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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

São Gabriel
NPJ – Núcleo de Prática Jurídica
Prática Simulada IV – Ações Constitucionais
Prof. Sérgio Timo Alves

Relatório de Audiência

Nome: Jonas Andrade Costa


Matrícula: 619406
Período Letivo: 10º
Disciplina: Está gio Supervisionado IV
Professor-Orientador: Sérgio Timo Alves

DADOS DO PROCESSO

Ação/Recurso: ADPF 186/DF


Processo nº: 0005708-84.2009.0.01.0000
Partes: Democratas – DEM

Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensã o da Universidade de Brasília


Reitor da Universidade de Brasília
Centro de Seleçã o e de Promoçã o de Eventos da Universidade de Brasília

Relator: Ministro Ricardo Lewandowski


Data do julgamento: 25 e 26/04/2012
Data da assistência do julgamento:

Relatório:

I - Motivos para a escolha do processo assistido:

O motivo para a escolha do processo se deu na indagaçã o criada ao refletir sobre


o Brasil possuir uma populaçã o predominantemente mestiça que engloba
pessoas de cor de pele negra, parda e branca, ao passo que as universidades sã o
ocupadas por uma pequena parcela negra.

Sendo assim, o meu conhecimento adquirido em obras literá rias, ensino


fundamental e médio, foram relevantes para hoje em dia, dentro de uma
Universidade como a PUC Minas, ter base para entender a perspectiva jurídica
sobre o assunto.

Dessa forma, a fundamentaçã o levantada pelos Ministros reitera a Constituiçã o,


ou seja, remetem o tempo todo sobre a justiça distributiva e as açõ es afirmativas
que abarcam todos sem distinçã o de cor.
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II - Qual o dispositivo constitucional foi objeto da ação/recurso? Explique a


questão constitucional a ser decidida.

O Dispositivo Constitucional Objeto da Açã o foi Arguiçã o de Descumprimento de


Preceito Fundamental (previsto no artigo 102, §1º, CRFB) nº 186, que diante da
alegaçã o de ofensa contra os artigos 1º, caput, III, 3º, IV, 4º, VIII, 5º I, II, XXXIII,
CLI, LIV, 37, caput, 205, 206, caput, I, 207, caput, e 208, C, todos da Constituiçã o
Federal. Para tanto, o partido Democratas-DEM, ingressou com a ADPF
requerendo que fosse declarado inconstitucional a instituiçã o de sistema de cotas
no processo de seleçã o, aduzindo que tal política acaba por implementar um
Estado Racializado, ou seja, um Estado que distingue e seleciona através da cor da
pele, sendo que nã o existe raças humanas e sim, apenas uma.

A partir deste ponto de vista, as políticas afirmativas racialistas nã o sã o


necessá rias no Brasil, bem como as medidas baseadas na raça sã o
inconstitucionais, pois promovem a ofensa arbitrá ria ao princípio da igualdade e
gerando discriminaçã o reversa por favorecer os negros, sendo um atentado aos
dispositivos acima mencionados.

Assim, visavam a declaraçã o da inconstitucionalidade dos atos que instituíram o


sistema de reserva de vagas com base nas cotas no processo de seleçã o da
Universidade de Brasília.

III - Resumo da sessão de julgamento:

(Como votou o relator?


Como foram encaminhados os debates?
Quais os principais fundamentos da decisão?
Houve divergências de entendimento? Explique as divergências.

Ricardo Lewandowski foi o Ministro Relator. A princípio foi mencionado o artigo


5º da Constituiçã o, pois nã o poderia ser deixado de lado já que referencia os
direitos fundamentais daqueles que sã o atingidos pela jurisdiçã o da Constituiçã o
Federal Brasileira. Dessa forma, a isonomia e a igualdade foram citadas para
embasar a fundamentaçã o de seu voto.

Gradativamente seus argumentos levaram ao caminho que a isonomia dentro da


Constituiçã o Federal foi proclamada no plano formal e material, a qual atinge as
diferenças da populaçã o no sentido culturais, sociais, econô micos e naturais. Isto
posto, o Estado em sua soberania ao tentar atingir todos na mesma medida, até
aqueles grupos sociais que estejam prejudicados em qualquer â mbito dentro da
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realidade social, por conseguinte seja alcançada a igualdade material, que por
outro lado o Estado pode atribuir de forma momentâ nea certas vantagens com o
intuito de diminuir a desigualdade.

Assim, no que respeita à s quotas, o ministro disse que a política visa promover a
inclusã o de grupos historicamente desfavorecidos na histó ria do país de forma a
melhorar as oportunidades e a igualdade através da justiça distributiva. Esse
argumento é complementado pela açã o afirmativa, que garante o
desenvolvimento e a proteçã o de pessoas socialmente desfavorecidas por meio
de políticas e açõ es, garantindo condiçõ es mais igualitá rias por meio da açã o
estatal, que sã o essencialmente consistentes com os tratados ratificados pelo Pau-
Brasil na liquidaçã o, discriminaçã o racial e a promoçã o dos direitos e liberdades
fundamentais. Tal argumento foi baseado na singularidade da igualdade de
oportunidades sob a conjectura do prisma de John Rawls, conhecida como justiça
distribuída. Em seu sentido mais sintético, entende-se que a justiça distributiva é
fruto da interferência do Estado na realidade fá tica, buscando corrigi-la por meio
da realocaçã o de bens e oportunidades no contexto coletivo e social.

Além disso, justificou que o termo raça dentro das políticas pú blicas deve existir,
pois inevitavelmente a populaçã o trata seus iguais de forma diferente, sendo
assim, as políticas pú blicas devem tratar os desiguais na medida de sua
desigualdade.

Sendo assim, através das cotas é possível mediar a princípio tal desigualdade, que
por sua vez é sanada parcialmente, pois mesmo com cotas, os negros nã o ocupam
predominantemente as universidades pú blicas de acordo com a porcentagem que
pertencem dentro da sociedade.

Por fim, a decisã o foi proferida entendendo o cará ter constitucional das cotas
raciais, que sã o divididos em atos e normas que por sua vez, asseguram o
ingresso nas Universidade de Brasília. O Ministro Ricardo Lewandowski teve o
entendimento de que as cotas da UnB nã o se mostravam desproporcionais ou
irrazoá veis. Ademais, os ministros incentivaram que outras instituiçõ es de
ensino utilizassem a política de cotas da Universidade de Brasília como modelo,
com o objetivo de superar a desigualdade histó rica entre negros e brancos. Além
disso, a maioria dos outros ministros tiveram o intuito de contribuir para a
fundamentaçã o do voto do ministro relator, seguindo o entendimento da maioria
deles.

IV - Quais os efeitos da decisão proferida?


A decisão proferida foi “modulada”?
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Houve algum recurso?


A decisão transitou em julgado?

Tendo em vista que a ADPF foi julgada totalmente improcedente, restou


entendimento de que as políticas de cotas nã o sã o inconstitucionais, nã o
necessitando de modulaçã o dos seus efeitos.

Nã o houve recurso, e a decisã o transitou em julgado na data de 30/10/2014.

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