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DIA DA ARMA DE COMUNICAÇÕES

O Exército Brasileiro comemora o Dia da Arma de Comunicações em


5 de maio, data natalícia do Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon,
um dos filhos mais ilustres do Brasil.
O Marechal Rondon nasceu em 1865, no lugar denominado Mimoso,
na Sesmaria de Morro Redondo, próximo a Cuiabá, capital do estado de
Mato Grosso.
Filho de Cândido Mariano da Silva e Claudina de Freitas Evangelista
da Silva, muito cedo despertou seu pendor para a carreira das armas,
assentando praça ao incorporar no 3º Regimento de Artilharia a Cavalo e,
posteriormente, ingressando na Escola Militar da Praia Vermelha, onde foi
promovido a alferes em 1888.
Durante sua vida, Rondon dedicou-se a duas causas mestras: a
ligação dos mais afastados pontos da fronteira e do sertão brasileiro aos
principais centros urbanos e a integração do indígena à civilização.
Rondon desbravou mais de 50.000 quilômetros de sertão e estendeu
mais de 2.000 quilômetros de fios de cobre pelas regiões do País, ligando
as mais longínquas paragens brasileiras pela comunicação do telégrafo.
Como indigenista, pacificou etnias, estudou os usos e costumes dos
habitantes dos lugares percorridos e participou da criação de medidas
legais de proteção aos silvícolas.
Em 1890, Rondon integrou a Comissão de Construção de Linhas
Telegráficas, que coordenou a construção da primeira linha no estado de
Mato Grosso.
A partir de 1893, nas suas constantes incursões pelo interior do
estado de Mato Grosso, Rondon adotou o lema que o nortearia por toda
a sua existência: “Morrer, se preciso for; matar, nunca”. Princípio voltado
diretamente à proteção dos nativos da terra e que foi colocado à prova
inúmeras vezes nos contatos com indígenas que habitavam a região.
De 1900 a 1906, foi encarregado da construção de uma linha que
ligaria o Brasil ao Peru e à Bolívia, fazendo contato bem-sucedido com os
índios Bororos e recebendo deles ajuda para a conclusão do projeto. Cada
vez mais reconhecido pelo próprio Presidente da República, em 1906,
recebeu de Afonso Pena a tarefa de integrar Cuiabá ao recém-anexado
território do Acre, expedição concluída em 1915 e que ficou conhecida
como Comissão Rondon.
Em 1910, foi criado pelo Executivo Federal o Serviço de Proteção aos
Índios, atual Fundação Nacional do Índio (FUNAI). Coube à Rondon a
missão de ser seu primeiro diretor, justo reconhecimento pelo muito que
realizou, tanto em defesa dos povos indígenas, quanto da sua integração
à Nação.
Em 1955, aos 90 anos, em razão da dedicação integral às lides
castrenses e por seu amor à Pátria e espírito de sacrifício, foi promovido
ao posto de marechal, recebendo as insígnias em sessão solene do
Congresso Nacional.
No ano de 1957, teve seu nome eternizado em placa de ouro na
Sociedade Geográfica de Nova York, como o “explorador que mais se
avantajou em terras tropicais”, e foi também indicado ao prêmio Nobel da
paz por seu trabalho, integrando regiões remotas, pacificando indígenas,
mapeando rios e catalogando a fauna e a flora nacionais.
Como justo reconhecimento pela tenacidade, pela dedicação, pela
abnegação e pelo altruísmo, atributos marcantes de sua personalidade,
Rondon foi escolhido como Patrono da Arma de Comunicações do Exército
Brasileiro por todos os seus feitos, dentro e fora do território nacional,
sendo sua data natalícia tomada como o Dia Nacional das Comunicações.
Desde os tempos remotos, a comunicação apresentou-se como uma
necessidade para a sobrevivência e o desenvolvimento da humanidade,
possibilitando a divisão de tarefas, o alerta às ameaças e o estabelecimento
de lideranças.
No meio militar, transmitir e receber a informação e compreender e
ser compreendido são, portanto, essenciais. Nessa senda, a atuação da
1ª Companhia de Transmissões, empregada junto à Força Expedicionária
Brasileira (FEB) na 2ª Guerra Mundial, foi decisiva para o estabelecimento
das ligações entre o comandante e as tropas desdobradas em solo italiano.
Os ensinamentos colhidos, por ocasião desse conflito mundial, culminaram
com a criação da Arma de Comunicações no Exército Brasileiro, instituída
pela Lei nº 2.851, de 25 de agosto de 1956.
Na atualidade, a Arma de Comunicações atua em diversas missões e
Programas Estratégicos. Além de instalar, explorar, proteger e manter os
sistemas de comunicações que permitem as ações de comando e controle
em operações militares por todo o País, atua, também, na condução de
grandes iniciativas da Força Terrestre na defesa de nossas fronteiras.
Com o passar dos anos e a constante evolução do Exército, em 2017,
foi criado o Forte Marechal Rondon, que abriga várias organizações
militares da Arma do Comando, como o Comando de Comunicações e
Guerra Eletrônica (CComGEx) e o Comando de Defesa Cibernética (Cmdo
D Ciber), além de escolas e de unidades operacionais. O Forte Marechal
Rondon é hoje, sem sombra de dúvida, uma referência em assuntos de
Comando e Controle para o Exército Brasileiro e para o País.
A moderna comunicação militar também desenvolveu softwares de
consciência situacional, que atualizam, instantaneamente, o chefe militar
com informações do teatro de operações, bem como proporcionam a
troca de informações entre os diversos escalões. Essa predominância de
emprego de sistemas computadorizados e softwares nas comunicações
militares em um ambiente operacional volátil, incerto, complexo e
ambíguo, como o do combate moderno, traz um novo desafio: a Defesa
Cibernética. Também nessa área, o comunicante moderno se destaca por
meio da criação de centros de excelência, sendo o Comando de Defesa
Cibernética o líder das ações que visam dotar o Exército Brasileiro das
ferramentas necessárias para poder atuar com liberdade e segurança no
complexo ambiente cibernético.
Assim, as Comunicações seguem, desde sua criação, cooperando
com o desenvolvimento e a defesa da Pátria, no País e no exterior, e,
quando comemoramos hoje o Dia da Arma de Comunicações, devemos
relembrar com orgulho todo o legado construído por seu patrono, o
Marechal Rondon, que, mesmo diante de inúmeras adversidades, jamais
esmoreceu no cumprimento de sua missão e em seu ideal de integrar o
território continental brasileiro.
Nobres comunicantes! Espelhem-se nos exemplos do Marechal
Rondon honrando sua história e legado! Mantenham-se em sua missão
diuturna de integrar os diversos escalões da Força Terrestre pelas estradas
sem fim.

Nossas antenas guiam as batalhas!

Brasília-DF, 05 de maio de 2022.

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