: ao pressionar a pele, a ponteira pode
diminuir a distância do folículo em até 30%.
13.1 FOTOTERMÓLISE SELETIVA

Na década de 80, os pesquisadores Andersen e Parrish descreveram a fototermólise


seletiva para o laser de corantes pulsado. Segundo essa teoria, um cromóforo pode ser atingido
seletivamente se o delta da emissão laser for o mesmo do cromóforo do tecido. Tem como
consequência o fato de a absorção seletiva pelos tecidos da luz laser levar à destruição seletiva 88
desse tecido. Além disso, a duração do pulso de emissão deve ser inferior ao tempo de
relaxamento térmico.

O tempo de relaxamento térmico é o tempo necessário para que o calor gerado com o
impulso laser arrefeça até metade do inicial. O comprimento de onda determina não só a
absorção pelo cromóforo, mas também a profundidade de penetração da luz. O espectro visível
vai dos 380 até aos 750 nm. Em geral quanto maior é o comprimento de onda maior é a
penetração nos tecidos (FIGURA 52).

FIGURA 52 – PENETRAÇÃO DO LASER NOS TECIDOS

FONTE: GORETTI, 2009.


Os comprimentos de onda que penetram mais profundamente situam-se entre 800 nm
e 1.100 nm. A partir deste ponto a radiação infravermelha média e longínqua é absorvida quase
totalmente pela água da epiderme (a epiderme é constituída por 90% de água) e neste caso a
penetração é menor. A penetração nos tecidos depende também do diâmetro do spot e varia
com o delta do laser. Para o laser de CO2 a penetração é inversamente proporcional ao
tamanho do spot. Em outros lasers como o Nd:YAG e o laser de alexandrita, o aumento do
tamanho do spot acompanha-se de um aumento da profundidade do feixe (GORETTI, 2009).

89
A fototermólise seletiva está relacionada à habilidade de remover o pelo sem danificar
a pele adjacente e preconiza que uma determinada onda, com certa duração de pulso e
determinada fluência, provoque um dano térmico localizado somente no alvo que contém a
molécula que absorverá a energia, ou seja, o cromóforo. No caso da epilação, o alvo é a
melanina da haste do pelo e da matriz.

Lasers com comprimento de onda entre 600 e 1.100 nm são bem absorvidos pela
melanina e são adequados para fazer epilação. Teoricamente, a duração do pulso pode ser
menor ou igual ao tempo de relaxamento térmico do folículo piloso (10-100 milissegundos), no
entanto, usando pulsos mais longos que o tempo de relaxamento térmico da haste do pelo
permite a propagação do dano térmico para as células germinativas amelanóticas que são alvo
importante para o sucesso da epilação. O uso de aparelhos com longa duração de pulso baseia-
se nesse conceito.

Teoricamente, para uma epilação eficaz, precisamos de três mecanismos: destruição


fototérmica pelo calor local, destruição fotomecânica pela geração de ondas de choque e/ou
destruição fotoquímica por meio da criação de mediadores tóxicos, como oxigênio singlet ou
radicais livres.

Você entendeu?
A utilização de laser para epilação baseia-se no fenômeno da fototermólise seletiva, ou seja,
absorção da luz de um determinado comprimento de onda pelo alvo desejado, o folículo piloso. A
luz, ao atingir a pele, penetra na derme e vai por meio do aquecimento desnaturar as proteínas
do folículo, levando à sua destruição. Para se obter a destruição definitiva do pelo é necessária a
destruição das células do folículo piloso localizadas numa área denominada bulbo que fica
próxima à inserção do músculo eretor do pelo. Algumas variáveis são necessárias para que se
realize este processo. O comprimento de onda deve ter afinidade pela melanina, pois este é o
cromóforo do pelo. A energia deve ser adequada. A duração do pulso é um fator importante.
Deve ser próxima ou menor que o tempo de relaxamento térmico do folículo (30-100ms) e maior
que o tempo de resfriamento da epiderme (3-10ms), para que esta seja preservada. Neste
sentido, os sistemas de resfriamento são fundamentais para evitar lesões.

90
14 EFEITOS GERAIS DO USO DO LASER

A energia irradiada transforma-se rapidamente em outro tipo de energia ou efeito


biológico. São os chamados efeitos primários: efeitos bioquímicos, efeitos bioelétricos e efeitos
bioenergéticos. Tais efeitos levam aos efeitos secundários de forma local, geral ou regional,
provocando os efeitos terapêuticos gerais (CLÁUDIO, 2011). 91

 Efeitos bioquímicos: estímulo à liberação de substâncias (histaminas, bradicininas


e serotoninas); estímulo ou inibição às reações enzimáticas;

 Efeitos bioelétricos: equilíbrio da atividade funcional celular; atuação sobre a


mobilidade iônica; aumento da quantidade de ATP produzido na célula;

 Efeitos bioenergéticos: estimulam, em todos os níveis, a troficidade e fisiologia


celular, normalizando as deficiências e equilibrando as desigualdades;

 Efeitos bioestimulativos: estimulam a produção de ATP mitocondrial; estimulam a


repolarização; aumentam a velocidade de crescimento dos nervos seccionados;
estimulam os fibroblastos conduzindo formação do colágeno e elastina, com
consequente rejuvenescimento facial; aumentam a circulação nos tecidos por
vasodilatação, levando a um maior transporte de oxigênio e nutrientes para as
células, ação antiedematosa e anti-inflamatória;

 Estímulo a microcirculação: as arteríolas e vênulas comunicam-se mediante uma


rede capilar, por meio da atuação de um músculo chamado esfíncter pré-capilar.
Esse músculo, em condições normais, ativa ou cessa a microcirculação das várias
regiões. A radiação laser tem uma ação sobre este músculo, pela ação de
mediadores químicos, paralisando-os. Isto produz uma abertura constante e,
portanto, um efeito sobre a microcirculação. As consequências diretas são: melhora
do trofismo celular regional, pelo aumento de nutrientes e oxigênio e melhora da
resposta defensivo-imunitária.

Você entendeu?

Os efeitos gerais para o uso do laser são: efeitos bioquímicos (estímulo à liberação de
substâncias e às reações enzimáticas); efeitos bioelétricos (equilíbrio da atividade funcional 92
celular; atuação sobre a mobilidade iônica; aumento da quantidade de ATP produzido na célula);
efeitos bioenergéticos (estimulam, em todos os níveis, a troficidade e fisiologia celular,
normalizando as deficiências e equilibrando as desigualdades); efeitos bioestimulativos
(estimulam a produção de ATP; os fibroblastos conduzindo formação do colágeno e elastina;
aumentam a circulação nos tecidos por vasodilatação, ação antiedematosa e anti-inflamatória;
estímulo à microcirculação (as arteríolas comunicam-se mediante uma rede capilar, por meio da
atuação de um músculo chamado esfíncter pré-capilar).
15 TIPOS DE LASER USADOS PARA DEPILAÇÃO DEFINITIVA

Vários aparelhos podem ser utilizados para a remoção dos pelos, sendo que a sua
escolha depende da cor de pele e da espessura e tonalidade do pelo. A ausência de melanina
no pelo (pelo branco) impede a ação do laser.
93

 Rubi de pulso longo (694nm): utiliza fototermólise seletiva;

 Alexandrite de pulso longo (755nm): utiliza fototermólise seletiva;

 Diodo de pulso longo (810nm): utiliza fototermólise seletiva;

 Nd:YAG de pulso longo (1064nm): utiliza fototermólise seletiva;

 Q-switched Nd:YAG (1064nm): destrói mecanicamente o pelo;

 Luz intensa pulsada.

Todos os aparelhos no mercado que são utilizados nas peles claras (fototipos I-III)
produzem uma redução nos pelos em torno de 75%. O laser de rubi (694 nm), o alexandrite (755
nm) e o diode (810 nm), assim como a luz pulsada, são os aparelhos mais comumente
empregados no tratamento para epilação. O Nd:YAG de pulso longo (1.064 nm) é o aparelho de
laser mais seguro para epilação com laser nos pacientes de pele escura, porque o comprimento
de onda é longo, embora os lasers de diodo, alexandrite e a luz pulsada também possam ser
utilizados.

A escolha do laser adequado para cada tipo de pelo e cor de pele e o treinamento para
a utilização correta do equipamento são fundamentais para que se obtenham os melhores
resultados.
15.1 LASER RUBI DE PULSO LONGO (694nm)

Estes aparelhos emitem energia com um comprimento de onda de 694nm e duração


de pulso de 20 a 40 ns, sendo que pela alta absorção que apresentam pela melanina, são
eficientes para a destruição de pelos finos e pouco pigmentados. Entretanto, não devem ser
94
utilizados em pacientes morenos, pelo risco de causarem hipocromias na pele (DRUMMOND,
2007) (FIGURAS 53 e 54).

O laser rubi está indicado para pelos escuros em pacientes de pele clara (fototipos I-
III). Estudos demonstram que a eficácia do tratamento fica em torno de 20% a 60% de redução
com uma única aplicação e de 50% a 78% após vários tratamentos (DRUMMOND, 2007).

FIGURA 53 – MODO DE EMISSÃO DO LASER RUBI

FONTE: GEOCITES. Laser. Disponível em: <http://www.geocities.ws/saladefisica5/leituras/laser.html>. Acesso em:


25 nov. 2011.
FIGURA 54 – EQUIPAMENTO DE LASER RUBI DE PULSO LONGO (694nm)

95

FONTE: MEDICAL. Laser. Disponível em: <http://www.hv.com.br/medical/Laser_sinon.html>.

Acesso em: 25 nov. 2011.

15.2 LASER ALEXANDRITE DE PULSO LONGO (755nm)

Emite energia com comprimento de onda de 755nm e duração de pulso de 50 a 100ns.


Tem mecanismo de ação semelhante ao rubi. Porém, por ter penetração mais profunda com
menor afinidade pela melanina, tem menor risco em pacientes de pele morena, podendo ser
utilizados em pelos finos com quantidade moderada de pigmento (CLÁUDIO, 2011) (FIGURA
55).

O alexandrite de 755 nm geralmente é utilizado em pacientes com fototipos I-IV,


embora possa também ser aplicado em pacientes com pele escura. Após várias sessões, muitos
autores relatam eficácia de 74% a 78% na redução dos pelos, com fluências que variam entre 18
e 20J/cm2 (CLÁUDIO, 2011).
FIGURA 55 – EQUIPAMENTO DE LASER ALEXANDRITE DE PULSO LONGO (755nm)

96

FONTE: ALIBABA. Laser Alexandrite. Disponível em: <http://www.alibaba.com/product-


free/264133951/AL_40_Alexandrite_Laser.html>. Acesso em: 25 nov. 2011.

15.3 LASER DIODO DE PULSO LONGO (810nm)

Estudos atuais indicam que o laser diodo apresenta eficácia comparável à do


alexandrite e ao do rubi. O comprimento de onda longo e a duração de pulso ajustável nos
aparelhos diodo 810 nm permitem o tratamento de peles escuras, apesar de não ser possível
utilizar fluências altas no fototipo VI. Após várias sessões, a eficácia fica em torno de 84% na
redução dos pelos (FIGURA 56).

Os lasers de diodo possuem comprimento de onda de 810nm e são menos absorvidos


pela melanina que o laser de rubi (694 nm), porém, podem atingir maior profundidade.
Dependendo do aparelho trabalham com pulsos que variam conforme a fluência escolhida com
valores entre 10 e 400 ms. Para proteger a epiderme foram desenvolvidos métodos de
resfriamento como uso da ponteira de safira resfriada. O tamanho da fonte é de 9 mm de
diâmetro e a fluência de 10 a 100 J/cm2.

FIGURA 56 – EQUIPAMENTO DE LASER DIODO DE PULSO LONGO (810nm)

97

FONTE: FELIX, 2011.

15.4 LASER ND: YAG DE PULSO LONGO (1064NM)

Os Nd:YAG lasers operam com comprimento de onda 1.064 nm. Esse comprimento
permite menor absorção da luz pela epiderme, sendo uma opção para o tratamento de pacientes
com fototipos altos (FIGURA 57).
FIGURA 57 – EQUIPAMENTO DE LASER ND: YAG DE PULSO LONGO (1064NM)

98

FONTE: IPLSUPPLY. ND: YAG. Disponível em: <http://www.iplsupply.com/products/3_2_b.jpg>. Acesso em: 25 nov.
2011

15.5 LASER Q-SWITCHED ND:YAG (1064NM)

Tem comprimento de onda de 1064nm. É seguro para peles escuras. Contudo, a


duração do pulso muito curta não permite a destruição do folículo, o que se traduz em remoção
apenas temporária dos folículos. O preparo do paciente deve necessariamente incluir a
orientação quanto à necessidade da presença do folículo na haste do pelo. Deve ser evitado o
arrancamento do mesmo na área a ser tratada, por um período médio de quatro semanas
(FIGURA 58).

A fotoproteção também é recomendável, pois quanto menor a quantidade de pigmento


na pele menor o risco de danos epidérmicos. Em pacientes morenos, convém utilizar agentes
despigmentantes para tornar o tratamento mais seguro. Os efeitos colaterais são pouco
frequentes e incluem: alterações da pigmentação, geralmente temporárias; infecções
decorrentes de lesão epidérmica; presença de cicatrizes, felizmente raras, que decorrem de
danos na derme.

FIGURA 58 – EQUIPAMENTO DE LASER Q-SWITCHED ND:YAG (1064NM)

99

FONTE: WHOSALE. Q-Switch. Disponível em: <http://www.online-wholesale.net/wholesale/new-q-switch-


laser-tattoo-eyebrow-removal-machine-q500-53010.html>. Acesso em: 25 nov.2011.

Vários equipamentos possuem a fonte laser Nd:YAG, que emite um radiação infra-
vermelha e uma fonte laser Hélio Neônio (HeNe), capaz de emitir uma radiação vermelha na
porção visível do espectro. O feixe de radiação do HeNe é coaxial com o feixe de radiação
emitido pelo Nd:YAG, e é utilizado como uma mira que define o ponto onde o laser Nd:YAG irá
atuar (Drummond, 2007).
O Quadro 7, apresentado a seguir, resume as características de alguns aparelhos do
mercado:
QUADRO 7 – CARACTERÍSTICAS DOS DIFERENTES TIPOS DE LASER

LASER NOME FLUÊNCIA PONTEIRA PULSO INDICAÇÕES


J/CM2

Ruby (694nm) Epilaser 10 a 40J 7-10mm 3ms Pelo fino e claro,


pele clara
Epitouch 20 a 40J 3-6mm 1,2ms 100

E2000 10 a 50J 10-20mm 3,1ms

Alexandrita LPIR 25/30/40J 7/10/6X10mm 5,10,20ms


(755nm)
Apogee 25/35/50J 7/10/12,5mm 5,10,20ms Pelos finos

Epitouch 10 a 50J 5/7mm 2ms

Diodo (800nm) 10 a 60J 9X9/12X12mm 5-100ms Pelos escuros e


grossos, pele
morena

Nd: Yag 2 a 3J 7mm 10ms Pelos finos e claros


(remoção
Q-Switched
temporária)

15.6 LUZ INTENSA PULSADA (IPL): USO EM EPILAÇÃO

Existe um tipo de luz não laser, tipo flashlamp, denominada luz intensa pulsada, que
não possibilita pico de energia alto e, normalmente, é usada para tratar áreas maiores que o
laser. A IPL produz vários espectros de luz, possibilitando tratar ao mesmo tempo lesões
pigmentadas, lesões vasculares e realizar epilação (DRUMMOND, 2007) (FIGURA 59).
FIGURA 59 – EQUIPAMENTO DE IPL

101

FONTE: ACTIVE. Luz Pulsada. Disponível em:


<http://compravenda.goias.slando.com.br/goiania/active_record_luz_pulsada_P_29617857.html>. Acesso em: 25
nov. 2011.

A IPL é uma fonte de luz de alta intensidade que emite luz policromática, não coerente
e inserida em um amplo espectro de comprimento de onda. O filamento da lâmpada de Xenônio
se aquece devido à corrente elétrica que o atravessa (efeito Joule). As lâmpadas de Xenônio
(flashlamps) dos equipamentos IPL são alimentadas por um banco de capacitores. A luz emitida
dirige-se à superfície da pele por meio de uma espécie de “guia”, também chamado de “cristal”,
confeccionado por tipos diferentes de materiais (quartz ou safira) (DRUMMOND, 2007).

Nos equipamentos IPL existem filtros entre a fonte luminosa e o cristal, que têm a
finalidade de definir o espectro de emissão que atingirá o tecido. O bom desempenho do
equipamento IPL está relacionado à qualidade da lâmpada (flashlamp) e, principalmente, à
qualidade e tecnologia dos filtros utilizados (DRUMMOND, 2007).

No início dos anos 90, Goldman e Eckhouse iniciaram o desenvolvimento das


lâmpadas de luz pulsada de alta intensidade, para o tratamento de anomalias vasculares da
pele. Em 1994 foi lançado o primeiro equipamento IPL no mercado (Photo Derm VL) e a
aprovação do FDA, para remoção de pelos, ocorreu em 2000 (DRUMMOND, 2007).

Cada equipamento de IPL tem suas próprias características com relação à


programação existindo diversas programações possíveis, englobando os vários tipos de pele e
pelo. Alguns dos equipamentos IPL utilizam a hemoglobina e a melanina como cromóforos para
realizar epilação, sendo a melanina o cromóforo principal para esse efeito (DRUMMOND, 2007).

Nestes equipamentos IPL, os pelos são utilizados como guias que conduzem a energia
aos folículos pilosos, danificando-os, como também ocorre com o uso do laser. Os pelos
recebem a radiação IPL e o cromóforo absorve a radiação, eliminando os pelos do local
(DRUMMOND, 2007) (FIGURA 60).
102

FIGURA 60 – EPILAÇÃO COM IPL

FONTE: OXL. Luz pulsada. Disponível em: <http://cidadesaopaulo.olx.com.br/pictures/depilacao-definitiva-com-luz-


pulsada-iid-142628734>. Acesso em: 25 nov. 2011.

Outros equipamentos de IPL utilizam a hemoglobina como cromóforo principal. A


irrigação sanguínea do bulbo capilar é destruída e, por isso, não há o “guia”. Este efeito é
exclusivo ao IPL, uma vez que não é colimado como o laser e possui potências mais baixas, se
comparadas às do laser utilizado para esse fim. As potências mais baixas permitem penetração
mais profunda da energia, sem provocar efeitos indesejados aos tecidos (DRUMMOND, 2007).

O IPL funciona por meio do acionamento de um pedal que ativa o equipamento a cada
intervalo de tempo de três ou quatro segundos. A programação deve ser adequada ao
tratamento e ao tipo de pele do paciente. Um eletrodo manual é encostado na pele e a luz
pulsada é emitida pressionando-se o pedal que aciona o IPL, dando início à transmissão de radiação
luminosa ao tecido. O pedal é então aliviado e o eletrodo posicionado em outra região para
prosseguir o tratamento (DRUMMOND, 2007).

Em alguns equipamentos de luz pulsada, há a necessidade de se utilizar um gel


aquoso sobre a pele para resfriar e umedecer o local durante os pulsos, evitando danos térmicos
e proporcionando melhor contato entre a pele e o guia de onda ou Cristal IPL. Em outros tipos de
equipamentos não existe necessidade do gel, porém é necessário a utilização de gelo ou outro
meio que resfrie a pele (DRUMMOND, 2007).

Indivíduos com peles escuras não devem sofrer ação de pulsos sobrepostos pelo risco 103
de superaquecimento e queimadura da pele. Mesmo em peles claras não devem ser
administrados pulsos repetidos na mesma região sem intervalos de tempo adequados
(DRUMMOND, 2007).

Os resultados do tratamento dependem do tipo de pele, espessura e cor do pelo,


idade, sexo e das condições de saúde de cada indivíduo e dos parâmetros do equipamento
(potência, fluência, filtro, duração de pulso, intervalo entre pulsos) (DRUMMOND, 2007).

Uma das vantagens da luz pulsada em relação ao laser é a flexibilidade de tratamentos


com um mesmo equipamento. A desvantagem é que não são possíveis picos de energia e a
handpiece é mais pesada. Isso ocorre por que a fonte de energia esta acoplada na handpiece
perto do cristal (DRUMMOND, 2007).

O quadro 8 traça um comparativo entre o laser e a IPL:


QUADRO 8 – COMPARATIVO DO LASER E DA IPL

LASER LUZ PULSADA

CARACTERÍSTICAS Monocromático Policromático

USOS Várias áreas da medicina Dermatologia e angiologia

HANDPIECE Menor e mais leve; Maior e mais pesado;

Feixe de luz concentrada na caixa Feixe de luz concentrada na 104


do equipamento e transmitida por handpiece diretamente no cristal
fibra ótica

FEIXE DE LUZ Coerente e colimada Não coerente e não colimado

POTÊNCIA Atinge maior potência Atinge menor potência

TEMPERATURA Atinge maior temperatura Atinge menor temperatura

SPOT SIZE De 1 a 18mm Normalmente maiores

VISIBILIDADE Spot distanciador permite total Cristal encostado na pele e gel


visibilidade no tratamento impedem a visualização do disparo

ÁREA DE AÇÃO Área de ação menor que a área de Área de ação menor que a área de
ação do IPL ação do IPL

ENERGIA Concentra energia no ponto Não concentra energia

USO MÉDICO Uma finalidade especifica para cada Vários usos com apenas um
comprimento de onda equipamento

MANUTENÇÃO Alto custo Baixo custo

FONTE: DRUMMOND, 2007.


16 SEGURANÇA PARA O USO DO LASER

Antes de ser iniciado um procedimento com o equipamento laser, deve-se observar as


condições de segurança que consistem em estabelecer uma maneira de informar que a entrada
está proibida durante o procedimento, manter o ambiente indevassável, verificar as condições
105
operacionais, executar procedimentos de manutenção preventiva, posicionar o paciente
adequadamente, entre outras (DRUMMOND, 2007).

Entre estas ações estão:

 Avisos: devem ser colocados avisos nas portas da sala onde está instalado o
laser e no próprio aparelho prevenindo contra as radiações visíveis e/ou invisíveis
diretas ou dispersas (FIGURA 61);

FIGURA 61 – PLACA DE AVISO DO USO DO LASER

FONTE: KUANTOKUSTA. Placa de segurança laser. Disponível em: <http://www.kuantokusta.com.br/Seguranca-


Placa-de-perigo--laser-use-protetor-de-olhos--35-0-x-25-0c--.php>. Acesso em: 25 nov. 2011.
 Proteção ocular: o uso do laser exige rigorosa proteção ocular (FIGURA 62) pelo
risco de lesões ou cicatrizes irreversíveis da córnea e da esclerótica. Os
profissionais e o paciente devem usar óculos de proteção específicos para o a
potência do laser. Deve-se ter atenção não só à exposição direta ao laser, mas
também à exposição indireta por meio de superfícies refletoras. O laser pode ser
refletido em superfícies metálicas (espelhos ou vidros refletores);

FIGURA 62 – ÓCULOS DE PROTEÇÃO PARA O USO DO LASER 106

FONTE: CATÁLOGO HOSPITALAR. Óculos de segurança. Disponível em: <http://catalogohospitalar.com.br/oculos-


de-seguranca-para-laser.html>. Acesso em: nov. 2011.

 Campo operatório: a pele deve ser limpa antes do tratamento com soluções não
alcoólicas como, por exemplo, o soro fisiológico. Devem ser colocadas
compressas úmidas na periferia do campo operatório para evitar lesões;

 Inalação de partículas: a fumaça causada pela vaporização do tecido pode


conter HPV, HIV, outros vírus e partículas de células que podem ser inaladas pelo
operador. Aspiradores de fumaça e máscaras com filtros especiais são
necessários para diminuir o risco de aspiração destes materiais;

 Riscos elétricos: riscos elétricos também podem ocorrer, os aparelhos devem


ser ligados sem extensões, em redes específicas utilizando estabilizadores de
voltagem.

16.1 CLASSES DE RISCO PARA OS EQUIPAMENTOS LASER

107
Os lasers podem ser agrupados em quatro áreas, conforme seu potencial em causar
dano biológico. Todo laser deve possuir um rótulo com uma das quatro classes descritas abaixo:

 Classe I: não emitem radiação com níveis perigosos;

 Classe IA: designação especial aplicada somente aos lasers que "não devem
ser vistos", tais como a leitora de preços a laser de um supermercado. O limite
superior de energia da Classe I.A. é de 4 mW;

 Classe II: lasers visíveis de baixa energia que emitem acima dos níveis da
Classe I, mas com uma energia radiante que não ultrapasse 1 mW. A ideia é
que a reação de aversão à luz brilhante inata nos seres humanos irá proteger
a pessoa;

 Classe IIIA: lasers de energia intermediária (contínuos: 1-5 mW) e são


perigosos somente quando olhamos na direção do raio. A maioria dos
apontadores a lasers se encaixa nesta classe;

 Classe IIIB: são os lasers de energia moderada;

 Classe IV: composta pelos lasers de alta energia (contínuos: 500 mW,
pulsados: 10 J/cm2 ou o limite de reflexão difusa). São perigosos para a visão
em qualquer circunstância (diretamente ou espalhados difusamente) e
apresentam provável risco de incêndio e risco à pele. Medidas significativas de
controle são requeridas em instalações que contêm laser Classe IV.
Em ambientes onde existem equipamentos emissores de raios laser, deve haver uma
sinalização para alertar dos riscos aos quais operador e paciente estão submetidos (FIGURA
63).

FIGURA 63 – SINAL INTERNACIONAL DE ALERTA PARA A PRESENÇA DE EQUIPAMENTO LASER


108

FONTE: UOL CIÊNCIA. Laser. Disponível em: <http://ciencia.hsw.uol.com.br/laser9.htm>.

Acesso em: 25 nov.2011.

Aqui concluímos o terceiro módulo do Curso de Depilação a Laser. Neste módulo


vimos que o laser foi desenvolvido em 1960 por um físico americano chamado Maiman e a partir
daí, após seu desenvolvimento e aprimoramento, o laser possibilitou um grande avanço nos
procedimentos médicos e revolucionou técnicas terapêuticas. O uso em dermatologia é vasto e
auxilia no tratamento de muitas disfunções estéticas.

Os lasers são dispositivos que geram radiação eletromagnética - REM (onda que se
autopropaga no espaço resultante da interação de campos elétricos e magnéticos). A unidade
elementar de REM é o fóton, que é simultaneamente onda e partícula. A luz é gerada por meio
da amplificação por emissão estimulada de radiação que se baseia no efeito cascata da
estimulação de átomos em repouso e na geração de novos fótons idênticos.

Vimos, também, que a luz laser tem características próprias e bem específicas:
coerência (estão em fase no tempo e no espaço, alinhadas entre si); monocromaticidade
(mesmo comprimento de onda e mesma cor); colimação (mesma direção); alta intensidade. E
que o laser é composto por três componentes essenciais: meio laser (meio ativo onde se dá a
109
emissão estimulada de radiação); fonte de energia (corrente elétrica, luz de uma lâmpada de
flash ou outro laser) e espelhos refletores (por onde passa uma pequena parte da luz gerada no
seu interior.). Você estudou que os meios ativos do laser podem ser: sólidos, líquidos ou
gasosos. O laser pode ser enviado ao tecido de forma pulsada (em pulsos interrompidos
regulares) ou contínua (de forma ininterrupta).

A ação do laser varia em função do comprimento de onda; duração do impulso;


tamanho, tipo e profundidade do alvo e interação entre a luz emitida pelo laser e o alvo
determinado. O cromóforo é um grupo de átomos que dá cor a uma substância e absorve luz
com um comprimento de onda específico no espectro do visível. No caso de pelo, o cromóforo é
a melanina.

Aprendemos, ainda, que a utilização de laser para epilação se baseia no fenômeno da


fototermólise seletiva, ou seja, absorção da luz de um determinado comprimento de onda pelo
alvo desejado, o folículo piloso. A luz, ao atingir a pele, penetra na derme e vai por meio do
aquecimento desnaturar as proteínas do folículo, levando a sua destruição.

Entre os vários aparelhos que podem ser utilizados para a remoção dos pelos estão:
rubi de pulso longo (694nm); alexandrite de pulso longo (755nm); diodo de pulso longo (810nm);
Nd:YAG de pulso longo (1064nm); Q-switched Nd:YAG (1064nm) e a luz intensa pulsada (IPL).
A escolha do laser adequado para cada tipo de pelo e cor de pele e o treinamento para a
utilização correta do equipamento são fundamentais para que se obtenham os melhores
resultados.

Finalizando o módulo, vimos que antes de ser iniciado um procedimento com o


equipamento laser, devem ser observadas as condições de segurança para o uso do
equipamento.
17 SELEÇÃO DO PACIENTE, INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES

17.1 PACIENTE IDEAL

O paciente ideal é aquele que tem pelo escuro e grosso, com a pele clara, pois a 110
absorção do laser pela melanina será máxima, com baixo risco de eventos adversos decorrentes
de dano térmico à epiderme, embora atualmente existam equipamentos que podem ser
utilizados em qualquer fototipo de pele. Muitas vezes pacientes com pele de fototipo três e
quatro respondem muito bem ao tratamento por ocorrer menor reflexão da luz do aparelho.
Os pelos do rosto costumam ser mais resistentes à epilação, necessitando de múltiplas
sessões para atingir o resultado desejado. Assim como indivíduos com pelos muito finos tipo
Velus. Pelos brancos ou claros também não respondem bem ao tratamento, pois têm pouca
concentração de melanina. Áreas com grande densidade de pelos respondem melhor, como
axila, virilha e pernas.

17.2 INDICAÇÕES

São indicações para o uso da depilação a laser:

 Depilação cosmética de áreas que ficam expostas pelas roupas (axila, pernas,
virilha, pelos da face, entre outros);

 Disfunções da unidade pilossebácea como: hipertricose, hirsutismo,


pseudofoliculite, entre outras.
17.3 CONTRAINDICAÇÕES

São contraindicações ao uso do laser para epilação (DRUMMOND, 2007):

 Indivíduos que tomam medicações fotossensibilizantes; 111

 Portadores de doenças fotossensíveis;

 Colagenases;

 História prévia de queloide;

 Uso de isotretinoína oral até seis meses antes do tratamento;

 Paciente portador de distúrbios hormonais não controlados;

 Presença de dermatites ou eczemas na pele;

 Câncer de pele;

 Glaucoma e/ou catarata;

 Gravidez;

 Pacientes com fototipo VI de Fitzpatrick e peles recentemente bronzeadas são


contraindicações relativas pelo alto índice de efeitos colaterais e queimaduras. O
equipamento deve ser específico para uso nestas condições;

 Pelos muito finos e claros ou brancos


18 MODOS DE OPERAÇÃO E PARÂMETROS DE TRATAMENTO

Só a experiência com determinado aparelho e a sensibilidade na observação e análise


dos resultados obtidos permitem ao profissional tomar uma decisão sobre os melhores
parâmetros para cada paciente. Existe um ponto de partida que deve ser modificado
individualmente, dependendo da área a ser tratada, espessura, cor e densidade dos pelos, cor 112
da pele, sensibilidade à dor e resposta a tratamentos anteriores.
A princípio, deve-se buscar a máxima fluência tolerada para cada paciente (já que
grande parte da energia é refletida ou refratada antes de atingir o alvo) e, ao mesmo tempo,
minimizar a possibilidade de efeitos colaterais. Com o laser de diodo, por exemplo, é possível a
epilação permanente com fluências em torno de 20 a 40j/cm2, spot de 9 mm e pulsos de 10 a 30
mseg. O uso de fluências mais baixas deve diminuir a eficiência do método, mas pode ser
necessário para preservar peles bronzeadas ou escuras. Como vimos, existem métodos de
resfriamento da epiderme eficientes, como o uso de criógeno ou ponteira de safira gelada, que
permite maior segurança e uso de maior fluência.
O uso de pulsos mais longos (10 ou 20 mseg) tem o intuito de proteger a epiderme,
principalmente nas peles mais morenas e para pelos mais grossos (pois têm tempo de
relaxamento maior). Spots maiores também têm preferência, em geral porque são mais rápidos e
podem aumentar a penetração da luz e atingir estruturas mais profundas (pelos grossos).
A potência laser de saída selecionada é escolhida de acordo com o tipo de pele do
paciente e o objetivo terapêutico. Cada aparelho específico possui um tipo de programação
própria e um modo de manuseio particular que deve ser consultado no manual de operação do
equipamento. Alguns são utilizados em sessão única, outros em aplicações seriadas. O tempo
de aplicação também depende do tipo de aparelho selecionado e do tamanho da área a ser
tratada (GUIRRO; GUIRRO, 2004).

Você entendeu?
O melhor candidato para a epilação a laser é aquele que tem pelo escuro e grosso, com a pele
clara, pois a absorção do laser pela melanina será máxima, com baixo risco de eventos adversos
decorrentes de dano térmico à epiderme. Pelos brancos ou muito finos não respondem bem ao
tratamento, pois têm pouca concentração de melanina. A princípio, deve-se buscar a máxima
fluência tolerada para cada paciente e o uso de pulsos mais longos (10 ou 20 mseg). Spots
maiores são melhores porque são mais rápidos e podem aumentar a penetração da luz e atingir
estruturas mais profundas. A potência laser de saída selecionada é escolhida de acordo com o
tipo de pele do paciente e o objetivo terapêutico.

113

18.1 FORMAS DE APLICAÇÃO

18.1.1 Laser visível

O laser cujo raio pode ser visto a olho nu (laser visível) permite um maior número de
variações quando comparado aos invisíveis (BORGES, 2006):

 Aplicação por pontos: consiste na irradiação de um determinado ponto sobre o


corpo do paciente. Normalmente são necessários vários pontos para que toda a
área a ser tratada seja irradiada. Normalmente, cada ponto se distancia cerca de
um cm do outro;

 Aplicação por varredura: consiste na aplicação onde se movimenta, à maneira


de um pincel, a caneta aplicadora, fazendo com que o ponto iluminado “varra” toda
uma região.

Existem regras gerais de aplicação do laser visível que devem sempre ser observadas
(BORGES, 2006):
 Sempre que possível, a sonda de tratamento deve ser aplicada com uma firme
pressão na área do tecido a ser tratado (contato direto), isto torna a aplicação mais
segura, pois reduz a possibilidade de visualização acidental. Além disso, dessa
forma, há a maximização da irradiância ou da densidade de potência no interior do
tecido alvo, assegurando um aumento na eficácia do tratamento;

 Quando não é possível utilizar o contato direto (porque a aplicação seria dolorosa 114

demais ou porque há necessidade de uma técnica asséptica), deve-se afastar a


caneta aproximadamente cerca de 0,5 a 1 cm da superfície de tratamento, e sua
incidência deve ser perpendicular.

18.1.2 Laser Invisível

Quando o laser é invisível, há limitações quanto às formas de aplicação. Não que


aplicações por zona ou em varredura sejam contraindicadas, mas como não é possível ver a
dimensão da zona que se está irradiando, nem mesmo ter a ideia da dispersão que o
afastamento da caneta aplicadora apresenta quando de uma aplicação em varredura, é
aconselhável que, com este tipo de laser, se utilize apenas a aplicação por pontos encostando a
caneta aplicadora na pele do paciente, pois ao afastarmos a caneta o feixe de laser abre-se em
forma de leque perdendo concentração energética (BORGES, 2006).
18.2 TEMPO DE DURAÇÃO

Em média a duração de uma sessão é de 20 minutos, porém para conhecer o tempo


de aplicação necessário para uma certa dose de radiação laser, o profissional deverá (BORGES,
2006):
115

 Saber qual dose (J/cm2) deseja aplicar;

 Conhecer a potência de emissão utilizada (fornecida);


 Conhecer o tamanho da área a ser irradiada.

A potência de emissão é uma informação normalmente fornecida pelo fabricante do


aparelho emissor. Quando a área a ser tratada é de apenas um ponto, como a área da ponta da
caneta aplicadora, que também é informada pelo fabricante, elimina-se a terceira dúvida:
conhecer o tamanho da área a ser irradiada. Já quando a área a ser tratada é uma região maior
que um ponto (zona ou varredura), esta área deve ser calculada. Conhecendo os três pontos
citados anteriormente, basta aplicar a fórmula abaixo para conhecer o tempo de aplicação
necessário (BORGES, 2006):

T (s) = Dose desejada (J/ cm2) x Área (cm2)

Potência (w)

Relembrando...
O laser visível permite um maior número de variações quando comparado aos invisíveis,
podendo ser aplicado por pontos ou por varredura. O laser invisível possui limitações quanto às
formas de aplicação porque como não é possível ver a dimensão da zona que se está irradiando
é aconselhável que, com este tipo de laser, se utilize apenas a aplicação por pontos.
19 AVALIAÇÃO DO CLIENTE E REGISTROS DE ACOMPANHAMENTO

Para realizar a epilação a laser ou luz pulsada com segurança, é importante realizar
uma criteriosa avaliação da região a ser tratada. Os itens que compõem a avaliação são:

 Anamnese; 116

 Exame físico.

19.1 ANAMNESE

A anamnese é uma entrevista inicial em que o paciente relata seus hábitos e


antecedentes e fala sobre as suas expectativas em relação ao tratamento. É importante que,
neste momento, o profissional esclareça ao paciente de forma realista as possibilidades de
melhora que o laser pode oferecer. Uma anamnese detalhada é importante, pela influência que
os hábitos diários e antecedentes patológicos, psicológicos e hereditários exercem sobre a
instalação e evolução de muitas disfunções. Também podem contraindicar o uso do laser. A
anamnese pode ser estruturada em tópicos: identificação e coleta da história clínica do paciente.

19.1.1 Identificação do paciente

Coleta de dados pessoais, como nome, endereço, estado civil, profissão, data de
nascimento e dados de contato.
19.1.2 Coleta da história clínica geral e depilatória

 Questionar em relação à existência de doenças vasculares ou endócrino-


metabólicas (diabetes, hipertensão arterial, alterações cardíacas ou vasculares,
neoplasias, alterações da tireoide, alterações renais, hemofilia, distúrbios
neurovegetativos) que contraindiquem o uso do laser; 117

 Questionar a respeito da presença de distúrbios hormonais não controlados, uma


vez que o tratamento está vinculado ao ciclo de crescimento do pelo. Quanto mais
regular o ciclo hormonal, mais rápido o resultado será alcançado. Exemplos
destes distúrbios são: ovários policísticos; hipertireoidismo; hiperplasia adrenal,
entre outras;

 Questionar se o paciente é alérgico a alguma substância tópica ou sistêmica;

 Questionar o paciente a respeito do uso de medicamentos que possam ser


indicativos do controle de alguma patologia ou contraindicar o uso do laser. O uso
de medicamentos hormonais pode influenciar no ciclo do pelo. Outros
medicamentos como o minoxidil e a ciclosporina também podem influenciar no
crescimento dos pelos;

 Questionar se a paciente está grávida ou amamentando;

 Perguntar sobre tratamentos anteriores com laser: tipo, duração, objetivos,


resultados;

 Tipo de depilação habitual: utiliza cera (quente ou fria), lâminas, depiladores


elétricos, cremes depilatórios ou outros;

 Reações frente aos métodos depilatórios habituais: vermelhidão, coceira, inchaço,


pelos encravados.
19.2 EXAME FÍSICO

O exame físico para a realização do laser é composto por classificação da pele,


inspeção e palpação.

118

19.2.1Classificação da pele

Como vimos no Módulo II, a Escala de Fitzpatrick é um instrumento utilizado para


classificar a pele de acordo com a reação da pele frente à exposição solar (fototipos cutâneos).
Essa classificação é importante para determinar o nível de risco de manchas na pele associadas
à depilação a laser e para determinar qual tipo de equipamento é mais adequado para a cor de
pele do paciente.

Para você relembrar, a pele, de acordo com essa escala, pode ser classificada em seis
tipos, sendo o I o mais claro e o VI o mais escuro. Para a epilação a laser, os indivíduos com
fototipos entre I e IV são melhores candidatos, embora existam equipamentos seguros para uso
em peles mais escuras.

19.2.2 Inspeção

Durante a inspeção devemos observar:


 Aspecto geral da pele, buscando escoriações ou feridas. Observar a integridade
dos tecidos, a presença de cicatrizes, queloides, áreas descativas;

 Tipo, cor e quantidade dos pelos na área a ser depilada. Quanto mais escuro e
calibroso for o pelo, mais rapidamente ocorrerá a destruição pelo laser;
 Presença de discromias (acromias, hipercromias, hipocromias); 119

 Presença de manchas de origem vascular (angiomas, eritemas, hematomas,


petéquias, teleangiectasias);

 Presença de lesões cutâneas (crostas, áreas de descamação, fissuras);

 Presença de áreas avermelhadas, indicando inflamação local.

19.2.3 Palpação

Durante a palpação da área a ser tratada, o examinador deve atentar-se para os


seguintes aspectos:

 Temperatura: a temperatura da pele pode estar normal, elevada ou diminuída. A


temperatura elevada da pele indica processo inflamatório presente, situação que
contraindica o procedimento de epilação. Quando a temperatura da pele está
diminuída, a circulação local pode estar deficiente, o que também contraindica o
uso do laser;
 Espessura da pele: a pele pode estar com espessura normal, aumentada
(engrossada) ou diminuída (afinada). Em peles muito finas, o uso da técnica
requer cuidados especiais pelo risco de queimaduras. Quanto mais grossa a pele,
maior será sua capacidade de relaxamento térmico (maior proteção);

 Tônus da pele: pode estar normal (equilibrado), diminuído (flácido) ou aumentado


(hipertônico).

120

Após a conclusão da avaliação, é importante avaliar a disponibilidade do paciente em


relação ao numero de sessões previstas e ao intervalo entre as sessões. Como a depilação a
laser está vinculada ao ciclo de crescimento do pelo da região em tratamento, qualquer
descontinuidade entre os ciclos, poderá interferir.
Em relação ao número e intervalo entre as sessões não existe consenso entre os
autores e há diferenciações para cada tipo de equipamento. Porém, em média, na face os
intervalos variam entre 30 e 45 dias. No corpo, os intervalos variam entre 30 a 60 dias. Quanto
ao número de sessões, há uma variação grande de acordo com a idade e sexo do indivíduo, cor
do pelo e da pele, região e fluência do equipamento. O número médio se sessões para a face
fica entre cinco e seis sessões e para o corpo entre oito e dez sessões.
A seguir apresentamos um modelo de “Protocolo para Aplicação de Laser para
Epilação”, assim como modelo de “Termo de Consentimento para Depilação com Laser”:

19.3 PROTOCOLO PARA APLICAÇÃO DE LASER PARA EPILAÇÃO

Data:_______________________________________________________________
Nome:______________________________________________________________
Endereço:___________________________________________________________
E-mail: ______________________________ Telefone: _______________________
Sexo: _______________________________ Raça: __________________________
Data de nascimento: ___________________ Idade: _________________________

ANAMNESE

História clínica

 Doenças cardíacas ou vasculares: __________________________________


______________________________________________________________ 121
 É portador de marcapasso cardíaco?________________________________
 Doenças endócrino-metabólicas:____________________________________
______________________________________________________________
 Doenças fotossensíveis: __________________________________________
 Neoplasias:_____________________________________________________
 Alterações hormonais: ____________________________________________
 Alergias conhecidas: _____________________________________________
 Medicamentos em uso: ___________________________________________
 Possui queloide ou distúrbios de cicatrização em alguma área? ___________
______________________________________________________________
 Utiliza ou utilizou isotretinoina oral nos últimos seis meses? ______________
______________________________________________________________
 Você está grávida ou amamentando?________________________________
 Possui glaucoma ou catarata? _____________________________________
 Tratamentos anteriores gerais com o uso do laser (tipo, duração, objetivos, resultados):
____________________________________________________
______________________________________________________________

História Depilatória

 Tipo de depilação habitual que utiliza:________________________________


 Já utilizou algum tipo de laser ou IPL para epilação? (tipo, duração, objetivos,
resultados): ____________________________________________________
______________________________________________________________
 Reações relatadas frente aos métodos depilatórios habitualmente utilizados:
______________________________________________________________

EXAME FÍSICO

Classificação da pele

 Cor dos olhos: __________________________________________________


 Cor dos cabelos: ________________________________________________ 122
 Cor da pele: ____________________________________________________
 Reação frente à exposição solar: ___________________________________
 Conclusão do fototipo: ( ) I ( ) II ( ) III ( ) IV ( ) V ( ) VI

Inspeção

 Aspecto geral da pele: ____________________________________________


 Tipo dos pelos na área a ser epilada: ________________________________
 Cor dos pelos na área a ser epilada:_________________________________
 Quantidade de pelos na área a ser epilada
( ) abundantes ( ) quantidade equilibrada ( ) escassos ( ) raros

 Presença de discromias na área a ser epilada


( ) acromias ( ) hipercromias ( ) hipocromias

 Presença de manchas de origem vascular


( ) eritemas ( ) hematomas ( ) petéquias, ( ) teleangiectasias

 Presença de lesões cutâneas


( ) crostas ( ) áreas de descamação ( ) fissuras ( ) fístulas

Palpação

 Temperatura
( ) normal ( ) elevada ( ) diminuída

 Espessura
( ) normal ( ) aumentada ( ) diminuída

 Tônus
( ) normal ( ) aumentado ( ) diminuída

Áreas a serem epiladas:


_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
123

Equipamento utilizado:
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________

Profissional responsável:
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________

Todos os pacientes devem ser informados sobre a possibilidade de recrescimento do


pelo e da necessidade de múltiplas sessões para alcançar o resultado desejado, além do
preenchimento do termo de consentimento pós-informado, para que o profissional se assegure
de que o paciente está ciente de todos os benefícios e possíveis riscos a que está submetido
durante o tratamento.

19.4 TERMO DE CONSENTIMENTO PARA DEPILAÇÃO COM LASER

Declaro que recebi informações sobre o procedimento de depilação a laser. Fui


informado que a depilação a laser possibilita a destruição de um número considerável de
folículos dos pelos no momento da aplicação, porém existe uma outra fração que ainda está em
repouso no momento do procedimento, e, portanto, dificilmente se elimina a totalidade dos pelos
em uma só aplicação. O número de aplicações necessárias varia dependendo das
características de cada pessoa.

No caso do tratamento no rosto de mulheres principalmente entre 18 e 35 anos pode


ser especialmente resistente, devido ao hisurtismo. Nesse caso, podem surgir novos pelos numa
velocidade maior do que o laser pode eliminar e por isso pode ser necessário maior número de
sessões do que a do corpo.
124
Fui informado também sobre as contraindicações do tratamento: gravidez,
aparecimento de transtornos imunossupressores, infecções ativas na pele como Herpes zoster
ou simples, varicela ou outras, administração de isotretinoina (Roacutan, Tigason, Neotigason)
nos últimos 6 meses, administração de retinol ou ácido retinoico ou outro ácido na pele,
administração de produtos fotossensibilizantes ou aplicação de produtos de autobronzeamento.

Fui devidamente orientado sobre os efeitos secundários que ocasionalmente podem


surgir. A zona tratada pode ficar um pouco avermelhada depois da sessão e raramente pode
ocorrer o aparecimento de pequenas vesículas, as quais podem desaparecer de 24 a 48 horas
após a aplicação. Em certas ocasiões, especialmente quando a pele está ligeiramente
bronzeada, podem surgir casquinhas de cor marrom, que com o tempo se desprendem da pele,
deixando a área ligeiramente mais clara que o restante. No entanto, essa hipopigmentação vai
desaparecendo com breves exposições solares, sem deixar mancha alguma.

Fui orientado em relação aos cuidados que devo seguir para o sucesso do tratamento
e para evitar os efeitos secundários: evitar bronzeamento 30 dias antes das sessões de
depilação, pois as peles bronzeadas reagem menos eficientemente ao tratamento do que as não
bronzeadas. Em caso de exposição solar, avisar antes de cada sessão para ajustamento dos
parâmetros de tratamento.

Não depilar a região tratada com cera ou arrancar com pinça o pelo para não
prejudicar o tratamento, mas sempre utilizar lâminas de depilação. Não descolorir os pelos no
período de tratamento. Evitar o uso de maquiagem sobre o rosto ou desodorante nas axilas, pois
esses produtos podem conter substâncias que provocam inflamação na pele quando reagem
com a luz do laser. Não utilizar cosméticos que contenham ácido glicólico ou ácido retinoico três
dias antes do procedimento.
Dias depois de uma sessão, alguns pelos deverão ir se desprendendo facilmente dos
seus folículos e nesse período, deve-se sempre utilizar protetor solar de no mínimo 30 SPF na
área tratada.

Assim, após estes esclarecimentos sobre as informações da depilação à laser dou meu
consentimento para que seja realizado o tratamento.

125

Data: __________________________________
Nome:_____________________________________________________________
Documento de identidade: ____________________________________________
Assinatura: _________________________________________________________
20 ORIENTAÇÕES GERAIS AO TRATAMENTO

20.1 ORIENTAÇÕES PRÉ-TRATAMENTO

 Uso de fotoprotetores e proteção física nas áreas expostas a serem epiladas por, pelo 126
menos, quatro semanas antes do procedimento, entre as sessões e por, pelo menos,
quatro semanas após o tratamento;

 Evitar métodos de depilação que promovam o arrancamento do pelo (cera quente ou


fria, pinça, depiladores elétricos, etc.) por quatro semanas antes do tratamento porque a
haste capilar aumenta a eficiência do método;

 Interromper o uso de ácidos e substâncias abrasivas no mínimo uma semana antes da


depilação a laser;

 Interromper o uso de cremes depilatórios 30 dias antes do procedimento;

 Não descolorir os pelos;

 O pelo deve estar curto, rente à saída do folículo para minimizar dano epidérmico e
aumentar a eficiência do laser. Para a primeira sessão, a área a ser epilada deve ser
raspada no momento do tratamento, para se avaliar o tipo de pelo e a extensão. Após a
primeira sessão, o paciente, se preferir, pode fazer a raspagem na véspera. Pode-se
marcar a área a ser epilada e usar pontos de referência com caneta com tinta vermelha
ou branca. A tinta preta ou escura irá absorver luz e poderá lesar a epiderme;

 Peles com pigmentação pós-inflamatória ou fototipos IV e V podem ser submetidas a


tratamento com clareadores (hidroquinona 2% a 4%) por 4 a 6 semanas antes do
tratamento;
 Bronzeamento (natural ou artificial) deve ser evitado por no mínimo um mês antes do
tratamento (pernas requerem tempo maior).

20.2 ORIENTAÇÕES PARA O DIA DA DEPILAÇÃO A LASER

127
 No momento da epilação a LASER não estar com maquiagem, desodorante ou cremes
na região a ser tratada;

 Informar ao profissional responsável pela aplicação do laser a ocorrência de exposição


solar nos últimos 15 dias;

 São feitas fotografias de controle pré-tratamento;

 Realiza-se limpeza prévia da região a ser tratada: se aplicarmos o laser sobre a pele
com cremes, pomadas, maquiagem ou excesso de oleosidade, haverá um aumento da
reflexão de qualquer feixe luminoso acima de seu nível normal, diminuindo a efetividade
do tratamento;

 Deve ser utilizado o equipamento mais indicado para a cor da pele e dos pelos de cada
indivíduo;

 Lesões benignas melanocíticas, tatuagens devem ser cobertas com um material branco
opaco para evitar a absorção pela melanina durante o tratamento;

 A sensação no momento da aplicação é aquecimento transitório. Dependendo da


sensibilidade, os pacientes podem sentir um grau um pouco maior ou menor de
desconforto, porém sempre tolerável;

 Logo após a sessão, o local tratado pode apresentar-se avermelhado e com sensação
de queimadura (FIGURA 64). Podem ser colocadas compressas geladas após o término
do uso do laser. Após a aplicação do gelo, podem ser usadas pomadas de corticoide
tópico para diminuir a resposta inflamatória local;

 Finaliza-se com aplicação de fotoprotetor solar.

FIGURA 64 – APARÊNCIA DA PELE APÓS APLICAÇÃO DE LASER

128

FONTE: CLAUDIO, CS. Laser na medicina. Disponível em:


<www.cdcc.sc.usp.br/julianoneto/laser/laser.html#laserdeco2>. Acesso em: 25 nov. 2011.

20.2.1 Teste prévio

Podem ser realizados testes com diferentes fluências antes do procedimento como
forma de se obter um parâmetro para se determinar a fluência a ser usada, especialmente para
pacientes com pele mais escura e operadores inexperientes. Para isso, usa-se como resposta
padrão o aparecimento de pequena elevação avermelhada na pele 15 minutos após a aplicação.
A fluência será excessiva se houver a formação de vesícula, o aparecimento de cor acinzentada
ou ablação da epiderme.
20.2.2 Recursos relacionados ao alívio da dor

É importante avisar o paciente previamente sobre a dor, pois a sensibilidade individual


é muito variável e há diferença em relação às áreas tratadas no mesmo paciente. Isso se deve
ao número e qualidade das terminações nervosas nos diferentes sítios anatômicos.
Normalmente o tratamento é bem tolerado, mas se recomenda o uso de anestesia 129
tópica em creme com oclusão, 30 a 60 minutos antes do procedimento (lidocaína 5%) em
pacientes e/ou áreas sensíveis, para redução do incômodo, sendo importante principalmente
para pacientes com fototipos III, IV, e V.
Outro fator importante é a espessura e densidade de pelos, quanto maior o forem,
maior será a sensação de dor. Em geral, nas mulheres, a área mais sensível é a virilha e, nos
homens, a região da barba. O uso de “spots” maiores têm algumas vantagens, mas ocasionam
maior sensação de dor.

20.3 ORIENTAÇÕES PÓS-TRATAMENTO

A resposta mais comum é o eritema do folículo piloso e a sensação de ardor ou


queimação leve que pode durar algumas horas até dois dias. Recomendam-se compressas
geladas e, se necessário, corticoides tópicos de baixa e média potência por alguns dias.
Analgésicos e anti-inflamatórios não são normalmente usados, mas podem ser necessários
quando são tratadas áreas extensas. Se houver formação de vesículas em áreas com potencial
para infecção (virilha, períneo), pode-se usar cremes antibióticos. As crostas, quando ocorrem,
podem levar de 5 a 10 dias para caírem e os pelos (dependendo da área) até 45 dias (pernas). O
paciente é orientado a usar roupas confortáveis, não se expor ao sol e usar fotoprotetor nas
áreas tratadas.
Durante as sessões de depilação a laser não pode ser feita depilação com cera, pinça
ou eletrólise. A depilação dos pelos que crescerem nos intervalos das sessões pode ser feita
com gilete normalmente, sem alterar o processo.
O uso de protetor solar deve ser mantido, devendo ser aplicado após cada sessão.
Após a depilação com laser, o pelo ficará escurecido na área tratada e será eliminado
naturalmente. Se houver formação de crostas ou descamação de pele no local tratado, estas não
devem ser retiradas. O trauma pode levar ao aparecimento de manchas indesejáveis.
Deve-se manter a pele hidratada após as sessões de depilação (hidratante de uso
pessoal e diário). Não devem ser utilizados ácido glicólico, retinoico, produtos a base de vitamina
A, dispigmentantes e adstringentes em cima da área tratada. 130
21 PRECAUÇÕES NO USO DO LASER

Devem ser tomadas precauções quanto ao uso do laser para epilação em peles com fototipo
alto (V e VI).

131
22 RESULTADOS DE DEPILAÇÃO DEFINITIVA

São muito variáveis na literatura e dependem muito da experiência individual do profissional e


do paciente a ser tratado. Trabalhando com condições ideais: paciente de pele clara, com
boa tolerância à dor, que tenha pelos escuros e grossos podem ser empregadas fluências de
até 50 J/cm2 (spot 9 mm, pulso 25 a 30 mseg), ou mais, e conseguir a eliminação definitiva 132

de 20% a 50% dos pelos irradiados, por sessão.

A eficiência cai para pelos finos, claros e peles mais escuras, pois é necessário ajustar
os parâmetros para minimizar os possíveis efeitos colaterais. Os pelos que voltam a crescer,
geralmente, são cada vez mais finos e claros após as sucessivas sessões de laser. O método é
falho para pelos muito finos e claros, ruivos ou brancos.

A seguir algumas imagens de resultados de epilação com laser, após concluído o


tratamento (entre seis e oito sessões) (FIGURAS 65, 66 e 67).

FIGURA 65 – RESULTADO DE EPILAÇÃO COM LASER NA AXILA

FONTE: OXL. Luz pulsada. Disponível em: <http://cidadesaopaulo.olx.com.br/pictures/depilacao-definitiva-com-luz-


pulsada-iid-142628734>. Acesso em: 25 nov. 2011.
FIGURA 66 – RESULTADO DE EPILAÇÃO COM LASER NO TÓRAX

133

FONTE: FICHE. Depilação a laser. Disponível em: <http://depilacao-definitiva-laser.com/fiche-Depilacao-a-laser-


80.html>. Acesso em: 25 nov. 2011.
FIGURA 67 – RESULTADOS DE EPILAÇÃO COM LASER

134

FONTE: REVITALIZE. Depilação a laser. Disponível em: <http://clinicarevitalize.blogspot.com/2011/04/voce-acha-


que-depilacao-laser-e-caro.html>.

Acesso em: 25 nov. 2011.


23 COMPLICAÇÕES E REAÇÕES ADVERSAS

Existem reações que podem ocorrer com o uso do laser para epilação e que não
significam, necessariamente, sinais de complicações:

 Coceira;
135

 Hiperemia;

 Sensação forte de calor;

 Bolhas causadas pela ação térmica da epiderme;

 Edema desfigurante, principalmente na face causada pela dilatação dos vasos da


face. Normalmente é transitório e não requer tratamento específico.

As complicações mais comuns são:

 Hiperpigmentação (5% a 19%) (FIGURA 68 e 69). Recomenda-se cremes


clareadores (hidroquinona 2% a 4%);

 Hipopigmentação (5% a 17%) (FIGURA 70). Normalmente são temporárias, mas


podem durar meses. Recomenda-se exposição solar gradual nas áreas com
hipopigmentação (15 a 30 minutos, duas a três vezes por semana);

 Vesículas e crostas (3% a 12%) (FIGURA 71);

 Púrpura (3%) e erosões (2%).


FIGURA 68 – ÁREAS DE HIPERPIGMENTAÇÃO PÓS-LASER

136

FONTE: DERMATOLOGIA.NET. Hiperpigmentação. Disponível em: <www.dermatolgia.net.com.br>. Acesso em: 25


nov. 2011.

FIGURA 69 – ÁREAS DE HIPERPIGMENTAÇÃO PÓS-LASER

FONTE: ANNECY. Epilation. Disponível em: <http://annecy-epilation-laser.fr/laser/resultats.html>. Acesso em: 25


nov. 2011.
FIGURA 70 – ÁREAS DE HIPOPIGMENTAÇÃO PÓS-LASER

137

FONTE: MACEDO, FS, MONTEIRO, EO. Epilação com laser e luz intensa pulsada. Disponível em:
<www.cibersaude.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=3981>.

Acesso em: 25 nov. 2011.

FIGURA 71 – VESÍCULAS

FONTE: MDSAUDE. Vesículas. Disponível em:


<http://www.mdsaude.com/2009/11/catapora-varicela-zoster.html>. Acesso em: 25 nov. 2011.

Outras complicações que podem ocorrer são as infecções locais e o surgimento de


cicatrizes, cicatrizes hipertróficas e queloideanas.
Os principais fatores de risco para complicações são: a cor da pele, exposição solar
recente, a época do ano e a área tratada. Há um aumento progressivo da porcentagem de
efeitos colaterais ao se trabalhar com pacientes com peles cada vez mais escuras (fototipos de I
a V) e bronzeadas. Isso também ocorre quando o tratamento é realizado nos meses com maior
quantidade de radiação e exposição solar, apesar das recomendações a respeito. Em algumas
áreas anatômicas como as extremidades extensoras e, a seguir, o pescoço, há maior
probabilidade de ocorrência de problemas.
Aqui concluímos o Curso de Depilação a Laser. Esperamos que você tenha 138
compreendido no decorrer do nosso estudo as principais características anatômicas e
fisiológicas do folículo sebáceo e estruturas associadas, as principais disfunções relacionadas
aos pelos e os processos convencionais de depilação e epilação. Nosso principal objetivo foi
transmitir conceitos fundamentais sobre a tecnologia laser, que são imprescindíveis para o
manuseio correto e seguro dos equipamentos de depilação a laser.
GLOSSÁRIO

ÁCIDO ÚRICO: produto final da degradação das purinas orgânicas e alimentares, presente no
sangue. Pode acumular-se em certos estados patológicos, tais como a gota. Normalmente é
eliminado pela urina.

ACNE: afecção crônica inflamatória dos folículos pilossebáceos, que é o conjunto do pelo e da
139
glândula sebácea, originado pela invaginação da epiderme e localizado na derme.

ALOPÉCIA: queda dos cabelos.

AMÔNIA: solução de gás amoníaco em água. É uma base fraca, com odor muito picante,
tóxico e irritante para as mucosas.

ANALGÉSICOS: fármacos para controle da dor.

ANOREXIA: disfunção alimentar, caracterizada por uma rígida e insuficiente dieta alimentar.

ANTIBIÓTICOS: grupo de substâncias com estrutura química variada que, embora interajam
com o ADN e inibam a síntese deste ácido ou de proteínas, não atuam especificamente sobre
uma determinada fase do ciclo celular.

ANTICONCEPCIONAIS: métodos utilizados com a finalidade de impedir a fecundação.

ANTI-INFLAMATÓRIOS: grupo variado de fármacos que têm em comum a capacidade de


controlar a inflamação e promover analgesia.

AVASCULAR: relativo ao que não possui tecido de vascularização.

BAÇO: maior órgão linfático do corpo. Armazena corpúsculos de sangue e os libera na


circulação se forem necessários. Remove células sanguíneas velhas e gastas.

BRADICININA: hormônio polipeptídeo.

CAROTENOS: pigmentos orgânicos encontrados nas plantas e microrganismos.

CATARATA: patologia dos olhos que consiste na opacidade parcial ou total do cristalino ou de
sua cápsula.
CICATRIZ HIPERTRÓFICA: alteração do processo cicatricial normal frequentemente
confundida com queloides, pelo fato de serem muito parecidas em um primeiro momento.
Porém, as cicatrizes hipertróficas permanecem dentro dos limites da incisão original ou ferida.
Geralmente, regridem de forma espontânea, com o passar do tempo.

CICLOSPORINA: droga imunossupressora.

CLORETO DE SÓDIO: sal de sódio, que desempenha um papel biológico importante na


manutenção da pressão osmótica do sangue e tecidos e na manutenção de balanços 140
eletrolíticos.

COLAGENASE: enzima utilizada no debridamento químico.

COLÁGENO: substância polipeptídica compreendendo aproximadamente um terço da proteína


total do organismo de mamíferos. É o principal constituinte da pele, tecido conectivo, e
substrato orgânico para ossos e dentes.

CORTICOSTEROIDES: conjunto dos hormônios do córtex supra-renal e de seus derivados


químicos, que é muito empregado na prática clínica, por apresentar resultados importantes,
principalmente por seus potentes efeitos anti-inflamatórios.

DERMATITES: doença que causa inflamação da pele, lesões cutâneas e coceira.

DIABETES: distúrbio do metabolismo que afeta primeiramente os açúcares (glicose e outros),


mas que também tem repercussões importantes sobre o metabolismo das gorduras (lipídios) e
das proteínas.

ECZEMAS: dermatite pápulo-vesicular que ocorre como reação a agentes endógenos e


exógenos, caracterizada na fase aguda por eritema, edema associado com um exsudato
seroso entre as células da epiderme e um infiltrado inflamatório na derme, exsudação e
vesiculação, e encrostamento e escamação.

ELASTINA: proteína do tecido conjuntivo, responsável pela adesão da epiderme à derme,


assim como pela resistência e elasticidade da pele.

ELETRÓLITOS: condutor iônico, líquido, sólido ou pastoso, que ao ser dissolvido na água,
forma uma solução que pode conduzir eletricidade.
FENITOÍNA: fármaco do grupo dos antiepilépticos.

FEROMÔNIOS: hormônios sexuais.

FIBROBLASTOS: células do tecido conjuntivo que secretam uma matriz extracelular rica em
colágeno e outras macromoléculas.

FOSFATOS: sais inorgânicos do ácido fosfórico.

GLAUCOMA: designação genérica de um grupo de doenças que atingem o nervo óptico e 141
envolvem a perda de células ganglionares da retina.

HEMOFILIA: doença genético-hereditária que se caracteriza por desordem no mecanismo de


coagulação do sangue e manifesta-se quase exclusivamente no sexo masculino.

HEMOGLOBINA: pigmento encontrado nas hemácias do sangue dos vertebrados, em alguns


invertebrados e nos músculos dos mamíferos e das aves.

HERPES ZOSTER: doença decorrente da reativação do vírus da varicela (vírus varicela-zoster)


em latência, que afeta adultos e pacientes com a imunidade comprometida.

HIPERTENSÃO ARTERIAL: disfunção caracterizada pelo aumento da pressão arterial, medida


com esfigmomanômetro, tendo como causas a hereditariedade, a obesidade, o sedentarismo,
o alcoolismo, estresse, entre outras.

HISTAMINA: amina depressora derivada da descarboxilação enzimática da histidina. É um


poderoso estimulante da secreção gástrica, um constritor da musculatura lisa dos brônquios,
um vasodilatador, além de neurotransmissor de ação central.

HOMEOSTASE: processo sanguíneo fisiológico mantido em estado de equilíbrio dinâmico


constante pelo organismo.

INFECÇÃO: colonização de um organismo hospedeiro por uma espécie estranha.

INSULINA: hormônio proteico secretado pelas células beta do pâncreas. Exerce um papel
fundamental na regulação do metabolismo da glicose, geralmente promovendo a utilização
celular da glicose. Também é um regulador importante do metabolismo proteico e lipídico.

ISOTRETINOÍNA: fármaco utilizado pela medicina no tratamento da acne severa ou da


rosácea.

LIDOCAÍNA: substância utilizada como anestésico local.

LINFONODOS: estruturas encontradas no corpo que agem como filtro e armadilha para
partículas externas. Contêm células brancas sanguíneas, dessa forma são importantes para o
funcionamento do sistema imunológico.

LIPÍDIOS: substância orgânica que é composta de ácidos graxos, insolúvel em água, formando
142
uma reserva calórica para o organismo ou fornecendo elementos para produção de compostos
complexos como hormônios.

METABOLISMO: conjunto de reações químicas que ocorrem no organismo a fim de que esse
gaste energia.

NEOPLASIAS: crescimento celular descontrolado que sucede a ausência de demanda


fisiológica.

ÓRGÃOS HEMATOPOIÉTICOS: órgãos que produzem células sanguíneas.

PROTEÍNAS: grandes moléculas compostas de uma ou mais cadeias de aminoácidos


dispostas em uma ordem específica, determinada pela sequência base dos nucleotídeos no
código de DNA da proteína. As proteínas são necessárias para a estrutura, função e regulação
das células, dos tecidos e dos órgãos do corpo. Cada proteína tem uma função única. São
componentes essenciais para os músculos, pele, ossos e para o corpo como um todo. A
proteína é um dos três tipos de nutrientes usados como fontes de energia pelo corpo.

PÚSTULAS: elevação circunscrita, com até 1 cm em tamanho, causada por uma reação
inflamatória da pele, com pus.

QUELOIDE: cicatrizes grossas, enrugadas e elevadas que crescem, de forma contínua, além
das bordas da ferida ou incisão. Elas são frequentemente vermelhas ou mais escuras que a
pele normal e raramente regridem espontaneamente.

SEBORREIA: oleosidade excessiva.

SEROTONINAS: neurotransmissor que desempenha um importante papel no sistema nervoso,


como a liberação de alguns hormônios, a regulação do sono, da temperatura corporal, do
apetite, do humor, da atividade motora e das funções cognitivas.

SULFATOS: sais inorgânicos do ácido sulfúrico.

TIREOIDE: importante glândula do organismo humano que produz hormônios e que tem como
uma das suas principais funções regular o metabolismo.

UREIA: composto gerado no fígado a partir da amônia produzida pela desaminação dos
aminoácidos. É o principal produto final do catabolismo das proteínas e constitui
143
aproximadamente metade do total de sólidos urinários.

VÍRUS: pequenos agentes infecciosos.

VITAMINAS: compostos orgânicos, presentes nos alimentos, essenciais para o funcionamento


normal do metabolismo.

XENÔNIO: tipo de gás nobre.


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