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JESUS REALMENTE EXISTIU?

JESUS REALMENTE EXISTIU?


 
“Porque não vos demos a conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo,
seguindo fábulas engenhosamente inventadas, mas nós mesmos fomos
testemunhas oculares da sua majestade” (2 Pedro 1.16)
 
Esse é o assunto predileto dos ateus e de alguns céticos, pois para ambos, Jesus
não passa de mais um mito histórico como Osíris, Dionísio, Hércules, etc. Pois bem,
aqui apresentarei fontes históricas não-cristãs, que contam alguns episódios sobre
Jesus, quer seja direta ou indiretamente. Começaremos com Flávio Josefo:
 
 
Flávio Josefo
 

O testemunho do historiador judeu Flávio Josefo (séc.I),


é um dos mais antigos depoimentos sobre Jesus por autores não-cristãos. O
famoso historiador não deixou de mencionar a existência do Jesus histórico em
seus textos.Vejamos alguns trechos de seu texto mais conhecido e analisemos com
outras cópias encontradas.
 
Texto Grego: 

 “Naquela época vivia Jesus, homem sábio, se é que o podemos chamar de homem.
Ele realizava obras extraordinárias, ensinava aqueles que recebiam a verdade com
alegria e fez-se seguir por muitos judeus e gregos. Ele era o Cristo. E quando
Pilatos o condenou à cruz, por denúncia dos maiorais da nossa nação, aqueles que
o amaram antes continuaram a manter a afeição por ele. Assim, ao terceiro dia, ele
apareceu novamente vivo para eles, conforme fora anunciado pelos divinos profetas
a seu respeito, e muitas coisas maravilhosas aconteceram. Até a presente data
subsiste o grupo dos cristãos, assim denominado por causa dele” (Antiquites, VIII,
III)
 
Devido à magnitude destas afirmações, alguns críticos, em sua incredulidade, têm
relutado em aceitar este texto de Flávio Josefo como totalmente de sua autoria,
afirmando que ele foi retocado por algum cristão primitivo. O termo que se usa
para isto é interpolação, ou seja: teriam sido acrescentadas às palavras de Josefo –
precisamente as que estão italizadas no texto acima – várias palavras que, segundo
os críticos, não existiam no texto original. Porém, sendo totalmente autêntica ou
não, ele é um testemunho de que Jesus realmente existiu.
 
Além disso, eruditos e sábios cristãos como Harnack, C. Burkitt e Emery Barnes,
após longos e minuciosos estudos estilísticos e filológicos das Antiguidades,
afirmaram que o texto de Josefo sobre Jesus é autêntico em sua totalidade.
Ademais, mesmo que um cristão tenha forjado o texto de Josefo ao copiar o
manuscrito, temos vários manuscritos da mesma obra, com origens diferentes, e
que provam a existência de Jesus de qualquer jeito, sem os pormenores em itálico
no texto acima. Por exemplo, o texto árabe – que muitos dizem ser as verdadeiras
palavras de Josefo – também atesta para a existência de Jesus. Analisaremos tal
texto.

Texto Árabe:

“Naquela época vivia Jesus, homem sábio, de excelente conduta e virtude


reconhecida. Muitos judeus e homens de outras nações converteram-se em seus
discípulos. Pilatos ordenou que fosse crucificado e morto, mas aqueles que foram
seus discípulos não voltaram atrás e afirmaram que ele lhes havia aparecido três
dias após sua crucificação: estava vivo. Talvez ele fosse o Messias sobre o qual os
profetas anunciaram coisas maravilhosas” (Antiquites, VIII, III)
 
Se analisarmos as diferenças, são apenas estas: Um diz que ele era o Cristo, o
outro diz que talvez ele fosse; um diz que ele ressuscitou e apareceu vivo, outro diz
que os seus discípulos acreditavam em tal fato. De qualquer modo, a existência
histórica de Jesus é incontestável. Muitos negam o primeiro pelo fato de Josefo não
ser cristão e de Orígenes (séc.II) ter dito que Josefo não acreditava que Jesus fosse
o Messias, por ser judeu. Por isso, no primeiro caso dizem que o texto foi
adulterado, mas existe um outro problema, pois o segundo texto relata que "talvez"
ele fosse o Cristo, ou Messias, e essa não é uma cópia forjada.
 
Se realmente a Igreja teria adulterado seria para provar que Jesus é o Cristo que
ressuscitou, mas o texto original do historiador Josefo já é o suficiente para provar
a historicidade de Jesus, como um personagem real que de fato passou entre nós
por aqueles dias. Um sábio israelita, Shlomo Peres, estudou esses diferentes
manuscritos e considera ter atingido a "versão mínima" de Flávio Josefo. Ei-la:
 
"Nesse tempo vivia um sábio chamado Jesus. Comportava-se de uma maneira
correta e era estimado pela sua virtude. Muito foram os que, tanto Judeus como
pessoas de outras nações, se tornaram seus discípulos. Pilatos condenou-o a ser
crucificado e a morrer. Mas aqueles que se tinham tornado seus discípulos não
deixaram de seguir a sua doutrina: contaram que ele lhes tinha aparecido três dias
depois da sua crucifixão e que estava vivo. Provavelmente ele era o Messias sobre
quem os profetas contaram tantas maravilhas"
 
Mas essa não é a única menção de Josefo acerca de Jesus. Josefo também afirma:
 
"Mas o jovem Anano, que, como já dissemos, assumia a função de sumo-sacerdote,
era uma pessoa de grande coragem e excepcional ousadia; era seguidor do partido
dos saduceus, os quais, como já demonstramos, eram rígidos no julgamento de
todos os judus. Com esse temperamento, Anano concluiu que o momento lhe
oferecia uma boa oportunidade, pois Festo havia morrido, e Albino ainda estava a
caminho. Assim, reuniu um conselho de juízes, perante o qual trouxe Tiago, irmão
de Jesus chamado Cristo, junto com alguns outros, e, tendo-os acusado de infração
à lei, entregou-os para serem apedrejados" (Antiguidades,20.9.1)

Temos aqui não apenas outra referência do séc.I feita a Jesus pelo historiador
Flávio Josefo, mas também a confirmação de que tinha um irmão chamado Tiago
que, obviamente, não era bem visto pelas autoridades judaicas. Não há sequer
nenhuma pista que este outro texto possa ser forjado e, além disso, a Igreja não
teria a menor razão para adulterar tal texto de Josefo, uma vez que ela prega
a virgindade perpétua de Maria e, sendo que Josefo escrevia em grego, a referência
é literalmente a irmão, de sangue.
 
É mais uma clara referência de Josefo acerca de Jesus, e se fossem adulterar tal
texto o fariam de qualquer outra maneira mas jamais contrariando ela própria ao
dizer que Jesus tinha irmãos, o que iria contra a sua própria doutrina. Essa é mais
uma referência autêntica da existência do Jesus histórico. Como os críticos
respondem a mais essa evidência? Muitos afirmam que esse Tiago não é o irmão de
Jesus, pois o irmão de Jesus teria sido morto pela espada [At 12:2]. Seria verdade?
Pois bem, vejamos o que Paulo tem a nos dizer sobre isso:
 
“Depois, passados três anos, fui a Jerusalém para ver a Pedro, e fiquei com ele
quinze dias. E não vi a nenhum outro dos apóstolos, senão a Tiago, irmão do
Senhor” (Gálatas 1:18,19)

Na narração citada em Atos, Paulo ainda não era convertido ao Cristianismo, e


também participou das mortes de Estevão e de Tiago, mas como esse Tiago
poderia ser o irmão de Jesus, se depois de sua conversão Paulo se encontrou com
ele? Na verdade, eles tentam aplicar esse fato a outro Tiago, que é irmão de João,
e não o irmão de Jesus. Mas, como vimos, o Tiago que Flavio Josefo se refere é
mesmo o irmão de Jesus. Portanto, vimos aqui mais uma das provas dentro da
história narrado por um judeu não-cristão, um historiador respeitado no mundo
todo até hoje, um dos maiores historiadores da história, e que vai totalmente de
acordo com as narrativas dos evangelhos e das epístolas paulinas.
 
Por que Josefo não fez mais referências a Jesus? Podemos conjecturar que, como
historiador do imperador, Josefo tinha de escolher os temas e as palavras com
muito cuidado. De modo mais patente, Domiciano suspeitava de tudo o que
pudesse ser associado a sedição. Esta nova seita chamada cristianismo poderia ter
sido considerada sediciosa porque os cristãos tinham esse novo e estranho sistema
de crenças e recusavam-se a adorar César e os deuses romanos. Como resultado
disso, Josefo certamente não queria alarmar ou irritar seu chefe ao escrever um
grande número de comentários favoráveis sobre o cristianismo.
 
Todavia, essas duas referências confirmam a existência de Jesus e de Tiago e
corrobora os relatos do Novo Testamento. Ademais, existem ainda
referências indiretas nos escritos de Flávio Josefo que também corroboram para a
veracidade histórica de Jesus Cristo. Outras passagens igualmente interessantes
são encontradas nos escritos de Josefo. Ele ainda relata:
 
“Céstio [Galo], sem saber do desespero dos sitiados e dos sentimentos do povo,
subitamente retirou seus homens, perdeu a esperança, embora não tivesse sofrido
nenhum revés, e, indo contra toda a lógica, retirou-se da Cidade” (The Jewish
War  II, 540 [xix, 7])
 
Por que se retirou Galo? Qualquer que tenha sido seu motivo, a retirada permitiu
que os cristãos obedecessem à ordem de Jesus e fugissem para os montes, e para
a segurança. Tais citações feitas por Josefo demonstram que ele conhecia as
profecias mencionadas por Cristo sobre a destruição de Jerusalém e quais atitudes
deveriam ser tomadas pelos Judeus que criam Nele (Lc.21:20). Também vemos
menções de Josefo a outro personagem bíblico importante nas narrativas bíblicas,
aquele que “abriu o caminho” para o ministério de Jesus Cristo na terra. Trata-se
de João Batista, outro que é considerado um mito para os ateus. Primeiro há uma
referência indireta a ele, podendo tratar-se de João Batista:
 
“Vivia tão austeramente no deserto que só se vestia da casca das árvores e só se
alimentava com o que a mesma terra produz; para se conservar casto banhava-se
várias vezes por dia e de noite, na água fria; resolvi imitá-lo” (História dos
Hebreus, p. 476)
 
O texto em pauta faz irresistivelmente pensar em João Batista. A semelhança com
João, o Batista, da Bíblia Sagrada, é notável:
 
“Naqueles dias, apareceu João Batista pregando no deserto da Judéia [...] Usava
João vestes de pêlos de camelo e cintos de couro; a sua alimentação eram
gafanhotos e mel silvestre”(Mateus 3:1,4)
 
Mas não para por aqui. Após falar sobre o caso de adultério envolvendo Herodes e
Herodias, mulher do irmão de Herodes, que é também perfeitamente relatado no
evangelho de Lucas (3:19,20), Josefo mostra como esse adultério contribuiu para o
início de uma guerra, durante a qual o exército herodiano foi completamente
derrotado. É nesse trecho da narrativa que Josefo fala acerca de João Batista, e
com isso fornece-nos mais uma confirmação da verdade histórica dos tempos de
Jesus, e, conseqüentemente, da existência do nosso Salvador. Eis o texto de
Josefo:

“Vários julgaram que aquela derrota do exército de Herodes era um castigo de


Deus, por causa de João, cognominado Batista. Era um homem de grande piedade,
que exortava os judeus a abraçar a virtude, a praticar a justiça e a receber o
batismo, depois de se terem tornado agradáveis a Deus, não se contentando em só
não cometer pecados, mas unindo a pureza do corpo à pureza da alma. Assim
como uma grande multidão de povo o seguia para ouvir a sua doutrina, Herodes,
temendo que o poder que ele tinha sobre eles viesse a suscitar alguma rebelião,
porque eles estavam sempre prontos a fazer o que ele lhes ordenasse, julgou dever
prevenir o mal para não ter motivo de se arrepender por ter esperado muito para
remediá-lo. Por esse motivo mandou prendê-lo numa fortaleza de Maquera, de que
acabamos de falar, e os judeus atribuíram essa derrota de seu exército a um
castigo de Deus por um ato tão injusto”(Antiguidades Judaicas. Livro XVIII.
Capítulo VII. Parágrafo 781)
 
Diante de tudo isso, não é um cético que duvida da historicidade de Jesus Cristo,
pelo contrário, pois até a grande maioria dos ateus concordam com a sua
existência; mas apenas alguma pessoa que definitivamente tenha a mente tão
fechada para a verdade, ao ponto de negar todas as evidências encontradas a sua
frente, apenas este insiste em negar a existência histórica de Jesus.
 
Veremos agora mais algumas referências por outros escritores do primeiro e/ou do
segundo século acerca de Jesus, seja direta ou indiretamente.
 
 
Tácito
 
Públio Cornélio Tácito (55 – 120 d.C), foi governador da
Ásia, pretor, cônsul, questor, historiador romano e orador. Em seus escritos “Anais
da Roma Imperial” mencionou a existência ao culto a Cristo e os cristãos que Dele
se originaram. É importante lembrar que Tácito não era amigo da fé, portanto
podemos perceber que ele menciona a existência de alguém em quem não possuía
nenhum interesse, registrando principalmente a atitude de Nero em relação aos
seguidores de Jesus.
 
Mesmo assim ele acaba afirmando que existiu um Jesus chamado Cristo e que
morreu exatamente da forma que a Bíblia descreve isso, que não é negado por
ele. No ano de 64, o imperador Nero ateia fogo na cidade de Roma e para escapar
da responsabilidade, põe a culpa nos cristãos. Isto desencadeia a primeira grande
perseguição que culminou com o suplício de milhares, inclusive de Paulo e Pedro.
 
Durante os 3 séculos seguintes, vários imperadores promoveram perseguições,
inclusive com os espetáculos de circo, onde os cristãos eram atirados para serem
devorados pelas feras. Longe de desanimarem com os suplícios, morriam eles
entoando cânticos de júbilo, pois sabiam que em breve iriam receber a vida eterna
junto de Deus e a total felicidade, por haverem derramado seu sangue pelo
testemunho da Verdade e pela Palavra. E quanto mais eram perseguidos e
martirizados, mais aumentava o número de cristãos, como bem salientou
Tertuliano (séc.II):sanguis martyrum est sêmen christianorum - o sangue dos
mártires é semente para fazer novos cristãos.
 
Tácito narra a perseguição aos cristãos no primeiro século nas seguintes palavras:
 
“Para destruir o boato (que o acusava do incêndio de Roma), Nero supôs culpados e
infringiu tormentos requintadíssimos àqueles cujas abominações os faziam
detestar, e a quem a multidão chamava cristãos. Este nome lhes vem de Cristo,
que, sob o principado de Tibério, o procurador Pôncio Pilatos entregara ao suplício.
Reprimida incontinenti, essa detestável superstição repontava de novo, não mais
somente na Judéia, onde nascera o mal, mas anda em Roma, pra onde tudo quanto
há de horroroso e de vergonhoso no mundo aflui e acha numerosa clientela”(Tácito,
Anais , XV, 44 trad. 1 pg. 311; 3)
 
Mesmo desprezando a fé cristã, Tácito tratou a execução de Cristo como fato
histórico, fazendo relação com eventos e líderes romanos. As formas de execução
utilizadas pelos romanos incluíam crucificação e lançamento de cristãos para serem
devorados por leões e outras feras selvagens. Os Anales de Tácito descrevem o fato
da seguinte maneira:
 
“Uma grande multidão foi condenada não apenas pelo crime de incêndio mas por
ódio contra a raça humana. E, em suas mortes, eles foram feitos objetos de
esporte, pois foram amarrados nos esconderijos de bestas selvagens e feitos em
pedaços por cães, ou cravados em cruzes, ou incendiados, e, ao fim do dia, eram
queimados para servirem de luz noturna” (Tácito, Annales,XV.44.)
 
Em todo este quadro, vemos como é incontestável a existência histórica de Jesus e
dos cristãos, bem como a perseguição primitiva a estes (Tácito, Anais , XV, 44 trad.
1 pg. 311; 3;Tácito, Annales, XV.44). A importância deste último livro de Tácito
(Anais) e a sua autoridade são hoje reconhecidas no mundo inteiro. No 15º livro
dos Anais, a partir do parágrafo XXXVIII, Tácito começa a narrar o terrível incêndio
que quase destruiu totalmente Roma no ano 64 d.C. Após descrever
magistralmente o sinistro, o historiador diz que entre os escombros fumegantes,
em meio às centenas de cadáveres e milhares de pessoas chorosas e desabrigadas,
começou a se espalhar a notícia de que fora o próprio Nero que mandara incendiar
a grande capital do Império Romano.
 
Além do mais, durante o incêndio, alguém tinha visto Nero tocando sua lira e
cantando um hino cuja letra falava da destruição, também pelo fogo, da antiga
cidade de Tróia. À luz da metrópole devorada pelas chamas, o sanguinário
imperador Nero delirava de satisfação diabólica! Um murmúrio de vingança
começou a se espalhar entre o povo. Ao saber que a suspeita pesava sobre seu
nome, e temendo que a multidão se revoltasse e marchasse contra ele para matá-
lo, Nero, o imperador incendiário, “mandou então abrir o campo de Marte, os
monumentos de Agripa, e até os seus próprios jardins. Armaram-se barracas às
pressas para recolher a gente mais pobre; mandaram vir de Óstia e outros
municípios vizinhos todos os móveis necessários; regulou-se a venda do pão pelo
preço mais baixo” (Anais. Parágrafo XXXIX)
    
Após citar outras frustradas tentativas de Nero de acalmar e tapear o povo, Tácito
escreveu as seguintes palavras conclusivas e de imenso valor para nós, pois fazem
referência à existência dos cristãos primitivos e, principalmente, faz menção de
Jesus Cristo. Abaixo a citação integral do relato de Tácito:
 
“Mas nem todos os socorros humanos, nem as liberalidades do imperador, nem as
orações e sacrifícios aos deuses podiam diminuir o boato infamatório de que o
incêndio não fora obra do acaso. Assim Nero, para desviar de si as suspeitas,
procurou achar culpados, e castigou com as penas mais horrorosas a certos
homens que, já dantes odiados por seus crimes, o vulgo chamava cristãos. O autor
desse seu nome foi Cristo, que no governo de Tibério foi condenado ao último
suplício pelo procurador Pôncio Pilatos. A sua perniciosa superstição, que até ali
tinha estado reprimida, já tornava a alastrar-se não só por toda Judéia, origem
deste mal, mas até dentro de Roma, aonde todas as atrocidades do Universo, e
tudo quanto há de mais vergonhoso vem enfim acumular-se, e sempre acham
acolhimento. Em primeiro lugar se prenderam os que confessavam ser cristãos, e
depois, pelas denúncias destes, uma multidão inumerável, os quais, além de terem
sido acusados como responsáveis pelo incêndio, foram apresentados como inimigos
do gênero humano.O suplício destes miseráveis foi ainda acompanhado de insultos,
porque ou os cobriram com peles de animais ferozes para serem devorados pelos
cães, ou foram crucificados, ou os queimaram de noite para servirem como
archotes e tochas ao público. Nero ofereceu os seus jardins para este espetáculo, e
ao mesmo tempo dava-se os jogos do Circo, misturado com o povo em trajes de
cocheiro, ou guiando carroças. Desta forma, ainda que culpados e dignos dos
últimos suplícios, mereceram a compaixão universal por se ver que não eram
imolados à utilidade pública, mas aos passatempos atrozes de um bárbaro” (Tácito.
Anais. Tradução de J.L. Freire de Carvalho. W.M. Jackson Inc. Rio de Janeiro. 1950.
pp 405-409)
 
Os ateus, por pura ignorância, tornam-se cegos por si mesmos a acreditar que
teriam adulterado completamente tão grande menção de um historiador
mundialmente reconhecido, com um texto dentro de seu contexto e sem nenhuma
pista de ter sido adulterado, em mais essa tão clara menção a Cristo e aos
seguidores já no século primeiro. Até mesmo a crítica cética é obrigada a declarar
que, deixar de perceber um fato tão evidente, significa duvidar de toda a História
Antiga e de todos os outros documentos. A luz de mais essa confirmação do Jesus
histórico, o grande historiador inglês Edward Gibbon (1737-1794) sobre esta
evocação do autor de Dialogus de Oratoribus, confessa:
 
“A crítica mais cética deve respeitar a verdade desse fato extraordinário e a
integridade desse tão famoso texto de Tácito”
 
Tácito deixou também em seu livro “Anais” outro importante registro relacionado
com o cristianismo, quando falou do julgamento de uma mulher pertencente à alta
sociedade romana, chamada Pompônia Grecina. Essa mulher foi acusada de ter
passado a fazer parte do número de pessoas que praticavam “uma superstição
importada”. Hoje, sabemos que essa “superstição importada” não era outra coisa
senão o cristianismo:
 
“Pompônia Grecina, dama da alta sociedade (esposa de Aulo Plácio, que fez jus,
como já mencionado, à vocação com sua campanha contra a Grã-Bretanha), foi
acusada de aderir a uma superstição importada; o próprio marido a entregou;
segundo precedentes antigos, apresentou aos membros da família o caso que
envolvia a condição legal e dignidade da esposa. Esta foi declarada inocente.
Pompônia, porém, passou a transcorrer sua longa vida em constante melancolia;
morta Júlia, filha de Druso, viveu ainda quarenta anos trajando luto e fartando-se
de tristeza. Sua absolvição, ocorrida em dias de Cláudio (Nero), veio a ser-lhe
motivo de glória” (Anais. Livro XIII. Parágrafo XXXII)
    
Prova ainda mais forte que a sua conversão e completa mudança de vida mesmo
em meio àquela sociedade inteiramente depravada foi realmente a fé cristã, é o
fato de que a arqueologia comprova que Pompônia Grecina, realmente, se
converteu ao cristianismo. Foram descobertas nas Catacumbas de Roma inscrições
datadas do século III, fazendo referência à família Pompônia (gens pomponia), com
vários de seus membros convertidos ao cristrianismo, o que nos revela que esta
referência indireta da parte de Tácito trata-se de mais uma menção da existência
dos seguidores de Jesus já no primeiro século da era cristã.

 
Luciano de Samosata
 
Luciano de Samosata (séc.II) foi um satirista grego, tendo
zombado de Cristo e dos cristãos. O texto que menciona Jesus, como o "sofista
crucificado" que era adorado pelos cristãos é apresentado abaixo:

 “Foi então que ele [Proteus] conheceu a maravilhosa doutrina dos cristãos,
associando-se a seus sacerdotes e escribas na Palestina. (...) E o consideraram
como protetor e o tiveram como legislador, logo abaixo do outro [legislador],
aquele que eles ainda adoram, o homem que foi crucificado na Palestina por dar
origem a este culto.(...) Os pobres infelizes estão totalmente convencidos, que eles
serão imortais e terão a vida eterna, desta forma eles desprezam a morte e
voluntariamente se dão ao aprisionamento; a maior parte deles. Além disso, seu
primeiro legislador os convenceu de que eram todos irmãos, uma que vez que eles
haviam transgredido, negando os deuses gregos, e adoram o sofista crucificado
vivendo sob suas leis" (Passagem do Peregrino, 11 e 13)
 
Luciano também se refere a Cristo como "...o homem que foi crucificado na
Palestina porque introduziu uma nova seita no mundo (...) Além disso, o primeiro
legislador dos cristãos os persuadiu de que todos eles seriam irmãos uns dos
outros, após terem finalmente cometido o pecado de negar os deuses gregos,
adorar o sofista crucificado e viver de acordo com as leis que ele deixou" (O
Peregrino Passageiro).
 
Segundo Luciano, Peregrino (100-165 DC), fugiu de sua cidade em sua juventude,
acusado de matar seu pai. Tornou-se então um filosofo itinerante, tendo contato
com várias idéias e filosofias. Quando estava na Palestina, ele se converteu ao
cristianismo. Entre os cristãos, obteve rapidamente grande prestígio, se tornando
"profeta", "presbítero", "chefe de sinagoga", compondo livros e os comentando,
sendo reverenciado como mestre e legislador.
 
Em suma, Luciano acusa Peregrino de usar seus conhecimentos de filosofia para
abusar da credulidade dos cristãos. Ainda na Palestina, Peregrino é preso, e na
cadeia recebe a atenção e cuidado de seus companheiros cristãos, que, segundo
Luciano, "tudo fizeram para livrá-lo, mas como isso não foi possível, dispensaram
assistência constante para com ele" (Passagem do Peregrino, 12).
 
Luciano também afirma em “A Morte do Peregrino”:
 
“Os Cristãos, vocês sabem, adoram um homem neste dia — a distinta personagem
que lhes apresentou suas cerimônias, e foi crucificado por esta razão” (Luciano de
Samosata, A Morte do Peregrino, 11-13)
 
Isso confirma também a celebração cristã primitiva do Domingo e do Culto Cristão
já em vigor nos primeiros séculos, como também atesta a História:
 
“Vede como ele diz: não são os sábados atuais que me agradam, mas aquele que
eu fiz e no qual, depois de ter levado todas as coisas ao repouso, farei o início do
oitavo dia, isto é, o começo de outro mundo. Eis por que celebramos como festa
alegre o oitavo dia, no qual Jesus ressuscitou dos mortos e, depois de se
manifestar, subiu aos céus” (Epístola de Barnabé, 100-120 d.C)
 
“Eles tinham o hábito de se reunirem num determinado dia fixo antes que
clareasse, quando cantavam hinos diversos a Cristo, como para um Deus, se uniam
em um solene juramento de não praticar quaisquer atos iníquos, nunca cometerem
qualquer tipo de fraude, roubo ou adultério, nunca em prestar um falso testemunho
nem em negar uma responsabilidade quando fossem eles chamados para tal; após
o que era costume deles se separarem e então se reunirem novamente para
participar de uma boa refeição – mas comida de tipo frugal e inocente” (Plínio, 110
d.C)
 
“Porém, após a observância do sábado, deve todo amigo de Cristo observar o Dia
do Senhor como festa, o dia da ressurreição, a rainha e comandante de todos os
dias [da semana]. Foi sobre isto que o profeta declarou: "Para encerrar, o oitavo
dia". [Foi nesse dia] que a nossa vida renasceu e a vitória sobre a morte foi obtida
em Cristo” (Inácio de Antioquia, Carta aos Magnésios – Data: 107 d.C)
 
“No dia dito do Sol todos se reúnem no mesmo lugar, quer habitem nas cidades,
quer nos campos; são lidas as memórias dos apóstolos ou os escritos dos profetas,
segundo o tempo disponível. Quando o leitor termina, presidente da assembléia,
com um discurso, nos convida e exorta à imitação daqueles belos exemplos. Em
seguida, levantamo-nos todos juntos e fazemos preces; e, como já dissemos,
terminada a prece, são trazidos pão, vinho e água, e o presidente da assembléia
eleva também ao céu preces e ações de graças com todas as suas forças, enquanto
o povo responde dizendo amém; e se realiza a distribuição e repartição dos
elementos sagrados, que por meio dos diáconos são enviaos também aos que não
estão presentes. As pessoas de posse e bem dispostas oferecem tudo o que
desejam; o que foi recolhido é depositado junto ao presidente [da assembléia], que
ajuda os órfãos, as viúvas, os doentes, os presos, os estrangeiros que estão de
passagem; numa palavra, ele socorre todos os que precisam” (Justino, I Apologia,
67 – Data:156 d.C)

“Ele cumpre os mandamentos de acordo com o Evangelho e guarda o ‘Dia do


Senhor’, quase sempre ele lança fora maus pensamentos...glorificando a
ressurreição do Senhor nele mesmo”(190 AD Clemente de Alexandria, Ibid.
Vii.xii.76.4)
 
Todos estes documentos históricos nos mostram que já existia culto cristão em
andamento já no primeiro e segundo séculos, fato este confirmado por fontes
históricas cristãs e não-cristãs (como é o caso de Luciano de Samosata e Plínio),
sendo, portanto, inócuo crer que Jesus seja um “mito”, uma vez que não se cria um
“mito” em tão pouco tempo. Os ateus em sua incredulidade alegam (sem
inteiramente prova nenhuma) que o “mito” Jesus nasceu no quarto século,
contrariando todas as provas históricas cristãs e não-cristãs que provam não
somente a existência de Cristo por pessoas do primeiro e segundo século, como
também o próprio culto cristão primitivo já em vigor neste período.
 
Luciano de Samosata também fala-nos de um elaborado e bem-sucedido embuste
perpetrado por um “profeta” de Asclepius, no Ponto, fazendo uso de uma cobra
domesticada. Quando os rumores estavam por desmascarar sua fraude, o
espirituoso ensaísta nos informa, sarcasticamente:
 
“Ele promulgou um edito com o objetivo de assustá-los, dizendo que o Ponto estava
cheio de ateus e cristãos que tinham a audácia de pronunciar os mais vis perjúrios
sobre ele; a estes, ele os expulsaria com pedras, se quisessem ter seu deus
gracioso” (Luciano de Samosata, Alexandre, o monge-oráculo, pp. 223-224)
 
A existência dos cristãos, seguidores de Jesus Cristo, ainda no segundo século, é
uma prova irrefutável contra aqueles que pregam que Jesus é um mito histórico.
Isso porque se Cristo fosse um mito, precisaria de muito mais tempo para ser
desenvolvido. Os céticos ateus que questionam a existência do Jesus-histórico
apelam que Cristo é uma invenção do terceiro ou quarto século e, portanto, não
poderiam existir cristãos (seguidores de Cristo) já no início do segundo século. É
uma prova irrefutável da historicidade de Jesus Cristo e da recente perseguição aos
cristãos.
 
 
Plínio, o Jovem
 

 
Caio Plínio Cecílio Segundo, também conhecido simplesmente como “Plínio, o
Jovem”, foi um orador insigne, jurídico, político e administrador imperial na Bitínia
(111 d.C). Ainda no primeiro século (93 d.C) foi nomeado pretor e posteriormente
cônsul e governador da Bitínia em 111 d.C, quando viria a falecer. Em suas cartas
ele relatava que já a muito vinha matando homens e mulheres, meninos e
meninas. Devido ao grande numero de pessoas que estavam sendo mortas, tinha
dúvidas se deveria continuar matando.
 
Estas pessoas estavam sendo mortas por se dizerem cristãs. Seu único erro
era terem o costume de se reunirem antes do amanhecer num certo dia
determinado, quando então cantavam responsivamente os versos de um hino a
Cristo, tratando-o como Deus, e prometiam solenemente uns aos outros a não
cometerem maldade alguma, não defraudarem, não roubarem, não adulterarem,
nunca mentirem, e a não negar a fé quando fossem instados a fazê-lo. Plínio
explicou que fizera os cristãos se curvarem perante as estátuas de Trajano. Ele
prossegue dizendo:
 
“Os fez amaldiçoarem a Cristo, o que não se consegue obrigar um cristão
verdadeiro a fazer”(Epístolas X,96)
 
O seu legado principal são as suas litterae curiosius scriptae, 247 missivas escritas
a amigos, no estilo da época entre os anos de 97 e 109. Nelas encontramos das
melhores descrições da vida quotidiana e política da Roma Imperial. As cartas estão
agrupadas em dez livros, o décimo volume aborda o tema do cristianismo, um
dos primeiros documentos não neotestamentários sobre a igreja primitiva. Estas
cartas foram escritas durante o seu consulado na Bitínia. As 122 cartas foram
trocadas com o imperador Trajano sobre como lidar com a questão, e declara:
 
“É meu costume, meu senhor, referir a ti tudo aquilo acerca do qual tenho
dúvidas... Nunca presenciei a julgamento contra os cristãos... Eles admitem que
toda sua culpa ou erro consiste nisso: que usam se reunir num dia marcado antes
da alvorada, para cantar hino a Cristo como Deus... Parecia-me um caso sobre o
qual devo te consultar, sobretudo pelo número dos acusados... De fato, muitos de
toda idade, condição e sexo, são chamados em juízo e o serão. O contágio desta
superstição invadiu não somente as cidades, mas também o interior; parece-me
que ainda se possa fazer alguma coisa para parar e corrigir... " (Plínio, Epístola X,
97)
 
Vale lembrar que naquela em que Plínio governava estavam os “eleitos que são
forasteiros da Dispersão no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia” (1 Pedro 1:1),
a quem Pedro destinou sua primeira epístola. Este décimo volume de Plínio, em que
o aspecto do cristianismo é abordado, é transcrita em seu conteúdo integral
conforme se segue abaixo:
 
“Adotei, senhor, como regra inviolável recorrer às vossas luzes em todas as minhas
dúvidas; pois quem mais apto a remover os meus escrúpulos ou a guiar-me nas
minhas incertezas do que vossa pessoa? Nunca tendo assistido aos julgamentos de
cristãos, ignoro o método e os limites a serem observados no processo e punição
deles: se, por exemplo, alguma diferença deva ser feita com respeito à idade ou, ao
contrário, nenhuma distinção se observe entre o jovem e o adulto; se o
arrependimento admite perdão; se a um indivíduo que foi cristão aproveita
retratar-se; se é punível a mera confissão de pertencer ao cristianismo, ainda que
sem nenhum ato criminoso, ou se só é punível o crime a ela associado. Em todos
esses pontos tenho grandes dúvidas. Por enquanto, o método por mim observado
para com aqueles que me foram denunciados como cristãos tem sido o seguinte:
pergunto-lhes se são cristãos; se confessam, repito duas vezes a pergunta,
acrescentando uma ameaça de punição capital; se perseveram, mando executá-los;
pois estou convencido de que, qualquer que seja a natureza do seu credo, uma
obstinação contumaz e inflexível certamente merece castigo. Outros fanáticos
dessa espécie me têm sido trazidos que, por serem cidadãos romanos, remeto para
Roma. Essas acusações, pelo simples fato de estar sendo o assunto investigado,
começaram a estender-se, e várias formas do mal vieram à luz. Afixaram um cartaz
sem assinatura, denunciando pelo nome grande número de pessoas. Aqueles que
negaram ser ou ter sido cristãos, que repetiram comigo uma invocação aos deuses
e praticaram os ritos religiosos com vinho e incenso perante a vossa estátua (a qual
para este propósito mandei buscar juntamente com as dos deuses), e finalmente
amaldiçoaram o nome de Cristo (o que não se pode arrancar de nenhum verdadeiro
cristão), julguei acertado absorver. Outros que foram denunciados pelo informante
confessaram-se a princípio cristãos, depois o negaram; de fato, haviam sido
cristãos, mas abandonaram a crença (uns faz três anos, outros há muito mais
tempo, sendo que alguns há cerca de vinte e cinco anos). Todos prestaram culto à
vossa estátua e às imagens dos deuses, e amaldiçoaram o nome de Cristo.
Afirmaram, contudo, que todo o seu crime ou erro se reduzia a terem se
encontrado em determinado dia antes do nascer do sol, cantando então uma
antífona (pequeno versículo cantado, antes ou depois de um salmo) como a um
Deus, ligando-se também por solene juramento de não cometer más ações, e de
nunca mentir e de nunca trair a confiança neles depositada; depois do que, era
costume se separarem, e então se reunirem novamente para tomarem em comum
algum alimento – alimento de natureza inocente (inofensiva). Todavia, até esta
última prática haviam abandonado após a publicação do meu edito, pelo qual, de
acordo com as vossas ordens, proibira eu as reuniões políticas. Julguei necessário
empregar a tortura para ver se arrancava toda a verdade de duas escravas
chamadas diaconisas. Nada, porém, descobri, senão excessiva superstição. Julguei
por isso de bom aviso adiar qualquer resolução nesta matéria, a fim de pedir o
vosso conselho. Porque o assunto merece a vossa atenção, especialmente se se
levar em conta o número de pessoas em risco: indivíduos de todas as condições e
idades, e dos dois sexos, estão e serão envolvidos no processo. Pois esta
contagiosa superstição não se confina nas cidades somente, mas espalha-se pelas
aldeias e pelos campos. Todavia parece-me ainda possível detê-la e curá-la. Os
templos, pelo menos, que andavam quase desertos, recomeçaram agora a ser
frequentados, e as solenidades sagradas, após uma longa interrupção, são de novo
revividas; e há geral procura de animais para os sacrifícios, para os quais até bem
pouco tempo poucos compradores apareciam. Por aí é fácil imaginar a quantidade
de pessoas que se poderão salvar do erro, se deixarmos a porta aberta ao
arrependimento”

A importância desta carta como documento sobre as origens do cristianismo é


reconhecida por todos os historiadores e vem sendo citada pelos escritores cristãos,
desde o tempo de Tertuliano e Eusébio de Cesaréia. Sem ter sido esta a sua
intenção, através desta carta, o governador Plínio nos forneceu um grandioso
testemunho da propagação do cristianismo já nos primeiros séculos. É um precioso
documentário sobre a fé e a maneira como se reuniam em culto, e como eram
perseguidas as primitivas comunidades cristãs.
 
As dificuldades que nossos irmãos da Igreja Primitiva enfrentavam em todas as
regiões dominadas pelo Império Romano eram tremendas. Além de serem
acusados de ateus(!) por não cultuarem os deuses romanos, três outras grandes
acusações pesavam sobre os cristãos: a de praticarem infanticídio (assassinato de
crianças), canibalismo (comer carne humana), e incesto (relação sexual entre
parentes). Um apologista cristão daquela época, chamado Atenágoras, escreveu no
seu livro Legação em Favor dos Cristãos:
 
“Somos acusados de três coisas: ateísmo, comermos nossos próprios filhos e haver
entre nós relações sexuais entre filhos e mães”
 
 
Imperador Trajano
 

O mais interessante nesta carta de Plínio é que ela não ficou


sem resposta. Em resposta à carta de Plínio, o imperador romano Trajano (53 –
117 d.C.) deu as seguintes orientações para punir os cristãos:
"Nenhuma pesquisa deve ser feita por essas pessoas, quando são denunciados e
culpados devem ser punidos, com a restrição, porém, que quando o partido nega-
se a ser um cristão, e deve dar provas de que ele não é (que é adorando nossos
deuses), ele será absolvido no chão de arrependimento, embora ele possa ter
anteriormente efectuadas suspeita"(Plínio, o Jovem, L, 10:97)
 
Essa correspondência também nos mostra a antiga perseguição aos cristãos, que
escapariam da punição somente “quando nega-se a ser um cristão” e dava provas
de que ele adorava os deuses romanos. Como tal condição era extremamente
contrária a prática cristã, seguia-se que muitos cristãos eram mortos e perseguidos
por amor a Cristo, já no primeiro século.
 
Todos esses documentos apresentados até agora são mais do que suficientes para
fazer silenciar todas as satânicas insinuações de que Jesus Cristo nunca existiu.
Que mito, que fantasma, que figura lendária seria capaz de levar milhares de
pessoas a morrerem por não negarem o seu nome? Os judeus ou cristãos daquela
época teriam criado uma lenda, a fim de morrerem por ela? De modo algum!
 
A resposta do imperador Romano a carta de Plínio também é encontrada no livro
“Documentos da Igreja Cristã” (p.30):
    
“No exame de denúncias contra feitos cristãos, querido Plínio, tomaste o caminho
acertado. Não cabe formular regra dura e inflexível, de aplicação universal. Não se
pesquise. Mas se surgirem outras denúncias que procedam, aplique-se o castigo,
com essa ressalva de que se alguém negar ser cristão e, mediante a adoração dos
deuses, demonstrar não o ser atualmente, deve ser perdoado em recompensa de
sua emenda, por muito que o acusem suspeitas relativas ao passado. Não merecem
atenção panfletos anônimos em causa alguma; além do dever de evitarem-se
antecedentes iníquos, panfletos anônimos não condizem absolutamente com os
nossos tempos”
    
Se Cristo não tivesse sido uma pessoa real, histórica, estas duas cartas não
existiriam hoje, pois não haveria cristãos no mundo para motivá-las!
 
 
Suetônio
 

Caio Suetónio Tranquilo, ou simplesmente Suetônio, foi


um grande escritor latino que nasceu em 69 da era cristã, em Roma.Suetônio era o
historiador romano oficial da corte de Adriano escritor dos anais da Casa Imperial
(69-122 d.C.). Ele também faz referencia a Cristo e aos seus seguidores. Na “Vida
dos Doze Césares”, publicada nos anos 119-122, diz que o imperador Cláudio
expulsou os judeus de Roma por causa de “um certo Cresto [Cristo]”:
 
“Judacos, impulsore Cresto, assidue tumultuantes Roma expulit”.Quer dizer: - “O
Imperador Cláudio expulsou de Roma os Judeus que viviam em contínuas
desavenças por causa de um certo Cresto”
 
“Cresto” é uma variante de “Cristo”. Outra possível explicação consiste em um erro
ortográfico comum daqueles dias. Também em outro texto, Suetônio cita a
perseguição aos cristãos de sua época, que eram destinados ao suplício:
 
“Os cristãos, espécie de gente dada a uma superstição nova e perigosa, foram
destinados ao suplício” (Suetônio, Vida dos doze Césares, n. 25, p. 256-257)
 
E escreve novamente na “Vida dos doze Césares”:
 
"Nero infligiu castigo aos cristãos, um grupo de pessoas dadas a uma superstição
nova e maléfica"
 
Tal ocasião se deu exatamente no reinado do imperador Romano Nero, que
sucedeu a Cláudio. Tanto Suetônio, como Tácito, como outros historiadores, já
mencionam a perseguição aos seguidores de Cristo em suas épocas, isto é, no
primeiro século AD. Isso confirma os escritos bíblicos sobre a perseguição sofrida
pelos cristãos já no primeiro século, e mostra-nos uma surpreendente semelhança
com os relatos bíblicos sobre tais fatos:
 
ESCRITOS DE SUETÔNIO (NÃO-CRISTÃO) SAGRADA ESCRITURA
– 69-122 d.C
“O Imperador Cláudio expulsou de Roma os “E, achando um certo judeu por nome
Judeus que viviam em contínuas desavenças por Áqüila, natural do Ponto, que havia
causa de um certo Cresto [Cristo]” (“Vida dos pouco tinha vindo da Itália, e Priscila,
Doze Césares”) sua mulher (pois Cláudio tinha
mandado que todos os judeus saíssem
de Roma), ajuntou-se com eles” (Atos
dos Apóstolos, cap.18, v.2)
“Os cristãos, espécie de gente dada a uma “Se alguém leva em cativeiro, em
superstição nova e perigosa, foram destinados ao cativeiro irá; se alguém matar à
suplício” (Suetônio, Vida dos doze Césares, n. 25) espada, necessário é que à espada seja
morto. Aqui está a paciência e a fé dos
santos”(Apocalipse, cap.13, v.10)
 
 
Talo
 
Talo foi um historiador samaritano que viveu ao redor de
52 d.C, sendoum dos primeiros escritores gentios a mencionar Cristo. No entanto,
seus escritos se perderam, e deles temos conhecimento só através de pequenas
citações feitas por outros escritores. Um desse é Júlio Africano, um escritor cristão
que viveu por volta de 220 A.D. Um trecho bem interessante diz respeito a um
comentário feito por Talo. Júlio Africano escreve:

"Talo, no terceiro dos livros que escreveu sobre a história, explica essa escuridão
como um eclipse do sol - o que me parece ilógico (é claro que é ilógico, pois um
eclipse solar não poderia acontecer em época de lua cheia, e foi na época da lua
cheia da Páscoa que Cristo morreu)"

Assim, a partir dessa citação percebemos que o relato dos Evangelhos acerca das
trevas que se abateram sobre a terra por ocasião da crucificação de cristo era bem
conhecido, e exigia uma explicação naturalista por parte daqueles não-crentes que
haviam testemunhado o acontecimento. Sendo assim, muitos céticos como Talo,
estavam dando uma explicação para o que a aconteceu no dia da crucificação de
Cristo. Esse relato de Talo é uma confirmação fora da Bíblia do fato inusitado que
sucedeu exatamente na crucificação de Jesus, o “Cristo que morreu na páscoa”.
 
A Bíblia é provavelmente a primeira a relatar às trevas que se abateram sobre a
Terra por ocasião da crucificação de Jesus Cristo, conforme descrito nos
evangelhos: “Já era quase a hora sexta e, escurecendo-se o sol, houve trevas sobre
toda a terra até a hora nona” (Lucas 23:44; Mateus 27:45; Marcos 15:33). Além
disso, também vemos aí a confirmação histórica de que Cristo morreu na época da
páscoa, confirmando o que a Bíblia assinala.
 
Ora, apenas um cego para achar que Talo estivesse se referindo a um outro Cristo,
quetambém vivia na Judéia e também foi morto na época da Páscoa, e
que também ocasionou uma escuridão como um eclipse do sol (fato extremamente
incomum na época e naquelas circunstâncias, como Talo faz questão de relatar).
Trata-se novamente de uma claríssima referência a Jesus. Quando assumimos a
posição clara e evidente que a referência de Talo diz respeito a Jesus Cristo, toda a
ignorância cai por terra e tudo começa a fazer um sentido completo: Jesus era o
Cristo que morreu na Páscoa, momento no qual as “trevas cobriram a terra” – e
tudo isso confirmado historicamente!
 
 
Flêgão
 
 
Flêgão era um historiador do primeiro século, ou seja, da
época de Cristo. Suas crônicas se perderam, mas um pequeno trecho dessa obra,
que confirma a escuridão sobre a terra na hora da crucificação, também é
mencionado por Júlio Africano. Depois de comentar a opinião ilógica de talo sobre a
escuridão, Júlio Africano cita Flêgão:

"Durante o tempo de Tibério César, ocorreu um eclipse do sol durante a lua cheia".

Flêgão também é mencionado por Orígenes em Contra Celso (Livro 2, seções 14,
33, 59).

Sobre Flêgão, Júlio Africano diz:

"E sobre essas trevas... Flêgão meciona-as em Olimpiadas (o título do livro que
escreveu)" (De opif.mund.II 21)

Ele diz que:

"Flêgão mencionou o eclipse que aconteceu durante a crucificação do Senhor Jesus


Cristo e não algum outro eclipse; está claro que ele não tinha conhecimento, a
partir de suas fontes, de qualquer eclipse (semelhante) que tivesse anteriormente
ocorrido... e isso se vê nos próprios relatos históricos sobre Tibério César”
 
Assim, vemos que a partir dessa citação percebemos que o relato dos Evangelhos
acerca das trevas que se abateram sobre a terra por ocasião da crucificação de
Cristo era bem conhecido, e exigia uma explicação naturalista por parte daqueles
não-crentes que haviam testemunhado o acontecimento. Esta citação a um eclipse
solar também é encontrada em narrativas feitas por outros escritores, como, por
exemplo, no manuscrito de outro escritor pagão, chamado Phlegon de Lydia, está
registrado que em aproximadamente 138 D.C ele observou durante a época de
Tibério César um eclipse do sol que ocorreu durante a lua cheia. Este fato também
é mencionado pelo apologista cristão Orígenes do terceiro século e o escritor
Philopon do século VI.
 
Se tal fato menciona o momento da crucificação não se sabe bem ao certo, porem é
bastante estranho um fato que não pode ser explicado por estes historiadores
encaixando-se perfeitamente com as narrativas bíblicas. Vale lembrar também que
Celso, o filósofo neoplatônico e inimigo ferrenho do cristianismo, também menciona
Cristo em seus escritos, embora em contextos diferentes. Orígenes de Alexandria
(185 – 253) considerado um dos “pais da igreja” escreveu o “Contra Celso”, em
que combate os escritos de Celso, escritor romano que criticava muito os cristãos.
Isso também nos mostra que os próprios pagãos já atestavam a existência dos
cristãos já primeiros séculos, mesmo sendo contra ou a favor deles.
 
Mara Bar-Serapião
 

No Museu Britânico é encontrado um interessante


manuscrito de um filosofo estóico sírio chamado Mara Bar-Serapião. Sobre ela, F. F.
Bruce assinala:

"... no museu britânico um interessante manuscrito que preserva o texto de uma


carta escrita um pouco depois de 73 A.D., embora não possamos precisar a data.
Esta carta foi enviada por um sírio de nome Mara Bar-Serapião a seu filho Serapião.
Na época Mara Bar-Serapião estava preso, mas escreveu para incentivar o filho na
busca de sabedoria, tendo ressaltado que os que perseguiram homens sábios foram
alcançados pela desgraça. Ele dá o exemplo de Sócrates, Pitágoras e Cristo”
 
Na carta ele compara Jesus Cristo aos filósofos Sócrates e Pitágoras. Ele escreveu
para incentivar o filho na busca da sabedoria, tendo ressaltado que os que
perseguiram homens sábios foram alcançados pela desgraça:

“Que vantagens os atenienses obtiveram em condenar Sócrates à morte? Fome e


peste lhes sobrevieram como castigo pelo crime que cometeram”

“Que vantagem os habitantes de Samos obtiveram ao pôr fogo em Pitágoras? Logo


depois sua terra ficou coberta de areia”

“Que vantagem os judeus obtiveram com a execução de seu sábio Rei? Foi logo
após esse acontecimento que o reino dos judeus foi aniquilado”

“Com justiça Deus vingou a morte desses três sábios:

* Os atenienses morreram de fome;


* Os habitantes de Samos foram surpreendidos pelo mar;
* Os judeus, arruinados e expulsos de sua terra, vivem completamente dispersos.

Mas...

* Sócrates não está morto; ele sobrevive nos ensinos de Platão.


* Pitágoras não está morto; ele sobrevive na estátua de Hera.
* Nem o sábio Rei está morto; Ele sobrevive nos ensinos que deixou..."

Essa relíquia de 73 AD é outra prova da existência histórica de Jesus Cristo, que é


infinitamente mais comprovado historicamente do que o próprio Sócrates ou
Pitágoras. Na sua carta eletambém faz referencia de que o Evangelho do Rei foi
colocado sobre a cruz de Jesus. Note que ele não era cristão (ele não disse que
Jesus permanecia vivo até hoje ou que ressuscitou), mas, como um escritor pagão,
fez questão de relatar o fato histórico da existência de Jesus a pouco tempo antes.
 
E, além disso, ainda o coloca como um “Rei Sábio”, que foi executado pelos judeus,
mas colocado no mesmo patamar de Sócrates e Pitágoras, duas grandes figuras da
época. Para alguém questionar a existência histórica de Cristo, deve-se
necessariamente dar como impossível as existências de Sócrates ou Pitágoras, uma
vez que estes são mencionados dentro do mesmo contexto e tem bem menos
provas históricas do que o próprio Cristo.
 

Justino, o Mártir

Justino, também conhecido como Justino Mártir ou


Justino de Nablus (100 – 165 d.C) foi um teólogo do século segundo. Ele se
converteu neste período ao cristianismo, já em plena vigência em sua época, como
nos conta Elgin Moyer, definindo Justino como um:
 
"... filósofo, mártir, apologeta, nascido em Flávia Neápolis. Com boa formação,
parece ter tido recursos suficientes para levar uma vida de estudos e viagens.
Sendo um ávido inquiridor da verdade, bateu sucessivamente às portas do
estoicismo, aristotelismo, pitagorismo e platonismo, mas detestou o epicurismo. No
inicio teve algum contato com os judeus, mas não se interessou pela religião
seguida por eles. O platonismo foi o que mais exerceu atração sobre ele, e ele
imaginava que estava em vias de atingir o alvo de sua filosofia - a visão de Deus -
quando, num certo dia, numa caminhada solitária à beira-mar, o jovem filósofo
encontrou um idoso e venerável cristão, pessoa de semblante agradável e de uma
serena dignidade. Esse humilde cristão abalou a confiança de Justino na sabedoria
humana e mostrou-lhe os profetas hebreus, 'homens que viveram antes do que
todos aqueles filósofos de renome, homens cujos escritos e ensinos predisseram a
vinda de Cristo...' Seguindo o conselho daquele senhor idoso, esse zeloso platonista
tornou-se um cristão de verdade. Ele afirmou: 'Descobri que só esta filosofia é
segura e proveitosa'. Depois da conversão, ocorrida no início da idade adulta, ele se
consagrou de coração à defesa e à divulgação da religião cristã" (Who Was Who in
Church History - Quem foi Quem na História da Igreja)
 
Justino fala sobre o culto cristão:
 
“No dia dito do Sol todos se reúnem no mesmo lugar, quer habitem nas cidades,
quer nos campos; são lidas as memórias dos apóstolos ou os escritos dos profetas,
segundo o tempo disponível. Quando o leitor termina, presidente da assembléia,
com um discurso, nos convida e exorta à imitação daqueles belos exemplos. Em
seguida, levantamo-nos todos juntos e fazemos preces; e, como já dissemos,
terminada a prece, são trazidos pão, vinho e água, e o presidente da assembléia
eleva também ao céu preces e ações de graças com todas as suas forças, enquanto
o povo responde dizendo amém; e se realiza a distribuição e repartição dos
elementos sagrados, que por meio dos diáconos são enviaos também aos que não
estão presentes. As pessoas de posse e bem dispostas oferecem tudo o que
desejam; o que foi recolhido é depositado junto ao presidente [da assembléia], que
ajuda os órfãos, as viúvas, os doentes, os presos, os estrangeiros que estão de
passagem; numa palavra, ele socorre todos os que precisam” (Justino, I Apologia,
67 – Data:156 d.C)
 
Contudo, o fator provavelmente mais importante, ocorreu por volta de 150 A.D, ao
escrever a sua “Defesa do Cristianismo”, enviada ao imperador Antônio Pio, sugere
ao imperador que consulte o relato de Pilatos, o qual Justino afirma que devia estar
guardado nos arquivos imperiais. Ele diz que as palavras “’transpassaram meus pés
e mãos’ são uma descrição dos cravos que prenderam suas mãos e pés na cruz; e
depois de o crucificarem, aqueles que o crucificaram sortearam suas roupas e
dividiram-nas entre si. E se tais coisas assim aconteceram, poderás verificar nos
'Atos' que foram escritos no governo de Pôncio Pilatos”.
 
Posteriormente ele diz: "Poderás facilmente conferir nos 'Atos' de Pôncio Pilatos que
Ele realizou esses milagres" (Apologia 1.48).
 
Ao escrever, no ano 150 d.C., sua primeira Apologia (documento de defesa), o
escritor Justino, o mártir, dedicou esse trabalho em defesa dos
cristãos “pertencentes a todas as raças”, conforme ele se expressou. Em outro de
seus livros, intitulado Diálogo com o Judeu Trifão, Justino afirma que “não há raça,
ou grega ou báarbara... da qual não subam orações e ação de graças ao Pai e
Criador, em nome de Jesus crucificado”
 
Vale sempre lembrar que este é um testemunho de alguém do segundo século, que
atestava já haver culto cristão e orações ao Pai em nome de Cristo. Apesar de ser
um filósofo cristão, não o era antes de se converter, e já atestava em sua época
(séc.II) a existência real da crucificação de Cristo atestada e guardada nos arquivos
imperiais. Não apenas isso, mas também desafia o próprio imperador Romano
(Antônio Pio) a confirmar tal fato. Obviamente ninguém iria cometer tal ato de
suicídio em caso que evidentemente Jesus Cristo não tivesse de fato passado por
esta terra e sofrido a morte e crucificação.
 
 
Tertuliano
 
 
 
 

 
Quintus Septimius Florens Tertullianus, conhecido como Tertuliano (160 - 220 dC)
foi Jurista e teólogo de Cartago. Seus escritos constituem importantes documentos
para a compreensão dos primeiros séculos do cristianismo. Ao fazer em 197 A.D.
uma defesa do cristianismo perante as autoridades romanas na África, Tertuliano
menciona a correspondência trocada entre Tibérío e Pôncio Pilatos:
 
"Portanto, naqueles dias em que o nome cristão começou a se tornar conhecido no
mundo, Tibério, tendo ele mesmo recebido informações sobre a verdade da
divindade de Cristo, trouxe a questão perante o Senado, tendo já se decidido a
favor de Cristo. O Senado, por não haver dado ele próprio a aprovação, rejeitou a
proposta. César manteve sua opinião, fazendo ameaças contra todos os acusadores
dos cristãos"(Apologia, V.2).
 
Por volta do ano 200 d.C., ao escrever sua Apologia Contra os Gentios (em defesa
dos cristãos), Tertuliano afirmou ao Senado de Roma: “Somos de ontem e já
enchemos o mundo e todos o vosso império, cidades, ilhas, aldeias, municípios,
assembléias, quartéis..., o palácio, o senado, o foro; só não quisemos ocupar os
vossos templos.”
 
De fato, o cristianismo já havia invadido o mundo daquela época. Os ateus, por
pura incredulidade, negam inteiramente os fatos e pregam que Cristo é um mito do
terceiro para o quarto século. Mais mito do que essa mentira ateísta, simplesmente
não existe. Quem prega que Jesus jamais existiu, não é um “cético”, mas sim
alguém que mostra um desconhecimento histórico mais do que gritante.
 
 
Públio Lêntulo
 
 

Públio Lêntulo foi governador da Judéia na época de


Cristo. No ano de 32 AD, ele dirigiu uma carta ao Senado Romano, apresentando
um retrato falado de Jesus. Esta descrição foi retirada de um manuscrito da
biblioteca de Lord Kelly, anteriormente copiada de uma carta original de Públio
Lêntulo em Roma. Era costume dos governadores romanos relatar ao Senado e ao
povo coisas que ocorriam em suas respectivas províncias no tempo do imperador
Tiberio César. Públio Lêntulo, que governou a Judéia antes de Pôncio Pilatos,
escreveu a seguinte epístola ao Senado relativo ao Nazareno chamado Yeshua
(Jesus), no princípio das pregações:

"Apareceu nestes nossos dias um homem, da nação Judia, de grande virtude,


chamado Yeshua, que ainda vive entre nós, que pelos Gentios é aceito como um
profeta de verdade, mas os seus próprios discípulos chamam-lhe o Filho de Deus -
Ele ressuscita o morto e cura toda a sorte de doenças. Um homem de estatura um
pouco alta, e gracioso, com semblante muito reverente, e os que o vêem podem
amá-lo e temê-lo; seu cabelo é castanho, cheio, liso até as orelhas, ondulado até
os ombros onde é mais claro. No meio da cabeça os cabelos são divididos,
conforme o costume dos Nazarenos. A testa é lisa e delicada; a face sem manchas
ou rugas, e avermelhada; o nariz e a boca não podem ser repreendidos; a barba é
espessa, da cor dos cabelos, não muito longa, mas bifurcada; a aparência é
inocente e madura; seus olhos são acinzentados, claros, e espertos - reprovando a
hipocrisia, ele é terrível; admoestando, é cortês e justo; conversando é agradável,
com seriedade. Não se pode lembrar de alguém tê-lo visto rir, mas muitos o viram
lamentar. A proporção do corpo é mais que excelente; suas mãos e braços são
delicados ao ver. Falando, é muito temperado, modesto, e sábio. Um homem, pela
sua beleza singular, ultrapassa os filhos dos homens. De letras, faz-se admirar de
toda cidade de Jerusalém, ele sabe todas as ciências e nunca estudou nada. Ele
caminha descalço e sem coisa alguma na cabeça. Muitos se riem, vendo-o assim,
porém em sua presença, falando com ele, tremem e admiram. Dizem que um tal
homem nunca fora ouvido por estas partes. Em verdade, segundo me dizem os
hebreus, não se ouviram jamais tais conselhos de grande doutrina, como ensina
este Jesus; muitos judeus o têm como divino e muitos me querelam, afirmando que
é contra lei de Tua Majestade; eu sou grandemente molestado por estes malignos
hebreus. Diz-se que este Jesus nunca fez mal a quem quer que seja, mas, ao
contrário, aqueles que o conhecem e com ele o têm praticado, afirmam ter dele
recebido grandes benefícios e saúde, porém à Tua obediência estou prontíssimo,
aquilo que Tua Majestade ordenar será cumprido”
 
Públius Lentulus foi predecessor de Pôncio Pilatos como governador da Judéia, na
época em que Jesus Cristo iniciou seu ministério.O texto original encontra-se na
biblioteca do Vaticano. Comprovada sua autenticidade, tornou-se, fora da Bíblia,
um dos documentos mais importantes sobre a pessoa do Senhor Jesus Cristo.
Sabemos também que após a crucificação de Cristo, Públius Lentulus tornou-se seu
seguidor e, juntamente com sua filha Lívia, levava a palavra de Deus aos povos da
época.

Este documento por si só prova a existência de Jesus e de suas virtudes porque o


senador Públio não iria perder tempo com qualquer um, muito menos o imperador
César que tinha interesses bem diferentes. É também a narrativa que mais se
aproxima das fotos de Jesus que conhecemos, mas o importante é o que Cristo foi
e não a sua aparência. Lentulus fala das grandes virtudes de Jesus, que jamais o
viram sorrindo, porém muitos o viram chorando. Chorando por quê? Provavelmente
pelas mazelas do mundo, pela cabeça dura do povo.
 
 
Talmude
 
Essa também é outra fonte de origem judaica e que
confirma a existência histórica de Jesus: o Talmude – coleção de doutrinas e
comentários acerca da lei, elaborada a partir do primeiro século da Era Cristã, por
rabinos que aproveitaram a “tradição dos anciãos” que vinha sendo transmitida
verbalmente pelos judeus, de geração em geração. Em meio a esses escritos
rabínicos, existem várias referências a Jesus. Sendo a codificação tardia de
tradições e de fatos, de interpretações e sentenças sobre a lei, além de incluir as
discussões apaixonadas de muitos rabinos, o Talmude, tanto na sua edição de
Jerusalém, como na de Babilônia, faz muitas referências a Jesus, tratando-o,
porém, quase sempre com preconceitos, mentiras ou hostilidades.

Todavia, apesar de todos esses sentimentos contra o nosso Salvador, o judaísmo, a


partir do nascimento de Jesus Cristo, sempre reconheceu sua existência histórica.
Embora falando mal de Jesus, os rabinos, cujos escritos foram reunidos no
Talmude, confirmam, direta ou indiretamente, que Jesus Cristo existiu, pregou sua
mensagem, confessou ser Deus e por isso foi condenado à morte. Alguns não
acreditam que o Yeshua do Talmude seria o mesmo Yeshua do Novo Testamento,
mas aqui apresentarei alguns fatos que levam a crer que o Jesus do Talmude é
mesmo o Jesus da Bíblia. Vejamos:
.
"Na véspera da páscoa, eles penduraram Yeshu (de Nazaré), sendo que o arauto
esteve diante dele por quarenta dias anunciando (YESHU DE NAZARÉ) vai ser
apedrejado por ter praticado feitiçaria e iludido e desencaminhado o povo de Israel.
Todos os que saibam alguma coisa em sua defesa que venham e suplique por ele.
Mas nada encontraram em sua defesa e ele foi PENDURADO A VÉSPERA DA
PÁSCOA” (Sinédrio da Babilônia,43a)
 
“Véspera da páscoa”!!!

O Talmude Babilônico diz: "... e penduraram-no na véspera da Páscoa". O título


que o Talmude dá a Jesus é "Ben Pandera” e "Jeshu ben Pandera". Muitos
estudiosos afirmam que "pandera" é um jogo de palavras, um trocadilho com a
palavra grega panthenos, que significa "virgem" chamando-o de "filho da
virgem". Joseph Klausner, um judeu, afirma que "o nascimento ilegítimo de Jesus
era uma idéia corrente entre os judeus..."

Além disso, a mais famosa dessas referências rabínicas a Jesus Cristo está ligada
ao nome de Eliezer ben Hyrcanos, um dos mais ilustres rabinos entre os tanains.
Esses tanains eram doutores na Lei e sucessores dos fariseus, que surgiram em
Jerusalém no final do 1º século da Era Cristã. Certa vez o rabino Eliezer foi preso
sob a acusação de heresia. Depois de haver passado alguns dias na prisão,
libertaram-no. No caminho de volta para sua casa, Eliezer encontrou-se com seu
amigo Akiba, e este, que estava mais ou menos informado sobre o caso, quis saber
mais detalhes sobre o motivo de sua prisão. Eis como o Talmude registra o diálogo:

“Mestre, tu deves ter ouvido uma palavra de minuth (heresia); essa palavra deu-te
prazer, e foi por isso que foste preso. Ele (Eliezer) respondeu: Akiba, tu fizeste-me
recordar o que se passou. Um dia que eu percorria o mercado de Séforis, encontrei
lá um dos discípulos de Jesus de Nazaré; Tiago de Kefar Sehanya era o seu nome.
Ele disse-me: Está escrito na vossa lei (Deuteronômio 23.18): ‘Não trarás salário
de prostituição nem preço de sodomita à casa do Senhor teu Deus por qualquer
voto...’ Que fazer dele? Será permitido usá-lo para construir uma latrina para o
Sumo Sacerdote? E eu não respondi nada. Disse-me ele: Jesus de Nazaré ensinou-
me isto: o que vem de uma prostituta, volte à prostituta; o que vem de um lugar
de imundícies, volte ao lugar de imundícies.’ Esta palavra agradou-me, e foi por tê-
la elogiado que fui preso como Minuth (herege)”

Sobre o texto acima, Klausner comenta: "Não resta dúvida de que as palavras 'um
dos discípulos de Jesus de Nazaré' e 'assim Jesus de Nazaré me ensinou' são, nesta
passagem, de uma data bem antiga e também são fundamentais no contexto da
história relatada”
 
Um argumento judaico contra Yeshua no Talmude é que o termo “mecurav
le’malchut” quer dizer "chegado da realeza". Yeshua era amigo de Alexandre Janeu,
o rei da época em Israel. O que significa o termo mecurav le’malchut em hebraico?

Alguns rabinos pensam que o real significado dessa frase (mecurav le’malchut) diz
respeito a Jesus pertencer à Casa Real de Davi, ou seja, que Jesus era descendente
do Rei Davi. Quer dizer que, nesse caso, estar ligado ao reino diz respeito a ser
pertencente à linhagem davídica, à realeza de Israel, e é por isso que não poderiam
se apressar em executá-lo sem esses quarenta dias, que serviram de salvaguarda e
para procurar por alguém que pudesse apresentar alguma defesa a favor dele. 

O Talmude registra os milagres de Jesus; não é feita nenhuma tentativa de negá-


los, mas relaciona-os como frutos de artes mágicas do Egito. Também sua
crucificação é datada como tendo "ocorrido na véspera da Festa da Páscoa", em
concordância com os evangelhos. Também de forma semelhante ao evangelho (Mat
27,51), o Talmude registra a ocorrência do terremoto e o véu do templo que se
dividiu em dois durante a morte de Jesus. Josefo, em sua obra "A Guerra Judaica"
também confirma esses eventos.
 
Estas são as referências judaicas sobre a existência histórica do Filho de Deus.
Existem outras deixadas por escritores romanos, gregos e siríacos, como, por
exemplo, o Sanhedrim 43a que também menciona os discípulos de Jesus. Mais uma
vez vimos que todas as tentativas ateístas de anular o Yeshua do Talmude como o
Yeshua do Novo Testamento fracassam pelas provas apresentadas, sendo assim,
tanto para judeus quanto para ateus, a tentativa de anular Jesus e sua existência
na história fracassam de forma devastadora.
 
 
Carta de Pilatos a Tibério
 
Este é um reimpresso de uma carta de Pôncio
Pilatos para Tibério César que descreve a aparência física de Jesus. As cópias estão
na Biblioteca Congressional em Washington, D.C. É bem provável que tenha sido
escrita nos dias que antecederam a crucifixação.

PARA TIBÉRIO CÉSAR:

"Um jovem homem apareceu na Galiléia que prega com humilde unção, uma nova
lei no nome do Deus que o teria enviado. No princípio estava temendo que seu
desígnio fosse incitar as pessoas contra os romanos, mas meus temores foram logo
dispersados. Jesus de Nazaré falava mais como um amigo dos romanos do que dos
judeus. Um dia observava no meio de um grupo um homem jovem que estava
encostado numa árvore, para onde calmamente se dirigia a multidão. Me falaram
que era Jesus. Este eu pude facilmente ter identificado tão grande era a diferença
entre ele e os que estavam lhe escutando. Os seus cabelos e barba de cor dourada
davam a sua aparência um aspecto celestial. Ele aparentava aproximadamente 30
anos de idade. Nunca havia visto um semblante mais doce ou mais sereno. Que
contraste entre ele e seus portadores com as barbas pretas e cútis morenas! Pouco
disposto a lhe interromper com a minha presença, continuei meu passeio mas fiz
sinal ao meu secretário para se juntar ao grupo e escutar. Depois, meu secretário
informou nunca ter visto nos trabalhos de todos os filósofos qualquer coisa
comparada aos ensinos de Jesus. Ele me contou que Jesus não era nem sedicioso
nem rebelde, assim nós lhe estendemos a nossa proteção. Ele era livre para agir,
falar, ajuntar e enviar as pessoas. Esta liberdade ilimitada irritou os judeus, não o
pobre mas o rico e poderoso". 

"...Depois, escrevi a Jesus lhe pedindo uma entrevista no Praetorium. Ele veio.
Quando o Nazareno apareceu eu estava em meu passeio matutino e ao deparar
com ele meus pés pareciam estar presos com uma mão de ferro no pavimento de
mármore e tremi em cada membro como um réu culpado, entretanto ele estava
tranqüilo. Durante algum tempo permaneci admirando este homem extraordinário.
Não havia nada nele que fosse rejeitável, nem no seu caráter, contudo eu sentia
temor na sua presença. Eu lhe falei que havia uma simplicidade magnética sobre si
e que a sua personalidade o elevava bem acima dos filósofos e professores dos
seus dias. Agora, ó nobre soberano, estes são os fatos relativos a Jesus de Nazaré
e eu levei tempo para lhe escrever em detalhes estes assuntos. Eu digo que tal
homem que podia converter água em vinho, transformar morte em vida, doença
em saúde; tranqüilizar os mares tempestuosos, não é culpado de qualquer ofensa
criminal e como outros têm dito, nós temos que concordar - verdadeiramente este
é o filho de Deus

Seu criado mais obediente,


Pôncio Pilatos”

Outro importante documento encontrado diz respeito a uma cópia autêntica da


Peça do Processo de Cristo, existente no Museu da Espanha:
     
“No ano dezenove de TIBÉRIO CÉSAR, Imperador Romano de todo o mundo,
Monarca invencível na Olimpíada cento e vinte e um, e Elíada vinte e quatro, da
criação do mundo, segundo o número e cômputo dos Hebreus, quatro vezes mil
cento e oitenta e sete, do progênio do Romano Império, no ano setenta e três, e na
libertação do cativeiro da Babilônia, no ano mil duzentos e sete, sendo governador
da Judéia QUINTO SÉRGIO, sob o regimento e governador da cidade de Jerusalém,
Presidente Gratíssimo, PÔNCIO PILATOS; regente na Baixa Galiléia, HERODES
ANTIPAS; pontífice do sumo sacerdote, CAIFÁS; magnos do Templo, ALIS ALMAEL,
ROBAS ACASEL, FRANCHINO CEUTAURO; cônsules romanos da cidade de
Jerusalém, QUINTO CORNÉLIO SUBLIME E SIXTO RUSTO, no mês de março e dia
XXV do ano presente - EU, PÔNCIO PILATOS, aqui Presidente do Império Romano,
dentro do Palácio e arquiresidência, julgo, condeno e sentencio à morte, Jesus
chamado pela plebe - CRISTO NAZARENO - e galileu de nação, homem sedicioso,
contra a Lei Mosaica - contrário ao grande Imperador TIBÉRIO CÉSAR. Determino e
ordeno por esta, que se lhe dê morte na cruz, sendo pregado com cravos como
todos os réus, porque congregando e ajustando homens, ricos e pobres, não tem
cessado de promover tumultos por toda a Judéia, dizendo-se filho de DEUS e REI
de ISRAEL, ameaçando com a ruína de Jerusalém e do sacro Templo, negando o
tributo a César, tendo ainda o atrevimento de entrar com ramos e em triunfo, com
grande parte da plebe, dentro da cidade de Jerusalém. Que seja ligado e açoitado,
e que seja vestido de púrpura e coroado de alguns espinhos, com a própria cruz
aos ombros para que sirva de exemplo a todos os malfeitores , e que, juntamente
com ele, sejam conduzidos dois ladrões homicidas; saindo logo pela porta  sagrada,
hoje ANTONIANA, e que se conduza JESUS ao monte público da Justiça, chamado
CALVÁRIO, onde, crucificado e morto ficará seu corpo na cruz, como espetáculo
para todos os malfeitores, e que sobre a cruz se ponha, em diversas línguas, este
título: JESUS NAZARENUS, REX JUDEORUM. Mando, também, que nenhuma pessoa
de qualquer estado ou condição se atreva, temerariamente, a impedir a Justiça por
mim mandada, administrada e executada com todo o rigor, segundo os Decretos e
Leis Romanas, sob as penas de rebelião contra  o  Imperador  Romano. 
Testemunhas  da  nossa  sentença: Pelas doze tribos de Israel: RABAIM DANIEL,
RABAM JOAQUIM BANICAR, BAN BASU, LARÉ PETUCULANI. Pelos fariseus:
BULLIENIEL, SIMEÃO, RANOL, BABBINE, MANDOANI, BANCURFOSSI. Pelos
hebreus: MATUMBERTO. Pelo Império Romano e pelo Presidente de Roma: LUCIO
SEXTILO e AMACIO CHILICIO”
 
Este documento é importantíssimo. Afinal, quem é que vai condenar uma pessoa
que não existe? Portanto ele prova a existência de Jesus. Embora evidentemente os
ateus questionem da autencidade destes documentos (o que é nada a mais do que
o papel de qualquer “bom ateu”), não há inteiramente nada que nos leve a duvidar
da validade destes ofícios, uma vez que já foram encontradas inúmeras cópias de
documentos e processos legítimos relacionados a outros temas, os quais ninguém
questiona sua validade.
 
Claro, quando o assunto é com Jesus Cristo, o melhor que eles fazem é duvidarem
e zombarem, afinal, para gente que não tem argumentos apenas resta-lhes
apelação. Vale também ressaltar aqui que o próprio Pilatos foi questionado pelos
incrédulos (ateus), até que uma descoberta acabou por confirmar a sua
historicidade, conforme fornecido por Michael J. Howard, que trabalhou junto com a
expedição a Cesaréia, em Israel, em 1979.
 
“Por 1900 anos”, escreveu, “Pilatos só existia nas páginas dos Evangelhos e nas
vagas lembranças dos historiadores romanos e judeus. Quase nada se sabia sobra
a vida dele. Alguns afirmavam que sequer existira. Mas, em 1961, uma expedição
arqueológica italiana trabalhava nas ruínas de antigo teatro romano em Cesaréia.
Um operário revirou uma pedra que tinha sido usada em uma das escadarias. No
reverso havia a seguinte inscrição, parcialmente obscurecida, em latim:
‘Caesariensibus Tiberium Pontius Pilatus Praefectus Iudaeae’. (Ao povo de Cesaréia,
Tibério Pôncio Pilatos, Prefeito da Judéia). Foi um golpe fatal nas dúvidas sobre a
existência de Pilatos ... Pela primeira vez havia evidencia epigráfica contemporânea
da vida do homem que ordenara a crucificação de Cristo”, (João 19, 13-16; Atos
4,27)
 
Como vemos, sempre a arqueologia e a historicidade são fortes barreiras para as
objeções ateístas.
 
 
O Volume Archko
 

Outra descrição de Jesus foi encontrada em "O Volume


Archko" que contém documentos de tribunais oficiais dos dias de Jesus. Esta
informação confirma que Ele veio de segmentos raciais que tiveram olhos azuis e
cabelos dourados (castanhos claros). O Volume de Archko, traduzido pelos Drs.
McIntosh e Twyman do Antiquário Lodge, em Genoa, Itália, a partir dos
manuscritos em Constantinopla e dos registros do Sumário do Senado levado do
Vaticano em Roma (1896). No capítulo intitulado "A Entrevista de Gamaliel" está
declarado relativo ao aparecimento de Jesus (Yeshua):

"Eu lhe pedi que descrevesse esta pessoa para mim, de forma que pudesse
reconhece-lo caso o encontrasse. Ele disse: 'Se você o encontrar [Yeshua] você o
reconhecerá. Enquanto ele for nada mais que um homem, há algo sobre ele que o
distingue de qualquer outro homem. Ele é a "cara da sua mãe", só não tem a face
lisa e redonda. O seu cabelo é um pouco mais dourado que o seu, entretanto é
mais queimado de sol do que qualquer outra coisa. Ele é alto, e os ombros são um
pouco inclinados; o semblante é magro e de uma aparência morena, por causa da
exposição ao sol. Os olhos são grandes e suavemente azuis, e bastante lerdos e
concentrados....'. Este judeu [Nazareno] está convencido ser o messias do mundo.
[...] esta é a mesma pessoa que nasceu da virgem em Belém há uns vinte e seis
anos atrás..."

Note também as semelhanças marcantes com as outras descrição físicas de


Jesus. Seria mera coincidência?!
 

O Ossuário do Irmão de Jesus


 
 
Essa é a primeira descoberta arqueológica referente a Jesus e Sua família. O
ossuário (urna funerária, foto ao lado) de Tiago data do século 1 e traz a inscrição
em aramaico "Tiago, filho de José, irmão de Jesus" (Ya'akov bar Yosef achui
d'Yeshua). Oculto por séculos, o ossuário foi comprado muitos anos atrás por um
colecionador judeu que não suspeitou da importância do artefato. Só quando o
renomado estudioso francês André Lemaire viu na urna, em abril de 2002, a
inscrição na língua falada por Jesus, foi que se descobriu sua importância. O
ossuário foi submetido a testes pelo Geological Survey of State of Israel e
declarado autêntico. Segundo o jornal The New York Times, "essa descoberta pode
muito bem ser o mais antigo artefato relacionado à existência de Jesus".

O livro O Irmão de Jesus(Editora Hagnos, 247 p.) trata justamente da descoberta


do ossuário de Tiago. A autoria é de Hershel Shanks, fundador e editor-chefe
daBiblical Archaeology Review, e de Ben Witherington III, especialista no Jesus
histórico e autor de vários livros sobre Jesus e o Novo Testamento. Hershel conduz
a história de maneira muito interessante, revelando os bastidores da descoberta e
as reações a ela, afinal, o ossuário, além de autenticar materialmente o Jesus
histórico, afirma que Ele tinha um irmão chamado Tiago, filho de José e,
possivelmente, também de Maria. Segundo a revista Time, trata-se de "uma
história de investigação científica com alta relevância para o cristianismo", talvez
por isso mesmo deixada de lado por setores da mídia secular e antirreligiosa.
 
O objeto data de 63 d. C. Era comum os judeus da época 20 a . C. a 70 d.C.
usarem os ossuários para colocar seus despojos finais. A inscrição também diz
respeito a José pai de Tiago que também é pai de Jesus. Tiago é considerado irmão
de Jesus no Novo Testamento e líder da igreja em o Livro dos Atos e nas cartas de
Paulo. No século primeiro o historiador judeu Josephus escreveu que “o irmão de
Jesus” de nome Tiago, foi apedrejado até a morte. Portanto, trata-se do mesmo
Tiago.
 
 
Rei Abgar V
 

Abgar V ou Abgarus V de Edessa (reinou entre 4 AC – 7


DC e de 13 – 50 DC), foi rei do reino de Osroene, situando a sua capital em Edessa,
na Mesopotâmia (atual Síria). Ele foi convertido ao cristianismo por Addai, um dos
setenta e dois discípulos de Jesus, conforme registros muito antigos. Durante
escavações no sul da Turquia, feitas por arqueólogos, foi encontrada uma biblioteca
do início da Era Cristã e fragmentos da carta de Anan, secretário do rei Abgar:
 
“No século XIX, arqueólogos ingleses e franceses descobriram uma biblioteca no sul
da Turquia datada dos primeiros anos da Era Cristã. Entre muitos textos, foram
encontrados fragmentos de cartas do escrivão Labubna relatando viagens de Anan,
secretário do rei Abgar V, que reinou do ano 13 ao 50 d.C. na cidade de Edessa,
atual Urfa, na Turquia” (PASTRO, Arte Sacra, p.182)
 
Tal documento diz:
 
“Abgar, toparca da cidade de Edessa, a Jesus Cristo, o excelente médico que surgiu
em Jerusalém, salve! Ouvi falar de ti e das curas que realizas sem remédios.
Contam efetivamente que fazes os cegos ver, os coxos andar, que purificas os
leprosos, expulsas os demônios e os espíritos imundos, curas os oprimidos por
longas doenças e ressuscitas os mortos. Tendo ouvido falar de ti tudo isso, veio-me
a convicção de duas coisas: ou que és Filho daquele Deus que realiza estas coisas,
ou que és o próprio Deus. Por isso escrevi-te pedindo que venhas a mim e me
cures da doença que me aflige e venhas morar junto a mim. Com efeito, ouvi dizer
que os judeus murmuram contra ti e te querem fazer mal. Minha cidade é muito
pequena, é verdade, mas honrada e bastará aos dois para nela vivermos em
paz” (GHARIB, Os Ícones de Cristo, p.43)

O historiador eclesiástico do século IV Eusébio (Bispo de Cesareia) também


registrou em sua “História Ecclesiastica” (325 AD) a correspondência trocada entre
Abgaro de Edessa e Jesus. Eusébio estava convicto que as cartas originais, escritas
em síriaco, estavam arquivadas em Edessa, e inclui na sua obra o texto das duas
cartas. Eusébio também afirma que, no momento devido, Addai, um dos setenta e
dois discípulos conhecido por Tadeu de Edessa, foi enviado por Tomé (apóstolo) em
29 AD.
 
Tudo isso nos mostra, novamente, que a História e a Arqueologia corroboram
juntas com os evangelhos bíblicos, em direto detrimento com as suposições
ateístas.
 
 
Considerações Finais
 
A luz de todas as evidências históricas e arqueológicas, apenas alguém que possui
uma gritante falta de conhecimento da História para negar a existência real de
Jesus Cristo por esta terra. Na verdade, a maioria dos ateus concordam com a
existência legítima de Cristo, senão alguns poucos que querem por si mesmos
continuar na ignorância histórica; não, porém, por terem qualquer tipo de
argumento útil ou favorável a eles, mas puramente porque “o deus deste século
cegou o entendimento dos incrédulos para que não lhes resplandeça a luz do
evangelho da glória de Cristo” (2Co.4:4).
 
Os livros ateístas que são feitos com o intuito de negar a existência história de
Jesus são gritantemente vergonhosos, não possuem o mínimo respaldo histórico,
estão repletos de achismo (na verdade, todo o conteúdo é puro achismo) e, claro,
muita, muita ignorância. A verdade é que a incontestável passagem do Messias
entre nós remete necessariamente a um outro ponto importante: Se tudo isto que
Jesus disse e acreditou, fosse mentira, então ele seria um paranóico, um visionário,
um farsante, um delirante como tantos que já houve.
 
Se Jesus não acreditou no que dizia, ameaçando até de perda de quem não cresse
nele, então ele seria o mais refinado vigarista, embusteiro e impostor, digno de
cadeia, pois o que ele ensinava e exigia era sério demais para a vida das pessoas.
Das duas uma, então, ou Jesus era Deus, ou era um impostor, um louco
varrido.Ademais, todos os milagres realizados por Jesus, confirmados não apenas
na Bíblia como também na história por escritores não-cristãos (mas que não
negavam que ele realizasse feitos extraordinários e incomuns) corroboram
juntamente para o fato de que, realmente, Jesus é o Deus Eterno, o Pai da
Eternidade que se fez carne a fim de habitar entre nós.
 
A sua vida, os seus milagres, a sua morte e consequente ressurreição dentre os
mortos não nos deixa alguma dúvida, senão confessarmos que “Tú és o Cristo, o
Filho do Deus vivo”(Mt.16:16).Mais ainda do que isso, podemos ver, a partir de
relatos por escritores não-cristãos do primeiro e segundo século, vários
aspectos importantes a respeito de Jesus e que se assemelham nitidamente com o
que dele é escrito pelo Novo Testamento, a saber:
 
(1) Foi morto e crucificado, mas os discípulos estavam realmente certos de que ele
havia ressuscitado (Josefo)
 
(2) Tinha um irmão chamado Tiago (Josefo)
 
(3) Os seguidores foram feitos objetos de esporte, foram amarrados nos
esconderijos de bestas selvagens e feitos em pedaços por cães, ou cravados em
cruzes, ou incendiados, e, ao fim do dia, eram queimados para servirem de luz
noturna (Tácito)
 
(4) Os cristãos (seus seguidores) foram destinados ao suplício (Suetônio)
 
(5) Os judeus foram expulsos de Roma por causa de Cristo (Suetônio)
 
(6) Era o homem crucificado na Palestina por introduzir uma nova seita no
mundo (Luciano de Samosata)
 
(7) Seus seguidores continuam se reunindo regularmente para lhe prestar culto
como a Deus(Plínio)
 
(8) Seus discípulos se recusavam a prestar culto aos deuses romanos (Luciano de
Samosata)
 
(9) Seus seguidores se recusavam a amaldiçoá-lo, mesmo sob tortura (Plínio)
 
(10) Eram castigados em caso de não se arrependerem e começassem a adorar os
deuses pagãos (Imperador Trajano)
 
(11) Na sua morte ocorreu um eclipse do sol durante a lua cheia (Flêgão)
 
(12) É comparado a Sócrates e Pitágoras pela sua sabedoria (Mara Bar-Serapião)
 
(13) Morreu crucificado (Justino)
 
(14) Realizou muitos milagres reconhecidos pelos próprios romanos (Justino)
 
(15) Ressuscita os mortos e cura os enfermos (Públio Lêntulo)
 
(16) Foi crucificado na véspera da páscoa (Talmude)
 
(17) Podia converter água em vinho, transformar morte em vida, doença em
saúde; tranquilizar os mares tempestuosos (Pilatos)
 
(18) Dizia-se “Filho de Deus” e “Rei de Israel” (Peça do Processo de Cristo – Museu
da Espanha)
 
(19) Era alto, e os ombros são um pouco inclinados; o semblante é magro e de
uma aparência morena, por causa da exposição ao sol (Volume Archko)
 
(20) Tinha um irmão chamado Tiago e um pai chamado José (Ossuário do Irmão
de Jesus)
 
(21) Fazia os cegos ver, os coxos andar, purificava os leprosos, expulsava os
demônios e os espíritos imundos, curava os oprimidos por longas doenças e
ressuscitava os mortos (Rei Abgar V)
 
(22) Foi chamado de “Cristo” (Josefo)
 
(23) Praticou “magia”, conduzindo Israel a novos ensinamentos (Talmude da
Babilônia)
 
(24) Afirmou ser Deus e que retornaria (Eliezer)
 
(25) Morreu na época da lua cheia da Páscoa (Talo)
 
(26)O cristianismo espalhou-se rapidamente, chegando até Roma (Tertuliano)
 
(27) Trevas e um terremoto aconteceram quando ele morreu (Talo)
 
(28) Seus discípulos estavam dispostos a morrer por sua crença (Plínio)
 
(29) Foi pendurado a véspera da Páscoa (Sinédrio da Babilônia)
 
(30) Seus discípulos o chamavam de “Filho de Deus” (Públio Lêntulo)
 
Como vemos, não apenas podemos com grande facilidade confirmar a existência
histórica de Jesus fora dos Evangelhos e das demais fontes cristãs, como também
podemos reproduzir vários fatos de sua vida ou de seus seguidores que também
corroboram com os escritos cristãos bíblicos. A história secular sempre apoiou a
existência de Jesus, e não apenas isso, como também atesta para a sua grande
sabedoria e em especial seus feitos miraculosos. Portanto, não há absolutamente
nenhuma razão lógica para questionarmos a validade dos escritos
neotestamentários sobre a pessoa de Jesus Cristo.
 
Para alguém negar a existência de Jesus como pessoa real, teria necessariamente
também que negar em completo a existência histórica de Sócrates, Pitágoras,
Platão, Aristóteles, Alexandre o Grande, Tibério César e de praticamente toda a
história antiga, porque temos muitíssimas mais provas históricas de Jesus do que
todos estes juntos! Qualquer um que tenha um mínimo de ceticismo percebe
claramente como é gritante a ignorância ateísta em negar a existência de Jesus.
 
Poucos fatos da história antiga, por exemplo, são mais "extraordinários" do que os
feitos de Alexandre, o Grande (356-323 a.C.). Apesar de ter vivido apenas 33 anos,
Alexandre alcançou um sucesso sem paralelo. Ele conquistou grande parte do
mundo civilizado de sua época, desde a Grécia, indo ao leste da Índia e ao sul do
Egito. Contudo, como sabemos tudo isso sobre Alexandre? Não temos fontes da
época de sua vida ou de pouco tempo depois de sua morte. Temos apenas
fragmentos de duas obras escritas cerca de cem anos depois de sua morte. A
verdade é: baseamos quase tudo o que sabemos sobre a vida "extra-ordinária" de
Alexandre, o Grande, daquilo que historiadores escreveram cerca de 300 a 500
anos depois de sua morte!
 
Tome também, por exemplo, o imperador romano da época de Cristo: Tibério
César.Quantas fontes não-cristãs fazem menção a Jesus? Temos, no mínimo,
outros 15 escritores não-cristãos conhecidos que mencionam Jesus num período de
até 150 anos depois de sua morte. Por outro lado, nesses mesmos 150 anos,
existem nove fontes não-cristãs que mencionam Tibério César,
o imperador romano dos tempos de Jesus! Assim, descontando todas as fontes
cristãs, em relação ao imperador romano existe uma fonte a mais que menciona
Jesus. Se você incluir as fontes cristãs, os autores que mencionam Jesus superam
aqueles que mencionam Tibério numa proporção de 43 para 10!
 
À luz das robustas evidências favoráveis à vida de Cristo, qualquer um
que questione da historicidade de Cristo deveria necessariamente duvidar da
historicidade de Alexandre, o Grande, do imperador romano Tibério César e da
grandíssima maioria dos personagens históricos que aparecem nos livros de
História. Tal “cético” seria alguém com um conhecimento histórico zero e uma
mentalidade completamente fechada. De fato, para ser coerente, tal cético
deveria duvidar de toda a história antiga, e, por fim, da sua própria
existência.
 
 
Os escritos cristãos são antigos?
 
I-Evidências Históricas
 
Em uma tentativa desesperada de negar todas as evidências dos escritores cristãos
acerca da historicidade de Cristo, os ateus lançam os evangelhos para o terceiro ou
quarto século (varia dependendo do tamanho do desespero do amigo “cético”) e,
assim, acham eles que o “problema” relacionado aos evangelhos é resolvido. Em
primeiro lugar, cabe aqui relatar novamente que isso não tem qualquer base
histórica (como também o resto de todas as suas argumentações) e, mais uma vez,
são argumentos sustentados sobre achismos e falácias de acordo com aquilo que
eles querem.
 
Na verdade, tudo o que eles querem é mudar a História Antiga, porque ela é
assustadoramente contra as suas pretensões. O resultado não poderia ser um
desastre ainda maior. Veremos a seguir várias provas históricas e arqueológicas
que nos mostram claramente que os evangelhos bíblicos foram, de fato, feitos já no
primeiro século (como também corriam nas primeiras comunidades cristãs já
existentes na época). Os pais da igreja primitiva — homens dos séculos I e II como
Justino Mártir, Ireneu, Clemente de Alexandria, Orígenes, Tertuliano e outros —
fizeram tantas citações do NT (36.289 vezes, para ser mais exato) que todos os
versículos do NT, com exceção de apenas 11, poderiam ser reconstituídos
simplesmente de suas citações.
 
Em outras palavras, você poderia ir até a biblioteca pública, analisar as obras dos
pais da igreja primitiva e ler praticamente todo o NT simplesmente com base nas
citações que eles fizeram! Desse modo, nós não apenas temos milhares de
manuscritos, mas milhares de citações desses manuscritos. Isso torna a
reconstrução do texto original praticamente precisa, e nos faz ter idéia de que o NT
fatualmente foi escrito antes destes homens. Afinal, como é que você vai fazer uma
citação de algum documento que só vai ser criado vários séculos depois? Essa
pergunta atormenta os ateus, que não tem como escaparem de todasas evidências.
 
Todos os livros do NT foram escritos antes do ano 100 d.C. (cerca de 70 anos
depois da morte de Jesus). Como mostra a tabela 9.1, em cartas escritas entre os
anos 95 e 110 d.C, três pais da igreja primitiva — Clemente, Inácio e Policarpo —
citaram passagens de 25 dos 27 livros do NT. Somente os pequenos livros de Judas
e 2João não foram citados, mas certamente já tinham sido escritos (Judas teria
escrito sua pequena carta nessa época porque, sendo o meio irmão de Jesus, muito
provavelmente já estava morto no ano 100; 2João fora escrita porque ela é
anterior a 3João, que é um dos 25 livros citados).
 

DOCUMENTOS DO NOVO TESTAMENTO CITADOS POR:

Inácio, escrevendo de Policarpo, escrevendo


Clemente, escrevendo
Esmirna, na Ásia de Esmirna, na Ásia
de Roma (c. 95 d.C.)
Menor (c. 107) Menor (c. 110)

Mateus Mateus Mateus


Marcos Marcos Marcos
Lucas Lucas Lucas
Romanos João João
l Coríntios Atos Atos
Efésios Romanos Romanos
1 Timóteo l Coríntios l Coríntios
Tito 2 Coríntios 2 Coríntios
Hebreus Gálatas Gálatas
Tiago Efésios Efésios
l Pedro Filipenses Filipenses
Colossenses Colossenses
1 Tessalonicenses 2 Tessalonicenses
l Timóteo l Timóteo
2Timóteo 2 Timóteo
Tito Hebreus
Filemom l Pedro
Hebreus l João
Tiago
l Pedro
2 Pedro
l João
3 João
Apocalipse
 
Uma vez que Clemente estava em Roma e Inácio e Policarpo estavam a centenas
de quilômetros de distância, em Esmirna, os documentos originais do NT
precisariam ter sido escritos muito tempo antes, caso contrário não poderiam ter
circulado por todo o mundo antigo daquela época. Portanto, é seguro dizer que
todo o NT já havia sido escrito por volta do ano 100 e pelo menos todos os livros
que constam na primeira coluna da esquerda foram escritos vários anos antes de
95. Portanto, fica mais do que evedente que, mais uma vez, os ateístas dão “bola
fora” em questão de História.
 
 
II-Evidências Arqueológicas
 
Os Evangelhos dizem-nos imensas coisas sobre Jesus. Mesmo se o seu objetivo,
propriamente dito, não é contar a história dia a dia nem fazer a descrição
jornalística como gostaríamos hoje de fazer. Contudo, eles são muito mais precisos
do que se pensou durante muito tempo. Acontece que estão cheios de pormenores
acerca das cidades e aldeias do tempo, das maneiras de viver, de falar, acerca das
personagens oficiais. A história e a arqueologia confirmam que todos estes
elementos são exatos, verídicos.
 
Aliás, certos pormenores não podiam ter sido inventados ou escritos mais tarde
porque certas instituições, certas práticas tinham mudado pouco tempo depois da
morte de Jesus, particularmente no ano 70 AD, ano da destruição de Jerusalém.
1900 anos depois dos acontecimentos, descobre-se que os Evangelhos é que
tinham razão ao contrário do que, durante muito tempo, os historiadores julgaram
que estava errado, precisamente em algumas das suas passagens. Segue-se abaixo
algumas das muitas provas que poderiam ser mencionadas como provas
arqueológicas e/ou lógicas favoráveis ao evangelhos serem datados já do primeiro
século:
 
(1) No Evangelho segundo S. João, considerado o mais espiritual e, portanto, o
menos concreto, menos preciso, mais afastado dos tempos e dos locais,
encontramos o nome de mais vinte localidades concretas do que nos outros três
evangelistas. Um certo número destas localidades desapareceram completamente e
puderam ser identificadas. Só recentemente os historiadores puderam provar a sua
existência.
 
(2) Também em dada altura se perguntou se a localidade de Nazaré não tinha sido
inventada pelos Evangelhos. Por quê? Porque o Antigo Testamento e os antigos
comentários hebraicos não falam dela. Críticos e jornalistas fizeram disto um
romance completo. Mas, na realidade, já em 1962, uma equipa de arqueólogos
israelitas, dirigida pelo prof. Avi Jonah tinha encontrado nas ruinas de Cesareia
Marítima uma placa gravada em hebreu, datando do século III antes de Cristo e
com o nome da aldeia de Nazaré. Fodas as teorias montadas para provar que os
evangelistas teriam inventado a localidade de Nazaré, porque esta palavra tinha um
alcance simbólico, caíram à água.
 
(3) Encontrou-se em Jerusalém, a "piscina dos cinco pórticos", a piscina de
Bethesda, perto da porta das Ovelhas, que os críticos pensaram ser uma realidade
mítica.
 
(4) Em 1927, o arqueólogo francês Vincent encontrou o lithostrotos ou Gabbatha.
Esse espaço lajeado do pretório em que Jesus esteve quando compareceu diante de
Pilatos (Evangelho segundo S. João, capítulo 19, versículo 13). Quanto ao próprio
Pilatos, o prefeito romano que condenou Jesus à morte e do qual não se encontrava
rasto concreto ao longo de dezoito séculos, arqueólogos italianos encontraram em
1961, também nas ruinas de Cesaréia Marítima, o seu nome gravado numa pedra
com o seu título exato: praefectus.
 
(5)São João cita detalhes do Templo: a piscina de Betesda (Jo 5,2), o Lithóstrotos
ou Gábala (Jo 19, 13), e muitas outras coisas reais que somente nos nossos dias
que a arqueologia foi comprová-la.
 
(6)São Lucas, que não era apóstolo e nem judeu, fala dos imperadores Cesar
Augusto, Tibério; cita os governadores da Palestina: Pôncio Pilatos, Herodes, Filipe,
Lisânias, Anás e Caifás; todos corretamente e confirmados historicamente (Lc
2,1;3,1).
 
(7)A arqueologia confirmou o uso de jarros de água feitos de pedra nos tempos do
NT (Jo 2.6)
 
(8) arqueologia confirma o lugar correto do poço de Jacó (Jo 4:6)
 
(9) A arqueologia confirma a correta localização e a descrição de cinco entradas no
tanque de Betesda (Jo 5.2). Escavações realizadas entre 1914 e 1938 revelaram o
tanque, e ele era exatamente como João o havia descrito. Uma vez que essa
estrutura não mais existia depois de os romanos terem destruído a cidade no ano
70 d.e, é improvável que qualquer outra testemunha não ocular pudesse tê-lo
descrito com tal nível de detalhes. Além do mais, João diz que essa estrutura "está"
ou "existe" em Jerusalém, implicando que está escrevendo antes do ano 70.
 
(10)A arqueologia confirmou a existência e a localização do tanque de Siloé (Jo
9.7)
 
Como vemos, os evangelistas narram corretamente detalhes históricos,
geográficos, políticos e religiosos da Palestina. Esta verificação a partir dos dados
arqueológicos, geográficos e políticos podiam ser muito mais desenvolvidos. Não
temos grande espaço para fazê-lo aqui, mas cada um poderá compreender até que
ponto, com os dados que expusemos acima, este trabalho é sólido. A descrição dos
locais, dos monumentos, dos responsáveis políticos e religiosos é muito importante:
na verdade, depois do ano 70 e do esmagamento da revolta dos judeus por Tito,
muitas destas coisas desapareceram ou foram definitivamente modificadas.
 
Aqueles que foram capazes de descrevê-las tais como foram antes são boas
testemunhas: contam-nos a vida da Palestina como eles próprios a viveram antes
do ano 70 AD. Portanto, em termos de manuscritos antigos que sirvam como
provas, esta forte é extraordinária prova da existência de um homem chamado
Jesus em Israel no começo do primeiro século d.C.
 
 
Conclusão Final
 
Aqui fiz questão de ressaltar essencialmente o caráter dos escritos não-cristãos
como provas da existência histórica de Cristo, fato este inegável e incontestável a
luz de todas as evidências, como mostramos ao longo de todo este estudo.
Presisamos manter em mente que a maioria dessas fontes não eram apenas
seculares, mas também anti-cristãs. Esses autores seculares, inclusive os escritores
judeus, não desejavam ou intencionavam promover o Cristianismo. Eles não tinham
motivação alguma para distorcer seus registros em favor do Cristianismo. Plínio
realmente punia os cristãos pela sua fé. Se Jesus fosse um simples mito ou sua
execução uma mentira, Tácito teria relatado tal fato; certamente, ele não teria
ligado a execução de Jesus com líderes romanos.
 
Esses escritos, portanto, apresentam Jesus como um personagem real e histórico.
Negar a confiabilidade dessas fontes que citam Jesus seria negar todo o resto da
história antiga.Além disso, conforme observa Peter Kreeft, “por que os apóstolos
mentiriam? ... se eles mentiram, qual foi sua motivação, o que eles obtiveram com
isso? O que eles ganharam com tudo isso foi incompreensão, rejeição, perseguição,
tortura e martírio. Que bela lista de prêmios!” Embora muitas pessoas venham a
morrer por uma mentira que considerem verdade, nenhuma pessoa sã morrerá por
aquilo que sabe que é uma mentira.
 
O maior fato histórico, o que pra mim é mais persuasivo, é o esforço missionário da
Igreja de Cristo logo no primeiro século. Ser um missionário religioso naquela
época era uma aventura, não era algo fácil muito menos seguro. Ser missionário
era desafiar o perigo e enfrentar a própria morte, pregando a mensagem "maluca"
que um homem havia ressuscitado. Admitiu-se que, se aqueles homens estavam
dispostos a enfrentar o perigo e arriscar as próprias vidas, é porque a ressurreição
do mestre a quem pregavam de fato ocorreu. Geralmente pretende-se refutar este
raciocínio com a citação de episódios considerados de extremo fanatismo.
 
Dependendo do episódio citado, pode-se dizer que a comparação é inadequada por
mais de uma razão, mas existe um motivo fundamental que distingue o
proselitismo dos apóstolos primitivos dos demais. É muito pouco provável que uma
pessoa que arrisque sua própria vida não acredite na causa em que está engajada.
As pessoas em questão que arriscavam a própria vida alegavam ser testemunhas
oculares da ressurreição do Salvador. Elas não só acreditavam na causa como
acreditavam em suas próprias alegações de terem visto o Senhor Ressurreto, terem
conversado com Ele e terem tocado em seu corpo.
 
Se a vida e os milagres de Jesus Cristo foram tudo farsa, ou mentirosos, então os
seus discípulos – que foram testemunhas oculares de tudo isso – iriam aceitar
serem martirizados, perseguidos, ou  crucificados? (de fato a história mostra que
Pedro foi crucificado de cabeça para baixo, porque não se achava no mérito de
morrer da mesma maneira de seu mestre!). Temos que lembrar que naquela época
não existiam “truques de mágica” para enganar ao ponto de fingir andar sobre as
águas, multiplicar pães e peixes, curar o leproso ou ressuscitar! Se os discípulos
que andaram junto com ele sabiam que era tudo uma história mentirosa, eles
dariam a própria vida por isso?
 
Aceitariam serem perseguidos, açoitados, martirizados, crucificados de cabeça para
baixo por uma mentira? Qualquer leitor que é realmente aberto à verdade, não irá
negar o fato de que Jesus Cristo, o Nazareno, era e é o Messias descrito na Bíblia, o
Salvador do mundo e consumador da nossa fé! E esse mesmo Jesus oferece a
salvação a todos. A salvação está à disposição de todos, mas nem todos aceitam a
salvação que vem pela graça. “Eis que estou a porta e bato; se alguém ouvir a
minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele
comigo”(Ap.3:20). E esse mesmo Jesus disse: “Portanto, todo aquele que me
confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante de meu Pai, que
está nos céus. Mas todo aquele que me negar diante dos homens, eu
negarei também diante de meu pai que está nos Céus"(Mt.10:32,33)
 
Os apóstolos e evangelistas nunca teriam inventado um Messias do tipo de Jesus:
Deus-homem, crucificado (escândalo para os judeus e loucura para os gregos -
(1Co.1:23). Os relatos dos Evangelhos mostram um Jesus bem diferente do modelo
do Messias “libertador político” que os judeus aguardavam, e homens rudes da
Galiléia não teriam condições de forjar um Jesus tão sábio, santo, inteligente,
desconcertante. Será que um mito poderia sustentar os cristãos diante de 250 anos
de martírios e perseguições? Tertuliano (†220), de Cartago: “o sangue dos mártires
era semente de novos cristãos”. Será que um mito poderia provocar tantas
conversões?
 
Encerramos esta série de documentos com a carta do Imperador Maximino Daia,
dirigida a Sabino, no início do IV século d.C., e reproduzida por Eusébio de Cesaréia
em sua clássica e famosíssima História Eclesiástica, mostrando o quanto o
Evangelho havia penetrado no mundo daquela época: “...Os nossos senhores e pais
Diocleciano e Maximiniano deram-se conta que quase todos os homens,
abandonando o culto dos deuses imortais, entregaram-se à seita dos cristãos”. Os
lábios dos que já provaram o gosto da salvação têm a responsabilidade de
apresentar, em circunstâncias as mais diversas, as provas da grandiosidade,
propagação e autenticidade do cristianismo.
 
A própria Enciclopédia britânica emprega 20.000 palavras para descrever a pessoa
de Jesus. Tal descrição ocupa mais espaço do que o que foi dado a Aristóteles,
Cícero, Alexandre, Júlio César, Buda, Confúcio, Maomé ou Napoleão
Bonaparte. Acerca do testemunho de muitos relatos seculares independentes sobre
Jesus de Nazaré, essa enciclopédia registra:

“Esses relatos independentes comprovam que nos tempos antigos até mesmo os
adversários do cristianismo jamais duvidaram da historicidade de Jesus, a qual,
pela primeira vez e em bases inadequadas, veio a ser questionada por vários
autores do fim do século dezoito, do século dezenove e do início do século vinte"
 
Mateus 16
15Disse-lhes ele: E vós, quem dizeis que eu sou? 
16 E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do
Deus vivo.
 
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Por: Lucas Banzoli.
Esta é uma matéria extraída de várias obras literárias.

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