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iii
FICHA CATALOGRÁFICA
Preparada pela Biblioteca do CCT / UENF 10/2011
Comissão Examinadora:
iv
“Se teus esforços forem vistos com
indiferença, não desanimes, pois o sol
ao nascer dá um espetáculo todo
especial e, no entanto, a platéia continua
dormindo.”
(Charles Chaplin)
v
AGRADECIMENTOS
A Deus, fonte de toda energia, por todas as realizações e conquistas que me são
proporcionadas, mesmo que as barreiras pareçam instransponíveis.
Aos amigos, estes o sabem, pela força constante e todo apoio cedido ao longo da
realização desta dissertação.
Aos meus pais, Sergio e Creuzimar, por todo carinho e amor e por terem acreditado
e investido na minha educação desde os primeiros anos.
Aos avós Milton e Madalena, à minha madrinha Margaret, as minhas tias Raquel e
Lili, à minha sogra Silvana e ao meu cunhado João Luís, que torcem a cada dia
pelos meus propósitos.
A todos aqueles que me colocam em suas orações e torcem pelo meu sucesso.
vi
“Na marcha da civilização, a ciência é uma força motriz
insubstituível. Dominar a natureza e pô-la a serviço das exigências
superiores do espírito define, em parte, o progresso civilizador e, em
parte, coincide com a finalidade da ciência. Na época moderna, a
evolução acelerada dos conhecimentos naturais imprimiu as
condições da convivência humana a sua fisionomia característica.
E pergunta: qual a atitude do homem face ao trabalho?
E ele mesmo responde: para o homem, o trabalho enche a sua vida e
constrói a obra da civilização. Sem atividade produtora, os indivíduos
degradar-se-iam na esterilidade do ócio. A questão do trabalho
assume, em toda a extensão de sua amplitude, as proporções de
uma questão humana – pessoal e cultural. Resolvê-la com acerto ou
falseá-la em seus elementos fundamentais é despertar ressonâncias
profundas na vida espiritual das almas e na marcha dos povos para a
sua perfeição social.”
(Pe. Leonel França, 1955)
vii
SUMÁRIO
RESUMO...................................................................................................................xxii
ABSTRACT..............................................................................................................xxiii
CAPÍTULO 1. Introdução.......................................................................................... 1
1.2 – Breve Histórico do Estudo dos Efeitos do Vento em Estruturas Civis .......... 2
viii
3.2 – As Principais Equações que Regem o Escoamento e a Interação Fluido-
Estrutura ................................................................................................................... 28
ix
7.1.1 – Casos de Análise ............................................................................ 80
x
LISTA DE FIGURAS
Figura 1.1 – Colapso da ponte suspensa Tacoma Narrows (Hallak, 2002) ............... 4
Figura 1.4 – Vista lateral da ponte Rio-Niterói (Dos Santos, 2007) ........................... 5
xi
Figura 4.1 – Divisão do domínio de análise (regiões WE e WALE) ............................. 40
Figura 4.2 – Esquema ilustrativo dos deslocamentos e forças no corpo rígido ........ 41
Figura 4.5 – Valores das variáveis no nó P da malha nova obtidos por meio da
interpolação dos valores obtidos para os nós i, j e k da malha antiga ...................... 45
Figura 5.1 – Vista da ponte a partir do aeroporto Santos Dumont (Battista e Pfeil,
2000)......................................................................................................................... 48
Figura 5.2 – Fluxo de veículos ao longo dos anos na ponte Rio-Niterói (Battista e
Pfeil, 2000)........... .................................................................................................... 49
Figura 5.4 – Elevação dos vãos centrais da ponte Rio-Niterói (Battista e Pfeil,
2000)......................................................................................................................... 50
Figura 5.5 – Seção transversal – corte A-A da Figura 5.4 – da estrutura metálica da
ponte Rio-Niterói (Battista e Pfeil, 2000) .................................................................. 50
Figura 5.6 – Disposição dos vãos metálicos da ponte Rio-Niterói (Battista e Pfeil,
2000)............. ...........................................................................................................................50
Figura 5.8 – Máxima amplitude de oscilação induzida pelo vento (a) para cima (b)
para baixo (Battista e Pfeil, 2000).......................................................................................52
Figura 6.10 – Malhas iniciais para os perfis dos caminhões (caçambas) ................ 62
Figura 6.14 – Perfil da seção transversal da ponte alterado pela presença dos
veículos de grande porte........................ .................................................................. 66
Figura 6.15 – Malhas iniciais para a seção da ponte alterada pela presença dos
veículos de grande porte...................... ................................................................... .67
xiii
Figura 6.18 – Campos de pressão com indicação do desprendimento de vórtices
com freqüência adimensional f=0,11............... ........................................................ .70
Figura 6.20 – Perfil da seção transversal da ponte alterado pela presença das
caçambas dos veículos de grande porte. ................................................................ .71
Figura 6.21 – Malhas iniciais para a seção da ponte alterada pela presença das
caçambas dos veículos de grande porte.................. ............................................... .72
xiv
Figura 7.5 – Espectros das flutuações da força de sustentação para a seção da
ponte......................................................................................................................... 87
Figura 7.6 – Malha inicial da seção da ponte com o veículo basculante – perfil
A......................... ...................................................................................................... 88
xv
Figura 7.15 – Malha inicial da seção da ponte com o veículo basculante – perfil
B...................... ......................................................................................................... 98
xvi
LISTA DE TABELAS
Tabela 6.2 – Influência do tamanho mínimo dos elementos da malha (hemin) nas
simulações .............................................................................................................. 60
Tabela 6.3 – Resultados em termos dos coeficientes de força e Strouhal para o caso
do caminhão isolado................................................................................................. 64
Tabela 6.5 – Resultados da ponte alterada pelas caçambas dos caminhões .......... 74
Tabela 7.3 – Amplitudes de resposta, tomadas como a média dos picos de cada
uma das respostas da Figura 7.2 na fase permanente............................................. 84
Tabela 7.5 – Amplitudes de resposta, tomadas como a média dos picos de cada
uma das respostas da Figura 7.7 na fase permanente............................................. 91
Tabela 7.6 – Coeficientes obtidos para a seção da ponte com o veículo basculante
na seção das rodas para as velocidades de vento simuladas..........................................93
Tabela 7.7 – Amplitudes de resposta, tomadas como a média dos picos de cada
uma das respostas da Figura 7.11 na fase permanente........................................... 97
Tabela 7.8 – Amplitudes de resposta, tomadas como a média dos picos de cada
uma das respostas da Figura 7.16 na fase permanente......................................... 101
Tabela 7.9 – Coeficientes obtidos para a seção da ponte com a caçamba do veículo
basculante para as velocidades de vento simuladas.............................................. 102
xvii
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS
Abreviaturas:
Símbolos:
§ T: temperatura.
§ UC: vetor deslocamento do contorno GC do corpo.
§ Ur: velocidade reduzida.
§ X={FD,FL,M}T: vetor de forças atuantes no centro de gravidade do corpo.
§ c: amortecimento do corpo.
§ c*= c : amortecimento adimensional da estrutura.
ru 0 D
xix
§ h*= h : deslocamento vertical adimensional do corpo.
D
§ k: rigidez do corpo.
xx
Letras Gregas Minúsculas:
xxi
RESUMO
xxii
ABSTRACT
xxiii
1
CAPÍTULO 1
Introdução
Neste capítulo, serão feitas algumas considerações a respeito do carregamento
aleatório do vento, além de um breve histórico onde serão abordados alguns
acidentes ocasionados por este tipo de carregamento. Será tratada, sucintamente, a
interação do vento com as estruturas. Depois, serão apresentados os objetivos do
presente trabalho e uma revisão dos principais trabalhos em fluidodinâmica
computacional. Por fim, apresenta-se o escopo da dissertação.
Nesta mesma época, Eiffel também fez seus estudos experimentais na torre
Eiffel, em Paris, que consistiam em se deixarem cair alguns modelos em queda-livre,
com um cabo-guia, de uma altura de 116 metros. A partir da velocidade final
(“velocidade uniforme em que a resistência ao avanço é equilibrada pela ação da
gravidade”), a força de arrasto era calculada para o modelo analisado (Blessmann,
1990).
Já no século XX, precisamente em 1940, em Washington, nos EUA, ocorreu o
colapso da ponte suspensa Tacoma Narrows, que tinha 1600 metros. O texto
seguinte, reproduzido por Bleich et al. (1950), descreve o acidente no momento do
colapso:
“Na manhã do dia 7 de novembro de 1940, soprava um vento forte que
causava algum movimento vertical de amplitude moderada e freqüência de 36
ciclos por minutos. Este movimento continuou de forma regular até às 10
horas, com vento aumentando para uma velocidade de 42 milhas por hora
(67,6 km/h) de acordo com a medida de um anemômetro. Então, o movimento
da estrutura mudou violentamente...de 36 para 12 ciclos por minuto. O
movimento resultante era de torção e era muito violento, com amplitudes
angulares atingindo aproximadamente 45° a partir da posição horizontal.”
já sentiu bastante os efeitos da vibração causada pelo vento, entretanto, não chegou
a ser danificada. Registros mostram que, na presença de veículos de grande porte,
como ônibus e caminhões, que trafegavam na pista mais a barlavento (região de
onde sopra o vento) ao escoamento, em determinada ocorrência, as amplitudes do
movimento aumentaram em relação a outras situações em que os mesmos veículos
não trafegavam sobre a estrutura da ponte. Para controlar as vibrações induzidas
pelo vento e por outras cargas dinâmicas, foram instalados atenuadores
sincronizados no interior de seu caixão metálico (Battista e Pfeil, 2010).
Muitos dos trabalhos que empregam a CFD e têm seus estudos focados na
análise do vento referem-se a obstáculos de seção quadrada e retangular, perfis
estes, não aerodinâmicos, sujeitos a elevados valores do número de Reynolds.
9
§ Capítulo 1 – Introdução
§ Anexo
CAPÍTULO 2
§ Divergência torsional:
§ Instabilidade aerodinâmica:
(c) Vibrações induzidas por turbulência do vento (d) Vibrações induzidas por desprendimento
cadenciado de vórtices
ação do vento que conduz ao acoplamento dos modos de vibração por flexão e
torção pela transferência de energia entre as oscilações verticais e torsionais. As
amplitudes de oscilação aumentam indefinidamente se a energia dissipada pela
estrutura for menor que a energia fornecida pelo vento em um ciclo. O caso crítico
ocorre quando essas duas energias se igualam e a oscilação da estrutura nos
diversos graus de liberdade se dá em uma única freqüência (freqüência de flutter).
Outro fenômeno de instabilidade aerodinâmica a ser destacado é o galope.
Neste, não há acoplamento dos modos de torção e flexão no movimento, embora
seja auto-excitado (dependente do movimento da edificação), e o movimento
vibratório é perpendicular à direção do vetor velocidade média do vento. Este é
observado em linhas de transmissão de energia elétrica, por exemplo, que, quando
envoltas por uma camada irregular de gelo, têm sua seção transversal alterada.
Com a passagem do vento, este sistema passa a oscilar a baixas freqüências (de
cerca de 1 Hz) e a apresentar oscilações divergentes na direção normal ao vento.
As pontes suspensas estão bastante suscetíveis à ocorrência do fenômeno
de instabilidade aerodinâmica, como foi o caso da ponte de Tacoma Narrows, visto
que apresentam um modo de torção com freqüência relativamente baixa.
A Figura 2.2 mostra a seção não aerodinâmica da ponte de Tacoma Narrows
e uma seção aerodinâmica qualquer. Seções com perfil não aerodinâmico como o
da ponte de Tacoma Narrows apresentam o fenômeno de instabilidade em apenas
um modo de torção. Seções com perfil aerodinâmico podem apresentar o fenômeno
em vários modos acoplados (Pfeil, 1993; Pfeil e Battista, 1995).
Figura 2.2 – Ilustração do perfil não aerodinâmico da ponte de Tacoma Narrows e do perfil
aerodinâmico de uma ponte qualquer.
Washington), as torres World Trade Center (em Nova York), o Citicorp Centre (em
Nova York), a torre CN (em Toronto, no Canadá) e a torre construída para a Drax
Power Station (no Reino Unido), (Hallak, 2002).
fs . D
St = (2.1)
u0
Figura 2.8 – Influência do aumento das amplitudes na correlação entre pressões medidas entre dois
pontos com afastamento s (Blessmann, 1998).
Considera-se que:
u0 é a velocidade relativa do vento;
r é a massa específica do ar;
D é a dimensão característica do corpo;
B é a largura do corpo;
24
§ Razão de esbeltez:
§ Velocidade reduzida:
§ Amplitude adimensional:
Ay Amplitude de vibração
= (2.5)
D Altura do corpo
§ Número de Reynolds:
u0 . D Força de inércia
Re = = (2.7)
u Força de vis cosidade
25
Num corpo imerso em um meio fluido em movimento, existe uma camada fina
de fluido situada próxima ao contorno do corpo, chamada camada limite, onde os
efeitos da viscosidade são mais intensos, fazendo com que o movimento do corpo
seja retardado. A espessura dessa camada limite é quantificada pelo número de
Reynolds, que representa, também, a transição entre os escoamentos laminar e
turbulento.
§ Número de Strouhal:
§ Número de Mach:
u0 velocidade do fluido
'
= (2.8)
c velocidade do som no fluido
26
As forças que o vento induz sobre as estruturas são tratadas por meio de
1 2
coeficientes que as associam com a pressão dinâmica q = ru 0 , onde r é a massa
2
específica do ar e u0 é a velocidade relativa do vento em relação à estrutura.
Na Figura 2.10, ilustram-se as componentes da força resultante incidente do
vento, tratado bidimensionalmente, decompostas na mesma direção do vento (FD -
força de arrasto) e na direção normal ao vento (FL - força de sustentação), além do
momento torsor (M) gerado. Na mesma Figura, α é um ângulo qualquer de
incidência do vento.
Figura 2.10 – Decomposição das forças provocadas pelo vento em um corpo qualquer.
FD FL M
CD = CL = CM = (2.9)
q.A q.A q.D.A
CAPÍTULO 3
¶u a ¶u ¶t ¶p
r + ru b a - ab + = fa (3.1)
¶t ¶x b ¶x b ¶x a
∂ru a
=0 (3.2)
∂x a
em que:
r é a massa específica do fluido;
29
¶u a ∂u b
t ab = m( + ) é a tensão viscosa;
¶x b ∂x a
µ é a viscosidade dinâmica do fluido;
ua e ub são as componentes de velocidade;
p é a pressão;
fa são as componentes das forças por unidade de volume no corpo.
ua = ua ( x, t ) x Î Gua (3.3)
contorno.
p = p( x, t ) x Î Gp (3.5)
__
ru b n b = G( x, t ) x Î GG (3.6)
df æ ∂f ö ∂f dx a
=ç ÷ + (3.7)
dt è ∂ t ø xfixo ∂x a dt
30
df æ ∂f ö
=ç ÷ + w.∇ f (3.8)
dt è ∂t ø xfixo
Df æ ∂f ö
=ç ÷ + u.∇ f (3.9)
Dt è ∂t ø xfixo
Df df
= + (u - w ).∇ f (3.10)
Dt dt
Avaliando esta equação, pode-se notar que o primeiro termo do lado direito
não é mais a derivada parcial de f em relação ao tempo em uma posição fixa, mas a
derivada total de f como vista por um observador movendo-se com velocidade w.
No caso em que w = 0, o observador está fixo no espaço, situação que
caracteriza a descrição Euleriana. Por outro lado, para u = w, o observador move-se
com o fluido e tem-se a chamada descrição Lagrangiana. Logo, note-se que a
equação (3.10) generaliza a descrição que pode ser dada ao problema. A velocidade
do observador w pode ser definida de forma arbitrária, buscando-se a descrição
mais conveniente para a solução do problema em estudo.
Para os problemas de vibração fluido-estrutura abordados neste trabalho, a
velocidade w será tomada como a própria velocidade da estrutura para o fluido em
contato com a mesma (descrição Lagrangiana). Por outro lado, para regiões
suficientemente afastadas da estrutura, será tomado w = 0 (descrição Euleriana). O
31
æ ∂f ö df
ç ÷ + u.∇ f = + (u - w ).∇ f (3.11)
è ∂t ø xfixo dt
Fazendo:
v=u–w (3.12)
æ du ö
rç + v.∇ u ÷ + ∇ p - ∇ t = f (3.13)
è dt ø
CAPÍTULO 4
du a ¶u ¶t ¶p
r + rv b a - ab + = fa (4.1)
dt ¶x b ¶x b ¶x a
∂ru a
=0 (4.2)
∂x a
em que:
r é a massa específica do fluido;
¶u a ∂u b
t ab = m( + ) é a tensão viscosa;
¶x b ∂x a
µ é a viscosidade dinâmica do fluido;
ua e ub são as componentes de velocidade;
p é a pressão;
vb é a velocidade convectiva generalizada (ou aparente), já apresentada no item
3.2.2, calculada por meio da diferença entre ub e wb, em que wb agora representa a
velocidade da malha.
ua = ua ( x, t ) x Î Gua (4.3)
externo ao contorno.
p = p( x, t ) x Î Gp (4.5)
__
ru b n b = G( x, t ) x Î GG (4.6)
æ û na+1 - û na n +1 / 2
n ¶û a
ö ¶t nab ¶p̂ n+1/ 2
ç
F̂a = rç + uˆ b ÷-
Dt ¶x b ÷ ¶x + ¶x (4.8)
è ø b a
em que:
û a , û b e p̂ são os campos discretizados, interpolados usando-se funções de forma;
Os valores nodais de velocidade e pressão são representados por uai, uai e pi.
æ Dt n ¶Ni ö
ò ççè N
W
i +
2
uˆ c
¶x c
÷÷F̂a dW = 0
ø
"u nai+1livre (4.9)
¶Ni
ò Dt
W
¶x a
F̂a dW = 0 "p ni+1livre (4.10)
ò N ( -p̂ òN t
n +1 / 2
i d ab + t nab )n b dG = i a dG (4.11)
Gta Gta
Após associação de (4.9) e (4.11) e fazendo uma integração por partes dos
termos de tensão cisalhante de pressão, chega-se a:
W
ò 2 c ¶x c ¶x a
u
ˆ d W + ò ia
Gta
N t dG + ò 2 c ¶x c ¶x b dW -
W
uˆ (4.12)
¶Ni n
ò ¶x b ¶t ab dW
W
"unai+1livre
ò N (G
n +1
i - G n )dG (4.14)
GG
38
¶Ni ¶p̂na+1/ 2
ò Dt ¶x a ¶x a dW =
W
æ ¶N ¶ûn ¶ûn ö
- ç ò Dt i ruˆ nb a dW + ò Ni ( G n+1 - G n )dG + ò rNi a dW÷ +
ç W ¶x a ¶x b ¶x a ÷ (4.15)
è GG W ø
¶Ni ¶t ab
n
òW Dt ¶x a ¶x b dW "pi livre
n+1
n
æ ¶û ∂û ö
t ab = mçç a + b ÷÷ (4.16)
è ¶x b ∂x a ø
Ñ 2 (b) = 0 (4.18)
&& + ch& + kh = X
mh (4.21)
he
Dt = a (4.22)
un
é æ N Re ö 2 ù
a(N Re) = êcothç ÷- ú (4.23)
ë è 2 ø N Re û
N Re = r u n h e m (4.24)
É importante notar que o passo de tempo dado pela equação (4.22) varia
espacialmente de acordo com os valores locais de velocidade, propriedades físicas
e geométricas da malha. Portanto, é necessário considerar a variação espacial do
passo de tempo para o avanço do tempo computacional. Emprega-se um algoritmo
que permite que cada grau de liberdade avance no tempo de acordo com seu
43
INÍCIO
Todos os graus de liberdade são ativos e
com as variáveis definidas no tempo tn.
7. Atualização de tn = tint
N 8. Avaliação do tempo: S
FIM
tn > tmax ?
Isto requer a definição de um erro almejado por elemento, que tem várias estratégias
alternativas de solução. Hallak (2002) e De Sampaio e Coutinho (1999b) optaram
pelo controle do número máximo permitido de elementos em cada nova malha,
deixando o nível de erro ser ajustado durante a análise, de acordo com uma
definição prévia do usuário do máximo número de elementos que é permitido.
O procedimento de remalhagem é totalmente automático e acionado durante
uma análise transiente, sempre que a variação relativa do erro estimado excede um
valor pré-estabelecido (1%). Hallak (2002) utilizou o estimador de erro a posteriori
proposto por Zienkiewicz e Zhu (1987) para fazer essa estimativa do erro do
gradiente de velocidade e guiar a remalhagem.
O gerador de malhas usado requer que a distribuição de tamanhos de
elementos seja contínua e definida nos nós de uma malha base previamente
especificada. O tamanho mínimo dos elementos da malha (hemin) é prescrito durante
o processo de elaboração da primeira malha.
É muito importante, neste processo de remalhamento, a transferência de
dados da malha mais antiga para a malha mais nova. A determinação de valores
para um determinado nó de uma malha nova é feita através da interpolação de
resultados das variáveis dos nós da malha anterior. Usa-se um procedimento de
interpolação linear quando os dados são interpolados no interior dos elementos com
tamanho mínimo (hemin), com o intuito de amenizar as contribuições das escalas
espaciais que não puderam ser resolvidas pelas malhas computacionais
empregadas nas análises. O procedimento quadrático é empregado dentro dos
elementos com tamanho superior ao mínimo. Na Figura 4.5, é mostrada uma
representação da transferência de dados entre malhas consecutivas.
Figura 4.5 – Valores das variáveis no nó P da malha nova obtidos por meio da interpolação dos
valores obtidos para os nós i, j e k da malha antiga.
46
INÍCIO
1. Dados Iniciais do Arquivo de Entrada
Fluido Estrutura Malha Simulação
Propriedades físicas Rigidez, amortecimento, Características Número máximo de
como viscosidade e massa e deslocamento geométricas iniciais, iterações, tempo máximo,
massa específica, etc. inicial. limites geométricos da etc.
região ALE, tamanhos
mínimos e máximos
dos elementos, etc.
Figura 4.6 – Fluxograma do algoritmo do programa principal para solução das equações.
48
CAPÍTULO 5
A Ponte Rio-Niterói
Neste capítulo, apresenta-se uma descrição da ponte Rio-Niterói, objeto do presente
estudo, com as suas principais características e o seu comportamento quando
solicitada pela ação do vento.
Figura 5.1 – Vista da ponte a partir do aeroporto Santos Dumont (Battista e Pfeil, 2000).
A ponte tem um fluxo médio de 135 mil veículos por dia, por onde passam
cerca de 400 mil pessoas. Além disso, beneficia o intercâmbio comercial da região,
facilita o escoamento de produção regional e contribui para o desenvolvimento
turístico do Estado. É muito utilizada para o transporte de passageiros e para o
transporte de cargas.
No ano de sua inauguração, era prevista uma taxa anual de crescimento do
tráfego de veículos de 1,5 a 3,0% (Ostapenko et al.,1976, apud Battista e Pfeil,
2000). Entretanto, Battista et al. (1997) verificaram que a taxa média de crescimento
49
do tráfego de veículos ficou em 8,7%. Na Figura 5.2, pode ser visualizada essa taxa
de crescimento num gráfico que relaciona a média diária de veículos pesados com o
tempo em anos. Esta alteração pode ser observada nos diagramas de freqüência de
veículos pesados (cerca de 15% do fluxo de veículos) por número de eixos da
Figura 5.3, onde é possível notar um aumento do fluxo de veículos de três ou mais
eixos (ônibus e caminhões), ao passo que diminui aquele referente aos de dois
eixos.
Figura 5.2 – Fluxo de veículos ao longo dos anos na ponte Rio-Niterói (Battista e Pfeil, 2000).
Figura 5.3 – Diagramas de freqüência de veículos pesados pelo número de eixos (Battista e Pfeil,
2000).
estrutura metálica central totaliza 848 metros, como mostrado na Figura 5.4. Na
Figura 5.5, tem-se a representação em corte da seção transversal da estrutura
metálica do vão central da ponte ilustrada na Figura 5.4.
Os três vãos centrais da ponte, que totalizam 848 m, se posicionam na
direção quase perpendicular à entrada da baía de Guanabara. Na Figura 5.6, pode
ser visualizada a disposição da ponte Rio-Niterói na Baía de Guanabara.
Figura 5.4 – Elevação dos vãos centrais da ponte Rio-Niterói (Battista e Pfeil, 2000).
Figura 5.5 – Seção transversal – corte A-A da Figura 5.4 – da estrutura metálica da ponte Rio-Niterói
(Battista e Pfeil, 2000).
Figura 5.6 – Disposição dos vãos metálicos da ponte Rio-Niterói (Battista e Pfeil, 2000).
51
A Figura 5.7 é uma foto da ponte Rio-Niterói com veículos de grande porte
trafegando na faixa mais lenta, adjacente à barreira lateral, do lado do vento que se
aproxima pelo sudoeste.
A ponte está bastante suscetível aos ventos que se aproximam pelo sudoeste
e podem apresentar magnitudes entre 50 e 60 km/h. A freqüência natural de
vibração da estrutura é de 0,32 Hz em modo de flexão vertical. Como não há
obstáculos próximos, o escoamento incidente é considerado suave, ou seja, com
baixa turbulência.
Desde sua inauguração, há mais de trinta anos, a ponte vinha apresentando
oscilações no primeiro modo de flexão vertical induzida pelo desprendimento
cadenciado de vórtices em ressonância com a sua freqüência fundamental, o que
ocorria para velocidades médias de 55 a 60 km/h, sustentadas por alguns minutos.
Sempre que a velocidade média de vento atingia 50 km/h, a ponte era fechada ao
trânsito de veículos como medida de segurança e conforto dos usuários, em virtude
de seu comportamento aerodinâmico. Os principais problemas de vibração ocorriam
na estrutura metálica da ponte, apresentada na Figura 5.4.
Registros de 16 de outubro de 1997 mostram que foi possível avaliar as
amplitudes do movimento, chegando a aproximadamente 25 centímetros em modo
de flexão vertical. Uma câmera existente ao longo da ponte registrou, nessa mesma
52
data, momentos de oscilação da ponte com grande amplitude (para cima e para
baixo). Linhas de referência, horizontal e ao longo da mediana da ponte foram
traçadas na tela a fim de comprovar o deslocamento da estrutura. Esses registros
podem ser observados na Figura 5.8.
Figura 5.8 – Máxima amplitude de oscilação induzida pelo vento (a) para cima (b) para baixo (Battista
e Pfeil, 2000).
Figura 5.9 – Sistema de atenuadores nas laterais do interior do caixão metálico do vão central
(fonte: http://www.ponte.com.br/concessionaria/sobrea).
54
CAPÍTULO 6
Simulações Aerodinâmicas
Neste capítulo, são apresentadas as considerações e os resultados da simulação
aerodinâmica para diversos perfis não aerodinâmicos, como o da ponte Rio-Niterói
isolada ou na presença de dois veículos de grande porte, o caminhão basculante e o
caminhão baú e, ainda, as seções isoladas dos caminhões. No caso da seção da
ponte com os veículos, consideram-se cortes seccionais na posição das rodas e fora
delas. Em todos os casos, os perfis estão em repouso. Os resultados obtidos foram
comparados com outros resultados presentes na literatura e outros de ensaios
experimentais em túnel de vento.
adimensionalizado em relação à D / u 0 .
6.1.2 – Resultados
Figura 6.6 – Detalhes das barreiras e as diferentes geometrias testadas (dimensões em cm).
Modelos St CD CL
Modelo 1 0,15 0,50 0,30
Modelo 2 0,15 0,53 0,35
Modelo 3 0,15 0,55 0,25
Modelo 4 0,15 0,65 0,03
Experimental
0,14 0,42 0,25
(Robinson e Savage, 1989)
Por esta tabela, o modelo 4, com barreira lateral impermeável, apresenta uma
significante discrepância em relação aos resultados dos outros modelos. O
60
Tabela 6.2 – Influência do tamanho mínimo dos elementos da malha (hemin) nas simulações.
hemin St CD CL
0,01D 0,15 0,55 0,25
0,02D 0,16 0,59 0,25
Experimental
0,14 0,42 0,25
(Robinson e Savage, 1989)
Figura 6.11 – Histórias no tempo dos coeficientes aerodinâmicos para o caminhão basculante.
Figura 6.12 – Histórias no tempo dos coeficientes aerodinâmicos para o caminhão baú.
64
Tabela 6.3 – Resultados em termos dos coeficientes de força e Strouhal para o caso do caminhão
isolado.
Casos CD CL St DCLrms
arrasto obtidos para este último são superiores aos valores obtidos para o caminhão
basculante isolado.
A média do coeficiente de sustentação, por sua vez, permaneceu próxima a
zero por simetria dos obstáculos e do escoamento.
Os valores do número de Strouhal também apresentaram pouca variabilidade
dentre os casos apresentados em relação aos demais autores. Nota-se que a sua
variação, para os limites geométricos analisados, é praticamente linear, como
também observado por Sohankar (2008).
O desvio padrão para o coeficiente de sustentação só apresentou
discrepância no caso do caminhão basculante isolado.
Nas Figuras 6.13(a) e (b), têm-se os espectros das flutuações da força de
sustentação para o valor de Re=107. Para o caminhão basculante isolado (Figura
6.13(a)), aparecem dois picos predominantes relativos à freqüência de 0,085 e à
outra freqüência maior, próxima de 0,2, que podem estar associados ao
desprendimento de vórtices que acontece na face de barlavento e, também, ao
desprendimento à sotavento após o recolamento do fluxo, devido ao alongamento
da seção retangular do basculante.
Figura 6.13 – Espectros das flutuações da força de sustentação para os corpos de altura unitária.
considerando a altura das rodas dos caminhões como obstáculos na ponte e não
apenas as caçambas. Assim, não há passagem dos vórtices gerados na interação
do vento com a estrutura pela parte inferior dos veículos. Essas novas seções
alteradas são apresentadas nas Figuras 6.14(a) e (b).
Como no caso da seção da ponte isolada, o modelo de guarda-corpos
empregado é o 3, em virtude da melhor aproximação dos resultados aos valores
obtidos experimentalmente.
Figura 6.14 – Perfil da seção transversal da ponte alterado pela presença dos veículos de grande
porte.
As malhas iniciais para cada um dos dois casos estão ilustradas nas Figuras
6.15(a) e (b). A duas malhas apresentam 4142 nós e 7848 elementos. A simulação
foi feita para Re=107. Em torno de 1900 malhas, com aproximadamente 14000
elementos, foram usadas nas análises transientes para os diferentes perfis da seção
da ponte, alterados pela presença dos dois veículos apoiados, no intervalo de tempo
t* = 0 a t* = 120, com tamanho mínimo dos elementos (hemin) de 0,01D.
67
(a) Malha inicial da seção da ponte alterada pela presença do veículo basculante.
(b) Malha inicial da seção da ponte alterada pela presença do veículo baú.
Figura 6.15 – Malhas iniciais para a seção da ponte alterada pela presença dos veículos de grande
porte.
68
Figura 6.16 – Espectro das flutuações da força de sustentação para a seção da ponte com o veículo
basculante (perfil A).
Pela análise da Tabela 6.4, pode-se constatar que a presença dos veículos
com as rodas como obstáculos na estrutura da ponte faz com que as médias dos
CDs e as médias dos CLs aumentem em relação ao caso da ponte sem veículos.
Para a seção da ponte com o caminhão baú, o valor do coeficiente de arrasto chega
a dobrar em relação ao caso da ponte sem veículo. Já para a seção da ponte com o
caminhão basculante, o valor do coeficiente de sustentação é aproximadamente 4
vezes maior do que para o caso da ponte sem veículo. Para a seção da ponte na
presença dos dois veículos, não houve diferença no valor do coeficiente de força
resultante, sendo este 1,27, valor que representa um aumento de,
aproximadamente, 110% em relação à seção da ponte.
O valor do número de Strouhal máximo para a seção da ponte com o
caminhão basculante foi idêntico ao obtido na simulação da seção da ponte isolada
69
* *
(a) Instante t =229 (b) Instante t =240,4
Figura 6.17 – Campos de pressão com indicação do desprendimento de vórtices com freqüência
adimensional f=0,085.
* *
(a) Instante t =220 (b) Instante t =228,7
Figura 6.18 – Campos de pressão com indicação do desprendimento de vórtices com freqüência
adimensional f=0,11.
* *
(a) Instante t =221 (b) Instante t =226,7
Figura 6.19 – Campos de pressão com indicação do desprendimento de vórtices com freqüência
adimensional f=0,16.
71
Figura 6.20 – Perfil da seção transversal da ponte alterado pela presença das caçambas dos veículos
de grande porte.
(a) Malha inicial da seção da ponte alterada pela presença do caminhão basculante.
(b) Malha inicial da seção da ponte alterada pela presença do caminhão baú.
Figura 6.21 – Malhas iniciais para a seção da ponte alterada pela presença das caçambas dos
veículos de grande porte.
73
Figura 6.22 – Histórias no tempo dos coeficientes aerodinâmicos para a ponte na presença da
caçamba do caminhão basculante.
Figura 6.23 – Histórias no tempo dos coeficientes aerodinâmicos para a ponte na presença da
caçamba do caminhão baú.
número de Strouhal máximo (St*). Na Tabela 6.5, têm-se os resultados obtidos para
a ponte na presença dos veículos, comparados com os resultados para a ponte
descarregada.
Na Figura 6.24 apresenta-se o espectro de freqüência para o coeficiente de
sustentação CL no caso da seção da ponte com o veículo basculante na seção
intermediária entre as rodas (perfil B). No espectro evidenciam-se, novamente,
diversos picos, com o valor de freqüência, mais à direita, tomado como o
representativo do número de Strouhal máximo.
74
Figura 6.24 – Espectro das flutuações da força de sustentação para a seção da ponte com o veículo
basculante (perfil B).
* *
(a) Instante t =115 (b) Instante t =116
* *
(c) Instante t =117 (d) Instante t =118
* *
(e) Instante t =119 (f) Instante t =120
* *
(g) Instante t =121 (h) Instante t =122
* *
Figura 6.25 – Campo de pressões do instante t =115 ao t =122.
76
* *
(a) Instante t =119,5 (b) Instante t =125
Figura 6.26 – Detalhes das pressões próximas à região entre a ponte e o caminhão.
77
CAPÍTULO 7
Simulações Aeroelásticas
Neste capítulo, são apresentadas as considerações e os resultados da simulação
aeroelástica para o perfil da seção da ponte Rio-Niterói isolada e com o caminhão
basculante. Para esta última situação, considera-se a seção que envolve um dos
eixos do caminhão (perfil A) e uma seção fora dos eixos (perfil B). Consideram-se os
efeitos dinâmicos dos corpos, que agora estão oscilando.
d2h dh
m 2
+c + kh = F (7.1)
dt dt
d2h * dh * C
m* 2
+c* + k * h* = L (7.2)
dt * dt * 2
d 2h * 108,85 dh * 81196,48 C
364,81 2
+ + 2
h* = L (7.3)
dt * u 0 dt * u0 2
1 k*
f* = (7.4)
2p m *
u0* . D*
u simulado = (7.5)
Re
1
u simulado = (7.6)
Re
km m υ real Re u simulado
v( ) v( ) m* c* k* f* -5 7 -7
h s (x10 ) (x10 ) (x10 )
40 11,11 364,81 9,80 657,69 0,21 1,48 0,55 1,79
51 14,17 364,81 7,68 404,58 0,17 1,48 0,71 1,41
54 15,00 364,81 7,26 360,87 0,16 1,48 0,75 1,33
57 15,83 364,81 6,87 323,89 0,15 1,48 0,79 1,26
62 17,22 364,81 6,32 273,75 0,14 1,48 0,86 1,16
70 19,44 364,81 5,60 214,76 0,12 1,48 0,97 1,03
75 20,83 364,81 5,22 187,08 0,11 1,48 1,04 0,96
82 22,78 364,81 4,78 156,50 0,10 1,48 1,14 0,88
90 25,00 364,81 4,35 129,91 0,10 1,48 1,25 0,80
95 26,39 364,81 4,12 116,60 0,09 1,48 1,32 0,76
100 27,78 364,81 3,92 105,23 0,09 1,48 1,39 0,72
105 29,17 364,81 3,73 95,45 0,08 1,48 1,46 0,68
110 30,56 364,81 3,56 86,97 0,08 1,48 1,53 0,65
Nas análises aeroelásticas, para os perfis da ponte com o caminhão, nos dois
cortes seccionais, as respostas em termos dos coeficientes de arrasto (CD) e
sustentação (CL) ao longo do tempo de simulação foram obtidas por integração
conjunta das pressões ao longo dos perímetros da ponte e do caminhão, visto que
não há contribuição significativa dada pelo veículo, em termos de valores, numa
integração isolada.
7.1.2 – Resultados
para uma velocidade crítica de 51 km/h, enquanto para a simulação de Hallak (2002)
o valor da freqüência de desprendimento foi de 0,16 (hemin = 0,02D), o que apontou
uma velocidade crítica maior, correspondente a 54 km/h. Os ensaios experimentais
chegaram à amplitude máxima associada à velocidade crítica de 62 km/h em função
da freqüência de desprendimento dominante igual a 0,14.
As diferenças entre as velocidades críticas, principalmente para a presente
pesquisa e os ensaios experimentais, deve-se, mais uma vez, às considerações
bidimensionais dadas ao modelo numérico, enquanto nos ensaios, apesar do
escoamento ser bidimensional, a barreira simulada é idêntica ao modelo real.
Figura 7.2 – Histórias no tempo do deslocamento vertical da seção da ponte para taxa de
Tabela 7.3 – Amplitudes de resposta, tomadas como a média dos picos de cada uma das respostas
da Figura 7.2 na fase permanente.
h(m)
Experimental Computacional
u0(km/h) Presente
Robinson e Hallak (2002)
trabalho
Savage (1989) (hemin=0,02D)
(hemin=0,01D)
40 0 0,084 0,08
51 - - 0,25
54 0,12 0,21 0,17
57 - - 0,10
62 0,26 0,15 0,075
70 0,04 0,12 0,065
0.3
Seção da ponte
- Experimental
(Robinson e
Savage, 1989)
0.2
Amplitudes (m)
Seção da ponte
- Comput.
(Hallak, 2002)
0.1
Seção da ponte
- Comput.
(Presente
trabalho)
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Velocidades (km/h)
Figura 7.3 – Variação, em relação à velocidade do vento, das amplitudes de deslocamentos para a
seção da ponte Rio-Niterói. Comparação com os resultados de ensaios de modelo seccional em túnel
de vento (Robinson e Savage, 1989) e resultados de simulação computacional obtidos por Hallak
(2002).
Figura 7.4 – Espectros de freqüência dos deslocamentos verticais para diferentes velocidades de
vento na faixa de sincronização para a seção da ponte.
86
Tabela 7.4 – Coeficientes obtidos para a seção da ponte para as velocidades de vento simuladas.
Pela Tabela 7.4, nota-se que as médias dos CDs apresentaram-se bastante
próximas (entre 0,55 e 0,57) e as médias dos CLs mostraram-se sem grandes
variações, para as diferentes velocidades de vento empregadas nas análises. O
coeficiente de força resultante também foi insensível à variação de velocidade,
apresentando um valor médio de 0,59, bem próximo ao valor obtido para a seção da
ponte para o caso aerodinâmico, que foi 0,60. A média das flutuações do CL
apresentou uma diferença de 20% entre os extremos desses valores e o valor de
fdom permaneceu praticamente inalterado, com maior freqüência do valor de 0,17, o
que confirma a velocidade crítica de 51 km/h.
Nas Figuras 7.5(a) a (f), tem-se os espectros de freqüência do coeficiente de
sustentação CL para todas as velocidades simuladas. É possível notar que para as
velocidades próximas à ressonância (51 km/h e 54 km/h) e para a velocidade de 40
km/h, a freqüência de desprendimento de vórtices de 0,17 é dominante nos
espectros. À medida que se afasta dessas velocidades, freqüências muito baixas
(inferiores a 0,1) começam a dominar.
87
Figura 7.5 – Espectros das flutuações da força de sustentação para a seção da ponte.
Figura 7.6 – Malha inicial da seção da ponte com o veículo basculante – perfil A.
Figura 7.7 – Histórias no tempo do deslocamento vertical da seção da ponte na presença do veículo
basculante na seção das rodas para várias velocidades de vento até 70 km/h.
91
Tabela 7.5 – Amplitudes de resposta, tomadas como a média dos picos de cada uma das respostas
da Figura 7.7 na fase permanente.
u0(km/h) h(m)
40 0,24
51 0,68
54 0,12
57 0,09
62 0,11
70 0,15
0.8
0.7
0.6
Seção da ponte com
Amplitudes (m)
veículo basculante -
0.5
perfil A - Comput.
0.4 (Presente trabalho)
Seção da ponte -
0.3
Comput. (Presente
trabalho)
0.2
0.1
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Velocidades (km/h)
Figura 7.8 – Variação, em relação à velocidade do vento, das amplitudes de deslocamentos para a
seção da ponte na presença do veículo basculante na seção das rodas. Comparação com os
resultados da seção da ponte sem veículos obtidos no presente trabalho.
dez vezes maior do que a amplitude do espectro do caso da seção da ponte sem o
caminhão para a mesma velocidade crítica (0,011).
Figura 7.9 – Espectros de freqüência dos deslocamentos verticais para diferentes velocidades de
vento na faixa de sincronização para a seção da ponte com o veículo basculante na seção das rodas
para as velocidades de vento até 70 km/h.
Tabela 7.6 – Coeficientes obtidos para a seção da ponte com o veículo basculante na seção das
rodas para as velocidades de vento simuladas.
Pela Tabela 7.6, visualiza-se que as médias dos CDs e as médias dos CLs
apresentaram maior variabilidade do que no caso da seção da ponte isolada. A
média dos CDs esteve entre 0,69 e 0,73. Já a média dos CLs esteve entre 0,46 e
1,01 (mais do que o dobro), enquanto para a seção da ponte sem o veículo, este
valor permaneceu entre 0,17 e 0,21 (diferença de 24%). O coeficiente de força
resultante foi bem maior do que no caso da seção da ponte sem o veículo para
todas as velocidades. Esse coeficiente apresentou um valor médio de 1,07. A média
das flutuações do CL apresentou uma diferença de aproximadamente 20% entre os
extremos desses valores e o valor de freqüência dominante permaneceu
praticamente inalterado, com o valor de 0,17.
Nas Figuras 7.10(a) a (f), têm-se os espectros de freqüência do coeficiente de
sustentação CL para todas as velocidades simuladas até 70 km/h. Nestes espectros,
aparecem freqüências muito baixas com picos bastante elevados. Em todas as
velocidades (exceto u0=40 km/h), aparece a freqüência de desprendimento de
vórtices de 0,17, apesar de predominarem freqüências muito baixas nos espectros.
94
Figura 7.10 – Espectros das flutuações da força de sustentação para a seção da ponte com o veículo
basculante na seção das rodas para as velocidades de vento até 70 km/h.
Figura 7.11 – Histórias no tempo do deslocamento vertical da seção da ponte na presença do veículo
basculante na seção das rodas para velocidades de vento superiores a 70 km/h.
97
Tabela 7.7 – Amplitudes de resposta, tomadas como a média dos picos de cada uma das respostas
da Figura 7.11 na fase permanente.
u0(km/h) h(m)
75 0,35
82 0,74
90 0,81
95 0,92
100 0,95
105 0,97
110 0,57
1.1
1 Seção da ponte com
veículo basculante -
0.9
perfil A - Comput.
0.8 (Presente trabalho)
Amplitudes (m)
0.7
0.6
0.5
0.4
0.3
0.2
0.1
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120
Velocidades (km/h)
Figura 7.12 – Variação, em relação à velocidade do vento, das amplitudes de deslocamentos para a
seção da ponte na presença do veículo basculante na seção das rodas para uma maior faixa de
velocidades.
Figura 7.13 – Espectro de freqüência do deslocamento vertical para u0=100 km/h na faixa de
sincronização para a seção da ponte com o veículo basculante na seção das rodas.
Figura 7.14 – Espectro de freqüência da força de sustentação para a seção da ponte com o veículo
basculante na seção das rodas para a velocidade de vento de 100 km/h.
Figura 7.15 – Malha inicial da seção da ponte com o veículo basculante – perfil B.
99
(e) u0 = 70 km/h
Tabela 7.8 – Amplitudes de resposta, tomadas como a média dos picos de cada uma das respostas
da Figura 7.16 na fase permanente.
u0(km/h) h(m)
40 0,075
54 0,45
57 0,24
62 0,13
70 0,12
0.5
0.4
Seção da ponte com
veículo basculante -
Amplitudes (m)
perfil B - Comput.
0.3 (Presente trabalho)
Seção da ponte -
0.2 Comput. (Presente
trabalho)
0.1
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Velocidades (km/h)
Figura 7.17 – Variação, em relação à velocidade do vento, das amplitudes de deslocamentos para a
seção da ponte na presença da caçamba do veículo basculante. Comparação com os resultados da
seção da ponte sem veículos obtidos no presente trabalho.
(e) u0 = 70 km/h
Figura 7.18 – Espectros de freqüência dos deslocamentos verticais para diferentes velocidades de
vento na faixa de sincronização para a seção da ponte com a caçamba do veículo basculante.
Tabela 7.9 – Coeficientes obtidos para a seção da ponte com a caçamba do veículo basculante para
as velocidades de vento simuladas.
Analisando a Tabela 7.9, visualiza-se que as médias dos CDs, de modo geral,
oscilaram entre 0,59 e 0,60 e as médias dos CLs apresentaram menor variabilidade
do que no caso da seção da ponte, estando entre 0,23 e 0,24. O coeficiente de força
resultante foi maior do que no caso da seção da ponte sem o veículo para todas as
velocidades, apresentando um valor médio de 0,63. A média das flutuações do CL
apresentou uma diferença de aproximadamente 14% entre os extremos desses
valores e o valor de fdom apresentou pequena variabilidade, com maior freqüência do
valor de 0,16, o que confirma a velocidade crítica aproximada de 54 km/h.
Nas Figuras 7.19(a) a (e), tem-se os espectros de freqüência do coeficiente
de sustentação CL para todas as velocidades simuladas.
(e) u0 = 70 km/h
Figura 7.19 – Espectros das flutuações da força de sustentação para a seção da ponte com a
caçamba do veículo basculante.
104
Nos espectros apresentados, mais uma vez continuam a aparecer picos para
freqüências muito baixas, o que pode representar o aparecimento de novas
velocidades críticas maiores do que 54 km/h.
105
CAPÍTULO 8
Considerações Finais
8.1 – Conclusões
De tudo que foi exposto, pode-se dizer que os objetivos cobiçados por este
trabalho foram alcançados. A aplicação da simulação computacional, como meio
alternativo entre os onerosos ensaios experimentais em túnel de vento e a solução
analítica, que encontra adversidades no tratamento das equações em
fluidodinâmica, foi de grande valia em virtude de ter gerado resultados próximos
daqueles presentes em outras referências.
Entretanto, os testes experimentais não devem ser descartados, pois são
fundamentalmente importantes para o ajuste dos métodos e modelos numéricos que
são desenvolvidos.
É valido destacar que as técnicas computacionais, devido à complexidade dos
problemas de interação fluido-estrutura, exigem muito da capacidade dos
computadores, o que mitiga aos engenheiros e pesquisadores da área, a otimização
dessas técnicas para a obtenção de melhores resultados, aliada à minimização dos
custos computacional e da própria pesquisa.
BIBLIOGRAFIA
ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas (1988) NBR 6123: Força devido
ao Vento em Edificações – Procedimento, Rio de Janeiro – RJ, 66p.
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Structural Behaviour of the Central Spans of Rio-Niterói Bridge. Ponte SA –
Concessionaire of the Rio-Niterói Bridge. In: Contract Report COPPETEC ET-
150474, vol.5, Rio de Janeiro, Brasil.
Brezzi, F. e Fortin, M. (1991) Mixed and Hybrid Finite Element Methods. Springer,
New York.
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1112.
Rodi, W. (1997) Comparison of LES e RANS Calculations of the Flow Around Bluff
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Scanlan, R. H. (1998) Analytical Models in Bridge Design and Retrofit for Wind
Effects – Wind Effects on Buildings and Structures. The Proceedings of Jubileum
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Simiu, E. e Scanlan, R. H. (1986) Wind Effects on Structures. John Wiley & Sons,
New York, 2nd edition.
Simiu, E. e Scanlan, R. H. (1996) Wind Effects on Structures. John Wiley & Sons,
New York, 3rd edition.
Strukelj, A., Ciglaric, I. e Pipenbaher, M. (2005) Analysis of a Bridge Structure and its
Wind Barrier under Wind Loads. Structural Engineering International, 220-227.
Vickery, B. J. (1996) Fluctuating Lift and Drag on a Long Cylinder of Square Cross-
Section in a Turbulent Stream. J. Fluid Mech, 25: 481-494.
ANEXO
Neste anexo, será apresentado o método LES, que trata do estudo numérico de
escoamentos turbulentos, onde se aplica a filtragem das equações de Navier-Stokes
e, depois, serão abordados, sucintamente, alguns modelos sub-malha que fazem a
modelagem das escalas não resolvíveis do fluxo turbulento.
§ Filtro Gaussiano:
6 æ 6x ² ö
G(x) = expç - 2 ÷ (A.2)
pD 2
è D ø
ì 1/ D se x £ D / 2
Ĝ( x ) = í (A.3)
î0 caso contrário
118
é ¶u ¶(u a u b ) ù ¶t ab ¶p
rê a + ú- + = fa (A.4)
ë ¶t ¶x b û ¶x b ¶x a
∂u a
r =0 (A.5)
∂x a
é ¶u ¶( u a u b ) ù ¶t ab ¶ p
rê a + ú- + = fa (A.6)
ëê ¶t ¶x b ûú ¶x b ¶x a
∂ ua
r =0 (A.7)
∂x a
é ¶u ¶( ua ub ) ù ¶t ab ¶ p ¶
rê a + ú- + +r ( u a u b - ua ub ) = fa (A.8)
ë ¶t ¶x b û ¶x b ¶x a ¶x b
t ab
f
= r( ua ub - u a ub ) (A.9)
é ¶ ua ¶( ua ) ù ¶tab ¶ p ¶t ab
f
rê + ub ú- + - = fa (A.10)
ë ¶t ¶x b û ¶x b ¶x a ¶x b
O termo tab
f
apresentado na equação (A.9) representa o tensor de tensões de
t = 2u T Ñ S u (A.11)
no qual:
u T = (C S D )² Ñ S u é a viscosidade da turbulência;
1
Ñ Su = ( Ñ u + ( Ñ u) T ) ;
2
1
Ñ u = (2Ñ u.Ñ u) ;
S s S 2