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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SANTA

CATARINA – CAMPUS FLORIANÓPOLIS DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE


ELETROTÉCNICA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

GABRIELA DE ALMEIDA CORREA

JOÃO PEDRO PACHECO

LETICIA CEOLIN DE BRITO

YARA KAROLINE GARCIA

TRABALHO COMPUTACIONAL - FLUXO DE POTÊNCIA ÓTIMO

Florianópolis, 21 de novembro de 2022.


SUMÁRIO

1 OBJETIVO GERAL 4
2 METODOLOGIA 4
3 DADOS DO SISTEMA PROPOSTO 8
3.1 Dados do ramo de carga 8
3.2 Dados dos geradores 9
3.3 Dados dos geradores 10
4 DADOS DO SISTEMA PROPOSTO 11
5 RESULTADOS OBTIDOS 17
1 OBJETIVO GERAL
Este relatório tem como objetivo analisar o despacho ótimo de unidades
geradoras e apresentar as técnicas de soluções aprendidas em aula, bem como
suas análises para a resolução de um problema de despacho ótimo de geração de
energia elétrica, por meio da solução do Fluxo Ótimo de Potência Linearizado (FPO
“DC”).
O relatório consiste em duas grandes etapas, na etapa 1, será realizada a
solução de um problema de Programação Linear (PL) por meio do método Simplex e
suas respectivas análises de sensibilidade propostas nas orientações fornecidas ao
grupo. Este método de resolução possui uma função previamente desenvolvida no
Matlab, chamada Linprog.
Na etapa 2, será realizada a solução de um problema de Programação
Linear Inteira (PLI) por meio de um algoritmo de Ramificação e Avaliação
Progressiva. O algoritmo utilizado para resolução do problema será desenvolvido
pelo grupo e também será utilizado na resolução e análise da etapa 1.

2 METODOLOGIA
O sistema elétrico brasileiro e suas sucessivas mudanças, fizeram com que
se tornassem cada vez mais importantes o estudo e a proposição de novas
metodologias capazes de auxiliar a operação e o planejamento da geração,
transmissão e distribuição, ganhando relevância o estudo de metodologias para o
cálculo do fluxo de potência.
O fluxo de potência é o estudo dos problemas matemáticos compostos por
um conjunto de equações algébricas não lineares ou de diferentes parciais, que nos
permite determinar os valores de tensão complexa nas barras e a distribuição dos
fluxos de potência nas linhas (potência nas linhas). Incluindo as perdas nas mesmas
e outras variáveis de interesse, para um sistema elétrico de potência em regime
permanente.
A programação Linear (PL) baseia-se em problemas de otimização nos quais
a função objetivo e as restrições são todas lineares. O método mais comum de
resolução deste tipo de problema é denominado Simplex, que consiste em investigar
soluções básicas pontuais do problema por meio de um processo iterativo.
O principal objetivo do Fluxo de Potência Ótimo é encontrar o estado
operativo de uma rede elétrica, em regime permanente, que otimize uma
determinada função objetivo e, ao mesmo tempo, satisfaça uma série de restrições
físicas e operacionais. Em geral, o FPO é um problema não linear e deve ser
formulado da seguinte maneira:

𝑚𝑖𝑛 𝑓(𝑥)

𝑠. 𝑎:

𝑔(𝑥) = 0

ℎ(𝑥) ≤ 0

𝑙𝑏 ≤ 𝑥 ≤𝑢𝑏

- 𝑥 é o vetor de variáveis do sistema;


- 𝑔(𝑥) são as restrições de igualdade;
- ℎ(𝑥) são as restrições de desigualdade;
- 𝑙𝑏, 𝑢𝑏 são os limites superior e inferior das variáveis.

As restrições de igualdade correspondem à modelagem da rede (equações de


balanço de potência ativa e reativa em cada barra/nó da rede), enquanto que as
restrições de desigualdade representam os limites das variáveis do sistema
(restrições funcionais dos equipamentos e operacionais do sistema como limites de
geração, magnitude de tensão, limites de fluxos de potência).
Devido às relações não lineares das grandezas de um sistema de potência, a
função objetivo e as restrições são não lineares. Dado que um problema não linear é
mais complexo de ser resolvido, em muitas situações busca-se simplificá-lo,
permitindo assim uma resolução menos onerosa computacionalmente ou então uma
boa condição inicial para o problema não linear. Assim, o FPO pode ser
representado de uma maneira aproximada (FPO Linearizado também conhecido
como FPO “DC”). Para isto, são consideradas as seguintes simplificações:

● Módulos da tensão iguais a 1,0 pu para todas as barras;


● Resistências e admitâncias shunt das linhas de transmissão desprezadas;
● Aberturas angulares (diferença angular) nos ramos (linhas) são supostas
pequenas de modo que sin (θi - θj) ≃ (θi - θj) rads.
Com base nas simplificações do FPO Linearizado e através dos dados do
sistema, foi possível formular o problema e resolvê-lo utilizando algoritmos
desenvolvidos no MATLAB, que serão discutidos nos próximos tópicos deste
trabalho.

3 DADOS DO SISTEMA PROPOSTO


Na figura 1 temos o circuito do sistema teste de 6 barras e 11 ramos.

Figura 1 – Diagrama unifilar do sistema de potência

Fonte: Documento “Plano de Trabalho” disponibilizado pelo professor (2022).

3.1 Dados do Ramo de Carga

Na tabela 1 temos os dados dos ramos e carga do sistema teste, onde os


valores de Z Série e b(total) em p.u estão em (Sbase = 100 MVA).
Tabela 1 – Dados do Ramo de Carga

Linha De Para Z série b (total) Capacidade (MW)


1 2 3 0,05 + j0,25 0,06 300
2 3 6 0,02 + j0,10 0,02 180
3 4 5 0,20 + j0,40 0,00 200
4 3 5 0,12 + j0,26 0,05 100
5 5 6 0,10 + j0,30 0,06 250
6 2 4 0,05 + j0,10 0,00 200
7 1 2 0,10 + j0,20 0,00 300
8 1 4 0,05 + j0,20 0,00 300
9 1 5 0,00 + j0,30 0,00 300
10 2 6 0,07 + j0,20 0,05 170
11 2 5 0,10 + j0,30 0,04 250
Fonte: Documento “Plano de Trabalho” disponibilizado pelo professor (2022).

3.2 Dados dos Geradores

A seguir, na tabela 2 será apresentado os dados dos geradores do sistema


teste, como seu custo variável unitário, potência gerada mínima e máxima.

Tabela 2 – Dados dos geradores

Gerador CVU (R$/MW) pgmin(MW) pgmax(MW)

G1 10 20 200

G2 20 25 250

G3 50 30 300

G4 65 40 300

G5 200 35 600

Fonte:Documento “Plano de Trabalho” disponibilizado pelo professor (2022).


3.3 Dados dos geradores

Na tabela 3, tem-se a carga demandada por cada barra do sistema. O grupo


escolhido foi o grupo 5.

Tabela 3 – Dados das cargas do sistema

Barra Demanda (MW)

1 0

2 0

3 0

4 200

5 250

6 400

Fonte: Documento “Plano de Trabalho” disponibilizado pelo professor (2022).

4 ANÁLISE DO SISTEMA PROPOSTO


1
Capacidade do ramo i-j é definida como 𝑌𝑖𝑗 = 𝑋
, portanto a potência
𝑖𝑗

injetada em cada barra do sistema pode ser determinada a partir da seguinte


equação:

𝑝𝑖 = ∑ 𝑡𝑖𝑘
𝑘ϵΩ𝑖

∑ 𝑌𝑖𝑘(θ𝑖 − θ𝑘)×𝑆𝑏𝑎𝑠𝑒
𝑘ϵΩ𝑖

( ∑ 𝑌𝑖𝑘θ𝑖 − ∑ 𝑌𝑖𝑘θ𝑘)× 𝑆𝑏𝑎𝑠𝑒


𝑘ϵΩ𝑖 𝑘ϵΩ𝑖

Primeiramente, definiu-se os elementos da matriz B do fluxo de potência


linearizado como:

1 1
𝐵𝑖𝑗 = − 𝑋𝑖𝑗
𝐵𝑖𝑖 = ∑ 𝑋𝑖𝑗
𝑗ϵΩ𝑖

Com os dados fornecidos no problema, e desprezando os valores das


resistências e admitâncias shunt das linhas de transmissão, é obtida a matriz θ,
representando os ângulos em cada barramento, e ainda, a matriz B do fluxo de
potência linearizado, conforme abaixo:

A potência líquida injetada na barra é descrita pela equação abaixo:

Observa-se que a matriz B é do tipo singular, impossibilitando definir as


restrições de igualdade do problema de FPO. Sendo assim, adotou-se a barra 3
como referência do sistema, com isso atribui-se valor zero aos elementos da
mesma. Desta forma, as matrizes ficaram da seguinte forma:
Com essas informações podemos obter a matriz B2 como pode ser
observado abaixo:

Para que a potência ativa se caracterize como função de balanço de potência


é necessário colocá-la na forma de potência gerada (pg) e consumida (pl).
Para as potências ativas dos geradores do sistema utiliza-se pg, sendo
𝑇
𝑝𝑔 = [𝑝𝑔1 ... 𝑝𝑔𝑚] .
Para as potências consumidas nas barras do sistema utiliza-se
𝑇
𝑝𝑙 = [𝑝𝑙1, ..., 𝑝𝑙𝑛] .
PG PL

pg1 pl1

pg2 pl2

pg3 pl3

pg4 pl4

pg5 pl5

pl6

Os limites de potência máxima e mínima dos geradores devem ser escritos na


forma:

Portanto:
Também foi definida a matriz de incidência dos geradores Ag(i,j), onde os
seus elementos tem como base:
1 → se o gerador já está conectado à barra i;
0 → caso contrário.

Portanto, a matriz Ag ficou da seguinte maneira:

Considera-se ainda, que a matriz de incidência dos ramos-barras seja a


matriz A(l,i) (eliminando-se a coluna da barra de referência), onde é preenchida da
seguinte forma:
1 → se o elemento l tem como origem a barra i;
0 → em caso contrário;
-1 → se o elemento l tem como destino a barra i.
Obteve-se então a seguinte matriz A2:

Agora considerando a matriz T como a matriz primitiva das capacidades dos


ramos, seus elementos fora da diagonal principal são nulos e os elementos na
diagonal principal são calculados como o inverso da reatância de cada linha,
resultando na matriz abaixo:

Têm-se então os parâmetros do problema modelados para uso no algoritmo.

5 RESULTADOS OBTIDOS
Para a etapa 1 foram encontrados os seguintes valores:

Para x encontrou-se:

Sendo o custo total igual a R$ 42.851,00

Para a análise de redução de 30% do CVU no G5, observamos se há ou


não uma mudança no preço. Para isso, utilizaremos o MATLAB para os cálculos e
alteração de x.

Os resultados podem ser observados abaixo:


Sendo o custo total igual a R$ -149.850,00

Observamos que não houve mudança na geração de nenhuma das barras


apenas na função custo.

Para o item B analisaremos o aumento no custo de operação caso fosse


incrementada a demanda de cada uma das barras individualmente.

Barra 4:

Os valores de x com alteração na barra 4

Sendo o custo total igual a R$ 42.863,00


Com o Custo marginal de operação igual a 11.7105

Barra 5

Os valores de x com alteração na barra 5

Sendo o custo total igual a R$ 42.9260,00

Com o Custo marginal de operação igual a 74.7109

Barra 6
Os valores de x com alteração na barra 6

Sendo o custo total igual a R$ 43.0510,00

Com o Custo marginal de operação igual a 200.0000

No item C aumentaremos todas as demandas do sistema em 50% e


verificaremos o que ocorre com o CMO (Custo Marginal de Operação). Mostraremos
abaixo todas as análises feitas em MATLAB.
Para a segunda parte da atividade, serão apresentados abaixo todos os
resultados obtidos em MATLAB.

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