Você está na página 1de 1

Ler e escrever na escola: O real, o Possível e o Necessário

Ensinar a ler a escrever vai além da alfabetização em sentido estrito. A escola enfrenta o desafio de
tornar seus ex-alunos membros plenos da sociedade de leitores e escritores.
O necessário é fazer da escola uma comunidade de leitores que recorrem aos textos buscando
resposta para os problemas que necessitam resolver. Uma comunidade que produz seus próprios
textos para mostrar suas ideias. Preservar o sentido do objeto de ensino para o sujeito da
aprendizagem, preservar na escola o sentido que a leitura e a escrita têm como práticas sociais,
para que os alunos consigam ser cidadãos da cultura escrita.
O Real é a dificuldade de se colocar em prática aquilo que é necessário.
Tarefa difícil pois:
A escolarização das práticas de leitura e de escrita apresentam problemas árduos, pois leitura e
escrita implicam conhecimentos implícitos e privados.
Os propósitos que se perseguem na escola ao ler e escrever são diferentes dos que orientam a
leitura e a escrita fora dela. São tensões entre os propósitos escolares e extraescolares da leitura e
da escrita.
A inevitável distribuição dos conteúdos no tempo pode levar a parcelar o objeto de ensino
A necessidade de controlar a aprendizagem leva a pôr em primeiro plano somente os aspectos mais
acessíveis à avaliação, gerando uma tensão entre a aprendizagem e o controle da aprendizagem.
O possível é fazer o esforço de conciliar as necessidades à instituição escolar com o propósito de
formar leitores e escritores, gerar condições didáticas que permitam pôr em cena (apesar das
dificuldades e contando com elas) uma versão escolar da leitura e da escrita mais próxima da
versão social (não-escolar) dessas práticas.
É preciso conhecer as dificuldades para podermos enfrentá-las e assumir a decisão de fazer tudo o
que é necessário para alcançar o necessário: formar todos os alunos como praticantes da cultura
escrita.

Você também pode gostar