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Neste e-book no formato de perguntas e respostas oferecido para você

pelo grupo Finanças do Servidor, nosso professor Rodrigo Tenório, o


maior especialista em migração de regime previdenciário do país,
analisará temas essenciais para aqueles que estão na dúvida sobre
qual o melhor caminho a adotar quanto à migração. Aproveite!

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ao servidor público. De cursos a seguros, passando por profissionais
capacitados para elaborar um planejamento financeiro completo junto
com você, temos tudo que o servidor precisa para navegar com
segurança nos mundos da aposentadoria e dos investimentos,
protegendo-se e a sua família.

Rodrigo Puttini
- Sócio-Gerente do grupo finanças do Servidor
www.financasdoservidor.com.br
MIGRAÇÃO DE REGIME:
O QUE VOCÊ, SERVIDOR FEDERAL, PRECISA SABER
SOBRE ELA?
Prof. Rodrigo Tenório

Doutor em Direito pela UFPE, Mestre em Direito pela Harvard La


School, Bacharel em Direito pela USP, Pós-graduado em Gestão Pública
pela FGV, CEA — Especialista em investimentos pela ANBIMA, CFP —
Certified Financial Planner, Planejador Financeiro pela Planejar,
Desembargador Federal, ex-Procurador da República (2005 a 2022), Ex-
Juiz de Direito do Estado de São Paulo (2004 a 2005), Ex-Diretor Jurídico
da Associação Nacional dos Procuradores da República (2017/2019),
Editor do blog @financasdoservidor, do canal do Telegram e do
YouTube de mesmo nome e que migrou em novembro de 2017.

O QUE SIGNIFICA
“MIGRAR DE REGIME PREVIDENCIÁRIO”?
QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS DA MIGRAÇÃO NO
CONTRACHEQUE DE QUEM AINDA ESTÁ NA ATIVA?

A base de cálculo da contribuição previdenciária deixa de abarcar sua


remuneração para equivaler ao teto do RGPS, hoje de R$ 7.087,22.
Utilizando-me como exemplo, a mudança gera uma diferença de R$ 4.700,00
em relação aos colegas que não migraram: eu pago R$ 828,00; eles, R$
5,500,00. Como a contribuição é dedutível da base de cálculo do imposto de
renda, quanto menor ela for, menos há a deduzir, e, consequentemente,
maior será o imposto de renda a ser pago. Abaixo, uma simulação extraída
do relatório previdenciário de uma aluna em que se demonstra o impacto da
migração na ativa:

SITUAÇÃO DO SERVIDOR NA ATIVA

MÉDIA ATUALIZADA DOS SALÁRIOS DE CONTRIBUIÇÃO R$ 17.777,00

SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO ATUAL R$ 19.285,94

TETO DO RGPS R$ 7.087,22

PARCELA

SEM MIGRAÇÃO

COM MIGRAÇÃO

REMUNERAÇÃO

BRUTA R$ 19.285,94

R$ 19.285,94

SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO R$ 19.285,94



R$ 7.087,22

CONTRIBUIÇÃO

PREVIDENCIÁRIA R$ 2.740,18

R$ 828,39

IMPOSTO
DE RENDA R$ 3.680,72

R$ 4.206,47

REMUNERAÇÃO

LÍQUIDA R$ 12.865,04

R$ 14.251,09

Observação do grupo Finanças do Servidor: se você tem interesse nesse relatório para
você, clique aqui.
QUEM PODE MIGRAR?

O servidor federal que ingressou no serviço público antes da instituição do


regime de previdência complementar, o que se deu em diferentes meses de
acordo com o Poder (Executivo, Legislativo ou Judiciário/Ministério Público) ao
qual está vinculado seu cargo efetivo. Na tabela abaixo são expostas as datas
limites da posse no serviço público federal para que possa haver migração de
regime.

SERVIDOR QUE PODE



MIGRAR DATA DE
POSSE

DO EXECUTIVO

ATÉ 05/02/2013

DO LEGISLATIVO

/TCU ATÉ 07/05/2013

DO JUDICIÁRIO/MP/CNMP

ATÉ 13/10/2013

ATÉ QUANDO O SERVIDOR FEDERAL PODE MIGRAR?

Segundo a Medida Provisória no 1.119/2022, o servidor pode migrar até 30


de novembro de 2022. Esse prazo, porém, depende da conversão dessa
medida provisória em lei, o que precisa ocorrer até o dia 5 de outubro de
2022. Caso não haja essa conversão, o último dia da vigência, 05/10/2022,
corresponderá ao momento final para migrar.

Vale lembrar que o prazo já foi prorrogado três vezes para os servidores
federais. Na última prorrogação, feita por meio da Medida Provisória no 853,
publicada em 26 de setembro de 2018, a data final passou de 28 de julho de
2018 para 29 de março de 2019.
SE EU MIGRAR NA VIGÊNCIA DA MEDIDA PROVISÓRIA NO
1.119/2022, MAS ESTA NÃO FOR CONVERTIDA EM LEI, A
MIGRAÇÃO DEIXA DE TER QUALQUER EFICÁCIA?

Não. A matéria é regulada pelo art. 62, § 3o, da Constituição Federal, segundo
o qual “medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12, perderão
eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de
sessenta dias, prorrogável, nos termos do § 7o, uma vez por igual período,
devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações
jurídicas delas decorrentes”. Por sua vez, o § 11 garante que, caso não editado
o decreto legislativo até sessenta (60) dias após a rejeição ou perda de
eficácia de medida provisória, as relações jurídicas constituídas e decorrentes
de atos praticados durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas.

A MEDIDA PROVISÓRIA NO 1.119/2022 MANTEVE OS


CRITÉRIOS PARA O CÁLCULO DO BENEFÍCIO ESPECIAL
PRESENTES NAS OPORTUNIDADES ANTERIORES DE
MIGRAÇÃO?

Não, não manteve. O cálculo piorou bastante. Para mulheres, a queda é de no


mínimo 25%. Para homens, de 12,5%. Felizmente, no projeto de conversão
aprovado pela Câmara dos Deputados e enviado ao Senado em 31/08/2022,
retomaram-se os parâmetros estabelecidos na Lei no 12.618/12. O Senado,
até o momento em que esse e-book foi escrito, ainda não tinha apreciado a
matéria.
SE MIGRAR, COMO SERÁ COMPOSTA
MINHA APOSENTADORIA?

A aposentadoria dos servidores federais que migrarem


será composta necessariamente pelo benefício especial e
pela aposentadoria propria- mente dita, a ser paga pelo
RPPS até o limite do teto do Regime Geral de Previdência
Social. Essa limitação também se aplica ao benefício
pensão por morte. Aos que optarem pela adesão à
FUNPRESP, os resultados dos investimentos nela realizados
também comporão a apo- sentadoria, a título
complementar. Diga-se o mesmo sobre os frutos de
quaisquer outros investimentos feitos ao longo da vida.
É ARRISCADO PERMANECER NO REGIME PRÓPRIO
DA PREVIDÊNCIA?

A aposentadoria dos servidores federais que migrarem será composta


necessariamente pelo benefício especial e pela aposentadoria propriamente
dita, a ser paga pelo RPPS até o limite do teto do Regime Geral de
Previdência Social. Essa limitação também se aplica ao benefício pensão por
morte.

Aos que optarem pela adesão à FUNPRESP, os re- sultados dos investimentos
nela realizados também comporão a apo- sentadoria, a título complementar.
Diga-se o mesmo sobre os frutos de quaisquer outros investimentos feitos
ao longo da vida. O maior risco para quem não migrar é o de alteração do
regime jurídico da aposentadoria. Claro que quanto menos tempo faltar para
se aposentar, menor o risco. Esse é infinitamente menor para quem está a
um ano da aposentadoria do que para aqueles que, como eu, estão há mais
de 20 anos dela, nas regras atuais. Isso porque é evidente a pressão
constante por reformas na previdência dos servidores, taxados injustamente
de privilegiados.
Quem permanecer no regime ordiná- rio, enfrenta risco perene de aumento
da alíquota previdenciária e deredução dos valores dos benefícios, tendo em
vista a pacífica posição jurisprudencial, inclusive do Supremo Tribunal
Federal, de que os ser vidores públicos não têm direito adquirido a regime
jurídico.

Lembremos, por fim, que a cúpula das carreiras, em poucas décadas, será
composta por pessoas que ingressaram no serviço público já sob a égide do
regime de previdência complementar. Como suas aposentadorias serão
necessariamente limitadas ao teto do RGPS, provavelmente terão pouco,
talvez nenhum, interesse em aumentos remuneratórios através de
instrumentos que influenciem sobre os benefícios de aposentadoria com
paridade e integralidade.
OS QUE MIGRAREM ENFRENTARÃO OUTRO TIPO DE INCERTEZA:
a do mercado. Com o dinheiro que deixa de ser descontado da
contribuição previdenciária, conseguirei fazer investimentos
adequados a meus objetivos? Terei conhecimento e disciplinas
suficientes para investir?
QUAIS OS EFEITOS DA ÚLTIMA REFORMA DA PREVIDÊNCIA
EM RELAÇÃO A VALOR, IDADE E TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO
PARA OS ATUAIS E OS FUTUROS SERVIDORES?

A última reforma, feita efetuada pela Emenda Constitucional no 103, em


novembro de 2019, teve um impacto devastador para o servidor público.
Aumentaram-se o tempo de contribuição (são necessários 40 anos para
integralidade), a idade de aposentadoria (em cinco anos, tanto para homens
quanto para mulheres) e os valores da contribuição previdenciária (de 11%
para uma alíquota progressiva que chega a 22%). Revogaram-se regras de
transição benéficas, mudou-se o cálculo da média dos salários de benefício de
quem entrou no serviço público entre 2004 e 2013 (antes, levavam-se em
conta as 80% maiores remu- nerações; com essa emenda, todas as
remunerações passaram a ser consideradas) e reduziram-se drasticamente os
valores dos benefícios previdenciários, com destaque para a pensão por
morte.

Algumas famílias terão perda de 80% de seus rendimentos caso o servidor


faleça. Você deve estar pensando: e as regras de transição? Como fica a minha
situação, que já era servidor público quando promulgada a Emenda
Constitucional no 103? Tenho péssimas notícias: as regras de transição são
duríssimas. Beneficiarão uma pequena fatia dos servidores. Para pessoas
como eu, com 18 anos de contribuição, são inúteis.
A migração pode, sem dúvida, servir de estratégia para minorar os impactos
das reformas.
COMO GARANTIR QUE A PARIDADE E INTEGRALIDADE AOS
QUE INGRESSARAM ANTES DA EMENDA CONSTITUCIONAL NO
41/2003 SERÁ MANTIDA?

O QUE VAI ACONTECER COM AS


CONTRIBUIÇÕES JÁ FEITAS SE EU MIGRAR?
COMO SERÃO REAJUSTADOS
O BENEFÍCIO ESPECIAL E O TETO DO RGPS?

Serão reajustados pelo INPC. Segundo o art. 3°, §


6°, da Lei no 12.618/12, o benefício especial será
atualizado pelo mesmo índice aplicável ao
benefício de aposentadoria ou pensão mantido
pelo Regime Geral de Previdêncial Social. Já o 41-A
da Lei no 8.213/01 assegura que o valor dos
benefícios em manutenção será reajustado,
anualmente, na mesma data do reajuste do salário
mínimo, pro rata, de acordo com suas respectivas
datas de início ou do último reajustamento, com
base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor -
INPC, apurado pela Fundação Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística – IBGE.
QUAL O IMPACTO NO IMPOSTO DE RENDA DA
REDUÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA?

SITUAÇÃO DO SERVIDOR NA ATIVA

MÉDIA ATUALIZADA DOS SALÁRIOS DE CONTRIBUIÇÃO R$ 17.777,00

SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO ATUAL R$ 19.285,94

TETO DO RGPS R$ 7.087,22

PARCELA

SEM MIGRAÇÃO

COM MIGRAÇÃO

REMUNERAÇÃ0

BRUTA R$ 19.285,94

R$ 19.285,94

SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO R$ 19.285,94



R$ 7.087,22

CONTRIBUIÇÃO

PREVIDENCIÁRIA R$ 2.740,18

R$ 828,39

IMPOSTO
DE RENDA R$ 3.680,72

R$ 4.206,47

REMUNERAÇÃO

LÍQUIDA R$ 12.865,04

R$ 14.251,09

QUANDO PODEREI GOZAR O BENEFÍCIO


ESPECIAL?
SE EU MIGRAR E DEPOIS ME EXONERAR
SEM TER CUMPRIDO OS REQUISITOS PARA ME
APOSENTAR, PERCO DIREITO AO BENEFÍCIO
ESPECIAL?

COMO FICARÁ A PENSÃO POR MORTE DE QUEM MIGRAR?

As mudanças na pensão foram, a meu ver, as mais perniciosas da reforma da


previdência. Eis um dos temas mais caros aos que se encontram diante do
dilema da migração. O cálculo da pensão por morte piorou tanto que há
famílias recebendo somente 20% da remuneração do instituidor da pensão.

Antes, o cálculo era o seguinte: 100% da remuneração até o teto do RGPS


acrescidos de 70% do que ultrapassasse o teto. Após a Emenda Constitucional
no 103, as contas se iniciam pela determinação do valor da aposentadoria por
incapacidade; em seguida, aplica-se a esse montante percentual fixo de 50%
acrescido de cotas de 10% por dependente do instituidor da pensão, até o limite
de 100%. Para agravar ainda mais a situação, as cotas não são reversíveis aos
demais beneficiários;

A soma da pensão com os proventos do cônjuge está sujeita ao teto


constitucional do art. 37, XI. Ademais, cumulação da pensão com apo-
sentadoria ou outra pensão faz com que o benefício de menor valor sofra
reduções duríssimas. Havendo migração, os cálculos melhoram muito, porque
o benefício especial não está sujeito a tantos cortes.
PRECISAREI FAZER SEGURO DE VIDA
E DE INVALIDEZ?
O QUE A UNIÃO GANHA
COM A MIGRAÇÃO?

União deixará de pagar contribuição sobre a


remuneração bruto do servidor, como determina o art.
8° da Lei no 10.887/04, para pagá-lr sobre o teto do
RGPS. Ademais, troca uma dívida presente e certa (essa
contribuição por ela devida, por uma futura e incerta (já
que o benefício especial só será pago aos que se
aposentarem nos entes federais). Se o servidor sair da
União para outras esferas ou se exonerar do serviço
público antes do prazo de aposentadoria, não lhe será
devido o benefício especial. Acrescente-se que a União,
em permanente déficit financeiro, precisa emitir títulos
públicos federais, remunerados pela taxa SELIC, por
uma taxa pré-fixada ou por uma parte pré-fixada e
parte variável (o IPCA) para pagar as contribuições
devidas ao RPPo. Em vez disso, passa a pagar benefício
especial, num momento futuro, atualizado pelo INPC.

Na exposição de motivos da Medida Provisória no 853, que


em 2018 reabriu o prazo para migração, está
expressamente registrado esse be- nefício financeiro da
União. Foi ressaltado qua, caso apenas 0,5% dos servidores
aptos a migrar o fizessem, a economia seria de R$ 24
milhões. Mantidos os mesmos parâmetros, se 20%
migrassem, a economia chegaria a R$ 2,4 bilhões, com a
contribuição de 11%. Hoje, essa economia seria mais
significativa ainda.
O QUE ACONTECERÁ COM MEUS DIREITOS
ESTATUTÁRIOS SE EU MIGRAR? PASSO A TER OS
MESMOS DIREITOS DO RGPS?

SE MIGRAR, PERCO DIREITO À REGRAS DE TRANSIÇÃO


RELATIVAS À MINHA APOSENTADORIA? MEU TEMPO DE
APOSENTADORIA MUDARÁ PELO SIMPLES FATO DE EU TER
MIGRADO?

Não há, em verdade, mudança de regime na migração. A única consequência


constitucional da migração é a submissão ao teto. O tempo de aposentadoria
não muda em absolutamente nada.
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