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19/07/2021

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO – UEMA


CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE BACABAL
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
■ Hidrologia estatística

Professora: Adriana Thays Araújo Alves

Variáveis aleatórias e probabilidade


■ As variáveis hidrológicas chuva e vazão têm como característica básica a grande
variabilidade no tempo.
■ Um das questões mais importantes do estudo da hidrologia é a estimativa da
probabilidade de ocorrência de eventos hidrológicos (chuva ou vazão) de uma
determinada magnitude no futuro com base na análise dos dados do passado.
■ Aplica-se então técnicas de probabilidade e estatística que consideram as
variáveis hidrológicas como variáveis aleatórias

Considera-se
Variáveis Técnicas de
variáveis
hidrológicas: probabilidade e
hidrológicas
precipitação e estatística são
como variáveis
vazão aplicáveis
aleatórias

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Variáveis aleatórias e probabilidade

Não podem ser Valores são


Variáveis preditas com associados com
aleatórias exatidão probabilidades de
ocorrências

Podem assumir qualquer valor dentro de valores reais – costuma-


Contínuas se avaliar a probabilidade da variável ser maior ou menor que
determinado valor

Podem assumir apenas determinados valores – em geral números


Discretas
inteiros

Análises exploratórias de dados hidrológicos


■ Objetiva identificar padrões.
■ O tipo de análise exploratória mais utilizada é a tabela de frequências:
– Número de repetições do valor no conjunto de dados da amostra.
– Pode ser absoluta ou relativa.

Fonte: Dornelles e Collischonn (2015)

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Análises exploratórias de dados hidrológicos


■ Em alguns casos é mais interessante conhecer os valores da variável que são
maiores que determinado limite:
– Qual o número de anos em que janeiro teve mais de 15 dias?
■ Nesse caso é útil elaborar a tabela de frequências acumuladas

Fonte: Dornelles e Collischonn (2015)

Análises exploratórias de dados hidrológicos


■ No caso de variáveis contínuas são consideras faixas de valores para a contagem
de frequência.
– Exemplo: considerando os dados de chuva anual em um determinado local
(medidos em mm) ao longo de 26 anos, com mínimo 1101 e máxima de
1709, podemos analisar a frequência em intervalos de 100 mm.
■ Como determinar o número de intervalos?
– O número (k) de intervalos em que deve ser dividida uma a mostra é
arbitrário.
– Um critério que pode ser utilizado é por meio da equação:
𝑘= 𝑁
■ Onde N é o tamanho da amostra e k deve ser arredondado para o valor inteiro
mais próximo

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Análises exploratórias de dados hidrológicos


■ Histograma
– Gráfico que permite visualizar as tabelas de frequência de forma rápida.
– Utiliza barras verticais para representar as frequências.
– Pode ser feito representando frequências relativas ou absolutas (as figuras
serão iguais, apenas os valores são diferentes).

Fonte: Dornelles e Collischonn (2015)

A curva de permanência
■ É equivalente a um histograma de frequências acumuladas relativas das vazões
de um rio em um determinado local.
■ Expressa a relação entre a vazão e a frequência (estimada empiricamente) com
que essa vazão é superada ou igualada.
■ Pode ser elaborada a partir de dados diários ou dados mensais de vazão.

Fonte: Dornelles e Collischonn (2015)

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A curva de permanência
■ A elaboração da curva de permanecia é uma das análises estatísticas mais
simples e mais importantes na hidrologia.
■ Responde a perguntas como:
– O rio tem uma vazão aproximadamente constante ou extremamente variável
entre os extremos máximo e mínimo?
– Qual é a porcentagem do tempo em que o rio apresenta vazões em
determinada faixa?
– Qual é a porcentagem do tempo em que um rio tem vazão suficiente para
atender determinada demanda?

A curva de permanência
■ Na prática, a curva de permanência é relativamente fácil de obter desde que
existam dados de vazão.
– Usando a planilha de cálculo Excel a curva de permanência pode ser gerada
calculando os valores dos quantis de 1% a 99% usando a função Percentil.
■ O Percentil 1% corresponde à vazão que é igualada ou superada 99% do tempo.
■ O Percentil 10% corresponde à vazão que é igualada ou superada 90% do tempo.
■ Em alguns casos é aconselhável apresentar a curva de permanecia com eixo
vertical logarítmico, para destacar a faixa de valores de vazão mais baixos.

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A curva de permanência

Fonte: Dornelles e Collischonn (2015)

– A vazão de 200 m³/s é igualda ou superada cerca de 50% do tempo.


– A vazão que é superada 90% do tempo é de aproximadamente 45 m³/s.

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A curva de permanência
■ Alguns pontos da curva de permanência merecem atenção especial:
– A vazão que é superada em 50% do tempo é chamada 𝑄50
■ Corresponde à mediana das vazões diárias
– A vazão que é superada em 90% do tempo é chamada 𝑄90
■ Utilizada como referencia para legislação na área de meio ambiente e recursos
hídricos em muitos estados do Brasil
– A vazão que é superada em 95% é chamada 𝑄95
■ Utilizada para definir a capacidade para produção de energia de forma confiável
em uma usina hidrelétrica construída ou projetada no local

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A curva de permanência
■ Os dados de vazão do rio Descoberto em Santo Antônio do Descoberto (G0) foram
organizados na forma de uma curva de permanência (Fig. 14.5). Um
empreendedor solicita outorga de 2,5 m³/s em um ponto próximo ao mesmo rio.
Considerando que a legislação permite outorgar apenas 20% da 𝑄90 a cada
solicitante, responda se é possível atender à solicitação.

Pela curva de permanência 𝑄90 é 7 m³/s:


𝑄𝑚á𝑥 = 0,2 . 7 = 1,4 𝑚3 /𝑠
→ Então a vazão requerida pelo
empreendedor não pode ser atendida.

Fonte: Dornelles e Collischonn (2015)

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Estatísticas descritivas
■ Para analisar a vazão de um rio ou a precipitação em um local ou região, incluindo
a sua variabilidade temporal, é necessário utilizar alguns valores estatísticos que
resumem, em grande parte, o comportamento hidrológico do tio ou da bacia.
■ Entre as estatísticas mais importantes estão a média, mediana, o desvio padrão,
coeficiente de variação e o coeficiente de assimetria.
– Média
■ Média de toda a série de vazões ou precipitações registradas.
■ Importante na avaliação da disponibilidade hídrica total de uma bacia.

σ𝑛𝑖=1 𝑥𝑖
𝑥ҧ =
𝑛

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Estatísticas descritivas

Fonte: Dornelles e Collischonn (2015)

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Estatísticas descritivas
– Mediana
■ Valor que é superado em 50% dos pontos da amostra.
■ A média e a mediana podem ter valores relativamente próximos, porém não
necessariamente iguais.
■ A mediana pode ser obtida organizando os N valores 𝑥𝑖 em ordem crescente.
■ Sendo 𝑥𝑘 com k = 1 a N, os valores de x organizados em ordem decrescente, a
mediana é obtida por:

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Estatísticas descritivas
– Desvio padrão
■ Medida da dispersão dos valores de uma amostra em torno da média.
■ É dado por:

■ O quadrado do desvio padrão é chamada variância da amostra.

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Estatísticas descritivas
– Coeficiente de variação
■ Relação entre o desvio padrão e a média.
■ Medida da variabilidade dos valores em torno da média, relativamente à própria
média.

𝑠
𝑐𝑣 =
𝑥ҧ

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Estatísticas descritivas
– Coeficiente de assimetria
■ Valor que caracteriza o quanto uma amostra é assimétrica com relação à média.
■ Uma amostra é simétrica com relação à média se o histograma dos dados revela
o mesmo comportamento de ambos os lados da média.

Fonte: Dornelles e Collischonn (2015)


■ No Excel usa-se a chamada DISTORÇÃO para calcular o coeficiente de assimetria.

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Análise de frequência de eventos hidrológicos extremos


■ Objetiva-se a probabilidade de ocorrência de valores acima ou abaixo de algum
valor de referência.
■ Exemplo prático - análise de cheia
– Trabalha-se com a probabilidade da ocorrência de um evento vazão maior ou
igual à vazão necessária para inundar a cidade.
■ Exemplo prático 2 – evento de estiagem
– Trabalha-se com a probabilidade da ocorrência de uma vazão menor que a
mínima necessária ao abastecimento da cidade.
■ Para a análise da frequência de eventos extremos pode-se utilizar a metodologia
Análise de Séries de Duração Anual.

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Análise de frequência de eventos hidrológicos extremos


■ Análise de Séries de Duração Anual
– Analisa-se a frequência de eventos extremos a partir da séries temporais de
dados de uma certa variável, buscando-se os máximos ou mínimos valores de
cada ano e trabalhando apenas com esses valores.
– A vazão de um rio é uma variável que se modifica de forma contínua no
tempo e pode ser representada em um hidrograma.
– Na análise de valores extremos baseados em séries de duração anual os
hidrogramas são analisados ano a ano, buscando-se o maior valor de cada
ano (caso se deseje analisar magnitude de cheias) ou menor valor de cada
ano (caso se esteja analisando eventos de estiagem).

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Análise de frequência de eventos hidrológicos extremos

Fonte: Dornelles e Collischonn (2015)

– Uma vez identificados os valores máximos, a análise de frequência segue


utilizando apenas esses valores, que são considerados independentes entre
si.

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Análise de frequência de eventos hidrológicos extremos


■ Ano hidrológico
– Definido como o período de 12 meses que se estende do inicio do período
chuvoso até o final do período seco.
■ Probabilidade e tempo de retorno de eventos extremos
– Em análises hidrológica de eventos extremos são úteis a probabilidade de
excedência e o tempo de retorno de uma dada vazão

1
𝑇𝑅 =
𝑃

TR = tempo de retorno em anos


P = probabilidade de ocorrer um evento igual ou superior em um ano qualquer

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Análise de frequência de eventos hidrológicos extremos


– A probabilidade anual de excedência de uma determinada vazão é a
probabilidade dessa vazão ser igualada ou superada em um ano qualquer.
– O tempo de retorno de uma vazão 𝑄𝑚á𝑥 é o intervalo médio de tempo, em
anos, que decorre entre duas ocorrências subsequentes de uma vazão maior
ou igual a 𝑄𝑚á𝑥 .

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Análise de frequência de eventos hidrológicos extremos


■ Risco associado a eventos hidrológicos extremos
– Em hidrologia é mais adequado considerar o risco como a probabilidade de
ocorrência de um evento multiplicada pelas consequência desse evento.
– Eventos mais severos, de menor probabilidade, tipicamente resultam em
consequências mais graves, ao passo que eventos menos severos, cuja
probabilidade de ocorrência é mais alta, têm consequências menos graves.
– Em hidrologia costuma se definir, de forma subjetiva, ou através de
recomendações oficiais de agências ou órgãos do governo, uma separação
entre riscos aceitáveis e riscos inaceitáveis.

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Análise de frequência de eventos hidrológicos extremos

Fonte: Dornelles e Collischonn (2015)

– A curva “Figura 14.11” mostra que eventos com poucas consequências


graves e probabilidade alta são tolerados, enquanto eventos com muitas
consequências graves e probabilidade alta não são tolerados.

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Análise de frequência de eventos hidrológicos extremos


– Projetos de estruturas hidráulicas sempre são elaborados admitindo a
possibilidade de falhas
– A probabilidade admitida pode ser maior ou menor, dependendo do tipo de
estrutura.
– Para obras de drenagem podem ser adotados os seguintes tempos de retorno
de acordo com a região e os prejuízos esperados em caso de inundação (São
Paulo):
■ Obras de microdrenagem: tempo de retorno de 2 a 10 anos;
■ Obras de macrodrenagem: tempo de retorno de 25 a 50;
■ Obras de drenagem em regiões onde se prevê prejuízos de alta magnitude, como
corredores de tráfego: tempo de retorno de 100 anos;
■ Obras de drenagem em regiões de interesse estratégico, como área de hospitais,
bombeiros, centros de controle e de emergência: tempo de retorno de 500 anos.

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Análise de frequência de eventos hidrológicos extremos


– Alguns outros valores para TR em função da estrutura.

Fonte: Dornelles e Collischonn (2015)

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Análise de frequência de eventos hidrológicos extremos


■ Métodos de análise de frequência de eventos hidrológicos extremos
– Existem duas formas de atribuir probabilidades e tempos de retorno às
vazões máximas e mínimas:
■ métodos empíricos: a partir da observação das variáveis aleatórias.
■ métodos analíticos: considera-se que os dados hidrológicos sejam aleatórios e
que sigam uma determinada distribuição de probabilidade analítica como uma
distribuição normal, por exemplo.
– Permite explorar melhor as amostras relativamente pequenas de dados hidrológicos.

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Análise de frequência de eventos hidrológicos extremos


■ Chuvas anual e distribuição normal
– A chuva total anual em um determinado posto pluviométrico pode ser
considerada uma variável aleatória, com distribuição aproximadamente
normal.
– Essa suposição permite explorar melhor amostras relativamente pequenas,
com apenas 30 anos, por exemplo, para estimar valores com tempo de
retorno mais altos.
– A distribuição normal se aplica a muitos tipos de dados.
– Um gráfico da função densidade de probabilidade da distribuição normal rem
uma forma de sino e é simétrica em relação à média, que é o valor central.
– A forma em sino indica que existe uma probabilidade maior de ocorrerem
valores próximos à média, do que valores extremos mínimo e máxima.
– A função densidade de probabilidade (FDP) da distribuição normal é uma
expressão que depende de dois parâmetros: média e desvio padrão.

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Análise de frequência de eventos hidrológicos extremos


– FDP:

■ Em que μ𝑥 é a média da população e σ𝑥 é o desvio padrão.


– Se μ𝑥 é igual a 0 e σ𝑥 é 1:

■ Onde z é a variável aleatória com média 0 e desvio padrão 1.


■ Cujo gráfico é:

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Análise de frequência de eventos hidrológicos extremos

Fonte: Dornelles e Collischonn (2015)

■ A área total sob a curva é 1.


■ A área em cinza representa a probabilidade de ocorrência de um valor maior do
que z e menor do que z, respectivamente.
■ A área sob a curva pode ser calculado por tabelas que relacionam o valor de z
com a probabilidade de ocorrer um valor maior ou menor que z.
■ Existem também tabelas que fornecem valores da área entre 0 a z ou de –z a z.

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Análise de frequência de eventos hidrológicos extremos


■ No programa Excel é possível obter os valores das probabilidades utilizando a
função DIST.NORMP(z) – fornece o valor da probabilidade de ocorrer um valor
inferior a z.
■ Lembrando a relação entre probabilidade e tempos de retorno é interessante
saber os valores de z que correspondem a valores específicos de probabilidade
como 0,1, 0,01 e 0,001 – correspondem aos tempos de retorno de 10, 100 e
1000 anos.
■ Uma variável aleatória x com média μ𝑥 e desvio padrão σ𝑥 pode ser transformada
em uma variável aleatória z, com média zero e desvio padrão igual a 1 pela
equação:

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Análise de frequência de eventos hidrológicos extremos

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Fonte: Dornelles e Collischonn (2015)

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Análise de frequência de eventos hidrológicos extremos

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Análise de frequência empírica de vazões máxima


■ Selecionando-se apenas as vazões máximas de cada ano em um determinado
local é obtida a série de vazões máximas desse local e é possível realizar análises
estatísticas relacionando vazão com probabilidade.
■ Na análise de frequências empíricas de vazões máximas, estimativas de
probabilidade são atribuídas a cada um dos valores observados, depois que esses
valores foram organizados em ordem decrescente.

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Análise de frequência empírica de vazões máxima

Fonte: Dornelles e Collischonn (2015)

– A probabilidade de que cada um dos valores de vazão venha a ser igualado


ou superado pode ser estimada a partir do valor correspondente a m (ordem)
e do tamanho da amostra (N).

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Análise de frequência empírica de vazões máxima

Fonte: Dornelles e Collischonn (2015)

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Análise de frequência empírica de vazões máxima


■ Usando a fórmula de Weibull as probabilidades das vazões máximas no exemplo
do Rio Cuiabá são apresentadas na tabela seguinte.

Fonte: Dornelles e Collischonn (2015)

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Análise de frequências de vazões máximas com base em


distribuições teóricas – log-normal
■ Supõem-se que os valores de vazões máximas sigam uma determinada
distribuição de probabilidade teórica para extrapolar a análise de eventos
extremos para tempos de retorno maiores.
■ Essa metodologia analítica permite explorar melhor as amostras relativamente
pequenas de dados hidrológicos.
■ Aplicação de distribuição normal para vazões máximas:
– Vazões máximas segundo uma distribuição normal poderiam ser estimadas
por:
𝑥 = 𝑥ҧ + 𝐾. 𝑠
■ Em que x é vazão máxima para dada probabilidade; 𝑥ҧ é a média das vazões
máximas anuais; s é o desvio padrão das vazões máximas anuais. O valor de K é
obtido de tabelas de distribuição normal (equivalente ao z nas tabelas A e B ao
final).

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Análise de frequências de vazões máximas com base em


distribuições teóricas – log-normal
– Por outro lado, como observa-se na figura seguinte, vazões máximas não
seguem uma distribuição normal.

Fonte: Dornelles e Collischonn (2015)

■ Para superar esse problema outras distribuições podem ser utilizadas como o Log-
normal.
– Supõe que os logaritmos das vazões seguem uma distribuição normal.

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Análise de frequências de vazões máximas com base em


distribuições teóricas – log-normal
■ Utilizar a distribuição log-normal para analisar vazões máximas equivale a assumir
que, embora os valores de vazões máximas não sigam uma distribuição normal,
os logaritmos desses valores podem ser aproximados por uma distribuição
normal.
■ Ou seja:

log(𝑥) = 𝑙𝑜𝑔𝑥 + 𝐾. 𝑠log(𝑥)

onde log(x) é o logaritmo da vazão máxima; 𝑙𝑜𝑔𝑥 é a média dos logaritmos das
vazões máximas anuais observadas; 𝑠log(𝑥) é o desvio padrão dos logaritmos das
vazões máximas observadas. K é obtido por tabelas (K é equivalente ao z dado nas
tabelas).
– Usando o Excel: INV.NORMAL(P-1). P é a probabilidade de excedência.

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Análise de frequências de vazões máximas com base em


distribuições teóricas – log-normal
■ Para o cálculo – log-normal:
– Obter vazões máximas de N anos;
– Calcular os logaritmos das vazões máximas;
– Calcular a média e o desvio padrão dos logaritmos das vazões máximas;
– Obter o valor de z para a probabilidade correspondente ao tempo de retorno
considerado (exemplo 100 anos);
– Obter o valor do logartimo da vazão de tempo de retorno de 100 abis a partir
da equação:
log(𝑥) = 𝑙𝑜𝑔𝑥 + 𝐾. 𝑠log(𝑥)
– Obter o valor da vazão através da função inversa do logaritmo.

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Análise de frequências de vazões máximas com base em


distribuições teóricas – log-normal
■ Aplicação – log-normal:

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Análise de frequências de vazões máximas com base em


distribuições teóricas – log-normal
■ Aplicação – log-normal:

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Análise de frequências de vazões máximas com base em


distribuições teóricas – log-normal
■ Esse procedimento pode ser repetido para outros valores de TR, e o resultado
pode ser apresentado na forma de um gráfico, relacionando vazão com tempo de
retorno.

Fonte: Dornelles e Collischonn (2015)


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Análise de frequências de vazões máximas com base em


distribuições teóricas – Log-Pearson Tipo III
■ Descrita por três parâmetros: média, desvio padrão e o coeficiente de assimetria.
■ Equação para estimar a vazão máxima:

log(𝑥) = 𝑙𝑜𝑔𝑥 + 𝐾(𝑇,𝐺) . 𝑠log(𝑥)

Em que 𝐾(𝑇,𝐺) depende do coeficiente de assimetria dos dados e pode ser obtido na
“tabela C” ou por meio da fórmula:

1 3 1
𝐾(𝑇,𝐺) = 𝑧 + 𝑧 2 − 1 . 𝑓 + 𝑧 − 6. 𝑧 . 𝑓 2 − 𝑧 2 − 1 . 𝑓 3 + 𝑧. 𝑓 4 + . 𝑓 5
3 3

Onde z é obtido com base em uma tabela de distribuição normal, considerando a


probabilidade P=1/T, ou pela função INV.NORMP(1-P) do Excel, o P é a probabilidade.

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Análise de frequências de vazões máximas com base em


distribuições teóricas – Log-Pearson Tipo III
– O valor de f pode ser obtido a partir do coeficiente de assimetria pela
equação:

𝐺
𝑓=
6

Onde G é o coeficiente de assimetria, que pode ser obtido pela equação já definida
ou usando a função DISTORÇÃO do Excel.
– A equação 𝐾(𝑇,𝐺) é aproximada e deve ser utilizada somente quando os
valores de G se situam ente -2 e +2 e para tempos de retorno menores que
100 anos.

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Análise de frequências de vazões máximas com base em


distribuições teóricas – Log-Pearson Tipo III

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Análise de frequências de vazões máximas com base em


distribuições teóricas – Log-Pearson Tipo III
■ Para o cálculo – Log-Pearson Tipo III:
– Obter vazões máximas de N anos;
– Calcular os logaritmos das vazões máximas;
– Calcular a média, o desvio padrão e o coeficiente de assimetria dos logartmos
das vazões máximas;
– Obter o valor de z para a probabilidade correspondente ao tempo de retorno
considerado (exemplo 100 anos) – função INVNORMP no Excel ou as “Tabela
A” e “B”.
– Obter o valor de f ela equação
𝐺
𝑓=
6
– Obter o valor 𝐾(𝑇,𝐺) pela “Tabela C” ou pela equação
1 1
𝐾(𝑇,𝐺) = 𝑧 + 𝑧 2 − 1 . 𝑓 + 𝑧 3 − 6. 𝑧 . 𝑓 2 − 𝑧 2 − 1 . 𝑓 3 + 𝑧. 𝑓 4 + . 𝑓 5
3 3

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Análise de frequências de vazões máximas com base em


distribuições teóricas – Log-Pearson Tipo III
– Obter o valor do logaritmo da vazão de tempo de retorno de 100 anos a partir
da equação
log(𝑥) = 𝑙𝑜𝑔𝑥 + 𝐾(𝑇,𝐺) . 𝑠log(𝑥)
– Obter o valor da vazão através da função inversa do logaritmo

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Análise de frequências de vazões máximas com base em


distribuições teóricas – Gumbel
■ A probabilidade de que uma determinada vazão venha a ser igualada ou superada
em um no qualquer pode ser estimada usando a distribuição de Gumbel, de
acordo com a equação:

−𝑏
𝑃 = 1 − 𝑒 −𝑒

Onde P é a probabilidade; e é a base dos logaritmos naturais e b é dado por:

1
𝑏= (𝑥 − 𝑥ҧ + 0,45𝑠)
0,7797𝑠

Onde x é a vazão máxima; 𝑥ҧ é a média das vazões máximas anuais; s é o desvio


padrão das vazões máximas anuais.

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Análise de frequências de vazões máximas com base em


distribuições teóricas – Gumbel
■ Combinando as equações anteriores, a vazão para um dado tempo de retorno TR
(em anos) pode ser obtida pela equação:

𝑇𝑅
𝑥 = 𝑥ҧ − 𝑠 0,45 + 0,7797. 𝑙𝑛 𝑙𝑛
𝑇𝑅 − 1

Onde x é o valor da vazão máxima desejada; TR é o tempo de retorno em anos; s é o


desvio padrão das vazões máximas anuais e 𝑥ҧ é a média das vazões máximas
anuais.

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Análise de frequências de vazões mínimas


■ Semelhante à análise de vazões máximas, com o ressalva que se quer determinar
a probabilidade de ocorrência de vazões iguais ou menores do que um
determinado limite.
■ Se análise utilizando probabilidades empíricas: organizar dados em ordem
crescente.
– O valor m = 1 é atribuído ao menor valor da série de mínimos anuais.
■ Normalmente as análises estatísticas de vazões mínimas são realizadas sobre as
vazões mínimas de 7 dias, 15 dias ou 30 dias de duração
– Para cada ano do registro hidrológico encontra-se a vazão mínima média de D
dias (médias móveis de D dias).
– Os outros procedimentos assemelham-se aos descritos para as vazões
máximas.

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Análise de frequências de vazões mínimas


■ Pode-se utilizar as estimativas empíricas dos eventos observado, usando as
fórmulas da “Tabela 14.5”, ou supondo que as vazões mínimas seguem uma
distribuição de probabilidades teóricas.

Fonte: Dornelles e Collischonn (2015)

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Análise de vazões mínimas usando distribuições teóricas


■ A distribuição normal não é adequada para analisar a frequência de vazões
mínimas
– Assimetria da distribuição real;
– Há um limite físico inferior das vazões mínimas, que é 𝑄𝑚𝑖𝑛 = 0
■ Um distribuição que mostra-se adequada para análise das vazões mínimas é a
distribuição de Weibull.

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Análise de vazões mínimas usando distribuições teóricas –


distribuição de Weibull
■ Adequada para a estimativa de vazões mínimas de alto tempo de retorno.
■ Equações:

Onde G é o coeficiente de assimetria; Г(.) é a função Gama.

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Análise de vazões mínimas usando distribuições teóricas –


distribuição de Weibull
■ Uma dificuldade da aplicação da distribuição de Weibull é a necessario de calcular
o valor da função Gama. O valor da função Gama é dada por:

– No Excel calcula-se o valor do logaritmo da função gama através da função


LNGAMA(x), que equivale ao logaritmo natural Г(x).

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Análise de vazões mínimas usando distribuições teóricas –


distribuição de Weibull
■ Exemplo: Analise as vazões mínimas anuais observadas no rio Piquiri, no
município de Iporá (PR) usando a distribuição de Weibull.

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