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“Naquela época vivia Jesus, homem sábio, se é que o podemos chamar de homem.
Ele realizava obras extraordinárias, ensinava aqueles que recebiam a verdade com
alegria e fez-se seguir por muitos judeus e gregos. Ele era o Cristo. E quando
Pilatos o condenou à cruz, por denúncia dos maiorais da nossa nação, aqueles que
o amaram antes continuaram a manter a afeição por ele. Assim, ao terceiro dia, ele
apareceu novamente vivo para eles, conforme fora anunciado pelos divinos profetas
a seu respeito, e muitas coisas maravilhosas aconteceram. Até a presente data
subsiste o grupo dos cristãos, assim denominado por causa dele” (Antiquites, VIII,
III)
Devido à magnitude destas afirmações, alguns críticos, em sua incredulidade, têm
relutado em aceitar este texto de Flávio Josefo como totalmente de sua autoria,
afirmando que ele foi retocado por algum cristão primitivo. O termo que se usa
para isto é interpolação, ou seja: teriam sido acrescentadas às palavras de Josefo –
precisamente as que estão italizadas no texto acima – várias palavras que, segundo
os críticos, não existiam no texto original. Porém, sendo totalmente autêntica ou
não, ele é um testemunho de que Jesus realmente existiu.
Além disso, eruditos e sábios cristãos como Harnack, C. Burkitt e Emery Barnes,
após longos e minuciosos estudos estilísticos e filológicos das Antiguidades,
afirmaram que o texto de Josefo sobre Jesus é autêntico em sua totalidade.
Ademais, mesmo que um cristão tenha forjado o texto de Josefo ao copiar o
manuscrito, temos vários manuscritos da mesma obra, com origens diferentes, e
que provam a existência de Jesus de qualquer jeito, sem os pormenores em itálico
no texto acima. Por exemplo, o texto árabe – que muitos dizem ser as verdadeiras
palavras de Josefo – também atesta para a existência de Jesus. Analisaremos tal
texto.
Texto Árabe:
Temos aqui não apenas outra referência do séc.I feita a Jesus pelo historiador
Flávio Josefo, mas também a confirmação de que tinha um irmão chamado Tiago
que, obviamente, não era bem visto pelas autoridades judaicas. Não há sequer
nenhuma pista que este outro texto possa ser forjado e, além disso, a Igreja não
teria a menor razão para adulterar tal texto de Josefo, uma vez que ela prega
a virgindade perpétua de Maria e, sendo que Josefo escrevia em grego, a referência
é literalmente a irmão, de sangue.
É mais uma clara referência de Josefo acerca de Jesus, e se fossem adulterar tal
texto o fariam de qualquer outra maneira mas jamais contrariando ela própria ao
dizer que Jesus tinha irmãos, o que iria contra a sua própria doutrina. Essa é mais
uma referência autêntica da existência do Jesus histórico. Como os críticos
respondem a mais essa evidência? Muitos afirmam que esse Tiago não é o irmão de
Jesus, pois o irmão de Jesus teria sido morto pela espada [At 12:2]. Seria verdade?
Pois bem, vejamos o que Paulo tem a nos dizer sobre isso:
“Depois, passados três anos, fui a Jerusalém para ver a Pedro, e fiquei com ele
quinze dias. E não vi a nenhum outro dos apóstolos, senão a Tiago, irmão do
Senhor” (Gálatas 1:18,19)
Luciano de Samosata
Luciano de Samosata (séc.II) foi um satirista grego, tendo
zombado de Cristo e dos cristãos. O texto que menciona Jesus, como o "sofista
crucificado" que era adorado pelos cristãos é apresentado abaixo:
“Foi então que ele [Proteus] conheceu a maravilhosa doutrina dos cristãos,
associando-se a seus sacerdotes e escribas na Palestina. (...) E o consideraram
como protetor e o tiveram como legislador, logo abaixo do outro [legislador],
aquele que eles ainda adoram, o homem que foi crucificado na Palestina por dar
origem a este culto.(...) Os pobres infelizes estão totalmente convencidos, que eles
serão imortais e terão a vida eterna, desta forma eles desprezam a morte e
voluntariamente se dão ao aprisionamento; a maior parte deles. Além disso, seu
primeiro legislador os convenceu de que eram todos irmãos, uma que vez que eles
haviam transgredido, negando os deuses gregos, e adoram o sofista crucificado
vivendo sob suas leis" (Passagem do Peregrino, 11 e 13)
Luciano também se refere a Cristo como "...o homem que foi crucificado na
Palestina porque introduziu uma nova seita no mundo (...) Além disso, o primeiro
legislador dos cristãos os persuadiu de que todos eles seriam irmãos uns dos
outros, após terem finalmente cometido o pecado de negar os deuses gregos,
adorar o sofista crucificado e viver de acordo com as leis que ele deixou" (O
Peregrino Passageiro).
Segundo Luciano, Peregrino (100-165 DC), fugiu de sua cidade em sua juventude,
acusado de matar seu pai. Tornou-se então um filosofo itinerante, tendo contato
com várias idéias e filosofias. Quando estava na Palestina, ele se converteu ao
cristianismo. Entre os cristãos, obteve rapidamente grande prestígio, se tornando
"profeta", "presbítero", "chefe de sinagoga", compondo livros e os comentando,
sendo reverenciado como mestre e legislador.
Em suma, Luciano acusa Peregrino de usar seus conhecimentos de filosofia para
abusar da credulidade dos cristãos. Ainda na Palestina, Peregrino é preso, e na
cadeia recebe a atenção e cuidado de seus companheiros cristãos, que, segundo
Luciano, "tudo fizeram para livrá-lo, mas como isso não foi possível, dispensaram
assistência constante para com ele" (Passagem do Peregrino, 12).
Luciano também afirma em “A Morte do Peregrino”:
“Os Cristãos, vocês sabem, adoram um homem neste dia — a distinta personagem
que lhes apresentou suas cerimônias, e foi crucificado por esta razão” (Luciano de
Samosata, A Morte do Peregrino, 11-13)
Isso confirma também a celebração cristã primitiva do Domingo e do Culto Cristão
já em vigor nos primeiros séculos, como também atesta a História:
“Vede como ele diz: não são os sábados atuais que me agradam, mas aquele que
eu fiz e no qual, depois de ter levado todas as coisas ao repouso, farei o início do
oitavo dia, isto é, o começo de outro mundo. Eis por que celebramos como festa
alegre o oitavo dia, no qual Jesus ressuscitou dos mortos e, depois de se
manifestar, subiu aos céus” (Epístola de Barnabé, 100-120 d.C)
“Eles tinham o hábito de se reunirem num determinado dia fixo antes que
clareasse, quando cantavam hinos diversos a Cristo, como para um Deus, se uniam
em um solene juramento de não praticar quaisquer atos iníquos, nunca cometerem
qualquer tipo de fraude, roubo ou adultério, nunca em prestar um falso testemunho
nem em negar uma responsabilidade quando fossem eles chamados para tal; após
o que era costume deles se separarem e então se reunirem novamente para
participar de uma boa refeição – mas comida de tipo frugal e inocente” (Plínio, 110
d.C)
“Porém, após a observância do sábado, deve todo amigo de Cristo observar o Dia
do Senhor como festa, o dia da ressurreição, a rainha e comandante de todos os
dias [da semana]. Foi sobre isto que o profeta declarou: "Para encerrar, o oitavo
dia". [Foi nesse dia] que a nossa vida renasceu e a vitória sobre a morte foi obtida
em Cristo” (Inácio de Antioquia, Carta aos Magnésios – Data: 107 d.C)
“No dia dito do Sol todos se reúnem no mesmo lugar, quer habitem nas cidades,
quer nos campos; são lidas as memórias dos apóstolos ou os escritos dos profetas,
segundo o tempo disponível. Quando o leitor termina, presidente da assembléia,
com um discurso, nos convida e exorta à imitação daqueles belos exemplos. Em
seguida, levantamo-nos todos juntos e fazemos preces; e, como já dissemos,
terminada a prece, são trazidos pão, vinho e água, e o presidente da assembléia
eleva também ao céu preces e ações de graças com todas as suas forças, enquanto
o povo responde dizendo amém; e se realiza a distribuição e repartição dos
elementos sagrados, que por meio dos diáconos são enviaos também aos que não
estão presentes. As pessoas de posse e bem dispostas oferecem tudo o que
desejam; o que foi recolhido é depositado junto ao presidente [da assembléia], que
ajuda os órfãos, as viúvas, os doentes, os presos, os estrangeiros que estão de
passagem; numa palavra, ele socorre todos os que precisam” (Justino, I Apologia,
67 – Data:156 d.C)
Caio Plínio Cecílio Segundo, também conhecido simplesmente como “Plínio, o
Jovem”, foi um orador insigne, jurídico, político e administrador imperial na Bitínia
(111 d.C). Ainda no primeiro século (93 d.C) foi nomeado pretor e posteriormente
cônsul e governador da Bitínia em 111 d.C, quando viria a falecer. Em suas cartas
ele relatava que já a muito vinha matando homens e mulheres, meninos e
meninas. Devido ao grande numero de pessoas que estavam sendo mortas, tinha
dúvidas se deveria continuar matando.
Estas pessoas estavam sendo mortas por se dizerem cristãs. Seu único erro
era terem o costume de se reunirem antes do amanhecer num certo dia
determinado, quando então cantavam responsivamente os versos de um hino a
Cristo, tratando-o como Deus, e prometiam solenemente uns aos outros a não
cometerem maldade alguma, não defraudarem, não roubarem, não adulterarem,
nunca mentirem, e a não negar a fé quando fossem instados a fazê-lo. Plínio
explicou que fizera os cristãos se curvarem perante as estátuas de Trajano. Ele
prossegue dizendo:
“Os fez amaldiçoarem a Cristo, o que não se consegue obrigar um cristão
verdadeiro a fazer”(Epístolas X,96)
O seu legado principal são as suas litterae curiosius scriptae, 247 missivas escritas
a amigos, no estilo da época entre os anos de 97 e 109. Nelas encontramos das
melhores descrições da vida quotidiana e política da Roma Imperial. As cartas estão
agrupadas em dez livros, o décimo volume aborda o tema do cristianismo, um
dos primeiros documentos não neotestamentários sobre a igreja primitiva. Estas
cartas foram escritas durante o seu consulado na Bitínia. As 122 cartas foram
trocadas com o imperador Trajano sobre como lidar com a questão, e declara:
“É meu costume, meu senhor, referir a ti tudo aquilo acerca do qual tenho
dúvidas... Nunca presenciei a julgamento contra os cristãos... Eles admitem que
toda sua culpa ou erro consiste nisso: que usam se reunir num dia marcado antes
da alvorada, para cantar hino a Cristo como Deus... Parecia-me um caso sobre o
qual devo te consultar, sobretudo pelo número dos acusados... De fato, muitos de
toda idade, condição e sexo, são chamados em juízo e o serão. O contágio desta
superstição invadiu não somente as cidades, mas também o interior; parece-me
que ainda se possa fazer alguma coisa para parar e corrigir... " (Plínio, Epístola X,
97)
Vale lembrar que naquela em que Plínio governava estavam os “eleitos que são
forasteiros da Dispersão no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia” (1 Pedro 1:1),
a quem Pedro destinou sua primeira epístola. Este décimo volume de Plínio, em que
o aspecto do cristianismo é abordado, é transcrita em seu conteúdo integral
conforme se segue abaixo:
“Adotei, senhor, como regra inviolável recorrer às vossas luzes em todas as minhas
dúvidas; pois quem mais apto a remover os meus escrúpulos ou a guiar-me nas
minhas incertezas do que vossa pessoa? Nunca tendo assistido aos julgamentos de
cristãos, ignoro o método e os limites a serem observados no processo e punição
deles: se, por exemplo, alguma diferença deva ser feita com respeito à idade ou, ao
contrário, nenhuma distinção se observe entre o jovem e o adulto; se o
arrependimento admite perdão; se a um indivíduo que foi cristão aproveita
retratar-se; se é punível a mera confissão de pertencer ao cristianismo, ainda que
sem nenhum ato criminoso, ou se só é punível o crime a ela associado. Em todos
esses pontos tenho grandes dúvidas. Por enquanto, o método por mim observado
para com aqueles que me foram denunciados como cristãos tem sido o seguinte:
pergunto-lhes se são cristãos; se confessam, repito duas vezes a pergunta,
acrescentando uma ameaça de punição capital; se perseveram, mando executá-los;
pois estou convencido de que, qualquer que seja a natureza do seu credo, uma
obstinação contumaz e inflexível certamente merece castigo. Outros fanáticos
dessa espécie me têm sido trazidos que, por serem cidadãos romanos, remeto para
Roma. Essas acusações, pelo simples fato de estar sendo o assunto investigado,
começaram a estender-se, e várias formas do mal vieram à luz. Afixaram um cartaz
sem assinatura, denunciando pelo nome grande número de pessoas. Aqueles que
negaram ser ou ter sido cristãos, que repetiram comigo uma invocação aos deuses
e praticaram os ritos religiosos com vinho e incenso perante a vossa estátua (a qual
para este propósito mandei buscar juntamente com as dos deuses), e finalmente
amaldiçoaram o nome de Cristo (o que não se pode arrancar de nenhum verdadeiro
cristão), julguei acertado absorver. Outros que foram denunciados pelo informante
confessaram-se a princípio cristãos, depois o negaram; de fato, haviam sido
cristãos, mas abandonaram a crença (uns faz três anos, outros há muito mais
tempo, sendo que alguns há cerca de vinte e cinco anos). Todos prestaram culto à
vossa estátua e às imagens dos deuses, e amaldiçoaram o nome de Cristo.
Afirmaram, contudo, que todo o seu crime ou erro se reduzia a terem se
encontrado em determinado dia antes do nascer do sol, cantando então uma
antífona (pequeno versículo cantado, antes ou depois de um salmo) como a um
Deus, ligando-se também por solene juramento de não cometer más ações, e de
nunca mentir e de nunca trair a confiança neles depositada; depois do que, era
costume se separarem, e então se reunirem novamente para tomarem em comum
algum alimento – alimento de natureza inocente (inofensiva). Todavia, até esta
última prática haviam abandonado após a publicação do meu edito, pelo qual, de
acordo com as vossas ordens, proibira eu as reuniões políticas. Julguei necessário
empregar a tortura para ver se arrancava toda a verdade de duas escravas
chamadas diaconisas. Nada, porém, descobri, senão excessiva superstição. Julguei
por isso de bom aviso adiar qualquer resolução nesta matéria, a fim de pedir o
vosso conselho. Porque o assunto merece a vossa atenção, especialmente se se
levar em conta o número de pessoas em risco: indivíduos de todas as condições e
idades, e dos dois sexos, estão e serão envolvidos no processo. Pois esta
contagiosa superstição não se confina nas cidades somente, mas espalha-se pelas
aldeias e pelos campos. Todavia parece-me ainda possível detê-la e curá-la. Os
templos, pelo menos, que andavam quase desertos, recomeçaram agora a ser
frequentados, e as solenidades sagradas, após uma longa interrupção, são de novo
revividas; e há geral procura de animais para os sacrifícios, para os quais até bem
pouco tempo poucos compradores apareciam. Por aí é fácil imaginar a quantidade
de pessoas que se poderão salvar do erro, se deixarmos a porta aberta ao
arrependimento”
"Talo, no terceiro dos livros que escreveu sobre a história, explica essa escuridão
como um eclipse do sol - o que me parece ilógico (é claro que é ilógico, pois um
eclipse solar não poderia acontecer em época de lua cheia, e foi na época da lua
cheia da Páscoa que Cristo morreu)"
Assim, a partir dessa citação percebemos que o relato dos Evangelhos acerca das
trevas que se abateram sobre a terra por ocasião da crucificação de cristo era bem
conhecido, e exigia uma explicação naturalista por parte daqueles não-crentes que
haviam testemunhado o acontecimento. Sendo assim, muitos céticos como Talo,
estavam dando uma explicação para o que a aconteceu no dia da crucificação de
Cristo. Esse relato de Talo é uma confirmação fora da Bíblia do fato inusitado que
sucedeu exatamente na crucificação de Jesus, o “Cristo que morreu na páscoa”.
A Bíblia é provavelmente a primeira a relatar às trevas que se abateram sobre a
Terra por ocasião da crucificação de Jesus Cristo, conforme descrito nos
evangelhos: “Já era quase a hora sexta e, escurecendo-se o sol, houve trevas sobre
toda a terra até a hora nona” (Lucas 23:44; Mateus 27:45; Marcos 15:33). Além
disso, também vemos aí a confirmação histórica de que Cristo morreu na época da
páscoa, confirmando o que a Bíblia assinala.
Ora, apenas um cego para achar que Talo estivesse se referindo a um outro Cristo,
quetambém vivia na Judéia e também foi morto na época da Páscoa, e
que também ocasionou uma escuridão como um eclipse do sol (fato extremamente
incomum na época e naquelas circunstâncias, como Talo faz questão de relatar).
Trata-se novamente de uma claríssima referência a Jesus. Quando assumimos a
posição clara e evidente que a referência de Talo diz respeito a Jesus Cristo, toda a
ignorância cai por terra e tudo começa a fazer um sentido completo: Jesus era o
Cristo que morreu na Páscoa, momento no qual as “trevas cobriram a terra” – e
tudo isso confirmado historicamente!
Flêgão
Flêgão era um historiador do primeiro século, ou seja, da
época de Cristo. Suas crônicas se perderam, mas um pequeno trecho dessa obra,
que confirma a escuridão sobre a terra na hora da crucificação, também é
mencionado por Júlio Africano. Depois de comentar a opinião ilógica de talo sobre a
escuridão, Júlio Africano cita Flêgão:
"Durante o tempo de Tibério César, ocorreu um eclipse do sol durante a lua cheia".
Flêgão também é mencionado por Orígenes em Contra Celso (Livro 2, seções 14,
33, 59).
"E sobre essas trevas... Flêgão meciona-as em Olimpiadas (o título do livro que
escreveu)" (De opif.mund.II 21)
“Que vantagem os judeus obtiveram com a execução de seu sábio Rei? Foi logo
após esse acontecimento que o reino dos judeus foi aniquilado”
Mas...
Justino, o Mártir
Quintus Septimius Florens Tertullianus, conhecido como Tertuliano (160 - 220 dC)
foi Jurista e teólogo de Cartago. Seus escritos constituem importantes documentos
para a compreensão dos primeiros séculos do cristianismo. Ao fazer em 197 A.D.
uma defesa do cristianismo perante as autoridades romanas na África, Tertuliano
menciona a correspondência trocada entre Tibérío e Pôncio Pilatos:
"Portanto, naqueles dias em que o nome cristão começou a se tornar conhecido no
mundo, Tibério, tendo ele mesmo recebido informações sobre a verdade da
divindade de Cristo, trouxe a questão perante o Senado, tendo já se decidido a
favor de Cristo. O Senado, por não haver dado ele próprio a aprovação, rejeitou a
proposta. César manteve sua opinião, fazendo ameaças contra todos os acusadores
dos cristãos"(Apologia, V.2).
Por volta do ano 200 d.C., ao escrever sua Apologia Contra os Gentios (em defesa
dos cristãos), Tertuliano afirmou ao Senado de Roma: “Somos de ontem e já
enchemos o mundo e todos o vosso império, cidades, ilhas, aldeias, municípios,
assembléias, quartéis..., o palácio, o senado, o foro; só não quisemos ocupar os
vossos templos.”
De fato, o cristianismo já havia invadido o mundo daquela época. Os ateus, por
pura incredulidade, negam inteiramente os fatos e pregam que Cristo é um mito do
terceiro para o quarto século. Mais mito do que essa mentira ateísta, simplesmente
não existe. Quem prega que Jesus jamais existiu, não é um “cético”, mas sim
alguém que mostra um desconhecimento histórico mais do que gritante.
Públio Lêntulo
Além disso, a mais famosa dessas referências rabínicas a Jesus Cristo está ligada
ao nome de Eliezer ben Hyrcanos, um dos mais ilustres rabinos entre os tanains.
Esses tanains eram doutores na Lei e sucessores dos fariseus, que surgiram em
Jerusalém no final do 1º século da Era Cristã. Certa vez o rabino Eliezer foi preso
sob a acusação de heresia. Depois de haver passado alguns dias na prisão,
libertaram-no. No caminho de volta para sua casa, Eliezer encontrou-se com seu
amigo Akiba, e este, que estava mais ou menos informado sobre o caso, quis saber
mais detalhes sobre o motivo de sua prisão. Eis como o Talmude registra o diálogo:
“Mestre, tu deves ter ouvido uma palavra de minuth (heresia); essa palavra deu-te
prazer, e foi por isso que foste preso. Ele (Eliezer) respondeu: Akiba, tu fizeste-me
recordar o que se passou. Um dia que eu percorria o mercado de Séforis, encontrei
lá um dos discípulos de Jesus de Nazaré; Tiago de Kefar Sehanya era o seu nome.
Ele disse-me: Está escrito na vossa lei (Deuteronômio 23.18): ‘Não trarás salário
de prostituição nem preço de sodomita à casa do Senhor teu Deus por qualquer
voto...’ Que fazer dele? Será permitido usá-lo para construir uma latrina para o
Sumo Sacerdote? E eu não respondi nada. Disse-me ele: Jesus de Nazaré ensinou-
me isto: o que vem de uma prostituta, volte à prostituta; o que vem de um lugar
de imundícies, volte ao lugar de imundícies.’ Esta palavra agradou-me, e foi por tê-
la elogiado que fui preso como Minuth (herege)”
Sobre o texto acima, Klausner comenta: "Não resta dúvida de que as palavras 'um
dos discípulos de Jesus de Nazaré' e 'assim Jesus de Nazaré me ensinou' são, nesta
passagem, de uma data bem antiga e também são fundamentais no contexto da
história relatada”
Um argumento judaico contra Yeshua no Talmude é que o termo “mecurav
le’malchut” quer dizer "chegado da realeza". Yeshua era amigo de Alexandre Janeu,
o rei da época em Israel. O que significa o termo mecurav le’malchut em hebraico?
Alguns rabinos pensam que o real significado dessa frase (mecurav le’malchut) diz
respeito a Jesus pertencer à Casa Real de Davi, ou seja, que Jesus era descendente
do Rei Davi. Quer dizer que, nesse caso, estar ligado ao reino diz respeito a ser
pertencente à linhagem davídica, à realeza de Israel, e é por isso que não poderiam
se apressar em executá-lo sem esses quarenta dias, que serviram de salvaguarda e
para procurar por alguém que pudesse apresentar alguma defesa a favor dele.
"Um jovem homem apareceu na Galiléia que prega com humilde unção, uma nova
lei no nome do Deus que o teria enviado. No princípio estava temendo que seu
desígnio fosse incitar as pessoas contra os romanos, mas meus temores foram logo
dispersados. Jesus de Nazaré falava mais como um amigo dos romanos do que dos
judeus. Um dia observava no meio de um grupo um homem jovem que estava
encostado numa árvore, para onde calmamente se dirigia a multidão. Me falaram
que era Jesus. Este eu pude facilmente ter identificado tão grande era a diferença
entre ele e os que estavam lhe escutando. Os seus cabelos e barba de cor dourada
davam a sua aparência um aspecto celestial. Ele aparentava aproximadamente 30
anos de idade. Nunca havia visto um semblante mais doce ou mais sereno. Que
contraste entre ele e seus portadores com as barbas pretas e cútis morenas! Pouco
disposto a lhe interromper com a minha presença, continuei meu passeio mas fiz
sinal ao meu secretário para se juntar ao grupo e escutar. Depois, meu secretário
informou nunca ter visto nos trabalhos de todos os filósofos qualquer coisa
comparada aos ensinos de Jesus. Ele me contou que Jesus não era nem sedicioso
nem rebelde, assim nós lhe estendemos a nossa proteção. Ele era livre para agir,
falar, ajuntar e enviar as pessoas. Esta liberdade ilimitada irritou os judeus, não o
pobre mas o rico e poderoso".
"...Depois, escrevi a Jesus lhe pedindo uma entrevista no Praetorium. Ele veio.
Quando o Nazareno apareceu eu estava em meu passeio matutino e ao deparar
com ele meus pés pareciam estar presos com uma mão de ferro no pavimento de
mármore e tremi em cada membro como um réu culpado, entretanto ele estava
tranqüilo. Durante algum tempo permaneci admirando este homem extraordinário.
Não havia nada nele que fosse rejeitável, nem no seu caráter, contudo eu sentia
temor na sua presença. Eu lhe falei que havia uma simplicidade magnética sobre si
e que a sua personalidade o elevava bem acima dos filósofos e professores dos
seus dias. Agora, ó nobre soberano, estes são os fatos relativos a Jesus de Nazaré
e eu levei tempo para lhe escrever em detalhes estes assuntos. Eu digo que tal
homem que podia converter água em vinho, transformar morte em vida, doença
em saúde; tranqüilizar os mares tempestuosos, não é culpado de qualquer ofensa
criminal e como outros têm dito, nós temos que concordar - verdadeiramente este
é o filho de Deus
"Eu lhe pedi que descrevesse esta pessoa para mim, de forma que pudesse
reconhece-lo caso o encontrasse. Ele disse: 'Se você o encontrar [Yeshua] você o
reconhecerá. Enquanto ele for nada mais que um homem, há algo sobre ele que o
distingue de qualquer outro homem. Ele é a "cara da sua mãe", só não tem a face
lisa e redonda. O seu cabelo é um pouco mais dourado que o seu, entretanto é
mais queimado de sol do que qualquer outra coisa. Ele é alto, e os ombros são um
pouco inclinados; o semblante é magro e de uma aparência morena, por causa da
exposição ao sol. Os olhos são grandes e suavemente azuis, e bastante lerdos e
concentrados....'. Este judeu [Nazareno] está convencido ser o messias do mundo.
[...] esta é a mesma pessoa que nasceu da virgem em Belém há uns vinte e seis
anos atrás..."
“Esses relatos independentes comprovam que nos tempos antigos até mesmo os
adversários do cristianismo jamais duvidaram da historicidade de Jesus, a qual,
pela primeira vez e em bases inadequadas, veio a ser questionada por vários
autores do fim do século dezoito, do século dezenove e do início do século vinte"
Mateus 16
15Disse-lhes ele: E vós, quem dizeis que eu sou?
16 E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do
Deus vivo.
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Por: Lucas Banzoli.
Esta é uma matéria extraída de várias obras literárias.