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24a Aula

Área de um paralelogramo gerado por dois vectores de R3

Paralelogramo gerado por dois vectores


P (x; y) = fax + by : a; b 2 [0; 1]g

Exercício 1: Mostre que a fórmula

x x x y
(área de P (x; y))2 = det
y x y y

é válida para quaisquer vectores x= (x1 ; x2 ; x3 ), y= (y1 ; y2 ; y3 ) 2 R3 .


Sugestão: Tenha em conta a igualdade

área de P (x; y) = kxU ? k kyk , com U = L fyg ,

para deduzir a fórmula

(área de P (x; y))2 = kxk2 kyk2 (x y)2 .

Exercício 2: Mostre que a fórmula

x1 y1
área de P (x; y) = det
x2 y2

é válida para quaisquer vectores x= (x1 ; x2 ), y= (y1 ; y2 ) 2 R2 .


Sugestão: Note que
T
x1 y1 x1 y1 x x x y
= .
x2 y2 x2 y2 y x y y

Exercício 3: Calcule as áreas dos paralelogramos cujos vértices são:


a) (0; 0) ; ( 1; 3) ; (4; 5) e (3; 2) :
b) ( 1; 0) ; (0; 5) ; (1; 4) e (2; 1) :
c) (0; 2) ; (6; 1) ; ( 3; 1) e (3; 2) :

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Volume de um paralelepípedo gerado por três vectores de R3

Paralelepípedo gerado por três vectores


P (x; y; z) = fax + by + cz : a; b; c 2 [0; 1]g

Exercício 4: Mostre que a fórmula


2 3
x x x y x z
(volume de P (x; y; z))2 = det 4 y x y y y z 5 ,
z x z y z z

é válida para quaisquer vectores x= (x1 ; x2 ; x3 ), y= (y1 ; y2 ; y3 ), z= (z1 ; z2 ; z3 ) 2 R3 .


Sugestão: Tenha em conta a igualdade

volume de P (x; y; z) = kzU ? k (área de P (x; y)) , com U = L fx; yg ,

para obter

(volume de P (x; y; z))2 = kzU ? k2 (área de P (x; y))2


2 3
x:x x:y x:z
= det 4 y:x y:y y:z 5 .
0 0 zU ? :zU ?

Por …m, mostre que


2 3 2 3
x x x y x z x:x x:y x:z
det 4 y x y y y z 5 = det 4 y:x y:y y:z 5 .
z x z y z z 0 0 zU ? :zU ?

Exercício 5: Mostre que a fórmula


2 3
x1 y1 z1
volume de P (x; y; z) = det 4 x2 y2 z2 5 ,
x3 y3 z3

é válida para quaisquer vectores x= (x1 ; x2 ; x3 ), y= (y1 ; y2 ; y3 ), z= (z1 ; z2 ; z3 ) 2 R3 .

2
Sugestão: Note que
2 3T 2 3 2 3
x1 y1 z1 x1 y1 z1 x x x y x z
4 x2 y2 z2 5 4 x2 y2 z2 5 = 4 y x y y y z 5 .
x3 y3 z3 x3 y3 z3 z x z y z z

Exercício 6: Calcule os volumes dos paralelepípedos gerados pelos vectores x; y e z onde:


a) x = (1; 0; 2) ; y = (1; 2; 4) e z = (7; 1; 0) :
b) x = (1; 4; 0) ; y = ( 2; 5; 2) e z = ( 1; 2 1) :

Produto interno em espaços vectoriais gerais


Dado um espaço vectorial V sobre R, um produto interno de…nido em V é uma aplicação
h:; :i : V V ! R que satisfaz as seguintes propriedades válidas para quaisquer u; v; w 2 V
e ; 2 R:

i) hu; vi = hv; ui (simetria).

ii) h( u + v) ; wi = hu; wi + hv; wi (linearidade).

iii) hu; ui > 0 e hu; ui = 0 se e só se u = 0 (positividade).

Dado um espaço vectorial V sobre C, um produto interno de…nido em V é uma aplicação


h:; :i : V V ! C que satisfaz as seguintes propriedades válidas para quaisquer u; v; w 2 V
e ; 2 C:

i) hu; vi = hv; ui (simetria hermiteana).

ii) h( u + v) ; wi = hu; wi + hv; wi (linearidade).

iii) hu; ui > 0 e hu; ui = 0 se e só se u = 0 (positividade).

Note-se que hu; ( v + w)i = hu; vi + hu; wi

À custa dum produto interno h:; :i de…nido em V de…nimos a correspondente norma de um


vector u 2 V; kuk ; através da relação
p
kuk = hu; ui:

São válidas as seguintes propriedades da norma:

i) kuk > 0 e kuk = 0 se e só se u = 0:

ii) k uk = j j kuk ; 8 2 K:

3
iii) ju vj 6 kuk kvk (desigualdade de Cauchy1 -Schwarz2 ).

iv) ku + vk 6 kuk + kvk (desigualdade triangular).

Dois vectores u; v 2 V são ditos ortogonais (u ? v) se hu; vi = 0:


Se dois vectores u e v são ortogonais, então ku + vk2 = kuk2 + kvk2 (Teorema de
Pitágoras).
De…ne-se o ângulo entre dois vectores u; v do espaço vectorial V sobre R munido
do produto interno h:; :i de forma a que seja válida a fórmula

hu; vi
hu; vi = kuk kvk cos ; ou seja = arccos :
kuk kvk

Dois subespaços U e W de V dizem-se ortogonais se

hu; vi = 0; 8u 2 U; 8v 2 W:

Dado um subespaço U de V; toma o nome de complemento ortogonal de U; o sube-


spaço de V de…nido por

U ? = fw 2 V : hu; wi = 0; 8u 2 U g :

U = fu1 ; :::; up g V , diz-se um conjunto ortogonal do espaço vectorial V munido de


um produto interno h:; :i se os vectores de U forem ortogonais dois a dois. Isto é, se

huj ; uk i = 0; 8j 6= k:

Se além disso, se tiver


kuj k = 1; 8j;
diremos que U é um conjunto ortonormado.
Projecções em subespaços de dimensão …nita
Dados u; v 2 V; chama-se projecção ortogonal de v sobre u; ao vector

hv; ui
proju v = u:
hu; ui

Tem-se que o vector w = v proju v é tal que w ? proju v e que

min fkv u0 k : u0 2 L fugg = dist^ancia de v a L fug = kwk = kv proju vk :


1
Augustin Louis Cauchy, n. em Paris, França, a 21 de Agosto de 1789, m. em Sceaux, França, a 23 de
Maio de 1857.
2
Herman Amandus Schwarz, n. em Hermsdorf, Polónia, a 25 de Janeiro de 1843, m. em Berlim, Ale-
manha, a 30 de Novembro de 1921.

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O método de ortogonalização de Gram-Schmidt mantém a mesma forma e per-
mite a partir de uma qualquer base B = fu1 ; :::; up g de um dado subespaço U (de dimensão
…nita) de V obter uma base ortogonal = fv1 ; :::; vp g de U :

v1 = u1
v2 = u2 projv1 u2
v3 = u3 projv1 u3 projv2 u3
:::::::::::::::::
vp = up projv1 up projv2 up ::: projvp 1 up

Dado U um subespaço de V de dimensão …nita e fu1 ; u2 ; ::; up g uma base ortogonal de


U , então para qualquer u 2 U é válida a seguinte igualdade:

u = proju1 (u) + proju2 (u) + ::: + projup (u)

Se = fu1 ; :::; up g for uma base ortogonal de U; com v 2 V chama-se projecção


ortogonal de v sobre U ao vector

projU v = proju1 v + ::: + projup v:

Tem-se que o vector v projU v é ortogonal a U e que

dist^ancia de v a U = min fkv uk : u 2 U g = kv projU vk :

Em particular, a projecção de v sobre um vector u é tal que proju v = projLfug v:

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