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PRODUÇÃO DE COSMÉTICOS ATÓXICOS A


PARTIR DE CORANTES ALIMENTÍCIOS
NATURAIS

Ana Laura Massom Viana, Annie Emanuelle Euzebio de Oliveira, Daniel Lucas
Silva, Miguel Buralid Artioli Firmino, Vanessa da Bin Chung
danilo.trabuco@ufabc.edu.br
Professor: Danilo Trabuco do Amaral, Centro de Ciências Naturais e Humanas
Campus São Bernardo do Campo

Resumo

Nos últimos anos, se vê uma grande preocupação com a questão ambiental e com a
“Marca ecológica" dos produtos que consumimos, com isso, muitas indústrias com fins de
atrair uma categoria de consumidores que procuram um consumo consciente, iniciaram
pesquisas para reduzir o uso de recursos poluentes e promover itens “bio-friendly”. A ideia
de propor a criação de produtos cosméticos atóxicos a partir de produtos naturais tem o
intuito de contribuir para o desenvolvimento da vertente de produtos “ecologicamente
amigáveis" que diminuam o impacto ambiental. Neste trabalho, usamos a metodologia de
extração de pigmentos naturais de frutas e outros compostos como betalaínas (extraídas
da beterraba), a antocianina (extraída do morango e da amora) e o beta-caroteno (extraído
da cenoura). Com isso, observamos que, os métodos de testagem e outras formas de
extração natural e mistura de componentes a fim de criar estes produtos precisa de
refinamento na pesquisa, para que futuramente essa prática possa ser aplicada em um
nível industrial.

INTRODUÇÃO

O problema dos pigmentos artificiais em artigos de maquiagem é prejudicial por várias


razões. Além dos malefícios do uso contínuo de certos corantes e substâncias químicas em
contato com a pele, também existe um considerável impacto ambiental causado pela
indústria cosmética. A produção de cosméticos convencionais, aqueles que encontramos
em perfumarias e farmácias, utiliza cerca de 10 mil substâncias químicas, e entre elas
estão as chamadas Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs), que levam milhares de anos
para se decompor, além de se acumularem sobre a camada da pele quando aplicadas no
corpo humano. As principais substâncias presentes são as microesferas ou microplásticos,
que são pequenas partículas de polietileno, corantes artificiais, neutralizantes, ceras
parafínicas, UV filtros, parabenos, triclosán e polímeros sintéticos ou poliacrilatos. Além
disso, a produção em massa de produtos de beleza é acompanhada de uma quantidade
enorme de embalagens de plástico que são, em sua maioria, descartadas indevidamente
na natureza. [1]

Essa quantidade de substâncias químicas são desconhecidas pela maioria dos


consumidores, que consequentemente, por falta de informação, se expõem a essas
substâncias que podem levar a reações como coceiras, irritações, alergias e até mesmo
manchas sobre a pele. [2] Cerca de 12% dos usuários na população em geral
experimentaram efeitos indesejáveis ​com um ou mais produtos cosméticos nos últimos
nove anos. [3]

XIX Simpósio de Base Experimental das Ciências Naturais - Universidade Federal do ABC - 5 de setembro de 2022
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Tendo isso em mente, cresce constantemente a preocupação com o impacto do uso de


cosméticos, tanto na população que os utiliza quanto com o meio ambiente. É cada vez
mais comum encontrar marcas que têm sensibilização quanto a essas questões e optam
por ingredientes naturais para o desenvolvimento de seus produtos.
Existem vários tipos de corantes, e cada um deles cumpre seu papel dependendo do
objetivo do produto em que está sendo usado. Os corantes sintéticos são bons se a
preocupação for uma alta pigmentação e grande estabilidade, mas os corantes naturais
são mais benéficos se o objetivo for ter um produto menos prejudicial à saúde e ao meio
ambiente. Pensando nisso, o objetivo deste trabalho é tirar proveito dos corantes naturais
que podem ser extraídos de frutas, legumes, vegetais e outros ingredientes que são de fácil
acesso à população. 

OBJETIVO

Realizar a extração de pigmentos a partir de frutas e vegetais, logo após utilizar os


resultados iniciais para desenvolvimento de cosméticos mais naturais possíveis.

METODOLOGIA

Para a extração dos pigmentos foi utilizada a técnica de maceração em álcool anidro
(98%), seguido de processos de separação de resíduos e do solvente. A beterraba de
aproximadamente 300g foi cortada e separada em 5 almofariz, em cada um se adicionou
20 ml do álcool e a macerou utilizando o pistilo. Para a cenoura, amora e morango, com
aproximadamente 100g de cada, utilizou-se apenas um almofariz para cada um desses e
20 ml de álcool em cada almofariz.

Após o líquido da maceração apresentar uma cor agradável, foram filtrados e levados para
a centrifugação à 5000rpm por 5 minutos, com o objetivo de remover partes sólidas e
compostos indesejados do pigmento. Após centrifugados foi reservada as fases líquidas
com a ajuda de pipetas de Pasteur e descartadas as fases sólidas.

No caso da beterraba, foi realizada uma destilação, com intuito de reduzir a quantidade de
álcool e alterar a cor do pigmento (já que esse sofre alterações térmicas), tendo feito esse
processo todas as soluções (beterraba, amora, cenoura e morango) foram levadas a estufa
para secagem a 70°C por 17 horas e depois disso foram armazenadas no vidro dessecador
para evitar que se hidratassem com a umidade ambiente.

Tendo os pigmentos prontos, realizou-se o derretimento da cera de abelha em banho maria


dentro de um Becker de um litro, a uma temperatura máxima de 97,3°C, conforme a cera
derretia era adicionado o óleo vegetal de coco com objetivo de melhorar a pigmentação.
Com tudo derretido dois procedimentos diferentes foram aplicados: o primeiro foi a adição
direta do pigmento dentro da cera ainda no banho maria, no segundo adicionou-se uma
pequena quantia de água ao pigmento e então foi derramada a cera por cima do pigmento
fora do banho maria enquanto se mexia a mistura para evitar que a cera secasse rápido.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

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Por meio da técnica de extração dos pigmentos (maceração em álcool e centrifugação),


foram obtidos quatro líquidos de coloração distintas e definidas, um para cada alimento
utilizado, sendo o líquido de cor mais presente e forte o que foi extraído da beterraba.
Nesse experimento, foi testada a capacidade de extração de pigmentos dos alimentos após
análise dos corantes resultantes.

Figura 1: Pigmentos após remoção das partes sólidas

Figura 2: Pigmentos na estufa para secagem

Após a destilação do corante da beterraba seguida da secagem na estufa a 70°C,


observou-se que os substratos secaram consideravelmente, visto que ao serem misturados
com a cera de abelha derretida e o óleo de coco, resultaram em um produto mais viscoso
do que esperado e com pouca adesão à pele. O engrossamento do produto final poderia
ter sido regulado por meio do balanceamento entre a quantidade de álcool utilizado na
maceração e a quantidade de cera de abelha, bem como a temperatura e tempo de
secagem na estufa. 
 
Figura 3: Pigmentos secos

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Figura 4: Processo de derretimento da cera de abelha e adição do óleo de coco

CONCLUSÃO
Após os levantamentos bibliográficos e os dados aqui gerados, observou-se que a
pesquisa científica na área de produtos cosméticos sem componentes tóxicos (atóxicos)
tem muito a ser desenvolvida, já que se necessita, de uma grande preparação e possui
dependência de outros compostos químicos que poderiam trazer riscos à saúde, como
álcool concentrado. Apesar disso, foi possível desenvolver um cosmético natural atóxico,
porém não com todas as semelhanças de cor, pigmentação e aderência que esperávamos.
Neste trabalho, observamos a importância do controle de fatores, como; tempo de
secagem dos pigmentos; preparo do produto; material utilizado; tempo de destilação e
tempo de testagem, para a correta formulação e desenvolvimento de cosmético. Podendo
assim, ser observado que esse projeto pode ser desenvolvido de maneira mais
aprofundada no futuro, baseando-se em mais hipóteses e formas de testagem, além de

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diferentes pigmentos e produtos, para que estabeleçam processos de produção de


cosméticos não tóxicos e benéficos.

Link para o vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=ltBgOCDrwcU

AGRADECIMENTOS
A Universidade Federal do ABC por toda sua estrutura que proporcionou ótimas condições
para a realização dessa pesquisa. A toda equipe de técnicos do laboratório L302 que nos
ampararam de maneira primordial durante todas as etapas do projeto.

REFERÊNCIAS

[1] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE HIGIENE PESSOAL, PERFUMARIA E


COSMÉTICOS (ABIHPEC). Panorama do Setor da Indústria de Higiene Pessoal,
Perfumaria e Cosméticos. São Paulo, 2021.

[2] VEJA QUAIS SÃO AS SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS DAS MAQUIAGENS E SEUS


MALEFÍCIOS. Care. Disponível em:
https://carenb.com/blogs/beauty-journal/veja-quais-sao-as-substancias-quimicas-das-maqui
agens-e-seus-maleficios. Acesso em: 24 de novembro de 2022.

[3] PEREIRA, J.X.; PEREIRA, T. C. Cosmetics and its Health Risks. GLOBAL JOURNAL
OF MEDICAL RESEARCH, v. 18, p. 63-70, 2018.
https://globaljournals.org/GJMR_Volume18/6-Cosmetics-and-its-Health-Risks.pdf

INSTITUTO FEDERAL SANTA CATARINA (Brasil). Extração e Purificação de Betalaínas de


B​eta Vulgari​s L. e Aplicação Cosmetológica. Santa Catarina.

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DO MUNICÍPIO DE ASSIS (Brasil). Obtenção do Pigmento


de Amora-Preta (Rubus spp.). Acre, 2015.

ESPECIALIDADES QUÍMICAS E FARMACÊUTICAS (Brasil). Cera de Abelha. Minas


Gerais, 2017.

DRAGON FRUIT LIPSTICK. [S. l.: s. n.], 2022. 1 vídeo (3 min). Publicado pelo canal Life of
Jonali.  Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=yc4VqybNN4s. Acesso em: 4 de
novembro de 2022.

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