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EM PAVIMENTO RÍGIDO
Rio de Janeiro
2014
c2013
2
INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA
PAVIMENTO RÍGIDO
Rio de Janeiro
2014
3
A Deus, aquele que tudo nos dá,
à Patrícia, minha querida esposa e fiel companheira,
Samuel e Maria Fernanda, bênçãos em minha vida e
a meus pais, que nunca desistiram de investir em mim e meus irmãos e
que, sem a perseverança e fé deles,
teria sido muito difícil chegar até aqui.
4
AGRADECIMENTOS
5
Ao Prof. Luiz Pizzaro e a Ten Beatriz Ferreira do SE/5, pela disponibilização
de material e ajuda na análise químico-quantitativa do ensaio de envelhecimento
acelerado.
Por fim, agradeço a todos os integrantes do SE/2 e do IME pelo período de
convivência e que direta ou indiretamente tiveram a sua participação neste trabalho,
estas palavras não materializam o grande sentimento de gratidão que tenho por
todos, que Deus os abençoe.
6
“Pensai que com vossa atividade profissional
realizada com responsabilidade, além de vos
sustentardes economicamente, prestais um serviço
diretíssimo à sociedade e aliviais as cargas dos
outros em nível local e universal”.
Pe Josémaria Escrivá
7
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 15
1.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ........................................................................................ 15
1.2. OBJETIVOS .................................................................................................................. 16
1.2.1. OBJETIVO GERAL .......................................................................................................16
1.2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS.......................................................................................... 16
1.3. JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DO TEMA .................................................................16
1.4. ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO ................................................................................ 17
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................................... 19
2.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ........................................................................................ 19
2.2. DESCRIÇÃO DO PROBLEMA FÍSICO..........................................................................20
2.2.1. CONDUÇÃO ................................................................................................................. 20
2.2.2. CONVECÇÃO ............................................................................................................... 24
2.2.3. RADIAÇÃO ................................................................................................................... 25
2.2.4. MECANISMOS COMBINADOS DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR .............................. 27
2.3. CARACTERÍSTICAS DOS INCÊNDIOS ........................................................................28
2.3.1. TEMPERATURA DOS GASES...................................................................................... 28
2.3.2. INCÊNDIO PADRÃO.....................................................................................................29
2.3.3. COMPORTAMENTO DO CONCRETO SOB ELEVADAS TEMPERATURAS ................. 32
2.3.4. O FENÔMENO DO SPALLING ..................................................................................... 34
2.3.5. PROTEÇÃO PASSIVA DO CONCRETO AO FOGO ...................................................... 36
2.3.6. VARIAÇÃO DOS PARÂMETROS DE RESISTÊNCIA COM A ELEVAÇÃO DA
TEMPERATURA ...........................................................................................................38
2.4. PARÂMETROS TÉRMICOS DO CONCRETO ............................................................... 42
2.4.1. CONDUTIVIDADE TÉRMICA OU COEFICIENTE DE CONDUÇÃO DE CALOR ( ) ......43
2.4.2. CAPACIDADE DE CALOR EM MASSA OU CAPACIDADE DE CALOR ESPECÍFICO
( ) .............................................................................................................................. 44
2.4.3. PESO ESPECÍFICO ( ) ................................................................................................ 45
3. MATERIAIS E CONCRETOS ........................................................................................ 48
3.1. DIMENSÕES DOS CORPOS DE PROVA PRISMÁTICOS ............................................48
8
3.2. CONCRETOS ............................................................................................................... 52
3.2.1. DISTRIBUIÇÃO DOS LOTES DOS CONCRETOS ........................................................ 53
3.3. MATERIAIS................................................................................................................... 57
3.3.1. CIMENTO PORTLAND .................................................................................................57
3.3.2. AGREGADO MIÚDO .....................................................................................................58
3.3.3. AGREGADOS GRAÚDOS ............................................................................................ 60
3.3.4. SUPERPLASTIFICANTE............................................................................................... 63
3.3.5. FIBRA DE POLIPROPILENO ........................................................................................ 63
3.4. DOSAGEM DOS CONCRETOS .................................................................................... 64
3.1. MOLDAGEM E CURA DOS CORPOS DE PROVA........................................................ 70
3.1.1. CURA DOS CORPOS DE PROVA ................................................................................ 73
3.1.2. IDENTIFICAÇÃO DOS LOTES DOS CORPOS DE PROVA ..........................................74
4. ENSAIOS REALIZADOS .............................................................................................. 76
4.1. ULTRASSOM ................................................................................................................ 76
4.2. ESCLEROMETRIA ........................................................................................................78
4.3. ELEVAÇÃO DA TEMPERATURA.................................................................................. 80
4.4. ENVELHECIMENTO ACELERADO ............................................................................... 88
4.5. ENSAIOS DE DETERMINAÇÃO DAS RESISTÊNCIAS................................................. 98
4.5.1. ENSAIOS DE COMPRESSÃO CENTRADA ..................................................................98
4.5.2. ENSAIO DE FLEXÃO ....................................................................................................98
4.6. ANÁLISE MICROSCÓPICA DO CONCRETO ............................................................. 101
4.7. MEDIÇÃO DO CALOR INTERNO DO CONCRETO .................................................... 103
5. ESTUDO NUMÉRICO .................................................................................................106
5.1. EFEITO DA TEMPERATURA EM PAVIMENTOS RÍGIDOS ........................................106
5.2. MODELAGEM DO RESFRIAMENTO INTERNO DOS CONCRETOS .......................... 114
5.3. PARÂMETROS PARA AS MODELAGENS NUMÉRICAS DOS CONCRETOS ............115
6. RESULTADOS EXPERIMENTAIS E NUMÉRICOS..................................................... 115
6.1. RESULTADOS EXPERIMENTAIS............................................................................... 115
6.1.1. CONCRETAGEM VERMELHA .................................................................................... 117
6.1.2. CONCRETAGEM MARROM ....................................................................................... 122
6.1.3. CONCRETAGEM AZUL .............................................................................................. 127
6.1.4. CONCRETAGEM VERDE ........................................................................................... 133
6.1.5. CONCRETAGEM AMARELA ...................................................................................... 139
6.1.6. CONCRETAGEM DO ENVELHECIMENTO ACELERADO ..........................................147
6.1.7. CONCRETAGEM DO EFEITO TAMANHO ..................................................................154
6.1.8. IMAGENS MICROSCÓPICAS OBTIDAS VIA MEV...................................................... 157
9
6.1.9. MEDIÇÃO DO CALOR INTERNO DO CONCRETO .................................................... 162
6.2. RESULTADOS NUMÉRICOS...................................................................................... 164
7. ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS ..................................................................168
8. CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS .............................. 207
REFERÊNCIAS .............................................................................................................................. 211
10
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS
ABREVIATURAS
SC - Servidor Civil
Sd - Soldado
Ten - Tenente
Cap - Capitão
Maj - Major
TC - Tenente Coronel
Cel - Coronel
SÍMBOLOS
- Massa específica
q - Fluxo de calor
T - Temperatura
ε - Emissividade
σ - Constante de Stefan-Boltzmann
11
LISTA DE SIGLAS
PP Polipropileno
PA Para Análise
CP Corpo de prova
12
RESUMO
13
ABSTRACT
This study aimed to studying the temperature effect on concrete and rigid
pavement. An experimental program was carried out to investigate the compressive
and flexure tensile strength, beyond the hammer rebound number and the velocity of
ultrasonic waves propagation in concrete with and without polypropylene fiber. The
parameters varied in this experimental program were the mean compressive strength
of concrete (fc = 35 MPa and 50 MPa), the volumetric content of the polypropylene
fiber (0.00%, 0.15 % and 0.30 %), the temperature (25 oC , 300 oC , 600 oC and 900
o
C) and exposure condition at the time of testing (without cooling, with cooling, and
accelerated aging cycles) of concrete. It has also developed a numerical modeling of
the temperature variation effects on concrete pavements using the finite element
method (FEM). In this modeling, the effects of thermal expansion and temperature
gradients were considered. It was found that the higher the temperature and the
intensity of aging, lower values of compressive and flexure tensile strength of
concrete. It was concluded that temperature effects are quantitatively relevant and
should be considered in the design of rigid pavements.
14
1. INTRODUÇÃO
15
espessura. A variação de temperatura gera gradientes térmicos que resultam em
esforços no pavimento rígido. Estes esforços, embora não imponham alterações
microestruturais importantes em concretos, influenciam o comportamento
macroestrutural do pavimento.
1.2. Objetivos
16
A temperatura no concreto é um parâmetro influente nas suas propriedades,
assim como o clima e a chuva ácida. Faz-se necessário a análise quanto à
capacidade de suporte residual do concreto após serem submetidas à elevação de
temperatura com ou sem resfriamento subsequente para o dimensionamento e
projeto de estruturas de concreto, incluindo pavimentos rígidos.
17
- Capítulo 6 – Resultados Experimentais e Numéricos: são apresentados de
maneira gráfica e em tabelas, os resultados experimentais dos ensaios realizados,
assim como também são apresentados os resultados das modelagens numéricas
realizadas;
18
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
19
acidente em uma usina nuclear, a temperatura pode chegar a vários milhares de
graus centígrados ou até mais em questão de segundos (GUO e SHI, 2011).
2.2.1. Condução
20
fluxo e gradiente de temperatura na direção considerada (Ozisik, 1985). Cuja
formulação é:
21
arbitrário (x, y, z) em coordenadas cartesianas, FIG. 2.1, a sua temperatura interna
se presume ser uniformemente distribuída como T (x, y, z, t) no momento t.
FIG. 2.1 Análise do fluxo de calor em um elemento infinitesimal (GUO e SHI, 2011).
T
q x - EQ. 2.2
x
q x T T
q x dx q x dx - - ( ) dx EQ. 2.3
x x x x
T
(q x q x dx ) dydz ( ) dxdydz EQ. 2.4
x x
22
Da mesma forma, obtendo as quantidades de calor nas direções no Y e Z,
tem-se a quantidade total de calor na unidade de tempo dentro elemento
infinitesimal é:
T T T
x ( x ) y ( y ) z ( z ) dxdydz EQ. 2.5
T
C dxdydz EQ. 2.7
t
T 1 T T T qd
EQ. 2.8
t C x x y y z z C
23
Esta é a equação diferencial parcial de difusão de calor transiente.
Em geral, o concreto não é projetado para gerar calor, fonte nulo ( qd = 0), quando
T T T
0 EQ. 2.9
x x y y z z
2.2.2. Convecção
24
densidade (convecção natural) ou a uma diferença de pressão gerada por uma
bomba ou ventilador (convecção forçada).
Quando ocorre o movimento de um fluido sobre uma superfície sólida, é
possível, de maneira geral, dividir o campo de velocidades em duas regiões
principais, segundo a teoria da camada limite hidrodinâmica. Junto à superfície
sólida, há uma região com grandes velocidades chamada camada limite; mais
distante dessa superfície há uma distribuição uniforme de velocidade, denominada
de região de escoamento livre (WANG, 1982). Assim, pode-se estabelecer uma
analogia para um campo de temperaturas de um fluido próximo a uma superfície
sólida, de modo que junto a ela tenha-se uma região com gradientes de
temperatura, enquanto mais distante se estabelece uma distribuição uniforme de
temperatura.
O fenômeno da convecção depende da densidade, viscosidade, velocidade
de escoamento, condutividade térmica e calor específico. A lei que estabelece a
densidade de fluxo de calor por convecção é conhecida como lei de Newton para o
resfriamento, dada por:
2.2.3. Radiação
25
de fuligem, resultante da combustão incompleta dos materiais combustíveis do
compartimento a radiação provinda dos gases será predominante (SILVA, 2012).
Segundo OZISIK (1985), radiação é a energia que os corpos emitem
continuamente em função de sua temperatura. Duas teorias explicam essa emissão:
segundo Maxwell, a transmissão energética se dá através de ondas
eletromagnéticas e segundo Planck através de fótons discretos. A radiação se
origina no interior do corpo e é emitida através de sua superfície, ou seja,
caracteriza-se por um processo de massa.
O processo inverso da emissão é a absorção de radiação, que penetra até as
profundezas do meio, onde é atenuada. À medida que se aproxima da superfície do
corpo, a radiação pode ser atenuada ou absorvida. Os metais, por exemplo, são
opacos à radiação, uma vez que a poucos angstrons da superfície ela é atenuada
até ser totalmente absorvida pela superfície metálica. Já líquidos, como a água,
gradualmente atenuam a radiação, sendo considerados semitransparentes, ou seja,
a radiação percorre todo o fluido, perdendo parte da energia no processo. Somente
o vácuo é capaz de propagar a energia na forma de radiação sem qualquer tipo de
atenuação. O ar atmosférico pode ser considerado transparente à radiação para
pequenas camadas, enquanto gases como dióxido de carbono, monóxido de
carbono e vapor de água são capazes de atenuar a radiação térmica, pois absorvem
radiação em certas faixas de comprimento de onda, sendo considerados
semitransparentes (OZISIK, 1985).
A equação que estabelece a taxa de emissão de radiação por um corpo negro
a uma temperatura T foi estabelecida por J. Stefan em 1879, experimentalmente, e
deduzida teoricamente por L. Botzmann em 1884 (KREITH et al., 2003), resultando
na Lei de Stefan- Boltzmann para corpos negros representada por:
26
Para um corpo real, a emissividade ε ajusta os valores à realidade, uma vez
que o fluxo de radiação para corpos reais será sempre menor que o do corpo
negro, como mostra a equação a seguir:
27
2.3. CARACTERÍSTICAS DOS INCÊNDIOS
28
FIG. 2.3: Curva de incêndio real (SILVA, 2012).
29
(a) Variação da Temperatura dos gases com o tempo para diferentes cargas
combustíveis.
(b) Variação da Temperatura dos gases com o tempo para diferentes áreas de
ventilação.
FIG. 2.4 Curvas de variação da temperatura dos gases (BORCHGRAEVE et
al.,1990).
30
Atualmente existe uma série de curvas de aquecimento propostas por
diversas normas, oferecendo aos projetistas a possibilidade de selecionar a curva
que melhor se adapta à situação de seu projeto.
SILVA (2012) ressalta que as normas brasileiras ABNT NBR 14432 (2000) e
ABNT NBR 5628 (2001) recomendam a curva com base na ISO 834 (1990) aplicável
a incêndios derivados de materiais celulósicos como papel, madeira, etc.
, ,
= 1.080(1 − 0,33 − 0,68 ) + 20 (hidrocarbonetos) EQ. 2.14
31
2.3.3. Comportamento do Concreto Sob Elevadas Temperaturas
32
mostraram que, durante um incêndio, em um concreto com certo grau de umidade,
exposto a um elevado gradiente de temperatura, pode ocorrer o desplacamento das
camadas superficiais quentes das camadas interiores mais frias. Este fenômeno é
comumente denominado spalling.
Segundo GUO e SHI (2011), o concreto ao ser resfriado geralmente, não
recupera a resistência inicial podendo perder até 10% dessa resistência.
O valor da resistência após o resfriamento depende da temperatura atingida
durante o incêndio e da velocidade de resfriamento. Quanto mais rápido o
resfriamento, mais prejudicial será para a resistência do concreto.
Dimensionar a estrutura para a situação de incêndio não impede que haja
deformações e fissuras exageradas. Segundo a ABNT NBR 15200 (2012),
plastificações, ruínas e até colapsos locais são aceitos.
Por essas razões, a estrutura só pode ser reutilizada após um incêndio se for
vistoriada, tiver sua capacidade remanescente verificada e sua recuperação for
projetada e executada. Essa recuperação pressupõe que a estrutura volte a ter as
características que apresentava antes do incêndio, recuperando todas as
capacidades últimas e de serviço exigidas. Essa verificação pode eventualmente
concluir que não existe necessidade de recuperação da estrutura se o incêndio foi
de pequena severidade ou se a estrutura tinha proteção superabundante ABNT NBR
15200 (2012) apud SILVA (2012).
A cor e os danos na superfície do corpo de prova a diferentes temperaturas
são apresentados na TAB. 2.1.
33
2.3.4. O Fenômeno do Spalling
34
- O coeficiente de dilatação térmica do concreto sofre um aumento brusco,
para temperaturas acima de 450 ºC, quando perde água, inclusive a de hidratação.
- Alta densidade: as tensões de tração que são originadas devido ao
impedimento da liberação da pressão de vapor d’água com o aumento da
temperatura nas peças de concreto armado com matriz muito densa, somadas às
tensões térmicas e estáticas podem superar as tensões de tração resistentes do
material, levando ao colapso.
- Seções transversais delgadas: com o desenvolvimento de concretos com
altas resistências, as peças estruturais tendem a se tornarem mais esbeltas, de
menor largura para suportar os mesmos carregamentos acarretando, com isso,
maior facilidade da propagação do calor para o interior das peças, fazendo com que
a massa de concreto central sofra mais rapidamente o efeito do incêndio.
Os concretos contendo agregados silicosos, como o granito apresentam
pipocamentos (“pop outs”) e lascamentos acima dos 500 °C, em virtude do
estilhaçamento dos agregados (LIN et al. ,1996 apud COSTA, 2002).
SARZALEJO (2008) relatou que na ocorrência de um incêndio as chamas
entram em contato direto com o concreto da estrutura, alcançando-se temperaturas
muito elevadas que causam a sua rápida deterioração.
A exposição dos elementos construtivos a altas temperaturas traz como
consequência a alteração das características físicas e mecânicas dos mesmos,
reduzindo sua funcionalidade estrutural. No caso específico do concreto, esta
degradação se produz em etapas, de acordo com o aumento da temperatura. Esta
degradação pode ser vista na FIG. 2.7.
35
Como se observa na FIG. 2.8, o primeiro fenômeno observado no momento
do aumento da temperatura que é o do desplacamento da face superficial do
revestimento (spalling).
No momento em que a temperatura da superfície do concreto começa a
aumentar, uma parcela do vapor de água que se encontra nesta região, irá se mover
em direção ao núcleo do concreto, onde as temperaturas são menores. Este
fenômeno traz como consequência o aumento da pressão interna da matriz,
culminando na superação da própria resistência do concreto, produzindo-se o
fenômeno do “spalling” ou desplacamento da face superficial.
36
As características estruturais que devem ser asseguradas pela proteção
passiva são: conservação da capacidade portante, não emissão de gases
inflamáveis na face exposta, não dissipação das chamas ou dos gases e isolamento
térmico da face interna do elemento estrutural.
Conclui-se que, toda proteção passiva do concreto contra o fogo deverá ter
um papel importante nos primeiros minutos do incêndio, porque durante este período
será feita a evacuação das pessoas e a tentativa de extinção das chamas por parte
dos bombeiros.
Como se pode observar na FIG. 2.8, deverá ser dada uma atenção
diferenciada na proteção do concreto devido ao fenômeno do “spalling”, já que esta
é a deterioração principal que o concreto sofrerá durante os primeiros minutos do
incêndio (SARZALEJO 2008).
37
que ocorreria dentro do mesmo, evitando por consequência o desplacamento das
camadas superficiais.
FIG. 2.9 Rota de escape dos gases dentro da matriz de concreto (Modificado de
SARZALEJO 2008).
, = , EQ. 2.15
38
onde: é a resistência característica à compressão do concreto em situação
normal; e , é o fator de redução da resistência do concreto na temperatura ,
conforme Tabela 4.1.
39
TAB. 2.1 Valores das relações , = , / para concretos de massa específica
normal (2.000 a 2800 kg/m³) preparados com agregados predominantemente
silicosos (continuação).
700 0,30
800 0,15
900 0,08
1.000 0,04
1.100 0,01
1.200 0,00
80
600 a
70 200 a 300 oC : 700oC:decomposição
Decomposição de
60 hidratos amorfos
C2AH8, C4AH3
50 CAH19, C3AH6 800oC: ruptura da
estrutura
40
40
A resistência à tração do concreto é geralmente desprezada tanto na
temperatura ambiente quanto na temperatura elevada. No entanto, nos casos em
que ela pode ser considerada, admite-se que não haja redução de resistência à
tração até 100 °C e, além dessa temperatura pode ser obtida da seguinte maneira:
pode ser determinada usando uma fórmula empírica como se segue, tendo a
resistência à compressão à temperatura ambiente (EQ. 2.16).
f cT 1
EQ. 2.17
f c 1 a(T 20) b
41
2.4. Parâmetros Térmicos do Concreto
42
2.4.1. Condutividade Térmica ou Coeficiente de Condução de Calor ( )
2
T T
c 2 0,24. 0,012. EQ. 2.18
120 120
43
FIG.2.12 Coeficiente de condutividade térmica para os diferentes tipos de rocha
(BIRCH et al.,1940).
44
Os valores experimentais da capacidade de calor específico de concretos
com diferentes agregados são medidos a partir das experiências e são mostrados na
FIG 2.14. Eles aumentam gradualmente com a temperatura e tendem a ser estáveis
quando T > 600 °C. No entanto, surge um pico acentuado perto de T = 600 °C,
porque a água contida no interior do concreto evapora e uma grande quantidade de
calor é absorvida pelo vapor.
2
T T
20C T 1.200C : C 900 80 4. EQ. 2.19
120 120
45
O Peso específico muda continuamente durante o aquecimento (FIG. 2.15).
46
O comportamento térmico do concreto depende não só o comportamento
térmico dos agregados miúdos, graúdos e da argamassa de cimento endurecida,
mas também da composição do mesmo, do teor de água, idade, lançamento, técnica
de adensamento, e solidez do concreto.
Assim, os parâmetros térmicos apresentam grande variação e dispersão.
Caso seja necessário se utilizar os parâmetros térmicos para análise de um grande
projeto de engenharia, as amostras devem ser fabricadas e testadas especialmente
e, em seguida, os parâmetros térmicos podem ser medidos e quantificados.
No que diz respeito à engenharia estrutural geral que está em pauta,
nenhuma exigência especial de precisão é necessária para as análises de
resistência ao fogo e de temperatura. Os valores simplificados dos parâmetros
térmicos sugeridos nas Normas vigentes são relevantes e podem ser utilizados para
a prática da engenharia para a aleatoriedade e a dispersão da variação de
temperatura num incêndio, GUO e SHI (2011).
47
3. MATERIAIS E CONCRETOS
48
corpos-de-prova deverão ter seção quadrada de aresta igual à dimensão básica “d”
e comprimento, no mínimo, igual a 3d + 50 mm. A ABNT NBR 5738 (2003)
estabelece ainda que a dimensão básica das amostras prismáticas deve atender a d
≤ 3D, sendo que d é a dimensão básica da amostra, e D é a dimensão máxima
característica do agregado. Entretanto, para agregados com dimensão máxima
característica menor ou igual a 50 mm, a norma estabelece a utilização de moldes
com dimensão básica igual a 150 mm.
Alguns inconvenientes apresentados ao longo da realização de tais ensaios
impulsionaram a pesquisa sobre a possibilidade de redução das dimensões desses
corpos de prova prismáticos. Pode-se citar algumas das inconveniências existentes
da adoção das dimensões recomendadas pelas normas vigentes, tais como:
- disponibilidade de fornos com dimensões internas disponíveis para a
realização dos ensaios de elevação de temperatura;
- as dificuldades em se posicionar corretamente um corpo-de-prova aquecido
com peso elevado no equipamento para ensaio em tração na flexão;
- maior custo de ensaio, para dosagem ou controle tecnológico, onde o
consumo de materiais é bastante elevado e poderia ser reduzido com a adoção de
corpos-de-prova de menores dimensões.
Modificações no processo de moldagem por meio da redução das dimensões
dos corpos-de-prova utilizados para ensaios em tração na flexão, que garantiriam
ganhos em termos de facilidade, precisão e custos de execução, devem comportar a
razão entre a dimensão máxima do agregado graúdo e a área transversal da vigota,
tornando possível o adensamento da massa fresca do concreto no molde.
A forma de adensamento precisaria ser repensada, uma vez que o método
convencional estabelece que em amostras de 150 mm x 150 mm x 500 mm o
adensamento ocorra por imersão de agulha vibratória de 25 mm de diâmetro externo
(conforme prescrito na ABNT NBR 5738), o que poderia não ser adequado para
corpos-de-prova com dimensões reduzidas em relação aos padrões prescritos em
norma (BALBO et al., 2003 e CERVO et al., 2004).
Conforme ressalta CERVO (2004), trabalhos têm sido realizados utilizando
corpos de prova com dimensões inferiores àquelas preconizadas pela ABNT NBR
5738 (2003).
49
OH (1981b), para determinar o comportamento à fadiga do concreto em
flexão, preparou e ensaiou corpos-de-prova prismáticos nas dimensões de 100 mm
x 100 mm x 500 mm, uma vez que as normas existentes em outros países
possibilitam a utilização de corpos-de-prova com dimensões inferiores àqueles
indicadas pela norma brasileira.
HSU e GAO (1998), com o intuito de determinar a resistência à fadiga em
concretos submetidos à tensão de compressão uniaxial, moldaram e realizaram
ensaios estáticos e dinâmicos em amostras prismáticas nas dimensões de 100 mm x
100 mm x 300 mm.
Estudando as condições de umidade, idade e taxa de carregamento na fadiga
do concreto simples em flexão, RAITHBY e GALLOWAY (1974) realizaram testes
em prismas compactados em mesa vibratória com dimensões de 102 mm x 102 mm
x 510 mm, com vão de 406 mm carregados nos terços médios.
GUIMARÃES et al. (2000) moldaram corpos-de-prova prismáticos com
dimensões de 100 mm x 100 mm x 400 mm, compactados em mesa vibratória, para
determinar a tenacidade à flexão em concretos reforçados com fibra de aço.
CERVO (2004) também moldou corpos de prova prismáticos com dimensões
de 100 mm x 100 mm x 400 mm, compactados em mesa vibratória, para determinar
a resistência à fadiga em concretos.
Contudo, como a resistência de referência em vigor deveria, em caso de
controle tecnológico, seguir os padrões da ABNT NBR 12142 (1991), restava
compreender se, empregando-se corpos-de-prova de dimensões reduzidas, chegar-
se-ia a resultados semelhantes. Em caso positivo, a pesquisa experimental poderia
ser amplamente simplificada pelas razões anteriormente expostas.
O principal motivo para se optar pela redução das dimensões dos corpos de
prova foi a viabilização dos ensaios de elevação da temperatura pela
compatibilização com as dimensões internas dos fornos a serem utilizados no
referido ensaio, pois os fornos utilizados para a presente experimento possui
dimensões internas de 300 mm x 140 mm x 150 mm, conforme FIG. 3.1.
50
FIG. 3.1 Forno utilizado com dimensões internas 300 mm x 140 mm x 150 mm.
51
A partir de análises, adotou-se um fator de redução para as dimensões
existente e chegou-se às dimensões de 100 mm x 100 mm x 300 mm para a
pesquisa proposta.
Para se obter uma relação entre as resistências e as dimensões, foram
confeccionados corpos de prova de dimensões menores, de 60 mm x 60 mm x 200
mm e corpos de prova de dimensões padronizadas, de 150 mm x 150 mm x 500
mm, onde se avaliou o efeito tamanho e determinou-se a correlação destas
dimensões com a dimensão padronizada na norma vigente para ensaios estáticos
de flexão.
3.2. CONCRETOS
52
- Concreto Azul: Estudo do comportamento do concreto de resistência
convencional com 0% de fibras de polipropileno, submetido ao aquecimento e
ruptura após o resfriamento com extintor de espuma mecânica. Identificação do
ensaio: ARCRE (Aquecimento de concreto de com Resistência Convencional
Resfriado com extintor).
Pode ser visto nas TAB. 3.1 a TAB. 3.4 mostra a distribuição dos corpos de
prova cilíndricos de 100 mm x 200 mm e prismáticos de 100 mm x 100 mm x 300
mm nos lotes de concretagem de acordo com o formato, resistência média do
53
concreto à compressão e temperatura de ensaio, tipo de envelhecimento e para
se estudar o efeito tamanho nos corpos de prova prismáticos de concreto:
54
FIG. 3.1 Distribuição dos corpos de prova nos ensaios sem o resfriamento.
Compressão 3 3 3 - - -
25 Flexão - - - 3 3 3
*
Fadiga por flexão - - - 3 3 3
Compressão 3 3 3 - - -
300 Flexão - - - 3 3 3
*
Fadiga por flexão - - - 3 3 3
Compressão 3 3 3 - - -
600 Flexão - - - 3 3 3
*
Fadiga por flexão - - - 3 3 3
Compressão 3 3 3 - - -
900 Flexão - - - 3 3 3
*
Fadiga por flexão - - - 3 3 3
55
FIG. 3.2 Distribuição dos corpos de prova por ensaios com resfriamento.
56
3.3. MATERIAIS
Segue nas TAB. 3.5 e TAB. 3.6 Os parâmetros físicos e químicos de um cimento
produzido na fábrica referenciada, comparativo às especificações da ABNT NBR
11578 (1991).
TAB. 3.6 Exigências físicas e mecânicas segundo a ABNT NBR 11578 (1991).
Limite da
Características e propriedades Unidade Cimpesquisa
classe 32
Resíduo na peneira 75 µm (#200) % 0,4 12
Finura
Área Específica (Blaine) m²/kg 370 260
Tempo de início de pega h 2,6 1
Tempo final de pega h 4,2 10
1 dias de idade MPa 9,6 -
Resistência MPa 20,98
3 dias de idade 10
à
MPa 28,68 20
compressão 7 dias de idade
28 dias de idade MPa 38,9 32
57
FIG. 3.3 Cimento utilizado para a confecção dos concretos.
58
TAB. 3.8 Distribuição granulométrica da areia utilizada
100
90
80
70
Passante (%)
60
50 Curva Agregado
40
Limite Inferior
30
20 Limite Superior
10
0
0,300 3,000 30,000
Peneiras (mm)
59
3.3.3. Agregados Graúdos
60
A curva granulométrica e a caracterização da brita “0” são mostradas na FIG.
3.7 e curvas granulométricas e TAB. 3.10, respectivamente.
80
60
40
20
0
0,01 0,1 1 10 100
ABERTURA DAS PENEIRAS (mm)
FIG. 3.7 Curva granulométrica da brita “0” utilizada.
61
TAB. 3.11 Distribuição granulométrica da brita “1” utilizada.
Material Retido % Que Passa da Peneiras
Peneiras
Peso (g) % Amostra Total % Acumulada Amostra Total (mm)
3 pol 0,00 0 0 100 76,2
2 pol 0,00 0 0 100 50,8
1 1/2 pol 0,00 0 0 100 38,1
1 pol 0,00 0 0 100 25,4
3/4 pol 344,96 5 5 95 19,1
3/8 pol 5615,10 89 95 5 9,5
1/4 pol 276,40 4 99 1 6,3
N0 4 69,51 1 100 0 4,8
N0 8 0 100 0 4,2
N0 10 0 100 0 2,0
% QUE PASSA DA AMOSTRA TOTAL
100
80
60
40
20
0
0,01 0,1 1 10 100
ABERTURA DAS PENEIRAS (mm)
FIG. 3.9 Curva granulométrica da brita “1” utilizada.
62
3.3.4. Superplastificante
63
FIG. 3.11 Amostra da fibra de polipropileno a utilizada nos concretos.
64
Para a presente pesquisa, se buscou um traço de concreto com resistência
convencional similar ao executado em pavimentos rígidos nos lotes da BR 101 e
também foi tomado um concreto com o valor limite inferior da classe de alta
resistência para fins de comparação com os resultados do concreto de resistência
convencional.
Para cada concreto foi calculado o seu teor de argamassa (α). Para o
concreto convencional ( = 35 MPa) obteve-se α = 51,4%. Para o concreto de alta
resistência ( = 50 MPa) foi obtido o valor de α = 52,0%.
65
FIG. 3.12 Moldes de corpos de prova utilizados nas concretagens.
66
FIG.3.13 Pesagem e separação dos materiais.
67
A betoneira é do tipo de eixo inclinado, com capacidade de 320 de concreto
existente no Laboratório de Materiais de Construção e Concreto da Seção de
Engenharia de Fortificação e Construção do IME, SE/2, FIG. 3.14.
68
(b) Colocação de todo o cimento com o
(a) Colocação de todo agregado graúdo
segundo terço da água de
juntamente com o primeiro terço da água
amassamento, aguardando mais 3
de amassamento, aguardando-se 3 min;
min;
(e) por último foi adicionada a fibra de (f) Aspecto final do concreto, pronto
polipropileno e então se aguardou mais 5 para se realizar o abatimento e
minutos; moldagem dos corpos de prova.
69
3.1. Moldagem e Cura dos Corpos de Prova
70
FIG. 3.18 Mesa vibratória utilizada no adensamento do concreto
71
(b) Reforço do local marcado para fins de
(a) Marcação de 5,0 cm no corpo do
proteção ao se fechar o molde e
termopar (centro do cilindro);
remarcação do local;
(c) Aspecto final dos termopares após sua (d) Posicionamento do termopar a 10,0 cm
remarcação; do topo do molde;
(e) calafetagem da linha de fechamento do (f) Aspecto final do molde cilíndrico com o
molde com massa removível inerte; termopar.
72
O concreto foi colocado nos moldes, com o emprego de concha, em camadas
de altura aproximadamente iguais. Antes do adensamento de cada camada, o
concreto foi uniformemente distribuído dentro da fôrma e a última camada
ultrapassou ligeiramente o topo do molde para facilitar o nivelamento.
73
(a) Proteção dos corpos de prova com lona (b) Desforma dos corpos de prova
plástica após moldagem; prismáticos após 48 horas;
(c) Desforma dos corpos e prova cilíndricos (d) Colocação dos cilindros e dos prismas
após 24 horas; na cura úmida por 7 dias;
74
(a) Vista dos corpos de prova da (b) Vista dos corpos de prova da
concretagem vermelha (ARCSR); concretagem marrom (AARSR);
(c) Vista dos corpos de prova da (d) Vista dos corpos de prova da
concretagem azul (ARCRE); concretagem verde (ARCRA);
75
4. ENSAIOS REALIZADOS
4.1. Ultrassom
76
Outros fatores que afetam a relação são teor de umidade, idade, presença de
fissuras e a temperatura.
77
4.2. Esclerometria
O ensaio é realizado pela pressão de uma haste contra uma superfície lisa de
concreto que deve estar firmemente apoiada. Após a liberação, o recuo da massa da
haste (ainda em contato com a superfície de concreto) e a distância percorrida pela
massa, expressa como uma porcentagem da extensão inicial da mola, é
denominado como índice esclerométrico.
78
influência da gravidade na massa móvel. Portanto, para um determinado concreto, o
índice esclerométrico de um piso é menor que o de um teto, enquanto superfícies
inclinadas e verticais resultam em valores intermediários.
A variação real é melhor determinada experimentalmente. Não existe uma
relação única entre a dureza e a resistência do concreto, mas relações
experimentais podem ser determinadas para um dado concreto. A relação é
dependente de fatores que afetam a superfície do concreto, como o grau de
saturação e carbonatação. Em consequência disso, o ensaio com o esclerômetro
Schmidt é válido como uma medida da uniformidade e qualidade relativa do concreto
em uma estrutura ou da produção de uma quantidade de elementos similares pré-
moldados, mas não como um ensaio de aceitação (NEVILLE, 2013).
O ensaio é normalizado pela ABNT NBR 7584 (1995) e determina a dureza
superficial do concreto endurecida fornecendo subsídios para a avaliação de sua
qualidade. Para avaliação direta da resistência a norma cita que deve existir uma
correlação confiável efetuada com os materiais locais.
Os ensaios de esclerometria do presente trabalho foram realizados segundo a
referida norma, onde foram obtidos os índices esclerométricos (IE) por meio de
ensaios feitos em corpos de prova prismáticos e cilíndricos.
Para o referido ensaio, o equipamento usado foi o D-500 fabricado pela
James Instruments Inc., conforme mostra a FIG. 4.4.
Anteriormente ao ensaio de esclerometria, conforme recomenda a ABNT NBR
7584 (1995), foi feita nos corpos de prova a marcação dos pontos de impacto
esclerométrico distanciados de 30 mm por meio de um gabarito reticulado, conforme
FIG. 4.5.
A ABNT NBR 7584 (1995) ressalta que a resistência à compressão e o IE
fornecidos pelos fabricantes de esclerômetros referem-se a concretos preparados
em outros países, com materiais e condições diferentes das brasileiras. Por isso, o
presente trabalho apresenta no capítulo 5 uma correlação direta entre o IE medido e
a resistência do concreto obtida nos ensaios destrutivos dos concretos feitos com
materiais locais.
79
FIG. 4.4 Esclerômetro de reflexão utilizado para o ensaio.
FIG. 4.5 Gabarito usado para a esclerometria sugerido pela ABNT NBR 7584 (1995).
GUO e SHI (2011) afirmam que ainda não está disponível um equipamento
típico para avaliar o comportamento mecânico do concreto a temperaturas elevadas
e que nenhum dispositivo completo está disponível no mercado. Geralmente, as
organizações de pesquisas desenvolvem seu próprio dispositivo ou possuem um
projetado e fabricado em uma indústria. Isso ocorre devido a diversificação de
80
temperaturas, método de testes, e das formas e do tamanho das peças que são
diferentes para cada programa experimental.
Um dispositivo para avaliar o comportamento mecânico do concreto a
temperaturas elevadas deve incluir três sistemas: um sistema de aquecimento e
controle de temperatura, um sistema de apoio e de carregar a amostra, e um
sistema de medição e instrumentos de gravação.
O Laboratório de Materiais e Concretos do SE/2 não possui um dispositivo
único que engloba os três sistemas. Esses sistemas foram realizados em
equipamentos distintos descritos a seguir:
- Sistema de aquecimento e controle de temperatura.
Este sistema foi constituído por dois fornos e os controladores de temperatura
correspondentes, os quais foram usados para o aquecimento das amostras. Os
fornos de aquecimento foram do tipo mufla com resistência elétrica, fabricados pela
empresa MARCONI e seu modelo era o MA 385 (FIG. 4.6). O espaço livre na
câmara do forno media 300 mm × 140 mm x 150 mm, e a temperatura máxima de
aquecimento era de 1200 °C. A velocidade média do aumento da temperatura era de
aproximadamente 9 °C/ min, quando sem amostra colocada na câmara.
81
A fim de se obter o registro das temperaturas no interior dos corpos de prova
foram instalados previamente, ver FIG. 4.7, termopares do tipo K (termo elemento
positivo Cromel / termo elemento negativo Alumel) com comprimento de 1.000 mm e
diâmetro de 6 mm com uma sensibilidade de aproximadamente 41µV/°C, podendo
até registrar temperaturas da ordem de 1.000 ºC. Optou-se pela utilização do
referido termopar pelo fato de se um sensor de temperatura simples, robusto, de
baixo custo e fácil aquisição, e que é amplamente utilizado nos mais variados
processos de medição de temperatura. O termopar foi então ligado a um dispositivo
de aquisição de dados.
82
FIG.4.8 Sistema de aquisição de dados das temperaturas no interior dos corpos de
prova.
83
Para a retirada dos corpos de prova aquecidos do interior dos fornos, utilizou-
se uma pinça metálica e luvas de couro, com pode ser visualizado na FIG. 4.10.
FIG. 4.10 Pinça e luvas de couro usadas para retirar os corpos de prova do forno.
84
sua retirada do forno. Quando se foi permitido devido às condições de manuseio do
corpo de prova aquecido, efetuou-se o ensaio de esclerometria no corpo de prova
aquecido. Registraram-se o tempo médio e as temperaturas de saída do forno com o
medidor infravermelho de temperatura da FIG. 4.12, para realizar o ensaio de
esclerometria e o ensaio de resistência. Não foi realizado o ensaio de ultrassom com
o corpo de prova a altas temperaturas, devido à necessidade de contato do
equipamento com a superfície quente.
85
prova sob altas temperaturas, devido à necessidade de contato do equipamento com
a superfície quente.
86
FIG. 4.13 Vista de um dos extintores portáteis utilizados para o resfriamento brusco.
87
água e com uma mangueira dentro do balde ou embaixo de uma torneira para que
se houvesse uma circulação contínua da água, garantindo um fluxo de água à
temperatura ambiente. A temperatura da água foi monitorada com o uso de um
termômetro digital mostrado na FIG. 4.14.
88
Juntamente com os gases produzidos por fábricas e motores, são liberados para a
atmosfera óxidos de enxofre, os quais reagem com o vapor de água, produzindo
ácido sulfúrico (H SO ), que é diluído na água de chuva e dá origem à chuva ácida,
cujo pH situa-se entre 4,5 e 2,2 (a chuva normal possui pH de aproximadamente 5,
em meio urbano).
Por consequência disso, as águas de chuva ficam carregadas de compostos
agressivos, principalmente sulfatos, que, ao atingir as estruturas de concreto,
provocam sua degradação, principalmente dissolução da matriz cimentícia. (IZAIA,
2011). A FIG. 4.15 mostra como se apresentaria um concreto submetido a um
possível ataque de sulfatos.
FIG. 4.15 Concreto com possível ataque por sulfatos (IZAIA, 2011).
89
Quando concentrado ele é um dos desidratantes mais enérgicos. Assim, ele
carboniza os hidratos de carbono como os açúcares, amido e celulose; a
carbonização é devido à desidratação desses materiais, ele "destrói" o papel, o
tecido de algodão, a madeira, o açúcar e outros materiais devido à sua enérgica
ação desidratante.
Os ácidos, por serem compostos moleculares, sofrem ionização quando em
solução:
H SO → 2H + SO EQ. 4.1
90
Para o envelhecimento rápido via aquecimento em estufa, optou-se por
aquecer os corpos de prova até uma temperatura de 135 ºC, pois, segundo o
EUROCODE 4 (1994), este é o limite da temperatura onde não se tem a modificação
da etringita, ver FIG. 2.11.
O ensaio consistiu na confecção de corpos de prova de referência (0 dias),
que forma submetidos a um envelhecimento moderado de 30 dias de duração e a
um envelhecimento severo com 60 dias de duração.
Da mesma maneira que os ensaios de elevação de temperatura, foi feita uma
prévia análise não destrutiva via ensaio de esclerometria e ensaio de ultrassom.
A sequência do ensaio de envelhecimento é descrita a seguir:
- Inicialmente, após os ensaios de esclerometria e ultrassom, todos os corpos
de prova foram pesados, tendo sido registrados os valores;
- É feita então a imersão por cerca de 14 ± 1h em uma solução de H SO com
pH 3,9 ± 0,2, ;
- Após a retirada da solução, os corpos de prova foram secados
superficialmente para retirar o excesso de solução e, em seguida, foram colocados
em estufa a 135 ºC por 7±1h;
- Retiraram-se então os corpos de prova da estufa, deixando-os esfriar por
aproximadamente 1h para evitar um choque térmico indesejado, prosseguindo então
com o ciclo de envelhecimento acelerado.
Os equipamentos necessários e utilizados para a realização do ensaio de
envelhecimento, além de óculos e luvas de procedimento para o manuseio do ácido,
luvas couro para a retirada dos corpos de prova da estufa e luvas de borracha para
imersão dos corpos de prova na solução. Também foram utilizados 02 (duas)
estufas, uma para cada tipo de envelhecimento, conforme FIG. 4.16, um reservatório
de fibra de 250 para preparo da solução (ver FIG. 4.18) e o pHmetro de bolso para
a medição e controle do pH da solução, visto na FIG. 4.19, cujas características
estão na TAB. 4.3. Para o preparo da solução foi utilizada a solução 98% de Ácido
Sulfúrico Para Análise (PA), vista na FIG. 4.19.
A medição do pH da solução foi feita por meio de um pHmetro de bolso,
modelo pH-100, fabricado pela PHTEK.
91
FIG. 4.16 Estufa para se elevar a temperatura até 130 ºC.
92
TAB. 4.3 Especificações técnicas do phmetro.
PARÂMETROS VALORES
Faixa de medição 0.0 a 14.0 pH
Precisão ± 0.1 pH
Compensação de temperatura Automática
Temperatura 0º a 50 ºC
Umidade relativa 95%
FIG. 4.19 Solução 98% de Ácido Sulfúrico PA para simulação da chuva ácida.
93
FIG. 4.21 Adição do ácido para obtenção do pH desejado (3,9±0,2) com o uso de em
conta-gotas.
FIG. 4.23 Disposição dos corpos de prova para início do ensaio e colocação na
solução ácida, após o equilíbrio do pH.
94
FIG. 4.24 Fechamento e identificação do reservatório para fins de segurança.
FIG. 4.25 Remoção do excesso de umidade superficial após a retirada dos corpos
de prova do reservatório.
95
FIG. 4.26 Colocação dos corpos de prova úmidos nas estufas para elevação até 130
ºC.
96
FIG. 4.29 Recolocação os corpos de prova na solução e recomeço do ciclo.
97
4.5. Ensaios de Determinação das resistências
98
para 5.000 kN, como mostra a FIG.4.33, também existente no Laboratório de
Materiais de Construção e Concreto do SE/2 do IME.
99
O dispositivo para ensaio de tração na flexão existente era padronizado para
corpos de prova de 15 cm x 15 cm x 50 cm, conforme mostra nas FIG. 4.34 e 4.35.
FIG. 4.35 Disposição para o ensaio de tração na flexão para os prismas de 50 cm.
100
FIG. 4.36 Disposição para o ensaio de tração na flexão para os prismas de 30 cm.
FIG. 4.37 Disposição para o ensaio de tração na flexão para os prismas de 20 cm.
101
Primeiramente foi feita a deposição de carbono no concreto, devido o fato do
mesmo ser baixo condutor.
A deposição foi feita por meio de um Sputtering device da Balzers Union, visto
na FIG. 4.38.
102
A FIG.4.40 mostra o aspecto de uma amostra de concreto após a deposição.
103
FIG. 4.41 Liberação de calor durante a hidratação do cimento (HEWWLETT (1998)
apud THOMAZ, 2013).
104
Fase 5 : Hidratação lenta. Formação lenta dos produtos da hidratação C-H e
C-S-H.
Para o registro do aquecimento interno do concreto pelo seu calor de
hidratação, foi feito um monitoramento da temperatura no interior do corpo de prova
cilíndrico no instante seguinte à sua moldagem, permanecendo o mesmo medindo
os registros nas primeiras 14 horas iniciais de cura com o concreto ainda dentro do
molde. A FIG. 4.42 mostra a proteção da cura do corpo de prova cilíndrico e o
monitoramento da elevação da temperatura interna.
105
5. ESTUDO NUMÉRICO
106
empregou um modelo tridimensional, representando a distribuição não linear de
temperatura de forma linearizada, dividindo a espessura total do pavimento em dez
camadas iguais.
Em 1998, foram apresentadas equações de regressão desenvolvidas para
estimar a temperatura efetiva diferencial entre as camadas superior e inferior do
pavimento (SIDDIQUE et al., 2005).
Em 2002, foi apresentado um estudo sobre a modelagem de tensões em
pavimentos de concreto submetidos a gradientes térmicos e cargas rodoviárias
(RODOLFO et al., 2002).
Posteriormente, em 2005, definiu-seque a ondulação resulta do gradiente de
temperatura entre a parte superior do pavimento de concreto e superfícies de fundo,
induzindo tensões no pavimento que são restringidas pelo seu peso próprio. Além
disso, a ondulação resulta em uma perda de apoio ao longo das bordas da placa ou
no interior da placa. Isto pode tornar-se crítico, particularmente dentro de algumas
horas após a colocação de placas, uma vez que concreto na fase inicial de
hidratação podem não ter resistência suficiente para impedir o trincamento
(SIDDIQUE et al., 2005).
Estudos têm demonstrado que as placas de pavimento em concreto de
cimento Portland não são necessariamente planas, ou seja, estas placas são
construídas com ondulação significativa já existente nelas. Os fatores que causam
uma ondulação embutida no pavimento de concreto incluem placas de gradiente de
temperatura no momento de cura do concreto (LIU, 2003).
O pavimento rígido que foi estudo de caso da presente pesquisa tem a sua
seção transversal indicada na FIG.5.1.
107
A FIG. 5.2 descreve o projeto do pavimento rígido com o posicionamento das
suas barras de ligação e de tranferência de carga.
Devido à ausência dos dados de radiação solar da área de estudo, para fins
de cálculo e similação dos efeitos dos raios solares, utilizou-se a distribuição de
radiação vista na FIG. 5.3, que corresponde à radiação solar incidente no município
de Niterói/RJ no dia 21 de fevereiro de 2013.
Tal distribuição foi escolhida por ter sido monitorada em dia com insolação
recorde na cidade de Niterói, fato esse que poderia se aproximar da distribuição
média da radiação no estado de Sergipe.
108
1000
Irradiação (W/m²)
800
600
400
200
0
00:00 04:48 09:36 14:24 19:12 00:00
Horário
109
Utilizaram-se os seguintes tipos de elementos: SOLID266 para a
modelagem da placa de concreto, SOLID185 para a modelagem do CCR,
TARGE170 e CONTA175 para modelagem do contato entre o CCR e a placa e
BEAM188 para modelagem das barras de transferência e de ligação.
O elemento SOLID266 (visto na FIG. 5.5) possui capacidades estruturais,
elasticidade e plasticidade para grandes deformações. O efeito termoplástico é
disponibilizado quando são feitas análises estruturais térmicas, assim como o
efeito de difusão de expansão, ou seja, o elemento possui características de
acoplamanto térmico e estrutural.
110
O elemento TARGE170, conforme a FIG. 5.7, é usado para representar
elementos 3-D para as superfícies dos elementos associados ao contato. Para
superfícies rígidas, esses elementos podem facilmente modelar formas
complexas. Por outro lado, para superfícies flexíveis, estes elementos
sobreprõem a casca, os sólidos ou os elementos de linha, que descrevem o
contorno do corpo deformável.
111
FIG. 5.9 Geometria do Elemento BEAM188 (ANSYS, 2003).
112
FIG. 5.11 Condições de contorno adotadas no modelo numérico
113
5.2. Modelagem do Resfriamento Interno dos Concretos
114
5.3. Parâmetros para as modelagens numéricas dos concretos
115
300
250
200
Temperatura(ºC)
150
100
50
0
0 1 2 3 4 5 6
Tempo (h)
FIG.6.1 Aquecimento interno do forno de marca Marconi à 300 ºC.
600
500
400
Temperatura(ºC)
300
200
100
0
0 1 2 3 4 5 6
Tempo (h)
FIG.6.2 Aquecimento interno do forno de marca Marconi à 600 ºC
116
900
750
Temperatura(ºC)
600
450
300
150
0
0 1 2 3 4 5 6
Tempo (h)
FIG.6.3 Aquecimento interno do forno de marca Marconi à 900 ºC
Para cada corpo de prova confeccionado, foi feita a sua exposição a uma
determinada temperatura.
Para os corpos de prova envelhecidos, também foi medida sua massa antes e
após o ensaio de envelhecimento.
117
(a) Ultrassom realizado em corpos de (b) Esclerometria realizada em corpos
prova à temperatura ambiente; de prova à temperatura ambiente;
118
A TAB. 6.1 reúne os resultados dos ensaios não destrutivos de ultrassom,
esclerometria e destrutivos de compressão centrada e de flexão.
TAB. 6.1 Resumo geral dos dados da concretagem vermelha (0% de fibras de
polipropileno) por cada corpo de prova.
T , ,
Identificação
do CP (ºC) (m/s) (m/s) (MPa)
119
30
27,9
25 24,5
fcm (MPa)
20
17,2
15
10
5 5,8
0
25 300 600 900
Temperatura (°C)
40
32
30
23
IEm
20 20
14
10
0
25 300 600 900
Temperatura (°C)
FIG. 6.6 Variação do Índice Esclerométrico médio - (IE)m dos cilindros com o
aumento da temperatura.
4
3,7
fctm, fl (MPa)
2 1,8
1,6
1,3
1
0
25 300 600 900
Temperatura (°C)
120
As FIG. 6.8 a 6.10 mostram os valores médios de elevação da temperatura no
interior do corpo de prova de concreto sem fibra de polipropileno em função do
tempo.
300
250
Temperatura(°C)
200
150
100
50
0
0 2 4 6 8
Tempo(h)
FIG. 6.8 Elevação da temperatura do interior no corpo de prova a 300 ºC.
600
500
Temperatura(°C)
400
300
200
100
0
0 2 4 6 8
Tempo(h)
FIG. 6.9 Elevação da temperatura do interior no corpo de prova a 600 ºC.
121
1000
900
800
Temperatura(°C)
700
600
500
400
300
200
100
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8
Tempo(h)
FIG. 6.10 Elevação da temperatura no interior do corpo de prova a 900 ºC.
Na FIG. 6.11 podem ser vistos os ensaios realizados nos corpos de prova da
concretagem marrom.
122
(a) Ultrassom realizado em corpos de (b) Esclerometria realizada em corpos
prova à temperatura ambiente; de prova à temperatura ambiente;
123
TAB. 6.2 Resumo geral dos dados da concretagem marrom (0% de fibras de
polipropileno) por cada corpo de prova.
T , ,
Identificação
do CP (ºC) (m/s) (m/s) (MPa)
124
60
55,6
50 49,3
40
fcm (MPa)
30 27,8
20
10
4,9
0
25 300 600 900
Temperatura (°C)
FIG. 6.12 Variação da resistência média à compressão ( ) dos cilindros com o
aumento da temperatura.
40 36 37 37
36
36
30 34 Antes do aquecimento
Série2
(IE)m
Depois do aquecimento
Série1
26
20
10 13
0
25 300 600 900
Temperatura (ºC)
FIG. 6.13 Variação do Índice Esclerométrico médio (IE)m dos cilindros com o
aumento da temperatura.
5
4,4
4
fctm,fl (MPa)
2 2,1
1,3
1 1,0
0
25 300 600 900
Temperatura (°C)
FIG. 6.14 Variação da resistência média ( , ) dos prismas com o aumento da
temperatura:
125
As curvas de elevação da temperatura no interior dos corpos de prova em
função do tempo podem ser vistas nas FIG. 6.15 a 6.17.
300
250
Temperatura (ºC)
200
150
100
50
0
0 1 2 3 4 5 6
Tempo (h)
600
500
Temperatura(°C)
400
300
200
100
0
0 1 2 3 4 5 6
Tempo(h)
FIG. 6.16 Elevação da temperatura no interior do corpo de prova a 600 ºC.
126
O corpo de prova submetido à temperatura de 900 ºC apresentou problema
de leitura no termopar, o que gerou a curva não esperada da FIG 6.17.
1200
1000
800
Temperatura(°C)
600
400
200
0
0 1 2 3 4 5 6
Tempo(h)
FIG.6.17 Elevação da temperatura no interior do corpo de prova a 900 ºC
(perdido).
127
(a) Ensaio de esclerometria realizado nos
(b) Elevação da temperatura até o
corpos de prova à temperatura
valor pré-estabelecido;
ambiente;
128
TAB. 6.3 Resumo geral dos dados da concretagem azul (0% de fibras de
polipropileno) por cada corpo de prova.
Identificação T , ,
do CP (ºC) (m/s) (m/s) (MPa)
129
40 40,0
fcm (MPa)
30 28,6
22,7
20
10
7,9
0
25 300 600 900
Temperatura (°C)
FIG. 6.19 Variação da resistência média à compressão ( ) dos cilindros com o
aumento da temperatura:
40 35 36
(IE)m - Cilindros
30 35 34
Série do aquecimento
Antes
2
20 23 Depois do aquecimento
Série
1
10 16
0
25 300 600 900
Temperatura (ºC)
FIG. 6.20 Variação do Índice Esclerométrico médio (IE)m dos cilindros com o
aumento da temperatura.
5000
4.256 4.233
4000
Vm - Cilindros
4.256
3000 Série
Antes do aquecimento
Antes
2.869 2
Depois do aquecimento
Série
2000
1
1000 1.683
830
0
25 300 600 900
Temperatura (ºC)
130
A FIG. 6.22 apresenta os valores os valores de resistência à tração indireta na
flexão em função da temperatura dos concretos.
4
3,8
fctm,fl (MPa)
2 1,9
1,3 1,1
1
0
25 300 600 900
Temperatura (°C)
40 37
34
32
(IE)m - Prismas
30 34
30 Série2
Antes
Antes do aquecimento
29
Depois
Série1
Depois do aquecimento
20
17
10
0
25 300 600 900
Temperatura (ºC)
FIG. 6.23 Variação do Índice Esclerométrico médio (IE)m dos prismas com o
aumento da temperatura.
131
5000
4.309 4.215 4.235
4000 4.309
Vm - Prismas
3000 Antes do aquecimento
Série2
Antes
2.871 Depois do aquecimento
Depois
Série1
2000 2.481
1000
0 491
25 300 600 900
Temperatura (ºC)
300
Temperatura(°C)
200
100
0
0 2 4 6 8 10 12
Tempo(h)
FIG. 6.25 Elevação da temperatura e resfriamento do interior do corpo de prova a
300 ºC.
132
600
500
Temperatura(°C)
400
300
200
100
0
0 2 4 6 8 10 12
Tempo(h)
FIG. 6.26 Elevação da temperatura e resfriamento do interior do corpo de prova a
600 ºC.
133
(a) Ultrassom em corpos de prova à (b) Flexão em corpos de prova com fibra
temperatura ambiente; na ruptura à temperatura ambiente;
134
TAB. 6.4 Resumo geral dos dados da concretagem verde (0,15% de
fibras de polipropileno) por cada corpo de prova.
Identificação T , ,
do CP (ºC) (m/s) (m/s) (MPa)
135
40
32,3
30
fcm (MPa)
26,0
22,7
20
10
6,0
0
25 300 600 900
Temperatura (°C)
40 37 35 37
34
(IE)m - Cilindros
30 34
31 Antes do aquecimento
Série2
Antes
20 26 Depois do aquecimento
Série1
17
10
0
25 300 600 900
Temperatura (ºC)
FIG. 6.29 Variação do Índice Esclerométrico médio (IE)m dos cilindros com o
aumento da temperatura.
5000
4122 4092 4149 4072
4000
4122
Vm - Cilindros
3000 Série2
Antes do aquecimento
2912 Série1
Depois do aquecimento
2000
1785
1000
859
0
25 300 600 900
Temperatura (ºC)
136
A FIG. 6.31 apresenta os valores os valores de resistência à tração indireta na
flexão em função da temperatura dos concretos.
3,3
fct (MPa)
2
1,8
1,3 1,1
1
0
25 300 600 900
Temperatura (°C)
FIG. 6.31 Variação da resistência média ( , ) dos prismas com o aumento da
temperatura:
40,0 35
31 31 32
(IE)m - Prismas
30,0
31 31 Antes do aquecimento
Série2
Antes
Depois do aquecimento
Série1
Depois
20,0
22
10,0 13
0,0
25 300 600 900
Temperatura (ºC)
FIG. 6.32 Variação do Índice Esclerométrico médio (IE)m dos prismas com o
aumento da temperatura.
137
5000
4.190 4.225 4.259 4.240
4000
4.190
Vm - Prismas
3000 Série2
Antes do aquecimento
3.080 Antes
Depois do aquecimento
Depois
Série1
2000
1000 1.525
705
0
25 300 600 900
Temperatura (ºC)
300
Temperatura(°C)
200
100
0
0 2 4 6 8 10 12
Tempo(h)
FIG. 6.34 Elevação da temperatura e resfriamento do interior do corpo de prova a
300 ºC.
138
600
500
Temperatura(°C)
400
300
200
100
0
0 2 4 6 8 10 12
Tempo(h)
FIG. 6.35 Elevação da temperatura e resfriamento do interior do corpo de prova a 600
ºC.
139
(a) Esclerometria em corpos de prova à (b) Compressão em corpos de prova
temperatura ambiente; na ruptura à temp. ambiente;
140
TAB. 6.5 Resumo geral dos dados da concretagem amarela (0,30% de
fibras de polipropileno) por cada corpo de prova.
T , ,
Identificação do
CP (ºC) (m/s) (m/s) (MPa)
141
45 44,9
40
35
31,1
30
fcm (MPa)
25
20
17,7
15
10
6,3
5
0
25 300 600 900
Temperatura (°C)
FIG. 6.37 Variação da resistência média à compressão ( ) dos cilindros com o
aumento da temperatura.
40 36 36
35
33
(IE)m - Cilindros
36
30 32
Antes do aquecimento
Série2
Antes
26 Depois do aquecimento
Depois
Série1
20
18
10
0
25 300 600 900
Temperatura (ºC)
FIG. 6.38 Variação do Índice Esclerométrico médio (IE)m dos cilindros com o
aumento da temperatura.
142
5000
4.114 3.987 4.120 4.125
4000
4.114
Vm - Cilindros
3000 Série2
Antes
Antes do aquecimento
Depois
Depois do aquecimento
Série1
2.537
2000
1000
1.087
659
0
25 300 600 900
Temperatura (ºC)
4,2
4
fct (MPa)
3
2,4
2
1 1,2
0,9
0
25 300 600 900
Temperatura (°C)
FIG. 6.40 Variação da resistência média ( , ) dos prismas com o aumento da
temperatura:
143
A FIG. 6.41 apresenta os valores os valores do Índice Esclerométrico médio
(IE)m função da temperatura dos concretos, enquanto a FIG. 6.42 apresenta os
valores da Velocidade média da propagação das ondas ultrassônicas Vm dos
prismas com o aumento da temperatura.
40 34 35
33 32
(IE)m - Prismas
30 33 32 Série
Antes do aquecimento
2
20 25 Depois do aquecimento
Série
1
10 16
0
25 300 600 900
Temperatura (ºC)
FIG. 6.41 Variação do Índice Esclerométrico médio (IE)m dos prismas com o
aumento da temperatura.
5000 4.407
4.197 4.133 4.163
4000
4.197
Vm - Prismas
144
300
Temperatura(°C)
200
100
0
0 2 4 6 8 10 12
Tempo(h)
FIG. 43 Elevação da temperatura e resfriamento do interior do corpo de prova a 300
ºC.
600
500
Temperatura(°C)
400
300
200
100
0
0 2 4 6 8 10 12 14
Tempo(h)
FIG. 6.44 Elevação da temperatura e resfriamento do interior do corpo de prova a
600 ºC.
145
O termopar foi rompido ao se tentar retirar o corpo de prova do forno, assim
não se pôde obter a elevação e diminuição da temperatura do interior do corpo de
prova cilíndrico amarelo submetido à temperatura máxima de 900 ºC.
300
250
Temperatura (ºC)
200
150
100
50
0
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2
Tempo(h)
FIG. 6.45 Resfriamento externo do corpo de prova a 300 ºC.
600
500
Temperatura (ºC)
400
300
200
100
0
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2
Tempo(h)
FIG. 6.46 Resfriamento externo do corpo de prova a 600 ºC.
146
900
800
700
Temperatura (ºC)
600
500
400
300
200
100
0
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 2,4
Tempo(h)
FIG. 6.47 Resfriamento externo do corpo de prova a 900 ºC.
147
(c) Retirada dos envelhecidos (d) Pesagem após o envelhecimento
moderadamente após 30 dias; moderado;
148
(i) Ultrassom após o envelhecimento severo; (j) Compressão centrada do corpo de prova
após envelhecimento severo
Identificação Tipo de , ,
149
TAB. 6.7 Resumo geral dos dados da concretagem do envelhecimento severo por
cada corpo de prova.
Identificação do Tipo de , ,
CP Envelhec. (m/s) (m/s) (MPa)
50
fc (MPa) - Cilindros
36,77
40 29,50 27,81
30
20
10
0
Sem Moderado Severo
envelhecimento
Tipo de envelhecimento
150
5,0
1,0
0,0
Sem Moderado Severo
envelhecimento
Tipo de envelhecimento
5
fct (MPa) - Prismas 30cm
4
3,52
3
2,68
2 2,19
0
Sem envelhecimento Moderado Severo
Tipo de envelhecimento
FIG. 6.51 Variação da resistência média à tração indireta ( , ) dos prismas de
10cmx10cmx30cm da concretagem do envelhecimento acelerado.
Podem ser vistos nas FIG. 6.52 a 6.54 a variação dos valores de IEm para os
cilindros de 10 cm x 20 cm, prismas de 6,0 cm x 6,0 cm x 20 cm e prismas de 10 cm
x 10 cm x 30 cm que foram submetidos ao envelhecimento moderado e severo.
151
50
36
(IE)m - Cilindros
40 34 33
30 34 33 34
20
Antes do envelhecimento
Série2
10 Depois do envelhecimento
Série1
0
Sem Moderado Severo
envelhecimento
Tipo de Envelhecimento
FIG. 6.52 Variação do Índice Esclerométrico médio (IE)m dos cilindros com o
envelhecimento acelerado.
50,0
(IE)m - Prismas 20cm
40,0
29 30
27
30,0
27 29
20,0 26
Antes do envelhecimento
Série2
10,0
Depois do envelhecimento
Série1
0,0
Sem Moderado Severo
envelhecimento
Tipo de Envelhecimento
50
(IE)m - Prismas 30cm
40 36 36 35
30 36 34 35
20 Antes do envelhecimento
Série2
Depois do envelhecimento
Série1
10
0
Sem Moderado Severo
envelhecimento
Tipo de Envelhecimento
152
As FIG. 6.55 a 6.57 reúnem as variações de Vm dos corpos de prova
submetidos ao envelhecimento acelerado.
5000
4044 4083 4105
4000
4044
Vm - Cilindros
2000
Série2
Antes do envelhecimento
1000 Depois do envelhecimento
Série1
0
Sem Moderado Severo
envelhecimento
Tipo de Envelhecimento
4000
4121
3000 3643
3358
2000
Série2
Antes do envelhecimento
1000 Série1
Depois do envelhecimento
0
Sem Moderado Severo
envelhecimento
Tipo de Envelhecimento
5000
Vm - Prismas 30cm
0
Sem envelhecimentoModerado Severo
Tipo de Envelhecimento
153
Foi realizada a pesagem de todos os corpos de prova antes e após o ensaio
de envelhecimento acelerado moderado e severo, os valores de perda de massa
após o ensaio estão apresentados na TAB. 6.7.
154
(a) Vista dos prismas de 20, 30 e 50 cm (b) Ultrassom em prisma de 15 cm
para o ensaio do efeito tamanho; x15 cm x 50 cm;
155
TAB. 6.8 Resumo dos dados da concretagem do efeito tamanho por corpo de prova.
,
Identificação do CP Dimensões
(m/s) (MPa)
Podem ser vistos nas FIG. 6.59 a 6.61 a variação dos valores de , , IE e V
para os prismas de 15 cm x 15 cm x 50 cm, de 10 cm x 10 cm x 30 cm e de 6,0 cm x
6,0 cm x 20 cm para o ensaio de efeito tamanho.
4
fct,fl (MPa)
0
0 10 20 30 40 50 60
Dimensões dos corpos de prova (cm)
156
50
40 36 35
IE - Prismas
30 27
20
10
0
Prisma 50cm Prisma 30cm Prisma 20cm
Tipo de Prisma
FIG. 6.61 Variação de IE dos prismas do ensaio de efeito tamanho.
5000
4000
4121 4159 4073
V - Prismas
3000
2000
1000
0
Prisma 20cm Prisma 30cm Prisma 50cm
Tipo de prisma
FIG. 6.61 Variação de V dos prismas do ensaio de efeito tamanho.
157
Na FIG.6.63 e 6.64, onde se visualiza a fibra em feixes e isolada,
respectivamente, pode ser verificado que a fibra tem forma retangular de dimensões
situadas (60 – 70) µm por (250 – 260) µm.
158
FIG. 6.64 Imagem da fibra de polipropileno isolada
159
A FIG. 6.66 mostra uma micrografia (magnitude 100x) da fibra de
polipropileno imersa no concreto de um prisma do grupo da concretagem verde.
160
A FIG. 6.67 e 6.68 mostra uma micrografia de um corpo de prova de concreto
com fibras de polipropileno na percentagem volumétrica de 0,15% após a elevação a
300ºC.
FIG.6.67 Imagens obtidas dos vazios deixados pela fibra de polipropileno após a sua
fusão pela elevação da temperatura do concreto até 300 ºC
Após atingir a temperatura de 300 ºC. Pode ser constatada nesta figura, a
existência de alguns vazios (cor escura), deixados pela fibra de polipropileno após a
sua fusão (valor aproximado de 140 ºC).
161
FIG. 6.68 Vazios deixados pela fusão da fibra de polipropileno.
162
FIG. 6.67 Comparativo dos gráficos de elevação da temperatura interna pelo calor
de hidratação.
163
6.2. Resultados Numéricos
164
FIG. Gradiente de temperatura na placa de concreto (valores em graus
Celsius).
A Figura 14 mostra as tensões máximas normais no sentido do eixo
longitudinal da pista de concreto. Note que as tensões máximas de tração são da
ordem de 1,79 MPa, enquanto as tensões máximas de compressão são da ordem
de -3,23 MPa.
165
Com relação às barras de transferência e de ligação, as tensões axiais
encontradas, devido à flexão das placas de concreto, são da ordem de 190 MPa,
conforme mostra a Figura 14.
166
Figura 8 – Campos de temperatura nos corpos de prova após 10 min de
resfriamento.
167
7. ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS
Observa-se das FIG. 7.2 a 7.4 que o comportamento das curvas de elevação
de temperatura dos fornos e de temperatura interna dos corpos de prova é
semelhante com o apresentado por GUO e SHI (2011).
300
250
Temperatura(ºC)
200 Série2
Corpo de prova
Forno
Série1
150
100
50
0
0 1 2 3 4 5 6
Tempo (h)
FIG. 7.2 A curva de tempo-temperatura do forno e a temperatura no interior do corpo
de prova para 300 ºC.
168
600
Temperatura(ºC)
400 Série2
Corpo de prova
Forno
Série1
200
0
0 1 2 3 4 5 6
Tempo (h)
FIG. 7.3 A curva de tempo-temperatura do forno e a temperatura no interior do corpo
de prova para 600 ºC.
900
750
Temperatura(ºC)
Série2
Corpo de prova
600
Forno
Série1
450
300
150
0
0 1 2 3 4 5 6
Tempo (h)
FIG. 7.4 A curva de tempo-temperatura do forno e a temperatura no interior do corpo
de prova para 900 ºC.
169
FIG. 7.4 A curva de tempo-temperatura do forno e a temperatura no interior do corpo
de prova para 900 ºC.
100
Diminuição da resist méd (%)
80 79,4
60
40 38,6
20
12,3
0 0,0
0 200 400 600 800 1.000
Temperatura (°C)
FIG. 7.5 Variação percentual da resistência à compressão média dos cilindros com
o aumento da temperatura.
170
40,0 40
32,0
30,0 30
23,0
fcm (MPa)
(IE)m
27,94 20,0
20,0 24,50 20
14,0
17,15
10,0 10
5,77
0,0 0
25 300 600 900
Temperatura (ºC)
100,0
80,0
Diminuição de resist média (%)
65,1
60,0 58,2
50,9
40,0
20,0
0,0 0,0
0 200 400 600 800 1.000
Temperatura (°C)
FIG. 7.7 Variação percentual da resistência à tração média dos prismas com o
aumento da temperatura.
171
Os valores de índices esclerométricos e resistência à compressão dos corpos
de prova cilíndricos da concretagem vermelha podem ser vistos na FIG. 7.8, cuja
curva de calibração foi ajustada com confiabilidade de 95%.
70
60
50
y = 0,8217x + 0,8608
40 R² = 0,5621
fcm (MPa)
30
20
10
0
0 5 10 15 20 25 30 35 40
-10
(IE)m
FIG. 7.8 Relação obtida entre o (IE)m e fcm para os cilindros da concretagem
vermelha.
100
resistência (%)
Diminuição de
91,2
80
60
50,0
40
20
11,4
0 0,0
0 300 600 900
Temperatura (°C)
FIG. 7.9 Variação percentual da resistência à compressão média dos cilindros com
o aumento da temperatura.
172
Para a temperatura máxima de 900 ºC, a queda de resistência atingiu cerca
de 91%, valor ligeiramente maior que o para concretos da concretagem vermelha
( = 35 MPa).
Conforme mostra a FIG. 7.10, os valores médios de IEm diminuíram com o
aumento da temperatura. Para a temperatura máxima de 900 ºC, a queda no valor
de IEm foi em torno dos 64% em relação ao valor de IEm para a temperatura
ambiente.
60,0 40
55,6 36
50,0 49,3 34
30
40,0 26
fcm (MPa)
(IE)m
30,0 27,8 20
20,0 13
10
10,0
4,9
0,0 0
25 300 600 900
Temperatura (ºC)
100
resistência (%)
Diminuição de
80 77,3
71,6
60
52,9
40
20
0 0,0
0 300 600 900
Temperatura (°C)
FIG. 7.11 Variação percentual da resistência à tração média dos prismas com o
aumento da temperatura.
173
Os valores de índices esclerométricos e resistência à compressão dos corpos
de prova cilíndricos das concretagem marrom estão reunidos na FIG. 7.12, cuja
curva de calibração em destaque na figura foi ajustada com confiabilidade de 95%.
R² = 0,9841
40
30
20
10
0
0 5 10 15 20 25 30 35 40
(IE)m
174
100
80 80,3
Diminuição de resistência (%)
60
43,4
40
28,5
20
0 0,0
0 200 400 600 800 1.000
Temperatura (°C)
É visto na FIG. 7.14 a queda esperada dos valores médios de IEm e com o
aumento da temperatura.
175
60,0 100
50,0 80
40,0
40,0
fc m (MPa)
(IE)m
60
28,6
30,0
22,7
40
20,0
35 34
7,9 20
10,0 23
16
0,0 0
25 300 600 900
Temperatura (ºC)
100,0
Variação do (IE)m (%)
80,0
60,0 55,24
40,0 34,29
20,0
0,00 1,90
0,0
25 300 600 900
Temperatura (ºC)
FIG. 7.15 Variação percentual do (IE)m dos cilindros com o aumento da temperatura.
176
100,0
80,50
80,0
40,0 32,59
20,0
0,00
0,0
25 300 600 900
Temperatura (ºC)
177
100
20
0 0,0
0 200 400 600 800 1.000
Temperatura (°C)
FIG. 7.17 Variação percentual da resistência à tração média dos prismas com o
aumento da temperatura.
78
68
58
48
fcm (MPa)
38
28
Concretagem azul
18
y = 1,3551x - 11,238
8 R² = 0,8329
-2
0 10 20 30 40 50 60
-12
(IE)m
FIG.7.18 Relação obtida entre o (IE)m e fcm para os cilindros da concretagem azul.
178
60
50
Esclerômetro utilizado
40 y = 0,6768x + 16,06
fcm (MPa)
R² = 0,9971
30
20
Concretagem azul
10 y = 1,3551x - 11,238
R² = 0,8329
0
0 10 20 30 40 50 60
(IE)m
100
Diminuição de resistência (%)
80 81,6
60
40
29,7
20 19,4
0 0,0
0 200 400 600 800 1.000
Temperatura (°C)
FIG. 7.20 Variação Percentual da resistência à compressão média dos cilindros com
o aumento da temperatura.
179
É visto na FIG. 7.20 que para a temperatura de 900 ºC, a diminuição de
resistência atinge cerca de 82% em relação ao valor da resistência sob temperatura
ambiente. Para as temperaturas de 300 ºC e 600 ºC, as quedas de resistência foram
em torno de 30% e 20%, respectivamente.
50,0 60
40,0
34 40
fcm (MPa)
30,0 31
(IE)m
32,28 26
20,0 26,00
22,68
17 20
10,0
5,95
0,0 0
25 300 600 900
Temperatura (ºC)
FIG. 7.21 Variação da resistência média (fcm) e do Índice Esclerométrico médio (IE)m
dos cilindros com o aumento da temperatura.
180
ºC em relação aos valores da temperatura ambiente, queda similar do mesmo
parâmetro ocorrida na concretagem azul.
100
Variação do (IE)m (%)
80
60 49,6
40
22,2
20 7,2
0,0
0
25 300 600 900
Temperatura (ºC)
FIG. 7.22 Variação percentual do (IE)m dos cilindros com o aumento da temperatura.
100
79,2
Variação do Vm (%)
80
56,7
60
40 29,4
20
0,0
0
25 300 600 900
Temperatura (ºC)
FIG. 7.23 Variação percentual do Vm dos cilindros com o aumento da temperatura.
181
Os valores de índices esclerométricos e resistência à compressão dos corpos
de prova cilíndricos das concretagem verde estão reunidos na FIG. 7.25, cuja curva
de calibração em destaque na figura foi ajustada com confiabilidade de 95%, onde
os valores médios de correspondem a maiores valores médios de IEm, ,
independentemente dos valores de temperatura.
100,0
80,0
Diminuição de resistência (%)
66,4
60,0 62,5
47,4
40,0
20,0
0,0 0,0
0 200 400 600 800 1.000
Temperatura (°C)
FIG. 7.24 Variação percentual da resistência à tração média dos prismas com o
aumento da temperatura:
54
44
34
fcm (MPa)
y = 1,4948x - 18,49
24 R² = 0,8652
14
-6 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60
-16
(IE)m
FIG.7.25 Relação obtida entre o (IE)m e fcm para os cilindros da concretagem verde
182
Na FIG. 7.26 são apresentadas as curvas de tendência obtidas entre o (IE)m e
para os cilindros da concretagem verde e a curva do esclerômetro utilizado na
presente pesquisa (valores para o esclerômetro inclinado a 0 º da vertical e para
concretos com idades de 14 a 56 dias).
60
50
Esclerômetro utilizado
y = 0,6768x + 16,06
40
R² = 0,9971
fcm (MPa)
30
20 Concretagem verde
y = 1,4948x - 18,49
10 R² = 0,8652
0
0 10 20 30 40 50 60
(IE)m
183
100
Diminuição de resistência
85,9
80
60 60,5
(%)
40
30,6
20
0 0,0
0 200 400 600 800 1.000
Temperatura (°C)
FIG. 7.27 Variação percentual da resistência à compressão média dos cilindros com
o aumento da temperatura.
Pode ser visto na FIG. 7.28 a confirmação da queda conjunta dos valores
médios de IEm e com o crescimento da temperatura.
50,0 80
44,9
40,0
60
fcm (MPa)
30,0 31,1
(IE)m
36
32 40
20,0 26
17,7 18
20
10,0
6,3
0,0 0
25 300 600 900
Temperatura (ºC)
184
100,0
60,0 50,93
40,0
27,08
20,0 10,19
0,00
0,0
25 300 600 900
Temperatura (ºC)
FIG. 7.29 Variação percentual do (IE)m dos cilindros com o aumento da temperatura.
100
83,97
80 73,59
Vm - Cilindros
60
38,34
40
20
0,00
0
25 300 600 900
Temperatura (ºC)
185
A resistência à tração na flexão dos concretos da concretagem amarela
também teve sua queda com a elevação da temperatura, de acordo com o que
mostra a FIG. 7.31. Para a temperatura de 900 ºC, esta redução foi de 78%,
novamente valores maiores que na concretagem azul, que foi de 70% e que na
concretagem verde que foi de aproximadamente 66%.
100,0
80,0 78,5
Diminuição de resistência
72,5
60,0
40,0 41,8
(%)
20,0
0,0 0,0
0 200 400 600 800 1.000
Temperatura (°C)
FIG. 7.31 Variação percentual da resistência à tração média dos prismas com o
aumento da temperatura:
38
y = 2,0359x - 32,111
28 R² = 0,9082
18
8
-2
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60
-12
-22
(IE)m
186
A curva de calibração da FIG. 7.32 foi ajustada com confiabilidade de 95%,
onde também os valores médios de correspondem a maiores valores médios de
IEm,, independentemente dos valores de temperatura.
60
50 Esclerômetro utilizado
y = 0,6768x + 16,06
40 R² = 0,9971
fcm (MPa)
30
Concretagem amarela
20 y = 2,0359x - 32,111
R² = 0,9082
10
0
0 10 20 30 40 50 60
(IE)m
Conclui-se da FIG 7.33, assim como para os valores das concretagem azul e
verde, o gráfico do esclerômetro diverge dos valores da pesquisa, neste caso para a
concretagem amarela, tem valores conservadores nos valores das resistências dos
concretos para (IE)m, acima de 35, assim como tem valores elevados para o valor de
para (IE)m abaixo de 35.
Apresenta-se nas FIG. 7.34 a 7.35 um resumo das reduções dos valores de
, , , (IE)m , Vm e correlação de (IE)m com com o aumento da temperatura
para as concretagens vermelha, marrom, azul e amarela.
187
Ao analisar as FIG. 7.34 e 7.35, pode se observar que os corpos de prova
verdes, vermelhos e azuis tiveram um valor aproximado de queda para a
temperatura de 900 ºC. O que se conclui que, para concretos de mesma resistência
característica ( = 35 MPa), os resultados das resistências dos corpos de prova
pouco dependem se os corpos de prova tiveram um resfriamento brusco (seja com
extintor ou água) ou se forma rompidos sem o seu resfriamento.
Pode ser observado ainda nas mesmas figuras (FIG. 7.34 e 7.35), as
concretagens amarela e marrom tiveram as maiores quedas de resistências que as
outras concretagens, tal fato se explica porque a concretagem amarela possui o
maior teor de fibras (0,30%), resultando em um volume maior de vazios deixados
pela fibra de polipropileno ao evaporar, o que reduz a sua resistência.
Em relação à concretagem marrom, o fato dela ter sido de alta resistência (
= 50 MPa), resultou numa estrutura interna mais densa e com menor quantidade de
vazios, dificultando assim o escape dos gases do interior no concreto aquecido, o
que pode vir a reduzir a resistência quando exposto a elevadas temperaturas
quando comparado à concretos de resistência convencional (concretagem vermelha)
que é mais poros e possui mais vazios para o escape dos gases.
100
Diminuição de resistência - fcm (%)
80
60 Série1
Vermelha.
Marrom.
Série3
Azul.
Série4
40
Verde
Série5
Amarelo
Série2
20
0
0 200 400 600 800 1.000
Temperatura (°C)
188
100
60
Série1
40 Vermelha.
Série3
Marrom.
Série4
Azul.
20 Verde
Série5
Amarelo
Série2
0
0 200 400 600 800 1.000
Temperatura (°C)
São apresentados nas FIG. 7.36 e 7.37 os valores das reduções percentuais
de IEm e Vm com a evolução da temperatura.
100
Variação do (IE)m (%)
80
60
Série2
Vermelha.
Série3
Marrom.
40
Azul.
Série4
20 Verde
Série5
Amarelo
Série1
0
25 300 600 900
Temperatura (ºC)
FIG. 7.36 Resumo dos gráficos de variação percentual do IEm dos cilindros com o
aumento da temperatura.
189
Pode ser verificado na FIG. 7.36 que as maiores perdas de IEm a 900 ºC
foram para a concretagem marrom, que foi de aproximadamente 64%, seguido da
concretagem vermelha que foi próximo a 56% e azul que foi em torno de 55%.
100
83,97
80,50
Variação de Vm - Cilindros(%)
80 73,59 79,16
60,46
60
56,71
38,34
40 32,59
29,35
20
0,00
0 0,00
25 300 600 900
Temperatura (ºC)
FIG. 7.37 Resumo dos gráficos de variação percentual do Vm dos cilindros com o
aumento da temperatura.
190
60
50
fcm (MPa) 40
30
20
10
0
0 10 20 30 40 50 60
(IE)m
São apresentados das FIG. 7.39 à FIG. 7.44, alguns fatos resultados
ocorridos durante a execução dos ensaios de concretos a altas temperaturas.
Primeiramente, conforme pode ser visualizado na FIG.7.39, os corpos de
prova expostos a 900 ºC e posteriormente resfriados tiveram um aumento em suas
dimensões da ordem de milímetros, ressaltando que os prismas tiveram um
aumento maior que os cilindros em função de suas dimensões serem maiores, o que
é coerente com o princípio da dilatação térmica dos sólidos que diz que a dilatação
de um corpo aquecido é diretamente proporcional ao comprimento inicial da peça.
191
FIG.7.39 Aumento dos corpos de prova após elevação e resfriamento a 900ºC.
Quando o concreto vai a 900 ºC, e resfria, sua porosidade aumenta e a sua
estrutura interna se modifica, o que é constatado pela baixa velocidade de
propagação das ondas ultrassônicas, que para o concreto à temperatura ambiente e
em bom estado, é da ordem de 4.000 m/s e para os concretos resfriados é da ordem
de 400 m/s, conforme pode ser visto na FIG. 7.40.
192
concretagem amarela (0,30% de fibras de polipropileno) de concretos à temperatura
de 25 ºC, chegando aos valores de 2,33 g/cm³ e 2,32 g/cm³, respectivamente (FIG.
7.41), porém, não foi realizado o referido ensaio após a exposição a altas
temperaturas, para verificar a sua variação.
A FIG. 7.42 mostra a modificação do agregado graúdo que foi elevado dentro
do concreto a 900 ºC, comparativamente ao mesmo agregado a 25ºC.
193
Conforme pode ser observado na FIG. 7.43, foram quebrados alguns corpos
de prova após o ensaio de compressão centrada para a verificação e confirmação
do posicionamento do termopar. Onde se chegou à conclusão que o adensamento
previsto em norma feito em 02 (duas) camadas iguais, sendo a primeira camada até
a altura onde se do encontra o termopar, proporcionou um correto posicionamento
do mesmo (ver FIG. 3.21), garantido a medição das temperaturas no centro
geométrico dos corpos de prova.
194
temperaturas acima de 700 ºC, ou seja, tomando as definições feitas por TEIXEIRA
(2009), pode se concluir que o concreto nestas condições possui características
similares ao magma e possui uma pare líquida, sólida e gasosa, o seja, o concreto a
900 ºC não tem uma estrutura sólida rígida e deveria ser reavaliada a utilização de
equipamentos que são utilizados para ensaios de determinação da resistência de
concretos sólidos.
195
100
60
Cilindros
40 24,37
19,77
20
0,00
0
Sem Moderado Severo
envelhecimento
Tipo de envelhecimento
100
Perda de rsistência (%) -
80
Prismas 20cm
60
40
21,00 22,00
20
0,00
0
Sem envelhecimento Moderado Severo
Tipo de envelhecimento
100
Perda de rsistência (%) -
80
Prismas 30cm
60
40 37,78
23,86
20
0 0,00
Sem envelhecimento Moderado Severo
Tipo de envelhecimento
FIG. 7.47 Variação percentual da resistência à compressão média dos prismas de
10 cm x 10 cm x 30 cm da concretagem do envelhecimento acelerado.
196
A FIG. 7.48 mostra em (A) a ruptura em um concreto que não foi submetido
ao envelhecimento onde a ruptura do corpo de prova ocorre na argamassa e no
agregado, já em (B), onde o concreto foi submetido ao envelhecimento, pode-se
observar que o corpo de prova teve a sua ruptura na argamassa e na interface
argamassa-agregado, o que vai justificar os valores de redução da resistência.
FIG. 7.48 Vista de corpos de prova rompidos não envelhecido (A) e envelhecido (B).
197
FIG.7.49 Vestígios de argamassa saída dos corpos de prova.
100,0
80,00 80,00
Perda de peso médio (g)
80,0
60,0
- Cilindros
40,0
20,0
0,00
0,0
Sem envelhecimento Moderado Severo
Tipo de Envelhecimento
100,0
80,0
Prismas 20cm
60,0
33,33
40,0 26,67
20,0
0,00
0,0
Sem Moderado Severo
envelhecimento
Tipo de Envelhecimento
198
250
FIG. 7.52 Variação de peso médio dos cilindros com o envelhecimento acelerado
Como pode ser observado nas FIG. 7.50 a 7.52, quanto maior as dimensões
do corpo de prova, maior é a sua perda de massa, esse foi um resultado esperado,
porque corpos de prova de dimensões maiores possuem uma área específica maior
em contato com o fenômeno do envelhecimento acelerado.
Os corpos e prismas de 30 cm tiveram a sua perda de massa ao final do
ensaio de envelhecimento acelerado em torno de 193 g, enquanto os prismas de 20
cm tiveram a perda de aproximadamente 27 g e os cilindros em torno de 80 g.
As variações do IEm no ensaio de envelhecimento acelerado pode ser
visualizado na FIG.7.53.
Sem envelhecimento
IEm - Envelhecimento Acelerado
Série1
Envelhecimento Moderado
Série3
36 Envelhecimento Severo
Série2 36 36
35 35
34
33
30
29
27
25
Cilindros 20cm Prisma 20cm Prisma 30cm
Tipo de prisma
FIG. 7.53 Variação de IEm com o envelhecimento acelerado.
199
Pela FIG. 7.53 pode-se observar que não há uma queda no valor do IEm
conforme esperado, onde ocorre até um aumento, dependendo do corpo de prova.
Uma possível explicação para o acréscimo do valor de IEm pode ser pelo fato
do desgaste superficial ao longo do ensaio, onde a argamassa sai, expondo cada
vez mais os grãos dos agregados, e como o IEm é obtido por meio do impacto na
superfície, a exposição desses grãos, conforme visto na FIG. , pode ter influenciado
no aumento dos valores do IEm para os corpos de prova envelhecidos.
200
Os valores de Vm ao longo do ensaio podem ser vistos na FIG. 7.54 e tiveram
uma queda esperada, tendo em vista que o decorrer do ensaio piorava as condições
de sanidade do concreto.
Percebe-se na FIG 7.54 que todos os corpos de prova tiveram quedas ao
longo do ensaio e que as maiores quedas foram para os prismas de 30 cm.
5000
Sem envelhecimento
Vm - Envelhecimento Acelerado
Série1
Envelhecimento. Moderado
Série3
Série2
Envelhecimento Severo
3579
3358
3225
3000
Cilindros 20cm Prisma 20cm Prisma 30cm
Tipo de prisma
FIG. 7.54 Variação de Vm com o envelhecimento acelerado.
201
Visualizam-se ainda na FIG. 7.56 exemplos de desgaste superficial de corpos
de prova cilíndrico e prismático concreto ao final do ensaio de envelhecimento.
202
Foi verificado, também, que com o passar dos ciclos de simulação da chuva
ácida ocorreu uma constante redução no nível da solução do reservatório, assim
como o aumento do pH da solução. Ao final de cada ciclo de envelhecimento foi feito
o reequilíbrio do pH e por vezes o recompletamento da água do reservatório, onde
se conclui que, além do fenômeno da evaporação, a água diminuiu seu nível porque
o concreto absorveu ao longo do ensaio água com sulfatos diluídos.
A ABNT NBR 13.583 (1996) estabelece que o teor de sulfatos para o ensaio
padrão é de 67.605,63 mg de SO por litro da solução, que é um valor muito
superior ao da solução preparada para o presente experimento, que para o pH em
torno de 3,8 corresponde a 617mg de sulfato (SO ) por litro de solução. Porém,
mesmo com uma concentração de sulfatos bem menor que o valor recomendado
pela ABNT NBR 13.583 (1996), conclui-se que os resultados obtidos foram devido à
associação do ataque de sulfatos com o efeito da temperatura, resultando em um
esperado envelhecimento acelerado do concreto.
Relativo ao ensaio de efeito tamanho, pelo fato dos corpos de prova terem
sido da mesma concretagem e que todos foram ensaiados à temperatura ambiente,
espera-se que quaisquer divergências de resultados obtidos nos ensaios seja devido
às modificações nos tamanhos das peças.
Pode-se verificar na FIG. 7.58 os valores de IEm pelas dimensões dos corpos
de prova. Para os prismas de 10 cm x 10 cm x 30 cm e 15 cm x 15 cm x 50 cm os
valores de IE, foram praticamente iguais, já para os prismas de 6 cm x 6 cm x 20cm
houve uma redução de aproximadamente 24% em relação aos prismas de outras
dimensões.
203
A redução do IE pode ser explicada pelo fato dos corpos de prova terem as
dimensões menores que 10 cm, que é o mínimo recomendado pela ABNT NBR
7854 (1995).
7
6
y = 0,0912x + 0,414
5 R² = 0,9459
4
fct, fl (MPa)
0
0 10 20 30 40 50 60
Dimensões dos corpos de prova (cm)
FIG. 7.57 Aumento de , com o aumento das dimensões dos corpos de prova.
50
40 35 36
IE - Prismas
30 27
20
10
0
Prisma 50cm Prisma 30cm Prisma 20cm
Tipo de Prisma
FIG. 7.58 Variação dos valores de IEm pelas dimensões dos corpos de prova.
204
5000
4000
V - Prismas 4121 4159 4073
3000
2000
1000
0
Prisma 20cm Prisma 30cm Prisma 50cm
Tipo de prisma
FIG. 7.59 Variação dos valores de Vm com as dimensões dos corpos de prova.
2,0
Tensão de tração (MPa)
1,6
1,2
0,8
0,4
0,0
0 5 10 15 20
Numérico Experimental
205
Para a modelagem computacional do resfriamento do concreto após ser
submetido a elevadas temperaturas, de posse dos dados de resfriamento, a partir
dos campos de temperatura dos corpos de prova obtidos da simulação do
resfriamento forçado com água a 25 ºC e após terem sido aquecidos à temperatura
de 300 ºC e 600 ºC, verifica-se que depois de aproximadamente 10 minutos do início
do resfriamento, as temperaturas internas eram 189,8 ºC e 369,5 ºC,
respectivamente.
900
800
700
600
Temperatura (°C)
500
400
300
200
100
0
0 10 20 30 40 50 60 70
Tempo (min)
FIG.7.61 Curvas de resfriamento interno dos corpos de prova (Paiva et al., 2013)
206
8. CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
207
para a resistência a compressão dos cilindros, teve-se diminuições de 80,3%, 81,6%
e 85,9% para as concretagens azuis, verdes e amarelas, respectivamente.
Fazendo a mesma conclusão para os prismas, observou-se uma maior
variação dos valores, onde as reduções a 900 ºC foram de 70,0%, 66,4% e 78,5%
para as concretagens azuis, verdes e amarelas, respectivamente.
Em relação às correlações obtidas entre os índices esclerométricos e os
valores de resistência média à compressão, conclui-se que quando comparado aos
valores da curva do esclerômetro, estes divergem para todas os grupos de
concretagens, excetuando valores na faixa de 35 a 40 MPa que chegam a ser
próximos aos da curva dos esclerômetro, conclui-se ainda que para valores menores
que os dessa faixa o esclerômetro superestima e para valores maiores que os desta
faixa ele subestima os valores de em próximos de resistência média à compressão
centrada.
Quanto ao ensaio de envelhecimento acelerado, conclui-se que há uma perda
de resistência progressiva com a evolução do ensaio de envelhecimento, porém não
se tem perdas significativas para os ensaios de envelhecimento severo em relação
ao envelhecimento moderado para os cilindros de 10 cm x 20 cm e prismas de 6 cm
x 6 cm x 20 cm, que ficou de 1,0% a 4,6%, enquanto para os prismas de 30 cm teve-
se uma queda de 13,9% no valor de sua resistência ao final do ensaio de
envelhecimento severo em relação às mesmas dimensões de corpo de prova não
envelhecidos.
Relativo à modelagem do efeito da temperatura em pavimentos de concreto,
diante dos resultados apresentados pode-se concluir que para gradientes de
temperatura da ordem de 20 ºC, os deslocamentos e tensões foram da
magnutude de 2,0 mm e 1,8 MPa (tração) e 3,2 MPa (compressão). Esses
valores podem ser validados com trabalhos da literatura, tais como (Pereira,
2001).
Adicionalmente, observou-se que as tensões axiais nas barras de
transferência e ligação, devido à flexão das placas de concreto, são da ordem de
190 MPa, cerca de 83% da tensão de escoamento do aço (230 a 250 MPa).
Assim, pode-se concluir que a solicitação referente a essas barras são relevantes
e geram ciclos de carregamento que podem iniciar um mecanismo de ruptura por
fadiga do material devido somente ao carregamento cíclico da incidência solar.
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Os resultados numéricos apresentaram uma boa correspondência com os
resultados experimentais apresentados por Pereira (2001). Logo, a validação
experimental apresentada mostrou que os resultados numéricos estão
fisicamente coerentes.
Cabe ressaltar que esses efeitos térmicos são, na prática, somados ao
carregamento devido ao tráfego, agravando sobremaneira a possibilidade de
ruína da placa, ou, no mínimo, a diminuição da vida útil do pavimento.
Portanto, as tensões térmicas de ondulação são quantitativamente relevantes
e que devem ser consideradas nas metodologias de dimensionamento de
pavimentos rígidos.
Já em relação à modelagem computacional do resfriamento em corpos de
prova cilíndricos de concreto submetidos à elevadas temperaturas, conclui-se que:
- a simulação numérica do resfriamento dos corpos de prova cilíndricos pré-
aquecidos a 300 ºC, 600 ºC e 900 ºC mostrou que as respectivas curvas de
resfriamento têm queda exponencial;
- após 10 minutos de seu resfriamento forçado com água a 25 ºC, a
temperatura interna dos corpos de prova cilíndricos caiu, aproximadamente, pela
metade da temperatura de aquecimento;
- as curvas de resfriamento apresentaram um comportamento assintótico em
relação à abcissa da temperatura ambiente, e independente da temperatura de
aquecimento;
- após decorridos 60 minutos do início do resfriamento forçado, todos os
corpos de prova apresentaram temperatura interna próxima à da temperatura
ambiente;
- a modelagem do resfriamento interno evidenciou a propriedade de inércia
térmica do concreto, pois após o aquecimento de 300 ºC e o resfriamento forçado a
25 ºC, a sua temperatura interior se encontrava, decorridos 10 min, a 189,8 ºC,
enquanto para o aquecimento de 600 ºC, a temperatura interna era 369,5 ºC.
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FIG. 8.1 Prismas das concretagens azul, verde e amarela a serem ensaiados à
fadiga.
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