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UMBANDA: MAGIA ANCESTRAL

TENDA DE UMBANDA FALANGEIROS DE LUANDA


UMBANDA: MAGIA ANCESTRAL

DEFINIÇÃO DO QUE É MAGIA

A magia, antigamente chamada de Grande Ciência Sagrada pelos Magos, é uma


forma de ocultismo que estuda os segredos da natureza e a sua relação com o homem,
criando, assim, um conjunto de teorias e práticas que visam ao desenvolvimento integral das
faculdades internas espirituais e ocultas do Homem, até que este tenha o domínio total sobre
si mesmo e sobre a natureza. A magia tem características ritualísticas e cerimoniais que
visam a entrar em contato com os aspectos ocultos do Universo e da Divindade. Afirma-se
que, por meio de rituais, feitiços, orações ou invocações, é possível fazer com que forças
ocultas atuem sobre o ambiente, modificando, por exemplo, a vontade, o agir ou
o destino das pessoas. Essa concepção, no entanto, é tida como irracional pela ciência.

A palavra "magia" provém do persa magus ou magi, que


significa "sábio". Da palavra magi, também surgiram outras
tais como magister, magista, "magistério", "magistral",
"magno" etc. Também pode significar algo que exerce
fascínio, num sentido moderno, como por exemplo quando
se fala da "magia do cinema".
Supõe-se que o caçador primitivo desenhava a presa na
parede da caverna antes da caça como forma de
motivação. Posteriormente, adquiriu o ritual de enterrar os
mortos e nomeou as forças da natureza que desconhecia,
dando origem à primeira tentativa de compreensão da
realidade, que chamamos de mito.
Segundo o Novo Testamento bíblico, por exemplo, são três
magos os primeiros a dar as boas-vindas a Jesus recém-
nascido. No Velho Testamento, há a disputa mágica
entre Moisés e os Magos Egípcios. Nos Vedas,
no Bhagavad Gita, no Alcorão e em diversos textos sagrados, existem relatos similares.
Praticamente todas as religiões preservaram suas atividades mágicas ritualísticas, que se
confundem com a própria prática religiosa - a celebração da Comunhão pelos católicos, a
incorporação de entidades pelos médiuns espíritas, a prece diária do muçulmano voltado
para Meca ou ainda o sigilo (símbolo) do caboclo riscado no chão pelo umbandista.
Os antigos acreditavam no poder dos homens e que, através de magia, eles poderiam comandar
os deuses. Assim, os deuses são, na verdade, os poderes ocultos e latentes na natureza.
O Concílio de Paderborn, em 785, proibiu explicitamente a condenação de pessoas como bruxas e
condenou à morte qualquer pessoa que queimasse uma bruxa. O código lombardo de 643 declara:
"Que ninguém se atreva a matar uma criada estrangeira ou serva como bruxa, pois isso não é
possível, nem deve ser acreditado pelas mentes cristãs".[2] No entanto, durante a Idade Média e
início da Idade Moderna, mulheres acusadas em diversos países como sendo bruxas e feiticeiras
foram perseguidas, julgadas e torturadas pela Igreja Católica através da Inquisição, pois esta
acreditava que a magia estava relacionada com o diabo e suas manifestações, principalmente após
a permissão da bula papal Summis desiderantis affectibus e do livro Malleus Malleficarum no século
XV. Ocorreram diversas caças às bruxas, com algumas incluindo julgamentos populares e tribunais

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seculares, exigindo intervenção dos próprios tribunais inquisitórios para abrandar o procedimento,
mas por vezes elas eram queimadas vivas.[3][4][5] Protestantes também justificavam essas
perseguições, como no caso do julgamento das bruxas de Salém.[6]
A magia, segundo seus adeptos, é, muitas vezes, descrita como uma ciência que estuda todos os
aspectos latentes do ser humano e das manifestações da natureza. Trata-se assim de uma forma de
encarar a vida sob um aspecto mais elevado e espiritual. Os magos, utilizando-se de
atividades místicas e de autoconhecimento, buscam a sabedoria sagrada e a elevação de
potencialidades do ser humano.
A magia é, também a ciência de simpatia e similaridade mútua; a ciência da comunicação direta com
as forças sobrenaturais; e um conhecimento prático dos mistérios ocultos na natureza. Está
intimamente relacionada às disciplinas ditas ocultas, como o hermetismo do Egito Antigo, a alquimia,
a gnose e a astrologia. Para Aleister Crowley, é "a arte de provocar mudanças a partir da vontade".
No final do século XIX, ressurgiu, principalmente após a publicação do livro A Doutrina Secreta,
de Helena Petrovna Blavatsky, e pela atuação da Ordem Hermética do Amanhecer
Dourado (Hermetic Order of the Golden Dawn), na Inglaterra, que reviveu a magia ritualística e
cerimonial.

A prática da magia requer o aprendizado (pelo iniciado, pelo xamã,


pelo sacerdote etc.) de diversas técnicas de autocontrole mental, como a meditação e
a visualização. Franz Bardon, proeminente mago do século XX, afirmava que tais exercícios
têm, como objetivo, equilibrar os quatro elementos presentes na psique do mago, condição
indispensável para que o praticante pudesse se envolver com energias mais sutis, como a
evocação e a invocação de entidades, espíritos e elementais (seres da natureza), dentro de
seu círculo mágico de proteção. Outras práticas mágicas incluem rituais como o de iniciação,
o de consagração das armas mágicas, a projeção astral, rituais festivos pagãos de
celebração, manipulação de símbolos e outros com objetivos particulares.

Alguns sistemas de magia e suas escolas:

A Ordo Templi Orientis, fundada por Theodore Reuss e Karl Kellner no princípio do
século XX, baseou-se inicialmente na aplicação dos conhecimentos do tantra sobre o sistema
da maçonaria. Quando o ocultista inglês Aleister Crowley passou a ter o controle da ordem,
seus rituais e filosofia básica foram reformulados para serem interpretados e trabalhados sob
a chamada Lei de Thelema. A O.T.O. acabou sendo a origem de diversas dissidências que
adotaram diferentes visões sobre a magia. Dentre as dissidências que realizam um trabalho
considerado sério, podemos citar a Ordo Templi Orientis Antiqua (O.T.O.A.) e a Tiphonian
Ordo Templi Orientis (T.O.T.O.).

Rosa-cruz é um movimento filosófico que se popularizou na Europa no início do


século XVII após a publicação de vários textos que pretendiam anunciar a existência de uma
ordem esotérica até então desconhecida para o mundo. Rosacruz é um nome atribuído com
base no lendário personagem Christian Rosenkreutz, que é o ponto de partida para várias
organizações rosacruzes. A misteriosa doutrina da ordem é supostamente "construída sobre

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verdades esotéricas do passado antigo", que "oculta ao homem comum, fornece uma visão
da natureza, do universo físico e do domínio espiritual"

A Iluminados de Thanatheros é uma organização mágica internacional que se


concentra no trabalho prático de grupo na magia do caos. A ideia foi anunciada pela primeira
vez em 1978, enquanto a ordem propriamente dita foi formada em 1987.
Esta sociedade mágica fraterna tem sido uma influência importante em algumas formas de
ocultismo moderno.

A magia contemporânea encontra raízes no trabalho de iniciados como Eliphas


Levi e Papus. A teosofia, ou a moderna teosofia, tem, como um de seus fundadores, Helena
Petrovna Blavatsky, que foi buscar, no oriente, a fonte de seu importante sistema filosófico.
Este sistema não se apresenta exatamente como os sistemas utilizados pelos estudiosos de
magia, mas, antes, pretende transmitir o conhecimento esotérico universal que estaria
contido em toda e qualquer tradição filosófica ou religiosa. Blavatsky considera, por exemplo,
que todos os homens são magos no sentido último da palavra, pois todos podem utilizar o
divino poder criador, seja através do pensamento, palavra ou ação.

A magia universal pode ser definida como: ato de manipular energias espirituais, utilizando-se de
toda e qualquer forma de magia existente, independente de sua origem, através de objetos de
qualquer natureza, ações ou reações, com objetivo de alcançar desejos próprios ou de terceiros.

 Objetivos na magia universal de acordo com seus seguidores: autoconhecimento, autocontrole,


elevação espiritual e intelectual, equilíbrio social e emocional, domínio do próprio destino, tanto
no mundo carnal quanto no futuro mundo espiritual;
 Código de Ética da Magia Universal: sinceridade, verdade, humildade, respeito aos seus
fundamentos e práticas religiosas e aos demais segmentos religiosos independente de sua
origem, respeito à todo ser humano ou espiritual independente de sua posição social, raça ou
crença; proteger os fundamentos secretos da magia universal e a todos ligados a ela, direta ou
indiretamente quando assim solicitarem sigilo; não influenciar terceiros em sua decisão de iniciar-
se ou não na magia universal;
Sempre que citamos o sujeito como masculino, também nos referimos ao feminino, ou seja: qualquer
degrau da magia universal pode ser ocupado tanto por homens quanto por mulheres, independente
de sua cor, raça, ocupação social ou orientação sexual.
Nesta doutrina, os adeptos são conhecidos como:

 Mestre: aquele que é chefe de seu clã, ou seja, o mago;


 Discípulos: aqueles que seguem as orientações e ensinamentos de seu mestre.
O mestre chama todos os integrantes de seu clã de discípulos, jamais chama-os de "filhos". Os
discípulos chamam o mago do clã de mestre, jamais de pai ou mãe; Não existem padrinhos ou
madrinhas, apenas testemunhas de ritual; Não existem beijos nas mãos como "pedido de benção":
a forma de saudação entre os integrantes, independente de seu degrau, é um aperto de mão
estendido, ou seja, a mão de um aperta o antebraço do outro; Em virtude de não haver o tratamento
e simbolismo de "família" dentro da magia universal, podem existir relações de qualquer natureza
entre seus integrantes, tanto de discípulos com discípulos quanto de discípulos com mestre;

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Agrupam-se, neste item, diversos sistemas (Thelemita, gnóstico etc.) que representam uma versão
ocidental da Tantra. Uma das bases destes sistemas é a concepção que o sémen do homem e
a vulva da mulher são sagrados.
A magia sexual divide-se em diversos sistemas diferentes e conflitantes, a maioria deles derivados
do sistema originalmente desenvolvido por Paschal Beverly Randolph, Maria de Naglowska e depois
por Theodore Reuss na Ordo Templi Orientis (O.T.O.) Podemos considerar os diversos sistemas de
magia sexual:

 Ansariético: criado pelos Ansarichs ou Aluítas (em inglês: Ansaireth ou ainda Nusairis) na Síria
antiga
 Eulis: criado por Pascal Beverly Randolph, um iniciado entre os Aluítas;
 Sistema da O. T. O.: sistema de magia sexual que foi a base da Tantra ocidental;
 Sistema da Fraternitas Saturni: é derivado da O.T.O.;
 Sistema Maatiano: criado por dissidentes da O.T.O.;
 Sistema da 0. T. O. A.: derivado da O.T.O., faz uso de práticas astrais de magia sexual;
 Magia do Caos: sistema mágico na qual uma das formas de gnose vem da "automagia sexual";
 Movimento Gnóstico Cristão Universal: sistema de magia sexual
acentuadamente ascético fundado pelo neognóstico Samael Aun Weor

Sistema criado por Aleister Crowley a partir do recebimento do "Liber AI Vel Legis" ("O
Livro da Lei"). Trata-se do início de uma Nova Era (Aeon) de Aquário, onde o ser humano
percebe-se como centro de seu próprio universo, assim divino. Thelema, em grego, significa
"vontade". Os axiomas mais importantes para os Thelemitas, constantes no "Livro da Lei",
são: "Faze o que tu queres será o todo da Lei" (Do what thou wilt shall be the whole of the
Law)[7] e "Amor é a lei, amor sob vontade" (Love is the law, love under will), que,
diferentemente do que muitos interpretam, não significa "fazer o que quiser", mas sim a
realização daquilo que chamam de "Verdadeira Vontade", sempre lembrando que isso é um
ato de amor perante a humanidade, mas um amor colocado sob domínio da vontade.

Samael Aun Weor, fundador do Movimento Gnóstico Cristão Universal, ensinou a


magia sexual como um dos pilares fundamentais do que chamou Revolução da Consciência.
Sua principal característica é o que o próprio autor chama de "ascese revolucionária da Era
de Aquário". Ainda de acordo com o autor, metafisicamente, seu processo consiste na
"mescla inteligente da ânsia sexual com o entusiasmo espiritual". Contudo, em termos que se
atêm somente à fisiologia desta classe de magia sexual, esta consiste, em suma, na conexão
dos órgão genitais masculinos e femininos (chamados pelos termos orientais Lingan e Yoni)
evitando-se o orgasmo, tanto masculino quanto feminino, e a perda do sêmen.

Este sistema é desenvolvido por uma fraternidade chamada "Fraternitas Saturni". É


um sistema parecido com o da O.T.O., centralizando suas práticas em magia sexual (em

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especial nas práticas da "mão esquerda") e em magia ritualística. A diferença principal em


relação a O.T.O. é que, enquanto esta busca a fusão individuada com a energia criadora,
porém sem uma representação central, a Fraternitas Saturni busca elevar o espírito humano
a uma condição de divindade, representada por Lúcifer. O sistema possui 33 graus.

A magia enoquiana é um sistema simbolicamente complexo, que consiste na


evocação de energias (também chamadas de entidades), e foi proposto
pelo astrólogo e alquimista John Dee e por Edward Kelley. O sistema foi posteriormente
estudado pela Golden Dawn e por Aleister Crowley.
Existem inúmeros outros sistemas místicos e/ou mágicos que possuem os mais
diversos fundamentos. O ponto em comum desses diversos sistemas seria atingir um objetivo
através do uso de meios sobrenaturais ou ocultos.

“ Magia é a arte de interagir/manipular a natureza produzindo efeitos e alteração na


realidade de acordo a nossa vontade”

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UMBANDA ANCESTRAL

O que seria Umbanda Ancestral?


Mais uma corrente da Umbanda? Como a tal popular, tradicional,
esotérica, iniciática, traçada, de mesa, sagrada, divina ... ?
Não! A Umbanda é a corrente filosófica espiritual que comunga de
todos os mitos conhecidos sobre avatares no nosso plante, de Jesus
à Buda. E traz consigo o conhecimento de civilizações que se
perderam na areia do tempo, mas temos seus trabalhadores até hoje
baixando nos terreiros de Umbanda mundo a fora compartilhando
suas artes de cura e ascensão.
No candomblé vemos o culto aos seus ancestrais divinizados e
deuses da África, na Umbanda cultuamos nossos ancestrais na
forma de caboclos (nossa parcela indígena), pretos velhos (nossa
parcela africana) e exus (nossa parcela, em geral, européia). Tendo em vista que Exú na Umbanda
muitas vezes representa a nobreza, Padilha como seu castelo na Espanha e outras figuras que não
necessariamente se remete a Exú Orixá Yorubá.
Quando cultuamos nossos ancestrais evocamos todo o conhecimento milenar consagrado e
preservado por eles a nós. Assim como as nossas características genéticas são ótimas para testar
a evolução das vacinas devido a complexidade da nossa formação quanto povo, no âmbito espiritual
não é diferente.

Temos resquícios e indícios da magia praticada e ministrada em todo o planeta. E com isso abrindo
espaços para muitas interpretações e inovações, como é o caso da escola do Saraceni, intitulada de
Umbanda Sagrada que caminha em paralelo com a Magia Divina também desenvolvida pelo Rubens.

A Escola do Caboclo Mirim, também de caráter bastante esotérica, é de certa a pioneira escola de
umbanda em evidenciar essa atuação e entendimento melhor das forças universais que foram
decodificadas para o vocabulário próprio de cada época, sejam os sumerianos, egípcios, caldeus,
fenícios, persas, hebreus, gregos ou romanos.

Quando falamos em Umbanda Ancestral, estamos nos referindo ao resgate desse entendimento da
Umbanda Universalista, que abarca todos os vocabulários e traduz para a única língua interessada
a espiritualidade, o amor. Pode parecer meloso e meio poético, mas cada sistema de magia tem sua
sub-fonte, o que solavanca junto a força-motriz a ação desse motor.

Umbanda Ancestral exerce tudo que tem disponível e ofertado por nossa ancestralidade sem
preconceito ou rótulos, apenas exercendo o que já foi amplamente revelado por todos os
missionários que já vierem e até hoje se manifestam nos trabalhos de Umbanda. Simplesmente,
Umbanda.

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MÉDIUM X MAGO

Livro dos Médiuns 159. Todo aquele que sente, num


grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse
fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem;
não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. Por
isso mesmo, raras são as pessoas que dela não
possuam alguns rudimentos. Pode, pois, dizer-se
que todos são, mais ou menos, médiuns. Todavia,
usualmente, assim só se qualificam aqueles em
quem a faculdade mediúnica se mostra bem
caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de
certa intensidade, o que então depende de uma
organização mais ou menos sensitiva. É de notar-se,
além disso, que essa faculdade não se revela, da mesma maneira, em todos. Geralmente, os
médiuns têm uma aptidão especial para os fenômenos desta, ou daquela ordem, donde resulta que
formam tantas variedades, quantas são as espécies de manifestações. As principais são: a dos
médiuns de efeitos físicos; a dos médiuns sensitivos, ou impressionáveis; a dos audientes; a dos
videntes; a dos sonambúlicos; a dos curadores; a dos pneumatógrafos; a dos escreventes, ou
psicógrafos.

Mago é o título que designa os sacerdotes zoroastristas nos Impérios Medo, Aquemênida, Arsácida
e Sassânida, tendo a contexto de observador das estrela e oraculo na tradução de várias línguas
antigas. Na prática o médium é um agente passivo que permiti que os espíritos se manifestem e se
comuniquem através dele, o mago é um agente ativo que através do estudos da leis universais
interage de forma consciente com a natureza produzindo fenômenos a seu favor e dos demais.
Atuando sobre forças aparentemente desconhecidas e/ou incompreendidas. Verdades essas
veladas e transmitidas através dos diversos sistemas de magia que vimos no texto acima.

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BAIXA MAGIA X ALTA MAGIA

Dois tipos de magia são discriminados pelos estudiosos de


todas as épocas: a Alta Magia e Baixa Magia. Jamais devem
ser confundidas com Magia Negra ou Magia Branca, que se
tratam de tipos de magia arbitrariamente designados como tal
pela idiossincrasia da moral de quem as trata assim:
A Baixa Magia seria de cunho terrestre, geralmente pagã, é
baseada no desregramento dos sentidos. É baseada na
carne, na terra, no suor, no sangue. É o tipo de ritual praticado
pelas tribos ditas primitivas e pelos cultos afro-americanos em
geral.

A Alta Magia seria a magia do controle, a magia do domínio


da realidade pelo homem. É um tipo de magia intelectualizada
e fria, baseada no puro espírito, ou melhor, na separação
platônica da carne e do espírito.

O Mago escraviza entidades, ordena coisas, e para tal tem


que ser controlado tanto por dentro quanto por fora. O Mago
Cerimonial (de Alta Magia) é um sujeito que pratica a
abstinência dos prazeres corporais, pois só pode dominar o
macrocosmo se seu microcosmo estiver dominado.
A missa é um exemplo de ritual de Alta Magia, no sentido de que o padre prega, faz sermão,
amedronta, os outros participantes do ritual. Eles comem a carne e bebem o sangue de cristo
(resquício pagão) e recebem o Espírito Santo.
Tudo muito frio e ordenado, baseado no dogma de um livro (A missa já foi ainda mais cerimonial e
cheia de etiqueta, mas um concílio resolveu popularizar o ritual, trocando o latim e o padre de costas
pela conversa franca e ameaçadora de um padre regendo pessoas). Na verdade a maioria dos magos
cerimoniais era composta por padres ou abades. Eliphas Levi é o maior exemplo.
Enquanto a Baixa Magia ressurge em alguns movimentos, como num canto do cisne, a Alta Magia
morre. Ninguém mais agüenta uma ladainha fora da realidade como a que acontece nas Igrejas,
ninguém agüenta aprender hebraico e grego para chamar espíritos, estudar cabala, e ficar fazendo
pose de sério dentro de um círculo. As pessoas estão cínicas e irreverentes demais para isto.
Sentiriam-se ridículas fazendo isso.

OUTROS CONCEITOS...
A Alta Magia (Também Chamada de Teurgia, que significa “operar coisas que pertencem aos
deuses”), Que Freqüentemente conta com o auxílio de espíritos e deuses amigáveis, é associada á
religião. A teurgia se refere ao uso de magia para provocar mudanças na própria realidade interna do
feiticeiro. Não está voltada para o serviço aos outros, mas para a iluminação pessoal, auto-realização
e apoteose (“tornar-se Divino”).
O Foco está nas orações, invocações e meditações. A magia teúrgica foi muito desenvolvida pelos
neoplatônicos, seguidores de um sistema filosófico e religioso desenvolvido em Alexandria, Egito, no
século III D.C, que era baseado numa mistura da doutrina de Platão e de outros filósofos gregos, no
misticismo oriental, no Judaísmo e no Cristianismo.
Platão acreditava em uma magia natural moralmente neutra, como a eletricidade, cujo uso dependia
do praticante.

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A Taumaturgia (“operar milagres”), no entanto, é


o uso da magia para provocar mudanças na
realidade ou no mundo exterior. Como ela é
voltada para os aspectos científicos e técnicos
de tais operações é denominada “Magia Prática”.
Também é referida como Baixa Magia ou
Feitiçaria de modo especial quando é praticada
a serviço dos outros. Todas as formas de magia
do povo que servia ás vilas e pessoas comuns
ficaram conhecidas como Baixa Magia. Com o
passar do tempo, muito da sabedoria e práticas
tradicionais da magia do povo decaíram do uso
popular, e passaram a ser consideradas
superstições.

Na Grécia, a Baixa Magia (chamada de magia,


“feitiçaria”) adquiriu uma reputação desfavorável de
fraude por volta de 5000 a.C. Os praticantes não eram
membros do sacerdócio, mas indivíduos que alegavam
ter poderes mágicos e que ajudavam os clientes em
troca do pagamento de uma taxa.
Pessoas assim ainda praticam em muitos lugares,
anunciam seus trabalhos nos jornais e operam em salas
de leitura. A maioria das leis contra a prática de
“adivinhações” e coisas parecidas está relacionada a
isso. A forma mais baixa desse tipo de magia é goetia,
que, no mundo clássico, foi praticada por pessoas que
lançavam feitiços, “gritavam” encantações e preparavam
poções.

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ELEMENTAIS

PERGUNTA: — Como devemos considerar a


existência de seres que, segundo afirmam alguns
espiritualistas, formam uma espécie criada com o fim
exclusivo de cuidar dos elementos da Natureza?

RAMATÍS:— A lei de toda a Criação é evolução. Deus


é o princípio e o fim de tudo. Por que, então, alguns
dos seres criados por Ele, estariam condenados a não
participar da marcha evolutiva que possibilita a Seus
filhos alcançarem os esplendores da angelitude?
Como poderia a Lei, que estabelece ascensão
mediante o desenvolvimento gradativo, confinar
determinados seres em inconsciência estacionária,
impedindo sua evolução para uma forma de vida mais aprimorada? O conjunto de leis que rege a
vida estabelece que ela se inicie nas formações primárias de condensação da energia e siga uma
sequência de ordem absoluta, nos encadeamentos dos processos a que a matéria é submetida para
formar os organismos vivos. A lei que regula a evolução da Centelha de Vida é uma só. Essa
uniformidade no desdobramento do processo evolutivo que preside toda a Criação demonstra a
grandeza do Amor Divino. Esse amor é uma irradiação superior que atrai a si, irresistivelmente, tanto
a molécula em formação como o espírito do arcanjo celestial. A Luz é uma só e produz efeitos
semelhantes em todos os aspectos da vida na Criação. (1)

1 — Ver Libertação, de André Luiz (obra psicografada por Francisco Cândido Xavier), pág. 60.

PERGUNTA: — Qual a causa que levou certos investigadores da intimidade dos fenómenos da
Natureza a admitir semelhante anomalia?

RAMATÍS: — Os homens clarividentes que investigaram o plano astral identificaram um trabalho “sui
generis” organizado em torno da Natureza e que estava a cargo de seres desprovidos do senso
intelectual humano. Eram entidades que agiam sob a ação da sintonia com os elementos da
Natureza. Identificando essa característica fundamental, que ressaltava de maneira evidente a quem
os observasse, concluíram que tais seres formariam uma espécie à parte na tendência que têm os
homens para tomar o temporário por definitivo sem maiores investigações. Contribuiu para consolidar
essa convicção o fato de os elementais sentirem-se assustados diante da presença humana, como
elemento estranho que não vibra em sintonia com eles. Na realidade formam uma espécie entre os
homens e os animais. Mesmo quando apresentam a forma humana o intelecto permanece em
situação rudimentar de inteligência.

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PERGUNTA: — Por que não foi esclarecido a tempo o equívoco?

RAMATÍS: Há uma característica humana muito enraizada que atribui aos fenómenos observados a
interpretação que mais se ajusta a sua índole particular, em especial quando o homem executa
experiências no terreno individual, sem recurso a uma fonte superior de inspiração. Os indivíduos
que se entregavam a essas observações tinham o objetivo de conhecer mais através do
desenvolvimento de suas faculdades psíquicas. Contando com seus próprios recursos, deles se
valeram também na interpretação do que obtiveram. Tratava-se não de um estudo em união com o
plano mais alto que pudesse conceder-lhes explicações. Exercitavam a visão e não a interpretação.
Davam de si o que possuíam no esforço nobre de conhecer o plano mais próximo. Ligavam-se aos
fatos e deles tiravam suas próprias ilações. Suas mentes estavam sintonizadas com o que viam.
Descreviam e julgavam com os elementos de que dispunham, adquiridos no contato direto com os
seres elementais. Suas impressões justificavam-se, pois se baseavam em fatos sentidos vivamente
ao contato de uma realidade existente. O deslumbramento causado impedia-os de raciocinar mais
adiante. Era tão bela a realidade entrevista que, a seu ver, bem se coadunava com a grandeza do
Senhor e aceitavam que assim permanecesse, já que se harmonizava tudo exatamente ao objetivo
do bem-estar da Natureza, dos seres que a ela se ajustavam e de quem os observasse. Registraram
os fenómenos, felicitaram-se com o que viram e descreveram a realidade que puderam conhecer.

Mesmo dentro da espiritualidade, nem todas as barreiras podem ser contornadas de imediato e cada
ser dá de si o que tem. Sua contribuição permanece como uma nobre dádiva e será aproveitada por
outros que poderão aperfeiçoar suas observações a benefício geral. Assim sucede em todos os
ramos da evolução humana. O próprio espírito que iniciou uma tarefa e que por suas limitações não
a pôde completar, volta às vezes a continua-la em encarnação posterior. Pela Lei, todo conhecimento
é suscetível de ser aperfeiçoado. Em vista disso não se procura violentar a capacidade receptiva de
quem produz, introduzindo em seu trabalho elementos que não se encontra capacitado para
conquistar. Estaríamos desvirtuando, embora para melhor, o tônus espiritual do trabalhador. Essas
interferências podem ser feitas esporadicamente, a título de comprovação, mas não é uma norma
de trabalho. De um modo geral, o trabalhador conquista e produz em consonância com seu cabedal
próprio.

PERGUNTA: — Poderíamos receber maiores esclarecimentos sobre a situação desses seres?


Devemos classificá-los como espíritos?

RAMATÍS: — São embriões de mentes humanas. Encarnarão primeiro entre os selvagens.


Apresentam já esse condicionamento na sua união com os elementos da Natureza e no fato de se
esquivarem ao contato do homem preferindo a solidão dos ambientes silvestres. Como estacionam
em nível elementar de evolução mental, recuam diante do desconhecido até que lhes capte a
confiança e então tornam se totalmente submissos, sem capacidade de discernir numa orientação
própria. Não conseguem sobrepor-se à mente mais poderosa que os comanda. Por isso há homens
conhecedores dos mistérios do pensamento e da vontade que influem e dirigem os elementais para

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UMBANDA: MAGIA ANCESTRAL

alcançar propósitos pessoais. Desejamos alertá-los para o fato de que estes seres possuem a
capacidade de formar hábitos e não se conformarão facilmente em modificá-los se seus irmãos mais
desenvolvidos habituarem-nos a determinadas práticas. A responsabilidade de quem dirige seus
poderes mentais é enorme e carregará consigo o séquito de seus colaboradores, suportando lhes as
tendências, que ele próprio se incumbiu de alimentar. Assim, aqueles que com objetivos pessoais
dominam mentes embrionárias, certos ou errados em suas atividades, terão que suportar a
companhia e os riscos a que se ligam neste consórcio.

Os elementais não existem para servir de companheiros serviçais do homem. A este, que está mais
acima na escala da evolução, é que cabe dar e, quanto aos detalhes da orientação a que devem
obedecer aquelas mentes embrionárias, cumpre à direção mais alta da vida fornecê-la. É justo que
ao nos imantarmos à vida superior, dela absorvendo os benefícios, desejemos que todos os seres o
façam também. Não nos cabe, porém, usufruir de uma imantação perigosa de nossas mentes com
as que são menos desenvolvidas, se o objetivo é a obtenção de vantagens imediatas. Se vos
entregardes a essas práticas nocivas e com o correr da evolução conseguirdes libertar-vos do amor
às coisas temporárias, ainda assim tereis que arcar com o ónus de orientar um ser menos evoluído,
responsabilidade que vos pesará, pois para ele será muito difícil a libertação de hábitos cultivados,
em virtude de seu baixo teor vibratório.

A situação dos elementais é a de quem abre os olhos para a vida a fim de ser enriquecido pela
experiência que lhe surgir. São alegres, joviais e desconhecem os problemas morais que enredaram
o homem em sucessivas peregrinações pela Terra. São almas “em branco” quando surgem
encarnados após o estágio no plano astral. Não sofreram experiências; são crianças espirituais e
isto pode ser sentido ainda na vibração de simplicidade que caracteriza os selvagens.

Os elementais, pois, são Centelhas de Vida individualizadas, com uma etapa primária de evolução
cumprida e outra maior e mais rica a ser vivida. São, portanto, espíritos em escala subumana de
evolução.

PERGUNTA: — Como poderemos entender a razão de estarem ligados especificamente a


determinados elementos da Natureza? Em que se baseia essa sintonia vibratória a que vos referis?

RAMATÍS: — Esta sintonia diz respeito ao grau de evolução vibratória da matéria. A matéria em seus
diferentes graus de condensação apresenta três características, que são chamadas “as três gunas”:
o ritmo, o movimento e a inércia. (2) São propriedades que surgem à proporção que a energia se
condensa em matéria. Os espiritualistas do Oriente explicam o “ritmo” como um movimento de forças
produzido no átomo primordial. De acordo com as influências recíprocas do próton, do elétron e do
nêutron, surgem sete formas de vibrações ou sete “ritmos” diferentes na constituição íntima dos
átomos iniciais diferenciados entre si. A “força da vida” ou “prana” atuando sobre eles, imprime-lhes
movimentos ou ondulações conjuntas de sele tipos diferentes. O ritmo dos átomos é chamado por
cies “Tam-Mattra”, e ao conjunto de átomos da mesma vibração dão o nome de Tattwas. A terceira
característica que a matéria adquire é a inércia e então apresenta o aspecto de densidade com que
a identificamos no plano físico.

Fizemos este ligeiro apanhado da teoria da condensação da energia em matéria a fim de definir a

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situação dos elementais na Criação. Esses sete tipos de vibração da matéria têm densidades
diferentes e constituem as moléculas formadoras dos elementos líquido, sólido, gasoso, da luz e
outros que escapam à percepção humana comum.

Os elementais são seres que, saídos da irracionalidade total, ajustam-se à necessidade de evolução,
atraindo à sua constituição perispirítica os átomos movidos de um determinado tipo preponderante
de vibração ondulatória. O tipo de átomos que predomina em sua constituição determina o elemento
com o qual se sentem afinizados. Assim como procurais o ambiente espiritual que melhor se ajusta
às vossas vibrações mentais, a constituição molecular que lhes é própria leva-os a sintonizar com
um dos elementos da Natureza. Estabelecem então trocas energéticas, tal como sucede convosco
quando vos ligais às correntes de vibrações que vos são simpáticas.

2 — Para uma visão mais completa dessa teoria ver Libertação pelo Yoga. cie Caio Miranda,
mantendo, porém, sérias restrições quanto ao desconhecimento da Doutrina Espírita demonstrado
em alguns capítulos dessa obra.

As moléculas formadoras dos organismos dos elementais ainda estão em atividade de densificação
progressiva. A formação de um perispírito humano obedece a processos de trabalho em que as
moléculas se vão utilizando da força prânica, a fim de adquirir aos poucos a consistência de uma
organização mais completa. O perispírito em processo de evolução torna-se capaz de absorver as
energias mais condensadas, numa gradação que vai da luz ao éter, à água e à matéria sólida. Essa
capacidade de sintonia e absorção é que faculta o desenvolvimento completo do perispírito humano.
Em sua formação definitiva terá todos os órgãos em estado de preparação aprimorada e fortalecida.
O registro espiritual dessas reações gravadas na “Centelha de Vida” que governa o conjunto permitirá
sejam comandadas as células físicas para exercerem suas funções específicas, quando se der o
fenómeno da encarnação. Então, as células perispirituais ativadas em seus processos de absorção
de energias trabalharão automaticamente imprimindo às suas correspondentes físicas o impulso
conveniente.

O perispírito dos seres elementais adensa-se e completa-se nessa existência pré-encarnatória no


exercício de um “aprendizado celular”. É um período de ajustamento às futuras atividades que
exercerão no seio de uma espécie mais evoluída e complexa. Exercitam-se na absorção prânica
através dos diversos elementos para adquirir uma organização perispiritual completa e aperfeiçoada,
obedecendo assim à evolução subordinada à dinâmica geral da Criação.

Os gnomos são elementais mais próximos do ser humano em sua constituição perispirítica.
Conquistaram já a capacidade de aproveitar as vibrações da matéria em um estado de maior
condensação e encontram-se prestes a iniciar suas encarnações.

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A integração no corpo físico fornece à “Centelha de Vida” que vibra em cada ser, uma oportunidade
de dominar experiências nos diversos planos em que a espiritualidade se abre ao homem. Por isso
a adaptação das células perispirituais dos elementais às funções orgânicas mais complexas pode
ser comparada à situação em que o discípulo estivesse fabricando seu próprio material escolar,
recebendo para isso das mãos do mestre a matéria-prima e as instruções indispensáveis. De posse
de um corpo fluídico bem aparelhado, encarna alcançando o primeiro plano de evolução humana
que é o físico, onde poderá sorver a essência de ensinamentos cada vez mais nobres através das
diversas encarnações. Torna-se assim habilitado a receber as lições que a escola da vida
proporciona; mas, para tanto, a “Centelha de Vida” precisou cercar-se dos instrumentos que lhe
facultariam alcançar seu objetivo, em obediência ao grandioso plano de evolução geral!

PERGUNTA: — Como compreender a necessidade dessa adaptação gradativa com o objetivo do


treinamento celular, se a Centelha de Vida na escala animal já se uniu a um corpo denso, executando
portanto funções de absorção de energias? Não seria suficiente um simples reajuste das formas de
trabalho anteriores?

RAMATÍS: — O trabalho de treinamento celular torna-se necessário em virtude de surgir um fator


novo de importância primordial — a condição humana. Como um passo além na escala da evolução,
exigirá uma forma mais sutil de sensibilidade. Novos padrões de dispêndio de energias serão
exigidos do ser, pois uma consciência mais ampla receberá impulso. Para melhor compreendermos
este fato, podemos lançar mão de uma comparação: o órgão da visão que possuis é feito de forma
a dominar somente até certo ponto o fenômeno a que se destina. Se desejardes obter um panorama
mais perfeito recorrereis às lentes de alcance que, por sua vez, receberão tratamento apropriado
para atingir respectivamente o infinitamente grande e o infinitamente pequeno; o telescópio e o
microscópio. Essas três formas de satisfazer a vossa necessidade orgânica de identificação visual
têm algo em comum: a utilização do mecanismo ocular, porém sob condições que variam muito em
extensão e profundidade. Assim também, a capacidade que tem a Centelha de Vida para absorver
a energia prânica dos elementos da Natureza varia com o grau evolutivo em que labora. Surgem as
necessidades e a lei de evolução permite que elas sejam satisfeitas.

O perispírito humano forma-se à base de uma possibilidade maior na captação das energias da
Natureza. Podereis compreender melhor essa realidade se vos lembrardes de que a capacidade de
assimilação de energia varia entre os indivíduos e observando um organismo humano tomado de
profunda desvitalização, sentireis a veracidade do que afirmamos. Há uma baixa geral de rendimento
nas manifestações do ser tomado por essa desvitalização, aproximando-se sua expressão total de
vida da condição animalesca. O que sucede então é que os elementos da Natureza com que entra
em contato não são aproveitados como seria necessário. A Centelha de Vida perde temporariamente
a capacidade de aprofundar-se no aproveitamento mais completo da energia.

No homem existe uma necessidade de aplicação profunda da energia nervosa, que é dispensada

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pelo animal. A atitude de colocar-se “de pé” diante da Criação, na plena consciência de um “eu”
aperfeiçoado com capacidade infinita de evolução numa experiência que se assemelha à de quem
vivesse no fundo do mar protegido por uma vestimenta de borracha impermeável; vindo à tona
passará a usar roupas constituídas de células menos compactas, mais leves e arejadas.

PERGUNTA: — Como entender esse aproveitamento mais ou menos profundo da energia por parte
da Centelha de Vida?

RAMATÍS:— A evolução é um abrir constante de novas portas ao espírito. A lei do aperfeiçoamento,


como bem o sentis, transforma em uma necessidade premente, procurada com avidez pela criatura,
uma virtude ou situação que pouco antes para ela não existia. Chama-se a isso “o grau de maturação
necessário a uma conquista imediatamente superior”. Essa palavra mágica: evolução impulsiona os
átomos que se agregam em torno da Centelha de Vida, pois encontra-se gravada, de forma indelével,
naquela partícula de luz que comanda o processo grandioso a que obedece a matéria organizada
em sua esfera de ação. Assim como as células inúteis de um organismo físico são eliminadas e
substituídas por outras, no momento adequado a Centelha de Vida liberta-se de uma constituição
mais grosseira substituindo-a gradativamente.

PERGUNTA: — Como se processa essa transição em que a Centelha de Vida passa a vibrar
sintonicamente de maneira mais apurada?

RAMATÍS: — Atingindo o maior aperfeiçoamento na escala animal, entra a Centelha de Vicia em


uma fase que se assemelha ao estado do homem que, após entregar-se às fadigas do trabalho rude
em que as vestes e o corpo encontram-se contaminados pelas impurezas de toda sorte, despe-se,
mergulhando em um banho purificador, após o qual envergará trajes que obedecem a melhores
condições de higiene.

Ela permanece então no estado de consciência pura, iniciando uma formação perispiritual
aprimorada em que condensa em torno de si moléculas portadoras dos átomos primordiais relativos
aos elementos, numa escala gradativa de densificação.

PERGUNTA: — Como compreender a necessidade de um aproveitamento mais profundo da energia


irradiada pelos elementos da Natureza, tendo em vista um dispêndio maior da energia nervosa?

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RAMATÍS: — A Centelha de Vida sofre uma constante atração para a sua Origem e à proporção que
o progresso se realiza ela vai construindo as bases de uma ascensão. Nessa nova fase em que
penetra o campo de desenvolvimento das energias na escala do progresso humano, ela passa por
um processo de purificação ou reavivamento de possibilidades que lhe alargará os horizontes. Inicia
a construção de uma série de novos veículos que lhe permitirão projetar-se em manifestações
individuais cada vez mais próximas de sua Origem. Tendo por base o corpo físico, construirá sobre
ele a possibilidade de lançar-se em expressões superiores da própria individualidade nos planos que
vibram acima do âmbito limitado a que até então se ligava. Penetrará em dimensões mais profundas
do campo energético que a circunda, atraindo a si a força oculta das partes imponderáveis da energia
que o homem ainda não classificou, mas que existem em seu próprio ser. Movida pelo dinamismo
divino que a impulsiona executará automaticamente a tarefa de prover-se das energias sutis que
permitirão uma condição aperfeiçoada de consciência individual.

PERGUNTA: — Que relação existe entre o dispêndio maior de energia nervosa e essa aquisição de
novos veículos?

RAMATÍS: — O perispírito ou corpo astral capaz de suportar a carga mais intensa de uma vida
espiritual aprimorada tem que possuir uma consistência apropriada ao tipo de energias sutis que o
atingirão, para que as registre dando-lhes a orientação devida. É preciso que se abra campo
permeável à libertação das novas expansões aperfeiçoadas do ser e uma rede mais sensível de
reflexos terá que ser estendida. As solicitações do meio terão que ser apreendidas em maior
extensão e profundidade, atendendo ao objetivo do alargamento do campo da consciência. Haverá
necessidade de uma canalização aprimorada das excitações produzidas pelos agentes externos
através dos nervos, numa intercomunicação físico-astral e atingir em seguida as vibrações mais sutis
do campo mental, por onde mais tarde se lançará aos planos superiores; por sua vez, o comando da
consciência terá que contar com os elementos necessários para expandir-se através dos veículos
mental, astral, etérico e físico. No funcionamento de todo esse mecanismo a “energia nervosa”, como
a chamamos, terá que ser absorvida com muito maior intensidade dos elementos da Natureza onde
existem em depósito.

PERGUNTA: — Em virtude de considerarmos de grande valor o trabalho espiritual de nossos irmãos,


sentimos dificuldade em aceitar a existência de enganos na interpretação que fizeram dos fenómenos
observados.

RAMATÍS: — Essa atitude vos é ditada por uma reação psicológica semelhante à que adota a criança
maravilhada pelas aptidões dos adultos, julgando-os livres de toda limitação diante da vida. O homem
que trabalha espiritualmente está crescendo em suas possibilidades diante da vida, tanto quanto o
adulto se exercita no labor diário, sendo passível de engano como qualquer ser em evolução. É a

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vossa incompreensão das condições naturais do progresso infinito dos seres que vos faz temer os
enganos e considerá-los como derrotas fragorosas. Alcançado um certo grau de evolução, o espírito
sente-se tão compensado em seus esforços evolutivos que não dá mais valor excessivo aos enganos
em que possa cair na sua luta pelo bem. Assim como o adulto encara com serenidade determinadas
situações equívocas que ao adolescente impressionam profundamente, o espírito que acorda para
as responsabilidades das realizações espirituais assusta-se e perturba-se ante problemas que mais
tarde aceitará como naturais ao processo do próprio engrandecimento. A alma esclarecida sente que
pode errar e nem por isso se afasta da norma de conduta que se traçou, pois reconhece que está
em aprendizado e ama a condição de luta em que se encontra.

PERGUNTA: — Como compreender melhor essa possibilidade de haver enganos nos labores
espirituais, esclarecidos mais tarde, às vezes pelo próprio espírito que volta a lidar no mesmo campo
de ação? Em nossa compreensão acanhada pretenderíamos que o setor de trabalho espiritual, como
fonte de orientação de valor primordial para o homem, estivesse a salvo de tais contingências.

RAMATÍS: — Do que afirmais deduziríamos que o labor espiritual humano deveria fugir a todos as
normas evolutivas, sendo feito à base de favores recebidos, o que absolutamente não seria
construtivo por não contribuir para a evolução dos seres que a ele se dedicassem. Seriam os
espiritualistas uma classe privilegiada no Universo? Se isto sucedesse ver-se-ia o paradoxo de um
conjunto de seres cujas atividades evoluiriam grandemente, mas que nada ou muito pouco
construiriam em sua evolução individual. Sucederia que justamente no setor em que julgais mais
sagradas as atividades humanas, quebrar-se-ia uma norma de trabalho Universal: a de que o esforço
e capacidade sejam proporcionais à realização. Por que os que lidam mais diretamente com as
verdades eternas seriam poupados à experiência benfeitora capaz de provar a necessidade e a
vantagem de nos submetermos à lei do progresso?

PERGUNTA: — Não haveria a possibilidade de essas tarefas só serem entregues a espírito


incapazes de cometer enganos?

RAMATÍS: — Como poderia alguém executar uma tarefa com perfeição sem nunca ter sido
submetido à fase de aprendizagem? De que forma impedir que cada ser atraído a um determinado
setor de realização se entregue a ela num aprendizado feliz, sob a alegação de que poderá cometer
enganos? Negar-se-ia, na Terra, o ingresso ao aluno por ser ele capaz de errar em seus exercícios?
Realmente as tarefas de importância capital só são entregues a quem possa executá-las a contento;
mas esse cuidado é proporcional à repercussão do êxito da realização. Nos dias de festa os melhores
alunos são escolhidos para representar a escola, porque o fator “êxito” é indispensável então, mas
paralelamente a isso os outros aprendizes continuarão a ser treinados na obtenção de novos valores.

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E é com alegria que a direção mais alta do planeta vê os vossos esforços na aquisição de bases
para a colaboração com o progresso comum. Quando Jesus afirmou que “há mais alegria no Céu
pela regeneração de um pecador do que pela chegada de um justo” referia-se ao júbilo que se
multiplica entre esses “justos” por verem estendidas aos seus irmãos as condições de felicidade que
desfrutam. Assim, há necessidade de estabelecer-se entre vós c conceito de que as atividades
espirituais são uma porta aberta tanto ao justo como ao pecador, tanto ao “santo” como ao que se
julga pequeno e deserdado, porque todas as oportunidades são oferecidas ao ser em evolução para
que aperfeiçoe seu grau de sintonia com as correntes benfeitoras da vida.

Além disso, por que julgar a atividade espiritualista uma forma privilegiada de servir ao Senhor? É
preciso estender, ampliando, o conceito de “espiritualismo”. Definido como “trabalho em torno das
possibilidades grandiosas do espírito” teremos que conceber uma renovação e considerá-lo
estendido a toda a realização que enobrece e eleva o espírito, impulsionando-o para uma situação
mais aprimorada, em uma escala infinita de progresso. Assim pensando, compreenderemos que
haverá atividades humanas que, com muito maior razão, deveriam permanecer dentro de normas de
exceção que as preservariam de erros, pois influem decisivamente em coletividades inteiras e isto
não sucede. As leis estabelecidas para a evolução do espírito são tão perfeitas em sua totalidade,
que CAPÍTULO 06 DO LIVRO MENSAGENS DO GRANDE CORAÇÃO, PSICOGRAFADO POR
AMERICA PAOLIELLO MARQUES: OS ELEMENTAIS OU ESPÍRITOS DA NATUREZA

Neste orbe denso que habitamos, podemos traçar duas linhas demarcatórias, separando planos de
atividades espirituais diferentes: a dos seres elementais e a dos espíritos humanos.
Esta demarcação é um simples recurso de objetivação do assunto, para facilitar sua compreensão, nada
havendo de rígido, delimitado, no espaço, porque tudo no Universo se interpenetra e as separações
desta espécie são sempre simplesmente vibratórias.
Assim, o plano da matéria física possui vibração mais lenta que o da matéria etérea e, dentro do mesmo
plano, a mesma lei se manifesta, separando os sub-planos e assim por diante.
Cada plano é habitado pela população espiritual que lhe for própria, segundo o estado evolutivo e a
afinidade específica vibracional de cada uma.
Também é sabido que entidades habitantes de um plano não podem invadir planos de vibração
diferente, salvo quando de planos superiores, que podem transitar pelos que lhes estão mais abaixo.

O PLANO DOS ELEMENTAIS

Os Elementais são seres singulares e misteriosos, multiformes, invisíveis, sempre presentes em todas
as atividades da Natureza, além do plano físico.
São veículos da Vontade Criadora, potencializadores das forças, leis e processos naturais.
Sua existência é constatada por muitos e ignorada pela maioria.
Em síntese, podemos dizer que eles são os executores das manifestações do instinto entre os animais,
levando-os a agir desta ou daquela maneira, sendo essa uma de suas mais úteis e interessantes tarefas.
Eles mesmos, cada um no seu gênero, são o instinto simples, natural, impulsivo, violento e expontâneo
em ação.

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Daí serem perigosos quando utilizados pelos homens no campo das paixões naturais, cuja exacerbação
produzem a limites imprevisíveis.

Em muitos pontos, confundem-se com os deuses mitológicos e das religiões primitivas.


Geralmente são controlados e conduzidos por "almas grupo", designação ambígua que significa
"elementos polarizadores", gênios da própria espécie.
Os povos antigos se referiram a eles no passado, e milhares os viram e ainda os vêem, quando são
videntes, ou quando exteriorizados do corpo físico.
E farta é a literatura espiritualista que os noticia; e, no próprio Espiritismo, há referências sobre eles,
que são, aliás, figuras vivas e familiares aos médiuns videntes e de desdobramento.
"Possuem um metabolismo intra-luminoso de grande velocidade; são transmissores de energias
espiritualizantes para as substâncias dos planos inferiores da Natureza, no campo físico, e formadores
das grandes correntes de energia reduzida, que utilizam como espíritos da Natureza.
"Os mundos etéreos, onde se manifestam, são formados de matéria rarefeita de maior ou menor
densidade.

"Formam várias classes, cada uma delas com seus próprios habitantes, nos próprios planos, todos se
interpenetrando, como no arco-íris, isto é: os de menor densidade interpenetrando os de densidade
mais pesada.

"Atuam em diferentes planos: no físico, no emocional e no menta linferior, quando a forma predomina
sobre a energia; no mentalsuperior e na vontade individual, quando predomina a vida e o ritmo, a se
reduzindo à essência concentrada, formando os arquétipos.
"Todos os processos criativos, a saber: a criação, a evolução, a vivificação e a forma, são assistidos
por hostes desses seres, que agem sob a vigilância de um ser maior, responsável, condutor,considerado,
como já dissemos, o deus, o gênio da espécie.
Exemplo: o deus da montanha, o deus do mar, etc., como nas mitologias em geral.
"O ser elemental é vivo e vive no astral.

Segundo sua espécie,incorpora os pensamentos e as idéias dos homens e as executam como se fossem
próprias.
Realizada uma, apropria-se de outra, que também executa e assim passam a atuar ininterruptamente,
tornando-se perigosos por serem inconscientes, sem discernimento para distinguir o bem do mal.
São seres em início de evolução.
Encontram-se em toda parte: na superfície da terra, na atmosfera, nas águas, nas profundidades da sub-
crosta, junto ao elemento ígneo.
Invisíveis aos olhares humanos, executam infatigável e obscuram ente um trabalho imenso, nos mais
variados aspectos, nos reinos da Natureza, junto aos minerais, aos vegetais, aos animais e aos homens.
"A forma desses seres é muitíssimo variada, mas quase sempre aproximada da forma humana. O rosto
é pouco visível, ofuscado quase sempre pelo resplendor energético colorido que o envolve.
"Os Centros de Força que, no ser humano são separados, nos elementais se juntam, se confundem, se
somam, formando um núcleo global refulgente, do qual fluem inúmeras correntes e ondulações de
energias coloridas, tomando formas de asas, braços, cabeças...
"Podem ser classificados em duas categorias gerais: os elementais fictícios e os naturais.

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AS LARVAS MENTAIS

Os primeiros são conhecidos como "larvas", criações mentais, formas pensamento, que exigem três
elementos essenciais para subsistirem: uma substância orgânica, uma forma aparencial e uma energia
vital.

Existem substâncias plásticas etéreas que permitem sua criação; a forma depende do sentimento ou da
ação mental que inspirou sua criação e o elemento vital que os anima vem do reservatório universal da
energia cósmica.

A vida das larvas durará na medida da energia mental ou passional emitida no ato da criação e poderá
ser prolongada desde que, mesmo cessada a força criadora inicial, continuem elas a serem alimentadas
por pensamentos, idéias, vibrações da mesma natureza, de encarnados ou desencarnados, existentes na
atmosfera astral, que superlotam de ponta a ponta, multiplicando-se continuamente.

O ser pensante cria sempre, consciente ou inconscientemente, lançando na atmosfera astral diferentes
produtos mentais.

A criação consciente depende do indivíduo sintonizar-se ou vibrar no momento, na onda mental que
corresponde a determinada criação (amor,ódio, luxúria, ciúme, etc.) e por isso essa forma de criação
raramente é normal, habitual, porque não é fácil determinar a formada larva que corresponde à idéia
ou ao sentimento criador; mas, a vontade adestrada, impulsionando a idéia ou o sentimento, pode
realizar a criação que tem em vista e projetá-la no sentido ou direção visada, para produzir os efeitos
desejados.

A larva, quando é um desejo, uma paixão ou um sentimento forte, se corporifica, recebe vida mais
longa que a larva simplesmente mental que, quase sempre, tem uma alimentação mais restrita, a não
ser quando projetada por pessoa dotada de alto poder mental, ou por grupos de pessoas nas mesmas
condições.

Os sacerdotes egípcios, por exemplo, criavam larvas para defenderem as tumbas dos mortos,
animando-as de uma vida prolongada e elas se projetavam sobre os violadores de túmulos,
provocando-lhes perturbações graves e até mesmo a morte.

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OS ELEMENTAIS NATURAIS

Quanto aos elementais naturais, eles formam agrupamentos


inumeráveis compreendendo seres de vida própria, porém
essencialmente instintiva que vão desde os micróbios, de
duração brevíssima, até os chamados Espíritos da Natureza,
que classicamente são agrupados nos Reinos, sob os nomes
de gnomos (elementais da terra) , silfos (elementais doar) ,
ondinas (elementais das águas) e salamandras (elementais
dofogo) e todos eles interessam aos trabalhos mediúnicos
do Espiritismo.

Os elementais da terra se agrupam em numerosas classes:


os da floresta, das grutas, da subcrosta, dos areiais, dos
desertos, das planícies, das regiões geladas, etc., cada
espécie desempenhando determinado trabalho, sob a
supervisão de espírito desencarnado, trabalhos esses que vão desde a proteção de animais até a
produção de determinados fenômenos naturais.

Os índios e aborígenes de várias regiões do globo mantém com eles relações estreitas: não derrubam
mato nem iniciam suas estações de caça sem antes evocarem os gênios que presidem essas atividades:
fazem suas evocações previamente batendo nos seus tambores sagrados,em meio a cerimônias bárbaras
e, quando o gênio surge entre eles, muitas vezes completamente materializado, fazem-lhe roda em
torno e dançam e cantam durante longo tempo.

Como simples ilustração e curiosidade acrescentamos os seguintes detalhes: os povos nórdicos, nas
grandes noites de seus invernos polares, que duram meses, no isolamento de suas residências,
comunicam-se com esses seres, batendo pancadas no chão em determinados ritmos ou, em havendo
médiuns, por ligação direta de vidência ou audição; assim se comunicam com parentes e amigos nas
regiões desertas fora da civilização e se orientam sobre diferentes assuntos de interesse.

Os lapões comumente mantém esses contatos: são despertados por esses seres quando dormem,
remetem avisos, pedem auxílio nas enfermidades,são protegidos na caça e na pesca e outros até os
utilizam para fazer transações curiosas, como essa de venderem vento a terceiros,como garantia de
navegação segura, para o que mandam que o interessado amarre nos mastros, pedaços de panos, nos
quais dão certo número de nós para tornar a embarcação conhecida, bem visível aos elementos
escalados para a proteção, nós que os navegantes vão desmanchando aos poucos, na medida em que o
vento cessa e vão precisando dele nesta ou naquela direção.

Não são raras as oportunidades de examinar esses seres diretamente,em sessões espíritas bem
organizadas e dirigidas por pessoas competentes, pois esses seres, por serem inconscientes, são
perigosos.

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UMBANDA: MAGIA ANCESTRAL

Os gnomos, por exemplo, são figuras feias, pequenos,cobertos de pelos, formas grosseiras e quase
sempre deixam no ambiente do trabalho, cheiros fortes de mato, de terra, de animais silvestres.

Neste campo, várias coisas, pois, podem ocorrer, nos trabalhos de vidência e nos desdobramentos.

1 ° - o médium vê uma forma astral, que pode ser uma simples criação mental de espíritos alheios,
encarnados ou desencarnados, ou deinstrutores que se utilizam da ideoplastia para desenvolvimento
mediúnico ou para transmissão de idéias próprias;

2 ° - o médium vê formas criadas, representando, simbolicamente, desejos ou paixões humanas;

3 ° - o médium vê seres elementais reais de qualquer das diferentes categorias em que se agrupam.

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UMBANDA: MAGIA ANCESTRAL

HERANÇA SALOMÔNICA

• O rei Salomão foi o terceiro rei de Israel, filho de Davi e Bate-Seba (2Sm 12:24). O rei
Salomão governou sobre Israel aproximadamente entre 971 e 931 a.C. Salomão é conhecido
por sua sabedoria, e por ter sido o rei que construiu o primeiro Templo de Jerusalém.
• O nome do rei Salomão aparece cerca de 300 vezes no Antigo Testamento e 12 vezes no
Novo Testamento. Entretanto, Salomão não é mencionado na narrativa bíblica até que são
descritos os últimos dias de seu pai, o rei Davi.
• O rei Salomão também era conhecido por Jedidias, que significa “amado pelo Senhor”,
como assim foi chamado pelo profeta Natã (2Sm 12:25). Não existe praticamente nenhuma
informação sobre os primeiros anos de vida e a juventude de Salomão.
• Sabe-se que ele foi o segundo filho de Davi e Bate-Seba, ex-mulher de Urias, já que o primeiro
filho do casal morreu logo após o nascimento (2Sm 12:18). Falando especificamente sobre
seu pai, Salomão então foi o quarto dos filhos de Davi nascidos em Jerusalém (Sm 5:14;
12:24).
• Considerando as informações bíblicas acerca da vida de Davi, podemos estabelecer um
parâmetro sobre o tipo de ambiente em que Salomão cresceu. Sabemos que Davi casava-se
com frequência, o que obviamente resultava em constante tensão entre as esposas e seus
filhos, que protagonizavam as mais variadas intrigas, geralmente em busca de prestígio.
• Durante o período em que Davi esteve debilitado antes de sua morte, houve uma intensa luta
pelo trono de Israel. A oposição inicial de Absalão também pôde ser vista na pessoa de
Adonias, o mais velho dos filhos sobreviventes de Davi (2Sm 3:4; 1Rs 1:5s).
• Adonias conseguiu o apoio de Joabe, ex-general de Davi, e do sacerdote Abiatar, e tentou
de todas as maneiras ocupar o trono de Davi ainda nos últimos dias dele, fazendo inclusive
uma festividade de coroação.

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UMBANDA: MAGIA ANCESTRAL

• Quando souberam do plano de Adonias, os aliados de Salomão trataram de trabalhar para


que Davi se lembrasse da promessa ainda não cumprida a respeito de Salomão, de que ele
seria seu sucessor (1Cr 22:9,10). Assim, Davi deu ordens acerca da ascensão de Salomão
ao trono, e este foi coroado rei em Israel, sendo ungido por Zadoque (1Rs 1:28-39).
Provavelmente quando foi coroado rei Salomão não tinha muito mais do que 18 anos.
• O rei Salomão reinou por 40 anos em Israel. Os estudiosos discutem se o seu período de
reinado ocorreu aproximadamente entre 971 e 931 ou entre 960 e 920 a.C., sendo a primeira
possibilidade a mais provável.
• Logo após a morte de Davi, o rei Salomão seguiu as instruções de seu pai e agiu em
conformidade para solidificar sua posição como rei e desmantelar sua oposição. Assim,
após as mortes de Adonias e Joabe, e o banimento de Abiatar, Salomão passou a reinar sem
oposição interna.
• O rei Salomão herdou de Davi um extenso território, com aproximadamente 128 mil
quilômetros quadrados. Durante seu reinado, Salomão melhorou muito as condições
domésticas em Israel. O rei Salomão substituiu as antigas divisões tribais por uma divisão de
seu território em 12 distritos administrativos, os quais cada um possuía um oficial
comissionado pelo rei.
• Esses distritos tinham a responsabilidade de prover o sustento para corte durante o ano,
sendo então cada distrito responsável pelo suprimento de um mês. A lista de mantimento era
bastante onerosa e pode ser consultada em 1Reis 4:22,23.
• A atividade comercial era o ponto forte do reinado de Salomão. Ele controlou rotas de
comércio e estabeleceu pontos estratégicos de atuação que lhe renderam muita receita, de
modo que a prata tornou-se tão comum em seu reino quanto à pedra e o cedro, fazendo com
que ele vivesse em meio a um esplendor de riquezas nunca visto antes em Israel. Salomão
conseguiu boa receita através das taxas cobradas das caravanas que precisavam cruzar seu
território.
• O rei Salomão foi um grande diplomata, e utilizou até mesmo os seus casamentos para
conseguir vantajosos acordos internacionais para sua nação, fazendo com que durante todo
o seu reinado, raramente Israel preciasse se preocupar com alguma ameaça militar.
• O primeiro acordo comercial de Salomão foi com Hirão, rei de Tiro. Nele, Salomão pagava
anualmente algo equivalente a 2.000 toneladas de trigo e 400 mil litros de azeite de oliva
puro, em troca de madeira e marmoreiros para suas construções.
• O rei Salomão também firmou um contrato com comerciantes do Egito para o comércio de
cavalos e carros, e, por sua vez, os exportava aos heteus e sírios obtendo bom lucro (1Rs
10:28ss).
• A atuação comercial que trouxe mais lucro para o rei Salomão foi seu comércio
marítimo, onde seus barcos navegavam pelo Mar Vermelho, no Oceano Índico, chegando
até Ofir. Tais viagens poderiam durar até três anos.
• Quando considerara a receita anual proveniente de suas estratégias comerciais, das taxas
que recebia pelo tráfego de mercadorias e dos impostos que recebia da população presente
em todo o território que controlava, a estimativa da soma atinge um nível excepcional,
colocando o rei Salomão como um dos homens mais ricos de toda a História da
humanidade.

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UMBANDA: MAGIA ANCESTRAL

• De todas as construções realizadas durante o reinado do rei Salomão, certamente o Templo


em Jerusalém é a mais importante delas. Conforme a promessa do próprio Deus, o rei
Salomão executou o projeto de seu pai de construir um Templo para abrigar a Arca da
Aliança.
• Para obter a mão de obra necessária, o rei Salomão recorria ao trabalho forçado. Ele fez
colocou os cananeus na condição de escravos do estado de Israel (1Rs 9:20,21). Todavia, o
número de trabalhadores cananeus era insuficiente para suprir seus planos, então ele
recrutou israelitas para tal tarefa, obrigando-os também a um tipo de trabalho forçado.
• Essa medida foi bastante impopular, fato que ficou evidenciado no episódio do assassinato
de Adonirão, o superintendente dos grupos de trabalhadores (1Rs 4:6; 5:13-18; 2Cr 2:17,18).
• O Templo construído por Salomão ficava localizado no Monte Moriá, o lugar onde o rei Davi
havia edificado um altar ao Senhor (2Sm 24:16-25; 1Cr 21:15-25) e provavelmente onde
Abraão teria subido com Isaque para sacrificá-lo.
• Apesar de Davi ter coletado materiais para a construção do Templo (1Cr 22:2-4), foi no quarto
ano do reinado de Salomão que ele começou a ser construído. Mesmo parecendo uma
construção com uma dimensão modesta na atualidade, o edifício do Templo representava
uma construção grande na época, medindo: 30 metros de comprimento, 10 de largura e 15
metros de altura. Sua construção levou um período de sete anos.
• Quando concluiu a construção do Templo no décimo primeiro ano de seu reinado, o rei
Salomão planejou uma grande celebração, onde muitos sacrifícios foram oferecidos na
dedicação do edifício (1Rs 8-9; 2Cr 5-7).
• Dentre os outros edifícios construídos pelo rei Salomão em Israel, podemos destacar:
• A casa do bosque do Líbano que tinha 50 metros de comprimento, 25 de largura e 15 metros
de altura.
• Um pórtico de colunas medindo 25 por 15 metros.
• Uma sala para seu trono, onde ele realizava os julgamentos.
• Uma casa para a filha de Faraó, uma de suas esposas, cujo local possuía a imponência digna
de uma filha de um monarca egípcio.
• A própria residência de Salomão foi um uma construção considerável, onde acomodava 700
esposas e 300 concubinas, além dos servos necessários (1Rs 11:3). Salomão também
edificou Milo, uma enorme fortaleza para proteger o Templo (1Rs 9:24).
• Em 1 Reis 3 e 2 Crônicas 1 lemos o registro do sonho que o rei Salomão teve, onde o Senhor
lhe apareceu e lhe perguntou o que ele mais desejava receber. Salomão poderia ter pedido
riquezas, longevidade ou honra, porém o jovem rei pediu sabedoria, isto é, “um coração
compreensivo” para poder governar prudentemente o seu povo.
• Um dos episódios que mais destaca a sabedoria do rei Salomão é aquele em que duas
mães compareceram à sua presença disputando um único recém-nascido. O caso era
bastante difícil, pois não havia nenhuma testemunha.
• Com muita sabedoria, o rei Salomão propôs que o menino fosse dividido em duas partes
para solucionar o problema. Diante da possibilidade da morte de seu filho, a verdadeira

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UMBANDA: MAGIA ANCESTRAL

mãe preferiu entregar o menino à mulher impostora, e isto fez com que Salomão julgasse
aquela causa de forma impecável.
• A sabedoria do rei Salomão também pode ser percebida em toda literatura que ele produziu.
Salomão compôs milhares de provérbios e cânticos (1Rs 4). A profundidade de seus
provérbios também impressiona, de modo que a Bíblia relata que ele discorreu sobre as
árvores, os animais, as aves, os répteis e os peixes (1Rs 4:33).
• Além dos relatos bíblicos, muitas lendas e documentos da antiguidade se referem a
espetacular sabedoria de Salomão. Entre os livros da Bíblia, é atribuído a Salomão a autoria
de uma grande parte do livro de Provérbios, bem como Eclesiastes e Cântico dos Cânticos,
também chamado de Cantares de Salomão e os Salmos 72 e 127.
• A Bíblia diz que a sabedoria de Salomão impressionava de tal modo que vinham
pessoas de todos os povos e de todos os reis da terra para ouvir de sua sabedoria (1Rs
4:34). Uma dessas visitas foi feita pela rainha de Sabá, que “veio dos confins da terra” para
poder ouvir pessoalmente a sabedoria do rei Salomão (Mt 12:42).
A rainha de Sabá fez muitas perguntas e enigmas a Salomão, e o rei respondeu inteligentemente a
todos os questionamentos feitos por ela, deixando-a completamente impressionada (1Rs 10:8). Na
ocasião, a rainha de Sabá presenteou o rei Salomão com muitos presentes, além de 120 talentos
de ouro (1Rs 10:8-10).

• Apesar de toda a sabedoria que tinha, o rei SalomPara o rei Salomão, o casamento fazia
parte de sua estratégia política, ou seja, ele firmava muitas alianças através de seus
casamentos. Foi assim que ele atingiu o impressionante número de 700 esposas além de
300 concubinas.
• Entres as esposas do rei Salomão estava a filha de Faraó, e, por ocasião dessa união, o
Faraó do Egito lhe deu como dote a cidade de Gezer (1Rs 9:16). Algumas tradições árabes,
judaicas e etíopes, sugerem que Salomão também teve um relacionamento amoroso com a
rainha de Sabá, tendo até mesmo nascido um filho desse envolvimento, Menelik I, fundador
da casa real etíope, porém a Bíblia não relata nada acerca disso.
• O grave pecado do rei Salomão, ao afrontar a adoração monoteísta em Israel quando
começou a seguir outros deuses para satisfazer suas esposas estrangeiras, não poderia ficar
impune. Tal comportamento foi reprovado pelo Senhor que, por sua misericórdia e amor a
Davi, suspendeu seu julgamento total durante o período de vida de Salomão, ou seja, não lhe
tirou o reino, mas após a sua morte o castigo foi derramado e o reino foi tirado de seu filho,
na ocasião em que o reino de Israel foi dividido.
• Não tomou atitudes que lhe trouxeram problemas, dentre as quais podemos destacar:
• O trabalho forçado a qual submeteu o seu povo.
• As práticas comerciais internacionais que de alguma foram fizeram com que a idolatria
entrasse no meio do povo pelo contato com outros povos.
• A pesada carga de impostos que sobrecarregava os israelitas.
• A intensa poligamia, que foi o principal meio pelo qual outros deuses começaram a ser
considerados em território hebreu.

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UMBANDA: MAGIA ANCESTRAL

• De toda essa lista, certamente sua vida conjugal é a que mais merece destaque, pois além
da poligamia praticada por Salomão, suas esposas estrangeiras fizeram com que, em sua
velhice, ele praticasse uma adoração mista, seguindo outros deuses (1Rs 11:4).
• Mesmo em vida, Salomão experimentou as ameaças de inimigos levantados por Deus, como
Hadade, Rezom e Jeroboão. Esse último era um líder forte e trabalhador que se rebelou
contra as políticas do rei Salomão, e nos dias de reinado do filho de Salomão, Roboão, ele
dividiu o reino de Israel em duas partes, norte (Israel) e sul (Judá), e se tornou rei sobre
as 10 tribos do norte. Saiba mais sobre os reis de Israel e reis de Judá.
• Apesar de encerrar sua vida de forma melancólica, deixando um reino desgastado e prestes
a ruir, o rei Salomão fez contribuições importantíssimas para Israel, sendo aquele que
construiu o Templo, o que colocou Israel no cenário internacional e foi o principal autor da
literatura de sabedoria hebraica.
• Também é importante mencionar que toda a glória e esplendor do reino de Salomão
tipificou o reino eterno do Messias, de forma que o Salmo 72, num frequente uso de
linguagem hiperbólica, ao mesmo tempo em que se refere ao rei humano também prenuncia
o Cristo.

SALOMÃO O MAGO

• Lendas do rei
Os feitos de Salomão o tornaram famoso – tanto que surgiram várias histórias a seu respeito
que não estão na Bíblia. As mais famosas seriam a construção do templo (onde a Arca da
Aliança, contendo os dez mandamentos entregues por Deus a Moisés, teria sido guardada)
e os demônios que o rei teria invocado
• Presos no vaso
Parte do poder e da sabedoria do rei teria vindo dos 72 seres que ele teria conseguido atrair
e prender dentro de um vaso de bronze. Selado com símbolos especiais, capazes de manter
os espíritos escravos de Salomão, o objeto nunca poderia ser quebrado, sob o risco de que
todos os demônios seriam libertados e desobrigados de obedecer ao monarca
• Leitura dinâmica
O Ars Goetia é o primeiro capítulo do livro e, também, o mais famoso – uma vez que conta
como Salomão alcançou o seu poder com a ajuda dos demônios. Mas existem outras quatro
partes: Ars Theurgia-Goetia, Ars Paulina, Ars Almadel e Ars Notoria. Eles descrevem os seres
do mal, contam como eles foram invocados e quais os símbolos usados para prendê-los
• Obra tardia
Apesar de serem impressionantes, os relatos sobre a façanha de Salomão foram escritos no
século 16. Inspirado em lendas da cabala e de autores místicos do islamismo, o caso recebeu

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UMBANDA: MAGIA ANCESTRAL

diferentes versões curtas até ser reunido numa única obra, no século 17: A Chave Menor de
Salomão, um dos mais famosos grimórios
• Artefato poderoso
O tal vaso seria feito de bronze e daria a seu dono uma série de poderes: extrair informações
dos mais próximos, destruir os inimigos, ouvir e entender os recados da natureza, encontrar
tesouros e curar doenças. Por isso, tornou-se um objeto procurado por arqueólogos e magos,
interessados em adquirir o poder conquistado no remoto século 10 a.C.
• Destino incerto
Reza a lenda que, para punir Salomão por sua arrogância, Deus teria escondido o vaso em
uma gruta na Babilônia. Ao encontrarem o artefato, babilônios desavisados libertaram 71
seres – apenas Belial continuaria aprisionado. A história é refutada por aqueles que acreditam
que o vaso continua inteiro e ainda pode ser usado ou até mesmo reconstruído
• Hierarquia do mal
• Veja a divisão dos demônios e os elementos para prendê-los. O livro é típico da Idade Média
e os seres são organizados de acordo com a nobreza típica da Europa

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• Hexagrama
Também conhecido como “selo de Salomão”, deve ser colocado sobre uma roupa
branca nova. Isso faria os demônios aparecerem diante da pessoa, numa forma física
não assustadora e falando o mesmo idioma de quem o chamou. O selo deve ser
forjado como um amuleto, de ouro ou prata, e usado sobre o peito
• Anel mágico
Além do amuleto, é importante usar este anel, também feito de ouro ou prata e cheio
de símbolos especiais, que formam uma combinação misteriosa e poderosa. Protege
o exorcista dos ataques, em especial do bafo de enxofre dos espíritos. E, quando
apontado contra eles, os obriga a realizar qualquer pedido, incluindo matar alguém
• Vaso de cobre
Depois de controlar os demônios, Salomão teria usado um vaso, selado com símbolos
especiais – cada um funcionaria como uma fechadura para cada ser. Se ele não obedecesse,
o selo seria destruído e ele ficaria preso pela eternidade. Dentro do espaço de não mais do
que 50 cm de altura, o dono do vaso pode manter um exército a seu dispor
Invocando o espírito

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SÍMBOLOS

• O termo símbolo, com origem no grego


symbolon (σύμβολον), designa um tipo de signo em que o
significante (realidade concreta) representa algo abstrato
(religiões, nações, quantidades de tempo ou matéria etc.)
por força de convenção, semelhança ou contiguidade
semântica (como no caso da cruz que representa o
cristianismo, porque ela é uma parte do todo que é imagem
do Cristo morto). Charles Sanders Pierce desenvolveu uma
classificação geral dos signos.[1] Sendo um signo, "símbolo"
é sempre algo que representa outra coisa (para alguém).
• O "símbolo" é um elemento essencial no processo de
comunicação, encontrando-se difundido pelo cotidiano e
pelas mais variadas vertentes do saber humano. Embora
existam símbolos que sejam reconhecidos internacionalmente, outros só são compreendidos
dentro de um determinado grupo ou contexto (religioso, cultural etc.), pode ser também um
objeto que substitui, representa, ou sugere algo.
• A representação específica para cada símbolo pode surgir como resultado de um processo
natural ou pode ser convencionada de modo que o receptor (uma pessoa ou grupo específico
de pessoas) consiga fazer a interpretação do seu significado implícito e atribuir-lhe
determinada conotação. Pode, também, estar mais ou menos relacionada fisicamente com o
objeto ou ideia que representa, podendo não só ter uma representação gráfica ou
tridimensional como também sonora ou mesmo gestual.
• Símbolos gravados há mais de 60 mil anos na casca de ovos de avestruz podem evidenciar
o mais antigo sistema de representação simbólica usado por humanos modernos. Os sinais
repetitivos e padronizados foram encontrados em Howiesons Poort, na África do Sul, e foram
destacados em artigo na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).[2]
• A semiótica é a disciplina que se ocupa do estudo dos símbolos, do seu processo e sistema
em geral. Outras disciplinas especificam metodologias de estudo consoante à área, como a
semântica, que se ocupa do simbolismo na linguagem, ou seja, das palavras, ou a
psicanálise, que, entre outros, se debruça sobre a interpretação do simbolismo nos sonhos.

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JHON DEE E A LÍNGUA DOS ANJOS

• John Dee (13 de julho de 1527 - 1608 ou


1609) foi um matemático , astrônomo, astrólogo,
geógrafo e conselheiro particular da rainha
Elizabeth I. Devotou também grande parte de sua
vida à alquimia, adivinhação, e à filosofia
hermética.
• Dee perscrutou os mundos da ciência e da
magia.Um dos homens mais instruídos de seu
tempo, já lecionava na Universidade de Paris
antes de completar trinta anos. Era um divulgador
entusiasmado da matemática, um astrônomo
respeitado e um perito em navegação, treinando
muitos daqueles que conduziriam as viagens
exploratórias da Inglaterra.Ao mesmo tempo,
estava profundamente imerso na filosofia
hermética e na chamada magia angélico-cristã e
devotou a última terça parte de sua vida quase
que exclusivamente a este tipo de estudo. Para
Dee e para muitos de seus comtemporâneos, estas atividades não eram contraditórias, mas
aspectos de uma visão consistente do mundo.
• Pensamento
• Dee era um cristão fervoroso, mas sua interpretação da religião foi influenciada
profundamente pelas doutrinas hermética e platônica que eram dominantes na renascença.
Ele acreditava que o número era a base de todas as coisas e a chave para o conhecimento
e que a Criação foi um ato de "numeração" de Deus. Do hermetismo, extraiu a opinião de que
o homem tem o potencial para o poder divino, e acreditava que este poder divino poderia ser
exercido através da matemática. Sua mágica angélico-cabalística (que era pesadamente
numerológica) e seu trabalho na matemática prática (navegação, por exemplo) eram para ele
simplesmente os fins mundanos do mesmo espectro. Seu objetivo final era ajudar a levar
adiante uma religião unificada mundial com a recuperação da ruptura das igrejas católica e
protestantes e recapturar a teologia pura dos antigos.
• Aproximadamente dez anos após a morte de Dee, o antiquário Robert Cotton comprou a terra
em torno da casa de Dee e começou a escavar em busca de papéis e artefatos. Descobriu
diversos manuscritos, principalmente registros de comunicações angélicas de Dee. O filho de
Cotton deu estes manuscritos ao escolar Méric Casaubon, que os publicou em 1659, junto
com uma longa introdução crítica de seu autor. Como a primeira revelação pública das
conferências espirituais de Dee, o livro foi extremamente popular e vendeu rapidamente.
Casaubon, que acreditava na realidade dos espíritos, discutiu em sua introdução que Dee
estava agindo sem saber como ferramenta de espíritos malignos quando acreditou que

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UMBANDA: MAGIA ANCESTRAL

estava comunicando-se com anjos. Este livro é na maior parte responsável pela imagem que
prevaleceu de Dee para os dois séculos e meio seguintes de um fanático desiludido.
• Quase ao mesmo tempo a Relação Fiel e Verdadeira foi publicada e membros da Rosa-Cruz
reinvidicaram Dee como um de seus membros. Há dúvida, entretanto, de que um movimento
organizado Rosa-cruz tenha existido durante a época em que Dee viveu, e não há nenhuma
evidência de que Dee tenha pertencido a qualquer fraternidade secreta. A reputação de Dee
como um mágico e a história vívida de sua associação com Edward Kelley fizeram dele uma
figura aparentemente irresistível aos fabulistas, aos escritores de histórias de terror e aos
mágicos dos dias atuais. O acréscimo de informações falsas ou simplesmente exageradas
sobre Dee obscurece frequentemente os fatos de sua vida, por mais notáveis que foram.
• Sua biblioteca pessoal em Mortlake era a maior no país, e foi considerada uma das mais
sofisticadas da Europa.Além de ser um conselheiro astrológico, científico e geográfico para a
rainha Elizabeth e sua côrte, era um defensor da colonização de América do Norte e o
visionário de um Império Britânico que se estenderia através do Atlântico norte.
• Dee promoveu as ciências da navegação e da cartografia que estudou com Gerardus
Mercator, e possuía uma coleção importante de mapas, globos e instrumentos astronômicos.
Desenvolveu instrumentos novos assim como técnicas navegacionais especiais para o uso
em regiões polares. Dee serviu como um conselheiro às viagens de descobertas inglesas, e
selecionou pilotos pessoalmente e treinou-os na navegação.
• Acreditava que essa matemática (que considerava misticamente) era central ao progresso da
aprendizagem humana. A centralidade da matemática na visão de Dee tornava-o mais
moderno do que Francis Bacon, embora alguns estudiosos acreditem que a matemática foi
propositadamente ignorada por Bacon por causa da atmosfera anti-ocultista do reino de
James I. No entanto deve-se entender que a compreensão de Dee do papel da matemática
é radicalmente diferente de nossa visão contemporânea.
• A realização prática mais duradoura de
Dee deve ser sua divulgação da
matemática fora das universidades. Seu
"prefácio matemático" a Euclides foi
significante em promover o estudo e a
aplicação da matemática por aqueles
sem uma instrução de nível superior, e
era muito popular e influente entre os
"mecânicos", a classe nova e crescente
de artesãos e técnicos. O prefácio de
Dee incluía demonstrações de princípios
matemáticos que os leitores poderiam
executar.
• Dee era amigo de Tycho Brahe e estava
familiarizado com o trabalho de
Copérnico.Muitos de seus cálculos
astronômicos foram baseados em
suposições de Copérnico, mas nunca
defendeu abertamente a teoria do
heliocentrismo. Dee aplicou a teoria de

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UMBANDA: MAGIA ANCESTRAL

Copérnico ao problema da reforma do calendário. Suas recomendações razoáveis não foram


aceitas, entretanto, para razões políticas.
• Ele é associado frequentemente com o manuscrito de Voynich. Wilfrid M. Voynich, que
comprou o manuscrito em 1912, sugeriu que Dee pode ter possuído o manuscrito e o teria
vendido ao imperador Rodolfo II.Mas os contatos de Dee com Rudolph eram bem menos
extensos do que se pensava anteriormente e os diários de Dee não mostram nenhuma
evidência da venda.
• Artefatos
• O Museu Britânico mantem diversos artigos que pertenceram a John Dee, a maioria
associado com suas conferências espirituais:
• Espelho ( um objeto de um culto asteca na forma de um espelho de mão, trazido a Europa
no fim da década de 1520), que chegou a ser propriedade de Horace Walpole.
• Os pequenos selos de cera usados para apoiar os pés da "mesa de prática" de Dee (a mesa
em que utilizava a bola de cristal).
• O selo maior e mais decorado chamado "selo de Deus", usado para apoiar a "Shew-Stone"",
a esfera de cristal usada por Dee.
• Um amuleto de ouro gravado com uma respresentação de uma das visões de Kelley.
• Um globo de cristal, com seis centímetros de diâmetro. Este artigo permaneceu despercebido
por muitos anos na coleção mineral do museu; possivelmente pertenceu a Dee, mas sua
procedência não é tão certa quanto a dos outros.
• Em dezembro 2004, uma shew-stone (uma pedra usada em previsões) que pertenceu
anteriormente a Dee e uma explanação do meio do século XVII escrita por Nicholas Culpeper
foram roubadas do museu de ciência em Londres mas foram recuperados pouco depois.

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• Magia Enochiana ou Enoquiana é um


sistema de magia cerimonial desenvolvido por
Dr. John Dee e pelo vidente e Sir Edward
Kelley no século XVI. Através de um sessão
de vidência numa bola de cristal, os dois
estabeleceram comunicação com supostos
anjos, que lhes passaram um tipo de
linguagem nativa dessas entidades.
• Essa "linguagem" (um verdadeiro idioma
com regras próprias de gramática) era
composta por um alfabeto de 21 letras, 19
invocações e conhecimentos ocultos.
Segundo a história, as palavras possuem um
poder tão grande ao serem pronunciadas, que
foram transmitidas de trás para frente.
• Dee e Keley alegavam que sua
informação era entregue a eles diretamente
por um anjo. Então desenvolveram a escrita
Enochiana e a tabela de correspondências
que vinha com ela. É dito que esses escritos
contém os segredos do livro apócrifo de
Enoque.
• A magia enochiana é um sistema de teurgia, ou magia angélica, psiquicamente transmitida
ao alquimista e vidente elizabeteano Edward Kelley, por um grupo de espíritos que veio a ser
chamado de anjos enochianos. Durante os anos de 1582 a 1587 os espíritos ditaram diversas
partes dessa magia a Kelley, ou apresentaram-na na forma de visões, enquanto Kelley olhava
fixamente para a bola de cristal.
• Kelley repetia as palavras dos espíritos e descrevia as visões para seu amigo e empregador,
o grande matemático, geógrafo e astrólogo Dr. John Dee. Este sentava-se ao lado de Kelley
durante as sessões em que fixava a bola de cristal, com uma pena em sua mão e papéis
espalhados à sua frente. Tudo o que Kelley dizia, Dee literalmente registrava. Graças ao
método meticulosos de Dee, as comunicações dos espíritos foram preservadas com a
exatidão de uma transcrição de um tribunal.
• Os anjos identificaram-se a Kelley como os mesmos anjos que instruíram Enoch na
linguagem angélica e sabedoria de Deus. Enoch foi o único patriarca do Antigo Testamento
a ser elevado aos céus enquanto ainda estava vivo – pelo menos, essa foi a interpretação
dos rabinos e cabalistas judeus do Gênesis 5:24: “E Enoch caminhou com Deus: e ele não
estava, pois Deus o levou”. Diz-se também que Enoch foi o primeiro homem a receber o
conhecimento da Qabalah.

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UMBANDA: MAGIA ANCESTRAL

• Dee sentia-se como um escolhido de Deus, enquanto Kelley tinha a forte idéia de que eram
meras marionetes dos anjos, que ele preferia crer que fossem demônios. Os anjos
precisavam da ajuda dos dois pois não podiam abrir os portais do lado externo, pois abri-los
requer o uso de evocação (invocação). Isso não está nos poderes dos anjos, como o anjo
Ave disse a Dee:
• Ave: A invocação origina-se da
boa vontade do homem, e o calor e
fervor do espírito: e, portanto, a prece
tem este efeito com Deus.
• Dee: Suplicamos, devemos utilizar
uma forma (de invocação) para
todas?
• Ave: Cada uma de diversas
formas.Dee:
• Quer dizer eu misturar, decretar ou
induzir diversas formas.
• Ave: Não sei, pois não habito na
alma do homem.
• O magista inglês Aleister Crowley
fez uso do sistema enochiano para a
invocação dos 30 Aethyrs do seu
Liber 418, e também dizia ser
reencarnação de Kelley. A própria Golden Dawn (Ordem a qual fez parte) utilizava muito essa
forma de magia.

E a Umbanda?

A Umbanda, para quem é desinformado e costuma confundi-la com outras manifestações, é


uma religião que sintetiza inúmeros elementos de matriz africana. Formada no século XX,
assimilando movimentos religiosos como o Candomblé (orixás africanos), o Espiritismo e o
Catolicismo, passou a ser considerada por muitos pesquisadores como uma “religião
brasileira por excelência”.
• A origem do termo é oriunda da língua quimbunda de Angola e significa ‘magia’ ou ‘arte de
curar’. Há também a especulação da palavra Umbanda ser oriunda de um mantra na língua
adâmica, cujo significado seria algo como ‘deus ao nosso lado’ ou ‘conjunto das leis divinas’.
Após o Congresso de 1941, ficou determinado que a etimologia da palavra vinha do sânscrito
aum e bhanda – termos traduzidos livremente como ‘o limite no ilimitado’, ‘evolução
constante, princípio divino, a fonte da vida eterna, luz radiante’.
Existem inúmeras vertentes na religião de modo que os rituais e práticas tendem a modalizar Há, por
exemplo, a Umbanda Tradicional, Esotérica, Astrológica, Mista, Sagrada, Omolocô, da Magia Divina,
dentre outras. Apesar de existir diversos tipos de Umbanda, alguns conceitos e costumes são

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UMBANDA: MAGIA ANCESTRAL

comuns e partilhados entre todos os praticantes. O culto à entidades ancestrais e a espíritos ligados
a divindades, muitas vezes pertencentes a cultos africanos, hindus e árabes, assim como a crença
em um único deus, onipresente, chamado Olorum, Oxalá ou Zambi, são aspectos em concordância.

• Os símbolos da Umbanda também é algo concomitante entre as vertentes da religião. Os


pontos riscados são grafismos dos quais as entidades se servem para tal identificação,
impedindo que algum espírito com más intenções engane os praticantes presentes no templo.
Geralmente, os traçados são feitos, com uma pemba (giz) – um dos poucos elementos que
pode tocar a cabeça de um médium, devido ao seu alto grau de pureza – no chão ou em
tábuas de mármore ou madeira. Estrelas, sóis, lanças, flechas, triângulos, folhas, raios,
cruzes e ondas são os mais comuns.
• Dentre os inúmeros pontos riscados presentes na Umbanda, todos possuem a mesma
função: evocar as entidades que vão ser trabalhadas, além de servirem como reservatório de
energias e trazerem fluídos e medicamentos.
A Umbanda é coisa séria para gente séria“
Caboclo Mirim
• Abordar temas relacionados ao universo da Umbanda nem sempre é tão fácil ou simples
como muitos pensam ou tentam mostrar, nela verificamos uma diversidade de pensamentos
que são traduzidos em uma pluralidade infinita de ritos. Ao falarmos destes temas devemos
ter responsabilidade e clareza de idéias, sabermos diferenciar as coisas e creditar
corretamente seus pontos principais, é isso que buscamos nessa "série" e convidamos os
leitores independentemente das suas opiniões formadas à mergulharem conosco neste
estudo que é também um resgate histórico da religião.

• Chamamos Vertentes de Umbanda as "escolas" ou correntes de pensamento que praticam a
religião umbandista por outros métodos e até por diferentes perspectivas, porém, não
perderam as bases alicerçadas pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, elas incluem ou não
certos preceitos e rituais em suas realizações, possuem concepções próprias sobre o
sagrado, podem recorrer ou não a determinadas obras literárias como guia base de
doutrinação, enfim são todas as partes do "TODO" que constitui a Umbanda...

• UMBANDA ESOTÉRICA, O INÍCIO...



Não é consenso em todas as correntes de Umbanda que as
manifestações ocorridas por volta de 1.920, com o médium
Benjamin Gonçalves Figueiredo que manisfestara o Caboclo
Mirim, seriam os primeiros passos de uma corrente "Esotérica e
Iniciática" na religião, pois do próprio Caboclo o médium recebia
novas orientações em uma sessão espírita, onde sua família
praticava regularmente a doutrina. Orientações que seriam
referentes ao novo modelo que passariam a praticar conhecido
como Umbanda.

TENDA DE UMBANDA FALANGEIROS DE LUANDA


UMBANDA: MAGIA ANCESTRAL


Quando afirmamos que estas colocações não são um "consenso", é porque, interpretações
em livros ou de livres pensadores e até de militantes podem variar e se contradizerem
inclusive em alguns casos deixam tais informações entrelinhas, nós entendemos que sim
esse foi o marco inicial do movimento "Esotérico e Iniciático" da religião, em História da
Umbanda- Uma Religião Brasileira de Alexandre Cumino, na página 89 do primeiro capítulo
encontramos uma resumida definição sobre a Umbanda Esotérica e Iniciática do qual seu
autor pontua..."Os fundamentos esotéricos da Umbanda foram organizados pela Tenda
Espírita Mirim e apresentados, alguns deles, no Primeiro Congresso Brasileiro do
Espiritismo de Umbanda..." Em outro trecho verificamos novamente esta afirmativa..."A
primeira Escola Iniciática Umbandista foi o Primado de Umbanda, mais uma iniciativa
do Caboclo Mirim..."

Então, 13 de Março de 1.924 no Rio de Janeiro foi fundada a Tenda Espírita Mirim sob a
dirigência espiritual do Caboclo Mirim pelo aparelho Benjamin Figueiredo, uma nova
organização com especificidades bem definidas, algumas delas listamos para uma melhor
visualização e facilitação de entendimento:
• Influências de correntes filosóficas Ocultistas, Teosofistas e Espíritas Kardecistas.
• Aboliram o altar com santos católicos que representava o sincretismo com os Orixás,
permanecendo apenas uma imagem de Cristo no centro e elevado acima das cabeças com
a inscrição "O Médium Supremo".
• Atabaques foram trocados por tambores que eram tocados por Ogãs sentados.
• Uniformes brancos acompanhados de calçados fechados, o uso de guias também foi vetado
bem como qualquer outro ornamento.
• Não praticavam em seus ritos as manifestações mediúnicas dos Exús e Pomba-Giras, porém
reconheciam suas atuações.
Dos Orixás reconhecidos e cultuados pela Tenda Mirim encontramos Oxalá, Oxossi e
(Jurema), Ogum, Iemanjá, Oxum, Nanã, Iansã e Xangô. Outro fator preponderante desse
movimento eram os postos de hierarquia que constituíam toda a estrutura sacerdotal dos
médiuns, essa é outra característica marcante das correntes Esotéricas e Iniciáticas ainda
hoje, classificavam os trabalhadores conforme seu grau de desenvolvimento nas tarefas
mediúnicas e trabalhos extras efetuados dentro do templo, sob rígidos critérios estabelecidos
pois a disciplina era fator primordial na Tenda Mirim. No caso deles utilizavam-se de nomes
da língua Nheengatu do tronco nativo Tupi, no excelente artigo "O LEGADO DE BENJAMIN
FIGUEIREDO" que podemos verificar no Blog "Fraternidade Umbandista Luz de
Aruanda", a lista dos postos hierárquicos são dispostos da seguinte maneira:

• 1º Grau: Bojámirins - Entidades dos médiuns Iniciantes (I)


• 2º Grau: Bojás - Entidades dos médiuns de Banco (B)
• 3º Grau: Bojáguassús - Entidades dos médiuns de Terreiro (T)
• 4º Grau: Abarémirins - Entidades dos Sub-Chefes de Terreiros (SCT)

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• 5º Grau: Abarés - Entidades dos Chefes de Terreiros (CT)


• 6º Grau: Abaréguassús - Entidades dos Sub Comandantes Chefes de Terreiros (SCCT).
• 7º Grau: Morubixabas – Entidades dos Comandantes Chefes de Terreiros (CCT)

O processo de politização que visava além da expansão do movimento buscava também alguma
maneira legitimar a religião por meios legais e civis, já que a discriminação e perseguição aos
umbandistas eram recorrentes nestes tempos, os processos federativos dentro da Umbanda foram
iniciados por Zélio de Moraes com orientação do Caboclo das Sete Encruzilhadas em 1.939, com a
criação da União Espiritista de Umbanda do Brasil. Benjamim Figueiredo também orientado pelo seu
"mentor", o Caboclo Mirim, fundava
juntamente com outras lideranças filiadas
as suas propostas em 1952 o Primado de
Umbanda, onde fomentou diversas
atividades que visavam: A uniformização
dos cultos para os associados e
confederados, inaugurou a Escola
Iniciática e convergiu em articulações com
outras lideranças, nascentes e as já
conhecidas, para a organização dos
segundo e terceiro congressos em 1961 e
1973 respectivamente. O Primado
chefiado por Benjamin Figueiredo, cresceu como Instituição e agregou inúmeras Tendas de
Umbanda em vários estados, juntou-se inclusive com lideranças de seguimentos distintos, segundo
as fontes, sempre em busca de um denominador comum para a religião. Ainda hoje a "corrente de
umbanda do Caboclo Mirim" é atuante e influente dentro do movimento.
Foto: Primado de Umbanda no Maracãnazinho – 1965 (Festa de IV Centenário da cidade do Rio)

• OUTRAS LIDERANÇAS...

Conforme citamos na primeira parte do texto a Umbanda é uma


religião que abarca uma centena infinita de consciências e a
cada grupamento de trabalho enfaixa determinantes aspectos
que são pertinentes e necessários segundo suas próprias
visões de mundo, além é claro dos seres espirituais que os
dirigem. Ainda no terreno da Umbanda Esotérica encontramos
alguns personagens que merecem nossa atenção, pois, muito
contribuíram para o desenvolvimento da religião.
• Woodrow Wilson da Matta e Silva mais conhecido como (W.W.
da Matta e Silva), era o Mestre Ypacani da corrente de Umbanda
Esotérica, fundador da Tenda Umbandista Oriental (T.U.O.), no
estado do Rio de Janeiro. Sua relação com os fenômenos
mediúnicos iniciou-se ainda na adolescência e aos 21 anos já
dirigia seu próprio terreiro. A partir da década de 1950, Matta e Silva dirigido espiritualmente
por Pai Guiné daria início corrente Iniciática e Esotérica na Umbanda.
• Quando citamos o fato de que não é consenso por todas lideranças umbandistas e por seus
pesquisadores sobre o surgimento da "escola" esotérica na cronologia histórica da religião
após o advento do Caboclo das Sete Encruzilhadas. Identificar qual o período deu-se tais

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revelações e ajustamentos, se ocorreram com Benjamin Figueiredo ou com W.W. Matta e


Silva, nesta pesquisa identificamos outros autores e trabalhos publicados na internet que
creditam a W.W. Matta e Silva ser o anunciador de tal corrente.

• Diamantino Fernandes Trindade que além discípulo da corrente é escritor, pesquisador e
conhecido por muitos como o Historiador da Umbanda, em seu blog Mandala dos Orixás que
inclusive indicamos em nosso mural, escreve sobre Matta e Silva..."Na década de 1950
ocorreu o terceiro evento importante do Movimento Umbandista por meio de W.W. da
Matta e Silva, Mestre Yapacani que além de revolucionar conceitos doutrinários da
Umbanda praticada até então, possibilitou através da sua mediunidade, as
manifestações do Pai Guiné, o terceiro grande enviado do Astral para direcionar o
Movimento Umbandista...". O direcionamento citado culminaria em 09 (nove) obras
literárias e na instituição peculiar na forma de praticar Umbanda Esotérica e Iniciática. As
obras publicadas por ele foram:

• Umbanda de Todos Nós.


• Umbanda - Sua Eterna Doutrina.
• Doutrina Secreta da Umbanda.
• Lições de Umbanda (e Quimbanda) na Palavra de um "Preto-Velho".
• Mistérios e Práticas na Lei de Umbanda (originalmente, Mistérios e Práticas da Lei de
Umbanda).
• Segredos da Magia de Umbanda e Quimbanda.
• Umbanda e o Poder da Mediunidade.
• Umbanda do Brasil.
• Macumbas e Candomblés na Umbanda (não reeditada postumamente).

• Outo autor que registra os feitos de W.W. da Matta e Silva e os credita como pioneiros no
campo da Umbanda Esotérica é Rivas Neto, discípulo fiel do médium que além de sacerdote,
escritor é reitor da Faculdade de Teologia Umbandista, registrou ainda na apresentação de
seu livro "Umbanda A Proto-Síntese Cósmica" as seguintes palavras...
• "...A partir de 1956, com o lançamento do livro Umbanda de Todos Nós, novo alento foi dado
à Umbanda por Mestre Yapacany (W. W. da Matta e Silva) que viria mostrar o aspecto oculto
do conhecimento trazido pelas entidades militantes nesse movimento. Em mais oito obras,
Mestre Yapacany desenvolveu as bases da escrita sagrada da Lei de Pemba, a hierografia
umbandista, apresentou os fundamentos da metafísica da Umbanda e revelou a conexão
com o sistema cosmogônico ligado à cabala ário-egípcia, descrito em 1911 por Saint-Yves
d'Alveydre em seu L'Archéomètre.
• Apesar de toda a contribuição filosófica e científica dada à Umbanda por Mestre Yapacany,
na denominada Umbanda Esotérica, as mudanças práticas no sistema ritualístico foram
modestas, considerando-se que a profundidade da doutrina era alcançada por poucos e raros
iniciados, não havendo um método sistemático de transmissão de conhecimento, nem uma
organização templária capaz de conduzir os neófitos aos patamares superiores da iniciação,
a não ser que uma predisposição inata se fizesse sentir de maneira muito evidente..."

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• Como em todas as vertentes que existem na Umbanda, suas aplicações e explicações têm
um conjunto de orientações que geralmente são segmentadas por obras literárias básicas,
no caso da Umbanda Esotérica liderada por W.W da Matta e Silva foram nove registros que
servem como condução para qualquer neófito, em especial o livro Umbanda de Todos Nós,
traz aspectos bem particulares da visão de alguns fundamentos pelo autor que ainda hoje
são pesquisados e reescritos em toda a Umbanda seja por novos pesquisadores ou novas
lideranças afim de reinterpretá-las conduzindo seus assistidos para uma prática cada vez
mais racionalizada. Assim seu autor define a Umbanda..."UMBANDA é a Lei Máter que
regula os fenômenos das manifestações e comunicações entre os Espíritos do Mundo
Astral e o Mundo da Forma.É a RELIGIÃO ORIGINAL, o próprio ELO VIVENTE revelado
pelo VERBO CRIADOR que os Sacerdotes e Iniciados das antigas Escolas, em parte
ocultaram e em parte ensinaram, perdendo-se depois no emaranhado das ambições e
perseguições, confundindo-se, em ramificações, as poucas verdades que se
conservam ainda, através de vários setores, ditos espiritualistas, filosóficos e
religiosos..."

• Alguns pontos que podemos observar na


primeira obra de Matta e Silva, são
conceitos e fundamentações sobre a
Umbanda e sua origem, inclusive
explicações acerca da palavra AUM BAN
DA que surge das relações com grafias
primárias que originaram todas as outras
do alfabeto Adâmico ou Vatan a muito
perdido no tempo...

• Explicações acerca dos Orixás também podem ser encontradas, e à eles primeiramente não
atribuiu os sincretismos formados com os santos católicos, como vemos em outras correntes
com a compreensão e o alerta que a Umbanda não fosse um "apêndice" da religião católica.
Apresenta o conceito de "Vibrações Originais" para os Orixás, com cada uma delas
(vibrações) sendo chefiadas por 07 (sete) espíritos de Deus não incorporantes, ou seja,
existem para cada linha original sete entidades personificadas como Caboclos que são os
responsáveis cósmicos no plano material por estas vibrações.

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• É inegável os conhecimentos que W.W. da Matta e Silva proporcionou para os umbandistas


e ainda proporciona nos tempos atuais com o conjunto de suas obras, tanto no meio esotérico
como nas demais vertentes da religião sobretudo para aqueles que não são fechados à novos
conhecimentos e se permitem alargar os horizontes.

A repercussão de seus livros nunca foram unanimes em aceitação e isso era fruto de uma
característica própria do autor, não poupava críticas em seus textos à concepções e práticas que
considerava inadequadas, era um combatente ferrenho da comercialização dentro da religião que já
existia naquela época, e que continua até os dias atuais. Não percebemos nenhum envolvimento de
sua vertente com movimentos federativos ou políticos, Matta e Silva se posicionava quase que
sempre pelas obras literárias e no Jornal de Umbanda localizado à Rua Acre, 47, 6o andar, sala
608 segundo Diamantino Fernandes Trindade, desencarnou em 17 de Abril de 1988 no Rio de
Janeiro.
• desde sua anunciação com o Caboclo das Sete Encruzilhadas em 1908, o que apresentamos
são os fragmentos de uma ordem de acontecimentos com pessoas e instituições que
dedicaram boa parte de suas existências em prol da Umbanda conforme suas próprias
convicções e entendimentos.

Adiantamos aos que possam nos interpretar de maneira equivocada por termos estabelecido
dentro do texto a apresentação primeiramente de Benjamin Figueiredo e posteriormente W.W
da Matta e Silva como se um fosse seguidor do outro ou estivesse apenas realizando algo
para "combater" a verdade alheia, afirmamos categoricamente que NÃO! Apenas
organizamos os acontecimentos dentro de uma ideia cronológica linear, não fazemos
nenhuma interconexão com os movimentos liderados pelos dois mesmo que existam algumas
semelhanças, pois, entendemos que ambos fazem parte do cenário Esotérico e Iniciático da
Umbanda mas realizaram isso cada qual por circunstâncias diferenciadas e respeitamos que
não sejam aceitas pelos seguidores de ambos os movimentos e por diversos pesquisadores.

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Reconhecer a importância da vertente dentro do movimento e suas realizações é nosso


dever, entender que a verdade proclamada não é absoluta, é a consciência que todos
devemos ter. Que a Umbanda jamais tenha qualquer codificação uniformizadora e poder
central.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

1. ↑ Hutton, Ronald (1993) [1991]. "The Clash of Faiths (AD c.300–c.1000)". The Pagan
Religions of the Ancient British Isles: Their Nature and Legacy (pbk. ed.). Oxford, UK:
Blackwell. p. 257. ISBN 0-631-18946-7.
2. ↑ Burns, William E. (2003). Witch Hunts in Europe and America: An Encyclopedia (em inglês).
[S.l.]: Greenwood Publishing Group
3. ↑ Banerjee, P. (30 de abril de 2016). Burning Women: Widows, Witches, and Early Modern
European Travelers in India (em inglês). [S.l.]: Springer
4. ↑ Levack, Brian P. (5 de novembro de 2013). «The Witch-Hunt in Early Modern
Europe». doi:10.4324/9781315838014
5. ↑ Ellerbe, Helen. The Dark Side of Christian History.
6. ↑ Crowley, Aleister (1904). O Livro da Lei, Liber AL vel Legis. [S.l.: s.n.] 20 páginas
7. FONTES Hermetics; livros The Lesser Key of Solomon, de Joseph H. Peterson; e Dictionnaire
Infernal, de Jacques Auguste Simon Collin de Plancy
8. História da Umbanda no Brasil (Diamantino Fernandes Trindade)
9. História da Umbanda - Uma religião brasileira (Alexandre Cumino)
10.Umbanda a Proto-Síntese Cósmica (F. Rivas Neto)
11.Umbanda de Todos Nós (W.W. da Matta e Silva)

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